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INSTITUTO SUPERIOR DE PSICOLOGIA APLICADA

MESTRADO EM PSICOLOGIA CLÍNICA

Depressão e desenvolvimento da identidade no fim da adolescência

Maria Leonor Moura

Turma 4

27376

Professor Doutor António Pires

Métodos de Investigação em Psicologia Clínica

Ano letivo 2022/2023


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Resumo

Enquadramento: No decorrer do desenvolvimento da identidade, o adolescente encontra-se


mais vulnerável e propicio a padecer de diversas psicopatologias, por outro lado, o surgimento de
uma psicopatologia deturpa o normal desenvolvimento da identidade do individuo. No entanto,
não está ainda clara a direccionalidade dos efeitos. Objetivo: Conhecer a relação entre a depressão
(DASS-21) e a identidade (DIDS), da adolescência até à idade adulta. Método: Estudo
Longitudinal com uma amostra populacional de 1000 adolescentes portugueses entre os 16 e os
20 anos. Dados recolhidos e medidos a cada ano com o DASS-21 e DIDS. Resultados: Existe
uma relação bidirecional entre a identidade e sintomas depressivos. Uma identidade coerente
previu negativamente sintomas depressivos e vice-versa. Sintomas depressivos previram
positivamente a exploração ruminativa da identidade.

Palavras-chave: Desenvolvimento; depressão; adolescência; identidade; saúde mental.

Abstract

Background: During the course of identity development, adolescents are more vulnerable
and prone to various psychopathologies; on the other hand, the emergence of a psychopathology
distorts the normal development of the individual's identity. However, the directionality of the
effects is not yet clear. Objective: To understand the relationship between depression (DASS-21)
and identity (DIDS), from adolescence to adulthood. Method: Longitudinal study with a
population sample of 1000 Portuguese adolescents between 16 and 20 years old. Data collected
and measured each year with the DASS-21 and DIDS. Results: There is a bidirectional
relationship between identity and depressive symptoms. A coherent identity negatively predicted
depressive symptoms, and depressive symptoms negatively predicted identity coherence and
positively predicted ruminative identity exploration.

Key-words: Development; depression; adolescence; identity; mental health.

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Índice

Introdução.................................................................................................................................4

Método

Delineamento e análise de dados....................................................................................7

Participantes...................................................................................................................7

Procedimento..................................................................................................................7

Instrumentos...................................................................................................................8

Referências................................................................................................................................9

Anexos

A) Descrição dos procedimentos de pesquisa de Revisões de Literatura nas bases de


dados.............................................................................................................................11

B) Análise de um artigo empírico................................................................................13

C) Tabela de estudos empíricos sobre depressão e identidade.....................................14

D) Estudo dos instrumentos sobre identidade..............................................................18

D) Estudo dos instrumentos sobre depressão...............................................................20

E) Descrição do método utilizado................................................................................22

F) Carta sobre o consentimento informado..................................................................23

G) Exemplares dos instrumentos..................................................................................24

H) Paradigma e Modelo da Psicologia.........................................................................26

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Introdução

O desenvolvimento da identidade é um processo marcante na vida de um adolescente.


Trata-se de um processo crítico, onde o individuo explora quem é e quem quer ser (Schwartz
et al., 2013). Durante este processo, o adolescente explora diversas opções relacionadas com a
sua identidade e compromete-se com certas escolhas derivadas dessas opções (Márcia, 1966
cit. por Hatano, et al., 2020). No decorrer de um desenvolvimento normativo da identidade é
expectável que essas escolhas, tomadas na adolescência, resultem na solidificação da auto-
confiança (Hatano, et al., 2020), num sentido positivo da auto-estima e na formação de relações
fortes (Rapee, et al., 2019). No entanto, trata-se também de um período de vulnerabilidade
acrescida, em que o risco para a manifestação de uma psicopatologia torna-se maior (Rapee, et
al., 2019).
Erikson (1950) descreveu o desenvolvimento da identidade como um processo de
mudança, em que inicialmente o individuo está num estado fragmentado de si mesmo e passa
para um estado claro de identidade (cit. por Hatano, et al., 2020). Nomeou estes dois estádios,
como estado de confusão de identidade e estado de síntese de identidade (Verschueren, et al.
2020). Quando o estado de síntese predomina, em relação ao estado de confusão, trata-se de
um desenvolvimento “bem-sucedido” (Verschueren, et al. 2020). É expectável que um
individuo que esteja num estado de síntese experiencie uma clareza de identidade continua,
onde estabelece objetivos, planos e crenças (Verschueren, et al. 2020), por outro lado, um
individuo num estado de confusão experiencia uma autodeterminação limitada, com
dificuldade em encontrar propósito e direção na sua vida (Verschueren, et al. 2020). Mais tarde,
Marcia (1966) propõe dois “processos-chave” inerentes a estes dois estados de identidade,
sendo eles, a exploração e o compromisso (Potterton, et al. 2021). Na exploração o individuo
experimenta várias opções de identidade, e no compromisso, seleciona as opções com que se
identifica (Potterton, et al. 2021).
Aquando da proposição destes conceitos, o interesse na associação entre os estados do
desenvolvimento da identidade e a saúde mental cresceu (Klimstra & Denissen, 2017).
Investigação tem demonstrado que a forma como o individuo desenvolve a sua identidade, ou
seja, a forma como aborda a diferentes questões de identidade, não está somente associada a
adaptabilidade, mas também a angústia e a psicopatologia (Luyckx et al., 2008). Estudos
longitudinais e transversais demonstram que o estado de confusão de identidade está
positivamente correlacionado a sintomas depressivos e a ansiedade (Luyckx et al., 2015;
Luyckx et al., 2008). Foi também verificado que, adolescentes cujo desenvolvimento de

