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Fascículo No 2
O nível de profundidade:
O nível de profundidade é uma das características fundamentais na determinação dos objectivos.
Este concreta o nível de essência no que assimila-se cada conceito, lei, teoria ou quadro do mundo;
o grau de complexidade, multilateralidade ou riqueza na que domina-se cada habilidade.
O descobrimento do nível de profundidade, como uma característica fundamental dos objectivos dos
programas das disciplinas, estabelece a tendência de determinar as possíveis variantes dos
programas de cada disciplina docente, de acordo com os distintos cursos. O papel e o lugar de cada
disciplina no Plano de Estudo está dado não só pela localização do conteúdo nos esquemas lógicos
estructurais do curso, mas também pela função instructiva ou educativa que cumpra, com o fim de
capacitar ao estudante para trabalhar, uma vez graduado, num posto determinado da producção ou
dos serviços e, posteriormente, para promover a responsabilidades jerárquicamente superiores.
O conteúdo do ensino.
1. Doris Castelhanos: Os conteúdos de ensino representam aquela parte da cultura que é
intencionalmente seleccionada, segundo os interesses e as necessidades da sociedade, com o
propósito de que os estudantes apropriem-se dela no contexto da instituição escolar.
2. Danilov (1975): Os conteúdos do ensino são:
• O sistema de conhecimentos sobre a natureza, a sociedade, o pensamento, a técnica e os
modos de atuação, cuja assimilação e apropriação garantem a formação de uma imagem do mundo
e dá um enfoque metodológico da actividade cognitiva e práctica.
• O sistema de hábitos e habilidades gerais, intelectuais e prácticas, que são a base de
múltiplas actividades concretas.
• A experiência da actividade criadora, que gradualmente foi acumulando a humanidade
durante o processo da práctica social.
• O sistema de normas, de relações com o mundo, de uns com outros e que são a base das
convicções e ideais.
3. Cessar Coll (1992): Os conteúdos do ensino incluem:
• Os elementos declarativos ou conceituais:
- Os conhecimentos (os factos, os conceitos, os princípios).
• Os elementos procedimentais:
- Saber fazer.
- Aplicar os conhecimentos de forma autônoma (as destrezas, as estratégias, as técnicas, os
métodos, os algoritmos).
• Os elementos actitudinais:
- As normas.
- Os valores.
- As atitudes.
Os fatores que determinam a selecção dos conteúdos:
Social O desenvolvimento da economía A revolução Científico-técnica
O desenvolvimento da ciência
O desenvolvimento da cultura
Lógico O ordenamento
Psicólogico As características psíquicas dos alunos. Os níveis de assimilação
Didáctico A relação objectivo-conteúdo-método As condições
Os métodos de ensino:
O método como elo do Processo Ensino-Aprendizagem ocupa um papel preponderante na
actividade do professor e do estudante para alcançar os objectivos expostos. O êxito do Processo
Docente-Educativo depende, em grande medida, da sua correta direcção, onde ocupam um lugar
destacado os métodos de ensino.
O método podem-se definir como o sistema de acções sucessivas e conscientes do homem, que
tende a alcançar um resultado que corresponde-se com o objectivo esboçado. A sua característica
essencial é que vai dirigido a um objectivo. Constitui a categoria didáctica mais dinâmica e
manifesta-se mediante a solução de tarefas de caráter teórico, práctico e cognitivo, entre outros.
Para definir o método de ensino deve se ter presente, que é:
- Um conjunto de procedimentos do trabalho docente.
- Uma via mediante a qual o professor conduz aos educandos do desconhecimento ao
conhecimento.
- Uma forma do conteúdo do ensino.
- A actividade de inter-relação entre o professor e o educando destinado a alcançar os objectivos do
Processo de Ensino-Aprendizagem.
O método de ensino inclui as distintas seqüências de acções do professor que tendem a provocar
determinadas acções e modificações nos educandos, em função do lucro dos objectivos propostos.
