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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

Elias Pagnan, Bruno Martins, Marco Cerutti, Matheus Domingues e Augusto Broering

RELATÓRIO DE PROJETO
Introdução ao Projeto Aeronáutico

Florianópolis – SC
2019
1. Introdução

O objetivo do presente relatório é detalhar o projeto dos protótipos 1 e 2 de


Aerodomodelos Classe 300. Serão abordados aspectos relativos aos cálculos de projeto,
materiais utilizados, execução e análise do resultado final. O relatório será divido em
tópicos que detalham o projeto das principais partes do avião: Fuselagem, Boom,
Hélice, Asa, Estabilizador e Motor. Em cada tópico faremos um comparativo entre o
protótipo 1, protótipo 2 e por fim projeto final, explicitando os problemas encontrados
durante o projeto e as soluções tomadas pelo time.
O projeto foi desenvolvido na disciplina de Introdução ao Projeto Aeronáutico sob
supervisão do professor Edison da Rosa e da mestranda Andrissa Righi Seixas. A
proposta trata de desenvolver o projeto de uma aeronave de voo indoor motorizado,
defender o relatório e participar da competição de voo.
2. Metodologia

Durante os primeiros encontros o grupo buscou definir qual seria a abordagem para com
o projeto, procurou-se estabelecer um plano de ação para guiar todo o trabalho. O plano
de ação e aspectos decorrentes do mesmo foram todos montados com base no
cronograma fornecido para o projeto.

Uma das primeiras decisões do plano de ação foi a de dividir todo o trabalho em
subprojetos, dessa forma o grupo buscava uma melhor divisão do trabalho e por
conseguinte uma melhor organização das tarefas a serem realizadas.

Imagem 1: responsáveis por cada subprojeto

Definidos os responsáveis por cada subprojeto, o grupo agora procurou definir qual
seria a abordagem dada para cada protótipo.
Também foi definido que mesmo as abordagens diferindo para cada fase do projeto,
certos parâmetros básicos como massa, dimensões e materiais utilizados deveriam ser
explicitados para todas as etapas do projeto.
Não obstante, o grupo chegou à conclusão que o feedback do professor seria um dos
principais indicadores das melhorias buscadas durante o projeto, o mesmo seria
fundamental para auxiliar no processo de fabricação dos subprojetos. A troca de
informação entre as equipes também viria a ser outra forma de aprimoramento.
Por fim, mesmo que os subprojetos sejam desenvolvidos por membros em específico,
definiu-se que seria de suma importância a realização de encontrados em datas próximas
às apresentações para verificação do andamento do projeto e montagem final do mesmo.
3. Considerações sobre o projeto

a) Do regulamento:

 A envergadura da aeronave deverá ser 300mm.


 Para todos os elementos estruturais, incluindo a hélice, o material a ser
utilizado deverá ser madeira balsa.
 O revestimento das superfícies aerodinâmicas deve ser feito com filme
de PEAD/HDPE.
 A hélice deverá ter um passo fixo, porém o mesmo deve ser regulável
(definido no projeto).
 A aeronave deve ser impulsionada por um motor extensível de borracha.

b) Do projeto:

 A velocidade de voo, para efeito de cálculo, é definida em 1,2 m/s.


 A densidade do ar é considerada constante em 1,1875 kg/m^3.
4. Desenvolvimento

a) Fuselagem:

No protótipo 1:

 Material utilizado: madeira balsa macia.


 Dimensões: comprimento de 258mm com seção quadrada 5x5.
 Massa: 1,80g (considerando mancal do motor, longarina e treliça).
 Pontos negativos encontrados: fuselagem demasiadamente rígida e pesada,
representa quase 40% da massa total do avião.

No protótipo 2:

 Material utilizado: madeiral balsa macia.


 Dimensões: comprimento de 258mm com seção aproximadamente retangular
5x3.
 Massa: 1,64g (considerando mancal do motor, longarina e treliça).
 Melhorias: fuselagem foi lixada lateralmente resultando em uma redução de
massa de 0,16g.
 Pontos negativos encontrados: mesmo após ser bastante lixada, a fuselagem
contínua com uma massa muito significativa. Outro ponto negativo encontrada
foi o relativo desgaste que a mesma apresentava em razão do excesso de furos
realizados na mesma (muitos furos mal feitos).

No projeto final:

 Material utilizado: madeiral balsa macia.