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identidade é caracterizado por estados de alta síntese e baixa confusão têm menos sintomas de
depressão (Hatano et al., 2020).
Com base nos dois paradigmas de Erikson e Marcia, têm sido desenvolvidos modelos
contemporâneos que descrevem o processo do desenvolvimento da identidade de uma forma
mais completa (Hatano, et al., 2020). Luyckx e colegas (2008) propuseram um modelo de
formação da identidade que compreende cinco dimensões: exploração abrangente,
compromisso, exploração profunda, identificação com o compromisso e exploração
ruminativa. Na exploração abrangente o individuo explora ativamente e considera diferentes
características identitárias. No compromisso, o individuo compromete-se com as opções de
identidade (características de uma determinada identidade). Na exploração profunda, é feita
uma avaliação cuidadosa dos compromissos feitos. A identificação com o compromisso trata-
se da auto-confiança derivada dos compromissos e, por fim, a exploração ruminativa
representa a preocupação continua com as escolhas tomadas (Hatano, et al., 2020).
Estudos conduzidos por Luyckx (2013), demonstraram que indivíduos que estão
empenhados na sua identidade e que gerem ativamente os compromissos que fazem têm mais
auto-confiança, sendo agentes ativos do seu próprio desenvolvimento, enquanto indivíduos que
se encontram num estado de exploração ruminativa encontram-se num processo de incerteza
e atraso relativamente ao desenvolvimento de identidade, implicando consequências negativas.
Tanto o compromisso como a exploração profunda, conferem processos que podem ser
stressantes, um adolescente que se preocupa excessivamente com a sua identidade pode
apresentar problemas psicossociais (Hatano, et al., 2020). Adolescentes que não sentem clareza
na sua identidade tendem a sentir sintomas de ansiedade e depressão (Hatano, et al., 2020). Ou
seja, estes estudos demonstraram que, enquanto o compromisso, a identificação com o
compromisso, e a exploração abrangente estão negativamente associados a sintomas
depressivos (Luyckx et al. 2013), a exploração ruminativa pode estar ligada ao
desenvolvimento de problemas psicossociais (Hatano, et al., 2020)
Como foi referido, um desenvolvimento da identidade deturpado (ou não adaptado)
pode aumentar a vulnerabilidade a psicopatologias, no entanto, a existência dessas perturbações
pode também impedir um desenvolvimento de identidade normativo (Potterton, et al. 2021).
Sendo que, a adolescência é marcada por um período vulnerável à psicopatologia (Rapee, et
al., 2019), pode-se supor que a existência de uma psicopatologia poderá estar associada a um
desenvolvimento da identidade não adaptado (Potterton, et al. 2021). Diversos estudos
demonstram que, enquanto sintomas de depressão não prevêm um estado de síntese de
identidade no futuro, estes prevêm um estado de maior confusão de identidade em indivíduos

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adultos (Hatano et al., 2020; van Doeselaar et al., 2018). De forma a comprovar este fenómeno,
foi realizado um estudo longitudinal ao longo de 3 anos, que pretendia compreender a
direccionalidade entre sintomas depressivos e o desenvolvimento da identidade (Meca, A., et
al., 2019). O estudo concluiu que sintomas depressivos se relacionam negativamente a uma
identide coerente, e vice-versa, e que, por outro lado, sintomas depressivos relacionam-se
positivamente a confusão de identidade.
Existem muitos fatores biopsicossociais que podem estar na origem de diversas
psicopatologias na adolescência, nomeadamente a depressão (Rapee, et al., 2019). Hayward e
colegas (2020) conduziram um estudo que pretendia compreender de que forma a adversidade
precoce previa sintomas de depressão através do desenvolvimento deturpado da identidade. O
estudo concluiu que níveis elevados de adversidade precoce previram experiências de sintomas
de depressão através de uma menor clareza do auto-conceito. Estes resultados sugeriram que
um dos mecanismos pelos quais as experiências adversas na infância podem prever o
sofrimento psicológico é através de um sentido perturbado da identidade pessoal (Hayward, L.
et al., 2020)
Estudos longitudinais que abordam este assunto, são normalmente curtos, acabando por
não controlar a estabilidade da identidade e os sintomas depressivos ao longo do tempo
(Klimstra & Denissen, 2017). Carecem também no exame da direção das associações entre a
identidade e os sintomas depressivos a nível intrapessoal. É também necessário examinar como
a psicopatologia, nomeadamente a depressão, pode interferir com o estabelecimento da
identidade, “um sentido de si próprio”. Uma compreensão holística e mais extensiva acerca das
correlações entre o desenvolvimento da identidade e a depressão é necessária, de forma a poder
construir intervenções e prevenções adaptadas a estes mecanismos psicológicos.
O presente estudo pretende analisar esta problemática numa amostra portuguesa e
fornecer resultados fortes que sirvam de base para a criação de intervenções focadas em
problemas identitários.

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Método

Delineamento e base de dados

O estudo em questão será longitudinal e correlacional. Será utilizado somente um grupo


experimental, avaliado em cinco momentos, através de duas escalas, no decorrer de 5 anos. As
variáveis a serem estudadas são os níveis de sintomas depressivos e as dimensões do
desenvolvimento da identidade. Os níveis de sintomas depressivos serão então correlacionados
com as dimensões do desenvolvimento da identidade.

Os dados serão recolhidos presencialmente, mas não num contexto de sessão


psicoterapêutica, e as escalas utilizadas são de autorrelato, logo, a validade das respostas
dependem somente da confiabilidade dos participantes. No entanto, haverá controlo
relativamente ao contexto em que as escalas são aplicadas, sendo proporcionado um ambiente
adequado. Os participantes serão estudantes de escolas, tanto públicas como privadas, de forma
a que a amostra possa ser generalizada a diversas realidades socioeconómicas.

Participantes

No estudo em causa, será utilizada uma amostra populacional de 1000 participantes, com
16 anos de idade, 600 do género feminino e 400 do género masculino. Os participantes
frequentam o 10º ano de escolaridade e serão selecionados tanto em escolas públicas, como
escolas privadas. A amostra será recolhida em quatro secundárias da grande área de Lisboa,
duas públicas, e duas privadas. O número de participantes da amostra assemelha-se ao número
de participantes de amostras em estudos realizados com o mesmo propósito.