É importante ter presente que não existe um método de ensino universal, que cada método deve se
vincular com os outros. É necessário valorar que a sua selecção e aplicação depende das condições
para a aprendizagem, das exigências que se expõem, das especificidades do conteúdo e, em última
instância, dos objectivos propostos.
Todo método apóia-se nas características das actividades que desenvolvem o professor e o
educando.
A classificação dos métodos de ensino:
As diferentes escolas não chegaram a um acordo quanto à classificação dos métodos de ensino,
razão pela qual existe grande variedade delas; as mais modernas ou mais aceitas na atualidade são:
I. Segundo a organização do processo docente:
1. Os métodos activos ou productivos: Quando no processo docente prepondera a participação do
educando, o que incrementa a actividade criadora e independente do estudante e desenvolve a sua
capacidade para descobrir o novo.
2. Os métodos passivos ou reproductivos: O predomínio da participação do professor no processo
docente com uma atitude receptiva dos educandos, o qual limita o desenvolvimento das suas
capacidades criadoras e independentes.
II. Segundo o caráter das actividades do professor e do educando:
1. Os métodos explicativo-ilustrativos: Prima a participação do professor na explicação do conteúdo
e o aluno é eminentemente receptivo.
2. Os métodos reproductivos: Tem como objectivo que o aluno repita o conteúdo recibido.
3. Os métodos problémicos: O ensino problémico pode se conceber como um novo tipo de ensino,
um sistema de princípios ou um conjunto de métodos de ensino. A essência deste tipo de ensino
apóia-se no caráter contradictório e dialéctico do conhecimento.
Os métodos problémicos constituem etapas no desenvolvimento da actividade criadora e
independente dos educandos. Os mais conhecidos são:
a) A exposição problémica: Capacita ao educando a pensar dialécticamente, estimula-o e
incrementa o seu interesse pelo conteúdo. A sua essência consiste em que o professor apresenta a
situação problémica e amostra a via para a solução do problema, mediante o raciocínio lógico e
científico. Favorece o surgimento duma atitude positiva nos educandos ao se vincular estreitamente
com o perfil psicológico do Processo Docente-Educativo. É um método apropriado para as
Conferências.
b) A busca parcial: Os educandos só incorporam-se de forma parcial ao processo de solução de
problemas e é o professor quem, fundamentalmente, resolve o problema. Possibilita que o educando
evidencie diferentes modos de actuar em função do domínio do conteúdo. É um método apropriado
para as Aulas Prácticas.
c) A conversação heurística: Apresenta-se quando o professor expõe problemas e os educandos
tratam de resolvê-los; o professor expõe perguntas e tarefas docentes que respondem e executam
os educandos, aumentando paulatinamente o seu nível de dificuldade, e acrescenta aqueles
elementos necessários que ajudam a que o educando possa solucionar o problema. Caracteriza-se
por propiciar um maior nível de generalização no processo de assimilação. É um método apropriado
para os Seminários.
d) O método investigativo: Integra os resultados do trabalho independente e as experiências
acumuladas, nele manifesta-se um alto grau de actividade criadora. Organiza a actividade de busca
de informação dos educandos para a solução de problemas, cujos resultados ainda se
desconhecem. Expressa o mais alto nível de generalização na assimilação do conteúdo. É um
método apropriado para o Trabalho Independente e os Trabalhos de Curso e de Diploma.
O período atual, caracterizado por revoluções científico-técnicas e sociais faz que a sociedade exija
cada vez mais à Universidade, o desempenho dum novo rol; que esteja comprometida com os
problemas da comunidade, e expoe métodos de ensino-aprendizagem que mudem radicalmente a
atitude dos educandos para uma posição activa e productiva de autoestudo, auto-disciplina,
autocontrole; que o forme com um pensamento independente, criador e responsável, que o prepare
para a sua atuação futura na equipa de saúde.
