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Teste de Avaliação Sumativa n.

º 6

Teste de Avaliação Sumativa n.º 6


MÓDULO 3
A abertura europeia ao mundo – mutações nos conhecimentos, sensibilidades e
valores nos séculos XV e XVI
3. A produção cultural
4. A renovação da espiritualidade e da religiosidade

• Para cada resposta, identifique claramente o grupo e o item.


• Apresente as respostas de forma clara e legível.
• Todos os itens são de resposta obrigatória.
• Apresente apenas uma resposta para cada item.
• Utilize, de forma adequada, os conceitos específicos.

Grupo I
Os caminhos abertos pelos humanistas (séculos XV-XVI)

Doc. 1 Lourenço de Médicis: um mecenas Doc. 2 Lourenço, o Magnífico (1449-1492)


do Renascimento

A conduta, a habilidade e a fortuna de Lourenço de


Médicis constituíram assunto de admiração para os
príncipes, não só da Itália, mas nos países mais
afastados. […] Tinha uma palavra eloquente e
5 espirituosa, decisão ajuizada, execução pronta e
corajosa. […]
Lourenço de Médicis sonhou tornar a sua cidade
mais bela e maior […] Como encerrava grandes
espaços desprovidos de habitações, fez sobre
10 estes terrenos novas ruas para aí construir edifícios
que a tornaram maior e mais bela […].
Graças a ele, a cidade, quando não estava em
guerra, estava perpetuamente em festa, convidada
para torneios, para cortejos onde se representavam
15 os mais importantes acontecimentos e feitos da
Antiguidade. O seu objetivo era manter a
abundância na sua pátria, a união entre os povos e
ver a nobreza honrada. Acarinhava e estimava
todos os que eram notáveis nas artes; protegia os
20 homens de letras. […] Lourenço dedicava-se Pormenor do fresco O Cortejo dos Magos,
sobretudo à música, à arquitetura e à poesia. de Benozzo Gozzoli, 1459, Florença.
Existem vários poemas que ele compôs ou que
enriqueceu com comentários […]
A fim de que a juventude de Florença pudesse
25 dedicar-se ao estudo das belas-artes, ele fundou a
universidade de Pisa [cidade sob o domínio de
Florença], para onde convidou os homens mais
sábios que se encontravam em Itália.
Maquiavel, Histórias Florentinas, livro VII (1512).
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Doc. 3 Os estudos humanísticos

Consagrai-vos a dois géneros de estudos. Em primeiro lugar adquiri um conhecimento das letras,
não vulgar, mas sério e aprofundado […] depois, familiarizai-vos com a vida e as [boas] maneiras
– o que se chama os estudos humanos, pois que eles embelezam os homens. Neste domínio, os
vossos conhecimentos devem ser extensos, variados e extraídos de todas as espécies de
5 experiências, sem nada negligenciar daquilo que possa contribuir para a conduta da vossa vida,
para a vossa glória e para a vossa reputação. Aconselho-vos a ler os autores que possam ajudar-
-vos, não somente pelo seu assunto, mas também pelo esplendor do seu estilo e o seu talento
literário […]. É por isso que se não deve somente seguir as lições dos mestres, mas também
instruir-se com os poetas, os oradores e os historiadores, para adquirir um estilo elegante,
10 eloquente.
Leonardo Bruni, Correspondência (séc. XV).

1. Lourenço de Médicis, o Magnífico (Docs. 1 e 2), promoveu festas e cortejos para


a) reconhecimento dos artistas e intelectuais florentinos.

b) afirmação da consciência de modernidade.


c) ostentação de riqueza e prestígio social.

d) valorização da etiqueta e boas maneiras.

2. Transcreva um excerto do documento 1 que evidencie a prática de mecenato por


Lourenço de Médicis.

3. Apresente duas características dos estudos humanísticos defendidos por Leonardo


Bruni (Doc. 3).
As duas características devem ser fundamentadas com excertos relevantes do documento.