Procedimento

São contactadas várias escolas, e convidadas a participar no estudo em questão. Nas escolas
em que o convite é aceite, são distribuídos consentimentos informados pelas turmas do 10º ano,
de forma que os pais sejam informados e deem o devido consentimento. As instruções dadas à
escola e anexadas aos consentimentos informados, fazem uma descrição breve do estudo e da
pertinência que terá.
Após a seleção dos alunos estar terminada, é feita uma sessão de esclarecimento com os
participantes, onde as escalas são apresentadas e explicadas. É também explicado o procedimento:
o local e as datas onde serão aplicadas as escalas.

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O momento de aplicação das escalas será no final de cada ano letivo, em Junho, visto que,
se for realizado no início do ano pode ser enviesado pelo ambiente de adaptação inerente ao
começo de um novo ano escolar.
As escalas serão preenchidas pelos alunos no decorrer do mês de Junho, onde cada
participante terá uma data e hora marcada para comparecer numa sala laboratorial e preencher as
escalas, sem distrações exteriores. A ideia inicial contava com o envio e preenchimento das
escalas via online, mas devido ao facto do ambiente onde serão preenchidos estar fora do controlo
dos investigadores, foi decidido que seria num ambiente controlado.
Após a recolha de informação, feita a cada ano, os dados são inseridos numa base de dados
para mais tarde poderem ser correlacionados.

Instrumentos

Dimensions of Identity Development Scale (DIDS), é uma escala desenvolvida por


Koen Luyckx e publicada em 2007 (Luyckx, et al., 2007). Tem como objetivo avaliar as 5
dimensões do desenvolvimento da identidade propostos por Luycks em 2006, sendo elas,
exploração abrangente, compromisso, exploração profunda, identificação com o compromisso
e exploração ruminativa (Luycks et al. 2006). É composta por 25 itens, com respostas tipo
likert de 5 pontos (1- Discordo fortemente; 5- Concordo fortemente). Os 25 itens são
distribuídos pelas 5 dimensões da identidade, sendo cada dimensão composta por 5 itens. A
escala foi desenvolvida com base em questionários sobre identidade já existentes. Exemplo de
um item na dimensão compromisso “Eu sei o que quero fazer com o meu futuro”, e na dimensão
exploração ruminativa “Eu preocupo-me com o que quero fazer com o meu futuro”. A análise
fatorial confirmatória indica que o modelo com cinco dimensões de identidade ajusta-se
adequadamente aos dados, e a consistência interna é satisfatória (=0.84) (Luyckx, et al.,
2007). A escolha deste instrumento deve-se ao facto de ser uma escala construída a partir do
modelo mais recente relativamente às dimensões da identidade, com uma boa validade, e pelo
facto de existir uma versão portuguesa validada.

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Depression Anxiety Stress Scales (DASS-21) é uma versão reduzida da escala DASS
concebida por Lovibon em 1995. Tem como objetivo avaliar sintomas de ansiedade, depressão
e stress. É composta por 21 itens, distribuídos por 3 dimensões, 7 itens para avaliar a depressão,
7 itens para avaliar a ansiedade e 7 itens para avaliar o stress. As respostas são do tipo Likert
com 4 níveis (0- Não se aplica a mim; 3- Aplica-se a mim, na maior parte das vezes). Exemplo
de um item na dimensão de stress “Eu tenho dificuldade em relaxar” e na dimensão de
depressão “Não consigo ficar entusiasmado com nada”. A análise fatorial confirmatória indica
que o modelo com 21 itens, distribuídos pelas 3 dimensões se ajustam adequadamente aos
dados, e a consistência interna é satisfatória (=0.93). A escolha deste instrumento deve-se ao
facto de ser uma escala que analisa diversas variáveis pertinentes para o estudo, tornando a
aquisição dos dados mais completa, tem uma boa validade interna e uma versão portuguesa
validada.

Referências

Becht, A. I., Luyckx, K., Nelemans, S. A., Goossens, L., Branje, S. J., Vollebergh, W. A., &
Meeus, W. H. (2019). Linking identity and depressive symptoms across adolescence: A
multisample longitudinal study testing within-person effects. Developmental
Psychology, 55(8), 1733.
Erikson, E. H. (1950). Growth and crises of the" healthy personality".
Hatano, K., Sugimura, K., & Luyckx, K. (2020). Do identity processes and psychosocial
problems intertwine with each other? Testing the directionality of between-and within-
person associations. Journal of Youth and Adolescence, 49(2), 467-478.
Hayward, L. E., Vartanian, L. R., Kwok, C., & Newby, J. M. (2020). How might childhood
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understanding depression and anxiety disorders. Journal of affective disorders, 265, 112-
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identity and psychopathology. Developmental Psychology, 53(11), 2052.
Luyckx, K., Klimstra, T. A., Duriez, B., Van Petegem, S., & Beyers, W. (2013). Personal
identity processes from adolescence through the late 20s: Age trends, functionality, and
depressive symptoms. Social Development, 22(4), 701-721.
Luyckx, K., Schwartz, S. J., Berzonsky, M. D., Soenens, B., Vansteenkiste, M., Smits, I., &
Goossens, L. (2008). Capturing ruminative exploration: Extending the four-dimensional

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model of identity formation in late adolescence. Journal of research in personality, 42(1),