 Dimensões: comprimento de 255mm com seção aproximadamente quadrada
3x3.
 Massa: 0,9g (considerando mancal do motor, longarina e treliça).
 Melhorias: fuselagem foi totalmente refeita, dessa vez a mesma passou por um
longo processo de lixamento. Redução enorme de massa (aproximadamente
45%), totalizando uma redução de 0,74g. Dessa vez o grupo tomou mais cuidado
durante a execução dos furos na mesma, os mesmos ficaram mais centralizados
e precisos. Fora utilizado lixa d´água 240.

b) Boom:

No protótipo 1:
 Material utilizado: madeira balsa macia.
 Dimensões: comprimento de 127mm com seção quadrada de 4x4.
 Massa: 0,37g.
 Pontos negativos encontrados: assim como a fuselagem, boom demasiadamente
rígido e pesado.
 Acoplado à fuselagem por meio do grafite fornecido pelo professor, grafite
possui comprimento de 3mm e massa irrelevante.

No protótipo 2:

 Material utilizado: madeira balsa macia.


 Dimensões: comprimento de 127mm com seção aproximadamente quadrada de
3x3.
 Massa: 0,29g.
 Melhorias: boom foi lixado em ambas dimensões, resultando em uma redução de
massa 0,08g.
 Acoplado à fuselagem por meio do grafite fornecido pelo professor, grafite
possui comprimento de 3mm e massa irrelevante.
 Pontos negativos encontrados: acoplamento do boom à fuselagem por meio do
grafite estava muito solto, tivemos grandes dificuldades para ajustar o ângulo
entre a asa e o estabilizador.

No projeto final:

 Melhorias: aplicação de uma pequena gota de cola à ponto do grafite, fazendo


com que o mesmo ficasse mais justo no seu encaixe à fuselagem.
 O grupo concluiu que o projeto do boom estava extremamente satisfatório e não
necessitava de grandes alterações. O mesmo estava suficientemente rígido e sua
massa pequena.

c) Motor:

No protótipo 1:

 Material: elástico fornecido pelo professor.


 Dimensões: comprimento de 300mm (sem nó e relaxado), 150mm após o nó.
 Massa: 0,76g.
 A borracha é lubrificada permitindo menos atrito e aumentando o número de
voltas que a mesma suporta.
 Considerando 3voltas/mm para o elástico, o número máximo de voltas seria por
volta de 450.
 Pontos negativos encontrados: até o momento nenhum.
No protótipo 2:

 Como não foi encontrado nada de errado, optamos por manter o projeto.
 Pontos negativos encontrados após testes: por consequência dos testes do
protótipo 1 e 2 o eixo da hélice se encontrava danificado. Outra peça que
também acabou quebrando foi o pino de fixação traseira do motor (literalmente
se partiu). Outro aspecto muito importante notado pelo grupo foi que os mancais
presentes no cubo do motor estavam muito tensionados, gerando grandes perdas
por atrito. Por fim, o grupo percebeu que o eixo passava muito perto da
fuselagem do avião, chegando até a raspar.

No projeto final:

 Material: elástico fornecido pelo professor.


 Dimensões: comprimento de 300mm (sem nó e relaxado), 150mm após o nó.
 Massa: 0,76g.
 A borracha é lubrificada permitindo menos atrito e aumentando o número de
voltas que a mesma suporta.
 Considerando 3voltas/mm para o elástico, o número máximo de voltas seria por
volta de 450.
 Melhorias: em virtude da fabricação de uma nova fuselagem o grupo aproveitou
essa oportunidade para realizar uma melhor fixação do cubo da hélice. Dessa
vez tomou-se um grande cuidado para que a mesma não raspasse na fuselagem,
além disso também se tomou muito cuidado para que os mancais do cubo não
ficassem demasiadamente tensionados. Por fim o pino traseiro da fixação do
motor foi melhor encaixado.

d) Hélice:

No protótipo 1:

 Material: madeira balsa macia para a hélice e bambu para a longarina.


 Dimensões: vide imagem, com espessura de 0,6mm na ponta e 0,85mm na base
da mesma. Longarina possui 65mm de comprimento e espessura de 0,2mm.
Imagem 2: dimensões da hélice do protótipo 1.

 Massa: 0,74g.
 Hélice é acoplada à longarina por meio de dois tubos de papel canson.
 Pontos negativos encontrados: acoplamentos da hélice extremamente frágeis
(quebravam com frequência). Acoplamento de uma das hélices foi colado ao
contrário, resultando em mais arrasto. Uma das hélices descolou do molde
durante a secagem, resultando uma angulação incorreta. Hélices
demasiadamente pesadas e rígidas.