Grupo II
As manifestações artísticas do Renascimento
Doc. 1 Portal da Igreja matriz de Vila do Doc. 2 Igreja e Convento de Nossa Senhora
Conde, João de Castilho, c. 1511 da Graça, Évora, Miguel de Arruda,
1535-42
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Doc. 3 Rafael, Madona do Pintassilgo, Doc. 4 Grão-Vasco, São Pedro, óleo sobre
óleo sobre madeira, c. 1506 madeira, 1530-35

Doc. 5 Os efeitos de luz e sombra

Uma luz demasiado viva não permite belas sombras. Ao crepúsculo ou no nevoeiro, quando o Sol
está ainda velado pelas nuvens, repara na graça e na delicadeza dos homens e das mulheres […].
Esta é a perfeita iluminação. Que a tua sombra, desaparecendo pouco a pouco na luz, se esbata
como o fumo, ou os sons de uma doce música.
5 Existe uma outra perspetiva que eu chamo de aérea pois as diferenças de cor do ar podem-nos
fazer discernir as respetivas distâncias […]. Os objetos mais distantes […] como, por exemplo, as
montanhas, parecem azulados, quase como a cor do ar quando o Sol se levanta. Portanto, darás
ao edifício mais próximo […] a sua própria cor e, àquele que é mais longínquo, fá-lo-ás menos
nítido e mais azul. E aquele que queres mostrar mais longe ainda, tu o farás ainda mais azul, e
10 aquele que deve estar cinco vezes mais longe, fá-lo-ás cinco vezes mais azul.
Leonardo da Vinci, Tratado sobre a Pintura, 1473-1518.

1. Compare as duas obras de arte patentes nos documentos 1 e 2, quanto a dois aspetos
em que se distinguem.
Na sua resposta deve integrar características relevantes das duas obras apresentadas.

2. Associe os conceitos artísticos que constam da coluna A às respetivas características


que integram a coluna B.
Escreva, na folha de respostas, apenas cada letra e o único número que lhe corresponde.

Coluna A Coluna B

a) Manuelino 1) Exuberância de formas naturalistas.


b) Naturalismo 2) Noção de profundidade dada através da gradação de
cores, luminosidade e texturas.
c) Classicismo
3) Descoberta da Natureza e valorizaçãodo real.
4) Preferência pela composição piramidal.
5) Imitação dos modelos artísticos greco-romanos.
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3. Desenvolva o tema A pintura do Renascimento, apresentando dois elementos de cada


um dos seguintes tópicos de orientação:
• herança clássica;
• inovação da pintura renascentista;
• afirmação das novas tendências renascentistas na pintura portuguesa.
Na sua resposta, integre, pelo menos, uma informação relevante de cada um dos
documentos 3 a 5.

Grupo III
As críticas à Igreja e a Reforma protestante
Doc. 1 O Renascimento e a reforma da Igreja

O Renascimento foi mais uma importante corrente intelectual e cultural de finais da Idade Média.
O retorno entusiástico à Antiguidade, à Literatura e à Filosofia (especialmente a Platão), à arte e à
ciência greco-romanas. […] A Antiguidade fornecia o critério para o afastamento de homens e
mulheres em relação a muitas das normas de vida medievais e para uma nova autoconfiança. Mas,
5 com poucas exceções, o Renascimento não se opunha simplesmente ao cristianismo como um
«novo paganismo». O Renascimento desenvolveu-se no seio da estrutura social do cristianismo.
Não só Bernardino (de Siena) e Savonarola (de Florença), os grandes pregadores da penitência,
mas também os maiores humanistas – Nicolau de Cusa, Marsílio Ficino, Erasmo de Roterdão e
Thomas More – se preocupavam com a renovatio christianismi [renovação cristã] e a piedade laica
10 dentro do espírito do humanismo reformador e da Bíblia, que, a partir do século XIV, cada vez mais
podia ler-se em vernáculo1.
Os papas renascentistas, que eram mais uma vez todos eles italianos e novamente com uma cúria
italianizada, preocupavam-se, acima de tudo, com as questões italianas. Tudo o que restara das
suas antigas ambições de governarem o mundo era um Estado territorial moderado em Itália; este
15 e o ducado de Milão, as repúblicas de Florença e Veneza e o reino de Nápoles constituíam os cinco
principati [principados]. Nestas circunstâncias, os papas queriam, por último, através da sua
atividade de construção em grande escala e de encorajamento das artes, mostrar que a capital do
cristianismo era também, pelo menos, o centro da arte e da cultura.
Mas estas atividades extraordinariamente dispendiosas eram conseguidas à custa da recusa de
20 reforma da Igreja, que pressuporia uma mudança de disposição fundamental da parte dos papas e
dos membros da cúria, totalmente secularizados. Estes papas […] sem escrúpulos governaram o
Estado pontifício como um principado italiano que lhes pertencesse. Desavergonhadamente,
davam preferência aos sobrinhos ou filhos bastardos e tentaram fundar dinastias sob a forma de
principados hereditários para os clãs de Riario, Della Rovere, Bórgia e Médicis. […]
25 Em 1517, não se viria a anunciar o fim da pretensão universalista do papa igualmente no Ocidente.
Como professor do Novo Testamento em Wittenberg, um monge agostinho desconhecido, que
estivera em Roma uns meses antes e que se considerava católico leal, publicou noventa e cinco
teses críticas contra o comércio das indulgências destinado a financiar a nova e gigantesca basílica
de São Pedro que estava a ser construída. […]
1. Língua própria de um país; idioma nacional.
Hans Küng, A Igreja Católica, Lisboa, Círculo de Leitores, 2004 (adaptado).