58-82
Marcia, J. E. (1966). Development and validation of ego-identity status. Journal of personality
and social psychology, 3(5), 551.
Meca, A., Rodil, J. C., Paulson, J. F., Kelley, M., Schwartz, S. J., Unger, J. B., ... & Zamboanga,
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symptoms among recently immigrated Hispanic adolescents. Journal of youth and
adolescence, 48(11), 2114-2124.
Potterton, R., Austin, A., Robinson, L., Webb, H., Allen, K. L., & Schmidt, U. (2021). Identity
development and social-emotional disorders during adolescence and emerging adulthood:
a systematic review and meta-analysis. Journal of youth and adolescence, 1-14.
Rapee, R. M., Oar, E. L., Johnco, C. J., Forbes, M. K., Fardouly, J., Magson, N. R., &
Richardson, C. E. (2019). Adolescent development and risk for the onset of social-
emotional disorders: A review and conceptual model. Behaviour research and
therapy, 123, 103501.
Schwartz, S. J., Hardy, S. A., Zamboanga, B. L., Meca, A., Waterman, A. S., Picariello, S., ...
& Forthun, L. F. (2015). Identity in young adulthood: Links with mental health and risky
behavior. Journal of Applied Developmental Psychology, 36, 39-52.
Schwartz, S. J., Zamboanga, B. L., Luyckx, K., Meca, A., & Ritchie, R. A. (2013). Identity in
emerging adulthood: Reviewing the field and looking forward. Emerging adulthood, 1(2),
96-113
Van Doeselaar, L., Klimstra, T. A., Denissen, J. J., Branje, S., & Meeus, W. (2018). The role
of identity commitments in depressive symptoms and stressful life events in adolescence
and young adulthood. Developmental psychology, 54(5), 950.
Verschueren, M., Claes, L., Gandhi, A., & Luyckx, K. (2020). Identity and psychopathology:
bridging developmental and clinical research. Emerging Adulthood, 8(5), 319-332.

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Anexo A) Descrição dos procedimentos de pesquisa de Revisões de Literatura nas bases


de dados

O tema do projeto é: Depressão e desenvolvimento da identidade no fim da adolescência.

A pesquisa foi iniciada no EBSCOhost, selecionando as seguintes bases de dados, Academic


Search Complete, APA PsycINFO, APA PsycARTICLES, APA PsycBOOKS, PEP Archive e
Psychology and Behavioral Sciences Collection.
A pesquisa avançada foi feita através do seguinte conjunto de palavras-chave: “depression
or depressive disorder or depressive symptoms or major depressive disorder” AND “identity
development or identity formation or identity construction”. Os limitadores usados foram, a
seleção do campo “SU (Termos do Assunto)” em ambas as palavras-chave e os últimos 5 anos de
publicação. A metodologia selecionada foi a seguinte, Literature Review, Systematic Review e
Meta-análises. Obtendo-se 2 resultados.
A pesquisa foi novamente realizada na Web of Science, selecionando a base Web of Science
Core Collection, e as seguintes edições, Social Sciences Citation Index e Conference Proceedings
Citation Index – Social Science & Humanities. Usando como limitadores o campo “All fields”, e
no ano de publicação, os últimos 20 anos. A pesquisa foi feita com as seguintes palavras:
“Depression” e “Identity development”. Foram encontradas 170 revisões de literatura.

Referências

Potterton, R., Austin, A., Robinson, L., Webb, H., Allen, K. L., & Schmidt, U. (2021). Identity
development and social-emotional disorders during adolescence and emerging adulthood:
a systematic review and meta-analysis. Journal of youth and adolescence, 1-14. (Tipo de
revisão: Sistemática e Meta-análise; Fator de impacto: 3,284)
Rapee, R. M., Oar, E. L., Johnco, C. J., Forbes, M. K., Fardouly, J., Magson, N. R., &
Richardson, C. E. (2019). Adolescent development and risk for the onset of social-
emotional disorders: A review and conceptual model. Behaviour research and therapy,
123, 103501. (Tipo de revisão: Narrativa; Fator de impacto: 4,134)
Schwartz, S. J., & Petrova, M. (2018). Fostering healthy identity development in adolescence.
Nature Human Behaviour, 2(2), 110-111. (Tipo de revisão: Narrativa; Fator de impacto:
24,252)

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Verschueren, M., Claes, L., Gandhi, A., & Luyckx, K. (2020). Identity and psychopathology:
bridging developmental and clinical research. Emerging Adulthood, 8(5), 319-332. (Tipo
de revisão: Narrativa; Fator de impacto: 1,99)
Henry, J.D., Crawford, J.R., (2005). The short-form version of the depression anxiety stress
scales (DASS-21): construct validity and normative data in a large non-clinical sample.
Br. J. Clin. Psychol. 44, 227–239.

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Anexo B) Análise de um artigo empírico

Referência
Hayward, L. E., Vartanian, L. R., Kwok, C., & Newby, J. M. (2020). How might childhood
adversity predict adult psychological distress? Applying the identity disruption model to
understanding depression and anxiety disorders. Journal of affective disorders, 265, 112-
119. (Fator de impacto: 4,839)

Objetivo
Identity Disruption Model é um modelo que sugere que a adversidade precoce pode
interferir com o normal desenvolvimento da identidade, perpetuando o despoletar de problemas
psicopatológicos no individuo.
Aplicar o Modelo de Perturbação da Identidade para compreender se o
desenvolvimento deturpado da identidade despoleta sintomas de depressão.
Justificação
A adversidade precoce tem vindo a ser associada ao desencadeamento de diversas
psicopatologias, nomeadamente a depressão, no entanto, a compreensão acerca dos
mecanismos psicológicos inerentes a esta associação, é limitada.
Método
Estudo transversal, que consiste em 382 participantes populacionais dos Estados
Unidos. Para medir a adversidade precoce utilizaram: The Risky Families Questionnaire (RFQ)
e The Childhood Trauma Questionnare (CTQ). Para medir a clareza do autoconceito, Self-
Concept Clarity Scale (SCCS), e para a intolerância à incerteza, Intolerance of Uncertainty
Scale (IUS-12). Para medir os sintomas depressivos e de ansiedade utilizaram, Depression
Anxiety Stress Scale (DASS-21) e o Generalized Anxiety Disorder Questionnaire (GAD-Q).
Os dados forma analisados correcionalmente, comparando as diversas variáveis.
Resultados
Existe uma relação positiva entre a adversidade precoce e uma maior incidência de
sintomas depressivos e ansiedade, que ocorre no decorrer de uma menor clareza do auto-
conceito. Foi também demonstrado que a clareza do autoconceito e a intolerância à incerteza
intermediaram simultaneamente a relação entre a adversidade precoce e a psicopatologia.
Limitações
Os dados do estudo são transversais. É necessária a realização de investigação
longitudinal de forma a compreender a causalidade entre os fatores.

