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CONSULTA DE ENFERMAGEM EM SAÚDE DA

MULHER – CONSULTA GINECOLÓGICA NA


ATENÇÃO PRIMÁRIA EM SAÚDE

Curso de Enfermagem
Disciplina: Saúde da Mulher
Profa Enfa Ms. Thaís Morengue Di Lello Boyamian
Profa Obs Ms. Nathália Ruder Borçari
➢Conhecer o protocolo de
consulta ginecológica de
enfermagem na Unidade
Básica de Saúde
➢Aprender o exame clínico
das mamas
➢Aprender o exame clínico
ginecológico e a coleta do
exame citopatológico
➢Compreender o papel do
enfermeiro na saúde da
mulher no âmbito da
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM atenção básica de saúde.
LEI DO EXERCÍCIO
PROFISSIONAL DE https://portal.coren-sp.gov.br/wp-
ENFERMAGEM Nº 7.498/86 content/uploads/2018/11/Codigo-de-etica.pdf

É privativo do enfermeiro :

1. Consulta de enfermagem;

2. Prescrição de medicamentos estabelecidos em


programas de saúde pública e em rotina aprovada
pela instituição de saúde;

3. Deve incluir o processo de enfermagem: histórico,


exame físico, diagnóstico, prescrição e evolução de
enfermagem;

4. Deve possibilitar a assistência à mulher de forma


integral
PORTARIA 2436/2017 DO MINISTÉRIO
DA SAÚDE
▪ Aprova a Política Nacional de Atenção Básica
▪ 4.2. São atribuições específicas dos profissionais das equipes que atuam na Atenção
Básica:
▪ 4.2.1 - Enfermeiro:
▪ II - Realizar consulta de enfermagem, procedimentos, solicitar exames
complementares, prescrever medicações conforme protocolos, diretrizes clínicas e
terapêuticas, ou outras normativas técnicas estabelecidas pelo gestor federal,
estadual, municipal ou do Distrito Federal, observadas as disposições legais da
profissão;

https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prt2436_22_09_2017.html
LEITURA
INDICATIVA:
5.4 – Aplicação do processo de
enfermagem em estratégia da saúde
da família (ESF/PSF) e unidade básica
de saúde (UBS)
Paginas 96 a 103

https://portal.coren-
sp.gov.br/sites/default/files/SAE-web.pdf
LEITURA
INDICATIVA:

https://portal.coren-sp.gov.br/wp-
content/uploads/2022/05/protocolo-de-enfermagem-
na-atencao-primaria-a-saude-modulo-1-saude-da-
mulher.pdf
AMBIENTE DA CONSULTA E POSTURA DO
ENFERMEIRO
• Garantir ambiente tranquilo, seguro, íntimo e exclusivo
• Garantir sigilo e estabelecer um relacionamento de
confiança com a mulher
• Não julgar
• Praticar escuta qualificada
• Ser empático
• Fornecer todas as orientações necessárias quanto aos
procedimentos a serem realizados, condutas e cuidados
• Permitir e estimular a presença de um acompanhante
ETAPAS DA CONSULTA DE ENFERMAGEM
1. Anamnese
2. Exame Físico Geral
3. Exame Clínico das Mamas
4. Exame da Genitália
5. Exame Citopatológico
6. Registro das informações – preenchimento da ficha Clínico-Ginecológica e
Cartão da Mulher
1ª ETAPA - ANAMNESE
• IDENTIFICAÇÃO
ANAMNESE • MOTIVO DA CONSULTA
• RELIGIÃO
• CONHECIMENTOS SOBRE QUESTÕES PERTINENTES À
SAÚDE
• CONDIÇÕES DE MORADIA
• HÁBITOS DE VIDA
• SONO E REPOUSO
• SEXUALIDADE
• ESTADO NUTRICIONAL
• ANTECEDENTES PESSOAIS E FAMILIARES
2ª ETAPA – EXAME FÍSICO
GERAL
EXAME FÍSICO GERAL
1. Avaliar estado geral e nível de consciência