1. Identifique o “monge agostinho desconhecido”, referido no documento (linha 26).

2. Explicite dois dos fatores, expressos no texto, que contribuíram para a Reforma Protestante.
Os dois fatores devem ser fundamentados com excertos relevantes do documento.
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Grupo IV
O combate às heresias protestante e judaica
Doc. 1 (conjunto documental)

A. Inácio de Loyola entrega ao Papa Paulo III a B. A expulsão dos Judeus em Portugal, aguarela
“Regra” da nova ordem religiosa que fundara. de Roque Gameiro.

C. Publicação do Index Librorum Prohibitorum D. Publicação da Bula Decet Romanum Pontificam,


pelo Papa Pio IV. pelo Papa Leão X, com a excomunhão de Lutero.

Doc. 2 O estabelecimento da Inquisição na cidade de Évora (1536)

Fazemos saber que nós somos informados por pessoas dignas de fé que, nesta cidade, […] há algumas
pessoas, homens e mulheres que, não temendo o Senhor Deus nem o grande perigo de suas almas,
apartados de nossa santa fé católica, têm cometido e cometem crimes de heresia, guardando ritos e
cerimónias da lei de Moisés [do judaísmo]. E consentem que se façam e guardem em suas casas. E
5 outros dizem que têm algumas opiniões heréticas e falsos erros assim luteranos como de outras
danadas heresias e da perniciosa e mui danada seita de Mafamede [do islamismo] e alguns outros
cometem crimes de sortilégios [bruxarias] e feitiçarias que manifestamente contém em si heresia. E
porque nosso desejo é e a este ofício da Santa Inquisição pertence estripar e arrancar e apartar de
entre os cristãos estas malvadas e perniciosas heresias […]. E portanto […], se quiserem vir reconhecer
10 suas culpas e pecados, confessá-los e manifestá-los inteiramente, pedindo penitência deles com puro
coração e fé não fingida. E, quiserem ser tornados e incorporados na união da Santa madre Igreja,
serão recebidos, por nós, benigna e caritativamente, segundo doutrina de nosso Senhor e Salvador
Jesus Cristo, o qual tem sempre os braços abertos para perdoar e receber a todos aqueles que, com
verdadeira contrição se convertem a Ele, ainda que sejam mui grandes pecadores e lhe tenham muito
15 errado e ofendido. […].
Carta de frei Diogo da Silva lida em Évora, 22 de outubro de 1536, citado por
Joaquim Veríssimo Serrão, História de Portugal, Vol. III, Editorial Verbo, Lisboa, 1980.
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1. A ordem religiosa fundada por Inácio de Loyola (Doc. 1, imagem A) chamou-se


a) Ordem dos Dominicanos.
b) Companhia de Jesus.
c) Ordem Beneditina.
d) Ordem dos Franciscanos.

2. Ordene cronologicamente as imagens A, B, C e D (Doc. 1), relativas ao combate às


heresias judaica e protestante.
Escreva, na folha de respostas, a sequência correta de letras.

3. Apresente dois aspetos, presentes no documento 2, que evidenciem o clima de


intolerância religiosa instalado em Portugal no período considerado.
Os dois aspetos devem ser fundamentados com excertos relevantes do documento.

Cotações

Grupo I

1. ................................................................................................................................................ 10 pontos
2. ................................................................................................................................................ 10 pontos
3. ................................................................................................................................................ 25 pontos

45 pontos

Grupo II

1. ................................................................................................................................................ 25 pontos
2. ................................................................................................................................................ 10 pontos
3. ................................................................................................................................................ 40 pontos

75 pontos

Grupo III

1. ................................................................................................................................................ 10 pontos
2. ................................................................................................................................................ 25 pontos

35 pontos

Grupo IV

1. ................................................................................................................................................ 10 pontos
2. ................................................................................................................................................ 10 pontos
3. ................................................................................................................................................ 25 pontos

45 pontos

Total .......................................................................................................................................... 200 pontos

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