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Anexo C) Tabela de estudos empíricos sobre depressão e identidade


Estudos empíricos sobre depressão e identidade
Autor/Data/Objetivo/Just Método Resultados/Limitações
ificação (Delineamento/Amostra/
Instrumentos)
Becht, A. I., et al. 2019. a) Estudo longitudinal de 5 anos, Resultados: Quando os
com 1 ano de intervalo entre adolescentes se sentem
Objetivo: Comparar duas cada avaliação, feita através incertos e hesitantes quanto à
perspetivas teóricas sobre da aplicação de escalas. sua identidade, relatam mais
as ligações entre a b) Amostra clínica (n=497 sintomas depressivos.
identidade e os sintomas holandeses); M(idade)=14,03 Limitações: Baixa diversidade
depressivos em duas anos. étnica da amostra. Os
amostras longitudinais de c) Utrecht Management of resultados representam a
adolescentes (vulnerability Identity Commitment Scale média dos efeitos intra-
model e scar model). (U-MICS); Dimensions of pessoais em toda a amostra.
Justificação: Evidência Identity Development Scale
empírica inconclusiva (DIDS); Reynolds Adolescent
sobre as ligações Depression Scale (RADS-2);
longitudinais entre a Center for Epidemiologic
identidade e os sintomas Studies Depression Scale
depressivos. (CES-D).

Carter, M. J. 2017. a) Estudo transversal. Resultados: Quanto mais


b) Amostra populacional (n=854 severa for a experiência de
Objetivo: Examinar de americanos); M(idade)=21 mudança de identidade, maior
que forma a auto- anos. será o nível de depressão.
percepção de mudança de c) Foi criado um questionário Quando a experiência de
identidade se relaciona para avaliar: o grau de auto- mudança de identidade é
com a depressão. identificação, a magnitude da progressiva, esta relaciona-se
Justificação: Estudos mudança de identidade com um nível mais baixo de
anteriores demonstram que percebida e a direcção da depressão.
a experiência da mudança mudança de identidade Limitações: Estudo
de identidade pode levar ao percebida; Patient Depression transversal. Dados baseados
sofrimento, mas não Questionnaire-9 (PHQ-9). em recordações dos
explicam de que forma participantes, que podem ser
esse sofrimento depende da influenciadas pelo humor ou
magnitude e direção dessa pela precisão das suas
experiência subjetiva. memórias.

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Hatano, K., et al. 2020. a) Estudo longitudinal de 3 anos, Resultados: A exploração pró-
com 1 ano de intervalo entre activa da identidade está
Objetivo: Examinar as cada avaliação, feita através negativamente associada a
relações entre os processos de escalas e questionários. problemas de conduta, e a
de identidade e problemas b) Amostra clínica (n=347 exploração ruminativa está
psicossociais. japoneses); M(idade)=14 anos. positivamente relacionado com
Justificação: Falta de c) Dimensions of Identity sintomas depressivos.
investigação prospetiva Development Scale (DIDS); Limitações: Estudo focado
sobre os processos de Strengths and Difficulties apenas na depressão, e não
identidade e problemas Questionnaire (SDQ). noutras perturbações.
psicossociais no domínio
futuro.

Hayward, L. et al. 2020. a) Estudo transversal. Resultados: Níveis elevados


b) Amostra populacional (n= 400 de adversidade precoce
Objetivo: Aplicar o americanos); M(idade)= 35 previram experiências de
Modelo de Perturbação da anos. sintomas de depressão através
Identidade para c) The Risky Families de uma menor clareza do auto-
compreender se o Questionnaire (RFQ); The conceito. Estes resultados
desenvolvimento Childhood Trauma sugerem que um dos
deturpado da identidade Questionnaire (CTQ); Self- mecanismos pelos quais as
despoleta sintomas de Concept Clarity Scale experiências adversas na
depressão. (SCCS); Intolerance of infância podem prever o
Justificação: uncertainty was measured sofrimento psicológico é
Compreensão limitada dos with the Intolerance of através de um sentido
mecanismos psicológicos Uncertainty Scale (IUS-12); perturbado da identidade
que explicam a relação Depression Anxiety Stress pessoal.
entre adversidade precoce, Scale (DASS-21) Limitações: Ser um estudo
formação de identidade e o transversal.
despoletar de
psicopatologias.

Luyckx, K., et al. 2013. a) Estudo transversal. Resultados: A exploração


b) Amostra populacional (n= abrangente e em profundidade
Objetivo: Examinar as 5834 americanos); M(idade)= da identidade estavam
tendências etárias em cinco 17,99 anos. fortemente relacionadas com
processos de identidade c) Dimensions of Identity processos de compromisso,
(compromisso, Development Scale (DIDS); especialmente na adolescência
identificação com Center for Epidemiologic e na vida adulta emergente,
compromisso, exploração Studies Depression Scale mas estes processos de
abrangente, exploração em (CESD). exploração tornaram-se cada
profundidade, e vez mais associados à
exploração ruminativa) exploração ruminativa e aos

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desde a adolescência até sintomas depressivos no final


aos finais dos 20 anos. dos anos 20.
Justificação: Devido aos Limitações: Ser um estudo
diferentes modelos e transversal. Diversidade étnica
medidas de identidade da amostra bastante baixa.
utilizados e aos diferentes
períodos de
desenvolvimento cobertos,
ainda não surgiu um
quadro detalhado sobre as
tendências etárias nos
processos de identidade da
adolescência aos 20 anos.

