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UNIVERSIDADE NILTON LINS

EM DIREITO

CASSYANE G. ANDRADE
VIVIANE TAYSSA PEREIRA DA SILVA

A IMPORTÂNCIA DO TÍTULO VI DO CÓDIGO PENAL (DOS CRIMES CONTRA


A DIGNIDADE SEXUAL) PARA A SOCIEDADE BRASILEIRA

MANACAPURU/AM
2023
CASSYANE G. ANDRADE
VIVIANE TAYSSA PEREIRA DA SILVA

A IMPORTÂNCIA DO TÍTULO VI DO CÓDIGO PENAL (DOS CRIMES CONTRA


A DIGNIDADE SEXUAL) PARA A SOCIEDADE BRASILEIRA.

ARTIGO CIENTIFICO PARA OBTENÇÃO DE NOTA


PARCIAL, REFERENTE AO SEGUNDO SEMESTRE DO 4°
PERIODO DE DIREITO, NA DISCIPLINA DE DIREITO
PENAL III- DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE
SEXUAL.

PROF. EDSON BESSA

MANACAPURU/AM
2023
A IMPORTÂNCIA DO TÍTULO VI DO CÓDIGO PENAL (DOS CRIMES CONTRA
A DIGNIDADE SEXUAL) PARA A SOCIEDADE BRASILEIRA.

Cassyane G. Andrade
Viviane Tayssa P. da Silva

RESUMO

O presente artigo tratará acerca da Importância do Título VI do Código Penal (Dos


crimes contra a dignidade sexual) para a sociedade Brasileira, onde serão analisados o
comportamento da sociedade do século XX e XXI, bem como, os impactos da mudança do
título penal que anteriormente tratava dos crimes contra os costumes, e como direito
fundamental, a dignidade sexual e o direito penal brasileiro estão interligados, para que assim,
se conclua a importância deste. O primeiro capítulo do artigo versará acerca do
comportamento da sociedade do século XX e XXI. Já no segundo capítulo serão tratados os
impactos da mudança do título penal que anteriormente tratava-se dos crimes contra os
costumes. No terceiro capítulo será analisado o direito fundamental a dignidade sexual e o
direito penal brasileiro. E por fim, conclui-se com a importância que tal título possui

PALAVRAS-CHAVE: Código Penal. Título VI. Crimes. Dignidade Sexual. Comportamento


sexual. Costumes. Violência sexual.

1. INTRODUÇÃO

O código penal alterou o Título VI da Parte Especial do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de


dezembro de 1940, e o art. 1° da Lei no 8.072, de 25 de julho de 1990, que dispõe sobre os
crimes hediondos, nos termos do inciso XLIII do art. 5o da Constituição Federal e revoga a
Lei no 2.252, de 1° de julho de 1954, que trata de corrupção de menores, por meio da lei
12.015 em 07 de agosto de 2009, onde, em seu título VI ficaram previstos ‘Os Crimes Contra
a Dignidade Sexual’, estes, anteriormente titulados como “Dos crimes contra os costume”. O
objetivo deste artigo é identificar os motivos que levaram a tal alteração e qual sua
importância para o direito penal brasileiro, serão analisados aspectos como características,
valores e costumes atuais de nossa sociedade, também serão considerados, a influência do
direito fundamental na alteração da referida lei. O artigo tem caráter cientifico, e foi elaborado
a parti de pesquisas e estudos doutrinários e jurisprudenciais.

2. DO COMPORTAMENTO DA SOCIEDADE DO SÉCULO XX E XXI

O antigo título VI do código penal “ Dos crimes contra os costumes”, tinha como foco
de proteção o comportamento sexual das pessoas perante a sociedade no século XX,
atualmente, já não traduzia a realidade dos bens juridicamente protegidos pelo mesmo, o qual,
tinham como características tópicos que pairavam concepções de autoritarismo e poder e de
padrão insuficiente de repressão aos crimes sexuais, seja por estigmas sociais, pelos valores
preconceituosos as pessoas da época, ou pela desatualização de seus termos e enfoques, o
qual, não atendia as situações reais de violação da liberdade sexual do indivíduo e do
desenvolvimento de sua sexualidade, em especial quando tais crimes são dirigidos contra
crianças e adolescentes, resultando, nesse caso, no descumprimento do mandamento
constitucional contido no art. 227, § 4º, de que " a lei punirá severamente o abuso, a violência
e a exploração sexual da criança e do adolescente". A mesma também não servia para
sancionar o crime contra o estupro, e nem alavancava questões coletivas, com a denominação
de hoje, é abrangido todas as pessoas. Agora, pode-se dizer que o novo título chega mais perto
de estar em consonância com a Constituição Federal de 1988 que traz no seu artigo 1º,
inciso III, a dignidade humana como princípio fundamental da pessoa humana.

