Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Prática
Ronald P. Rapini
Sumário
Prefácio....................................................................................................... vi i
Agradecimentos .. ....... ...... ........ ...... ........ ...... ..... .. ...... ....... ........... ... ....... ...... ix
Material amorfo róseo eosinofílico (1.35) e geralmente não há exocitose de linfócitos na epiderme. Os
Hemossiderina (1.58) melanócitos que perderam a coesão no melanoma (20.11) podem
Incontinência da melanina (1.79) assemelhar processo de acantólise (20.11 ).
Mucina e alterações mi:wmatosas (1.83) Pênftgo (todos os tipos, 5.4)
Cicatrizes, esclerose, fi.brose (1.124) Doença de Haii'!)I-Hailey (5.5)
Trombos (1.136) Doença de Darier (1 1.3)
Dermatose acantolítica transitória (doença de Grover) (5.6)
Infecção por virus herpes (14.2)
3. Tipos celulares Síndrome da pele escaldada estafi.locócica (12.2)
Impetigo (ocasionalmente) (12.2)
Eosinófilos (1.36) Pitiriase rubra pilar (2.1O; raramente)
Mastócitos (1.78) Comedões disceratósicos familiares (10. 1)
Neutrófilos (1.88) Disceratoma verrucoso (18. 7)
Plasmócitos (1.11 O) Ceratose actínica (em alguns casos) (18.8)
LinfócitOs e h.istiócitos (1.76) Carcinoma espinoceil!lar (em alguns casos) (18 .11)
Células gigantes multinucleadas (1.84) Achado casual ou artefato
Granulomas (1.51) Acantose (ver Hiperplasia da epiderme, 1.61)
Eritróciros extravasados (1.40)
Células basalóides (1.11)
Células epitelióides (1.38) 1.3 Lesões acneiformes
Células pequenas ("oat ce/11) (1.129) Essas lesões constituem um grupo de distúrbios clínicos que
Células espumosas (1.46) se caracterizam por pápulas, pústulas e/ ou comedões eritema-
Células claras ou pálidas (1 .22) tosos semelhantes à acne (inflamação da unidade pilossebácea).
Células fusiformes (1.130) Ver também Erupções foliculares (1.47), Erupções neutrofilicas
(1.88) e Comedões (1.24).
Variantes da acne (10.1)
4. Padrões de inflamação e proliferação
Picadas de artrópodes (15.7)
neoplásica Síndrome do f?ypass intestinal (4.1)
Dermatite perivascular superficial (1.1 08) Candidíase (13.4)
Dermatite perivascular superficial e profunda (1.108) Dermatite herpetiforme (6.5)
Dermatite da interface (1.64) Erupções acneiformes causadas por fármacos (3.5)
Dermatite liquenóide (1. 72) Foliculi te (1O.2)
Dermatites nodular e difusa (1.90) D oença de Grover (5.6)
Dermatite intersticial (1.65) Impetigo (12.1)
Foliculite (1.47) Miliária (10.6)
Vasculite (1.144) D ermatite perioral (1 0.1)
Pan.iculite (1.1 00) Vasculite pustulosa (4.1)
Epidermotropismo e proliferação pagetóide (1.37) Pioderma facial (10.1)
Fila indiana de células (1.127) Varicela (14.2)
Zona de Grenz (1.53)
1.4 Alopecia
C. Listas de diagnósticos diferenciais
O termo alopecia significa queda dos cabelos.55•58 Em geral,
1.1 Lesões do abdome as alopecias são subdiviclidas em cicatriciais e não-cicatríciaís.
(ver também Lesões do umbigo 1.142; Lesões do tronco 1.140) Alguns laboratórios de patologia preferem cortar as biopsias por
Mamilo acessório (29.12) prmch em casos de alopecia nos sentidos horizontal e vertical para
Endometriose cutânea (29.9) favorecer ao máximo a visão de mais folículos.
Nevo displásico (20.5)
Nevo melanodtico (20.5)
Resquício do dueto onfalomesemérico (29.11) A _ Alopecias não-cicatríciais
Placas urticariformes pruriginosas da gravidez (3.6) Alopecia areata (10.9)
Penfigóide gestacional (6.3) Alopecia androgênica (1 0.12)
Ceratose seborréica (18.2) Alopecia meclicamemosa (3.5)
Estrias (27.2) Genodermatoses: Displasia ectodérrn.ica (11.2), Progéria
(9.6), síndrome de Rothmund-Thomson (11.5) etc.
Distúrbios da haste dos cabelos (a maioria não é citada
1.2 Acantólise
;:= ~ neste livro): tricorrexe nodosa, moniletrix, trícorrexe
Acantólise é a perda da coesão entre os ceratinócitos em conse- invaginada (11.1), pêlos anulares, pêlos tortos,
qüência da dissolução das conexões intercelulares, em alguns tricotioclistrofia, traumatismo mecânico etc.
casos resultando em vesículas intra-epidérrn.icas. Esse processo Alopecia lipoedematosa (10. 13)
é diferente da espo~se (1.9), porque os cy2rin0GW-acanto- P soríase grave (2.8)
~ tendem a sexp:êdondos(em vez de alongados; as espículas Dermatite seborréica grave (2.1)
desmossôrn.icas parecem ter sido destruídas em vez de estiradas; Sífilis secundária (12.1 3)
Alterações Clínicas e Patológicas com Listas de Diagnósticos Diferenciais 3
P seudoxantoma elástico (axilas, região antecubital, 9.8) Líquen plano atrófico (geralmente acaotótico) (2.11)
Esporotricose (13.11) Líquen escleroso (9 .5)
Líp11s eritematoso (17 .6, sempre deve ser considerado
quando há atrofia extrema)
1.7 Artrite e doenças cutâneas Neoplasias da derme (geralmente causam atrofia
epidérmica)
E rupção mecücamentosa (3.5) Necrobiose lipoídica (1.2)
Gonococcernia (12.18) Poiquilodermia atrófica vascular (24.3)
Gota (8.5)
Poiquiloderrnia co ngênita (1 1.5)
Síndrome de Loefgren (1.5)
Poroceratose (18.4, algumas vezes na porção central)
Ltíp11s eritematoso (17 .6)
Progéria (síndrome de Werner) (9.6)
Doença de Lyme (12.14)
Cicatriz (27 .2)
Reticuloistiocitose multicêntrica (1.8)
Estrias (27.2)
Psoríase (2.8)
Pioderma gangrenoso (4.12)
Doença de Reiter (2.8)
Policondrite recidivante (17.8) 1.10 Lesões da axila
Febre reumática (12.2) Acantose nigricante (18.5)
Artrite reumatóide (3.7, 4.1, 7.3) Acrocórdons (27.4)
Sepse e endocarcüte bacteriana subaguda (4.1) Paraceratose granulosa axilar (1.27)
Síndrome de Sweet (3.7) Candidíase (13.4)
Vasculite (4.1) Cro rnidrose
Infecções virais (Cap. 14) Dertnatite de contato (2.2)
l ersiniose (1. 7) Higroma cístico (25.1O)
Eritrasma (12.5)
Hamartoma fibroso infantil (27.9)
1.8 Atrofia da derme Doença de Fox-Fordyce (10.7)
A atrofia da derme caracteriza-se por redução da espessura da D oença de Hailey-Hailey (5.5)
derme. Na maioria dessas doenças, a epiderme também está Hidradenite supurativa (10.1)
atro fiada (1.9). Em alguns distúrbios, a derme não se encontra Hiperidrose
realmente adelgaçada, mas o tecido adiposo está presente em Intertrigo (2.2)
níveis mais altos na derme do que normalmente, ou a gordura Psoríase invertida (2.8)
parece estar clinicamente herniada em virtude da falta de Neurofibromatose (sardas axilares)
suporte dérmico, embora a d erme não esteja realmente fina. Pênfigo vegetante (5.4)
As paniculites (Cap. 16) também podem apresentar aspecto Pseudoxanroma elástico (9.8)
de atrofia dérmica, embora a atrofia seja primariamente do Escabiose (15.9)
tecido adiposo. Dermatite seborréica (2.1)
Acrodermatite crônica atrófica (12.14) Tricomicose axilar (12.5)
Envelhecimento cutâneo (9. 1)
Anetoderrnia (9.11)
Aplasia cutânea congênita 1.11 Células basalóides
Atrofodermia de Pasini e Pierini (9.4)
Hipoplasia dérmica focal (síndrome de Goltz, 11.8) As células basalóides são células tumorais semelhantes às células
Morféia (9.4) basais da epiderme (comparar com as células pequenas, 1.1 29),
Nevo lipomatoso (29.1) mas têm núcleos ovais escuros e muito pouco citoplasma.
Pápulas piezogênicas podais (29 .1) Carcinoma basocelular (18.14)
Cicatrizes (27 .2) Ceratose seborréica (18.2)
Ameloblastoma (18.14)
Carcinoma cloacogênico (18.14)
1.9 Atrofia da epiderme Tumores sebáceos (especialmente adenoma sebáceo,
epitelioma sebáceo e carcinoma sebáceo, Cap. 21)
A atrofia epidérmica caracteriza-se por redução da espessura da Tumores foliculares (especialmente tricoepitelioma e
epiderme, principalmente da camada espinhosa. pilomatrixoma, Cap. 22)
Acrodermatite crônica atrófica (12.14) Tumores das glândulas sudoríparas (Cap. 23)
Ceratose actínica atrófica (18.8)
Envelhecimento, pele lesada pelo sol ou pela radiação (9 .1 , 9.2)
Anetoderrnia (9 .11)
Aplasia cutânea congênita (17.4)
1.12 Depósitos pretos (histológicos)
Atrofia branca (4.13) Comparar com depósitos marrons (1 .1 7)
Atrofodermia (9.4) Tatuagem de amálgama (1.6)
Corticóides (especialmente tópicos ou injetáveis) Argiria (8.18)
Doença de D egos (4.10) Corpos estranhos (7.6)
D ermatorniosite (17 .7) Mercúrio (7.6)
Doença do enxerto versu.r hospedeiro crônica (17.3) Tatuagens (7.6)
Alterações Clínicas e Patológicas com Listas de Diagnósticos Diferenciais 5
Linfoma-leucemia de células T (24.3, lesões osteolíticas) Melanose pustulosa neonatal transitória (5.2)
Xantoma clisseminado (7.13, lesões osteolíticas) Urticária pigmentosa (24.11)
um halo perinuclear, enquanto os grãos têm o núcleo mais oval Disceratose pagetóide: 151 achado incidental peculiar de
em forma de grão. Existe muita controvérsia em torno da diferen- disceratose em ceratinócitos pálidos com ortoceratose
ciação entre os ceratinócitos disceratósicos, apoptóticos e necróticos. de significado incerto (1.37)
Todos aparecem intensamente róseos na coloração H&E. Pode Iiquen estriado (2.5)
ser impossível distinguir entre eles nessa coloração de rotina, ou Uqum plano (2 .11)
podem ser a mesma coisa. Por exemplo, na doença do enxerto D oença de Hailey-Hailey (5.5)
verst1s hospedeiro, alguns autores descreve.m essas células como D oença de Grover (5.6)
disceratósicas, enquanto outros dizem que são necróticas. Por essa Líquen escleroso (9.5)
razão, há alguma superposição entre as duas listas de doenças (ver Comedões disceratósicos familiares (10.1)
Ceratinócitos necróticos, 1.86). Doe11ça de Darier (11.3)
Alterações Clínicas e Patológicas com Listas de Diagnósticos Diferenciais 9
IncontinêtJCia piglllmtar (22 estágio verrucoso) (11.6) Erros inatos do metabolismo (especialmente
Vermgas virais (14.1) fenilcetonúria, síndrome de Hurler, síndrome de
Infecções por vírus herpes (14.2) Hunter, 2.1, 8.14)
Nódulos de Orf e do ordenhador (14.5) Histiocitoma de células de Langerhans (semelhante à
Picadas de arttópodes (15.7) dermatite seborréica, purpúrica, 24.6)
Acrodermatite enteropática (17 .1) Micose fungóide (24.3)
Doença enxerto versus hospedeiro (17.3) Oncocercose (15.5)
Lúpus eritematoso (17.6) Escabiose (15.9)
Poroceratose (18.4) Tinha (13.1)
Disceratoma verrucoso (18.7)
Algumas neoplasias epiteliais, especialmente rumores
epidérmicos benignos irritados e malignos (Caps. 18) e 1.30 Edema da derme
tumores anexiais benignos irritados e malignos
(Caps. 21 a 23). O edema da derme causa palidez dérmica por acúmulo de líquido
Nevo de Spitz (corpos de Kamino) (20.6) intersticial. A palidez da derme também pode ser devida ao
acúmulo de mucina (1.83). O edema da epiderme é conhecido
como espongiose (1.131).
1.28 Lesões da orelha Doenças vesimlobolhosas (1.146, especialmente penfigóide,
Acan toma fissurado (2.3) penfigóide gestacional, mastocitose bolhosa, lúpus
Trago acessório (29 .1O) eritematoso bolhoso, dermatite herpetiforme)
Ceratose actinica (18.8) Eczema agudo (2.1)
Fibroxantoma aópico (27.12) Dermatite de contato (2.2)
Pseudocisto auricular (19.13) Urticária (3.1)
Carcinoma basocelular (18.14) Eritema multiforme (3.2)
Calcinose (8.15) Erupção medicamentosa fixa (3.5)
Condrodermatite nodtliar da hélice (17.9) Síndrome de Sweet (3.7)
Cisto epidermóide (19 .1) Vasculite (4.1)
Quelóide (27 .2) Q ueimaduras (6.7)
Lentigo maligno (20.11) Líquen escleroso (9.5)
Lúpus eritematoso (17.6) Celulite e erisipe!as (12.3)
Lúpus pérnio (7.5) Picadas de artrópodes (15.7)
Ocronose (8.16) E rupção polirnórfica à luz (17.5)
Policondrite rccidivantc (1 7.8) Linfedema
Derl7latite seborréica (2.1)
Lentigo solar (20.4)
Carcinol7la espinocelttlar (18 .11) 1.31 Alterações dos tecidos elásticos
Lago venoso (25.2)
As alterações dos tecidos elásticos podem não ser evidentes com
Nódulos "weathenng' (resultantes do desgate por ação de
a coloração por H&E. É necessário suspeitar dessas anormali-
agentes atmosféricos) (9.1)
dades para que colorações especiais (p. ex., método de Verhoeff-
van Gieson) sejam realizadas.
1.29 Doenças eczematosas Acroceratoelastoidose (2. 15)
Eritema ab igne (3.9)
(ver também Papuloescamosas, 1.102) Granuloma acónico (7.1)
As doenças eczematosas caracterizam-se por descamação e eritema, E lastose solar (9.1)
em geral com espongiose c paraceratose, sugestivos de alterações Pseudoxantoma elástico (9.8)
epidérmicas. As doenças papuloescamosas freqüentemente são
Elastose calcificada perfurante (9.8)
agrupadas com as doenças eczema tosas, mas os "divisores" consi-
Cútis laxa (9.10)
deram que as lesões papuloescamosas são mais hiperceratóticas,
Blefarocalasia (9.10)
mais espessas e elevadas, e melhor demarcadas que as eczematosas.
Anetodermia (atrofia maculosa) (9.11)
Na Seção 2.1 há uma discussão m ais detalhada sobre eczema. A
Elastose perfurante serpiginosa (9 .13)
maioria das doenças que poderiam ser descritas como eczema tosas
Elastose da derme intermediária (9.15)
está incluída no Cap. 2, porém, outras que podem ter morfologia
Cicatrizes e quelóides (27.2)
clínica semelhante estão relacionadas a seguir.
Estrias atróficas (27 .2)
Doenças eczematosas e papuloescamosas (Cap. 2)
Acrodermatite enteropática (17 .1) evo de tecido conjuntivo (27.6)
E lastofibroma (27.6)
Doença de Darier (1 1.3)
Descamação pós-eritem a n as doenças exantemáticas virais,
doença de Kawasaki, queimadura solar, escarlatina e 1.32 Lesões do cotovelo
erupções medicamentosas
Erupções medicamentosas (a maioria não é eczematosa, 3.5) Calcinose cutânea (8.15)
Eritrodermia esfoliativa (1.39) Dermatite herpetiforme (6.5)
Mucinose fo licular (10.8) Epider mólise bolhosa (6.6)
I c tio se (11.1) Dermatose liquenóide de atrito (2.3)
Imunodeficiências (especialmente síndrome de Wiscott- Granuloma anular (7.1)
Aldrich, agamaglobulinemia ligada ao X, 2.1) Líquen simples crônico e prurigo nodular (2.3)
1O Alterações Clínicas e Patológicas com Listas de Diagnósticos Diferenciais
Eosinófilo
Espongiose
1.37 Epidermotropismo e células pagetóides as células basais. A ceratina de alto peso molecular é
positiva. Corantes para mucina, CEA, EMA e ceratina
(ver também Neoplasias de células claras, 1.22) de baixo peso molecular são negativos.
O termo epidermotropismo refere-se à mig ração de células malignas Fenômeno de Borst-Jadassohn: clones discretos de
para a epiderme, geralmente sem espongiose significativa. O ceratinócitos basalóides, escamatizados ou pálidos
termo exocitose aplica-se à migração das células (geralmente linfó-
na epiderme, que parecem diferentes das outras
citos, neutrófilos ou eosinófilos) para a epiderme, comumente células adjacentes. Esse processo pode ser benigno
associada à espongiose (1.1 31) e é utilizado para descrever distúr-
o u maligno e é encontrado principalmente na ceratose
bios benignos. Células pagetóídes são células presentes na epiderme,
seborréica imtada (18.2) o u na doença de Bowen (18.1O)
freqüentemente pálidas ou aápicas, semelhantes às encontradas
e, raramente, no hidroacantoma simples (um tipo de
na doença de Pager. As células pagetóides podem ou não chegar
poroma écrino limitado à epiderme, 23.10).
à epider me devido ao epidermotropismo. Os me/a!Jócitos page-
Me/anoma (20.11): S-100 (muito sensível, mas inespecífico),
tóides (Cap. 20) são mais co muns no melanoma, mas também
ocorrem em n eoplasias melanocíticas benignas como neva s de HMB-45 e MART -1 (muito específicos, mas pouco
Spitz, nevo de células fusiformes pigmentadas, nevo congênito sensíveis) são imunoreativos. O método de Fontana
dos recém-nascidos, nevas recidivantes e nevo acral. É impor- para melanina também é positivo, mas é menos útil
tante ter cuidado para não confundir as células epidérmicas em corte porque os ceratinócitos podem conter melanina
ta11gmcial co m as células pagetóides,149 nem os vacúolos artificiais transferida dos melanócitos. Melanossomos são
comuns ao redor dos ceratinócitos com as células pagetóides observados à microscopia eletrônica.
(1.143). Micose fimgóide (24.3): linfócitos T malignos (cerebriformes
Domça de Paget (24. 13): células pálidas com características em alguns casos) nos espaços conhecidos como
tintoriais semelhantes às do adenocarcinoma. E m geral, microabscessos de Pautrier. Os imunomarcadores
o antigeno carcinoembrionário (CEA), o EMA e a CD45 (antígeno leucocitário comum, utilizado como
ceratina de baixo peso molecular são positivos. A mucina triagem), CD4 (células T auxiliares) e CD 3 (todas as
do citoplasma geralmente é posiriva nos métodos do células T) geralmente são positivos.
mucicarmin, azul de Alcian, ferro coloidal e PAS com Papulose linfomatóide (24.8): linfócitos atípicos volumosos
e sem diastase. As células basais freqüentemente estão CD 30-positivos, e a maioria dos linfócitos menores
comprimidas, mas não estão afetadas. Não há disceratose. reagem com marcado res para células T.
Domça de Bo1ven (carcinoma espinocelular in situ, 18.1 0): H istiocirose de células de Langerhans (24.6): células de
ceratinócitos pálidos podem estar presentes e Langerhans malignas, geralmente com núcleos em
'
contêm glicogênio (PAS-positivo, diastase lábil) co m forma de rim e reação positiva com CD1 a ou S-100.
disceratose freqüente (1.27). A atipia afeta toda a Carcinoma sebáceo (21.5) : positivo para corante óleo
espessura da epiderme e geralmente comprometendo vermelho-O. Em alguns casos, alterações bowenóides
12 Alterações Clínicas e Patológicas com Listas de Diagnósticos Diferenciais
Corno cutâneo (horntt mtcmeum) : expressão clínica utilizada Doença de Mucha-Habermann (2.14)
para descrever a proliferação córnea maciça devida à Eritema discrômico persistente (3.1 1)
hiperceratose. É causado mais comumente por ceratose Eritema multiforme (3.2)
actínica, carcinoma espinocelular, verruga vulgar ou Erupções medicamentosas liquenóides e fixas (3.5)
ceratose seborréica. Radiodermatite (9.2)
Angioceratoma (25.2) Líquen escleroso (9.5)
Dermatoftbroma (27 .1) Síndrome de Rothmund-Thomson (11 .5)
Fibroceratoma digital adquirido (27.5) Síndrome de Bloom (11 .5)
Sífilis secundária (alguns casos, 12.13)
A/g1111s exa11temas virais (14.7)
1.62 Hipertricose D ermatite da interface associada à infecção
pelo HIV (14.1 2)
Nevo de Becker (20.3)
Domça enxerto versus hospedeiro (17.3)
Medicamentosa (3.5, ciclosporina, minoxidil, androgênios etc.)
Poiquilodermia atrófica vascular (17.4)
Hipertricose familiar
Unha de corça Lúpus eritematoso (17.6)
Hirsutismo D ermatomiosire (17.7)
Hipertricose lanuginosa (1.1 04) Ceratose liquenóide (18.8)
Nevo melanocitico (especialmente congênito, 20.5) Micose fungóide (24.3)
Mucopolissacaridoses (8.14) Papulose linfomatóide (24.8)
Porfiria (8.1)
H amartoma de músculo liso (29.6)
Hiperpigmentação (ver Marrom) 1.65 Dermatite intersticial
Caracteriza-se pela presença discreta de células inflamatórias
dispersas nos espaços entre os feixes de colágeno da derme, em
1.63 Hipogranulose contraste com a dermatite perivascular mais comum (1.1 08).
Hipogranulose é a redução da espessura da camada granulosa. A dermatite intersticial não é tão densa quanto a nodular e a
Como isso pode ocorrer em qualquer condição na qual haja difusa (1.90) ou a liquenóide (1.72). Evidentemente, alguns desses
paraceratose (que algumas vezes indica tempo mais curto de padrões diversos podem ter algumas células inflamatórias no
renovação da epiderme com menos tempo para desenvolver a interstício, mas a lista apresentada a seguir inclui principalmente
camada granulosa), a demonstração de hipogranulose tem pouca os distúrbios nos quais a inflamação intersticial é a anormali-
importância diagnóstica, exceto na ictiose vulgar. dade principal.
Ictiose vulgar (11.1) Urticária (3.1)
Abaixo da paraceratose, especialmente psoríase (2.8) e Eritema marginado (3.1 e 12.2)
lamelas cornóides da poroceratose (18.4) Reação medicamentosa intersticial (3.5)
Mucosas normais Síndrome de Sweet (3.7, geralmente é mais difusa)
Pitiríase liquenóide (2. 14) Síndrome de Well (3.8, geralmente é mais difusa)
Eritema migratório necrolitico (3.2) Granuloma anular (7.1)
Pelagra (8.19) Celulite (12.3)
Acrodermatite enteropática (17.1) Micose fungóide intersticial (24.3)
Pitiriase rotunda Erupções intertriginosas (ver Axila, 1.1O; ou Virilha, 1.55)
Hipopigmentação (ver Lesões brancas, 1.149)
Enduração (ver Cicatrizes, Esclerose, Fibrose, 1.124)
1.66 Rins e pele
J\miloidose (8.4, deposição)
1.64 Dermatite de interface, degeneração da
Síndrome de Birt-Hogg-Dube (22.6, carcinoma de
camada basal por liquefação, alteração células renais)
vacuolar e degeneração hidrópica Doença bolhosa da hemodiálise (8.1, pseudoporfuia)
Dermatite de interface é um processo no qual há alterações degene- Crioglobulinemia (4.9, glomerulonefrite)
rativas na junção dermoepidérmica com inflamação (predominio de Lesões cutâneas do diabetes (1.26, nefropatia)
linfócitos) principalmente na interface entre a epiderme e a derme. Doença de Pabry (25.2, insuficiência renal)
Degeneraçãopor liquifação, alteração vamo/ar e degeneração hidrrfpica são três Gota (8.5, nefrolitíase)
sinônimos para essa alteração degenerativa que ocorre na camada Impetigo (12.2, nefrite)
basal. Minúsculos espaços vacuolares aparecem na junção dermoe- D oença de Kyrle (9 .12, insuficiência renal)
pidérmica, geralmente tornando essa zona de transição pouco rútida. Lúpus eritematoso (17.6, nefrite)
Isso pode levar à formação de uma bolha subepidérmica. D ermatite Nlieloma (24.5, proteinúria de Bence Jones)
liquenóide (1.72) superpõe-se à dermatite da interface, mas o adjetivo Síndrome unha-patela (lúnulas triangulares, calosidades
''liquenóide" é utilizado quando há infiltrados inflamatórios subcpi- ilíacas, insuficiência renal)
dérmicos "em faixa" proeminentes. Alguns especialistas dividem a Prurido sem erupção (1.114)
dermatite da interface em tipo liq11enóide e tipo vamo/ar, o último com Pseudoxantoma elástico (9.8, hipertensão, lesões das
infiltrados inflamatórios menos proeminentes. artérias renais)
Líquen plano (2.11) Carcino ma de células renais (28.4)
Líquen tútido (2.12) Sarcoidose (7.5, cálculos de cálcio)
20 Alterações Clínicas e Patológicas com Listas de Diagnósticos Diferenciais
cutâneas inflamatórias como linfoistiocíticas, restando-nos apenas crônicas (p. ex., psoríase) podem atrair muitos neutrófilos. Como
memorizar as exceções! Célula mononuc/ear refere-se a linfócitos e a maioria dos infiltrados linfoistiocíticos é predominantemente
lústióciws, ainda que certamente existam muitos tipos de células linfocítica, neste livro dizemos simplesmente que o infiltrado é
com apenas um núcleo (mononucleares). Célula redonda é outra linfocítico. Se os histiócitos forem um componente significativo
designação imprópria também utilizada como sinônimo de célula do infiltrado, então o diagnóstico diferencial dos granulomas
mononuclear. As células mono nucleares precisam ser diferenciadas (1 .51) geralmente será pertinente.
dos neutrófilos e eosinófilos, que possuem núcleos segmentados. Máculas (lesões plan as sem elevação, ver na listagem da cor
O termo "histiócito" tem sido criticado por gerar confusão, tendo correspondente)
em vista que é utilizado para descrever várias células encontradas Lesões maculopapulosas (ver Lesões morbiliformes)
na derme, que são comprovadamente heterogêneas, com base
nos métodos mais sofisticados disponíveis hoje. Na patologia do
passado, o lústiócito era uma célula fagocítica (macrófago) do 1.77 Madarose
sistema reáculo-endotelial que se diferenciava dos linfócitos por
ter núcleo mais volumoso e pálido e citOplasma mais abundante. A madarose caracteriza-se pela perda dos cílios ou supercílios.
Os macrófagos que fagocitam melanina são conhecidos como Alopecia areata (10.9)
me/anófagos (1.79), enquanto os que fagocitam hemossiderina são D isplasia ectodérrnica anidrótica (1 1.2)
hemossiderófagos ou siderófagos (1.58). Os fagócitos que englo- D er matite atópica (sinal de Hertoghe, 2.1 )
baram material lipídico são conhecidos como lipófagose constituem D isplasia ectodérrnica (11.2)
um dos tipos de células espumosas (1.46). Eritrodermia (1.39)
Em quase todos os capítulos deste livro, o termo "lústiócito" H ipoplasia superciliar familiar
é utilizado para descrever um macrófago derivado do monó- Hipotireoidismo (1.13 7)
cito. Os lústiócitos têm aspecto epitelióide (1.38) e, por essa Hanseníase virchowiana (12.12)
razão, algumas outras células que parecem epitelióides têm sido Moniletrix (1.4)
descritas erroneamente como " histiócitos", ou denominadas Pili torti (1.4)
"histiocitóidel'. Por exemplo, hemangioma lústiocitóide é sinônimo Progéria (9.6)
de hipcrplasia angiolinfóide (25.4), na qual as células endoteliais Síndro me de Rothmund-Thomson (11.5)
que revestem os vasos sanguíneos assemelham-se aos histiócitos. Alopecia auto-induzida ou factícia (10.11)
Muitos exemplos de "linfoma lústiocítico" descritos na literatura Sífilis secundária (12.13)
antiga representavam, na verdade, neoplasias malignas de linfó- Uleritema ofriógeno (10.5)
citos B. As células que proliferam na lústiocitose X (24.6) e na
reticuloistiocitose autocicatrizante congênita (24.6) na verdade
são células de Langerhans. As células que proliferam na histioci- 1.78 Mastócitos
tose atípica regressiva (papulose linfomatóide, 24.8) são linfócitos
T, enquanto as células T neoplásicas da paniculite histiocítica (ver Fig. 1.78)
citofágica (24.3) estão simplesmente acompanhadas de histiócitos Os mastócitos são reconhecidos facilmente quando apresentam
reativos que fagocitaram eritrócitos e leucócitos. o aspecto tipico de "ovo estrelado" (núcleo redondo no centro
Os lúifócitos predominam na maioria dos exantemas e, por serem do citoplasma anfofílico). Essas células são mais difíceis de
as células inflamatórias reativas predominantes na maioria das reconhecer quando se assemelham a linfócitos ou fibroblastos
neoplasias, é impossível fornecer uma lista dos distúrbios que fusiformes. O patologista deve considerar essa possibilidade e
apresentam linfócitos. É importante enfatizar que a inflamação realizar as colorações especiais (p. ex., G iemsa, azul de toluidina
linfoistiocítica das doenças de pele não indica que o distúrbio ou esterase do cloroacetato) caso sejam necessárias. Os mastó-
seja crônico, ao contrário do que se ensina habitualmente nos citos não devem ser confundidos com plasmócitos (1.11 0). Os
cursos de patologia: os neutrófilos são células inflamatórias "agudas" mastócitos são encontrados em pequenas quantidades na pele
e os linfócitos e os histiócitos são células "crônicas". Em alguns normal. Como regra geral, mais de 6 mastócitos por campo
distúrbios agudos (p. ex., der matite de contato alérgica, eritema de grande aumento provavelmente refletem contagens aumen-
multiforme), os linfócitos predominam, enquanto outras doenças tadas.