Isso suporta a que o professor assuma as funções docentes, atencionais, investigativas e
administrativas que lhe correspondem e desempenhe com eficiência e eficácia o seu papel, para o
que tem que se preparar didáctica e profissionalmente, abandonando de maneira radical a
espontaneidade, o formalismo e o facilismo. Estas são as bases que garantem o êxito do Processo
Docente-Educativo.
O método científico, como método geral, ao ser assumido no âmbito das Ciências Médicas, adquire
três formas particulares de aplicação:
- O Método Clínico: A sua aplicação esta dirigida aos problemas de saúde individual. A partir dos
conhecimentos acumulados mediante o estudo e a experiência profissional, assim como da
informação obtida sobre o homem doente através da anamnesis e do exame físico, o médico,
estmatólogo , enfermeiro, etcétera, delimita e define o problema de saúde em forma de diagnóstico
presuntivo (hipótese), o qual será contrastado por meio dos dados que contribuam os exames
complementares e a resposta às medidas iniciais aplicadas.
O diagnóstico presuntivo uma vez confirmado, passa a ser diagnóstico definitivo, o qual representa
um novo conhecimento sobre o indivíduo doente ao mesmo tempo que gera novos problemas: Que
plano terapêutico indicar? Que prognóstico estabelecer? As respostas a estas interrogantes
constituirão novas hipótese a contrastar com os dados a obter sobre a evolução do paciente. Fecha-
se assim o ciclo do método científico (Problema-Investigação-Novo Problema).
- O Método Epidemiológico: A sua aplicação dirige-se aos problemas de saúde dos grupos humanos
num tempo e espaço geográfico determinados. A partir da história da interacção enfermidade-
população objecto de estudo, e da informação recolhida por meio da inspecção do entorno em geral
de dita população, assim como dalguns aspectos em particular, delimita-se e define-se o problema
colectivo de saúde como Diagnóstico Epidemiológico Presuntivo. Este diagnóstico representa a
hipótese a contrastar por meio da informação a recolher com procedimentos diversos como: os
exames de laboratório de amostras obtidas dos elementos humanos e ambientais, as investigações
de comprovação com Grupos de Controle e a avaliação do impacto produzido pelas medidas iniciais
aplicadas.
O Diagnóstico Epidemiológico Presuntivo assim confirmado transforma-se então em Diagnóstico
Epidemiológico Definitivo, em um novo conhecimento gerador de novos problemas, por quanto
demanda a adopção de medidas definitivas dirigidas à prevenção, controle ou erradicação do
problema de saúde detectado, medidas cuja efectividade terá que ser estudada posteriormente.
- O Processo de Atenção de Enfermagem: Possibilita à enfermeira (ou enfermeiro) identificar e
satisfazer, através de acções independentes, as necessidades do indivíduo ou da família, para
realizar aquelas actividades que contribuam à promoção, à prevenção, à recuperação ou à
reabilitação da sua saúde, e que eles mesmos realizariam se tivessem a fortaleza, a vontade, os
conhecimentos e as habilidades requeridas para isso. Este processo consta de três etapas:
. A valoração: Consiste no recolhimento de informação procedente do paciente ou família por meio
de diversos procedimentos (a observação, a entrevista, o exame físico ou a exploração clínica, a
revisão da história clínica, etcétera) para estabelecer um diagnóstico de enfermagem, que
representa um julgamento dum problema real ou potencial da saúde do indivíduo ou da família que
pode se prevenir, aliviar ou eliminar com acções independentes de enfermagem, o que implica a
necessidade de que seja estabelecido um plano de acções, o qual materializa-se na etapa seguinte.
. A intervenção: Nesta etapa desenha-se e executa-se o plano de acções e formulam-se as
expectativas (os objectivos) que representam as metas ou as mudanças que esperam se obter com
a aplicação do Plano de Acções de Enfermagem, cuja efectividade comprovar-se-á na terceira
etapa.