No protótipo 2:

 Material: madeira balsa macia para a hélice e bambu para a longarina.


 Dimensões: as mesmas da antiga, porém a curvatura da hélice foi alterada para
20°. Espessura de 0,4mm na ponta e 0,8mm na base da mesma. Longarina
idêntica à antiga. Ângulo de hélice de 45°.
 Massa: 0,37g.
 Alteramos o material dos tubos de acoplamento à longarina para plástico (tubos
de refil de caneta), resultando em maior confiabilidade.
 Dessa vez tivemos mais precisão na fabricação das hélices, resultando em uma
angulação mais próxima da estabelecida.
 Redução extremamente significativa da massa das hélices, resultado de um
processo de lixadas mais minucioso. Redução de 0,37g na massa, 50%.
 Cálculos:
Imagem 3: empuxo gerado pela hélice

 Pontos negativos encontrados: mesmo tomando-se mais cuidado na fabricação


das hélices as mesmas acabaram ficando muito diferentes umas das outras (uma
hélice tinha quase o dobro da massa da outra), tal erro construtivo acabou por
fazer com que houvesse um grande desbalanceamento das hélices quando em
ação. O grupo também percebeu que as hélices estavam girando muito rápido
(12 rev/s), dessa forma o avião perdia a carga colocada no motor muito
rapidamente, tal fato tornava possível apenas 2 tentativas de voo para cada
carregamento do motor.

No projeto final:

 Material: madeira balsa macia para a hélice e bambu para a longarina.


 Dimensões: vide imagem. Optou-se por uma hélice maior (cerca de 40% maior
que a anterior). Curvatura da hélice foi mantida em 20° e angulo de hélice
também mantido em 45°. Longarina foi mantida com 65mm de comprimento e
espessura de 0,2mm. As fixações das hélices à longarina também foram feitas
com o mesmo o material, plástico de refil de caneta (visto que se mostram
confiáveis para fixação da mesma).
Imagem 4: dimensões da hélice do projeto final

 Massa: 0,44g.
 Melhorias: mesmo a massa das hélices em 0,07g as mesmas estão muito maiores
e mais precisas (mais experiência com a fabricação das mesmas). A velocidade
de rotação diminuiu drasticamente e a diferença de massa entre uma hélice e
outra é de apenas 0,06g. As mesmas estão muito mais balanceadas quando em
rotação.

Imagem 5: cálculos do projeto final da hélice


e) Estabilizador:

No protótipo 1:

 Material: chapa de madeira balsa com 1 mm de espessura para a estrutura. Saco


plástico de polietileno de alta densidade como recobrimento. Nervuras do perfil
de asa fornecidas pelo professor. O recobrimento foi colado à estrutura
utilizando a cola adesivo-spray fornecida pelo professor. Mastros de bambu.
 Dimensões: corda de 50mm e envergadura de 190mm. Resultando em uma área
de 9500 mm². Estabilizador retangular e com diedro.
 Utilizou-se o quadro fornecido pelo professor para a colagem do plástico com o
estabilizador.
 Massa: 0,68g.
 Neste primeiro protótipo não foram realizados cálculos que demonstram a
eficiência aerodinâmica como, por exemplo, o CL.
 Pontos negativos encontrados: estabilizador mal montado (torto e assimétrico).
Estrutura do estabilizador demasiadamente rígida e pesada.

No protótipo 2:

 Material: chapa de madeira balsa com 1 mm de espessura para a estrutura. Saco


plástico de polietileno de alta densidade como recobrimento. Nervuras do perfil
de asa fornecidas pelo professor. O recobrimento foi colado à estrutura
utilizando a cola adesivo-spray fornecida pelo professor. Mastros de bambu.
 Dimensões: corda de 50mm e envergadura de 190mm. Resultando em uma área
de 9500 mm². Estabilizador retangular e com diedro.
 Utilizou-se o quadro fornecido pelo professor para a colagem do plástico com o
estabilizador.
 Massa: 0,46g.
 Cálculos:

2 2
b 190
Relação de aspecto (Ar) => Ar= =¿ Ar = =¿ Ar=3 ,8
S 9500

¿ 0,00981
Coeficiente de sustentação (Cl) => Cl= S . q => Cl= =>Cl=1 ,21
0,0095.0,855

 Cálculo auxiliares:

Empuxo no estabilizador (Le) => Le=0,2L => Le= 0,2 * (0,005.9,81) => Le=0,00981N
1 1 N
Pressão dinâmica (q) => q= ρv ² => q= 1,1875.1 ,2² =>q=0,855
2 2 m²

 Estabilizador foi completamente remontado, dessa vez com uma estrutura mais
refinada e maior precisão.
 Redução de massa de 0,22g.