2. Verificar SSVV (FR, FC, T°, PA, Dor – 5º sinal vital)

3. Verificar medidas antropométricas: peso e altura - IMC


EXAME FÍSICO GERAL:
CÉFALOCAUDAL,
COMPLETO
➢ Inspeção, Percussão, Palpação e Ausculta
1. Avaliar mucosas (integridade e coloração) e
pele (integridade, coloração e turgor);
2. Realizar ausculta cardíaca e pulmonar;
3. Exame abdominal
4. Avaliar MMII: varizes, edema e perfusão
periférica
5. Orientar à mulher para tirar suas roupas
quando necessário – evitar exposição
desnecessária
3ª ETAPA – EXAME CLÍNICO
DAS MAMAS E AUTOEXAME
EXAME CLÍNICO DAS MAMAS: ANATOMIA
CÂNCER DE MAMA
• O câncer de mama é o que mais acomete mulheres
em todo o mundo, constituindo a maior causa de
morte por câncer nos países em desenvolvimento.
• Estimativa de novos casos de CA de mama em
mulheres: 73.610, sendo 66,54 casos novos a cada
100.000 mulheres (INCA – Triênio 2023- 2025)
• Número de mortes: 17.825 óbitos por câncer de
mama feminina, o equivalente a um risco de 16,47
mortes por 100 mil mulheres (BRASIL, 2022;
INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER JOSÉ ALENCAR
GOMES DA SILVA, 2020a).

https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files//media/document//estimativa-2023.pdf
CÂNCER DE MAMA
Problema de saúde publica no Brasil: o Brasil ainda apresenta falhas na
abordagem dessa importante morbidade e seu diagnóstico e tratamento,
muitas vezes, não são realizados em tempo oportuno, gerando menor
sobrevida (em cinco anos) das pessoas diagnosticadas, em comparação com
países desenvolvidos.

Nas últimas três décadas, a mortalidade por câncer de mama aumentou no Brasil
e esse crescimento é decorrente, em parte, do aumento da incidência devido a
uma maior exposição das mulheres a fatores de risco consequentes do processo
de urbanização e de mudanças no estilo de vida, agravados pelo envelhecimento
populacional que ocorreu no Brasil de forma intensa (MIGOWSKI, 2018).
CÂNCER DE MAMA / FATORES DE RISCO
PREVENÇÃO
30% dos casos de
câncer de mama
podem ser evitados
com a adoção de
hábitos saudáveis

- Atividade física
- Controle de peso
- Alimentação
- Amamentação
- Evitar hormônios
sintéticos
- Evitar bebidas
alcoólicas
- Evitar fumo ativo
e passivo
https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/gestor-e-profissional-de-saude/controle-do-cancer-de-mama/fatores-de-risco
CÂNCER DE MAMA / DETECÇÃO PRECOCE

• O câncer de mama pode ser percebido em fases iniciais, na maioria dos casos, por
meio dosseguintes sinais e sintomas:

➢ Nódulo (caroço), fixo e geralmente indolor: principal manifestação da doença.


Presente em cerca de 90% dos casos quando o câncer é percebido pela mulher
➢ Pele da mama avermelhada, retraída ou parecida com casca de laranja
➢ Alterações no mamilo (papila, “bico do peito”)
➢ Pequenos nódulos nas axilas ou no pescoço
➢ Saída espontânea de secreção anormal pelos mamilos
EXAME FÍSICO - EXAME CLÍNICO DAS MAMAS (ECM)
• Objetivo: Investigação para detecção precoce do câncer da mama e investigar alterações
• O ECM deve ser efetuado rotineiramente em mulheres a partir dos 40 anos (INCA 2019),
preferencialmente na primeira semana após a menstruação considerando a
periodicidade a seguir