Antes, a lei penal não interferia nas relações sexuais normais dos indivíduos, mas
reprimia as condutas anormais consideradas graves que afetassem a moral média da
sociedade. O foco da proteção jurídica foi mudado. Não se tem em vista a moral
média da sociedade, o resguardo dos bons costumes, isto é, o interesse de terceiros,
como bem jurídico mais relevante a ser protegido, mas a tutela da dignidade do
indivíduo, sob o ponto de vista sexual, em consonância com o perfil do Estado
Democrático de Direito. O objeto jurídico recebeu uma nova concepção com a
evolução da sociedade (CAPEZ, 2010, apud JUSBRSIL).

2. IMPACTOS DA MUDANÇA DO TÍTULO PENAL

A Lei 12.015/09 trouxe mudanças profundas nas leis relacionadas aos crimes sexuais
no Brasil. Uma das alterações mais significativas foi a integração do crime de atentado
violento ao pudor ao crime de estupro. Anteriormente, o estupro estava restrito ao
constrangimento à prática de relação sexual mediante violência ou ameaça grave, enquanto o
atentado violento ao pudor abrangia outros atos de natureza sexual.
Essa revisão legal buscou simplificar e fortalecer a proteção da dignidade sexual das
vítimas, eliminando a distinção entre esses dois tipos de crimes e removendo a presunção
automática de violência. Além disso, a lei introduziu circunstâncias agravantes, como lesões
graves ou morte da vítima, para impor penas mais severas.
Essas mudanças refletem a harmonização do Código Penal com os princípios da
Constituição Federal de 1988, que enfatiza a importância de proteger a dignidade da pessoa
humana. A reforma também foi uma resposta à triste realidade da exploração sexual de
crianças e adolescentes no Brasil, resultando em uma legislação mais eficaz e em uma
abordagem mais consciente por parte dos legisladores.
Apesar dos debates em torno da lei, é evidente que a sociedade está deixando para trás
a hipocrisia moral e está se tornando mais sensível aos direitos das vítimas, especialmente das
crianças, que frequentemente têm sua infância e inocência roubadas por crimes sexuais. A
dignidade sexual, associada a princípios de decência e respeito, é um valor fundamental, e a
legislação brasileira busca proteger essa dignidade e garantir a justiça para todas as vítimas de
crimes sexuais, independentemente de idade ou gênero.

4. DIREITO FUNDAMENTAL, A DIGNIDADE SEXUAL E O DIREITO E PENAL


BRASILEIRO

O relacionamento entre os Direitos Fundamentais, a Dignidade Sexual e o Direito


Penal Brasileiro é fundamental para proteger os direitos humanos e promover uma sociedade
justa e igualitária. Os Direitos Fundamentais são a base da Constituição e incluem igualdade,
liberdade, vida e dignidade. A Dignidade Sexual, por sua vez, é parte integrante da Dignidade
Humana e diz respeito ao direito de exercer a sexualidade de forma consensual e livre de
coerção.
O Direito Penal Brasileiro desempenha um papel crucial na proteção da Dignidade
Sexual, criminalizando condutas sexuais não consensuais, como estupro e assédio sexual. Ele
também protege crianças e adolescentes contra a exploração sexual, reconhecendo a
vulnerabilidade dessas faixas etárias.
Essa relação pode ser resumida da seguinte forma: o Direito Penal atua como um meio
para garantir o respeito à Dignidade Sexual, protegendo os Direitos Fundamentais
relacionados à liberdade e integridade pessoal. Portanto, a interconexão desses elementos é
essencial para construir uma sociedade em que todos possam viver com respeito, igualdade e
dignidade em todas as áreas de suas vidas, incluindo a esfera sexual.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Título VI do Código Penal Brasileiro, que trata dos Crimes Contra a Dignidade
Sexual, desempenha um papel fundamental na proteção dos direitos fundamentais, na
promoção da igualdade de gênero e na construção de uma sociedade mais justa e respeitosa
em relação à liberdade sexual e à integridade pessoal de todos os cidadãos. Ele não apenas
identifica e pune condutas que ameaçam a dignidade sexual, como estupro, assédio sexual e
exploração sexual, mas também busca prevenir esses crimes.
O Título VI reflete o compromisso do sistema legal em proteger a autonomia,
integridade e liberdade sexual das pessoas, independentemente de características como
gênero, idade ou orientação sexual. Além disso, atua como um meio de conscientização e
educação, estimulando debates e diálogos que contribuem para a transformação cultural e
social em direção a uma sociedade mais respeitosa e igualitária.
Em resumo, o Título VI vai além das leis e regulamentos; ele representa o
compromisso do Brasil em proteger e promover os direitos humanos e a dignidade de todos os
seus cidadãos, contribuindo para a construção de um país mais seguro, justo e respeitoso para
todos.

6. REFERÊNCIAS

JANAINA DOS SANTO. A mudança do bem jurídico "costumes" para a


dignidade sexual, alterou a proteção estatal dos delitos sexuais?. Artigo Online: Jusbrasil,
2017.

GRECO, Rogério. Crimes contra a dignidade sexual. Artigo Online: Jusbrasil,


2011.

PICON, Rodrigo. Crimes contra os Costumes. Artigo Online: Jus, 2019.

CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal-Parte Especial: Saraiva, 2010, vol.4.

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