Meca, A., et al. 2019. a) Estudo longitudinal de 3 anos, Resultados: A coerência da


com 6 meses de intervalo identidade relaciona-se
Objetivo: Estabelecer entre cada avaliação, feita negativamente com sintomas
direccionalidade entre o através de questionários. depressivos, e vice-versa.
desenvolvimento da b) Amostra clínica (n= 302 Sintomas depressivos
identidade e os sintomas emigrantes espanhóis); relacionam-se positivamente a
depressivos em espanhóis M(idade)= 14,51 anos. confusão de identidade.
emigrantes. c) Erikson Psychosocial Stage Limitações: A relação entre o
Justificação: Inventory (EPSI); Center for desenvolvimento da identidade
Ambiguidade Epidemiologic Studies e os sintomas depressivos
relativamente à relação Depression Scale (CES-D). continua a ser mal
direcional entre compreendida. Amostra
desenvolvimento da composta por emigrantes que
identidade e depressão. já experienciam, à partida,
dificuldades acrescidas no
desenvolvimento da
identidade.

Schwartz, S. J., et al. a) Estudo longitudinal de 5 anos, Resultados: A falta de um


2012. com 1 ano de intervalo entre autoconceito claro ou coerente
cada avaliação, feita através parece levar ao
Objetivo: Verificar os de escalas e questionários. desenvolvimento de altos
efeitos longitudinais entre b) Amostra clínica (n=923 níveis de depressão e
as dimensões do holandeses); M(idade)= 12,4 ansiedade
desenvolvimento da anos. Limitações: A identidade foi
identidade, bem como para c) Self-Concept Clarity (SCC); medida somente no domínio da
mapear a interação entre Utrecht- Management of Educação e Amizades.
estes processos de Identity Commitments Scale
identidade com ansiedade e (U-MICS); Screen for Child

16
17

sintomas depressivos no Anxiety Related Emotional


início da adolescência. Disorders (SCARED);
Justificação: Os efeitos Children’s Depression
longitudinais entre o self e Inventory (CDI).
os processos de identidade,
e entre estes processos e os
sintomas internalizantes,
não são bem
compreendidos.

Referências

Becht, A. I., Luyckx, K., Nelemans, S. A., Goossens, L., Branje, S. J., Vollebergh, W. A., &
Meeus, W. H. (2019). Linking identity and depressive symptoms across adolescence: A
multisample longitudinal study testing within-person effects. Developmental Psychology,
55(8), 1733.
Carter, M. J. (2017). How self-perceptions of identity change in person, role, and social
identities relate to depression. Identity, 17(4), 282-296.
Hatano, K., Sugimura, K., & Luyckx, K. (2020). Do identity processes and psychosocial
problems intertwine with each other? Testing the directionality of between-and within-
person associations. Journal of Youth and Adolescence, 49(2), 467-478.
Hayward, L. E., Vartanian, L. R., Kwok, C., & Newby, J. M. (2020). How might childhood
adversity predict adult psychological distress? Applying the identity disruption model to
understanding depression and anxiety disorders. Journal of affective disorders, 265, 112-
119.
Luyckx, K., Klimstra, T. A., Duriez, B., Van Petegem, S., & Beyers, W. (2013). Personal
identity processes from adolescence through the late 20s: Age trends, functionality, and
depressive symptoms. Social Development, 22(4), 701-721.
Meca, A., Rodil, J. C., Paulson, J. F., Kelley, M., Schwartz, S. J., Unger, J. B., ... & Zamboanga,
B. L. (2019). Examining the directionality between identity development and depressive
symptoms among recently immigrated Hispanic adolescents. Journal of youth and
adolescence, 48(11), 2114-2124.
Schwartz, S. J., Klimstra, T. A., Luyckx, K., Hale, W. W., & Meeus, W. H. (2012).
Characterizing the self-system over time in adolescence: Internal structure and
associations with internalizing symptoms. Journal of Youth and Adolescence, 41(9),
1208-1225.

17
18

Anexo D) Estudo dos instrumentos sobre identidade


Estudos dos instrumentos sobre identidade
Autor/Data/Instrumento/ Tipo de instrumento Informação psicométrica
Objetivo
Campbell, J.D., et al. Escala com 12 itens. Consistência interna (=0.86).
1996. Escala de Likert de 5 pontos (1- Estabilidade temporal
Discordo fortemente; 5- Concordo (=0,79).
Self-Concept Clarity Scale fortemente). Itens estão positivamente inter-
(SCCS). Mede a clareza do relacionados, com correlações
autoconceito (Avalia se o que variavam entre 0,10 e
autoconceito é claro, 0,58.
confiantemente definido,
internamente consistente, e
temporalmente estável).
Crocetti, E., et al. 2015. Escala com 13 itens.
Escala de Likert de 5 pontos (1-
Utrecht-Management of Completamente falso; 5-
Identity Commitments Completamente verdade).
Scale (U-MICS). Avalia Tradução portuguesa disponível.
processos de compromisso
de identidade, exploração
profunda e reconsideração
dos compromissos.
Luyckx, K., et al. 2008. Escala com 25 itens. Consistência interna (=0.84)
Escala de Likert de 5 pontos (1-
Dimensions of Identity Discordo fortemente; 5- Concordo
Development Scale fortemente).
(DIDS). Avalia 5 Tradução portuguesa disponível.
dimensões da identidade
(compromisso;
identificação com
compromisso; exploração
abrangente; exploração
profunda; exploração
ruminativa).
Rosenthal, D.A., et al. Escala com 72 itens. Consistência interna (=0.69)
1981. Escala de Likert de 5 pontos (1-
Raramente verdade; 5- Quase
Erikson Psychosocial sempre verdade).
Inventory Scale (EPSI).
Avalia os 6 estádios do
desenvolvimento da
identidade: Confiança;

18
19

Autonomia; Iniciativa;
Indústria; Identidade;
Intimidade.