Mulheres com/sem risco: anualmente


Mulheres que detectarem anormalidade no autoexame das mamas: imediatamente

• Em relação à idade das pacientes, os carcinomas são menos frequentes antes dos 40
anos
• A história familiar relaciona-se intimamente com o câncer de mama
EXAME FÍSICO -
EXAME CLÍNICO DAS
MAMAS (ECM)
O exame das mamas compreende as
seguintes etapas:

1. Inspeção estática;
2. Inspeção dinâmica;
3. Palpação axilar e rede ganglionar;
4. Palpação do tecido mamário;
5. Expressão papilar
EXAME FÍSICO - EXAME CLÍNICO DAS MAMAS (ECM)
ASSIMETRIA ECZEMA GÂNGLIOS LINFÁTICOS
1º INSPEÇÃO ESTÁTICA

- Observar a simetria, retrações


ou presença de edema cutâneo
das mamas, o aspecto das aréolas
e papilas, procurando identificar RETRAÇÕES ULCERAÇÕES NÓDULOS
áreas de ulceração ou eczemas
(doenças dermatológicas que
provocam inflamação ou irritação
da pele).
EXAME FÍSICO - EXAME CLÍNICO DAS MAMAS (ECM)
2º INSPEÇÃO DINÂMICA

- Solicitar a mulher que eleve os braços lentamente, acima de sua cabeça, de


maneira que saliente abaulamentos e retrações

- A seguir, pedir a mulher que coloque


os braços na cintura e aperte-a, para
que através da compressão dos
músculos peitorais, sejam
evidenciados abaulamentos e
retrações
EXAME FÍSICO - EXAME CLÍNICO DAS MAMAS (ECM)
3º PALPAÇÃO AXILAR E CADEIA GANGLIONAR

- Com a mulher sentada, palpar


cuidadosamente a axila usando a
mão contralateral da axila
examinada, enquanto o braço da
mulher descansa sobre o seu
antebraço
- O examinador pode estar localizado
à frente ou por detrás da mulher.
- Visa detecção de linfonodos
EXAME FÍSICO - EXAME CLÍNICO DAS
MAMAS (ECM)
4º PALPAÇÃO DO TECIDO MAMÁRIO

- Com a mulher confortavelmente


deitada e com as duas mãos sob a
cabeça, o profissional procura, por meio
de manobra de dedilhamento da
mama, identificar nódulos suspeitos.

- A seguir, realiza a palpação mais


profunda da mama utilizando as polpas
digitais
MOVIMENTOS EM MOVIMENTOS EM
MOVIMENTOS VERTICAIS
QUADRANTE ESPIRAL
QSE QSI

QI/SE: quadrante inferior/superior externo


QIE QII QI/SI: quadrante inferior/superior interno
EXAME FÍSICO - EXAME CLÍNICO DAS
MAMAS (ECM)
5º EXPRESSÃO PAPILAR
- Com a mulher confortavelmente
sentada, comprimir e deslizar as
bordas da aréola cuidadosamente
com dedos polegar e indicador

- Visualizar possível derrame papilar:


coloração, quantidade, aspecto e
frequência
ATENÇÃO!

Recomenda-se que os profissionais de saúde


estimulem a mulher a ter uma postura de
alerta, sendo orientada sobre as mudanças
habituais das mamas e quais são os principais
sinais da doença. A palpação ocasional da
mama pode ser realizada sempre que a
mulher se sentir confortável, porém não é
recomendada a necessidade de orientação
para que a mulher realize sistematicamente
o autoexame da mama, pois ensaios clínicos
não demonstraram a redução da mortalidade
e há um aumento acentuado do número de
solicitação de biópsias com achados benignos
(Inca, 2019).
• Nódulo ou espessamento que pareçam
diferentes do tecido das mamas.
CINCO ALTERAÇÕES • Mudança no contorno das mamas (retração,

QUE DEVEM CHAMAR abaulamento).