Urticária pigmentosa e mastocitose (11.1 O) lixa), mas todos os quatro citados antes são praticamente sinô-
Ur ticária (3.1) nimos. Em muitos casos, o termo maculopapulosa é utilizado erro-
Tumores neurais (Cap. 26) neamente de forma inespecífica para descrever qualquer exantema.
Áreas mucinosas (1.23) Muitas dessas doenças acompanham-se de febre (1.45).
A. Bacteríanas
1.79 Incontinência de melanina
Infecção por Corymbacteri11m hemofytictltn (12.2)
Incontinência de melanina (mcontinência pigmentar) é a presença
desse pigmento na derme superficial em virtude da sua eliminação Listeriose
pelas células lesadas da camada basal. Já a presença de melanina D oença de Lyme (12.14)
na derme profunda geralmente indica que ela esteja sendo sinteti- Febre reumática (12.2)
zada nesse local por uma neoplasia melanocítica (Cap. 20), dentre Escarlatina (12.2)
as quais muitas são pigmentadas, independentemente da sua locali- S íftlis secundária (12.13)
zação superficial ou profunda. Algumas neophsiaspigmentadas contêm Síndrome do choque tóxico (12.2)
melanócitos capazes de sintetizar mela.ni.na, por exemplo, CBC
pigmentado (18.4), doença de Bowen pigmentada (18.10), cistos B. Virais
pigmentados (Cap. 19), rumores foliculares pigmentados (Cap. 22),
rumores pigmentados das glândulas sudoriparas (Cap. 23), neuro- Adenovírus (1 4.7)
fibroma pigmentado (26.1), schwanoma melanótico (26.2) e D FSP Infecções por arbovírus (inclusive dengue, 14.7)
pigmentado (27.10). Na dermatite de interface, a lesão da camada Echovíru s (14.7)
basal geralmente provoca incontinência de melanina. A melanina Quinta doença (14.7)
presente na derme freqüentemente é fagocirada pelos macrófagos Síndrome de Gianotti-Crosti (14.11)
que, por essa razão, são conhecidos como mekmófagos (1. 76). H epatite B
Qualquer doença inflamatória da pele intensamente Doença associada ao vírus da imunodeficiência humana (14.12)
pigmentada Doença de Kawasalci (14.1 O)
Erirema discrôrnico persistente (3.11) Mononucleose (1 4.8)
Dermatite de interface (1.64) Sarampo alemão (14.7)
Amiloidose maculosa e Jiquen arnilóide (8.4) Rubéola (14.7)
Incontinência pigmentar (3ll estágio, 11.6) Roséola (1 4. 7)
Hiperpigmentação pós-inflamatória (17 .1O)
Neoplasias melanocíticas (Cap. 20) C. Outras infecções
Febre Maculosa das Montanhas Rochosas (14.13)
1.80 Gamopatia monoclonal ou Toxoplasmose
paraproteinemia Tifo (14.13)
A gamopatia monoclonal 121 de significado incerto ocorre em 1%
dos indivíduos normais com mais de 50 anos de idade e em 3% D. Não-infecciosas
da população com mais de 70 anos. Apenas cerca de 11% desses Erupção medicamentosa (3.5)
indivíduos finalmente desenvolvem mieloma múltiplo. Erupções foliculares (1 .4 7)
Arniloidose (8.4)
Doença enxerto verS/Is hospedeiro (17.3)
Crioglobulinernia (4.9)
Leucemia (24.4)
Dermatite herpetiforme (6.5)
Erupções purpúricas (1.11 9)
Eritema elevado diutumo (4.3)
Eritemas reativos (Cap. 3)
Líquen mixedematoso (8.8)
Erupções papulosas eritematosas (1.121)
Linfoma (Cap. 24)
Doença de Still e artrite reumatóide juvenil
Mie/oma múltiplo (24.5)
Reação transfusional e doença do soro
Micose fungóide (24.3)
Xantogranuloma necrobiótico (7.11)
Xantoma plano normolipêrnico (7.9) 1.82 Lesões da boca
Síndrome POEMS (24.5)
(ver também Gengiva, 1.50; Lábios, 1.74; Palato, 1.97;
Pioderma gangrenoso (4.12)
Escleredema de Buschke (8.12) Língua, 1.138)
Escleromixedema (8.8) Ameloblastoma (nódulo, 18.14)
Dermatose pustulosa subcórnea (2.8) Ú/ceras qftosas (úlceras, 17.11)
Macroglobulinernia de Waldenstrom (4.9) Síndrome de Behçet (úlceras, 4.11)
Queimaduras (úlceras, 6. 7)
Candidíase (leucoplasia, 13.4)
Condiloma acurninado (pá pulas verrucosas, 14.1)
1.81 Erupções morbiliformes (exantemáticas,
Estomatire de contato (leucoplasia, eritema, 2.2)
maculopapulosas, escarlatiniformes) Síndrome de Cowden (fi bromas, 22.5)
Essas doenças causam pequenas (2-5 mm) máculas e/ou pápulas Doença de Darier (leucoplasia em "pedras de calçamento",
eritematosas, especialmente no tronco e em geral com pouca 11.3)
ou nenhuma descamação, exceto nos estágios descamativos mais Estomatite causada por fármacos (quimioterapia etc., 3.5)
tardios. Alguns poderiam argumentar que existem diferenças entre Disceratose congênita (leucoplasia pré-maligna, 11.4)
esses termos (escarJatiniforme é mais áspera e assemelha-se a uma Epidermólise bolhosa (bolhas, úlceras, 6.6)
24 Alterações Clínicas e Patológicas com Listas de Diagnósticos Diferenciais
displasia. O aspecto do estrato córneo pode mostrar alternância H. Paraceratose granulosa axilar140
entre azulado e rosado.
A paraceratose granulosa axilar é um padrão peculiar marcado
Ceratose actínica (18.8)
por centenas de grânulos no estrato córneo, que parece ser uma
reaç~o aos desodorantes aplicados nas axilas.
8. Colunas de paraceratose
Colunas de paraceratose, que podem ser impressionantes.
1.104 Síndromes paraneoplásicas
Verruga vulgar (14.1)
Poroceratose (18.4, !ameias cornóides) São dermatoses nas quais as lesões cutâneas acompanham a
evolução de neoplasias malignas sistêmicas. A cura do câncer
subjacente pode levar à regressão das lesões cutâneas. Também
C. Paraceratose confluente estão incluídas algumas genodermatoses associadas a neoplasias
Paraceratose extensa, que tende a envolver áreas amplas do sistêmicas, que na verdade poderiam não ser classificadas como
estrato córneo. paraneoplásicas.
Psoríase (2.8) Acantose nigricante (adenocarcinomas do abdome, 18.5)
Doença de Bowen (18.10) Ictiose adquirida (linfoma, 11.1)
Amiloidose (mieloma, 8.4)
Ceratose arsenical (adenocarcinoma GI, 18.9)
D. Paraceratose focal: pequenos focos Atax.ia-telangiectasia (linfoma, 11.12)
paraceratósicos Síndrome de Bazex (acroceracose paraneoplásica,
carcinoma do trato aerodigestivo, 2.15)
A maioria dos "eczemas" (2.1) Síndrome de Birt-Hogg-Dube (carcinoma de células renais,
Pitiríase rósea (2.4)
22.6)
Psoríase gutata (2.8, com montículos de neutrófilos no Síndrome de Bloom (várias neoplasias, 11.1 O)
estrato córneo)
Carcinóide (ruborização, neoplasias pancreáticas ou GI, 28.5)
Parapsoríase (2.9) Síndrome de Cronkhite-Canada (neoplasias malignas GI,
Pitiríase liguenóide (2.14) 17.10)
D oença de Cowden (cânceres de mama e tireóide, 22.5)
Crioglobulinemia (macroglobulinemia de Waldenstrom,
E. Paraceratose salpicada, em tabuleiro de damas mieloma, 4.9)
e com ombros Dermatite herpetiforme (linfoma, 6.5)
A paracera tose parece começar e terminar de forma salpicada ou Dermatorniosite (várias neoplasias malignas em 25% dos
lembrando uma colcha de retalhos ou um tabuleiro de damas e adultos, 17.7)
está presente nas bordas dos folículos tamponados. Disceratose congênita (vários tumores, 11.4)
Pitiríase rubra pilar (2.1 O) Eritemagymtum repms (câncer do pulmão, 3.4)
Eritromelalgia (distúrbios rnieloproliferativos malignos,
3.13)
F. Montículos de paraceratose com neutrófilos Eritrodermia esfoliativa (principalmente linfomas, 1.39)
Psoríase (2.8, especialmente gutata) Necrose adiposa (carcinoma do pâncreas, 16.8)
Mucinose folicu.lar (micose fungóide, 10.8)
Síndrome de Gardner (cistos, lipomas, adenocarcinoma
GI, 19.1)
G. Paraceratose em sanduíche
Granuloma anular, tipo sistêmico (distúrbios
Paraceratose sobre ortoceratose sobre a camada granulosa, seme- rnieloproliferativos, 7.1)
lhante às camadas de um sanduíche. Herpes zoster (geralmente sem câncer, 14.2)
Tinha (13.1) Ceratoderrnia de Howell-Evans (carcinoma do esôfago, 2.15)
Paraceratose granulosa
Ceratinócito
neas inflamatórias apresentam dermatite perivascular, restando Dermatite actínica crônica (2.2)
ao patologista apenas lembrar das exceções. A maioria dos livros Síndrome de Cockayne (11.1 O)
subdivide as dermatites perivasculares em subtipos "superficial" Dermatomiosite (17.7)
e "superficial e profunda". Essa subdivisão é muito menos útil Doença de Darier (11.3)
para o estabelecimento do diagnóstico específico que a corre- Doença de Harmup (2.1)
lação clínica e a procura simultânea de outras anormalidades, Herpes simples (14.2)
como alterações epidérmicas e tipos de células inflamatórias. Hidroa estiva! (17.5) Hidroa vaciniforme (17.5)
Outros padrões como o liquenóide (1.72) e o nodular (1.90) L úpus en"tematoso (17.6)
podem apresentar áreas de dermatite perivascular, mas quando Pelagra (2.1)
detectados, o diagnóstico diferencial mais apropriado geralmente Reação persistente à luz (2.2)
inclui essas possibilidades, em vez da dermatite perivascular. A Dermatite de fotocontato (2.2)
subdivisão dos principais grupos em lubridos como perivascular Reação fotofarmacogênica (3.5)
com dermatite intersticial (1.65), perivascular e de interface (1.64), Erupção polimórfica à luz (17 .5)
perivascular com espongiose (1.131) e perivascular com psoria- Porfirias (8.1)
siforme (1.118) tem pouca utilidade prática. Síndrome de Rothmund-Thomson (1 1.5)
Urticária solar (3.1)
Queimadura solar (6.7)
A. Dermatite perivascular, superficial Xeroderma pigmentoso (11.11)
Estrato lúcido
A. Lesões solitárias
1.145 Lesões verrucosas
Endometriose (29.9)
Adenocarcinoma metas tático (nódulo Irmã Maria José, 28.2) (ver também Papilomatose, 1.101)
Resquício do dueto onfalomesentérico (29.11) Acantose nigricante (18.5)
Granuloma piogênico (25.3) Acroceratose verruciforme (18.3)
Hérnia umbilical Angioceratoma circunscrito (25.2)
Cromomicose (13.1O)
Coccidioidomicose (13.6)
8 . Erupções com predileção pelo umbigo Condiloma acuminado (14.1)
Papilomatose confluente e reticulada (18.5)
Doença bolhosa crônica da infância (6.4) Doença de Darier (11.3)
Penfigóide gestacional (6.3) Nevo epidérmico (18.1)
Elastose calcificada perfurante (9.8) Epidermodisplasia verruciforme (14.1)
P soríase (2.8) Halogenoderma (3.5)
Escabiose (15.9) Ictiose (1 1.1)
Dermatite seborréica (2.1) Incontinência pigmentar (2ll estágio, 11.6)
Manchas róseas da febre tifóide (12.2) Doença de Kyrle (9.1 2)
Vitiligo (17.2) Líquen amiloidótico (8.4)
Alteração vacuolar (ver Dermatite da interface, 1.64) Líquen simples crônico e prurigo nodular (2.3)
Alterações Clínicas e Patológicas com Listas de Diagnósticos Diferenciais 41
Líquen estriado (2.5) rindo uma bolha mais antiga; e sirtais de formação de epitélio novo
Prdteinose lipoídica (8.3) por migração acima das estruturas anexiais. Os exames de ilmmojluo-
Linfangioma circunscrito rescência para detectar deposição de auto-anticorpos e complemento
Nevo sebáceo (21.2) podem ser necessários para o diagnóstico definitivo.67•70
Blastomicose norte-americana (13.8)
Doenças papuloescamosas (1.1 02)
Poroceratose (18.4) A. Vesículas subcórneas (ver também Neutrófilos,
E scabiose, crostosa "norueguesa" (15.9) em pústulas, 1.88)
Adenoma sebáceo (21.3)
Ceratose seborréica (18.2) Miliária cristalina (1 0.6)
Síndrome da pele escaldada estafilocócica (12.2)
Siringocistoadenoma papilifero (23.3)
lmpetigo bolhoso (12.2)
Tuberculose verrucosa cutânea (1 2.10)
Bolhas de atrito (5.7)
Carcinoma verrucoso (18.11)
Vermga vu(gar (14.1) Pênfigosfoliáceo e eritematoso (5.4)
Eritema tóxico neonatal (5.3)
Disceratoma verrucoso (18.7)
-----
"fora de prõpóSitô'~porque ã erupção cutânea é desenca-
deada impropriamente pelos alérgenos que são principal-
2.1 Eczema.ldermatite eczematosa) mente inalados ou ingeridos, em contraste com a alergia
(ver Fig. 2.1A- F) verdadeira às substâncias que entram em contato com a pele.
O termo "eczema" tem sido criticado porque gera confusão52 Comparar com a dermatite de contato (2.2).
e é difícil de definir, mas geralmente é utilizado pelos derma- 2. ~a xeró~cQ_(peie seca, xerose, eczema asteatósico, eczema
tologistas para descrever um gr upo de doenças que se caracte- craquelê): nenhum aspecto específico de forma consistente.
rizam por descamaçãQ difu sa e de limites mal definidos em seus 3. Dermatite seborréica: caspa, descamação gordurosa do couro cabe-
es tá~ios crô nicos, na qual a esl2Q-!1Wse é um aspecto histoló- /tido (1.1 23), dos supercílios (1.42), das pálpebras (1.43), das
g~co Importante. As doenças papuloescamosas (1.102) também dobras paranasais, das axilas (1.10) ou do tórax (e região das
apresentam descamação proeminente, mas as lesões são melhor fraldas dos lactentes); algumas vezes, está relacionada com a
demarcadas e mais elevadas. Há certa superposição entre esses proliferação excessiva dos fungos Piryrospomm, da microbió-
2 grupos. E m geral, os clínicos utilizam o termo "dermatite" tica normal em alguns casos associada a distúrbios neuroló-
como sinônimo de eczema, enquanto outros o empregam de gicos ou infecção pelo HIV (14.12); nenhum aspecto histo-
~qgico ca~stico, ~xceto que geralmente é mais psoriasi-
forma inespecífica para qualquer distúrbio cutâneo inflamatório
Torme (1.11 8), embora com mais espongiose que se observa
(ite significa inflamação). Os pacientes com eczema em geral
comumente na psoóase (2.8). Algumas vezes, as lesões que
têm prurido (1.11 3) .
apresentam aspectos de superposição com a psoríase são
A espongiose é o aspecto histológico característico do
descritas como sebopsoríase.
eczema (1 .9). A origem grega da palavra eczema significa
4 . .;~etm<tti~e--.1f.e§_ta~: localizada nas p ernas (1.67) e relacio-
"fervura transbprç:lltnte:' e refere-se às pequenas vesículas infra- nada com estase vascular e disfunção das válvulas venosas,
epidérmicas que podem ocorrer nos distúrbios eczematosos, se geralmente com mais pi~ntação evidenciada ao exame
a espongiose for significativa (edema intercelular). À medida clínico (1.18); tende a desenvolver úlceras de estase (1.141);
que o eczema cronifica, tende a tornar-se mais acantótico e os peqr1enos vasos sanguíneos da derme papilar estão mais dilatados
menos espongiótico. As designações antiquadas de "dermatite e há mais hemossidetina (1.58); mais fibrose ou paniculite escle-
agudd' (vesículas espongióticas intra-epidérmicas), de "dermatite rosante nas lesões mais crônicas (16.9).
crônicd' (mais acantose e menos espongiose) e "dermatite suba- S. .Mroangi~rmatite (Q§..etLdo-sarcoEEA,e Kaposi): variante da
gt~dd' (alterações patológicas entre as for mas aguda e crônica) dermatite de estase, em que a proliferação vascularé tão eJo.."Ube-
devem ser abandonadas. E m geral, as doenças eczematosas rante que se evidencia ao exame clínico; em alguns casos, asse-
são diferenciadas por suas manifestações clínicas e não pelas melha-se histologicamente ao sarcoma de Kaposi (25.9).
alterações histológicas, mas alg uns aspectos úteis estão rela- 6. Dermatite de contil..tQ~m geral é incluída no grupo dos
cionados a seguir. eczemas e será analisada mais detalhadamente na seção 2.2.
46 Doenças Eczematosas e Papuloescamosas
Paraceratose
Vesícula intra-epidérmica
Hemorragia
Acantose
Eritrócito extravasado
Vaso sanguíneo
Hemossiderina
7. ~zeina disidróJll:_u;_a descamação e as microvesículas causada pela umidade da transpiração dos tênis fechados. A~
aparecem nas mãos, nos dedos das mãos (1 .56), nos dedos dos das ftaldas geralmente é uma dermatite de contato irritativa causada
pés e na pele das extremidades (assim denominado porque pelas fezes e pela urina, mas em alguns casos é devida à Candida.
se acreditava anteriormente que estivesse relacionado com a -~é o termo utilizado para descrever as dermatites das áreas
"transpiração anormal"); geralmente com vcsicu!as agrupadas mtertriginosas como as axilas (1.10) ou a virilha (1.55), nas quais
semelhantes a ''!!_udim_!!e tapioca"; mais tendência a ter espon- predominam a dermatite de contato irritativa causada pelo excesso
giose e vesículas. de umidade e atrito; contudo, alguns casos podem ser devidos à
8. Reação Ide: pápulas ou vesículas espongióticas (geralmente candidíase (13.4) ou ao eritrasma (12.5). Oueihte angular (perleche) é
semelhantes à disidrose) irrompem em uma área distante como um tipo de intertrigo dos ângulos da boca, geralmente associado a
as palmas, em conseqüência da reação a uma erupção predomi- dobras redundantes que retêm umidade ou a dentaduras mal-adap-
nante em outra região, por exemplo, tinha dos pés (fenômeno tadas. Dermatite actinica crâ'nica (reatividadepersistente à lu:?) descreve um
imunológico pouco esclarecido e pouco documentado). tipo de dermatite por fotocontato persistente. D epois da estimulação
9. ~ma papuloso ou folicular: termos clínicos utilizados antigênica crônica, a inflamação pode apresentar aspecto atípico
pâra descrever o eczema que se apresenta com pápulas e transformar-se em um reticulóide adínico, semelhante ao linfoma
minúsculas semelhantes às da foliculite (1.47). cutâneo de células T (24.3), tendo em vista que o sufixo "óide"
10. ~o.d~tite: termo clínico impróprio, empregado significa semelhante à reticulose (designação antiga de linfoma). A
quando a "neurose" parece desempenhar uma função histologia e o diagnóstico diferencial da dermatite de contato são
proeminente; as escoriações geralmente são marcantes; em semelhantes aos do eczema (2.1). Dermatite de contato grave e ftto-
geral, não se encontram as lesões primárias intactas; não há fotodermatzte (alergia a plantas em presença de luz ultravioleta, 1.1 09)
aspectos histológicos característicos. podem causar necrose dos ceratinócitos (1.86).
11. _gc2é<:_IT.!_~_QIDWar: expressão clínica utilizada para descrever
as placas arredondadas ou anulares com formato de moeda (1.5),
principalmente nos membros; em geral, há mais crostas e
2.3 Líquen simples crônico e prurigo nodular
espongiose. (ver Fig. 2.3A-C)
12. Síndrome de Wiscott-Aldrich, síndrome de Omenn e ~en sim
,B)~~rônisg__(LSC) é uma placa eritematosa descama-
_a!gumas.._QJillas imunoêrefiCi'ências: ·gérálmente têm TesóeS tlva~que representa a pele liquenificada (espessada) em virtude
clínicas eczeiTW:os~tologíasemelhante. d~ ~imples coçadura ou irritação crônica. A lesão é liquenóide ao
~ Deficiências de vitaminas e distúrbios metabólicos como exame clinico, mas não histologicamente (1.72). Prurigo ~ular
· fenilcetonúria, deficiência de zinco (17.1), deficiência de (nódulo do escorafunchador) é o mesmo processo básico, exceto
ácidos graxos essenciais, pelagra, doença de Hartnup, defi- porque forma um nódulo localizado em vez de uma placa. Os 2
ciência de biotina: podem evidenciar-se por pele eritematosa distúrbios são lesões terminais que geralmente co meçam como
e descamativa semelhante ao eczema; aspecto histológico algum tipo de eczema, neurodermacite, picadas de artrópodes,
semelhante, mas algumas podem ter mais hiperplasia psoria- foliculite ou qualquer outro estímulo nocivo que faça com que o
siforme (1.118) ou palidez da epiderme (1.98). paciente escarafunche ou escarifique a área pruriginosa (1.113).
14. Cera_!ose e~~liatiya: variante do eczema palmoplantar (1 .99),
apresenta uma borda progressiva peculiar de desprendi-
• Hiperceratose com paraceratose focal (1.103)
mento do estrato córneo com clareamento central, que os
pacientes podem não resistir em arrancar; há relativamente • Hipergranulose (1.60)
pouco ou nenhum eritema ou inflamação. • Acantose irregular impressionante
• Orie11tação vertical do coláge11o nasptpilas dérmicas
• Infiltrados linfocícicos perivasculares (1.108)
Diagnóstico diferencial • Fibroblastos proeminentes em alguns casos
1. J)qha _(13.1): preparação de KOH, coloração pelo PAS ou
cllltuiapositiva. Variações
2. Outras doenças eczematosas (1.29), doenças papuloesca-
mosas (1.102) e dermatite de contato (2.2). 1. Calosidade ou calo: hiperceratose compacta a acantose.
3. Outras doenças espongióticas (1.131), doenças vesiculosas 2. Der~tl~~en,_Õ!de por atrito: pápulas ou placas nos coto-
intra-epidérmicas (1.146) e dermatite perivascular (1.1 08). velos ou nos joelhos, causadas pelo atrito crônico. Os linfó-
4. Microabscessos de Langerhans (pseudomicroabscessos de citos predominam em torno dos vasos sanguíneos e não se
Pautrier, microabscessos monocíticos), que ocorrem comu- distribuem em padrão liquenóide (a lesão é liquenóide ao
mente na epiderme nos casos de eczema e dermatite de exame clínico, 1.72).
contato; positivos para CD1a ou CD68; podem ser confun- 3. Acantoma fissurads_> ~f fissurad<?): hiperplasia
didos com micose fungóide (24.3) e histiocitose de células da ep!Zfêri:Deeãü~p'Z:la esfregação crônica dos óculos no
de Langerhans (24.6). 115 nariz ou nas áreas retroauriculares.
Linfócitos perivasculares
Hipergranulose
Linfócito
Espongiose
'-·--
2.4 Pitirías-~(PR>
(ver Fig. 2.4) -
Comum; lesões papuloescamosas, algumas vezes papulovesiculosas
e pruriginosas (1 .113); infecção viral (possivelmente causada pelo
Diagnóstico diferencial
1.
2.
"Eczema" (2.1) e outras doenças espongióricas (1.1 31): rara-
mente lineares.
Outras doenças com ceratinócitos disceratósicos (1.27): rara-
vírus herpes tipo 7) em crianças maiores e adultosjovens, que começa mente lineares.
com uma lesão maior inicial (placa premmciadora), geralmente anular 3. Dentre outras doenças liquenóides (1.72), o líquen plano
(1 .5) e semelhante à tinha; em muitos casos, placas ovaladas com linear poderia ser o mais difícil de diferenciar (2.11), a menos
distribuição em "árvore de Natal" no tronco (1.140); as lesões que haja muitas outras lesões.
cutâneas regridem em 6 semanas. 4. Nevo epidérmico (18.1 ): linear, mas maior tendência a ser congê·
nito; persiste indefinidamente; mais papilomarose e acantose e
menos espongiose ou disceratose, a menos que haja irritação.
[il • Paraceratose focal (1.103)
• Acantose discreta em alguns casos (1.61)
• Espongiose (1.1 31); raramente vesículas espongiúti<:as (1.146) 2.6 Pitiríase alba
• Lúifócitos perivasCIIlares; raramente eosinófilos (1.36) Comum; placas descamativas mal defimdas com hipopigmentação (1.149),
• Disceratose em alguns casos (1.27) principalmente na face e nos membros superiores de crianças, em
• Extravasamento focal de hemácias em alguns casos (1.40) geral com diátese atópica (2.1 ).
Diagnóstico diferencial
• Paraceratose focal (1.1 03)
O diagnóstico é basicamente clínico. A lesão não é biopsiada, • Espongiose focal
exceto nos casos inco muns. • Linfócitos perívasculares (1.1 08)
1. Doenças eczematosas (1.29), doenças papuloescamosas
(1.1 02).
2. Outras doenças com espongiose (1.131) ou dermatite peri- Diagnóstico diferencial
vascular (1.108).
3. Sífihs secundária (12.1 3): sorologia positiva. O diagnóstico é basicamente clínico, raras vezes com biopsias.
4. Parapsoríase (2.9): persistente, não regride em 6 semanas. 1. Outras doenças espongióricas (1.131 ).
5. Tinha (13. 1): preparação de KOH, coloração pelo PAS ou 2. Doenças hipopigmentadas (1.149), especialmente viti]jgo
cultura positiva. (17.2), tinha versicolor (13.2) e hipopigmentação pós-infla-
6. Erupções semelhantes à PR ocorrem com alguns fármacos matória (17.10).
(3.5) e alguns tipos de epidermodisplasia verruciforme (14.1).
2.7 Doença de Flegel (hiperceratose lenticular
2.5 Líquen estriado persistente)
Incomum; placa descamativa limar (1.73), algumas vezes hipopíg- Muito rara, possivelmente um traço autossôrnico dominante;
mentada (1.149), geralmente em um dos membros de cncmças; regride pequenas pápulas hiperceratósicas vermelhas discózdes, principalmente
em meses a anos. nas palmas, plantas, mãos, pés, pernas e cmtebraços dos adultos. A clas-
sificação precisa como um distúrbio específico tem sido ques-
tionada. As lesões bem desenvolvidas têm as seguintes caracte-
lil. Paraceratose focal (1.1 03)
rísticas histológicas.
• Acantose discreta, psoriasiforme em alguns casos (1.118)
• Espongiose
• Ceratinóticos discemtósicos em alguns casos • Monóculos hiperceratósicos localizados com paraceratose [il
• Liquefação focal da camada basal em alguns casos (1.64) (1.103)
• Linfócitos perivasCIIfares (1 .1 08) ou liquenóides, em geral com • Hipogranulose (1.63)
inflamação ao redor dos folículos e especialmente em torno • Atrofia da camada espinhosa (1 .9)
dos duetos sudoríparos (súingocentriczdade) • Linfócitos liquenóides
Acantose
Espongiose
Linfócitos
Eritrócitos
extravasados
Linfócitos
Microabscessos de Munro
Acantose
Capilar dilatado ---+.....!;~~
Paraceratose
Pústula subcórnea
Linfócitos perivasculares
Linfócitos perivasculares
6. Iingua geográfica: placas erodidas anulares (1.5) ou serpiginosas 1. Outras doenças eczematosas (1.29), doenças papuloesca-
(1.126) na língua (1.138); biopsia semelhante à da psoríase. mosas (1.102).
2. Outras doenças com espongiose (1.131 ), linfócitos perivas-
Diagnóstico diferencial culares (1.108) ou linfócitos ]jquenóides (1.72).
3. Pitiríase rósea (2.4): persiste por apenas 6 semanas.
1. Outras doenças com neutró@os no estrato córneo (1.88). 4. Pitiríase liquenóide (2.14): as lesões raramente têm mais de
2. Outras doenças papuloescamosas (1.1 02) com acantose 5 mm, persistem por apenas alguns meses ou vários anos e
psoriasiforme regular (1.118). são mais comuns em crianças e adultos jovens.
3. Líquen simples (2.3): acantose irregular (os cones interpa- 5. Micose fungóide (24.3): placas maiores com mais epidermo-
pilares não têm o mesmo comprimento), cones interpapi- tropismo; microabscessos de Pautrier; mais linfócitos hiper-
lares mais pontiagudos na base (não-claviformes); colágeno cromáticos atípicos; depleção dos marcadores de linfócitos T
da derme papilar em faixas verticais; menos neutrófilos no (pan-1); recombinações anormais dos genes das células T.
estrato córneo.