Referências

Campbell, J.D., Trapnell, P.D., Heine, S.J., Katz, I.M., Lavallee, L.F., Lehman, D.R., 1996.
Self-concept clarity: measurement, personality correlates, and cultural boundaries. J. Pers.
Soc. Psychol. 70, 141. https://doi.org/10.1037/0022-3514.70.1.141.
Crocetti, E., Cieciuch, J., Gao, C. H., Klimstra, T., Lin, C. L., Matos, P. M., Meeus, W. (2015).
National and gender measurement invariance of the Utrecht-Management of Identity
Commitments Scale (U-MICS). Assessment, 22, 753–768.
http://dx.doi.org/10.1177/1073191115584969
Luyckx, K., Schwartz, S. J., Berzonsky, M. D., Soenens, B., Vansteenkiste, M., Smits, I., &
Goossens, L. (2008). Capturing ruminative exploration: Extending the four-dimensional
model of identity formation in late adolescence. Journal of research in personality, 42(1),
58-82
Rosenthal, D.A., Gurney, R.M., & Moore, S.M. (1981). From trust on intimacy: a new
inventory for examining Erikson’s stages of psychosocial development. Journal of Youth
and Adolescence, 10, 525–537. 10.1007/BF02087944.

19
20

Anexo D) Estudo dos instrumentos sobre depressão

Estudos dos instrumentos sobre depressão


Autor/Data/Instrumento/ Tipo de instrumento Informação psicométrica
Objetivo
Henry, J.D., & Crawford, Escala com 21 itens. Consistência interna (=0.88).
J.R. 2005. Escala de Likert de 4 pontos (0-
Não se aplica de maneira
Depression Anxiety Stress nenhuma; 3- Aplica-se bastante).
Scale (DASS-21). Medida Tradução portuguesa disponível.
de auto-relato de
depressão, ansiedade e
stress.

Martin, A., et al. 2006. Escala com 9 itens. Consistência interna (=0.89).
Escala de Likert de 4 pontos (0-
Patient Health Nunca; 3- Quase todos os dias).
Questionnaire depression Tradução portuguesa disponível.
module (PHQ-9). Medida
de auto-relato de sintomas
depressivos.

Radloff, L. S. 1977. Escala com 20 itens. Consistência interna (=0.90).


Escala de Likert de 4 pontos (0- Estabilidade temporal
Center for Epidemiologic Raramente; 3- A maior parte do (=0,57).
Studies Depression Scale tempo).
(CES-D). Medida de auto- Tradução portuguesa disponível.
relato de
sintomas depressivos.
Reynolds, W. 2000. Escala com 30 itens. Consistência interna (=0.93).
Escala de Likert de 4 pontos (1-
Reynolds Adolescent Raramente; 4- A maior parte do
Depression Scale –2nd tempo).
edition (RADS-2). Medida
de auto-relato de sintomas
depressivos, destinado a
adolescentes.

20
21

Referências
Henry, J.D., Crawford, J.R. (2005). The short-form version of the depression anxiety stress
scales (DASS-21): construct validity and normative data in a large non-clinical sample.
Br. J. Clin. Psychol. 44, 227–239.
Martin, A., Rief, W., Klaiberg, A., & Braehler, E. (2006). Validity of the brief patient health
questionnaire mood scale (PHQ-9) in the general population. General Hospital Psychiatry,
28, 71–77.
Radloff, L. S. (1977). The CES-D Scale. Applied Psychological Measurement, 1, 385–401.
http://dx.doi.org/10.1177/014662167700100306
Reynolds, W. (2000). Reynolds Adolescent Depression Scale–2nd edition (RADS-2). Odessa,
FL: Psychological Assessment Resources.

Escolha dos instrumentos

Para medir a identidade, foi selecionado o DIDS (Dimensions of Identity Development


Scale) (Luyckx, K., et al., 2008). A escolha deste instrumento deve-se ao facto de medir as
cinco dimensões da identidade (compromisso, identificação com compromisso, exploração
abrangente, exploração profunda e exploração ruminativa) e de consistir num número
adequado de itens (25 itens). A versão portuguesa da escala está disponibilizada e apresenta
uma consistência interna satisfatória (.84), sendo também, o instrumento mais completo e
recente.

Para medir a depressão, foi selecionado o DASS-21 (Depression Anxiety Stress Scale)
(Henry, J.D., & Crawford, J.R., 2005) e o PHQ-9 (Patient Health Questionnaire depression
module) (Martin, A., et al., 2006). A escolha destes instrumentos deve-se ao facto de serem
mais recentes e constituídos por um número reduzido de itens (21 itens e 9 itens,
respetivamente), o que torna a aplicabilidade rápida. Ambos têm traduções portuguesas
disponibilizadas e conferem uma consistência interna satisfatória (.88 e .89, respetivamente).
A primeira escala mede não só a depressão, como a ansiedade e stress, tornando a aquisição
dos dados mais completa.

21
22

Anexo E) Descrição do método utilizado

O estudo em questão centra-se na investigação da associação entre o desenvolvimento


da identidade e sintomas de depressão, sendo correlacional. Estes estudos são utilizados para
avaliar até que ponto os modelos conceptuais gerados a partir de teorias e investigações
anteriores se adequam aos dados. Sendo que é um estudo correlacional, não se pode inferir
causalidades (Barker et al., 2015), a exploração ruminativa da identidade está associada a
sintomas de depressão (Luyckx, K., et al. 2013), no entanto não se pode confirmar que este
tipo de exploração identitária cause sintomas de depressão.
O desenvolvimento da identidade é composto por 5 dimensões: exploração abrangente,
compromisso, exploração profunda, identificação com o compromisso e exploração
ruminativa (Luyckx, K., et al. 2013). É expectável que a exploração abrangente, compromisso,
exploração profunda e identificação com o compromisso tenham uma correlação negativa com
sintomas depressivos, e que a exploração ruminativa tenha uma correlação positiva com
sintomas depressivos.
A variável independente é a dimensão da identidade e a variável dependente, os
sintomas depressivos. Ambas as variáveis são quantitativas, logo, deve-se proceder à aplicação
do teste de significância do Coeficiente de correlação de Pearson (Marôco, 2018), e fazer a
correlação entre as dimensões da identidade e os sintomas de depressão, nos 5 momentos de
avaliação. O teste escolhido permite observar se existe uma correlação entre duas variáveis,
podendo tomar valores entre -1 e 1 (Marôco, 2018). Para estudar a direccionalidade entre
desenvolvimento da identidade e sintomas depressivos será aplicado o modelo Cross-Lagged
Panel, de forma a poder examinar as duas variáveis medidas repetidamente em cinco
momentos diferentes (CLPM; Hamaker et al., 2015).
O delineamento é longitudinal, uma vez que a medição das variáveis é feita no decorrer de
5 anos (Marôco, 2018).