A ATENÇÃO DA • Desconforto ou dor em uma única mama que

MULHER (SINAIS DE seja persistente.

• Mudanças no mamilo (retração e desvio).


ALERTA): • Secreção espontânea pelo mamilo,
principalmente se for unilateral.
EXAMES COMPLEMENTARES - MAMOGRAFIA
• Mamografia
- Radiografia da mama (mamógrafo) que permite a
detecção precoce do câncer, capaz de mostrar
lesões muito pequenas, em fase inicial
- Periodicidade: mulheres sem sintomas entre 50 a
69 anos, bianual (MS e OMS)
- FEBRASGO (2022) indica rastreamento a partir dos
40 anos
- Recomenda-se nos casos de exame clínico
suspeito e em mulheres com situação de alto
risco.
EXAMES COMPLEMENTARES - MAMOGRAFIA

• Mamografia
- É necessária a compressão das mamas, sendo
realizadas duas incidências (crânio-caudal e
médio-lateral oblíqua) em cada.
- Orientar quanto ao possível desconforto
provocado pela mamografia.
- Cada mulher têm uma sensibilidade diferente
da outra. Atenção para queixas de dor no
momento do exame.
EXAMES COMPLEMENTARES - BIÓPSIA
• Um nódulo ou outro sintoma suspeito nas mamas deve ser
investigado para confirmar se é ou não câncer de mama.
• Para a investigação, além do exame clínico das mamas,
exames de imagem podem ser recomendados, como
mamografia, ultrassonografia, entre outros.
• A confirmação diagnóstica só é feita por meio da biópsia,
técnica que consiste na retirada de um fragmento do nódulo
ou da lesão suspeita por meio de punções (extração por
agulha) ou de uma pequena cirurgia.
• O material retirado é analisado pelo patologista para a
definição do diagnóstico.
TRATAMENTO DO CA DE MAMA
• O tratamento do câncer de mama depende da fase em que a doença se encontra
(estadiamento) e do tipo do tumor.

• Pode incluir cirurgia, radioterapia, quimioterapia, hormonioterapia e terapia biológica


(terapia alvo).

• Quando a doença é diagnosticada no início, o tratamento tem maior potencial curativo.

• Se a doença já possuir metástases (quando o câncer se espalhou para outros órgãos), o


tratamento busca prolongar a sobrevida e melhorar a qualidade de vida.
4ª ETAPA – EXAME DAS
GENITÁLIAS
EXAME FÍSICO - EXAME GINECOLÓGICO

• Este exame depende da colaboração da paciente e do


cuidado do profissional em demonstrar segurança em
sua abordagem;

• Algumas pacientes, por temor, nervosismo e pudor, não


conseguem atingir o relaxamento muscular do assoalho
pélvico, dificultando o exame
EXAME FÍSICO - EXAME GINECOLÓGICO
O exame ginecológico compreende as seguintes etapas:

1. Exame dos órgãos genitais externos;

- Inspeção

2. Exame dos órgãos genitais internos;

- Toque simples (bidigital)

- Toque combinado (bimanual)

- Exame especular
EXAME FÍSICO - EXAME GINECOLÓGICO
1. Exame dos órgãos genitais
externos
Inspeção vulvar: condições de
higiene, presença de ulcerações
ou lacerações, aumento das
glândulas de Bartholin e Skene,
aumento de secreção vaginal e
suas características, varizes
vulvares, presença de vesículas
(herpes genital), coloração e
implantação dos pêlos
Ulcerações

Herpes genital
Glândula de Bartholin inflamada

Corrimento vaginal
EXAME FÍSICO - EXAME GINECOLÓGICO
2. Exame dos órgãos genitais
internos
- Realizado por meio do toque
vaginal e exame especular

- Coleta de material para


colpocitologia oncótica (exame
colpocitológico/citológico –
exame Papanicolau) deve
preceder o toque
EXAME FÍSICO - EXAME GINECOLÓGICO
2. Exame dos órgãos genitais internos:
toque vaginal