2.1 O Pitiríase rubra pilar (PRP)
2.9 Parapsoríase
(ver Fig. 2.1O)
Idiopática, placas descamalivas persistentes CT'Otlicas, geralmente em Erupção papuloescamosa de crianças ou adultos com placaspsona-
adultos e especialmente no tronco, que em geral não respondefll siformes com ilhas de pele normal, geralmente de cor vermelho-salmão e
aos tratamentos habituais para eczema (2.1), inclusive corticóides comumente no tronco (1.140), as lesões costumam ser genera-
tópicos. A parapsoríase é muito controvertida. Os dermatologistas lizadas, com palmas eplantas hiperceratósicas cercíceas e espessas (1.99),
usam diferentes termos para descrever as várias formas (muitos em muitos casos com vdnas pápulas foliculares vermelhas, freqüen-
têm apenas importância histórica). Alguns consideram que todas temente com distrofia ungueal (1.85).
as formas da parapsoríase são micose fungóide, enquanto outros
acreditam que o tipo em pequenas placas seja benigno e os tipos • Em geral, há tamponamento folicular
em grandes placas (parapsoríase em placas) e variegado (retiforme)
"Paraceratose em o111bro" adjacentes aos tampões foliculares,
representem os estágios iniciais da micose fungóide. Hoje, a parap-
ou "perdigotos" ou "paraceratose em tabuleiro de xadrez"
soríase gutata é conhecida como pitiríase liquenóide (2.1 4).
alternada com ortoceratose (1.1 03)
• Acantose irregular, geralmente psoriasiforme
(il. Paraceratose focal (1.103) • Acantólise, focal em alguns casos (1.2)
• Acantose em alguns casos, atrofia da epiderme em outros • Linfócitos perivasculares (1.108), ocasionalmente lique-
casos (1.9) nóides (1. 72)
• Espongiose em alguns casos
• Liquefação focal da camada basal em alguns casos (1.64) Diagnóstico diferencial
• Linfócitos perivasculares (algumas vezes liquenóides)
• Eritrócitos extravasados (1.40) em alguns casos 1. O diagnóstico é basicamente clínico e a PRP deve ser dife-
renciada das outras doenças papuloescamosas (1.1 02), prin-
cipalmente psoríase (2.8).
Variações 2. Outras doenças com tamponamento folicular (1.47).
1. .Dermatose digiti~ pequenas placas em unpressão 3. Outras doenças com hiperplasia psoriasiforme da epiderme
digital. (1.118).
2. Xantoeritrodermia persistente: pequenas placas amare-
ladas. 2.11 Líquen plano (LP)
(ver Fig. 2. 11 A-G)
Diagnóstico diferencial
Erupção idiopática comum compápulas e placaspoligonais,planas,
O diagnóstico é basicamente clínico e a histologia é inespecífica, pmriginosas (1.113) e purpúreas (1.147) (5 "p"s), especialmente
a menos que existam alterações sugestivas da micose fungóide. nos punhos, nas mãos, no tronco e nas pernas, comumente com
54 Doenças Eczematosas e Papuloescamosas
Hiperceratose compacta
Hipergranulose
Epiderme
Hipergranulose
Hiperplasia pseudo-
epitel iomatosa
Degeneração por
liquefação
Tamponamento
folicular
Degeneração
por liquefação
Linfócitos
perifoliculares -4J~tf-d;.:..;~r;:;,;.,.,
Linfócitos
perifoliculares
Epiderme
Infiltrado liquenóide
descamação reticulada fina (1.122) na superfície conhecida como 7. Síndro me de Graham-Little: LPP e alopecia (1.4) das axilas
estrias de Wickhmam, em geral com placas brancas reticuladas na boca e da virilha (1.1 O, 1.55), além do couro cabeludo; ceratose pilar
(1.82); persiste por meses ou anos. Menos de 10% dos casos (1 0.5) no tronco e nos membros.
estão associados a hepatite C (14.7).
Diagnóstico diferencial
Linfócitos em "bola na
mão fechada"
2.13 Ceratose liquenóide crônica (doença de • Degeneração por liquefação da camada basal (1.64)
Nekam, líquen rubro moniliforme) • Linfócitos liquenóides
Distúrbio muito raro cuja existência como entidade independente
é questionável, tendo em vista que as fotografias publicadas apre-
sentam aspecto significativamente variável. Esse distúrbio poderia Diagnóstico diferencial
ser uma variante do liquen plano (2.11). N odulopápulas vermelhas 1. O diagnóstico é basicamente clinico; nos demais casos, consi-
com hiperceratose aderente, geralmente em padrão linear (1.73) derar outras doenças com in@trado liquenóide (1.72).
ou reticulado (1.122), principalmente nos membros e nas nádegas,
algumas vezes com ceratodermia palmoplantar (2.15), em alguns
casos associadas a lesões faciais semelhantes à dermatite seborréica 2.14 Pitiríase liquenóide e varioliforme aguda
(2.1), distrofia ungueal (1.85) e úlceras orais (PLEVA, doença de Mucha-Habermann)
(ver Fig. 2.14A-C)
[il. Paraceratose focal (1.1 03)
Erupção idiopática rara, mais comum no tronco (1.140) de crianças
• Acantose ou atrofia da epiderme (1.9)
maiores e adultosjovens, geralmente muitas lesõespequenas (1.121) com
Ceratinócito necrótico
Hemácias na epiderme
Linfócitos permeando
a epiderme
Espongiose
Ceratinócito necrótico
[il. Para cera tose focal (1.1 03), geralmente com crosta descama-
tiva
• ln@trado cuneiforme denso centralizado sobre a zona de
camada basal da pápula, com exocitose linfodtica proeminente
para dentro da epiderme
• Ceralinóritos necróticos freqüentes
• EJpongiose (1.131) com vesículas intra-epidérmicas (1.146)
em alguns casos
• Degeneração por liquefação da camada basal (1.64)
• Extravasamento dos eritrócitos, geralmente na epiderme
Variação
1. Pitiríase liquenóide crônica: forma crônica histologicamente
semelhante, exceto que há menos crosta descamativa, menos
neutrófilos e espongiose, menos vesículas e ceratinócitos
necróticos.
3.1 Urticária um local para outro em algumas horas ou, no mínimo, ao longo
3.2 Eritema multiforme (EM) de um período de 24 horas; as lesões são muito pr uriginosas
3.3 Eritema anular centrífugo (EAC) (1.113) e podem ser causadas por hipersensibilidade do tipo I
3.4 Eritemagyrahlfn repens (EGR) (mediada por IgE) a alimentos, fármacos, infecções ou fatores
3.5 E rupções medicamentosas idiopáticos. Alguns casos podem apresentar dermatografismo.
3.6 Pápulas e placas urticariformes pruriginosas da Nos casos graves, pode haver obstrução das vias respiratórias
gravidez (PPUPG) causada pelo edema da laringe.
3.7 Síndrome de Sweet
3.8 Síndrome de Well
3.9 Eritema ab igne
3.10 Livedo reticular • Epiderme n ormal Cl
3.1 1 Eritema discrômico persistente (EDP) • Edema da derme
3.12 Hipoderrnite ao frio • Eosinófilos, linfócitos, neutrófilos (1.88) e/ ou mastócitos (1.78) peri-
3.13 Eritromelalgia vasct~lares e intersticiais esparsos
Epiderme normal
pele e mais edema, com tendência a acometer os planos mais do eritema multiforme, isso depende apenas do tipo de lesão
profundos e chegar ao tecido subcutâneo. biopsiada.
9. Eritema marginado: variante atenuada da urticária, muiro
evanescente, associado à febre reumática (12.2).
1O. Urticária papulosa (15.7): associada a picadas de artrópodcs. • Ceratinócitos necróticos
• Espongiose em alguns casos (1.131), raramente vesículas
intra-epidérmicas
Diagnóstico diferencial • Liquefação da camada basal (1.64), algumas vezes com bolha
1. Outras doenças com eosinófilos na derme (1.36). subepidérmica (1. 146)
2. Outras doenças com edema da derme (1.30). • Edema da derme papilar (1.30)
• Linfócitos perivasculares ou na interface (1.64), raramente
3. Outras doenças com histologia aparentemente normal (1 .93)
ou dermatite perivascular (1.1 08) ou intersticial (1.65). com eosinófilos (1.36)
• Eritrócitos extravasados em alguns casos (1.40)
4. Vasculites urticariformes (4.1 ): consideradas principalmente
quando as lesões não são evanescentes.
Variações
1. Síndrome de Stevens-Johnson: acometimento mais marcante
3.2 Eritema multiforme (EM)
das mucosas, com mais necrose da epiderme.
(ver Fig. 3.2A-D) 2. Necrólise epidérmica tóxica: desprendimento extenso de toda
Comum, início s!Íbito, lesões 11111ftijormes (pápulas, placas urticari- a pele necrosada; pode levar o paciente ao óbito; geralmente
formes, lesões em alvo (1.5) (bolhas),geralflletrte recidivantes, espe- é causada por sulfonarnidas, fenitoína e outros fármacos.
cialmente na pele acral mais que no tronco, comum nas palmas 3. Eritema migratório necrolítico (síndrome do glucagonoma):
das mãos (1.99). Mais freqüente em crianças e adtdtos jovens. Se o placas crostosas, especialmente na boca e na pele perioral e
paciente apresentar as clássicas lesões em alYo, o distúrbio quase acral; nível sérico elevado de glucagon; lesões psoriasiformes
sempre é uma reação à infecção pelos víms herpes simples (1 4.2). (1.118), com tendência de necrose apenas da camada supe-
Vários fámurcos (3.5) e infecções causam os demais casos. Embora rior da epiderme que se mostra pálida (1.98); o glucagonoma
alguns autores diferenciem os tipos "epidérmico" e "dérmico" associado nem sempre é localizado.
Estrato córneo
Sanduíche de
epiderme necrótica
Camada espinhosa
recém-regenerada
Diagnóstico diferencial
liJ •Espongiose (1.131) ou paraceratose (1.1 03) focal em alguns
1. O diagnóstico é firmado com base no aspecto clínico carac-
casos
terístico de "veios de madeira". Em casos raros, outras erup-
• I.it!fócitos em "111anguito" tátidamente demarcados, dispostos
ções anulares (1.5) produzem esse aspecto clínico marcante.
densamente ao redor dos vasos sanguíneos superficiais e
A histologia é inespecífica, semelhante à de outras doenças
profundos dilatados
com dermatite perivascular (1.1 08).
64 Eritemas Reativos
11. Pseudoporfiria induzida por fármacos: idêntica à PCT (8.1). iodetos (p. ex., SSKI ou cinzas de algas marinhas); lesões
12. Pênfigo induzido por fármacos (associado a penicilamina acneifor mes extensas com histologia semelhame à da acne
etc.): idêntico ao pênfigo (5.4). (1 0.1 ), freqüentemente com hiperplasia pseudo-epitelio-
13. Reação medicamentosa bolhosa com deposição linear de matosa, microabscessos intra-epidérmicos (1.116) e infla-
IgA (associada à vancomicina, ao captopril etc.): idêntica à mação granulomatosa.
dermatose bolhosa por IgA (6.4). 16. P ustulose exantemática aguda generalizada: semelhame à
14. Reações medicamentosas bolhosas: clínica e histologica- psoríase p ustulosa (2.8), porém com mais tendência a apre-
mente semelhantes ao eritema multiforme (3.2); imo no fluo- sentar edema da derme papilar, ceratinócitos necróticos e eosi-
rescência negativa. nófilos.
15. H alogenodermas (bromoderma, iododerma): associados 17. Acne induzida por fármacos (10.1).
à ingestão excessiva de brometos (p. ex., em fármacos) ou
•
Espongiose
Ceratinócitos
necróticos
Cones interpapilares
em "dente-de-serra"
Hiperplasia da
epiderme
Paraceratose
Crosta
Microabscesso intra-epidérmico
Hiperplasia pseudo-epiteliomatosa
Microabscesso intra-epidérmico
Epiderme normal
Pigmento marrom
.·
® .
.:-_•.,.."'~ Fig. 3.5 F, Pigmentação por
L-_ _.::__ __ _;_,_~-------'.._---'-'-~-"'---=-----' minociclina.
Eritemas Reativos 67
Necrose da epiderme
Edema
Neutrófilos difusos
Linfócitos
Neutrófilos difusos
Linfócitos
Edema
Figura em chama
Figura em chama
Linfócitos
3.8 Síndrome de Well (celulite eosinofílica) mulheres com hipotireoidismo (1.137). Telangiectasias ou, rara-
mente, carcinomas espinocelulares podem ser detectados.
(ver Fig. 3.8A- B)
Rara, placas vermelho-vivas endurecidas, idiopáticas, dolorosas ou
• Atrofia da epiderme (1.9), alguns casos
pruriginosas, não-infecciosas, semelhantes à celulite infecciosa (12.3),
• Atipia dos ceratinócitos, alguns casos
algumas vezes com bolhas; geralmente regridem em vários dias • Degeneração por liquefação da camada basal (1.64), focal,
ou semanas, comumente com eosinofilia periférica. Responde
em alguns casos
aos cor ticóides sistêmicos.
Vasos sanguíneos dilatados na derme
• Elasrose da derme (1.31)
liJ •Bolhas intra-epidérrnicas ou subepidérrnicas (1.146), em • Incontinência de melanina (1.79) e hemossiderina (1 .58) na derme
alguns casos
• Eosinóftlos difusos na derme, linfócitos e histiócitos Diagnóstico diferencial
• Figuras de chama na dcrme (áreas cosinofilicas brilhantes de
1. Esse diagnóstico é basicamente clínico. Considerar outras
colágeno incrustado com grânulos de eosinófilos)
doenças reticuladas (1 .122) ou outros distúrbios com telan-
giectasia (1.135).
Diagnóstico diferencial
1. Em casos raros, as figuras em chama podem ser confun- 3.1 O Livedo reticular
didas com necrose da derme (1 .87) ou com outros mate-
riais eosinofílicos (1.35). Essas figuras em chama são mais (ver Fig. 3.1 O)
características da síndrome de Well, mas são encontradas Incomum, manchas vermelhas retimladas fixas, geralmente idiopá-
ocasionalmente em outras doenças com eosinófilos (1.36), e ticas, algumas vezes associadas a doenças reumáticas auto-imunes,
não são observadas em alguns casos da síndrome de Well. calcifilaxia (8.15), disproteinernia (1.80) ou embolia (4.16).
2. Picadas de artrópodes (15. 7): em geral, as lesões são mais
delimitadas clinicamente em pápulas e nódulos, raramente • Dilatação dos vasos sanguíneos ou biopsia de aspecto normal lil
em placas grandes. • Inflamação esparsa ou ausente; não é uma vasculite propria-
mente dita
3.9 Eritema ab igne
Variações
I ncomum, placas retimladas vem1elho-acastanhadas (1 .18) associadas à
exposição crônica ao calor, especialmente em virtude do uso excessivo 1. Síndro me de Sneddon: livedo reticular associado a trombos
de compressas quentes para dor lombar, ou nas pernas por ficar sentado arteriais sistêmicos no cérebro, no coração, nos rins ou no
perto do fogo ("ab igné' significa "pelo fogo''), algumas vezes em sistema vascular periférico.
70 Eritemas Reativos
Epiderme normal
·.
. .. ~~ ~.;j,-~~. . . '
:
·. \
·.·
Fig. 4.1 C, Vasculite urticariforme
(pequeno aumento) .
...
,.
.. ..
--.
,...... ~
Inflamação difusa
Epiderme normal
Linfócito
Hemossiderina
Neutrófilo
Plasmócito
Poeira nuclear
Fibrina e necrose
Fibrose
Inflamação ao
redor de uma -E~~:..--;~
artéria pequena
doença pode causar arterite 011 anmrismas graves nos rins, no coração, no
• Epiderme geralmente necrótica ou ulcerada
cérebro ou no abdome (detectados pela arteriografia), que geralmente
• Inflamação perivascular inespecífica em alguns casos
causam a morte do paciente. As manifestações cutâneas incluem
• Vasculite das pequenas artérias e veias com neutrófilos, linfó-
lesões urticariformes, púrpura (1.119), nódulos vermelhos dolo-
citos, l'lasmócitos e (r:a.r~tmente) eosinófilos
rosos (1.95), livedo reticular (3.10) ou infartos dos dedos. Os
• Em geral, inflamação granu/omatosa dos vasos sanguíneos e
pacientes com doença sistêmica geralmente têm hepatite B ou
da derme circundante, algumas vezes em paliçada
C (14.7), crioglobulinemia (4.9) ou auto-anticorpos (p. ex., anti-
• Trombos em muitos casos (1.136) com necrose secundária
corpos anticitoplasma dos neutrófilos, AACN).
extensa
• Extravasamento de eritrócitos (1.40)
liJI .Epiderme normal, necrótica ou ulcerada
• Vasculite /eucocitoclástica de artérias de peq11eno ou médio calibres na
derme profunda ou na gordura subcutânea
• Proliferação da íntima e trombos em alguns casos (1.136)
• Fibrose nas lesões mais antigas
Variações
Diagnóstico diferencial 1. Poliarterite microscop1ca (poliangüte microscópica):
1. Síndrome de Churg-Strauss (4.5): asma, AACN-p, mais eosi- síndrome virótica aguda de adultos; vasculite neutrofilica
nófilos no sangue e na pele, acometimento de vasos sanguí- das arteríolas e também das vênulas (4.1), classificada como
neos menores e com mais granulomas. "distúrbio" independente, principalmente pela presença
2. Granulomatose de Wegener e poliarterite microscópica (4.6). habitual do AACN-p (os anticorpos AACN-c também
3. Doença de Kawasaki (14.10): tem arterite semelhante à PAN são comuns) e doença renal. Doença pulmonar e púrpura
nas artérias coronárias, mas não na pele. palpável na pele ocorrem em 1 /3 dos pacientes. Talvez seja
4. Outras causas de vasculite (1.144). uma classificação artificial.
5. As paniculites (1.1 00) podem ser semelhantes se a artéria
afetada não for encontrada. O eritema indurado (16.6) é
mais granulomatoso e afeta as veias em vez das artérias. A Diagnóstico diferencial
tromboflebite superficial (16.7) também afeta as veias.
As lesões cutâneas da GW são indistinguíveis patologicamente
dos outros tipos de vasculite e os critérios clínicos, tais como
4.5 Síndrome de Churg-Strauss (SCS, doença sinusal-pulmonar proeminente e alterações granuloma-
granulomatose alérgica) tosas (que nem sempre estão presentes), podem ser necessários
para a diferenciação.
Vasculite incomum de adultos jovens com asma, eosinofilia peri-
férica (1.34), AACN-p (anticorpos perinucleares anticitoplasma 1. Granulomatose alérgica de Churg-Srrauss (4.5): asma, seios
dos neutrófilos). As lesões cutâneas variam: petéquias,prírpura paranasais normais, mais tendência a apresentar AACN-p
(1.119), nódulos vermelhos ou úlceras (1.141 ). do que AACN-c; mais granulomas em paliçada; em geral,
mais eosinófilos no sangue e na pele.
(il. Epiderme normal, necrótica ou ulcerada 2. Granulomas em paliçada, vasculite granulo ma tosa e outros
• V asmlite nmtrofílica (4.1) dos pequenos vasos granulomas (1.51).
• Muitos eosinófilos na der me 3. Poliarterite nodosa (4.4): nenhuma doença sinusal-pulmonar,
menos tendência a apresentar AACN; afeta as artérias de
• Inflamação gramtlomatosa e necrose dentro dos vasos sanguí-
pequeno e médio calibres, menos granulomatosa.
neos e na der me e no tecido subcutâneo circundantes, geral-
mente formando paliçada 4. Granulomatose linfomatóide (24.1 0): manifestações clínicas
diferentes; linfócitos atípicos reativos com CD56, menos
• Trombos (1.1 36) ou eritrócitos extravasados em alguns casos
(1.40) granulomatosa.
Eritrócitos na epiderme
Eritrócitos extravasados
4.8 Púrpura pigmentosa crônica (púrpura Eritrócitos extravasados, edema endotelial e lirifócitos perivasmlares [il
pigmentosa progressiva, capilarite) (a chamada vasculite linfocítica, 4.7)
H emossiderina nas lesões mais antigas (1 .58)
(ver Fig. 4.8A,B)
Comum, idiopática, geralmente empção pt~rptírea mam/osa nas pernas
(1.67), inofensiva e não associada a doenças sistêrnicas.
Variações
fil • Epiderme geralmente normal, algumas vezes com espon-
1. Doença de Schamberg: petéquias e salpicos marrons com
giose ou paraceratose focal
aspecto de pimenta caiena.
78 Vasculites e Outras Doenças Purpúricas
Diagnóstico diferencial
1. D ermatite de estase (2.1 ): mais edema, insuficiência venosa, Inflamação mínima
espongiose ou acantose, proliferação vascular predominante-
mente na der me superficial, menos inflamação, mais fibrose
nas lesões antigas.
2. Vasculite leucocitoclástica (4.1): mais palpável, mais neutró-
filos, necrose das paredes dos vasos sanguíneos.
3. O utras doenças com eritrócitos extravasados (1 .40).
4. Outras doenças com depósitos de hemossidcrina (1.58).
5. O utras doenças com linfócitos perivasculares (1.108).
Fig. 4.9 Crioglobulinemia.
Mucina
Infarto cuneiforme
Arteriola trombosada
Neutrófilos difusos
CJ • Epiderme necró tica (1.86) ou ulcerada, algumas vezes com 4.14 Coagulopatias
pústulas (ver Fig. 4.14)
• Hiperplasia pseudo-epiteliomatosa na borda da úlcera, em Vários distúrbios ela coagulação diferentes podem causar diáteses
alguns casos (1.116) hemorrágicas e púrpura não-inflamatória na pele (1.119).
• Infiltrado difuso de neutrójifos, linfócitos e histiócitos na derme,
algumas vezes co m vasculite
• Epiderme normal o u necró tica (1.86)
• Bolha subepidérmica em alguns casos (1.1 46)
Variações
• Tro!llbos nos vasos sang uíneos da der me; necrose da derme
1. Pioderma vegerante (pioderma semelhante à blastomicose): nas lesões antigas (1.87)
placas vegetantes com pústulas, especialmente nas áreas inter- • E ritrócitos ex travasados na derme (1.40)
triginosas, na face e nas pernas; associado ao Stap~lococc!ls • Pouca ou nenhmna inflamação
aure11s ou como variante do pioderma gangrenoso (4.12) com
infecção secundária potencial, hiperplasi:t psenclo-P.pitdio-
matosa com microabscessos intra-epiteliais com neutrófilos Variações
e eosinófilos (1.11 6); semelhante ao pênfigo vegerante (5.4), 1. Púrpura trombocitopênica idiopática (PTI).
exceto que a imuno Auorescência direta é negativa. 2. Púrpura trombocitopênica trombótica (PTI).
2. Pioestomatite vegetante: pústulas mucosas vegetantes raras
3. Coagulação intravascular disseminada (CID, púrpura fulmi-
associadas à doença intestinal inflamató ria (1.49); conside-
nante) .
rada uma variante mucosa do pioderma vegetante.
Diagnóstico diferencial
Diagnóstico diferencial
1. Outras doenças com trombos (1.87) ou eritrócitos extravasados
1. O diagnóstico do pioderma gangrenoso é basicamente
(1.40), tais como doenças trombóricas e embólicas (4.16).
clínico, depois da exclusão das outras causas de úlceras
2. Infecções fúngicas profundas (Cap. 13) e ectima gangrenoso
(1.141), especialmente as etiologias infecciosas como o
(12.17).
ectima gang renoso (12.1 7).
2. Outras doenças co m neutrófilos na derme (1.30), especial-
mente a síndrome de Sweet, que é muito semelhante, mas 4.15 Púrpura solar
tem menos ulceração.
Púrpura comum (1.119), especialmente na pele dos antebraços
(1.6) lesada pelo sol; piora com tratamento com co rticóides ou
4.13 Atrofia branca (vasculite hialinizante antiinflamatórios não-esteróides.
segmentar, vasculite livedóide)
(ver Fig. 4.13A- C) • Epiderme atrófica em alguns casos (1.9)
Distúrbio incomum localizado na porção inferior das pernas (1.67) de • Elastose solar (9 .1)
mulheres de meia-idade o u idosas. Máculas purpúricas, geralmente • E ritrócitos extravasados na der me (1.40)
violáceas (1.147) e reticuladas (1.122); fo rma úlceras em saca-bocado • N enhuma inflamação
que regridem com cicatrizes (1.124) atróficas brancas (1.149).
Linfócitos e neutrófilos
lgM perivascular
Inflamação esparsa
4.17 Escorbuto
(ver Fig. 4.1 7)
Deficiência de vitamina C (ácido ascórbico), geralmente eviden-
ciada por púrpuraperi.folicular (1 .119) com pêlos em saca-rolha. Outras
deficiências vitamínicas podem coexistir (2.1) .
Diagnóstico diferencial
1. Doença vascular periférica secundária à arteriosclerose.
Doenças Vesiculosas e Capítulo 5
Pustulosas Intra-epiteliais
5.1 Acropustulose infantil • Pústula subcórnea com neutrófilos
5.2 Melanose pustulosa neonatal transitória • Neutrófilos e linfóci tos perivasculares (1.1 08)
5.3 Eritema tóxico neonatal
5.4 Pênfigo Diagnóstico diferencial
5.5 Doença de H ailey-Hailey
5.6 Doença de Grover 1. Outras pústulas subcórneas (1.88), especialmente escabiose
5.7 Bolha de atrito (15.9), impetigo (12.1), candidíase (13.4) e tinhas (13.1).
Pústula intra-epidérmica
Edema
Vesícula intra-epidérmica
superficial
Derme
Acantólise extensa
Disceratose acantolítica
Linfócitos perivasculares
Bolha subcorneal
Separação artefatual
Estrato córneo
Neutrófilos
Bolha aparentemente
intra-epidérmica --lo;;..:::::.-.11!=-.~
Reepitelização
Inflamação perivascular
Camada espinhosa
Bolha subepidérmica
Derme
6.3 Penfigóide gestacional (herpes mortalidade fetal; geralmente regride algumas semanas depois do
gestacional, HG) parto. Cerca de 5% dos lactentes nascidos de mães com penfi-
góide gestacional apresentam bolhas autolimitadas.
(ver Fig. 6.3A,B)
O termo errôneo "herpes" é infeliz porque esse distúrbio nada
tem a ver com o vírus do herpes. Doença auto-imune rara asso-
• Espongiose (1.131), alguns casos com espongiose eosinofí- CJ
lica (1.36) ou vesícula intta-epidérmica
ciada ao HLA DR3 e DR4 com anticorpos contra o anógeno
• Ceratinócitos necróticos em alguns casos (1.86), especial-
BP2 (180 kD, na lâmina lúcida e no hcmidesmossomo); JJesf-
mente na camada basal
ciJ!as, bolhas 011 placas urticanformes no seg11ndo 011 terceiro trimestre
• Edema acenmado da der me papi la r (1.30), geralmente bolha
da gravide;v no ttonco e nos membros, geralmente periumbilicais
s!lbepidérmica
(1 .142); há controvérsias quanto ao aumento da morbidade ou
Doenças Vesiculosas Subepidérmicas 93
Epiderme
C31inear
Derme
CJ. Linfócitos (1.1 08) per.ivasculares com eosinóftlos (1.36) • Nas preparações da pele "salt-split", a reação situa-se no Leto CJ
• A ilmmofluorescéncia direta é idêntica à do penfigóide bolhoso da bolha
(ver Seção 6.1), exceto que a IgG está presente com menos
freqüência que o complemento isolado
Variações
Diagnóstico diferencial
1. D ermatose bolhosa crônica da infância: forma infantil da
1. Outras doenças com bolhas subepidérmicas (1.146). doença.
2. Outras erupções da gravidez (1.112). 2. D ermatose bolhosa medicamentosa com deposição linear
de IgA (3.5) .
6.4 Dermatose bolhosa com deposição
linear de lgA Diagnóstico diferencial
(ver Fig. 6.4A,B) 1. O utras doenças bolhosas com neutrófilos nas papilas
Distúrbio aulu-i.munc bolhoso raro com bolhas tensas, geralmente dérmicas (1.146), inclusive dermatite herpetiforme (6.5),
presentes ao redor de anéis 11ertnelhos circulares (1.5), semelhantes LE bolhoso (17.6), penfigóide (alguns casos, 6.1) e o grupo
a um cordão de pérolas. Em geral, os anticorpos são localizados na das dermatoses neutrofílicas (1.88).
lâmina lúcida (raramente sob a lâmina densa) e estão dirigidos
contra o antígeno LAD-1 dos filamentos de ancoragem. 6.5 Dermatite herpetiforme (OH)
(ver Fig. 6.5A-C)
CJ. Bolha subepidérmica (1.1 46)
Doença auto-imune vesiculosa incomum associada aos haplótipos
• Microabscessos com neutrófilos nas papilas dérmicas em alguns
HLA B8 e DR3, que se evidencia mais comumente em ho111ens de
casos, como se observa na dermatite herpetiforme (6.5)
meia-idade com pap11hvesícttlas 111111fopmriginosas (1.113) (é comum não
• Linfócitos (1.1 08) e eosinófilos (1.36) perivasculares em
estarem aparentes porque são rapidamente escoriadas) nas super-
alguns casos
ficies extensoras como cotovehs (1.32),joelbos e ntídt~,as. Em geral, os
• A imunofluorescência direta da pele ao redor da lesão mostra
pacientes têm enferopntin sensívelaoglúten assimomática (1.49) e atrofia
padrão linear de IgA (raramente também de IgG), com ou
das vilosidades do intestino delgado. O tratamento é com dapsona
sem complemento na junção dermoepidérmica
e/ ou dieta de restrição do glúten. Alguns pacientes com prurido
94 Doenças Vesiculosas Subepidérmicas
Bolha subepidérmica
Neutrófilos na
papila dérmica
Camada espinhosa
lgA linear
Derme
Fig. 6.4 8, Dermatose bolhosa com deposiçáo
linear de lgA.