No projeto final:

 O projeto do estabilizador do protótipo 2 mostrou-se de alta confiabilidade e


qualidade. Sua massa estava suficientemente pequena.

f) Asa:

No protótipo 1:

 Material: chapa de madeira balsa com 1 mm de espessura para a estrutura. Saco


plástico de polietileno de alta densidade como recobrimento. Nervuras do perfil
de asa fornecidas pelo professor. Mastros de bambu. O recobrimento foi colado
à estrutura utilizando a cola adesivo-spray fornecida pelo professor.
 Dimensões: optou-se por uma asa do tipo trapezoidal com diedro. As dimensões
seguem na imagem abaixo.

Imagem 6: dimensões da asa do protótipo 1.

 Massa: 1,23g.
 Utilizou-se o quadro fornecido pelo professor para a colagem do plástico com o
estabilizador.
 Pontos negativos: no ponto de vista dos membros o projeto da asa foi
considerado um sucesso, a estrutura ficou resistente e a massa aceitável. O único
problema identificado foi com relação aos mastros que estavam muito
grosseiros, agregando uma massa desnecessário ao projeto.
 O centro de massa se encontra em aproximadamente 72% da corda.
No protótipo 2:

 Como não identificamos nenhum problema com o projeto da asa optamos por
mantes a mesma.
 No entanto, resolvemos lixar os mastros afim de obter uma redução de massa.
De 0,14g conseguimos reduzir a massa dos dois mastros para um total de 0,8g
(redução de 0,6g).

 No projeto final:

 Material: chapa de madeira balsa com 1 mm de espessura para a estrutura. Saco


plástico de polietileno de alta densidade como recobrimento. Nervuras do perfil
de asa fornecidas pelo professor. Mastros de bambu. O recobrimento foi colado
à estrutura utilizando a cola adesivo-spray fornecida pelo professor.

 O grupo decidiu fazer uma nova asa, para comparar com a utilizada nos
protótipos anteriores.
 Para facilitar uma solução mais analítica que as anteriores, optou-se pela
geometria retangular na construção (com diedro).
 Os cálculos foram executados com as seguintes hipóteses:
1 2
o Q= ρ v – Cálculo da pressão dinâmica, sendo ρ a densidade do ar e v a
2
velocidade do avião.
o L=mg – O peso é equilibrado pela sustentação, sendo a asa responsável
por 80% de L
o 0 , 8 L=C ι S Q – Cálculo da sustentação, já considerando que a asa
contribui com 80%. C ι representa o coeficiente de sustentação e S a área
projetada.
o S=b c – Sendo c a corda e b a envergadura do avião.
o Utilizando os seguintes dados (Todos no Sistema Internacional de
Unidades):
 ρ=¿1,1875
 v=1 ,2
 m=¿ 0,005
 g=¿ 9,8
 C ι=¿ 0,67 (Recomendado para o NACA 0012)
 b=¿0,3 (Classe 300)
 c=85

 Em questão de dimensões, a nova asa manteve o tamanho da asa anterior (vide


imagem).
Imagem 7: dimensões da asa do projeto final

 Pontos negativos de uma asa retangular: baixa eficiência aerodinâmica, ou seja,


a relação L/D (sustentação/arrasto) é menor quando comparada à uma asa
trapezoidal ou elíptica. Tal fato é decorrente do arrasto induzido na ponta de asa,
que é maior para asas retangulares.
 Melhorias do projeto da asa: por ser uma asa retangular, a mesma possui maior
facilidade de fabricação. Além disso, por ser a segunda asa fabricada pelo grupo,
a nova asa manufaturada ficou mais fiel ao projeto que a antiga. Por fim, tomou-
se cuidado para posicionar a asa de forma que o bordo de ataque ficasse 10% da
corda mais a frente que o centro de gravidade (recomendado pelo professor).

Imagem 8: região de início de estol de uma asa retangular


Imagem 9: construção do diedro da nova asa

g) Dados gerais:

Protótipo 1:

 Massa: 5,16g
 Tempo máximo voando: 8s.

Protótipo 2:

 Massa: 4,00g.
 Tempo máximo voando: 12,7s.

Projeto final:

 Massa:
 Tempo máximo voando:

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