. A avaliação: Nesta etapa avalia-se o impacto que as intervenções de enfermagem (Plano de
Acções de Enfermagem) tiveram sobre o problema de saúde (o diagnóstico de enfermagem) do
indivíduo ou da família. Lógicamente este impacto gera mudanças sobre o problema, e por isso este
último terá que ser valorado novamente para adequar o plano de acções, fechando assim o ciclo
funcional do Plano de Acções de Enfermagem como método científico.
Os meios de ensino:
Os meios de ensino são os componentes do Processo Docente-Educativo que servem de suporte
material aos métodos de ensino, para possibilitar o lucro dos objectivos propostos.
Respondem ao com o que ensinar e com o que aprender? e podem se considerar objectos naturais,
conservados ou as suas representações, materiais, instrumentos ou equipes que formam parte da
actividade dos docentes e dos estudantes.
Os meios de ensino:
1. Desenvolvem-se como conseqüência das necessidades sociais do homem e, em especial, pelo
caráter científico da aprendizagem e do ensino.
2. Devem servir para melhorar as condições do trabalho e da vida dos professores e dos alunos, e
em momento nenhum para desumanizar o ensino.
3. Devem contribuir a objectivar o ensino e ao contato direto do homem com o mundo exterior.
4. Não podem substituir a função educativa e humana do professor, já que é ele quem dirige,
organiza e controla o Processo Docente-Educativo.
5. Transmitem informação de estudo e contribuem à formação da personalidade dos educandos.
Utilização da simulação
A simulação tem dois grandes usos no processo educativo:
• Durante o ensino-aprendizagem: Os diversos tipos de simulação disponíveis podem se utilizar
não só para o melhoramento das técnicas de diagnóstico, tratamento e de resolução de problemas,
mas também para melhorar as faculdades psicomotoras e de relações humanas, onde em ocasiões
podem ser mais eficazes que muitos métodos tradicionais, todo o qual está em dependência
fundamentalmente da fidelidade da simulação.
A simulação possibilita que os educandos se concentrem em um determinado objectivo de ensino;
permite a reproducção de um determinado procedimento ou técnica e possibilita que todos apliquem
um critério normalizado. É preciso recordar que é um requisito importante que o emprego do
simulador tem que estar em estreita correspondência com as exigências e requerimentos do plano
de estudo e o seu planejamento susbsecuente no plano calendário e no sistema de avaliação da
disciplina, estadia ou rotação, e que o estudante tem que sentir a necessidade e a utilidade do seu
uso de maneira independente.
Todo isso suporta que a simulação, como método de ensino, possa se empregar nas aulas prácticas
em geral e nas preclínicas em particular; nas actividades da educação no trabalho e, em especial, na
atenção médico-cirúrgica, estomatológica e de enfermagem, conforme corresponda, assim como no
trabalho independente dos educandos. Para o seu emprego se requerem determinados requisitos,
entre os quais encontram-se os seguintes:
- A elaboração de guias orientadoras para os educandos e guias metodológicas para os professores
de cada tipo de simulação (e simulador) que empreguemos, que contenham uma definição clara dos
objectivos a obter.
- A demonstração práctica inicial aos educandos por parte do professor, que contenha uma
introducção teórica, onde se possam empregar outros meios de ensino de forma combinada.
- A exercitação do educando de forma independente.
- A avaliação pelo professor dos resultados alcançados por cada estudante de forma individual.
• Na avaliação: Os resultados alcançados indicam que a simulação é especialmente útil para
avaliar: a capacidade de busca e interpretação dos dados clínicos e dos exames paraclínicos, a
identificação dos problemas de saúde, o julgamento sobre a conduta terapêutica a seguir com um
doente e os conhecimentos prácticos e as habilidades profissionais. Isso permite, portanto,
determinar o grau de competência clínica adquirida pelo educado, assim como avaliar a eficácia de
um plano de estudo entre outros, segundo o objectivo que se persiga.