Neutrófilos na papila
Bolha subepidérmica
Epiderme
lgA granular
[il. Microabscessos com neutrófilos nas papilas dérmicas e 1. EB simples (EBS, EB epidermolítica): autossômica dominante;
alguns eosinófilos anomalias das ceratinas 5 e 14 (ceratinas das células basais) na
• Vesículas subepidérmicas pequenas maioria dos casos, exceto pela EBS-DM, doença mais branda
• A imunofluorescência direta realizada na pele aparentemente em que a bolha está no nível das células basais citolíticas.
normal ou na pele ao redor das lesões apresenta depósitos a. O tipo herpetiforme de Dowling-Meara (EBS-DM) tem
granulares de IgA nas pontas das papilas dérmicas vesículas agrupadas.
b. O tipo de Weber-Cockayne (EBS-WC) apresenta bolhas
limit<'ldas às mãos e aos pés (1.48, 1.56).
c. O tipo de Koebner (EBS-K) é generalizado, mas afeta
Diagnóstico diferencial
mais os membros.
1. Outras doenças bolhosas com neutrófi.los nas papilas dérmicas d. O tipo distrofia muscular (EBS-MD) envolve uma
(1.146), inclusive LE bolhoso (17.6), dermatose bolhosa com anomalia da plectina.
deposição linear de IgA (6.4), penfigóide (alguns casos, 6.1) e 2. EB juncional: autossômica recessiva; anomalia da laminina 5
o grupo das dermatoses neutrofílicas (1.88). ou do colágeno tipo XVII (penfi.góide bolhoso, 180 kD, anó-
geno BP2) em alguns pacientes; doença mais grave que a EB
simples, bolhas no nível da lâmina lúcida com anormalidade
6.6 Epidermólise bolhosa (EB) no hemidesmossomo ou nos filamentos de ancoragem.
(ver Fig. 6.6A-C) a. Tipo mitis (não-Herlitz), EBJ-nH, EB benigna atrófi.ca
Grupo incomum ou raro de distúrbios bolhosos que começam generalizada (EBBAG): mais branda que o tipo Herlitz,
por ocasião do nascimento ou nosprimeiros anos da irifáncia, exceto mas com taxa de mortalidade de 38% .
b. Tipo gravis (Herlitz) (EBJ -H): muito grave, mortalidade
pelo tipo EBA. D oenças caracterizadas por fragilidade cutânea,
de 42%, anteriormente conhecida como EB letal; tecidos
mílios e retrações fibróticas. Mutilação das mãos (1.56) e dos pés
de granulação periorificiais exuberantes.
(1.48), manifestações sistêmicas e morte em algumas formas
c. Tipo atresia pilórica (EBJ-AP): anomalia da a-6-j3-4-
graves. Nos pacientes com agenesia cutânea congênita, a deno- integrina.
minação utilizada no passado era síndrome de Bart. 3. EB distrófi.ca (EBD, EB dermolítica): autossômica domi-
nante (EBDD) ou recessiva (tipos de Hallopeau-Siemens
e não-Hallopeau-Siemens); bolhas fibróticas graves que
lil. As bolhas parecem ser subepidértnicas à microscopia óptica (em podem causar deformidades; anomalia do colágeno tipo
quase todos os tipos de EB) VII nas fibrilas de ancoragem em alguns casos; 10-40% dos
• Linfócitos perivasculares esparsos "paucicellllarel' pacientes desenvolvem carcinomas espinocelulares.
• A mie1·oscopia eletrônica ou a utilização de anticorpos contra 4. EB adquirida (EBA): inicio na idade adulta (não é heredi-
os componentes da zona da membrana basal (mapeamento tária, ao contrário das outras formas da EB); bolhas sob
antigênico por imunoj/t!Orescência) é necessária para determinar a lâmina densa da derme superficial, na região das fibrilas
o nível exato da bolha nos diversos subtipos. Alguns autores de ancoragem; anticorpos dirigidos contra o colágeno tipo
descreveram um método simples para conseguir isso, que VII; imunofluorescência positiva com o mesmo padrão do
utiliza anticorpos contra panceratina e colágeno tipo fV 112 penfigóide bolhoso (6.1), exceto que a reação fica localizada
• A imtmoj/llorescéncia direta para depósitos de imunoglobulina no assoalho da bolha, e não no seu reto.
e complemento é negativa em todos os tipos de EB, exceto
na EB adqtlirida; neste último caso, os anticorpos contra o Diagnóstico diferencial
colágeno tipo VII das fibrilas de ancoragem produzem depó-
1. Outras doenças bolhosas subepidérmicas paucicelulares (1.146), a
sitos lineares de IgG e complemento na junção dermoepi-
maioria benigna e de pacientes adultos, que apresentam quadros
dérmica
clínicos diferentes e alterações diversas à imunoAuorescência.
96 Doenças Vesiculosas Subepidérmicas
Epiderme
Bolha subepidérmica
Bolha intra-epidérmica
Epiderme
Linfócitos perivasculares
Mucina
"Necrobiose"
Linfócitos
Linfócitos perivasculares
Macrófagos intersticiais
Mucina no granuloma
em paliçada
Macrófagos em
paliçada
Célula gigante
"Necrobiose• horizontal
Fibrose
Plasmócitos
"Necrobiose· fibrinóide
Macrófagos em paliçada
Elastose solar
Diagnóstico diferencial
1. Granuloma anular (7.1).
2. ecrobiose lipoíclica (7.2). Linfócitos
3. Nódulos da febre reumática (12.2): contexto clínico diferente
com febre reumática; histologia semelhante. Célula gigante
Granuloma "nu"
Linfócitos esparsos
Macrófagos no granuloma
Linfócitos
Linfócito
Citoplasma da
célula gigante -f~;;;i;:1~R'~~:=-~
Corpúsculo
asteróide na -l:=---oo--"'....-'-:i!!!I.:.JIIE~-':1A!'111- '
célula gigante
Fig. 7.5 C, Sarcoidose (corpúsculo
asteróide).
Diagnóstico diferencial
1. A fagocitose dos tecidos elásticos (1.31) por células gigantes
multinucleadas não é específica dessa doença, tendo em
liJ. Geralmente não há necrobiose e mucina, e há menos distri- vista que graus mais brandos dessa anormalidade podem
buição em paliçada que no GA ser encontrados em o utras doenças granulomatosas (1.51).
• Três zonas nas lesões bem desenvolvidas (elastose solar,
granuloma com fagocitose das fibras elásticas e zona com 7.5 Sarcoidose
ausência das Abras elásticas)
(ver Pig. 7.5A- C)
104 Granulomas Não-infecciosos
Epiderm e normal
Pigmento da tatuagem
Célula gigante
desodorantes ou das luvas com talco e a maioria dos materiais de ração em cruz de Malta à luz polarizada. Alguns corpos estranhos
certamente são refrativos e tornam-se mais evidentes ao
Sllfttra, causam mais fibrose com pouquíssima inflamação ou formação de
exame polaroscópico, enquanto o utros materiais, como zircónio granuloma. Os depósitos de lipídios de materiais exógenos inje-
(presente em alguns desodorantes do passado) e berílio (presente tados produzem orifícios em "queijo suíço" na derme, porque o
nas lâmpadas fluorescentes antigas), não podem ser identificados material lipídico é removido em grande parte durante o processa-
sem as técnicas mais sofisticadas como a análise especrrográfica. mento dos tecidos. Essas lesões são conhecidas como paraftnomas
O amido das luvas de exame e dos desodorantes mais modernos ou lipogramtlomas esclerosantes e as colorações para lipídeos (p. ex.,
cora-se positivamente pelo PAS e GMS e produz uma configu- óleo-vermelho-O) em cortes congelados são positivas.
Trato epitelial
Sutura trançada
Fibrose
Corticóide
Adipócito
Gelfoam
Fibrose
Linfócitos
Fig. 7.6 E, Gelfoam usado para obter hemostasia.
106 Granulomas Não-infecciosos
Célula gigante
Fibrose
Solução de Monsel
Flg. 7.6 F, Tatuagem com
solução de Monsel.
vacúolos lipídicos
Linfócitos
Célula gigante
Fibrose
Diagnóstico diferencial
[ii •Gramtfotnas caseosos ou não-caseosos com material estranho
• Fibrose ou esclerose (1.124) substitui os granulomas nas 1. Outras doenças granulomatosas (1.51).
lesões mais antigas
Plasmócitos
Granuloma
Colágeno
Macrófagos espumosos
Linfócito
Fibrose
Macrófagos espumosos
Fendas de colesterol
Linfócitos
Fig. 7.9 C, Xantoma tuberoso.
3. D ermatofibroma (variante do histiocitoma, 27.1): os histió- Máculas, pápulas o u placas amareladas (1 .150) comuns, geralmente
citos não são tão grandes. múltiplas e associadas a hiper!ipidemia.
4. Retículo-histiocitose autocicatrizante é um nome inapropriado
para uma doença completamente diferente, e é considerada uma
variante da histiocitose de células de Langerhans (24.6).
5. Outras histiocitoses (7.13). Céllllas esp11mo.ra.r na derme (positivas para lipídios nas colo ra- CJ
6. O utros nódulos justarticulares (1.91). ções especiais tais como a do óleo-vermelho-O)
Cél~uas gigantes de Touron (1.46) em alg uns casos
Pequenas quantidades de linfócitos ou neutró@os nas lesões
7.9 Xantoma mais novas, especialmente nos xantomas eruptivos
• Fibrose ou fendas de colesterol nas lesões mais antigas
(ver Fig. 7.9A-C)
11 O Granulomas Não-infecciosos
Grinalda de núcleos na
célula gigante de Touton
Citoplasma externo
espumoso
"Necrobiose"
Linfócitos
Macrófagos
espumosos na papila
Macrófagos espumosos
Paraceratose
e envolver conjuntivas, boca o u laringe; persistem por 6. Angioistiocitoma de células multinucleadas: muito raro,
anos e depois desaparecem; o diabetes insípido é comum, pápulas nos membros e no dorso das mãos (1.56), mais comuns
raramente com lesões osteoliticas, histiócitos muito espu- em m11lheres de meia-idade, vasos sang11íneos significativamente dila-
mosos, hemossiderina em algun s casos (1.58), histologia tados, cél11las gigantes tipo floresta (1.84, reativas com vimentina,
semelhante à do XGJ, provavelmente uma de suas variantes mas não com os marcadores de macrófagos, fator XIIIa,
(7.10). antígeno relacionado com o fator VIII, S-100 e CD1a); linfó-
5. Doença de Rosai-Dorfman (histiocitose sinusal com linfa- citos, plasmócitos ou neutrófilos perivasculares.
denopatia volumosa): rara, possivelmente causada pelo vírus
herpes tipo 6 (1 4.7). Febre, anemia, leucocitose, litifadenopatia
Diagnóstico diferencial
cervical, gamopatia policlonal, principalmente em crianças do
sexo masculino, com pápulas ou nódulos cutâneos em 10% 1. Os distúrbios citados antes são classificados como histioci-
dos pacientes. H istiócitos mtlito grandes com citoplasma abun- toses não-Langerhans (não-X), porque as células em proli-
dante nas massas (reativos com S-1 00 e marcadores dos macró- feração são realmente histiócitos (1.76), e não células de
fagos, mas negativos com CDl a), células gigantes multinucle- Langerhans, como as observadas na histiocitose de células
adas (1.84), plasmócitos (1.11 0), agregados nod11/ares de liifócitos, de Langerhans e suas variantes (24.6). Não reativas com
dilatação vascular com in@trado polimórfico no lúmen S-100 e CDla, exceto a doença de Rosai-Dorfman, cujas
dos vasos, enpetipolese (fagocitose de restos nucleares, que células são reativas com S-1 00.
também ocorre na paniculite histiocítica citofágica, 24.3). 2. O utros distúrbios com células epitelióides (1.38).
Doenças de Deposição e Capítu lo 8
Metabólicas
8.1 Porfiria
8.1 Porfiria
8.2 Milio colóide (ver Fig. 8.1A-F)
8.3 Proteinose lipoídica Grupo incomum a raro de distúrbios do metabolismo das porfi-
8.4 Amiloidose rinas. A maioria apresenta-se na forma de fotodermatite (1.109)
8.5 Gora com pápulas ou vesículas, principalmente na pele exposta ao sol.
8.6 Mixedema generalizado
8.7 Mixedema pré-tibial Variações
8.8 Mucinose papulosa Qíquen mixedematoso)
8.9 Cisto mucoso digital 1. Porfiria cutânea tardia (PCI): tipo mais comum de porfiria
8.10 Mucocele por deficiência da descarboxilase da uroporfirina; os níveis das
8.11 Mucioose focal da pele uroporfirinas estão muito elevados na urina; o termo "tardia"
8.12 Escleredema de Buschke refere-se ao início "tardio" (vida adulta) das vesículas, pápulas,
8.13 Síndrome da mucinose critema tosa reticulada crostas e mílios nas áreas de cicatrização, principalmente no
(síndrome MER) dorso das mãos (1.56); hipertricose ma/ar (1.62); associada a
8.14 Mucopolissacaridoses hepatite C(14.7), alcoolismo e doença hepática (1.75).
8.1 5 Calcínose cutânea a. Bolha subepidérmica com teto íntegro, festonagem das
8.1 6 Ocronose papi las dérmicas (papilas muito bem preservadas proje-
8.17 Hemocromatose tando-se dentro da bolha) e muito pouca inflamação
8.18 Argiria (paucicelular).
b. Corpúsculos de lagarta (material eosinofilico, linear e
segmentado na membrana basal, semelhante às células
disceratósicas, 1.27); encontrados algumas vezes no teto
da bolha; não são específicos da porfiria.
Festonagem
Estrato córneo
Corpo de lagarta
~
• 4
"
• .:-~...:·•
Hemácias --t--....----...:~-....::..---;:----..:.1'--_:_...L.-ÍI.,..,~~r.i
Festonagem
Epiderme
lgG na zona da
membrana basal
Epiderme
Material hialinizado
ao redor do vaso
Epiderme
Material PAS-positivo ao
redor dos vasos
Fig. 8 .1 F, P rotoporfiria
e ritropoiética (PPE, coloração
com PAS).
Doenças de Deposição e Metabólicas 115
Material hialinizado
Fissuras
Dueto sudoriparo
c. Material hialinizado esparso ao redor dos vasos sanguí- 8-2 Mílio colóide
neos (PAS-positivo, resistente à diástase), especialmente
na derme papilar, algumas vezes em toda a derme. (ver Fig. 8.2)
d. Esclerose da derme nos estágios tardios em alguns casos Incomum, pápulas esbranquiçadas agrupadas na pele exposta
(1.124). ao sol {1.109) do dorso das mãos (1.56), da face e do pescoço,
e. Imunofluorescência direta: IgG e C3 ao redor dos vasos ou das orelhas de adultos; ou na pele facial na forma infantil
sanguíneos da derme papilar, e reação menos intensa na muito rara.
junção dermoepidérmica no nível da lâmina lúcida.
2. Porfiria intermitente aguda (PIA): rara, deficiência de desa-
minase do porfobilinogênio; níveis elevados de porfobili-
• Geralmente, atrofia da epiderme (1.9) com hiperceratose Cl
• Massas fissuradas nodtfiares (1.23) de material eosinofí/;co amorfo
nogênio (PBG) no sangue; dor abdominal aguda, psicose, na derme superficial
doença neurológica, n enh uma lesão cutânea. • Separação entre as massas por uma faixa fina de colágeno,
3. Porfiria variegada (PV): deficiência de oxidase do protoporfi- tecido elástico ou um colarinho de cones interpapilares
rinogênio; manifestações clínicas combinadas de PIA e PCT. • As colorações especiais para material eosinofílico (vermelho-
4. Coproporfiria hereditária (CPH): rara, deficiência de oxidase Canga e violeta-cristal) geralmente são positivas, assim como
do coproporfirinogênio; manifestações clínicas combinadas ocorre na amiloidose
de AIPePCT. • Elastose solar é comum
5. Protoporfiria eritropoiética (PPE): rara, deficiência de ferro-
quelatase; fotodermatite com pouquíssimas bolhas que
começam na infância; alguns casos fatais de doença hepá- Diagnóstico diferencial
tica; níveis sanguíneos elevados de protoporfirina eritroci-
tária livre; depósitos impressionantes de material hialini-
1. Outras doenças com. material róseo amorfo (1.35), especial-
zado na derme; menos formação de bolhas. mente amiloidose (8.4) e degeneração colóide nodular (9.1).
6. Porfiria eritropoiética congênita (PEC, PE, doença de
Günther): muito rara, deficiência de sintetase do uropor- 8.3 Proteinose lipoídica (hialinose
firinogênio III, forma "lobisomem" mutiladora congênita cutaneomucosa)
grave com início na lactência; dentes fluorescentes verme-
lhos; hipertricose extensa, anemia hemolítica, esplenome- (ver Fig. 8.3A,B)
galia; mais material hialinizado na derme que nas outras Distúrbio de deposição autossômico recessivo muito raro;
formas de porfiria (1.35). começa na infancia sob a forma de pá pulas laríngeas que causam
7. Pseudoporfiria: associada à hemodiálise ou a alguns rouquidão e rosário de pápulas nas pálpebras (1.43) e no nariz;
Earmacos (3.5), especialmente antiinflamatórios não-este- placas verrucosas (1.145) nas outras áreas da pele, especialmente
róides, tetraciclina e furosemida; ao exame histológico, é sobre as articulações (1.91).
quase idêntica à PCT.
• Hiperceratose, papilomatose (1.1 01) em alguns casos liJ
Diagnóstico diferencial • Depósitos eoJinojílicos amorfos difusos por toda a derme, com
tendência a apresentar orientação perpendicular à epiderme
1. Outras doenças com material róseo amorfo eosinofilico
e localização ao redor das estruturas anexiais e dos vasos
abundante na derme (1.35) podem assemelhar-se à PEE,
sanguíneos
especialmente proteinose lipoídica (8.3) e amiloidose (8.4).
• Colora<;ão positiva com azul de Alcian, Sudão-preto, PAS
2. Outras doenças bolhosas subepidérmicas (1.146, Cap. 6),
com OH sem diástase. A coloração com Sudão-preto é positiva
especialmente as mais paucicelulares, como epidermólise
em alguns casos. Em geral, os corantes para amilóide são
bolhosa (6.6), amiloidose bolhosa (8.4) e alguns exemplos
fracamente positivos ou negativos
do penfigóide bolhoso (6.1).
116 Doenças de Deposição e Metabólicas
Hiperceratose
Vaso sanguíneo
Material hialinizado
Material hialinizado
Vaso sanguíneo
@ r
Fig. 8.3 B, Fibromatose hialina juvenil.
Fissura
Epiderme atrófica
Amilóide
é ' \ ~··
..... _ ....:""'""_ .......; ...........
.
"'-..
!D""- ~ .. ·' _ ....,
.
.., . ..... , J
Fissura
Amilóide
Epiderm e
Epiderme
Birrefringência verde
Lúmen
Amilóide
Epiderme atrófica
Epiderme
Bolha
Amilóide subepidérmica
Fissura
Amilóide na
papila dérmica
Linfócitos
Bolha subepidérmica
Amilóide
Hiperceratose
Amilóide
Epiderme
Amilóide
Incontinência de
melanina
em idosos, em especial nas pálpebras {1.43); depósitos geralmente com incontinência de melanina (1.79); pode ser
difusos na derme e/ou principalmente ao redor dos vasos semelhante ou uma variante do líquen simples crônico {2.3).
sanguíneos, das glândulas sudoríparas e dos adipócitos, 6. Amiloidose maculosa: máculas marrons (1.17) com aspecto
em geral com linfócitos, plasmócitos {1.110) e eritrócitos ondulado ("cobre martelado"), mais comum no dorso supe-
extravasados esparsos {1.40). Os imunomarcadores especiais rior (1.140), sem doença sistêmica; epiderme praticamente
para cadeias leves geralmente são positivos, mas também normal, gotículas amilóides muito sutis na derme papilar
podem ser positivos por absorção inespecífica nas amiloi- das áreas com incontinência de melanina (1.79); a biopsia
doses liquenóide e maculosa. pode parecer praticamente normal (1.93).
2. Amiloidose sistêmica secundária: amilóide tipo AA {origi- 7. Síndrome de Muckle-Wells: distúrbio autossômico domi-
nado do soro) associado a doenças sistêmicas crônicas como nante raro com urticária, su rdez e deposição de amilóide
artrite reumatóide ou hanseníase; geralmente não há lesões AA nos rins.
cutâneas detectáveis ao exame clínico, mas os pacientes 8. Febre Familiar do Mediterrâneo: distúrbio autossômico
têm depósitos do amilóide em outros órgãos. Em alguns recessivo raro com febre, peritonite, pleurisia, artrite, placas
casos, os dermatologistas são solicitados a biopsiar a pele semelhantes à celulite nas pernas e deposição de amilóide
"normal'' do abdome inferior à procura de depósitos sutis AA nos rins.
de amilóide ao redor dos vasos sanguíneos, das glândulas
sudoríparas ou dos adipócitos, evitando assim a necessidade Diagnóstico diferencial
de biopsias do reto ou de outros órgãos internos.
3. Amiloidose nodular: nódulo céreo volumoso formado por 1. Outras doenças com material róseo amorfo {1.35), especial-
amilóide AL difuso de cadeias leves na derme; plasmócitos mente porfiria {8.1), mílio colóide {8.2), proteinose lipo-
geralmente estão presentes {1.110); amiloidose sistêmica ou ídica {8.3) e macroglobulinemia de Waldenstrom {24.5).
mieloma em minoria dos casos. Como os resultados das colorações especiais podem ser vari-
4. Amiloidose bolhosa: forma rara de amiloidose sistêmica com áveis, a microscopia eletrônica pode ser recomendável se for
bolhas hemorrágicas(1.119) paucicelulares(1.146); os depó- necessário comprovar a presença dos depósitos amilóides.
sitos amilóides podem ser sutis ou proeminentes. O amilóide
pode atuar como esponja para IgM ou C3, o que pode gerar 8.5 Gota
confusão com os distúrbios bolhosos auto-imunes como o
penfigóide quando é realizada sob imunofluorescência direta. (ver Fig. 8.5A-E)
5. Amiloidose liquenóide: placas liquenificadas granulosas, prin- N ódulos vermelho-esbranquiçados (1.149) comuns, especial-
cipalmente nas regiões tibiais, ou pápulas agrupadas dispersas mente nos dedos das mãos e sobre as articulações, associados
nas áreas friccionadas cronicamente; sem doença sistêmica, ao acúmulo de ácido úrico e a um distúrbio metabólico. Os
depósitos pequenos de am1lóide limitados às pap1las dérmicas, pacientes em geral têm artrite (1.7).
120 Doenças de Deposição e Metabólicas
Célula
gigante
Urato
Urato
Cristais de urato
Urato preservado
Urato hialinizado
Cristais de urato
polarizados
Urato hialinizado
Mucina
Fibroblasto
Mucina azul
Linfócitos
Mucina --l"~~~c..;;.fl"-:;·~~
pálida
Fibrose
Fibrose
Mucina
Mucina azulada
azulada
Fibroblasto
Fig. 8.8 B, Dermopatia fibrosante
nefrogênica, uma variante nova do
escleromixedema associada à insuficiência
renal, sem paraproteinemia (pequeno
aumento).
Epiderme acral
Mucina
Espaço cístico
Diagnóstico diferencial
1. Outras doenças com aumento da mucma na derme
(1.83). Fendas entre
2. Cisto mucoso digital (8.9). os feixes de
3. O líquen mixedematoso (8.8) tem mais fibrose e fibroblastos colágeno
e menos mucma.
Colágeno
8.12 Escleredema de Buschke espesso
Cl. DerJI/e acentuadamente mais espessa que o normal, estendendo-se Fig. 8.12 A , Escleredema diabeticorum
abaixo de porção secretora das glândulas sudoríparas com (pequeno aumento).
feixes de cofágeno muito espessos separados porfendas (1 .23)
• Quantidades normais ou reduzidas de ftbrobfastos
• Aumento dos mttcopolissacarídios ácidos entre osfeixes de cofágeno
(colorações pelo azul de Alcian, ferro coloidal ou azul de
toluidina)
Colágeno espesso
Mucina azul
Variações
1. Tipo associado a infecção respiratória (tipo Buschke verda-
deiro): muito raro, ocorre depois de uma infecção das vias
respiratórias superiores, pode regredir espon taneamente.
2. Escleredema diabeticorum: tipo mais comum associado ao
diabetes melito (1.26); não regride.
Diagnóstico diferencial
1. Outras doenças com mucina na derme (1.83).
2. Ao exame descuidado, pode assemelhar-se à pele normal
Linfócitos
do dorso (1.93), que já é muito espessa. perivasculares
3. Esclerodermia (9.3) ou outros distúrbios esclerosantes
(1.124).
Palidez causada
pela mucina
8.13 Síndrome da mucinose eritematosa
reticulada (síndrome MER)
(ver Fig. 8.13A,B)
Máculas reticuladas (1.122) raras, geralmente no tórax da
mulher.
Linfócitos perivasculares
Hiperplasia epitelial
Variações
1. Calcinose cutânea "metastática": relacionada com o
aumento do produto cálcio-fosfato sérico, também com Cálcio
maior tendência a afetar os vasos sanguíneos.
2. Calcinose cutânea distrófica: secundária à deposição de
cálcio nos tecidos lesados.
3. Nódulo calcificado subepidérmico: calcinose localizada
imediatamente sob a epiderme hiperceratósica e acantótica,
em geral na face (1.44) de crianças.
4. Calcinose escrota!: em alguns casos, representa um cisto cerati- Fig . 8. 15 B, Calcinose escrota!.
nisado calcificado e degenerado antigo do escroto (1.125).
5. Calcifilaxia: úlceras (1.141) com escaras pretas (1.13), placas
reticuladas violáceas (3.10) nos membros proximais de
Doenças de Deposição e Metabólicas 127
Cálcio
Vaso sanguíneo
Adipócito
Pele hiperpigmentada
Pigmento ocronótico
marrom em "formato de
banana"
Hemossiderina azul
Lúmen da glândula
sudorípara
•.
Fig. 8.17 Hemocromatose (coloração pelo ferro).
Adipócito
Grânulos pretos
de prata
Glândula sudorípara
Epiderme
Colágeno vermelho
Diagnóstico diferencial
B. Radiodermatite crônica
1. Outras doenças com depósitos azulados (1.15), especialmente
mucina (1.83): a mucina é mais filamentosa, borrada ou granu-
• Hiperplasia (1.61) ou atrofia (1.9) da derme, algumas vezes (il
losa, enquanto mesmo nas áreas borradas de elastose solar
podem ser identificadas fibras elásticas azuladas isoladas. com ulceração (1.141)
• Ceratinócitos pálidos (1.98), atípicos ou necróticos (1.86)
• Vasos sanguíneos telangiectásicos, algumas vezes circun-
9.2 Radiodermatite dados por cones interpapilares hiperplásicos
(ver Fig. 9.2A,B) • Trombos em alguns casos (1.136)
A radiodermatite aguda evidencia-se por placas vermelhas (1.120), • Redução das estruturas anexiais
algumas vezes com descamação ou formação de bolhas. A radio- • Degeneração da derme(principalmente hialinizada, algumas
dermatite crônica apresenta-se sob a forma de placas atróficas vezes basofilica)
(1.9) endurecidas, geralmente esbranquiçadas (1.149) ou amare- • Fibroblastos atípicos e bizarros em alguns casos
ladas (1.150) com telangiectasia (1.135), algumas vezes com hiper-
ceratose (1. 61); em alguns casos, um carcinoma espinocelular ou
sarcoma pode desenvolver-se anos depois da exposição. Diagnóstico diferencial
Derme hialinizada
Fibroblasto atípico
Fáscia espessada
Músculo esquelético
Fig. 9.3 A, Moriéia (pequeno aumento). Flg. 9.3 C, Fasciite eosinofíiica (pequeno
aumento).
Colágeno denso na
fáscia espessa
Linfócitos abaixo do
colágeno hialinizado
Dueto sudoríparo
CJ. Hiperceratose (1.61) em muitos casos, mas geralmente com • Colágeno denso aumentando e proliferação dos fibroblastos lil
atrofia da camada espinhosa da epiderme (1.9) na derme (1.124)
• Tamponamento dos folículos (1.47) • Aumento dos mucopolissacarídios ácidos entre os feixes
• Degeneração por liquefação da camada basal (1.64), bolhas de colágeno (1.83)
subepidérmicas raras (1.146)
• Derme superficial edemaciada e homogeneizada (1.35) com 9.8 Pseudoxantoma elástico (PXE)
dilatação vascular
• Linfócitos liquenóides (1.72) nas lesões iniciais (próximos (ver Fig. 9.8A-C)
da camada basal nas lesões muito recentes; mais tarde, nas Distúrbio raro dos tecidos elásticos causado por uma anomalia
camadas intermediárias da derme sob uma zona homoge- genética do cromossomo 16, com grupos de pápulas amareladas
neizada) (1.150) pseudoxantomatosas com aspecto de "galinha depenada"
• Dilatação vascular nas superficies flexoras como o pescoço {1.86), as axilas (1.10),
virilhas (1.55) e regiões do antebraço e da fossa poplítea. Distúr-
bios sistêmicos do tecido elástico, especialmente problemas
Diagnóstico diferencial
oculares (1.41) como estrias angióides, hemorragias da retina
1. Outras doenças com material róseo amorfo (1.35) ou escle- e cegueira. A calcificação das artérias periféricas pode causar
rose da derme (1.124). hemorragia gastrintestinal e obstrução vascular periférica.
2. Esclerodermia (9.3): menos atrofia da epiderme e degene-
ração por liquefação da camada basal; menos edema da • Fibras elásticas calcificadas e aglomeradas na derme (colo- CJ
derme e tamponamento folicular; menos formação de ração positiva para cálcio com o corante vermelho de aliza-
bolhas subepidérmicas e extensão mais profunda do colá- rina ou pelo método de von Kossa, ou para tecidos elásticos
geno hialinizado. pelo método de Verhoeff)
3. Morféia (9.3): pode ter aspecto histológico idêntico, mas
não há lesões na vulva ou região perianal e as placas geral- Variações
mente são maiores no tronco, algumas vezes com bordas 1. PXE perfurante: eliminação transepidérmica no PXE
violáceas quando estão em atividade. (1.139).
