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1.

LOTEAMENTO PAGA IPTU MESMO SEM MELHORIA

Imóveis situados em zona de expansão urbana do município, assim considerados os


constantes de loteamentos aprovados pelo Poder Público, são alcançados pelo IPTU mesmo
diante da inexistência de equipamentos urbanos na área.

É o que vem decidindo o STJ, conforme se extrai de mais um julgado sobre o tema, a seguir
transcrito:

PROCESSO: REsp 1848802 / SP

RECURSO ESPECIAL

2019/0342360-4

Relator(a)

Ministro HERMAN BENJAMIN (1132)

Órgão Julgador

T2 - SEGUNDA TURMA

Data do Julgamento

04/02/2020

Data da Publicação/Fonte

DJe 27/02/2020

EMENTA

TRIBUTÁRIO. AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. IPTU. IMÓVEL EM ÁREA DE

EXPANSÃO URBANA. INCIDÊNCIA. EXISTÊNCIA DE MELHORAMENTOS.

DESNECESSIDADE. SÚMULA 626/STJ.

1. A interpretação está em dissonância da jurisprudência do STJ, que

pacificou a legalidade da cobrança do IPTU de imóveis localizados em

zona de expansão urbana definida por legislação municipal, hipótese

dos autos, mesmo que não contenha os melhoramentos previstos no art.

32, § 1º, da legislação tributária.

Art. 32. O imposto, de competência dos


Municípios, sobre a propriedade predial e
territorial urbana tem como fato gerador a
propriedade, o domínio útil ou a posse de
bem imóvel por natureza ou por acessão
física, como definido na lei civil, localizado na
zona urbana do Município.

§ 1º Para os efeitos deste imposto,


entende-se como zona urbana a definida em
lei municipal; observado o requisito mínimo
da existência de melhoramentos indicados em
pelo menos 2 (dois) dos incisos seguintes,
construídos ou mantidos pelo Poder Público:

I - meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais;

II - abastecimento de água;

III - sistema de esgotos sanitários;

IV - rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para distribuição domiciliar;

V - escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de 3 (três) quilômetros do


imóvel considerado.

2. A propósito, cabe salientar que essa orientação jurisprudencial

foi recentemente consolidada pela Primeira Seção do STJ, por meio da

edição da Súmula 626, in verbis:

"A incidência do IPTU sobre imóvel situado


em área considerada pela lei local como
urbanizável ou de expansão urbana não está
condicionada à existência dos
melhoramentos elencados no art. 32, § 1º,
do CTN".

3. Recurso Especial provido.

Acórdão

Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima

indicadas, acordam os Ministros da Segunda Turma do Superior

Tribunal de Justiça: ""A Turma, por unanimidade, deu provimento ao

recurso, nos termos do voto do(a) Sr(a). Ministro(a)-Relator(a)." Os

Srs. Ministros Og Fernandes, Mauro Campbell Marques, Assusete

Magalhães e Francisco Falcão votaram com o Sr. Ministro Relator."

Última modificação em Quinta, 30 Abril 2020 16:04


REsp 1.655.031-SP (2ª T, 06.04.2017 – DJe 25.04.2017) –

Sobre a matéria, assim se posicionou o acórdão


recorrido (fl . 1.153, e-STJ):

Assim, estando os imóveis situados em loteamentos


aprovados e, portanto, regulares, a responsabilidade
de implantação da infraestrutura é do loteador,
estando a Municipalidade dispensada de atender
aos requisitos previstos no art.32, § 1º do CTN,
prevalecendo a hipótese contida no § 2º do mesmo
dispositivo legal.

Esse é o entendimento que vem sendo adotado pela


15ª Câmara de Direito Público, baseado em
precedente do STJ (REsp 433.907/DF, 1ª Turma, Rel.
Ministro José Delgado, v.i., em 23.09.2002),
mencionado no voto do eminente Desembargador
Erbetta Filho, no julgamento da apelação n.
9128436-48.2005.8.26.0000 que trata da mesma
matéria e Municipalidade, com a seguinte ementa:

Observo que o acórdão recorrido está em


consonância com a jurisprudência do STJ quanto à
possibilidade de cobrança do IPTU em área
considerada pelo município urbanizável ou de
expansão urbana, mesmo que ausentes os
melhoramentos previstos no § 1º do art. 32 do CTN.

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