É factível utilizar a simulação em três momentos do desenvolvimento curricular, ou seja: (1) nas
actividades prévias ao início do ciclo clínico (2) nas estadias clínicas e (3) durante a práctica
preprofissional.
Deve-se procurar o seu emprego nesses três momentos e de maneira sucessiva, o que possibilitará
que os educandos:
- Iniciem as actividades clínicas com o conhecimento prévio de um conjunto de hábitos e habilidades
de grande utilidade que serão utilizadas posteriormente com indivíduos sãos ou doentes, diminuindo
as moléstias a estes, sobre tudo frente a grupos muito numerosos.
- Realizem prácticas análogas à interacção com a realidade da área ocupacional de que se trate.
- Exercitem técnicas reproductivas, algorítmicas e problémicas, cujo domínio contribua ao
desenvolvimento de hábitos e habilidades.
- Realizem manobras e procedimentos cientificamente aplicados, em presença dos professores e de
forma independente.
- Interrelacionen a aprendizagem de técnicas e procedimentos clínicos, diagnósticos e terapêuticos,
com a vida real, assim como os complementar com outros meios de ensino empregados.
Vantagens:
O emprego da simulação permite ao educando:
- Aprender e demonstrar o aprendido; mostrar como reagir, do modo que o faria no consultório, na
sala hospitalar ou no banco de urgência, etcétera.
- Obter durante o exercício dados realistas.
- Enfrentar os resultados de investigações, intervenções e manobras, de forma muito parecida com
aquela que terá que realizar durante o seu exercício profissional.
- Se autoavaliar.
- Acurtar os períodos necessários para aprender e aplicar o aprendido, nalgumas das suas
variantes, ante novas situações.
Permite ao professor:
- Se concentrar em determinados objectivos do plano calendário da disciplina.
- Reproduzir a experiência.
- Que os educandos apliquem critérios normalizados.
- Idear exercícios didácticos e de avaliação que correspondam mais estreitamente com as situações
que um estudante enfrenta na realidade.
- Predeterminar com exatidão a tarefa concreta que tem que aprender o estudante e aquilo que deve
demonstrar que sabe fazer, assim como estabelecer os critérios avaliativos.
- Concentrar o interesse em elementos de primitiva importância e nas habilidades clínicas chaves
para o seu desempenho profissional.
- Evitar ou diminuir ao mínimo indispensável as moléstias aos pacientes.
- Desenvolver, num tempo dado, uma gama muito mais ampla e representativa de problemas e
comprovar o rendimento do estudante.
- Deixar a todos os educandos a plena responsabilidade do tratamento de um suposto doente, sem
riscos nem iatrogenias.
- Realizar um adequado planejamento de alguns dos trabalhos independentes dos educandos,
previstos no programa da disciplina.
Desvantagens:
As desvantagens ou limitações são as seguintes:
- A simulação imita, mas não reproduz exatamente a vida e, segundo o julgamento de muitos
autores, este é o seu maior inconveniente.
- Há aspectos da realidade que não podem se simular, questão que terá que se ter presente sempre
que se empregue qualquer tipo de simulação.
- Há que ser muito precavidos ao predizer como conduzir-se-á uma pessoa ante uma situação real,
apoiados nas repostas ante uma situação simulada.
- Não pode se restringir o desenvolvimento das habilidades e a avaliação do rendimento de um
estudante só mediante a simulação, pois nas ciências da saúde é fundamental ensinar e avaliar o
desempenho de muitas habilidades profissionais na própria realidade. É essencial, portanto,
combinar o emprego de diferentes métodos e recursos.
Variantes ou tipos de simulação:
Diferentes técnicas de simulação foram desenvolvidas e em cada uma delas o educando deve
assumir o rol de estudante, residente ou especialista, conforme corresponda e dirigir o problema de
saúde em questão.
