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"O racismo é uma forma de preconceito e discriminação baseada num termo controverso, que

sociologicamente é revisto e do qual a genética também inicia uma revisão: a raça. No século
XIX, compreendia-se que a cor da pele e a origem geográfica de indivíduos promoviam uma
diferenciação de raças. Misturando-se cultura e aspectos físicos, os primeiros antropólogos
estabeleceram uma hierarquia das raças, o que, por vezes, reforçava a dominação de povos
brancos europeus sobre populações de outras etnias não europeias. O racismo é um mal que
afeta a vida de muitas pessoas e, como uma relação de entendimento ultrapassada e errada,
deve ser superado."

Origem e causas
"Podemos encontrar as origens mais remotas do racismo na história da humanidade e na
antropologia. A Europa teve um desenvolvimento cultural bem diferente do de outros
continentes. Os povos europeus dominaram a navegação e iniciaram, ainda no século XV, um
movimento de expansão marítima que os levou a outros continentes. O contato de europeus
com asiáticos e africanos já existia, e o modo de enxergar outros povos não brancos e de
cultura não europeia como inferiores, também.

A chegada dos europeus ao continente americano resultou num modo de enxergar aqueles
diferentes deles e totalmente desprovidos de traços culturais brancos, que os europeus
consideravam como civilizatórios. Tal cenário serviu para que eles se apropriassem do
território americano e tentassem aculturar os seus nativos, empurrando-lhes a sua língua e a
sua cultura. O continente americano virou uma verdadeira empresa europeia.

Como se não bastasse, os europeus iniciaram um processo de captura de africanos para que
trabalhassem como escravos em sua nova empresa. O processo de escravização estava
embasado em uma ideologia de hierarquia das raças, ainda no nível de consciência coletiva,
que fez com que milhões de africanos fossem capturados e submetidos ao trabalho escravo.

Nesse movimento, também havia uma ideia inconsciente de que os nativos das Américas e,
mais tarde, os da Oceania e do Leste Asiático fossem inferiores. Ao enxergar outros povos
como inferiores, os europeus viam-lhes como animais ou até como objetos."

Racismo estrutural
"Todos os dados apresentados no tópico anterior evidenciam a diferença racial no Brasil.
Pretos, pardos e indígenas são excluídos da participação efetiva em espaços públicos. Esse fato
mostra-nos uma primeira pista para o entendimento do racismo estrutural. Longe de ser
aquele racismo explícito, evidenciado em falas preconceituosas e até em atitudes agressivas, o
racismo estrutural é aquele que está sutilmente inserido em nosso cotidiano. O racismo
estrutural mantém uma linha tênue e, muitas vezes, de difícil percepção entre negros e
brancos. Ele exclui, mas não se mostra como excludente. O racismo estrutural está tão preso
às estruturas de nossa sociedade que passa desapercebido pela maioria das pessoas."

"Para além dos dados, que evidenciam a diferença social entre negros e brancos (e isso faz
parte do racismo estrutural), temos outros fatores que devem ser expostos para que esse
fenômeno seja compreendido. A nossa sociedade como um todo considera a negritude como
algo inferior. O padrão de beleza pregado pela mídia é um padrão branco." "Há uma
normatividade de traços brancos que definem o homem branco e a mulher branca como
bonitos e exclui as características físicas de pessoas negras do padrão de beleza: os olhos azuis,
o nariz fino e o cabelo liso. Aliás, o cabelo crespo, característica fenotípica de pessoas negras, é
considerado “ruim”. Linguisticamente, o racismo estrutural também marca sua presença.
Marca mais simbólica e menos perceptível ainda está nos eufemismos utilizados para referir-se
a pessoas negras, da pele preta. Ao invés de referir-se a elas como negras ou pretas, há um
impulso popular por utilizar outras palavras, como “moreno” ou “pessoa de cor”. Esse recurso,
na língua portuguesa, é chamado de eufemismo. O eufemismo é utilizado para suavizar um
adjetivo pejorativo ou agressivo, a fim de torná-lo mais socialmente aceito. Se há a utilização
de eufemismos para referir-se a pessoas negras, isso significa que a negritude é considerada
algo inferior, ruim ou agressivo, o que é mais um sinal e racismo estrutural."

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