- Simples digital: realizado com os dedos


indicador e médio de uma das mãos

- Avalia assoalho pélvico, tonicidade,


modificações na vagina e colo do útero
EXAME FÍSICO - EXAME GINECOLÓGICO
2. Exame dos órgãos genitais internos:
toque vaginal

- Combinado: realizado com as duas


mãos, uma vaginal e outra abdominal

- Avalia características da vagina, colo do


útero e útero
EXAME FÍSICO - EXAME GINECOLÓGICO

2. Exame dos órgãos genitais internos:


exame especular

- Exame realizado com o auxílio de um


espéculo vaginal, possibilitando a
visualização as partes acessíveis do
aparelho genital (vagina e colo do útero)
EXAME FÍSICO - EXAME GINECOLÓGICO
2. Exame dos órgãos genitais internos: exame especular
- Introdução especular
➢ solicitar relaxamento da paciente
➢ coloca-lo obliquamente
➢ promover rotação do espéculo posicionando a
borboleta pigmentada para baixo
➢ Promover rotação da borboleta para abrir o
espéculo e realizar o movimento contrário para
fechá-lo
➢ Evitar fechar por completo para evitar lesões
EXAME FÍSICO - EXAME GINECOLÓGICO
2. Exame dos órgãos genitais internos: exame especular

- Presença de corrimento vaginal – TESTE DE WHIFF

➢ Coletar pequena quantidade do corrimento, depositando em uma

lâmina, adicionando em seguida 1 a 2 gotas do KOH a 10% (hidróxido

de potássio) → liberação de aminas presente na flora vaginal

➢ Presença de odor fétido (“peixe podre”): teste de Whiff positivo

indicativo de vaginose bacteriana/tricomoniase.


5ª ETAPA – EXAME
CITOPATOLÓGICO
EXAME CITOPATOLÓGICO
• Consiste na análise das células oriundas da ectocérvice e da endocérvice, extraídas por
raspagem do colo do útero.
• Indicação: Toda mulher que tem ou já teve atividade sexual, especialmente se estiver
na faixa etária dos 25 aos 64 anos de idade
• Periodicidade

Coleta a cada três anos após dois resultados com intervalo de


um ano negativos para lesão

• Deve, também, ser realizado se o resultado anterior justificar a coleta;


EXAME CITOPATOLÓGICO

• O rastreamento pode ser interrompido após os 64 anos se a paciente tiver dois


exames negativos consecutivos nos últimos cinco anos.
• O exame físico ginecológico deve fazer parte da avaliação ginecológica
periódica, independentemente de as mulheres não possuírem mais indicação de
rastreamento de câncer do colo uterino.

http://www.febrasgo.org.br/images/pec/posicionamentos-febrasgo/FPS-N5-Maio-2022-portugues.pdf
EXAME CITOPATOLÓGICO
• Anatomia do colo do útero:
Internamente: canal cervical ou endocérvice,
revestida por uma camada única de células
colunares cilíndricas produtoras de muco
Externamente: contato com a vagina, é chamada
de ectocérvice, revestida por um tecido de várias
camadas de células planas (epitélio escamoso
estratificado)
Entre esses dois epitélios encontra-se a junção
escamocolunar (JEC), que é uma região que pode
estar tanto na ectocérvice como na endocérvice,
dependendo da situação hormonal da mulher.
EXAME CITOPATOLÓGICO / COMO FAZER?

Material necessário:
• Espéculo
• Espátula de Ayres
• Escova Cervical
• Lâmina
• Fixador
EXAME CITOPATOLÓGICO /
COMO FAZER?

