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Aluno: Bruna Moura Martins, Léo d’Ávila Bisi Guimarães, Viviane Rodrigues Pinto
2. OBJETIVOS
Objetiva-se neste relatório descrever o experimento realizado em laboratório, assim
como, apresentar e discutir os resultados obtidos no isolamento de dois constituintes
do óleo essencial, Eugenol e Acetileugenol, através da destilação por arraste de vapor
d’água e das diferentes propriedades que os grupos funcionais de cada componente
apresentam e caracterizar os produtos obtidos após isolar os componentes pelo teste
de complexação com cloreto férrico.
3. PARTE EXPERIMENTAL
𝑁𝑎2 𝑆𝑂4 142.04 2,68 884 1427 Solúvel em água Irritante para os olhos e
vias respiratórias
𝐶𝐻𝑐𝐿3 119,37 1,48 -63,5 61,2 Pouco solúvel em Tóxico e pode causar
água, solúvel em danos ao fígado em
solventes exposições prolongadas
orgânicos.
𝐹𝑒𝐶𝑙3 162,20 2,90 306 316 Solúvel em água Corrosivo e pode causar
irritação na pele e mucosas
Piridina 79,10 0.982 −41, 115,2 Pouco miscível Tem odor desagradável,
6 em água, solúvel mas não é altamente tóxico
em solventes
orgânicos
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
5.1. Extração do óleo de cravo
O presente experimento envolveu a extração do óleo de cravo de 15,0502g de cravo-
da-índia triturado, usando 250mL de água para realizar a destilação por arraste de
vapor. Utilizou-se um condensador reto, o qual estava conectado ao balão de fundo
redondo através da cabeça de destilação, e na outra saída do balão foi instalado um
funil de adição contendo água aquecida para manter o nível de solução dentro do
balão. Durante o processo de destilação, a água evapora e o nível da mistura diminui,
por isso se faz necessário a manutenção, adicionando água aquecida ao balão
(aquecida para não impactar na temperatura do sistema). O condensador permaneceu
fixado por meio de uma garra, que por sua vez estava presa a um suporte através de
uma mufa.
O cravo triturado, devidamente pesado em balança de precisão, foi transferido para
um balão de fundo redondo contendo 250mL de água destilada. Junto a essa mistura
foi colocado pedras de porcelana para promover uma ebulição controlada e uniforme,
prevenindo bolhas violentas e superaquecimento do líquido no balão de vidro,
tornando o processo mais seguro e eficaz visto que grandes bolhas poderiam causar
atrito nas conexões de vidro, o que poderia levar à liberação dos vapores gerados. A
torneira responsável por promover o fluxo de água contínuo que passa pelo
condensador foi ligada e ajustada a uma vazão que garantisse a circulação da água
no sistema. Antes de dar início ao processo de destilação, verificou-se se toda a
aparelhagem estava firme e sem rigidez, garantindo segurança, eficiência, precisão e
prevenção de contaminação no processo. Isso assegura resultados confiáveis e evita
acidentes.
O balão, contendo a mistura de água e cravo, foi posicionado sobre uma manta de
aquecimento. O experimento foi então submetido a aquecimento até atingir o ponto
de ebulição que começou a ocorrer a partir de 95ºC e se manteve em torno de 98ºC
durante todo o processo. Para manter a temperatura estável, foi necessário ajustes
no aquecedor para manter o controle da temperatura. O fato de a mistura ter entrado
em ebulição em uma temperatura abaixo de 100ºC se dá devido à contribuição das
pressões parciais dos líquidos imiscíveis presentes na mistura.
Com o aumento da temperatura, a água entrou em ebulição, arrastando consigo o
óleo essencial do cravo na forma de vapor. Este vapor condensa ao entrar em contato
com o condensador reto, seguindo o processo de destilação, e finalmente goteja para
dentro da proveta (Figura 4). O destilado coletado apresentou um aspecto turvo e
dividiu-se em duas fases distintas: uma fase aquosa e uma fase orgânica.
Gradualmente, essas fases se acumularam na proveta até atingirem um volume total
de 100 mL.
Figura 4 – Processo da destilação do óleo essencial por arraste de vapor.
O destilado foi colocado em um funil de separação, nos quais foram adicionadas duas
porções de diclorometano com o objetivo de extrair o óleo da mistura. Após a primeira
adição de diclorometano ao destilado, a mistura foi delicadamente agitada, sempre
liberando a pressão ocasionada pela agitação, e em seguida aguardou-se a
separação de fases e em seguida esperou-se a separação natural das fases. É
importante que a agitação do funil seja suave para não formar emulsão. O
procedimento da segunda extração seguiu de forma análoga e as fases orgânicas
foram coletadas e guardadas. Foram feitas duas extrações com diclorometano para
assegurar a eficácia na recuperação do óleo da mistura, garantindo uma extração de
grande parte do composto desejado.
Após duas semanas de repouso as misturas do extrato orgânico tinham reduzido
consideravelmente, portanto adicionou-se cerca de 10mL de diclorometano para
facilitar nos procedimentos seguintes. Portanto, lavou-se a solução duas vez com
porções de 25mL de solução de 𝑁𝑎𝑂𝐻 a 10% para extrair o Eugenol (Figura 5). Após
a adição do hidróxido de sódio e agitação do funil, duas fases foram formadas: a fase
aquosa, contendo eugenolato de sódio e a fase orgânica contendo o Acetileugenol. A
extração é possivel pois o Eugenol possui um grupo Fenol (Figura 1), conferindo um
caráter ácido ao seu composto devido ao grupo hidroxila e com isso é possivel, através
de uma reação ácido-base (Figura 2), transformá-lo em um sal solúvel em água, no
caso o Eugenolato de Sódio, solvatando-o em água.
6. CONCLUSÃO
Este experimento confirma a viabilidade da extração do óleo de cravo utilizando a
técnica de destilação por arraste de vapor e que as características ácidas do Eugenol
podem ser utilizadas para isolá-lo, sendo confirmada pelo teste de cloreto férrico.
Considerando o rendimento do método descrito na literatura, é evidente uma
discrepância em relação ao obtido. Essa disparidade pode ser atribuída a pequenas
perdas ao longo do procedimento e a erros no manuseio experimental.
7. REFERÊNCIAS