2. Elastose calcificada perfurante periumbilical: não está relacio-
9.6 Progeria nada com o PXE e é um distúrbio diferente encontrado geral-
mente em mulheres multíparas pretas e obesas; placa composta
Grupo muito raro de síndromes autossômicas recessivas com
de pápulas ceratósicas na região periumbilical sem doença
envelhecimento prematuro. A forma infantil é conhecida com sistêmica; aspecto histológico semelhante ao do PXE.
síndrome de Hutchinson-Gilford e começa no 111 ano de vida
sob a forma de atraso do crescimento. A forma adulta começa na Diagnóstico diferencial
adolescência e é conhecida como síndrome de Wérner(pangeria). 1. O PXE geralmente não é confundido com qualquer outra
Em ambas as formas, os pacientes desenvolvem facies seme- coisa depois da biopsia. Considerar outros distúrbios calci-
lhante à dos pássaros, hipogonadismo ou ausência de maturação ficados (1.19), doenças dos tecidos elásticos (1.31) e anor-
sexual, alopecia e pele esclerodermóide. O diabetes melito (1.26) malidades do tecido conjuntivo (Cap. 9).
é comum na síndrome de Werner. A morte prematura ocorre
em virtude de aterosclerose na 2a década de vida dos pacientes 9.9 Síndrome de Ehlers-Danlos (SED)
com a forma infantil e em torno da 5a década na síndrome
Grupo de no mínimo 10 doenças incomuns ou raras com alte-
de Werner. Uma 3a síndrome autossômica recessiva de enve-
rações do tecido conjuntivo afetando o colágeno, pele avelu-
lhecimento prematuro (acrogeria) pode ser uma variante da
dada, macia, hiperextensível e frágil com d ificuldade de cicatri-
síndrome de Ehlers-Danlos (9.9). Esses pacientes têm alterações
zação das feridas e cicatrizes em boca-de-peixe, vasos sanguíneos
esclerodermóides limitadas principalmente nos membros (daí o
frágeis, que podem causar hematomas ou pseudotumores, e
termo acrogeria), não desenvolvem ateriosclerose prematura ou hipermobilidade articular. Alguns pacientes têm expectativa de
diabetes melito e não têm redução da expectativa de vida. vida normal, mas outros podem morrer prematuramente por
ruptura intestinal ou arterial. Foram descritas anormalidades
CJ. Atrofia da epiderme (1.9) bioquímicas em algumas variantes, mas sua descrição detalhada
• Fibrose ou esclerose da derme (1.124) estaria fora dos objetivos deste livro.
• Redução das estruturas anexiais
Redução da gordura subcutânea
Pele aparentemente normal à microscopia óptica (1.93) na CJ
maioria dos casos
Diagnóstico diferencial
• As fibras de colágeno podem estar ligeiramente afinadas
1. Ataxia-telangiectasia (11.12), síndrome de Cockayne (11.10), com aumento discreto das fibras elásticas
esclerodermia (9.3) e outros distúrbios esclerodermóides • Atrofia da derme em alguns casos {1.8)
(1.124). • Os pseudotumores em áreas traumatizadas mostram hemor-
2. Lipodistrofia (16.11). ragia na fase inicial e fibrose, histiócitos multinucleados e
proliferação vascular nas fases tardias
9.7 Paquidermoperiostose
Doença autossômica dominante muito rara, principalmente em Diagnóstico diferencial
homens, com baqueteamento dos dedos (1.85), hiperplasia dos 1. Osteogênese imperfeita: grupo de distúrbios autossômicos
tecidos moles e prolikração do periósteo (1.16) dos antebraços dominantes com anormalidades do colágeno tipo 1, fi:agi-
e das pernas e formação de sulcos na pele da face e do couro lidade óssea (essa doença é um distúrbio basicamente orto-
cabeludo (cutis verticis gyrata). pédico), estatura baixa, frouxidão articular, escleras azuladas
134 Alterações do Tecido Conjuntivo
Colágeno vermelho
Fibras elásticas
calcificadas
Fibras elásticas pretas
aglomeradas
(1.14), surdez, pele fina e macia; em alguns casos, atrofia da pendular, especialmente na face e no pescoço; fácies de sabujo,
derme (1.8) ou pele aparentemente normal (1.93) à biopsia en fisema, divertículos do trato GI ou da bexiga, prolapso reta!
corada pelo H&E. e hérnias inguinais, umbilicais e de hiato. A cútis laxa adqui-
2. Síndrome de Marfan: distúrbio autossômico dominante do rida de crianças ou adultos não é hereditária e começa depois
colágen o e da fibrilina dos tecidos elásticos, estatura alta, de diversas doenças eritematosas ou vesiculosas inflamatórias,
aracnodactilia, luxação do cristalino (ectopia lentis), aneu- ou do tratamento com alguns fármacos.
rismas da aorta, prolapso da valva mitral, estrias; em alguns
casos, atrofia da derme (1.8), colágeno ou fibras elásticas
finas, ou pele aparentemente normal à biopsia corada pelo • Pele aparen temente normal à coloração por H&E (1.93)
H&E (1.93). • A coloração para tecidos elásticos mostra fibras elásticas
reduzidas, adelgaçadas, degeneradas ou praticamente
9.10 Cútis laxa normais na derme (1.31)
• Linfócitos, células gigantes multinucleadas raras na
Grupo muito raro de distúrbios con gênitos autossômicos derme
dominantes ou recessivos dos tecidos elásticos. Pele fi-ouxa e
Alterações do Tecido Conjuntivo 135
Garra epidérmica
Rbras elásticas
anormais
Colágeno
Fig. 9.13 B, Elastose perfurante serpiginosa
Fig. 9.13 A, Elastose perfurante (EPS, grande aumento).
serpiginosa (EPS, pequeno aumento) .
Colágeno vermelho
Colágeno vermelho
Neutrófilos
Colágeno "perfurante"
Canal "perfurante"
tamponado
Diagnóstico diferencial
1. Outras doenças de eliminação transepidérmica (1.139).
Diagnóstico diferencial
1. Pseudoxantoma elástico (9.8): pápulas amareladas, fibras
elásticas aglomeradas.
2. Elas tose solar (9 .1 ).
Doenças Inflamatórias Capítulo 1O
dos Anexos
Variações
Esses distúrbios são doenças inflamatórias das glândulas sudo- 1. Tríade da obstrução folicular: expressão utilizada para
ríparas ou das unidades pilossebáceas. descrever doenças muito semelhantes, como acne conglobata
(acne nodulocística da face e do tronco), foliculite decal-
10.1 Acne vante do couro cabeludo (perifoliculite capitis abscedens
et suffodiens, celulite dissecante do couro cabeludo) (10.2)
(ver Fig. 10.1A-E) e hidradenite supurativa da axila e das regiões mamária
Distúrbio muito comum, comedões abertos (pontos pretos), ou inguinal. Na verdade, a hidradenite é um problema
comedões fed1ados (pontos brancos}, pápulas vermelhas, causado pela obstrução dos folículos e não uma doença
pústulas, cistos (ruptura das glândulas sebáceas inflamadas sem das glândulas apócrinas, tendo em vista que essas glândulas
revestimento epitelial, como se observa n a maioria dos "cistos drenam para os duetos foliculares. A h istologia de todos
verdadeiros", 1.25} e nódulos. Mais comum em adolescentes esses distúrbios é semelhante, com abscessos freqüentes,
e adultos jovens, mais na face e no tronco, relacionados com granulomas supurativos e fistulas.
Tampão de ceratina
Dueto apócrino
Plasmócito
Linfócitos
Célula gigante
Epitélio sebáceo
Célula gigante
Fibrose
·-~ linfócitos
Tampão folicul ar
Pityrosporum
lnfundíbulo do folículo
Glândula sebácea
Fibrose ++.-,...::.~~,;.!....:.:..,l:.,.
Diagnóstico diferencial
1. Acne (10.1): a diferença entre a acne e a foliculite é discutível
em alguns casos, porque os folículos e a glândula sebácea
fazem parte da unidade pilossebácea.
2. Colorações especiais e culturas podem ajudar a excluir a
foliculite bacteriana ou fúngica.
3. Outras doenças com tamponamento folicular (1.47), neutró-
filos na derme (1.88) ou granulomas (1.51). Fig. 1 0.5 Ceratose pilar.
Variações
L Ulerythema ophryogenes (CP atrófica): CP das bochechas
e supercílios, início na infância com atrofia epidérmica e
madarose (1.77); mais fibrose perifolicular.
2. Atrofodermia vermiculata: atrofia perifolicular depois da
CP das bochechas, produz um aspecto em roído por traça
Tampão de
ou favos-de-mel, semelhante à retração fibrótica grave da
ceratina
acne. Associada à síndrome de Rombo (atrofodermia vermi-
culata e carcinomas basocelulares, 18.14).
Diagnóstico diferencial lnfundibulo
do foliculo
1. Atrofoderrnia folicular: rara, início nos primeiros anos da
Dueto
inf'ancia, alargamento dos óstios foliculares com fibrose peri- apócrino
folicular, sem tantos tampões cerotósicos quanto se observa na
CP. Associada à síndrome de Conradi (11.1), à ceratodermia
palmoplantar (2.15) e à síndrome de Bazex (atrofodermia
folicular com carcinomas basocelulares da face, 18.14). Não
confundir com atrofodermia de Pasini e Pierini (9.4).
2. Outras doenças com tamponamento folicular (1.47).
Tampão folicular
Linfócitos
Mucina
Fig. 10.8 A, Mucinose folicular (pequeno Fig. 10.8 B, Mucinose folicular (grande
aumento). aumento).
Tampão folicular
Mucina azul
Ci • Q!antidades aumentadas de folículos telógenos e catágenos anormalidades histológicas superestimadas possam ser de
miniaturizados ou, em alguns casos, folículos pilosos em alguma utilidade.
fase anágena inicial na derme superficial 2. Outras alopecias (1.4).
Diagnóstico diferencial
1. Outras alopecias cicatriciais (1.4) como lúpus eritematoso,
líquen plano pilar, esclerodermia e foliculite decalvante. Ainda
não está claro se a pseudopelada é um distúrbio específico, ou
simplesmente a fase final de várias alopecias cicatriciais.
•
mente esparsos ou ausentes
Hemorragia perifolicular em alguns casos
-• Redução
- - dos -folículos
- - -- - - - -- - -
• Fibrose perifolicular; se o folículo estiver destruído, geral- • Aumento da espessura do tecido adiposo
mente restará u m trajeto fibroso vertical
Diagnóstico diferencial
Diagnóstico diferencial
1. Lipoma (29.2): mais localizado na forma de um nódulo,
1. Outras alopecias (1.4). geralmente sem alopecia.
2. A foliculite (10.2) também é comum no couro cabeludo,
principalmente em pacientes pretos; qualquer tipo de trau-
10.14 Eflúvio telógeno (ET)
matismo pode causar alterações exatamente iguais às da
foliculite. Distúrbio comum no qual o paciente repentinamente"muda"
3. Líquen plano pilar: inflamação p erifolicular mais intensa quantidade significativa de pêlos, em geral no couro cabeludo,
ao longo de todo o folículo, hipergranulose, tampona- na maioria dos casos 3 meses depois de uma situação dt> e.çtre.ue
mento folicular, degeneração por liquefação ao longo do como uma cirurgia de grande porte, o nascimento de um fi lho
folículo. ou doenças febris. Causado pela transição dos pêlos anágenos
em crescimento para a fase telógena. Geralmente não é biop-
10.12 Alopecia androgênica (AAG) siado, a menos que o aspecto clínico n ão seja clássico; em geral,
pode ser diagnosticado por um tricograma (exame microscópio
"Calvície padrão" comum, mais freqüente nas regiões bitem- das hastes dos pêlos), em vez de por biopsia.
porais e na coroa do couro cabeludo de homens, menos comu-
mente em mulheres, em geral como um tipo de alopecia não- • Contagem aumentada de pêlos na fase telógena
cicatricial difusa mais branda. A A.l\G é biopsiada apenas
quando o quadro clínico não é clássico.
Diagnóstico diferencial
lil• Folículos veios miniaturizados nos estágios avançados 1. Outras causas de alopecia (1.4), especialmente alopecia
• Aumento da quantidade de pêlos telógenos nos estágios areata difusa (10.9), tricotilomania, alopecia por tração
avançados (10.11) e alopecia androgênica (10.12).
Algumas Genodermatoses Capítulo 11
d . Em alguns casos, bolhas intra-epidérmicas (1.146) nas
11.1 Ictiose áreas de degeneração; nos primeiros meses da lactência
11.2 Displasia ectodérmica (não ocorre em faixas etárias mais avançadas).
11.3 Doença de Darier 3. Ictiose ligada ao X: a erupção descamativa acastanhada
11.4 Disceratose congênita começa nos primeiros anos da infância e afeta pacientes
11.5 Síndrome de Rothmund-Thomson do sexo masculino. Associada à deficiência de sulfatase dos
11.6 Incontinência pigmentar (IP) esteróides. Mais tendência a afetar as dobras flexoras que
11.7 Hipomelanose de !to a ictiose vulgar, mas as superfícies flexoras são preservadas
11.8 Síndrome de Goltz em alguns casos.
11.9 Albinismo 4. Ictiose lamelar: autossômica recessiva; lâminas espessas
11.10 Síndrome de Bloom graves de descamação semelhantes às escamas dos répteis;
11.11 Xeroderma pigmentoso (XP) início geralmente ao nascer. Afeta as superfícies flexoras,
11.12 Ataxia-telangiectasia palmas e plantas. Pode apresentar-se na forma de bebê
colódio. Associada a uma mutação da transglutaminase
dos ceratinócitos. Alguns especialistas separam a ictiose
lamelar da eritrodermia ictiosiforme congênita recessiva
11.1 lctiose porque é menos grave e melhora com a idade, mas tal abor-
dagem pode não ser válida.
(ver Fig. 11.1A-D) 5. Bebê colódio: ictiose do recém-nascido; constitui a apresen-
Embora as ictioses (pele de peixe) tenham sido tradicionalmente tação inicial da ictiose lamelar ou, menos comumente, de
divididas em 4 grupos principais (as 4 primeiras estão relacionadas uma das outras formas de ictiose.
a seguir), essa subdivisão é excessivamente simplista. A maioria 6. Feto arlequim: forma rara e mais grave do bebê colódio;
evidencia-se por descamação cutânea (1.29) ao nascimento ou o bebê recém-nascido apresenta-se envolvido por uma pele
nos primeiros anos da infancia. Existem muitas síndromes asso- calosa espessa com fissuras profundas; ectrópio e eclábio acen-
ciadas à ictiose. A maioria das formas de ictiose tem histologia tuados, orelhas rudimentares, geralmente fatal; ortoceratose
inespecífica, que consiste em hiperceratose compacta (em vez compacta maciça, algumas vezes com paraceratose, ausência
do padrão normal em "trançado de cesta"), camada granulosa de corpúsculos lamelares à microscopia eletrônica.
normal ou espessada e graus variáveis de acantose ou paracera- 7. Síndrome de Conradi-Hunermann: doença rara, ligada ao X
tose. A ictiose vulgar, a hiperceratose epidermolítica e a doença dominante, ou outro padrão hereditário; ictiose linear (1.73)
de Refsum apresentam patologia diferenciada, enquanto as outras ou espiralada com hiperpigmentação, cataratas e anomalias
são menos específicas ao exame histológico. esqueléticas, tais como condrodisplasia puntiforme.
8. Síndrome de Rud: rara; ictiose, diabetes melito, nanismo,
Variações hipogonadismo, retardamento mental, polineuropatia e
convulsões.
1. Ictiose vulgar: tipo mais comum de ictiose com anormali- 9. Síndrome de Netherton: rara, mas uma das sí ndromes icti-
dade na síntese da filagrina. Distúrbio autossômico domi- ósicas mais comuns; autossômica recessiva; déficit de cres-
nante. Descamação esbranquiçada fina mais branda com cimento na lactência, eritrodermia generalizada, alopecia
início na infância, mas em geral não evidenciada ao nascer; discreta com anomalia dos cabelos (1.4) conhecida como
preserva as superfícies flexoras do antebraço e das fossas tricorrexe invaginada (cabelos de bambu). Cerca de metade
poplíteas. Associada à dermatite atópica (2.1, que tende a dos pacientes desenvolve uma peculiar ictiose linear circun-
afetar as dobras flexoras e é mais espongiótica, sem redução flexa migratória (anular (1.5] ou serpiginosa (1.126], placas
da camada granulosa) e à ceratose pilar (10.5). psoriasiformes (1.118] que apresentam bordas duplicadas
a. Ortoceratose compacta e acantose (1.61). descritas por Come!, razão pela qual algumas vezes é conhe-
b. Redução ou ausência da camada granulosa (1.63). cida como síndrome de Comel-Netherton); o material exsu-
c. Tamponamento folicular em alguns casos (1.47). dativo PAS-positivo na camada granulosa tem sido sup er-
2. H iperceratose epidermolítica (eritrodermia ictiosiforme valorizado, mas não é muito específico.
congênita bolhosa): autossômica dominante, anormalidade 10. Eritroceratodermia variável: distúrbio autossômico domi-
das ceratinas 1 ou 10 (suprabasais); pele acastanhada, verru- nante raro, placas descamativas vermelhas migratórias poli-
cosa e descamativa com aspecto de sulcos e lama na pele; cíclicas ou anulares (1.5), geralmente com ceratodermia
acometimento marcante das superfícies flexoras; vesículas palmoplantar (2.15).
e bolhas podem ocorrer nos primeiros anos de vida. 11. Doença de Refsum: distúrbio autossômico recessivo raro
a. Ortoceratose compacta e acantose. com ictiose generalizada, ataxia cerebelar, paresia, retinite
b. Hipergranulose (1.60). pigmentosa, vacúolos lipídicos nas células suprabasais,
c. Tipo característico de degeneração dos ceratinócitos acúmulo de ácido ftânico.
(1.143), conhecido como "hiperceratose epidermolítica" 12. Síndrome de Sjõgren-Larsson: distúrbio autossômico
(epiderme superficial degenerada, qu e parece ter sido recessivo raro com convulsões, retinite pigmentosa, ictiose
"queimada por um tiro de revólver"). lamelar, retardamento mental e paresia espástica.
148 Algumas Genodermatoses
......... . ,,"
Camada granulosa reduzida -f---==~_..,.,11>_•
Hiperceratose
Epidermólise
Hiperceratose
Grãos
Acantólise
Corpos redondos
Papila dérmica
Corpos redondos
Papila dérmica
Papila dérmica
Acantólise
11.5 Síndrome de Rothmund-Thomson retardamento mental e cataratas (1.41); predisposição à cera tose
(poiquilodermia congênita) actínica e ao carcinoma espinocelular.
Ceratinócito
Eosinófilo
Espongiose
Hiperceratose
Disceratose
Distúrbio raro, esporádico e raramente familiar com hipopig- sindactilia ou malformação dos dedos ("garra de lagosta"),
mentação espiralada no tronco {1.140) desde o nascimento ou anomalias oculares {1.41), hipoplasia dos cabelos, dentes e
desde os primeiros anos da infância; mesmo padrão observado unhas. As estrias verticais paralelas nas metáfises dos ossos
nas manchas hiperpigmentadas da incontinência pigmentar longos (osteopatia estriada, 1.16) são características.
(11.6), com a qual esse distúrbio não tem qualquer relação.
E causada por um mosaicismo do cromossomo X. Em geral, • Atrofia grave da derme, de forma que a gordura subcu-lliJ
os pacientes têm retardamento mental, convulsões, anomalias tânea pode tocar a epiderme (ou talvez seja um hamartoma
esqueléticas e anormalidades dentárias e oculares. adiposo na derme)
essa capacidade. CA, CBC, CEC e melanomas podem ser muito homens; fotodermatite, face de 'Mic.key-mouse" semelhante
problemáticos nesses pacientes que não possuem pigmentação à progéria (9.6) com prognatismo e olhos encovados; orelh as,
para protegê-los do sol, especialmente os que vivem nas regiões pés e mãos grandes; nanismo, retardamento mental e surdez.
tropicais. 2. Síndrome de Rothmund-Thomsen (11.5): mais alterações
pigmentaFes, hipogonadismo, cataratas, sem deficiência
llliJ •Os melanócitos estão presentes na camada basal, mas não de IgA ou IgM; nenhuma quebra de cromossomo, sem
produzem melanina ativamente aumento da incidência de leucemia e linfoma.
• Redução ou ausência de melanina demonstrada pelo 3. Outras formas de fotodermatite (1.109), especialmente
método de Fontana para melanina lúpus eritematoso (17.6).
Diagnóstico diferencial
1. Síndrome de Cockayne: distúrbio autossômico recessivo raro,
anormalidade na reparação do ADN, principalmente em
Doenças Bacterianas Capítulo 12
12.1 Impetigo e furunculose • Pústula subcómea preenchida por neutrófilos e, em alguns liJ
12.2 Doenças bacterianas induzidas por toxinas casos, células acantolíticas
12.3 Celulite infecciosa • Espongiose em muitos casos (1.131)
12.4 Antraz • Linfócitos e neutrófilos perivasculares na derme
12.5 Infecções por CoJYilebacterium • Cocos Gram-positivos encontrados algumas vezes na
12.6 Tularemia pústula (mas a cultura é mais útil)
12.7 Cancróide
12.8 Granuloma inguinal Variações
12.9 Rinoescleroma
12.10 Tuberculose 1. Impetigo bolhoso (12.2).
12.11 Infecções por micobactérias atípicas 2. Furúnculo: infecção mais profunda, geralmente por
12.12 Hanseníase Staphylococcus aureus, comumente centrada em uma
12.13 Sífilis unidade folicular, formação de abscesso na derme, algumas
12.14 Borreliose vezes com pústula subcórnea.
12.15 Infecções por Bartonella 3. Furunculose: vários furúnculos, geralmente associados ao
12.16 Actinomicose estado de portador crônico de Staphy/ococcus, pode ser
12.17 Nocardiose semelhante à hidradenite (10.1).
12.18 Gonococcemia 4. Ectima: úlceras em saca-bocado, geralmente associadas ao
12.19 Meningococcemia Streptococcus pyogenes.
12.20 Ectima gangrenoso S. Pioderma vegetante (pioderma semelhante à blastomicose,
12.21 Malacoplaquia 4.12).
12.22 Brucelose
12.23 Iersiniose Diagnóstico diferencial
I. Muitas outras doenças com pústulas subcómeas (1.88) não
podem ser diferenciadas sem a correlação clínica, sem colo-
rações especiais ou sem culturas.
2. Distúrbios acantolíticos superficiais (1.2) como pênfigo
12.1 lmpetigo e furunculose (5.4) ou infecções por vírus herpes (1 4.2).
Acantólise superficial
Inflamação esparsa
lil • Epiderme geralmente normal; necrose em alguns casos (1.86) Diagnóstico diferencial
• Edema da derme
• Infiltrado difuso ou intersticial com predomínio de neutró- 1. Outras doenças com neutrófilos na derme (1.88) ou edema
filos na derme, algumas vezes esparso da derme (1.30).
• As bactérias dificilmente podem ser detectadas na coloração
pelo Gram 12.4 Antraz
• A cultura do espécime de biopsia é positiva em menos de
Infecção geralmente causada pelo contato com animais infec-
10% dos casos
tados como cabras e ovelhas, rara, exceto nos países subdesen-
158 Doenças Bacterianas
volvidos; causada pelo Bacillus anthracis. Cerca de 5% dos casos 3. Ceratólise pontuada: numerosas depressões minúsculas de 1
são de antraz inalatório (doença do separador de lã), mas 95% mm aparecem no estrato córneo macerado das plantàs dos
ocorrem depois da inoculação cutânea primária, geralmente pés, associadas a espécies Corynebacterium, Micrococcus
nas mãos (1.56). As lesões são máculas vermelhas que se trans- sedentarius, Dermatophilus congolensis ou Actinomyces.
formam em pústulas ("pústula maligna"), que depois ulceram Biopsia semelhante à do eritrasma.
e formam uma escara preta; cicatrizam espontaneamente ou 4. Difteria: o Corynebacterium diphtheriae causa faringite com
causam infecção sistêmica. pseudomembrana em pacientes não-imunizados dos países
subdesenvolvidos, com complicações devidas à toxina produ-
lliJ • Necrose epidérmica ou ulceração (1.141) zida pela bactéria. Raramente causa infecção cutânea secundária
• Edema da derme (1.30) como complicação do eczema ou da escabiose, geralmente se
• Eritrócitos extravasados (1.40) evidencia por úlceras necróticas com fibrina considerável e
• Neutrófilos difusos na derme ou inflamação mínima neutrófilos. Em alguns casos, existem bacilos Gram-positivos
• Bastonetes Gram-positivos grandes (em média, 1-8 J..L), geral- detectáveis, que podem ser cultivados em meios especiais.
mente visíveis pelo H&E
12.6 Tularemia
Diagnóstico diferencial A infecção muito rara por Francisella tularensis ocorre depois
do contato com coelhos selvagens, moscas dos cervos, fezes de
1. Síndrome de Sweet (3.7), infecções estafilocócicas (12.1), carrapatos ou outros animais. O tipo mais comum de infecção
erisipelóide (12.3), micobacterioses atípicas {12.11), espo- é o ulcerolinfonodal. Uma pápula vermelha no dedo ou na
rotricose (13.11), panarício herpético (14.2), Orf (14.5) e mão {1.56) transforma-se em uma úlcera (1.141) com escara
tularemia (12.6). preta e linfadenopatia marcante. Outros tipos menos comuns
2. Outras doenças com necrose epidérmica (1.86) ou neutró- de infecção são oculolinfonodal, orofaríngea, gastrintestinal,
filos difusos na derme {1.88). pulmonar e tifóide. O diagnóstico geralmente é firmado por
exame sorológico. As culturas são perigosas.
12.5 Infecções por Corynebacterium
• Necrose epidérmica {1.86) ou ulceração
(ver Fig. 12.5)
• Infiltrado difuso misto de neutrófilos, linfócitos, histiócitos
Algumas corinebactérias são consideradas componentes da
e células gigantes multinucleadas
microbiota normal dos folículos, mas algumas espécies são
• Os granulomas podem ser tuberculóides ou sarcóides,
patogênicas e a proliferação excessiva da microbiota normal
algumas vezes com caseificação
em condições úmidas também pode causar doença.
• Os cocobacilos Gram-negativos geralmente não podem ser
identificados por colorações especiais (a coloração argêntica
Variações
de Dieterle ou técnicas de anticorpo fluorescente podem
1. Eritrasma: manchas vermelho-acastanhadas nas áreas intertri- ser úteis)
ginosas (1.10, 1.55) com descamação discreta, causadas pelo
Corynebacterium minutissimum, fluorescência vermelho- Diagnóstico diferencial
coral ao exame sob lâmpada de Wood. Cocobacilos ou fila-
1. Outras infecções da mão (12.4).
mentos Gram-positivos no estrato córneo podem ser diflceis
2. Outros granulomas supuratívos {1.51).
de ver pelo H&E, ou coram-se melhor pelo PAS ou Giemsa;
reação inflamatória mínima do hospedeiro.
2. Tricomicose: concreções nodulares amareladas nos pêlos 12.7 Cancróide
axilares ou púbicos, causadas pelo Corynebacterium tenuis Úlcera genital dolorosa incomum (1.106, 1.148, "cancro moh!'
(1 ).L ou menos), que pode ser confundido com piedra sem enduração) causada pela infecção venérea por Haemo-
branca (Trichosporon beigelii) ou piedra negra (Piedraia philus ducreyi. É comum encontrar linfadenopatia regional.
hortae), ambos fungos com dimensões maiores (4-8 !J.). As culturas são difíceis.
Estrato córneo
Sombra do ceratinócito
Bactéria filamentosa
fil. Três zonas de inflamação sob uma úlcera (1.141), que não • Infiltrado misto difuso na derme, formado por histiócitos, fil
são tão específicas quanto se sugere na literatura plasmócitos e alguns linfócitos; pequenos abscessos neutro-
a. Restos necróticos, fibrina e neutrófilos na superficie filicos
b. Tecido de granulação na zona intermediária • Em alguns casos, os microrganismos Gram-negativos de 1,2 11
c. Linfócitos e plasmócitos (1.110) profundos (corpúsculos de Donovan) podem ser detectados dentro dos
• Cocobacilos Gram-negativos (1,5 X 0,2 !1) raramente podem histiócitos nas colorações pelo Giemsa ou pelo Warthin-
ser demonstrados nos tecidos pelo Gram ou Giemsa e são Starry, mas são melhor vistos n os esfregaços. A coloração
mais evidentes nos esfregaços bipolar nas 2 extremidades do microrganismo pode gerar
um aspecto de "alfinete de segurança".
Diagnóstico diferencial
1. Outras úlceras genitais (12.13).
Diagnóstico diferencial
12.8 Granuloma inguinal 1. Outras úlceras genitais (12.13).
(ver Fig. 12.8) 2. Outras doenças com hiperplasia pseudo-epiteliomatosa
(1.115) e ulceração (1.141).
Doença venérea incomum causada pelo Calymmatobacterium
granulomatis, que geralmente não é isolado por cultura. Úlceras
3. Outras doenças com "histiócitos parasitados" por micror-
na região genital (1.106, 1.148) ou perianal (1.107), geralmente ganismos pequenos (1-2 !l) (15.1), que geralmente não
com tecido de granulação exuberante em "carne-viva': comu- ocorrem na região genital.
mente com destruição secundária significativa (estiomeno). 4. A malacoplaquia (12.21) ocorre na virilha e nas regiões
A linfadenopatia é menos proeminente que a observada no perianais, mas os macrófagos contêm grânulos de 5-15 11.
cancróide ou no linfogranuloma venéreo. O diagnóstico em que se coram positivamente pelo PAS, von Kossa e Per!,
geral é firmado com base no quadro clínico ou por esfregaços. mas são mais comuns na virilha e nas áreas perianais.
As culturas são dificeis.
12.9 Rinoescleroma
fil. Úlcera com tecido de granulação
(ver Fig. 12.9A,B)
• Hiperplasia pseudo-epiteliomatosa na borda da úlcera em
alguns casos A infecção raríssima por Klebsiella rhinoscleromatis geralmente
é conhecida como escleroma porque pode afetar outras partes
Bactérias
Histiócito
Corpúsculo de Russell
do trato respiratório, além do nariz (1.94). Essa doença ocorre 12.10 Tuberculose
prir_1Cipalmente na América Central, na Indonésia e no Egito.