Existem cinco (5) grupos principais de variantes ou tipos de simulação:
1. Onde o rol do doente é desempenhado por um paciente já recuperado de dita enfermidade e
treinado, uma pessoa sã ou um ator devidamente treinado, ou pelo próprio professor ou um
educando; estes são os chamados «pacientes padronizados».
2. O emprego de simuladores tridimensionais: cardiorrespiratorio, multipropósitos, obstétricos,
etcétera.
3. A utilização de estímulos visuais e /ou auditivos.
4. A simulação é apresentada em papel e lápis, e propõe-se ao educando que a resolva, realizando
a mesma seqüência de passos empregados na práctica clínica. Exemplo deste tipo é o «manejo de
problemas de pacientes».
5. Simulação assistida por computadores, para a qual conta-se com softwares tais como o
simulador, atualmente em fase de desenvolvimento com a aplicação da multimédia.
Ensinar a resolver problemas clínicos requer de uma clara definição da seqüência das decisões a
adoptar no problema seleccionado.
Os principais tipos de problemas que empregam-se na simulação são os seguintes:
• Problemas de diagnóstico: Requer obter ampla informação mediante a entrevista médica e o
achado de sinais físicos positivos, e sobre esta base seleccionar as investigações complementares e
interpretar os seus resultados, a fim de poder chegar a um diagnóstico.
• Problemas de emergência médica: Corresponde ao tratamento a este tipo de pacientes, já
sejam em enfermidades clínicas, cirúrgicas ou traumáticas. É provavelmente uma das variedades de
problemas mais empregadas.
• Alternativas de tratamento: Frente a um problema dado suporta a seleccionar o tratamento
adequado, tanto clínico como cirúrgico, sem deixar de complementá-lo com uma ampla educação
para a saúde.
Para isso utilizam-se:
. Os pacientes padronizados: Na educação médica contemporânea o termo de pacientes
«padronizados» reserva-se para os pacientes «simulados», assim como para aqueles pacientes
«reais» e «atuais» que foram devidamente adestrados para representar «a sua própria
enfermidade» de um modo invariável, normatizado ou padronizado.
Os pacientes simulados podem ser representados por pessoas sãs, doentes devidamente curados,
atores e inclusive por professores e educandos. As maiores potencialidades do seu emprego na
avaliação da competência profissional estão relacionadas com a entrevista médica, o exame físico,
as relações interpessoais, a educação e os conselhos ao paciente e aos seus familiares, assim
como com a sua profesionalidade. Deve se significar que estes pacientes são adestrados não só em
como representar o seu rol de doente, mas também em como avaliar o nível de competência do
educando, dirigindo adequadamente as listas de comprovação elaboradas ao efeito.
A interacção com pacientes padronizados nunca poderá substituir a do professor e o educando ao
lado da cama de um paciente real ou com um indivíduo e a sua família na comunidade. O seu
emprego corresponde a uma etapa intermédia do treinamento do educando entre a aula e o trabalho
com pacientes reais, e o seu objectivo é ganhar tempo e experiência por parte do educando, sem
afetar ao paciente nem entorpecer o trabalho do serviço de saúde.
O claustro deverá garantir o adestramento destes «pacientes», assim como controlar e avaliar o
resultado do seu trabalho.
. Os modelos tridimensionais: São simuladores que empregam-se para que o estudante seja
treinado no desenvolvimento de determinadas técnicas e procedimentos clínicos, diagnósticos ou
terapêuticos. Por exemplo os de reanimação cardiorrespiratoria, multipropósitos, oftalmológicos, do
ouvido, de pélvis, protótipos de mamas, etc.
Os manequins automatizados são modelos tridimensionais electrônicos mais sofisticados, regidos
inclusive por ordenadores, que simulam extraordinariamente as características humanas e que
podem se programar para realizar um grande número de acções.
. As reproducções de estímulos visuais e auditivos: O seu emprego permite treinar aos educandos
em determinadas observações visuais, necessárias para a sua correta interpretação diagnóstica.