Referências
Barker, C., Pistrang, N., & Elliott, R. (2015). Research methods in clinical psychology: An
introduction for students and practitioners. John Wiley & Sons.
Hamaker, E. L., Kuiper, R. M., & Grasman, R. P. (2015). A critique of the cross-lagged panel
model. Psychological methods, 20(1), 102.
Marôco, J. (2018). Análise Estatística com o SPSS Statistics.: 7a edição. ReportNumber, Lda.

22
23

Anexo F) Carta sobre o consentimento informado

ISPA – Instituto Universitário de Ciências Psicológicas, Sociais e da Vida


Rua Jardim do Tabaco, 34
1149 – 041, Lisboa

Exm.(a) Sr.(a),

Eu, Leonor Moura, solicito a sua participação no presente estudo, cujo objetivo é
averiguar a relação entre o desenvolvimento da identidade e sintomas de depressão
com idades compreendidas entre os 16 e os 20 anos. Para esse efeito, ser- lhe-á
pedido o preenchimento de duas escalas, em cinco momentos distintos, uma vez por
ano, durante 5 anos.

Sublinha-se que a participação é voluntária e que poderá desistir a qualquer


momento, sem qualquer prejuízo. Os dados serão usados para fins académicos e
mantidos totalmente anónimos. O tempo máximo esperado é de 30 minutos no
preenchimento das duas escalas. Caso aceite participar, peço que responda de
forma fidedigna a todas as questões, tendo em mente que não existem respostas
certas ou erradas.

Esta experiência decorrerá de acordo com as normas deontológicas e éticas


previstas, pelo que não se prevê qualquer dano para os participantes. Para qualquer
esclarecimento poderá entrar em contacto através do 27376@alunos.ispa.pt.

Declaro que li e aceito as condições deste estudo,

O(A) participante: ______________________


A investigadora: ________________________

Lisboa, ____de___________ de 20___

23
24

Anexo G) Exemplares dos instrumentos

DIDS, Escala das Dimensões do Desenvolvimento da Identidade de 25 itens, Luyckx, K.,


Schwartz, S., Berzonsky, M., Soenens, B., Vansteenkiste, M., Smits, I., e Goossens, L., 2008.

Lugar, A. S. L. D. (2017). Escala das dimensões do desenvolvimento da identidade:


Contributos para a adaptação e validação para a população portuguesa (Master's thesis).

24
25

DASS-21, Escala de Depressão, Ansiedade e Stress de 21 itens, Henry, J., Crawford, J., 2005.

Ribeiro, J. L. P., Honrado, A. A. J. D., & Leal, I. P. (2004). Contribuição para o estudo da
adaptação portuguesa das escalas de ansiedade, depressão e stress (EADS) de 21 itens de
Lovibond e Lovibond. Psicologia, saúde & doenças, 2229-239.

25
26

Anexo H) Paradigma e Modelo da Psicologia

O projeto em causa enquadra-se num paradigma pós-positivista. Trata-se de um estudo


correlacional com uma amostra considerável, instrumentos objetivos e uma metodologia
quantitativa de recolha e analise de dados, características associadas a uma pesquisa tradicional.
O pesquisador assume uma posição neutra, não intervindo (Soeiro, 2012). O estudo tem como
objetivo responder a questões através de verificação empírica, baseando-se no facto de que a
realidade pode ser mensurável (Soeiro, 2012). É expectável que os resultados possam ser
generalizados através de uma lei geral (Soeiro, 2012). Relativamente à natureza da realidade,
trata-se de realismo critico, ou seja, assume-se que a realidade existe, mas que é apreendida tendo
em conta as características da realidade subjetiva do individuo, o que pressupõe um exame crítico.
A posição epistemológica é dualista e objetiva. A natureza do método é experimental
manipulativa/modificada, procura colmatar as limitações do paradigma positivista fazendo o
estudo em meio natural, solicitando o ponto de vista dos participantes para compreender os
significados e motivações.

O modelo da corrente investigação é transacional, pelo facto de definir a psicologia como


“a mudança nas relações entre os aspectos psicológicos e o contexto das entidades holiś ticas”
(Werner, et. al, 1992). A questão da investigação resulta da interceção de diversos fatores que
dependem uns dos outros para a criação de significado, fatores como, o individuo e os mecanismos
psicológicos que ocorrem num determinado espaço e tempo (Werner, et. al, 1992), neste caso
sintomas depressivos no decorrer da formação da identidade no final da adolescência. A definição
do individuo e do contexto em que está inserido, dependem mutuamente um do outro (Werner, et.
al, 1992). A unidade de análise da investigação é a mudança, a posição epistemológica é subjetiva,
o tipo de explicação formal e o objeto de estudo passa pelo tempo e mudança (Werner, et. al,
1992).

Referências

Soeiro, E. (2012). Paradigmas de Investigação.


Werner, C. M., Altman, I. & Brown, B. B. (1992). A transactional Approach to interpersonal
relations: Physical environment, social context and temporal qualities. Journal of Social
Personality relationships, 9, 297-323.

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