Mais tarde, a congestão nasal evolui para proliferação tecidual (ver Fig. 12.10A-C)
impressionante e retração fibrótica indurada. O Mycobacterium tuberculosis é comum em muitas regiões
do mundo e, embora afete predominantemente os pulmões,
[il. Hiperplasia pseudo-epiteliomatosa (1.115), em algumas também pode acometer muitos outros órgãos. As lesões cutâneas
lesões mais antigas são muito variáveis morfologicamente e quase sempre indicam
• Infiltrado difuso denso (1.90) com muitos plasmócitos, infecção sistêmica, exceto nos casos raríssimos de inoculação
corpúsculos de Russell (1.110), histiócitos, neutrófilos e primária. A infecção por TB pode ser detectada por um teste
linfócitos cutâneo positivo com PPD(derivado protéico purificado-tuber-
• Bastonetes Gram-negativos (2-3 J..L) presentes dentro de histi- culina), pela coloração de Ziehl-Neelsen para BAAR (bacilos
ócitos volumosos (células de Mikulicz) na coloração pelo álcool-ácido resistentes), por cultura ou pela PCR. As tubercu-
H&E, ou mais evidentes pelo Giemsa, PAS ou Warthin- lides são reações de hipersensibilidade à TB em atividade em
Starry qualquer outro local e a melhora dessas lesões cutâneas depois
• Fibrose acentuada nas lesões mais antigas do tratamento da tuberculose ajuda a confirmar o diagnóstico.
1. Outras doenças com grandes quantidades de plasmócitos 1. TB miliar: erupção papulopustulosa (1.88) rara associada à
(1.110). disseminação hematogênica resultante da imunidade baixa
2. Outras doenças com microrganismos pequenos de 2-3 J..l ou do tratamento com corticóides; infiltrado misto difuso
dentro dos histiócitos, inclusive granuloma inguinal (12.8), na derme com muitos n eutrófilos e, mais tarde, com um
leishmaniose (15.1) e histoplasmose (13.9). Apenas as 2 componente granulomatoso variável; BAAR geralmente
últimas doenças tendem a afetar o nariz, que é a localização presentes.
habitual do rinoescleroma. 2. TB de inoculação primária: forma rara com úlcera aostosa
e linfadenopatia regional, geralmente depois de acidentes
em laboratório, realização de autopsias ou tatuagens; ao
exame histológico, é semelhante à TB miliar.
Necrose de caseificação
Macrófagos em paliçada
Célula gigante
Microabscessos intra-epidérmicos
Hiperplasia epitelial
Inflamação granulomatosa
Macrófagos
Célula gigante
Hiperceratose
Hiperplasia pseudo-epiteliomatosa
Microabscessos intra-epiteliais
Macrólagos
Linfócitos
Fig. 12.11 B, Infecção por micobactérias atípicas (aumento
médio) .
Neutrólilo
Macrólago
Zona de Grenz
Globia
Macrófagos espumosos
Fig. 12.12 A, Hanseníase virchowiana
(pequeno aumento).
Globia
~·~ !
( ..
'>
' ..,..,.
Granuloma
Dueto sudoriparo
Granuloma
Nervo
Granuloma linear
Colágeno
Vaso
sanguíneo
Nervo
Granuloma
Poeira
nuclear
Vasculite
Globia
Adipócito
Neutrófilos
Variações (1.119} nos membros ou nas nádegas, que por fim podem
ulcerar, geralmente sem sinais e sintomas constitucionais. A
1. Hanseníase dimorfa (ou borderline): aspectos clínicos e histologia é semelhante à da reação tipo 2 grave com vascu-
histológicos intermediários entre as formas tuberculóide e
lite mais grave, trombose (1.136}, necrose (1.86) e ulceração
virchowiana. (1.141}.
2. Hanseníase indeterminada: máculas hipopigmentadas
(1.149) ou eritematosas, diagnosticadas principalmente nos
Diagnóstico diferencial
países endêmicos como manifestação clínica da hanseníase;
histologia indeterminada que geralmente não é específica; 1. Outras doenças com granulomas (1.51}.
predomínio de linfócitos perivasculares (1.108), algumas 2. Outras doenças com células espumosas (1.46).
vezes com inflamação perineural ou histiócitos esparsos,
geralmente sem BAAR.
3. _Hanseníase históide: nódulo fibroso com menos células espu- 12.13 Sífilis
mosas; muitos microrganismos detectáveis pelo método de
Fite; pode ser semelhante a um dermatofibroma (27.1}. (ver Fig. 12.13A-H)
4. . Reação t!go 1 ou re~lesão conhecida como reação Infecç.ão venérea pelo Treponema pallidum com evolução por
reversa quando o paciente está em tratamento e sua doença 3 estágios. A sífilis primária evidencia-se por uma úlcera genital
passou para o pólo tuberculóide com imunidade mais eficaz. (1.106, 1.148) ou labial (1.141) indolor e endurada. A sífilis
É chamada reação "UPGRADING" quando os pacientes secundária é um grande simulador e pode çausar várias lesões:
sem tratamento passam para o pólo virchowiano. As lesões a mais comum é a erupção morbiliforme não-pruriginosa (1.81)
existentes ficam edemaciadas com sinais e sintomas consti- com sinais e sintomas constitucionais (1.45), linfadenopatia,
tucionais; histologia semelhante à da hanseníase dimorfa. comumente com lesões nas palmas e plantas (1.99), alopecia
S. Eritema nodoso hansênico (ENH, reação tip~: nódulos (1.4), placas papuloescamosas (1.102}, placas anulares (1.5, espe-
e placas d61orosos recéiií<lesenvolvidos (1~95}oêorrem nos cialmente na face de indivíduos das raças mais pigmentadas},
pacientes virchowianos ou dimorfo-virchowianos; relacionado foliculite (1.47), pústulas (1.88), placas genitais (1.55, condilomas
com imunocomplexos e acompanhado de sinais e sintomas planos), placas crostosas hipertróficas "rupióides" ou "ostráceas"
constitucionais (1.45}. Histologia da hanseníase virchowiana em casca de ostra, manchas mucosas na boca (1.82}. A sífilis terci-
combinada com vasculite leucocitoclástica (4.1). ária que é rara evidencia-se por placas solitárias ou múltiplas,
6. Fenômeno de Lúcio (!eação tipo 3): pacientes com hanse- algumas vezes anulares, ou na forma de úlceras. A sífilis congê-
~~'íase vHchowi;;)ádifusa desenvolvem placas hemorrágicas nita pode apresentar-se com qualquer uma das lesões citadas antes
166 Doenças Bacterianas
Tumefação endotelial
Plasmócitos
Inflamação -!~~~~(f
liquenóide
Neutrófilos
Hiperceratose
Paraceratose
Cones interpapilares
baqueteados
Tumefação endotelial
Linfócitos e plasmócitos
Fig. 12.13 C, Sífilis secundária psoriasiforme.
Folículo
Granulomas
Linfócitos
Granuloma (macrófagos)
Hiperplasía epitelial
Linfócitos e plasmócitos
difusos
Tecido de granulação
Necrose de caseificação
Fibrose
e geralmente é a única forma que pode causar lesões vesiculobo- 2. Outras doenças com granulomas (1.51).
lhosas com alguma freqüência significativa. O diagnóstico da 3. Outras úlceras genitais: cancróide (12.7), granuloma
sífilis é estabelecido mais comumente por exames sorológicos inguinal (12.8), herpes simples (14.2), linfogranuloma
como RPR, VDRL, MHA-TP ou FTA-ABS que por biopsia. venéreo (14.14).
Proliferação vascular
Granuloma borrado
Dueto sudoríparo
Atrofia da epiderme
Vaso sanguíneo
Vaso sanguíneo
Bacilos
2. Doença da arranhadura do gato: infecção incomum por Em casos raros, a coloração pelo Warthin-Starry demonstra
Bartonella (antigamente, Rochalimaea) henselae, em geral bacilos. Os linfonodos são biopsiados mais comumente e
começa com um arranhão ou uma mordida de gato, prin- mostram microabscessos estrelados com focos subcapsulares
cipalmente em crianças. A lesão cutânea primária não é de necrose, e tardiamente reações granulomatosas.
marcante e costuma cicatrizar sem intercorrências. A linfâde- 3. Angiomatose bacilar: infecção rara causada pela B. henselae
nopatia dolorosa começa várias semanas depois e é a queixa e, raramente, pela B. quintana, encontrada principalmente
principal habitual. Conjuntivite e linfadenopatia pré-auri- nos pacientes com AIDS (14.12), provavelmente dissemi-
cular forma m a síndrome oculolinfonodal de Parinaud, nada pela pulga do gato (Ctenocephalides felis). Nódulos
também associada à doença de Chagas (15.14). As lesões cutâneos friáveis avermelhados semelhantes ao granuloma
cutâneas podem ter infiltrados perivasculares ou liquenóides piogênico (25.3) ou ao sarcoma de Kaposi (25.9) associados
com linfócitos, plasmócitos, neutrófilos ou eosinófilos, algumas vezes à doença sistêmica evidenciada por compro-
algumas vezes formando granulomas em paliçada (1.51). metimento do trato gastrintestinal ou peliose bacilar do
170 Doenças Bacterianas
figado ou baço. As pápulas ou os nódulos mostram tecido fistulosos; infiltrado inflamatório misto, microabs-
de granulação com neutrófilos e áreas anfofilicas borradas cessos neutrofilicos e, mais tarde, fibrose.
contendo numerosos bacilos facilmente demonstráveis pelo b. Grãos de enxofre (grumos de microrganismos com até
Warthin-Starry. Mais tarde há fibrose. 10 mm de diâmetro, geralmente 2-3 mm, que podem
4. Febre das trincheiras: doença rara caracterizada por picos ser visíveis a olho nu) basofilicos, em geral com borda
febris recidivantes e erupção morbiliforme no tronco (1.81); eosinofilica conhecida como fenômeno de Splendore-
causada pela infecção por B. quintana disseminada pelos Hoeppli.
piolhos que infestam o corpo. c. Bactérias filamentosas com apenas 1 )..l de diâmetro.
d. Os microrganismos são positivos pelo Gram, Giemsa,
12.16 Actinomicose GMSou PAS.
rizam por nódulos, abscessos ou fistulas com drenagem. Os 3. Nocardiose linfocutânea: a inoculação traumática da pele
microrganismos crescem nos meios de cultura rotineiros para forma nódulos esporotricóides (1.132) com linfadeno-
bactérias aeróbicas, mas o laboratório deve ser avisado dessa patia.
suspeita, porque a Nocardia tem crescimento mais lento e a 4. Micetoma (13.14):
cultura deve ser conservada por mais tempo. a. Infiltrado difuso (1.90) na derme ou nos tecidos subcu-
tâneos, que consiste em tecido de granulação e trajetos
Variações
fistulosos; infiltrado inflamatório misto, microabscessos
1. Nocardiose pulmonar ou do SNC: a d oença pode ficar neutrofílicos, granulomas em alguns casos; mais tarde,
limitada a esses órgãos. fibrose.
2. Nocardiosc sistêmica disseminada: geralmente encontrada b. As bactérias filamentosas são semelhantes a h ifas fúngicas
em pacientes imunossuprimidos; a doença disseminada finas, mas têm apenas 1 )l de diâmetro.
afeta vários órgãos (especialmente pulmões e cérebro) e c. Os microrganismos são positivos pelos métodos para
acomete a pele. BAAR, GMS e PAS e são Gram-positivos.
172 Doenças Bacterianas
Neutrófilos ---1-oiT--'+--..,.....:.,~:--':---:::-:.~"-:i~
Poeira nuclear --t~--r
Bactérias na derme
Crosta
Espongiose
Crosta -+-----:;;:
Úlcera focal Epitélio folicular
Foliculo
tamponado
Tecido de
granulação Esporos do fungo
Granuloma
supurativo
Músculo eretor
do pêlo Neutrófilos
(abscesso)
Fibrose
Fig. 13.1 D, Foliculite da tinha (granuloma de Majocchi). Fig. 13.1 E, Tinha do couro cabeludo.
Esporos do fungo
Melanina no cabelo
Macrófagos
Fig. 13.1 F, Tinha do couro cabeludo.
Variações
1. Tinha da cabeça: principalmente em crianças; por definição,
liJ "normal" n a coloração pelo H &E; ou infiltrado misto peri- envolve o couro cabeludo (1. 123), geralmente associada
vascular ou difuso com linfócitos, histiócitos, neutrófilos a linfadenopatia, que é uma p ista significativa; alopecia
ou eosinófilos (1.4), que ocasionalmente pode formar cicatrizes; cabelos
• Hifâs fúngicas (2-4 J.l de diâmetro) no estrato córneo ou quebrados curtos em pontos pretos. Pode ser semelhante à
nos folícul os, algumas vezes visíveis pelo H &E, embora dermatite seborréica (2.1) ou à foliculite (10.2). Os esporos
fiquem mais evidentes nas colorações pelo PAS ou GMS fúngicos podem ser endotrixes com esporos grandes (5-8 J.l)
dentro da haste do pêlo; ectotrixes com esporos grandes na
Doenças Fúngicas 177
superficie dos cabelos; ou ectotrixes com esporos pequenos 12. unha incógnita: dificil de reconhecer porque sua morfo-
(2-5 j.!). As hifas nem sempre estão presentes no estrato logia clínica foi alterada pelo tratamento com corticóide
córneo. tópico.
2. Tinha favosa (favos): variante da tinha da cabeça, princi-
palmente na Europa, na Ásia e na África; causada mais
comumente pelo T schoenleinii, no qual se desenvolvem Diagnóstico diferencial
crostas sobrepostas conh ecidas como escútulos. 1. Tinha versicolor (13.2), candidíase (13.4), dermatomicose
3. Tinha do corpo: mais comum em homens adultos, lesões (13.3, infecção do estrato córneo, dos pêlos ou das unhas
em áreas do corpo que não são afetadas nas outras variantes por outros fungos diferentes da tinha verdadei ra, da TV ou
específicas descritas. da candidíase).
4. Tinha da barba: mais comum em homens adultos, seme- 2. Pele aparentemente normal (1.93).
lhante à foliculite bacteriana (10.2). 3. Outras doenças com neutrófilos no estrato córneo
5. Tinha da face: comumente se assemelha a muitas outras (1.88).
erupções faciais (1.44).
6. Tinha crural: tinha da virilha (1.55) e das superficies mediais
das coxas.
7. Tinha dos pés (1.48): semelhante ao eczema (2. 1) e à derma-
13.2 Tinha versicolor (TV, pitiríase versicolor)
tite de contato (2.2). (ver Fig. 13.2A,B)
8. Tinha das mãos: especialmente das palmas (1.99), geral- Infecção muito comum causada pelo Pityrosporum orbicu-
mente unilateral com tinha do pé bilateral {síndrome de lare ou P. ovale {também conhecido como Malassezia furfur),
uma das mãos- ambos os pés), semelhante ao eczema (2.1) considerado componente normal da m icrobiota folicular na
e à dermatite de contato. forma de levedura, mas que se torna patológico no estado de
9. unha ungueal (onicomicose): tinha das unhas (1.85), geral- hifas. Alguns preferem pitiríase versicolor, porque a doença
mente esbranquiçadas, espessadas e deformadas. não é causada por um dos 3 gêneros da tinha verdadeira
10. Granuloma de Majocchi (não deve ser confundido com a (13.1). Adultos jovens desenvolvem placas hipopigmentadas
doença de Majocchi, 4.8): nódu los (1.91) associados à infla- (1.149) ou castanho-avermelhadas (1.18) e ligeiramente desca-
mação granulomatosa ao redor dos folículos rompidos, mativas, principalmente no tronco (1.1 40). Mais comum nas
especialmente nas pernas (1.67) das mulheres. estações mais quentes e nos climas com temperaturas mais
11. Qyérion: placa pustulosa inflamatória de consistência altas. A preparação com KOH mostra "hifâs em espaguete
pastosa associada à reação inflamatória exuberante do cortado e esporos em almôndegas'' . Esse fungo não cresce nas
hospedeiro ao fungo, mais comum com as espécies zoofi- culturas rotineiras para fungos; é necessário utilizar técnicas
licas como Microsporum canis, em qualquer das localiza- especiais, razão pela qual o fu ngo não é cultivado com fina-
ções descritas antes, especialmente no couro cabeludo. lidades práticas.
Hifas no estrato
córneo
Camada espinhosa
Papila dérmica
Fig. 13.2 A, Tinha versicolor.
Hifas no estrato
córneo
Membrana basal
Vaso sanguíneo
da papila dérmica
Hifas marrons no
estrato córneo
Camada espinhosa
Cl. Pele aparentemente normal sem inflamação ou com quan- a paroníquia aguda é causada mais provavelmente por estafilo-
tidades mínimas de linfócitos perivasculares cocos (12.3). A proliferação excessiva da Candida nas mucosas
• HifJs e esporos com 2-4 )1 no estrato córneo ou nos folí- causa maceração esbranquiçada. Isso ocorre na boca (L82,
culos; evidenciadas mais claramente na coloração pelo H&E sapinho), especialmente na língua (1.138), na glande do pênis
que os dermatófitos (13.1), embora sejam realçadas nas não-circuncidado (balanite por Candida, 1.106) ou na vagina
colorações pelo PAS ou GMS (vaginite por Candida). O perleche (2.2) dos ângulos labiais
(L74) é causado em alguns casos por Candida. As infecções por
esses fungos podem estar associadas a tratamento antibiótico,
Variações diabetes melito (L26), aplicação de corticóides tópicos, infecção
L A foliculite causada pelo Pityrosporum é um diagnóstico pelo HN (14.12) ou outras condições de imunossupressão. A
controvertido, tendo em vista que esse microrganismo faz Candida cresce facilmente nos meios de cultura rotineiros para
parte da microbiota normal dos folículos. É idêntica à foli- fungos e pode ser detectada nas preparações com KOH.
culite de outras causas (10.2), mas há grandes quantidades
de esporos sem hifas.
• Neutrófilos, paraceratose e formação de crostas são comuns Cl
no estrato córneo
Diagnóstico diferencial • Pseudo-hi!as e esporos no estrato córneo (3-7 )1), que em
alguns casos podem ser detectados à coloração pelo H&E,
Pele aparentemente normal (19.3).
embora sejam mais realçados nas colorações pelo PAS ou
Dermatofitose (13.1) e candidíase (13.4).
GMS
13.3 Tinha negra • Linfócitos e neutrófilos perivasculares na derme
Neutrófilos na crosta
Linfócitos
Vaso sanguíneo
Plasmócitos
Criptococos
Plasmócito
Cápsula --J~F-â;._---,~..:..:.(b>
gelatinosa
~ ,)
lt \.
• 'Ó
• e •
o () • • ••
r
o.•
1 f. -\
• ('>
•
·~
o
o < •ao•., Q •
o
o
o. te • (.! ' • o
•
~ o o
Fig. 13.5 C , Criptococose (coloração pelo PAS).
Doenças Fúngicas 181
Hiperplasia pseudo-epiteliomatosa
Inflamação
granulomatosa
Microabscessos intra-epidérmicos
Hiperplasia pseudo·epiteliomatosa
Diagnóstico diferencial
1. Hiperplasia pseudo-epiteliomatosa (1.116).
2. Neutrófilos na derme (1.88).
3. Granulomas (1.15).
4. Os esporos grandes com endosporos podem ser semelhantes
à mioesferulose (coleções de eritrócitos alterados por lipí-
dios endógenos ou exógenos) ou à rinosporidiose (13.15).
13.7 Blastomicose sul-americana
(paracoccidiodomicose)
(ver Fig. 13.7)
O Paracoccidioides brasiliensis, um fungo dimórfico em cultura,
causa infecção pulmonar ou traumática seguida de linfadeno- Hiperplasia pseudo-
patia regional e infecção sistêmica, ulcerações mucocutâneas e epiteliomatosa
placas verrucosas (1.145).
Ceratinócito
Fig. 13.8 B, BlastomicosP. norte-
~c...::=-_,.llllla:..._:_.s..:..:o.--.:.::.-.-~..:L.llllil~,.. americana (grande aumento).
Linfócito
2. Outras doenças com neutrófilos na derme (1.88) ou granu- • Infiltrado misto difuso na derme com neutrófilos (geral-
lomas (1.51). mente nos abscessos), linfócitos, histiócitos, plasmócitos e
células gigantes multinucleadas; sem caseificação
• Grumos ou cadeias de esporos m arrons ("centavos de
13.1 O Cromomicose cobre") com 6-12 j..l. dentro dos histiócitos nos microabs-
(ver Fig. 13.10A-D) cessos, mas também soltos nos tecidos. Os esporos se repro-
As espécies Phialophora, Fonsecaea e Cladosporium causam duzem por fissão, em vez de por gemulação
placas verrucosas (1.145) nos sítios de inoculação primária,
algumas vezes com disseminação local lenta, mas a infecção
Diagnóstico diferencial
sistêmica é rara. As lesões raramente são anulares (1.5).
1. Outras doenças com hiperplasia pseudo-epitelioma-
• Hiperplasia pseudo-epiteliomatosa; algumas vezes com tosa (1.116), neutrófilos na derme (1.88) ou granulomas
microabscessos neutrofllicos intra-epidérmicos (1.5 1).
Microabscessos -lrn~-"''":+-.-,......~
intra·epidérmicos
Hiperplasia epitelial
Plasmócito
Célula gigante
2. Feoifornicose (13.17): hifas marrons são detectadas na derme de roseira ou musgo esfagno. Os nódulos podem disseminar-se
e nos tecidos subcu tâneos, em vez dos esporos em centavos em p adrão linear pelos canais linfáticos, raramente com disse-
de cobre. minação para as articulações ou circulação sistêmica.
3. Tinha negra (13.3): as hifas marrons limitam-se ao estrato
córneo.
• Hiperplasia pseudo-epiteliomatosa; comumente com micro- lil
abscessos neutrofilicos intra-epidérmicos ou ulceração
• Infiltrado misto difuso na derme com neutrófuos (geral-
13.11 Esporotricose mente nos abscessos), histiócitos, plasmócitos e células
(ver Fig. 13.11A-C) gigantes multinucleadas
O Sporotrichum schenckii causa nódulos e pústulas, especial- • Os esporos redondos, ovais ou em forma de charuto variam
mente nas mãos, n os dedos das mãos (1.56) ou nos antebraços de 3-8 f.l, mas são muito dificeis de encontrar, mesmo nas
depois da inoculação primária, principalmente por espinhos colorações pelo PAS e GMS
Hiperplasia epitelial
Diagnóstico diferencial
1. Outras lesões esporotricóides (1.132).
2. Outras doenças com hiperplasia pseudo-epitelioma-
tosa (1.116), neutrófilos na derme (1.88) ou granulomas Epiderme
(1.51).
Variações
1. Mucormicose: infecção causada por um dentre 3 gêneros:
Rhizopus, Mucor ou Absidia. Flg. 13.12 A, Infecção por Rhizopus (pequeno
2. Ficomicose subcutânea: infecção profunda causada por aumento).
vários outros fungos não-septados.
Necrose da derme
.
. '
.....,_. - ,
}
~·
... ,.,
.,( ,. ,
> ·J "'
í í\
i ~·
"J.<> ) ··\:
• r
.' • I
'
.,,·•
Hifas septadas --lf-- -- - ' - - - - ---"------=-
dentro do vaso
.. "1").... !
Doenças Fúngicas 189
Neutrófitos
Esporos J~~~~~~~;~~~~~~~~~~~~;~~~~
fúngicos _
marrons
Diagnóstico diferencial
1. Os esporos e os endósporos da coccidioidomicose (13.6)
são muito menores.
Epiderme
13.16 Lobomicose (doença de Jorge Lobo,
blastomicose queloidiana)
(ver Fig. 13.16)
Esporângio com Infecção rara causada por Loboa loboi nas Américas Central
endósporos e do Sul, que produz nódulos queloidianos hiperpigmentados
crônicos (27.2) nas áreas expostas como orelhas, cotovelos ou
joelhos. O microrganismo não cresce nos meios de cultura roti-
neiros.
Hifas marrons em
uma célula gigante
Neutrófilos
Macrófago
Macrófago
Esporos do fungo
Diagnóstico diferencial
13.19 Peniciliose
1. Outras infecções por fungos dermatiáceos como dermato-
micose (13.1), tinha negra (13.3), cromomicose (13.10) e (ver Fig. 13.19A,B)
micetoma (13.14). Infecção pulmonar por Penicillium marne!Fei, principalmente no
2. Outros granu lomas (1.51) ou doenças com neutrófilos na Sudeste Asiático em pacientes com AIDS (14.12), com dissemi-
derme (1.88). nação subseqüente para outros órgãos. Pápulas acneiformes (1.3)
192 Doenças Fúngicas
Hemorragia f o c a l - - 4 - - - - - - - - - - - - - '
Dobra do tecido-+-----:::..,
Hiperceratose
Hipergranulose
Coilócitos
Acantose
Cones interpapilares
inclinados para dentro
Hipergranulose
Coilócitos
Capilar dilatado na
papila
Fig. 14.1 B, Verruga vulgar (aumento médio). Fig. 14.1 C , Verruga vulgar (grande aumento).
Grumos de ceratoialina
em
Montículo de
paraceratose
Hipergranulose
Capilares dilatados
Hipergranulose
Hipergranulose
·-
Fig. 14.1 H, Epidermodisplasia
verruciforme.
em metáfase; pode ser semelhante ao carcinoma espinoce- coilocíticas variáveis, liquenificação, edema da submucosa
lular ou à papulose bowenóide. e linfócitos perivasculares; a PCR pode ser necessária para
8. Epidermodisplasia verruciforme (EDV): distúrbio familiar detectar o HPV, que nem sempre é o agente etiológico.
da imunidade celular; as verrugas tornam-se confluentes, 11. Hiperplasia epitelial focal (doença de H eck): o HPV-13 ou
principalmente HPV-5 ou 8 e menos comumente outros 32 produz várias pápulas n a mucosa labial (1.74) ou em
tipos; ao exame clínico, pode ser semelhante à pitiríase qualquer outra área da boca (1.82), geralmente familiar em
rósea (2.4); em geral com citoplasma azulado bolhoso nos pacientes descendentes dos índios norte-americanos.
ceratinócitos; em alguns casos, atipia celular (células pleo-
mórficas hipercromáticas); pode evoluir para carcinoma
Diagnóstico diferencial
espinocelul ar.
9. Papulose bowenóide (18.10): condiloma acuminado no qual 1. Os outros papilomas (1.101) não têm coilócitos, mas isso
as alterações bowenóides estão presentes; geralmente pápulas pode ser confundido com outras causas de vacuolização
múltiplas e mais acastanhadas, geralmente devidas ao HPV- epidérmica (1.143). Se for desejável confirmar a etiologia
16, 18 ou alguns outros tipos; na verdade, pode ser um carci- por HPV, pode ser n ecessário fazer microscopia eletrônica,
noma espinocelular in situ, mas em geral não é agressivo. técnicas de 1munoperoxidase ou de genética molecu lar.
10. Papilomatose escamosa vu lvar pruriginosa: p equenas 2. O carcinoma verrucoso (18.11) é mais maciço e a papulose
pápulas delicadas e pruriginosas n os pequenos lábios bowenóide (18.10) tem mais mitoses e atipia celu lar.
(1.148), que podem ter aspecto normal com alterações 3. Outras causas de vacuolização dos cera tinócitos (1.143).
196 Doenças Causadas por Vírus, Riquétsias e Clamídias
14.2 Infecções por vírus herpes simples Uma recidiva isolada pode ocorrer muitos anos depois na forma
(tipos 1 e 2) e vírus varicela-zoster de cabreiro (herpes zoster) com vesículas unilaterais em um
dermátomo, geralmente purpúricas (1.119), mais comumente no
(herpesvírus tipo 3)
tronco ou na fàce. As recidivas subseqüentes são mmto raras, a
menos que haja imunossupressão. Há uma v~cina, para varicela-
(ver Fig. 14.2A-D) . . ,
zoster amplamente disponível. Em geral, o diagno~tico desses 2
Esses dois vírus herpes são comuns e evidenciam-se por vesJculas
tipos de infecção por vírus herpes é firmado chmcamente, ~u
agrupadas dolorosas em bases eritematosas, que depois formam
por culturas, técnicas de anticorpo fluorescente em esfregaçoes
crostas ou úlceras (1.141). Em seguida, o vír~s torna-se laten~e
ou preparações de Tzanck.
nas células dos gânglios nervosos. O herpes simples afeta mais
comumente o pênis (1.106), a vulva (1.148), as nádegas, os lábios
(1.74) ou a fàce( l.44). A infecção primária extensa grave da boca
• Os 2 vírus não podem ser diferenciados nas colorações pela liJ
é conhecida como gengivoestomatite herpética. A dissemmação
H&E
• Vesícula intra-epidérmica ou ulceração
da infecção nos pacientes com eczema é descrita como ~czema
herpético (erupção variceliforme de Kapos1). ?.
acome~u:nento
Necrose epidérmica e balonização: as alterações ci topá-
ticas herpéticas caracterizam-se por ceratin ócit~s grandes
dos dedos das mãos é conhecido como pananc10 herpet1co. As
e pálidos com núcleos cinza-metálicos, margmaç~o da
recidivas no mesmo local são comuns. A varicela (catapora) é
cromatina na borda do núcleo, algumas vezes com mclu-
disseminada por via respiratória e evidencia-se na infância por
sões intranucleares rosadas circundadas por uma fenda
uma doença febril aguda com faringite, vesículas na boca e vesí-
artefatual (inclusões tipo A de Cowdry, corpúsculos de
culas generalizadas, que começam nas áreas centrais do corpo
Lipschutz), acantólise ou formação de ceratinócitos multi-
e espalham-se para a periferia. Em seguida, o vírus geralmente
nucleados
entra em estado de latência por vários anos ou para sempre.
liJ •Eritrócitos extravasados em muitos casos (1.40) vesícui,?s intra-epidémúcas (1.146) com poucas células balo-lil
• Linfócitos ou neutrófilos perivasculares ou difusos, algumas nizadas (geralmente não multinucleadas) e corpúsculos de
vezes com alterações de vasculite leucocitoclástica (4.1) inclusão, que são predominantemente intracitoplasmáticos
(corpúsculos de Guarnieri)
Diagnóstico diferencial • Infiltrado misto difuso na derme com linfócitos e neutró-
filos
1. Graus mais brandos de balonização podem ser detectados
em alguns casos de varíola ou vacínia (14.3) e no Orf ou
nódulo do ordenhador (14.5), mas os ceratinócitos multi- Diagnóstico diferencial
nucleados raramente estão presentes e os corpúsculos de
inclusão, quando são detectados, têm mais tendência à loca- 1. Os vírus herpes simples e varicela-zoster (14.2) formam
lização intracitoplasmática. mais células gigantes multinucleadas e os corpúsculos de
2. Outras doenças acantolíticas (1.2) ou com ceratinócitos inclusão são intranucleares.
necróticos (1.86).