Consta, por exemplo, de radiografias, fotografias de lesões, preparações macroscópicas e
microscópicas e traçados de eletrocardiogramas, entre outros. Também integram-se neste grupo as
gravações de ruídos cardíacos e respiratórios, assim como o emprego de vídeos com o objectivo de
observar, por exemplo, o desenvolvimento de técnicas de entrevistas ou a realização do exame
físico a um paciente.
. Situações simuladas escritas de problemas clínicos: Imita o processo da tomada de decisões que
entranha a indagação dos antecedentes clínicos, dos dados do exame físico, dos exames
paraclínicos de diagnóstico e sobre o tratamento de um paciente. Também emprega-se para a
análise e a solução de problemas médicos, sociais, higiênicos e epidemiológicos e de gestão. O
manejo de problemas de pacientes simula a realidade e reproduz as decisões que um profissional
deve adoptar no estudo e na conduta a seguir com um paciente. O educando tem que estar
envolvido activamente no problema.
Este método consta de quatro fases: (1) Apresenta-se o problema com a informação requerida, (2)
Solicita-se ao educando a adopção de determinadas acções, (3) Desenvolver o feedback em
correspondência com as acções assumidas, e (4) Conclusão do problema
Este tipo de simulação com papel e lápis, quando emprega-se com fins avaliativos. apresenta
algumas dificuldades e inconvenientes que devem se ter pressentes:
- É complexo no seu desenho e custoso pelos recursos humanos e materiais que requer.
- A sua qualificação também é complexa e é difícil chegar a um acordo com os peritos na
padronização das respostas e nas suas qualificações.
- Existe pouca correlação entre os problemas que examinam-se, e pela sua pouca amplitude em
temáticas, a amostra é insuficiente para garantir a sua validez e a generalização dos resultados.
. A simulação assistida por computadores: O simulador elaborado pelo Centro de Cibernética
Aplicado à Medicina (CECAM), possibilita a aplicação do método de manejo de problemas de
pacientes. Permite aproveitar as grandes vantagens e possibilidades do método, assim como
eliminar algumas das suas principais dificuldades e limitações.
O módulo do professor permite a criação da base de dados do problema em questão, ao introduzir
cada uma das opções, com as suas respostas e o correspondente feedback. A sua vez podem se
introduzir fotografias, imagens (radiografia, ultra-som, Tomografía Axial Computadorizada, etcétera),
gráficos e esquemas. Consta também de um processador estatístico que vai avaliando os resultados
correctos e os erros.
O módulo do educando possibilita as interacções deste com o problema/paciente apresentado. Este
Simulador facilita o desenvolvimento e a consolidação das habilidades intelectuais do educando e
lhe permite se autoavaliar perante o manejo dos principais problemas de saúde que ele deve
abordar em um tema, módulo, disciplina ou ciclo em questão. Requer tempo e dedicação no seu
desenho por parte do professor, o qual compensa-se pela sua efectividade e eficiência. Além disso
capacita, treina e avalia ao educando antes de que este enfrente uma situação/paciente real.
A simulação é um método de ensino e de aprendizagem muito útil no ciclo clínico-epidemiológico
dos cursos de Ciências Médicas. Possibilita a realização de uma práctica análoga a que realizará o
educando na sua interacção com a realidade dos serviços de saúde.
O seu emprego tanto para a aprendizagem como para a avaliação, não pode constituir um elemento
isolado do processo docente, e deve ter uma concatenação lógica dentro do plano calendário da
disciplina, já seja nas actividades propedéuticas, durante as estadias clínicas, assim como nas
rotações da práctica preprofissional.
Tem vantagens tanto para o educando como para o professor, assim como também as suas
limitações, já que imita, mas não reproduz exatamente a vida. Cada um dos diferentes tipos
existentes tem fins específicos. Os mais empregados são: os modelos tridimensionais, o SIMULA e
os áudio-visuais.