1- Acolhimento da paciente
2- Orientação sobre o procedimento
3- Posicioná-la adequadamente e confortavelmente
4- Proceder ao preparo da coleta
5- Introduzir o espéculo. Conforme mencionado no
exame ginecológico
6- Visualizar o colo do útero
7- Proceder à coleta
( Ver check list na aula prática)
EXAME CITOPATOLÓGICO / COMO FAZER?

https://www.youtube.com/watch?v=AEo
fJcUah_U
EXAME CITOPATOLÓGICO Mulheres grávidas
podem fazer
Orientações à paciente para o dia da coleta do exame: tranquilamente o
preventivo sem
prejuízo para si ou
• Não ter relações sexuais com penetração vaginal, nem para o bebê.
mesmo com camisinha, 48 horas antes do exame;
• Não usar duchas ou medicamentos vaginais, 48 horas
antes do exame; DICA!
• Não deve ser feito quando estiver menstruada, pois a Indicações e Coleta do
presença de sangue pode alterar o resultado. Exame Citopatológico -
FIOCRUZ
https://www.youtube.com
/watch?v=7vWPRpkfh6A
CÂNCER DE COLO DE ÚTERO

• A presença do HPV representa o principal fator de


risco para o câncer de colo uterino;
•A infecção pelo HPV é muito comum, até 80% das
mulheres sexualmente ativas irão adquiri-la ao longo
de suas vidas;
• Na maioria das mulheres, a resposta imunológica
ajuda a eliminar a infecção por HPV de 12 a 24
meses. Com possibilidade de retorno.

https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files//media/document/deteccao-precoce-do-cancer_0.pdf
CÂNCER DE COLO DE ÚTERO

https://www.saberatualizado.com.br/2022/09/o-que-e-
• 150 tipos de HPV foram identificados: Oncogênicos mais
comuns tipo HPV16 (53%), HPV18 (15%), HPV45 (9%),
HPV31 (6%), HPV33 (3%)

papilomatose-vestibular.html
• A maior incidência de lesões pré-cancerígenas ocorre na
faixa etária de 35 a 49 anos.
• Antes dos 25 anos prevalecem lesões de baixo grau.

https://www.ginerio.com.br/hpv-papiloma-virus-humano/
Ainda assim, fazer o exame devido a atividade sexual.
• Estimativas de novos casos: 17.010 novos casos para
2023 (2022 - INCA)
• Número de mortes: Aproximadamente 4,60 óbitos a
cada 100 mil mulheres (2020 – INCA)
https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files//media/document/deteccao-precoce-do-cancer_0.pdf
• Fatores de risco

➢ Início precoce da atividade


sexual e múltiplos parceiros.
➢ Tabagismo (a doença está
diretamente relacionada à
quantidade de cigarros
fumados).
➢ Uso prolongado de pílulas
anticoncepcionais.

CÂNCER DE COLO DE ➢ Infecção pelo HPV

ÚTERO: FATORES DE RISCO


PREVENÇÃO DO HPV
• Diminuição do risco de contágio pelo Papilomavírus Humano (HPV).
•Sexo seguro
• Realização do exame preventivo (Papanicolau)
•Imunização contra HPV: meninas e meninos de 9 a 14 anos (foi ampliado em 2022 para
os meninos)
➢ A vacina protege contra os tipos 6, 11, 16 e 18 do HPV.
➢ tipos 6 e 11: causam verrugas genitais
➢ tipos 16 e 18: responsáveis por cerca de 70% dos casos de câncer do colo do útero.
➢Para mulheres com imunossupressão (diminuição de resposta imunológica),
vivendo com HIV/Aids, transplantadas e portadoras de cânceres, a vacina é indicada
até 45 anos de idade.
https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2022/setembro/saude-amplia-vacinacao-contra-meningite-e-hpv-entenda-o-que-muda
• O câncer do colo do útero é
uma doença de
desenvolvimento lento, que
pode não apresentar
sintomas em fase inicial.