3. Outras doenças com vesículas intra-epidérmicas (1.146, Cap. 5). 14.4 Molusco contagioso
4. O utras úlceras genitais (12.13).
(ver Fig. 14.4A,B)
Pápulas umbilicadas brancas (1.149) muito comuns, geralmente
14.3 Varíola e vacínia no pênis (1.106), na vulva (1.148) ou na vinlha (1.55) quando
(ver Fig. 14.3) a doença é transmitida sexualmente. As crianças adquirem a
A varíola, uma doença fa tal, foi erradicada graças à vacinação infecção por contato direto ou em piscinas e as lesões ocorrem
com o vírus da vacínia (mutante do vírus causador da varíola nas pálpebras, na face, no tronco e nas axilas. É causado por
bovina). Infecções cutâneas disseminadas são causadas rara- um poxvírus. Em geral, o diagnóstico é clínico, mas as lesões
mente pelo vírus da vacín ia em pacientes com eczema (eczema vermelhas inflamadas são mais diflceis de reconhecer e com mais
vaccinatum). Os pacientes imunossuprimidos também podem freqüência são biopsiadas, especialmente quando são grandes
ter disseminação, ou o local em que foi aplicada a vacina pode ou solitárias. As lesões disseminadas podem ocorrer na derma-
demorar a cicatrizar. A vacinação rotineira foi praticamente tite atópica, com tratamento imunossupressor ou na infecção
interrompida, exceto no pessoal militar, tendo em vista a utili- pelo HIY. A infecção geralmente é autolimitada e regride em 6
zação potencial do vírus da varíola como arma biológica. meses ou vários anos.
198 Doenças Causadas por Vírus, Riquétsias e Clamídias
Poeira nuclear
Corpúsculos do molusco
Hipergranulose
Hipergranulose
Corpúsculos do molusco·
[il. A hiperplasia epidérmica forma uma cratera preenchida tória mista densa com células mononucleares, neutrófilos lil
pelos corpúsculos do molusco (corpúsculos de Henderson- e células gigantes multinucleadas
Patterson), que são inclusões intracitoplasmáticas eosino-
fílicas ou basofilicas enormes (até 35 j..t), que empurram Diagnóstico diferencial
o núcleo e os numerosos grânulos ceratoialinos para os 1. O diagnóstico é evidente quando os corpúsculos do molusco
lados são identificados, mas eles podem ser esparsos em algumas
• As lesões intactas têm pouca ou nenhuma inflamação, lesões intensamente inflamadas. Em casos raros, podem ser
enquanto as lesões rompidas mostram resposta inflama- confundidos com verrugas (14.1).
Doenças Causadas por Vírus, Riquétsias e Clamídias 199
14.5 Orf e nódulo do ordenhador (conhecidos (13.11), infecção por micobactérias atípicas (12.11) e carci-
coletivamente como doença eruptiva da noma espinocelular (18. 11) podem gerar confusão clínica.
2. As lesões com projeções epiteliais digitiformes delicadas e
fazenda) marcantes são características, mas outras lesões podem ser
(ver Fig. 14.5A,B) confundidas com vacín ia (14.3), infecções por papiloma-
Esses dois parapoxvírus causam bolhas, pústulas ou placas eros- vírus (14.1), infecções por herpes simples (14.2) ou outras
tosas hemorrágicas nos dedos das mãos e nas mãos (1.56). Os doenças com necrose epidérmica (1.86).
aspectos do Orf e do nódulo do ordenhador à coloração pela
H&E e à microscopia eletrônica são idênticos, razão pela qual 14.6 Infecções por coxsackievírus
são diferenciados apenas pela história clínica. O Orf é adquirido
pelo manuseio de ovelhas infectadas, enquanto o nódulo do orde- As infecções por esses vírus podem causar erupções morbili-
nhador é transmitido pelas vacas. As lesões regridem em cerca de formes (1.81), pneumonia, meningoencefalite ou miocardite.
6 semanas. Os 2 vírus não crescem nas culturas rotineiras. A maioria das infecções é inofensiva e autolimitada. A doença
m/ío-pé-boca (geralmente causada pelo coxsackievírus tipo A-
[il. A histologia é muito variável, dependendo da duração da lesão 16) causa febre e sintomas constitucionais com pequenas vesi-
• Epiderme superficial vacuolada (1.143) com corpúsculos de culopústulas ovais ao longo das dobras das palmas e plantas
inclusão predominantemente intracitoplasmáticos, algumas (1.99) e na boca (1.82).
vezes intranucleares
• Necrose epidérmica, geralmente com projeções digitiformes • Vesículas multiloculadas intra-epidérmicas ou pústulas Cl
extremamente delicadas para dentro da derme • Necrose epidérmica (1.86) ou balonização (1.146) sem
• Infiltrado inflamatório misto denso e difuso na derme corpúsculos de inclusão ou ceratinócitos multinucleados
• Edema da derme (1.30), eritróci tos extravasados (1.40), vasos • Edema da derme papilar (1.30)
sanguíneos dilatados • Linfócitos (1.108) ou neutrófilos perivasculares
Fibrina e necrose
Vacuolização epidérmica
Fibrina e necrose
Vacuolização
Célula basal
... \
Epiderme com coloração de fundo
14.12 Infecção pelo vírus da • É diflcil demonstrar os microrganismos nas colorações espe-GJ
imunodeficiência humana (HIV) ciais como o Giemsa, mas a imunofluorescência direta e
os anticorpos imunoenzim,?ticos demonstram os micror-
Infecção epidêmica mundial comum pelo vírus HN-l (antes
ganismos nos cortes congelados
conhecido como HTIV-3; não deve ser confundido com o HTLV-
1, 24.3) ou HN-2, este último endêmico na África; disseminação Diagnóstico diferencial
por contato sexual, abuso de drogas com agulhas infectadas, ou
transfusões de sangue. Diagnosticada por testes sorológicos. A 1. Erliquiose: infecção pelas espécies de Ehrlichia transmitidas
infecção inicial pode ser assintomática ou causar febre inespecí- por carrapatos; quadro semelhante ao da FMMR, com cefa-
fica ou erupção morbiliforme (1.81), que raramente é biopsiada, léia, febre, mialgia, leucopenia, trombocitopenia e elevações
ou linfadenopatia; por fim, pode causar redução dos linfócitos das enzimas hepáticas, mas sem erupção maculopapulosa
CD4 e síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS). A denna- ou petequial em apenas 20% dos casos. As biopsias não
títe seborréica (2.1) e a psoríase (2.8) podem ser graves. Maior estão bem descritas.
suscetibilidade às infecções, principalmente angiomatose bacilar 2. Outras erupções morbiliformes (1.81), petequiais (1.119)
(12.15), candidíase (13.4), criptococose (13.5), peniciliose (l3.l'J), uu fc::L ri~ (1.45).
criptosporidiose do trato gastrintestinal, citomegalovírus (14.9), 3. Outras causas de vasculite (1.144) ou dermatite perivascular
herpesvírus (14.2), leucoplasia pilosa (14.8), histoplasmose (13.9), (1.108).
complexo Mycobacterium avíum (12.11), pneumonia por Pneu-
moqrstis(15.12), toxoplasmose (15.15) e verrugas (14.1). O paciente 14.14 Linfogranuloma venéreo (LGV)
pode desenvolver sarcoma de Kaposi (25.9) ou linfoma. Infecção venérea rara causada pela Chlamydia trachomatis (tipos
Ll, L2 e L3), que é difícil de isolar por cultura. O teste soroló-
Variações gico de fixação do complemento para antígeno do grupo das
1. Lipodistrofia associada ao HIV (16.11). clamídias é realizado freqüentemente para firmar o diagnós-
2. Dermatite da interface associada ao HIV (1.64). tico, mas tem reatividade cruzada com os sorotipos D-K da
Chlamydia trachomatis (muito mais epidêmicos), que causam
uretrite e salpingite inespecíficas. Também existe um anticorpo
14.13 Riquetsioses
para imunofluorescência direta mais específico. Pápulas ou
Infecções raras ou incomuns transmitidas por artrópodes, causada erosões discretas de 2-3 mm aparecem no pênis (1.106) ou na
por cocobacilos intracelulares obrigatórios semelhantes a vírus, vulva (1.148) e geralmente não são biopsiadas. A linfadenopatia
geralmente diagnosticadas por testes sorológicos em vez de por inguinal grave subseqüente (bubões) pode formar o "sinal do
biopsia. A febre maculosa das Montanl1as Rochosas (FMMR) é sulco" quando os linfonodos situados em ambos os lados do
uma doença aguda causada pela Rickettsia rickettsii transmitida ligamento de Poupart ficam aumentados, principalmente em
por carrapatos, encontrada principalmente em pacientes norte- homens. Os linfonodos formam abscessos estrelados com histi-
americanos. Os pacientes têm doença aguda com febre e erupção ócitos e plasmócitos. Elefantíase e úlceras vegetantes (estiomeno,
morbiliforme, que começa nas áreas acrais e depois se torna gene- do grego "comer por fora") semelhantes às causadas pelo granu-
ralizada com petéquias, pode levar à morte, a menos que seja loma inguinal (12.8) podem ocorrer em homens e mulheres.
tratada imediatamente. Outras febres maculosas transmitidas por Alguns pacientes desenvolvem fístulas retovaginais.
carrapatos são as formas africana (R. conon), siberiana (R. sibe-
rica) e australiana (R. australis). Em geral, inicialmente há uma • Epiderme normal ou ulcerada (1.141)
área necrótica na picada, conhecida como tache noire (mancha • Infiltrado misto difuso com neutrófilos, linfócitos, histió-
preta). A riquetsiose variceliforme transmitida pelos ácaros dos citos, plasmócitos (1.110) e células gigantes multinucleadas
camundongos (R. akan) começa com uma pá pula ou vesícula no (1.84) em alguns casos
local da picada, depois se torna mais generalizada e vesiculosa ou • Embora possam ocorrer abscessos cutâneos, os abscessos
morbiliforme, semelhante à varicela (14.2) sem lesões orais. O estrelados geralmente ocorrem apenas nos linfonodos e
grupo do tifo inclui o tifo rural do Sudeste Asiático transmitido mais tarde se transformam em lesões granulomatosas
por certos ácaros (R. tsutsugamush1); o tifo epidêmico mundial • Os microrganismos raramente são demonstrados na colo-
transmitido pelo piolho do corpo (R. prowazeki1) e o tifo endê- ração pelo Giemsa dentro dos histiócitos (corpúsculos de
mico (murino) urbano mundial transmitido pela pulga do rato Gamma-Favre)
(R. typhi, antes conhecida como R. moosen). Como ocorre com
muitas febres maculosas, os pacientes desenvolvem uma pápula Diagnóstico diferencial
ou escara preta no local da picada em algumas dessas doenças, 1. Outras úlceras genitais (12.13).
seguida de uma doença febril semelhante à influenza com erup-
ções morbiliformes em todas elas. A febre Q( Coxiella burnett1i) 14.15 Psitacose
não causa lesões cutâneas.
A infecção por Chlamydia psittaCI; também conhecida como
GJ. Necrose da epiderme (1.86) ou espongiose (1.131) no local ornitose, afeta principalmente papagaios (psitacinos) e outras
aves e ap enas raramente é transmitida aos seres humanos por
da picada inicial
• Edema da derme (1.30) ou bolha subepidérmica (1.146) via respiratória. Febre, pneumonite e doença sistêmica podem
na riquetsiose variceliforme, que pode ser aparentemente ser brandas ou graves. As lesões cutâneas consistem em máculas
intra-epidérmica depois da reepitelização vermelhas (man chas de Horder) semelhantes às manchas róseas
• Vasculíte(l.144) com predomínio de linfócitos e histiócitos, da febre tifóide, ou lesões semelhantes à urticária (3. 1), ao
embora alguns casos sejam neutrofílicos eritema multiforme (3.2), ao eritema nodoso ou à púrpura da
• Eritrócitos extravasados (1.40) e trombos (1.136) em muitos CID (4.14). O diagnóstico é confirmado principalmente por
casos exame sorológico. As biopsias cutâneas raramente são realizadas
e a histologia depende do tipo de lesão biopsiada.
Doenças Parasitárias Capítulo 15
Este capítulo inclui a maioria dos parasitos mais importantes,
15.1 Leishmaniose ou aqueles que produzem alterações patológicas mais específicas
15.2 Prototecose na pele. Muitos outros foram omitidos porque acometem predo-
15.3 Cisticercose minantemente os tecidos mais profundos, produzem alterações
15.4 Dirofilariose cutâneas inespecíficas (a menos que o parasito seja identificado),
15.5 Oncocercose ou porque são mais obscuros.
15.6 Larva migrans cutânea
15.7 Picadas e mordidas de artrópodes
15.1 Leishmaniose
15.8 Demodicose
15.9 Escabiose (ver Fig. 15.1A-C)
15.10 Miíase Infecção da pele por espécies de Leishmania, com placas verme-
15.11 Tunguíase lhas, nódulos ou úlceras (1.141) nas áreas expostas do corpo
15.12 Pneumocistose (geralmente na face, 1.44), nos locais onde os pernilongos vetores
15.13 Amebíase picaram: Phlebotomus (principalmente no Velho Mundo) ou
15.14 Tripanossomíase Lutzomyia (principalmente no Novo Mundo). A cultura no meio
15.15 Toxoplasmose de Nicolle-Novy-MacNeal (NNN) é possível, embora dificil.
15. 16 Esquistossomose
Epiderme normal, atrófica, hiperplásica ou ulcerada 1]1
Infiltrado granulomatoso misto difuso na derme com linfó-
citos, histiócitos, plasmócitos, neutrófilos e células gigantes
multinucleadas; necrose de caseificação em alguns casos
Linfócitos e plasmócitos
Necrose de caseificação
Plasmócitos
Linfócitos
Macrófagos
[il. Fibrose em algumas lesões mais antigas inguinal (12.8) limita-se à região genital. As partículas do
• Os amastigotas geralmente estão presentes dentro dos histi- cloreto de alumínio aplicado topicamente são negativas nas
ócitos e são visíveis na coloração pelo H&E, mas aparecem colorações especiais (7.6). A malacoplaquia (12.21) apresenta
mais nitidamente à coloração pelo Giemsa. Esses microrga- macrófagos contendo grânulos de 5-15 J.l, que se coram pelo
nismos m edem 2-3 J.l, têm núcleos redondos de 1 J.l e um PAS, von Kossa e Per!, mas as lesões são mais comuns na
paranúcleo menor em forma de bastão (cinetoplasto) virilha e nas áreas perianais.
"Parede da bexiga"
Verme (cisticerco)
Cavidade cística
Fibrosa
Adipócitos
Fig. 15.3 A, Cisticercose.
Fibrosa e inflamação
Verme
Espaço cístico
Fig. 15.3 B, Esparganose.
liJ •Epiderme ulcerada ou h iperplásica • Há muito pouca inflamação até que a larva morra; em liJ
• Infiltrado misto difuso com neutrófilos, linfócitos, h istió- seguida, podem surgir infiltrados inflamatórios mistos com
citos e células gigantes multinucleadas neutrófilos, linfócitos, histiócitos (1.51) e eosinófilos (1.36),
• Necrose da derme em muitos casos (1.87) algumas vezes com calcificação
• Em alguns casos, os microrganismos são detectados à colo-
ração pelo H&E, mas aparecem mais nitidamente às colora- Diagnóstico diferencial
ções pelo PAS, GMS ou para m ucopolissacarídio ácido.
1. Outras teníases como a cenuríase (Taenia multiceps, tênia
N umerosas septações características dentro de alguns
do cão, que tem vários escóleces) e a esparganose (espécies
microrganismos (esporângios ou mórulas). O diâmetro
de Spirometra, que não têm escólex) são muito raras.
varia significativamente de 2-11 J.L
15.4 Dirofilariose
Diagnóstico diferencial
(ver Fig. 15.4)
1. Outros granulomas (1.51), outras doenças com neutrófilos Nódulo no local onde se encontram as larvas do gênero Dirofi-
(1.88). laria, transmitidas por mosquitos. A Dirofilaria immitis comu-
mente causa dirofilariose em cães, mas raramente infectam seres
15.3 Cisticercose humanos.
(ver Fig. 15.3A,B)
Nódulo no local da larva da Taenia solium (tênia do porco)
• Larva firmemente enroscada com uma cutícula espessa e liJ
diâmetro entre 125-250 ).L, geralmente nos tecidos subcutâ-
encistada.
neos
liJ •Larva (cisticerco, 6-18 mm de comprimento) circundada • Infiltrado inflamatório misto com linfócitos, histiócitos
por cavidade cística e fibrose no tecido subcutâneo, geral- (1.51), plasmócitos, eosinófilos (1.36) e células gigantes
mente no tecido adiposo ou nos p lanos mais profundos, multinucleadas
comumente pál ida e necrótica
• É importante detectar o cscólex (cabeça) nos planos mais 15.5 Oncocercose
profundos, o qual tem ganchos e 2 pares de ventosas
(ver Fig. 15.5)
• Os corpúsculos calcáreos (concreções calcificadas ovais purpú-
Eritrodermia esfoliativa (1.39) se as microfilárias do Oncho-
reas, 1.19) são comuns, mas não específicos desse verme
cerca volvulus infectarem a derme depois da transmissão pela
206 Doenças Parasitárias
Variações
mosca preta Simulium. Nódulo (oncocercoma) no local dos 1. As máculas cerúleas são manchas azuladas (1.14) causadas
vermes adultos. pelas hemorragias dérmicas nos locais das picadas dos
piolhos.
liJ. ~rmes adultos (100-500 I.! de diâmetro) com úteros duplos, 2. As picadas das formigas-do-fogo (Solenopsis invicta) tendem
vivos nos nódulos do tecido subcutâneo, circundados por a ser mais pustulosas (1.88) com neutrófilos.
fibrosedensa (1.124) ou células gigantes multinucleadas (1.51) 3. Urticária papulosa: p ápulas vermelhas, principalmente em
• As microfilárias (5-9 11 de diâmetro) sã.o encontradas dentro crian ças, provavelmente devidas à hipersensibilidade às picadas
das fêmeas adultas do verme ou migrando livremente na de artrópodes, ao contrário da urticária comum (3.1).
derme
Diagnóstico diferencial
15.6 Larva migrans cutânea 1. Erupção do banhista de mar: pápulas muito pruriginosas
Placas vermelhas serpiginosas (1.126) nos locais onde migram (1.113) sob as roupas de ban ho, depois de nadar em água
as larvas de Ancylostoma, Necator ou outros ancilostomídeos salgada; causada mais comumente pelas larvas cnidarianas
não-humanos. Mais comum nos pés (1.48), nas nádegas, nos (celenteradas) como a Linuche unguiculata. A histologia
órgãos genitais e nas mãos. é semelhante à das picadas de artrópodes, exceto que os
neutrófilos são mais comuns, junto aos linfócitos e eosinó-
lil • Crosta descamativa, espongiose (1.131) ou vesícula intra- filos. Não deve ser confundida com o prurido do nadador,
epidérmica com eosinófilos (1.146) que é causado pelos esquistossomos de água doce (15.16).
• Edema da derme (1.30) 2. Ferroadas de animais marinhos como a medusa e a cara-
vela podem apresen tar n ematocistos no estrato córneo
Vesícula intra-epidérmica
Linfócitos e eosinófilos
perivasculares
Centro germinativo
Linfócitos
Elastose solar
Ácaros
Espongiose
Exoesqueleto
3. Eczema (1.29).
[il. Ovos ou ácaros (200400 ll) ou cíbalos (fezes marrons)
4. Doença de Grover (5.6).
presentes na zona subcórnea
• Em alguns casos, espongiose (1.131) ou hiperplasia epidér-
15.10 Miíase
mica (1.61)
• Linfócitos e eosinófilos perivasculares (1.108) ou modera- Infestação cutânea pelas larvas gusanos de várias espécies dife-
damente difusos na derme rentes de moscas da ordem dos Dípteros.
• As larvas são encontradas na derme ou no tecido subcu-lil
Variações
tâneo, mas suas características dependem da espécie
1. Escabiose "norueguesa" crostosa: placas mais espessas e • A De1matobia hominis é a larva encontrada mais comu-
mais graves, localizadas ou disseminadas, geralmente em mente na América Central (especialmente em Belize) e tem
pacientes debilitados, retardados ou imunossuprimidos sem espinhas pretas
desejo de coçar; numerosos ácaros presentes den tro das • Infiltrado misto difuso {1.90) com linfóci tos, histiócitos e
placas hiperceratósicas; pode ser confu ndida com outras eosinófilos (1.36)
lesões papuloescamosas (1.102) ou verrucosas (1.145), prin-
cipalmente ceratodermia palmoplantar (2. 15). 15.11 Tunguíase
2. Escabiose nodular: nódulos vermelhos semelhantes ao
(ver Fig. 15.1 1)
prurigo, especialmente no escroto e no pênis (1.106),
Nódulo ou pápula, geralmente nos dedos do pé, causado pela
associados à escarificação crônica, em geral sem ácaros
perfuração do bicho-de-pé Tunga penetrans (ordem dos Sifo-
nas lesões; pode ser confundida com outros nódulos em
nápteros).
crianças (1.92).
• Hiperceratose, acantose e crostas lil
Diagnóstico diferencial • A pulga localizada sob o estrato córneo pode chegar a 5 mm
de diâmetro, quando uma femea fica ingurgitada de ovos
1. Outras doenças com eosinófilos (1.36) o u prurido grave
• Infiltrado inflamatório misto, algumas vezes com formação
(1.113).
de abscesso
2. A foliculite (10.2) é semelhante ao exame clínico.
21 O Doenças Parasitárias
15.12 Pneumocistose
• Inflamação mista difusa, pode ser granulomatosa (il
O Pneumocystis carinii possivelmente é um fu ngo semelhante a • Os trofozoítos semelhantes aos histiócitos epitelióides
um protozoário e causa mais comumente infecções pulmonares {1.38), com 15-40 11, citoplasma granuloso e um único
nos pacientes imunossuprimidos. A infecção cutânea raríssima núcleo com cromatina marginada, podem ser detectados
associada à AIDS (14.12) evidencia-se por pápulas ou nódulos à coloração pelo H&E, mas aparecem mais nitidamente à
n ecróticos pedunculados {1.105) e friáveis, especialmente no coloração pelo PAS
canal auditivo (1.28). • Eritrofagocitose pelos trofozoítos em alguns casos
Cl. Estroma espu moso à coloração pelo H&E (1.46) Diagnóstico diferencial
• Cistos redondos (aspecto de xícara de chá no pires) de 5-
1. Sífilis {12.13), linfogranuloma venéreo (14.14), cancróide
1Of..1., sem gem ulação, localizados na derme ou nos tecidos
subcutâneos, evidenciados mais nitidamente na coloração
(12. 17), condiloma acuminado (14.1) e carcinoma espirro-
celular (18.11).
pelo GMS
2. Outros granulomas (1.51) ou outras doenças com hiper-
plasia pseudo-epiteliomatosa {1.1 15).
15.13 Amebíase
15.14 Tripanossomíase
(ver Fig. 15.13)
Úlceras dolorosas {1.141), flstulas ou nódulos são mais comuns {ver Fig. 15.14)
na região p erianal (1.107), nas nádegas ou na área geni tal (1.106, A. Tripanossomíase africana
1.148). Os agentes etiológicos são Entamoeba histolytica, Acan- O Trypan osoma gambiense e o T. rhodesiense são protozoários
thamoeba ou outras amebas. disseminados pela mosca tsé-tsé ( Glossina). O paciente desen-
volve um cancro de 2-5 em no local da picada e linfadenopatia
li~. Ulceração ou hiperplasia pseudo-epiteliomatosa regional. O sinal de Winterbottom é a linfadenopatia cervical
• Tecido de granulação, edema da derme {1.30), necrose (1.87), posterior proeminente. Mais tarde, há edem a das mãos, dos
fibrose pés e da face e surge uma erupção anular (1.5), urticariforme,
petequial {1.119) ou morbiliforme. Por fim, pode haver letargia,
Doenças Parasitárias 211
Inflamação septal
Haste do pêlo
Derme
Macrófago
Diagnóstico diferencial
1. O esclerema neonatal (16.4) e a paniculite pós-corticoterapia
(depois da interrupção súbita dos corticóides em crianças)
também produzem fendas em forma de agulhas.
2. Outras formas de paniculíte (1.1 00) podem ser consideradas,
se as fendas em forma de agulhas não forem evidentes, mas
em lactentes esse é o tipo m~ i .~ comum de paniculite.
3. Outras doenças com granulomas (1.51).
Vasculite
Célula gigante
Diagnóstico diferencial • As lesões em estágio inicial podem mostrar padrão infla- lil
1. Como os aspectos histológicos não são específicos e as matório no tecido adiposo: necrose da gordura com
outras formas de paniculite (1.100) podem ser semelhantes, lipófagos espumosos (1.76), plasmócitos (1.110) e linfó-
o diagnóstico baseia-se principalmente na redução acen- citos, com adipócitos e vasos sanguíneos relativamente
tuada do nível sérico de a -1-antitripsina. norma1s
2. Doença de Weber-Christian (16.2): alguns casos relatados • O utras lesões em estágio inicial podem ter padrão involu-
na literatura no passado, podem ser, na verdade, esse tivo no tecido adiposo: adipócitos pequenos, hialinização
distúrbio. (1.35), alterações mixóides (1.83) e quantidades aumentadas
3. Paniculites associadas a infecções (16.6) e outros distúrbios de vasos sanguíneos pequenos
com neutrófilos (1.88). • As lesões mais avançadas têm redução profunda ou ausência
de gordura
16.11 Lipodistrofia
Variações
Também conhecida como lipoatrofia, o termo engloba uma
miscelânea confusa de doenças com perda localizada ou gene- 1. Lipodistrofia associada ao HN (14.12): face encovada e
ralizada de gordura e pele encovada e deprimida nessas áreas. A perda de gordura em outras áreas, corcova de búfalo, hiper-
lipodistrofia pode ocorrer como resultado final da morféia, da lipidemia, diabetes melito; relacionada com o tratamento
esclerodermia e de muitas formas de paniculite, mas esse termo com inibidores de protease.
geralmente é reservado para um grupo de doenças associadas
Diagnóstico diferencial
ao diabetes melito (1.26), à hipertrigliceridemia, à deficiência
de CJ ou à glomerulonefrite. 1. Outras formas de paniculite (1.100).
Outras Doenças Não-neoplásicas Capítulo 17
Variações
17.1 Acrodermatite enteropática
17.2 Vitiligo 1. Síndrome de Vogt-Koyanagi-Harada: meningite asséptica
17.3 Doença enxerto versus hospedeiro (DEVH) seguida de uveíte (1.41) e disacusia (um tipo de deficiência
17.4 Aplasia cutânea congênita auditiva). Vitiligo e alopecia areata (10.9) são comuns.
17.5 Erupção polimorfa à luz (EPML)
17.6 Lúpus eritematoso (LE) Diagnóstico diferencial
17.7 Dermatomiosite 1. H ipopigmentação pós-inflamatória: redução da melanina
17.8 Policondrite recidivante da camada basal, mas os melanócitos estão presentes.
17.9 Condrodermatite nodular crônica da hélice (CNH) 2. Albinismo (11.9): evidenciado desde o nascimento; melanina
17.10 Outras anoma lias da pigmentação ausente da camada basal, mas os melanócitos estão presentes.
17.11 Outras lesões orais 3. Piebaldismo (11.9): presente desde o nascimento, topete
branco.
4. Muitas outras doenças podem causar hipopigmentação
(1.149).
Ceratinócito necrótico
Ceratinócito necrótico
4. DEVH autóloga e erupção da recuperação linfocitária: (1.141) no vértice do couro cabeludo (1.123), geralmente com
pacientes transplantados com sua própria medula (transplante 1-3 em de diâmetro. Em alguns casos, há uma borda de cabelos
autólogo) teoricamente não deveriam desenvolver doença longos ao redor da falha (sinal do colar de cabelos), que também
enxerto versus hospedeiro contra os próprios tecidos. Esses pode ocorrer em torno dos tecidos meníngeos heterotópicos
pacientes e também os que desenvolvem a erupção da recu- (26.6). Por fim, a lesão cicatriza como uma área de alopecia
peração linfocitária parecem ter um desequilíbrio complexo cicatricial (1.4). Em alguns casos, há outras malformações asso-
nos fa tores imunológicos e uma resposta a várias citocinas. A ciadas, inclusive anomalias do crânio.
erupção da recuperação linfocitária evidencia-se por eritema
maculoso quase na mesma época que a DEVH aguda, acom- • Atrofia da epiderme (1.9) com úlcera superficial ou [a
panhada de febre praticamente na mesma fase em que as profunda
leucometrias periféricas estão sendo recuperadas à medida • Atrofia da derme (1.8), fibrose com anexos ausentes
que o enxerto pega. A histologia é semelhante à da DEVH. • Linfócitos e n eutrófilos associados à úlcera
Necrose da epiderme
Vesículas espongióticas
Hemorragia
Linfócitos difusos
Linfócitos na interface
Incontinência de melanina
Linfócitos na interface
Necrose da gordura
Paniculite lobular
Linfócitos nodulares
Marcação nuclear
Faixa lúpica
Derme
Variações
Cl. Hiperceratose em alguns casos
• Tamponamento folicular (1.47) 1. LE discóide (LE cutâneo crônico, LECC): placas crostosas mais
• Atrofia (1.9) ou hiperplasia (1.61) da epiderme espessas, descamativas, geralmente discóides, algumas vezes
• Em alguns casos, corpos colóides na epiderme basal ou na anulares (1.5), em alguns casos com tampões foliculares em
derme papilar (1.27) "tachinha de tapete'~ geralmente na pele não-exposta (espe-
• Degeneração por liquefãção da camada basal (1.64) cialmente face e concha da orelha); pode causar retração fibr&
• Incontinência de melanina (1.79) tica, especialmente alopecia cicatricial (1.4); sem doença sistê-
• Espessamento da membrana basal (a coloração pelo PAS mica em 900fo desses pacientes (razão pela qual o diagnóstico
pode ajudar a demonstrar isso) depende principalmente da biopsia de PELE, em vez dos 11
• Aumento da mucina (1.83) na derme (algumas vezes critérios citados antes!), mais hiperplasia da epiderme (1.61,
evidente na coloração pelo H&E, mas aparece mais nitida- 1.133), tamponamento folicular mais proeminente e infiltrado
mente nas colorações pelo azul alcian ou ferro coloidal) linfodtico mais profundo e abundante que no LES em geral.