Os modelos tridimensionais localizam-se em laboratórios a nível do Centro de Educação Médica
Superior, hospital, clínica estomatológica ou policlínico, assim como a nível dos departamentos
docentes.
O seu emprego acelera o processo de aprendizagem dos educandos e elimina muitas das moléstias
que o processo docente ocasiona aos pacientes e à organização do trabalho do serviço, sobre tudo
ante grupos numerosos.
É um bom complemento do processo que não substitui a interacção do educando com o professor,
ao lado da cama de um paciente, nem com um indivíduo e a sua família na comunidade.
Funções da avaliação:
1. De feedback: Expressa o estado da aprendizagem dos estudantes em correspondência com
os objectivos estabelecidos. Recebe informação tanto o aluno como o professor e propícia o
desenvolvimento da autoavaliação no estudante e a reestructuração dos modos de atuar de ambos
os dois. Alguns autores a chamam função diagnóstica.
2. Instructiva: Contribui a incrementar, sistematizar, aprofundar e generalizar a actividade
cognitiva dos estudantes, fazendo mais efectivo o processo da aprendizagem. Alguns autores a
chamam lógico-cognitiva.
3. De comprovação e controle: Permite controlar o estado do Processo Docente Educativo, a
sua efectividade e a sua qualidade.
4. Educativa: Permite valorar o desenvolvimento integral da personalidade dos educandos. É a
mais difícil por ser a menos objectiva.
5. Formativa: Desenvolve-se durante o processo docente. Tem um caráter diagnóstico e nunca
empregar-se-á pelo professor para emitir um julgamento certificativo. Esta avaliação inclui os
controles freqüentes e parciais.
6. Certificativa, acumulativa ou sumativa: Desenvolve-se ao concluir uma disciplina, ciclo, curso
e especialidade. Tem um caráter certificativo. Integra a avaliação formativa com o exercício
evaluativo final que desenvolve-se. A direcção da aprendizagem se dá através das distintas formas
de ensino (aulas teóricas, aulas prácticas, seminários, educação no trabalho, etcétera) nas que
organiza-se o processo docente, e por isso se faz necessário avaliar a actividade que desenvolve o
estudante nestas.
O conteúdo, os métodos, os procedimentos e as técnicas de controle dependerão dos objectivos a
avaliar, dos conhecimentos, das habilidades e dos modos de atuação de que se tratem, da fase de
formação na que encontra-se o estudante, assim como das características das formas de ensino e
das condições nas que este desenvolve-se.
Princípios da avaliação:
1. A objectividade: Partindo dos objectivos, determina-se o domínio do conteúdo da enseñaza,
segundo o nível de profundidade e de assimilação exigidos, tendo em conta a forma e o tipo de
avaliação que assegure a validez do controle.
2. A sistematização e a continuidade: Expressa que o aproveitamento do estudante sempre terá
que caracterizá-lo com um critério dinâmico, evolutivo, activo, da sua tendência. Expressa também a
freqüência das avaliações para que sejam só as necessárias e suficientes.
3. O caráter sistêmico: Concebida como um componente do Processo Ensino Aprendizagem
em estreita relação com os restantes componentes e com os níveis de assimilação, de profundidade
e generalização dos conteúdos, e segundo os tipos de avaliação.
Tipos de avaliação:
Segundo a freqüência e os objectivos a avaliar pode ser:
1. Freqüente: Comprovam o lucro dos objectivos específicos das aulas. Cumprem a função
fundamental de feedback.
2. Parcial: Comprova o lucro dos objectivos de temas, pelo que implica um maior grau de
generalização e sistematização dos conteúdos (Provs parcelar, encontro comprobatorio, Prova
Intrasemestral).
3. Final de uma disciplina: Comprova o lucro dos objectivos mais gerais e essenciais (Exame
Final).
4. Final do curso: Comprova os objectivos gerais formulados no Modelo do Profissional (Exame
Estatal, Trabalho de Diploma).