• Nos casos mais avançados,


pode evoluir para
sangramento vaginal
intermitente (que vai e volta)
ou após a relação sexual,
secreção vaginal anormal e
dor abdominal associada a
CÂNCER DE COLO DE queixas
intestinais
urinárias ou

ÚTERO: SINAIS E SINTOMAS


CÂNCER DE COLO DE ÚTERO: DIAGNÓSTICO
• Exame pélvico e história clínica: exame da
vagina, colo do útero, útero, ovário e reto
através de avaliação especular, colpocitológico,
toque vaginal e toque retal.
• Colposcopia – permite visualizar a vagina e o
colo de útero com um aparelho chamado
colposcópio, capaz de detectar lesões anormais
nessas regiões
• Biópsia – se células anormais são detectadas é
necessário realizar uma biópsia, com a retirada
de pequena amostra de tecido para análise
microscópica.
CÂNCER DE COLO DE ÚTERO: DIAGNÓSTICO

Colposcopia –
Teste de Schiller
(solução de
lugol 2%)

Negativo Positivo
CÂNCER DE COLO DE ÚTERO: TRATAMENTO

• O tratamento para cada caso deve ser avaliado e orientado por um médico.
• Entre os tratamentos para o câncer do colo do útero estão a cirurgia, a
quimioterapia e a radioterapia.
• O tipo de tratamento dependerá do estadiamento (estágio de evolução) da doença,
tamanho do tumor e fatores pessoais, como idade da paciente e desejo de ter filhos.
• Se confirmada a presença de lesão precursora, ela poderá ser tratada a nível
ambulatorial, por meio de uma eletrocirurgia.
6ª ETAPA – REGISTRO DAS
INFORMAÇÕES
REGISTRO DE INFORMAÇÕES
• Todos os achados clínico-ginecológicos devem ser
devidamente detalhados e registrados no prontuário e na
agenda da mulher;

• Nenhuma informação considerada importante deve ser


omitida;

• Deve ser agendada uma data de retorno para que ocorra


uma continuidade da assistência e a queixa indicada pela
mulher seja solucionada ou amenizada
DICA DE ATIVIDADE PARA ESTUDO:
Realize um fluxograma das etapas da consulta de
enfermagem ginecológica na Atenção Primária de Saúde.

SUGESTÃO!
REFERÊNCIAS
BARROS, S.M.O.; MARIN, H.F.; ABRÃO, A.C.F.V. Enfermagem Obstétrica e Ginecológica: guia para a prática
assistencial. 2. ed. São Paulo: Roca, 2009.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Controle dos
cânceres do colo do útero e da mama. 2. ed. Brasília : Ministério da Saúde, 2013. Disponível em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/controle_canceres_colo_utero_2013.pdf

LOWDERMILK, D.L. et al. Saúde da Mulher e Enfermagem Obstétrica. 10ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Atenção à Saúde Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Proteger
e cuidar da saúde de adolescentes na atenção básica. Brasília: Ministério da Saúde, 2017. Disponível em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/proteger_cuidar_adolescentes_atencao_basica.pdf
REFERÊNCIAS
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Falando sobre câncer de mama. 2002. Disponível em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/falando_cancer_mama2.pdf

SECRETARIA DE SAÚDE DO ESTADO DE SÃO PAULO. Programa Estadual de Saúde do Adolescente. 2011.
Disponível em: http://www.saude.sp.gov.br/resources/ses/perfil/profissional-da-saude/acesso-
rapido/saude-do-adolescente/programa_saude_do_adolescente_objetivos_metas_resultados_ces.pdf

Brasil. Ministério da Saúde. Protocolo de atenção Básica. Saúde das Mulheres. Brasília – DF. 2016.
Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolos_atencao_basica_saude_mulheres.pdf

COREN-SP. PROTOCOLO DE ENFERMAGEM NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE


Módulo 1: Saúde da Mulher
https://portal.coren-sp.gov.br/wp-content/uploads/2022/05/protocolo-de-enfermagem-na-atencao-
primaria-a-saude-modulo-1-saude-da-mulher.pdf
MUITO OBRIGADA

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