• Linfócitos perivasculares e perianexiais, algumas vezes lique- 2. Lúpus eritematoso cutâneo subagudo (LECS): geralmente
nóides, com alguns plasmócitos (l.llO), mas sem eosinófilos positivo para anticorpo Ro (SSA), algumas vezes para anti-
• A imunofluorescência (teste da faixa lúpica) demonstra corpo La (SSB); AAN n egativos em alguns casos; mais fotos-
depósitos granulosos de IgM, IgG e complemento na sensibilidade, mais relação com o haplótipo HLA-B8 ou
junção dermoepidérmica. A imu nomarcação da pele DR3, mais psoriasiforme (1.118) ou anular (1.5); prognós-
tico melhor do que o do LES, menos tendência de causar
normal e das áreas lesadas correlaciona-se com os anti-
doença renal; histologia semelhante à do LES.
corpos contra ADN de fita dupla eLES mais grave. A pele
3. Lúpus profundo (paniculite lúpica): as alterações dérmicas
normal é negativa e as lesões são positivas nos pacientes
e epidérmicas descritas antes podem ou não estar presentes.
com LECS ou LECC
Há paniculite lobular (1.100), geralmente com agregados
228 Outras Doenças Não-neoplásicas
nodulares com predomínio de linfócitos; a necrose da 10. LE neonatal: a erupção aparece algumas semanas depois
gordura pode ser impressionante; fibrose ou calcificação. do parto, geralmente regride em 6 meses; devido à transfe-
4. LE bolhoso: as bolhas geralmente indicam doença sistê- rência transplacentária de anticorpos maternos; geralmente
mica mais grave; em alguns casos, os anticorpos contra o tem anticorpo anti-Ro (SSA) positivo e, em alguns casos,
colágeno tipo VII podem indicar certa superposição com an ticorpo anti-La (SSB); incidência de 50% de bloqueio
a EBA (6.6); bolha subepidérmica (1.146) contendo princi- cardíaco congênito, que pode levar à morte.
palmente neutrófilos (1.88) em vez de linfócitos; em geral, 11. Deficiências hereditárias de complemento: especialmente a
h á mais mucina na derme. deficiência muito comum de C2; podem apresen tar lesões
5. Doença mista do tecido conjuntivo (DMTC, síndrome de deLES.
Sharp): títu lo alto de anticorpos ant1~RNP(proteína ribo-
nuclear); semelh ança clínica com a esclerodermia e a derma- Diagnóstico diferencial
tomiosite; histologia igual à do LES; a imunofluorescência
1. Outras doenças evidenciadas clinicamente por fotoderma-
tende mais a mostrar padrão nuclear epidérmico ponti-
tite (1.109).
lhado, além da faixa lúpica na junção dermoepidérmica.
2. Outras doenças com dermatite de interface (1.64) ou derma-
6. Infiltrado linfocítico de Jessner: essa condição é um
tite liquenóide (1.72).
distúrbio pouco definido com máculas ou placas faciais
3. Outras doenças com tamponamento folicular (1.47).
vermelhas não-descamativas e linfócitos difusos na derme.
4. Outras doen ças com mucina na derme (1.83).
A maioria dos pacientes provavelmente tem LE, EPML
S. Dermatomiosite (17.7).
(17.5) ou linfocitoma cutâneo (24.9).
7. Síndrome do anticoagulante lúpico: anticorpos antifosfoli-
17.7 Dermatomiosite
pídicos ou anticardiolipina, livedo reticular (3.10); podem
ocorrer episódios vasculares obstrutivos. (ver Fig. 17.7A,B)
8. LE medicamentoso (3.5): AAN positivos; o anticorpo anti- Doença reumática incomum com erupção eritematosa difusa no
histona pode ser positivo (geralmente negativo no LES não- tronco (geralmente com poiquilodermia, 1.11 1), pálpebras helio-
farmacogênico); anti-DNAds, anti-Sm e anti-Ro negativos. trópicas purpúreas e edemaciadas (1.148), telangiectasias periun-
9. Síndrome de Sjõgren: ressecamento ocular (ceratoconjun- gueais, fraqueza dos músculos proximais, anormalidades à EMG,
tivite seca) e boca seca (redução da secreção salivar), infla- miosite na biopsia de músculo e elevações das enzimas musculares
mação à biopsia das glândulas salivares; geralmente positivo como CPK e aldolase. Associada a neoplasias malignas internas
para anticorpo anti-Ro (SSA), algumas vezes para anticorpo (1.104) em 30% dos adultos. A forma infantil tem mais tendência
anti-La (SSB); associada a outras doenças reumáticas. a calcificar e não está associada a tumores malignos.
Diagnóstico diferencial
lil. Epiderme atrófica ou normal
• Degeneração por liquefação da camada basal 1. Celulite (12.3): não apresenta as outras manifestações sistê-
• Espessamento da membrana basal em alguns casos micas; mais neutrófilos, colorações ou culturas positivas
• Edema da derme (1.30) em alguns casos; melhora com antibióticos.
• Mucina na derme (1.83, mais evidente nas colorações pelo 2. Condrodermatite (17.9) ou traumatismo da orelha.
azul alcian ou ferro coloidal) 3. Dermatite de contato (2.2): mais descamação ou microve-
• Linfócitos perivasculares esparsos ou na interface siculação ao exame clí nico; espongiose.
• Calcificação da derme ou dos tecidos subcutâneos (1.19)
em alguns casos 17.9 Condrodermatite nodular crônica da
• A imunofluorescência direta geralmente é negativa hélice (CNCH, CNH)
(ver Fig. 17.9A,B)
Variações Nódulo doloroso solitário (1.96) na hélice da orelha (1.28), geral-
1. Dermatomiosite amiopática (dermatomiosite sem miosite): mente relacionado com lesão actínica ou exposição ao frio.
mesma erupção, mas sem acometimento muscular.
• Hiperplasia da epiderme (1.61), geralmente com ulceração [il
focal
Diagnóstico diferencial • Tecido de granulação, fibrose, elastose solar e infiltrado
inflamatório misto (linfócitos, neutrófilos, plasm ócitos)
1. O lúpus eritematoso (17.6) n ão pode ser diferenciado da
entre a úlcera e a cartilagem subjacente
dermatomiosite sem d ados clínicos, m as o LE em geral
• Degeneração da cartilagem, geralmente combinada com
causa mais inflamação, enquanto a dermatomiosite tende
fibrose; eliminação transepidérmica em alguns casos
a ser discreta.
2. Outras doenças com dermatite de interface (1.64).
Diagnóstico diferencial
17.8 Policondrite recidivante 1. Nódulos de desgaste por ação de agentes atmosféricos das
orelhas (9 .1).
(ver Fig. 17.8) 2. Policondrite recidivante (17.8).
Distúrbio reumático com eritema doloroso difuso recidivante da 3. Pseudocisto da orelha (19.13).
orelha (1.28), poupando o lóbulo da orelha; associado aos anti- 4. Carci noma espinu<.:dular (18.11).
corpos contra colágeno tipo II da cartilagem (geralmente não
é testado na prática clínica, porque é específico dessa doença).
A lesão das cartilagens da orelha, dos brônquios ou do nariz 17.1 O Outras anomalias da pigmentação
pode causar deformidade auricular, orelhas caídas, colapso das
vias respiratórias ou nariz em sela (1.94). Outras manifestações A maioria desses distúrbios com hiperpigmentação (1.18) ou
clínicas são artrite (1.7), inflamação ocular (1.4 1) e doença valvar hipopigmentação (1.149) é diagnosticada clinicamente e a histo-
cardíaca (1.57). patologia geralmente n ão é específica, razão pela qual as biop-
sias n ão são realizadas. A coloração para melanina de Fontana
[il. Inflamação pericondrial (neutrófilos, linfócitos ou plasmó- pode ser utilizada para avaliar a prevalência da melanina, mas
citos) os próprios melan ócitos são difl.ceis de quantificar, mesmo
à imunomarcação com S-100 ou à microscopia eletrônica. A
• Degeneração da cartilagem com perda do sulfato de condroi-
tina (basofilia reduzida) e vacuolização dos condrócitos maioria desses distúrbios tem quantidades aumentadas ou redu-
• Fibrose pericondrial nas lesões mais antigas zidas de melanina na camada basal, com ou sem incontinência
da melanina (1.79).
230 Outras Doenças Não-neoplásicas
Úlcera focal
Epiderme hiperplásica
Fibrina
Tecido de granulação
Linfócitos
Tecido de granulação
Fibrose
Cartilagem degenerada
2-3 m eses. A biopsia mostra necrose das glândulas e dos em outras superfícies mucosas. Essa lesão não se transforma em
duetos salivares com metaplasia escamosa {1.115) que pode carcinoma espinocelular. A biopsia mostra hiperplasia epite-
se assem elhar ao carcinoma espinocelular. Essa condição é lial e intumescimento vacuolar dos ceratinócitos poupando a
um distúrbio pseudo-maligno (1.117). camada basal. Biopsia idêntica à da paroniquia congênita {2.15)
3. Nevo esponjoso branco: mutação autossômica dominante da e da hiperplasia epitelial focal oral {14.1). O leucoedema da
ceratina 4 ou 13 (ceratinas das mucosas situadas acima da mucosa oral também se assemelha ao nevo esponjoso branco,
camada basal); evidenciado ao nascer ou na infàn cia; placas mas começa na idade adulta, tem distribuição focal em vez de
brancas corrugadas, espessas e extensas na boca e, algumas vezes, difusa e apresenta exacerbações e remissões.
Neoplasias Epiteliais Capítulo 18
18.1 Nevo epidérmico (nevo epidérmico
18.1 Nevo epidérmico
linear, nevo epidérmico verrucoso
18.2 Ceratose seborréica (CS)
18.3 Acroceratose verruciforme inflamatório linear, NEVIL)
18.4 Poroceratose (ver Fig. 18.1A,B)
18.5 Acantose nigricante Placa verrucosa linear relativamente comum, em geral nos
18.6 Acantoma de células claras membros, algumas vezes no tronco; presente desde o nasci-
18.7 Disceratoma verrucoso men to ou desde os primeiros anos da infâ ncia, persiste indefi-
18.8 Ceratose actínica (CA) nidamente. É u m hamartoma congênito (nevo) com capacidade
18.9 Ceratose arsenical proliferativa da epiderme, enquanto a maioria dos outros nevos
18.10 Doença de Bowen é melanocítica (20.5).
18.11 Carcinoma espinocelular (CEC)
18.12 Ceratoacantoma (CAC) [il. Hiperceratose, papilomatose, acantose; hipergranulose em
18.13 Doença de Paget alguns casos
18.14 Carcinoma basocelular (CBC) • Hiperceratose epidermolít ica em casos raros (11.1)
• Disceratose acantolítica em casos raros (11.3)
• Linfócitos perivasculares em mu itos casos ·
Hiperceratose
Linfócitos
Comedão
Glãndulas sudoríparas
Papilomatose
Hiperceralose
"Clone"
Acantose
Redemoinho escamoso
Diagnóstico diferencial
Pérola de ceratína 1. Ceratose actínica (18.8): limitada às áreas expostas ao sol;
ceratinócitos atípicos e inflamados, mesmo quando não
estão "irritados", geralmente sem sinal do cordão, sem pseu-
Acantose com docistos córneos e sem pigmento.
crescimento para baixo 2. Verruga vulgar {14.1): montículos de paraceratose, hiper-
granulose, coilocitose e vasos sanguíneos dilatados nas
Pseudocistos córneos
papilas.
3. Outras doenças com papilomatose (1.101).
4. Outras doenças com células basalóides (1.11).
5. Outras doenças com cistos córneos (1.59).
Hiperceratose
Epiderme atrófica
Hiperceratose
Hipogranulose
Lamela cornóide
Disceratose
cera tose nada tem a ver com os poros das glându las sudoríparas.
• Hiperceratose, papilomatose
Algumas formas de poroceratose podem desenvolver carcinoma • Acantose mínima ou ausente (termo inapropriado)
espinocelular.
• Hiperpigmentação da camada basal em muitos casos
liJ. Lamela cornóide(uma coluna de paraceratose sob a qual há
hipogranulose e ceratinócitos com disceratose ou coloração Variações
pálida) correspondente à borda anular elevada detectada
1. Papilomatose confluente e reticulada de Gougerot e
clinicamente. Em geral, em um corte transversal, há uma
Carteaud: mais gen eralizada no tronco, mais reticulada
lamela cornóide em cada borda bidimensional do espé- (1·.122), mais escamas aderidas e menos aveludada; o Pityros-
cime, com a porção superficial da coluna inclinada para o porum geralmente está presente e a lesão pode melhorar
interior da lesão, mas várias !ameias cornóides aleatórias com minociclina.
podem estar presentes na mesma biopsia 2. Pseudo-acantose nigricante: apenas os teóricos que gostam
• A epiderme da parte central da lesão pode ser normal, de criar divisões fazem essa distinção; associada à obesidade
hiperplásica ou atrófica (1.9) e regride com a perda de peso.
• Linfócitos perivasculares (1.108) ou liquenóides (1.72), 3. Acantose nigricante maligna: associada a n eoplasias
algumas vezes localizados sob as lamelas cornóides malignas dos órgãos internos.
4. Palma de tripa (acantose palmar): alterações aveludadas das
Variações palmas associadas às neoplasias malignas internas (1.104).
1. Poroceratose disseminada superficial: numerosas lesões,
aparentemente sem relação com exposição solar. Diagnóstico diferencial
2. Poroceratose actínica superficial disseminada (PASD): 1. Outras doenças com papilomatose (1. 101), especialmente
numerosas lesões, relação questionável com a exposição nevo epidérmico (18.1), ceratose seborréica (18.2), doença
solar, mais comum nas pernas (1.67); as !ameias cornóides de Dowling-Degos (17.10) e verruga vulgar (14.1), são total-
podem ser sutis e facilmente passam despercebidas. mente diferentes ao exame clínico.
3. Poroceratose de Mibelli: variante maior e solitária com mais
hiperceratose e !ameias cornóides proeminentes.
18.6 Acantoma de células claras
4. Poroceratose puntiforme palmar e plantar: focos discretos
e pequenos de hiperceratose nas palmas e plantas, seme- (ver Fig. 18.6A,B)
lhantes à ceratodermia puntiforme (2. 15), exceto pela Pápula ou placa vermelha incomum, geralmente na perna (1.67).
presença de !ameias cornóides. Alguns teóricos que gostam de agrupar distúrbios consideram-
5. Poroceratose linear: variante do nevo epidérmico (18.1 ) na uma variante de células claras da ceratose seborréica irri tada
com !ameias cornóides. (18.2). O sufixo "orna" significa tumor, então esta lesão é um
tumor com acantose.
Diagnóstico diferencial
• Escama-crosta na superficie da epiderme em muitos casos (il
1. Outras doenças com paraceratose (1.103) ou hiperplasia da • Neutrófilos na epiderme, geralmente com microabscessos
epiderme (1.61). Esse diagnóstico facilmente passa desper- no estrato córneo (1.88)
cebido, se as !ameias cornóides não forem reconhecidas. • Proliferação psoriasiforme de ceratinócitos pálidos ("claros")
com demarcação nítida da epiderme normal. O glicogênio
18.5 Acantose nigricante das células pálidas é PAS-positivo e diástase-lábil
(ver Fig. 18.5) • Linfócitos perivasculares
Placas hiperpigmentadas papilomatosas aveludadas relativa- • Vasos sanguíneos d ilatados nas papilas dérmicas pálidas e
mente comuns, mais freqüentes nas axilas (1.10) e no pescoço edemaciadas
(1.86); associadas ao diabetes melito (1.26), às endocrinopatias, à
obesidade ou a neoplasias malignas dos órgãos internos (1.104). Diagnóstico diferencial
Não é uma neoplasia, mas está incluída neste capítulo por sua 1. Outras lesões com células clara s (1.22) ou aspecto psoriasi-
semelhança histológica com a ceratose seborréica. forme (1.118). O triquilemoma (22.5) geralmente se localiza
Neoplasias Epiteliais 239
Demarcação nítida
Células claras
Hiperplasia psoriasiforme
..
n a face e tem um lóbulo que cresce no sentido da derme transitória (5.6), são muito diferentes ao exame clínico. A
profunda, em vez de uma silhueta psoriasiforme. ceratose actínica acantolítica (18.8) e o carcinoma espino-
2. Doença de Bowen (18.10): mais atipia, disceratose. celular acantolítico (18.11) têm atipia celular.
Disceratose
Corpos redondos
Fig. 18.7 A, Disceratoma verrucoso (pequeno Fig. 18.7 B, Disceratoma verrucoso (grande
aumento). aumento).
Linfócitos
Elastose solar
,
Fig. 18.8 C , Ceratose actínica (acantolítica).
Linfócitos liquenóides
Ceratinócitos atípicos
[il. Geralmente hiperceratose, algumas vezes com ulceração Linfócitos perivasculares (1.108) ou liquenóides, algumas [il
• Paraceratose (1.103), especialmente recobrindo os cerati- vezes com p lasmócitos (1.110)
nócitos atípicos; em geral, não afeta a epiderme sobre os • Elastose solar na derme (9.1)
anexos (áreas "alternadas' de paraceratose azul e rosa)
• Ceratinócitos atípicos, algumas vezes sutis, geralmente mais Variações
atípicos no epitélio mais profundo, com perda da matu- 1. CA hipertrófica (CA hiperceratósica, CAH): hiperceratose
ração ordenada, hipercromatismo, pleomorfismo, aumento
e acantose proeminentes; pode formar um corno cutâneo
das mitoses, disceratose (1.27), geralmente p oupando a
(1.61), esp ecialmente comum no dorso da mão (1.56).
epiderme acima dos anexos e, em muitos casos, muitos
2. CA atrófica: atrofia da epiderme (1.9), pode ser semelhante
brotamentos projetando-se na derme papilar
ao lúpus eritematoso (17.6).
242 Neoplasias Epiteliais
Hiperceratose
Ceratinócito atípico
Epiderme atrófica
Corno cutâneo
Disceratose
Ceratinócitos atípicos
Linfócitos
Elastose solar
Fig. 18.8 G, Ceratose actínica (hiperceratósica).
Ceratinócitos atípicos
Brotamentos aumentados
dos cones interpapilares
Linfócitos
3. CA acantolítica: acantólise focal, semelhante às outras CSLP) é uma denominação menos específica que ceratose
doenças acantolíticas (1.2). actínica liquenóide e empregada quando não está claro se
4. CA liquenóide: geralmente mais vermelha que a CA comum, a lesão representa uma CA inflamada, CS inflamada (18.2)
infiltrado liquenóide na derme; a a ti pia pode ser mínima. ou lentigo solar inflamado; semelhante ao líquen plano
Ceratose liquenóide (ceratose semelhante ao líquen plano, (2.11) e às outras doenças liquenóides (1.72).
Neoplasias Epiteliais 243
5. CA pigmen tada: 150 pápula vermelho-acastanhada {1.18) com 2. Carcinoma basocelular superficial (18.13}: algumas vezes,
aumento da melanina na epiderme; pode ser semelhante o empilhamento das células basais pode ser sutil e asseme-
à ceratose seborréica (18.2}, ao lentigo solar (20.3) ou ao lhar-se à CA.
lentigo maligno (20.1 1).
6. CA de disseminação superficial: placa ampla e extensa seme-
lhante à doença de Bowen (18. 10) ao exame clínico, mas 18.9 Ceratose arsenical
sem atipia celular em todas as camadas. (ver Fig. 18.10A-C)
7. CA folicular: mais extensão dos ceratinócitos atípicos ao Raras hoje, essas pápulas hiperceratósicas aparecem princi-
longo dos folícu los, sem caracterizar a invasão verdadeira palmente nas palmas e plantas (1.99) depois de exposição a
do ca rcinoma espinocelular, mas tornando a lesão mais fármacos com arsênico ou à água de poços (algumas vezes,
refratária às terapias superficiais como a crioterapia. Alguns em virtude da contaminação decorrente da pulverização das
livros afirmam erroneamente que a doença de Bowen (18.10) plantações com pesticidas arsenicais). Associada aos carcinomas
geralmente tem células atípicas descendo pelos folícu los,
basocelulares, à doença de Bowen, aos carcinomas espinocelu-
enquanto isso não ocorre na CA.
lares e às neoplasias malignas internas (1.104), principalmente
8. Q!leilite actínica: CA difusa do lábio (1.74, em geral no
adenocarcinoma do trato gastrintestinal (1.49).
lábio inferior), comumente com erosão.
9. Leucoplasia pré-maligna: placa esbranquiçada (1.71) dentro
da boca (1.82), sem relação com a exposição solar, algumas • Hiperceratose, acantose
vezes relacionada com o tabagismo ou, se ocorrer no lábio, • Atipia citológica dos ceratinócitos em muitos casos; pode
é sinônimo de queilite actínica. representar um carcinoma espinocelular in situ, semelhante
à doença de Bowen (18.10)
Diagnóstico diferencial • Linfócitos perivasculares variáveis na derme
Disceratose
Paraceratose confluente
Mitoses atípicas
Pseudoglândula
Pérolas de ceratina
Acantólise
Acantólise
Pseudoglândula
Linfócitos
Fibrose
Ceratinócitos atípicos
Ceratinócitos atípicos
Acantólise
2. CEC pouco diferenciado: mais agressivo e infiltrante, menos boca, o condiloma gigante de Buschke-Lowenstein dos
pálido e vítreo, menos pérolas de ceratina, atipia mais grave. órgãos genitais, o epitelioma cuniculado das plantas e o
3. CEC adenóide (pseudoglandular): alterações semelhantes ceratoacantoma subungueal. A histologia é de um CEC
a glândulas, geralmente devidas à acantólise (1.2); pode ser bem diferenciado verrucoso; borda invasiva arredondada,
semelhante a um adenocarcinoma ou a um carcinoma de mas muito pouca atipia.
glândulas sudoríparas. 6. Carcinoma cutâneo semelhante ao linfoepitelioma: muito
4. CEC de células fusiformes: células fusiformes proeminentes, raro, semelhante ao carcinoma nasofaríngeo; ilhas de células
menos ceratinização; pode ser confundido com outros escamosas obscurecidas pelos nódulos inflamatórios linfocí-
tumores de células fusiformes (1.130). ticos densos, algumas vezes com formação de centros germi-
5. Carcinoma verrucoso: proliferações verrucosas bem-diferen- nativos. Em alguns casos, a imunomarcação para ceratinas
ciadas maciças, geralmente associadas aos papilomavírus é necessária para identificar as áreas escamosas. Não deve
humanos (14.1); incluem a papilomatose florida oral da ser confundido com linfadenoma (18.14).
Neoplasias Epiteliais 247
Diagnóstico diferencial
1. H iperplasia pseudo-epiteliomatosa (1.115): menos atipia;
verificar se há outra razão para sua presença (área de ferida,
infecção por fungos ou AFB, etc.).
2. Tumor pilar (22.4): nódulo subcutâneo cístico localizado no
couro cabeludo; na verdade, alguns desses tumores podem
ser CEC.
3. Ceratose seborréica irritada (18.2): padrão de crescimento
mais horizontal com lesão aderida à superficie, menos
ati pia.
4. Ceratoacantoma (18.12): muito provavelmente é, na verdade,
uma variante do CEC. Cratera preenchida por
5. Ceratose actínica hiperceratósica (18.8): não há invasão da ceratina
derme (os critérios para invasão verdadeira variam entre os
diversos autores).
6. Outras neoplasias escamosas benignas irritadas incluídas
neste capítulo, neoplasias anexiais irritadas (Caps. 21 e 23)
e outras neoplasias epitelióides (1.38).
Proliferação escamosa
v ítrea
18.12 Ceratoacantoma (CAC)
(ver Fig. 18.12A,B)
Nódulo ou placa com aspecto em vulcão comum, que entra
em erupção rapidamente durante várias semanas, geralmente na
pele lesada pelo sol, com uma cratera preenchida por ceratina
no centro; pode regredir espon tan eam en te, razão pela qual é
considerada tradicionalmente uma lesão pseudomaligna (1.117).
Na verdade, a maioria dos CAC é um subtipo de CEC com Fig. 18.12 B, Ceratoacantoma (grande
relatos raros de metástases provavelmente associadas a esse tipo aumento).
248 Neoplasias Epiteliais
de CAC. Para a maioria das lesões solitárias, o autor prefere a dos CAC é de variantes do último tumor e o único aspecto
denominação de "CEC" (tipo CAC}. Os CAC podem ter alguma diferenciador confiável entre o tipo benigno de CAC e o
relação com os papilomavírus humanos. CEC é a possibilidade de o 1'1 regredir espontaneamente.
Quando há dúvida, o CAC deve ser considerado um CEC,
Cl. Cratera preenchida por ceratina em vez de aguardar pela regressão espont~nea, que pode
• Proliferação epitelial bem diferenciada, pálida, eosinofilica jamais ocorrer! Crescimento rápido e cratera preenchida por
e vítrea, geralmente com lábios estendendo-se sobre ambos ceratina também podem ocorrer no CEC! O diagnóstico
os lados da cratera; em geral, com redemoinhos escamosos do CAC é mais certo nos casos das variantes sindrômicas
ou pérolas de ceratina (1.133) com lesões múltiplas. Se houver atipia moderada ou grave,
• Microabscessos de neutrófilos dentro do epitélio em alguns não é provável que a lesão seja um CAC.
casos (1.116) 2. Outras doenças com hiperplasia pseudo-epiteliomatosa
• Atipia citológica dos ceratinócitos, no máximo branda (1.115).
• Infiltrado perivascular ou liquenóide de linfócitos, algumas
vezes com eosinófilos ou plasmócitos 18.13 Doença de Paget
(ver Fig. 18.13 A-D)
Variações Lesão incomum caracterizada por placa descamativa averme-
lhada no mamilo (1.89), na mama ou na axila (1.10). Ao exame
1. CAC múltiplos de Ferguson Smith: início na infância ou na
clínico, é semelhante ao eczema, à dermatite de contato ou à
adolescência, não mais que uma dúzia de lesões, que podem
doença de Bowen. A doença de Paget mamária está associada
se transformar em lesões semelhantes aos CAC solitários.
em quase 100% dos casos ao carcinoma intraductal da mama.
2. CAC eruptivos múltiplos de Grzybowski: início na idade
A doença de Paget extramamária ocorre na virilha (1.55), na
adulta, centenas de CAC com 2-3 mm, algumas vezes com
região perianal (1.107), no escroto (1.125) ou na vulva (1.148) e
faces de máscara.
a chance de haver um carcinoma subjacente é de apenas 50%, ao
3. CAC subungueal: pode invadir o osso subungueal. Muito
contrário do que ocorre com a doença de Paget mamária.
provalvelmente é um carcinoma verrucoso (18.11).
4. Síndrome de Mui r-Torre (21.3): neoplasias sebáceas mais CAC. • Células de Paget com coloração pálida (em geral com lil
núcleos atípicos) dispersas por toda a epiderme. Grupos
Diagnóstico diferencial dessas células podem comprimir e achatar as células basais
1. Carcinoma espinocelular bem diferenciado (18.11). Embora Podem ter distribuição multifocal com áreas preservadas
tradicionalmente alguns textos descrevam critérios deta- • Geralmente não há disceratose (1.27), ao contrário da
lhados para a diferenciação entre CAC e CEC, a maioria doença de Bowen
Ceratina marrom
Cordão de células
basalóides
Retração do estroma
Ceratina
Tumor basalóide
Melanina marrom
Tumor basalóide
Cisto córneo
3. CBC cístico: espaço cístico dentro dos nódulos tumorais, 5. CBC esclerosante (tipo morféia): clinicamente, pode ser
geralmente devido à necrose ou à produção de mucina. semelh ante a uma cicatriz; mais tendência a ser infiltrativo
4. CBC adenóide: padrão reticulado ou pseudoglandular, geral- ou agressivo; faixas fi nas de células basalóides invasivas em
mente com muita mucina dentro dos agregados basalóides. um estroma fibrótico.
Esse termo n ão deve ser confu ndido com carcinoma adeno- 6. CBC metatípico (carcinoma basoescamoso): aspectos mistos
cístico (23.13) ou carcinoma adenóide cístico (23.13). dos carcinomas espinocelular e basocelular.
252 Neoplasias Epiteliais
7. CBC pigmentado: mais comum nas raças intensamente 20. CBC adamantinóide: raro, semelhante ao adamantinoma
pigmentadas; melanina e melanócitos dentro do tumor. dos ossos longos ou ao ameloblastoma (ver adiante); cordões
8. CBC com diferenciação de glândulas sudoríparas (epitelioma finos e conectados de células basalóides estreladas com
écrino): áreas de diferenciação de glândulas sudoríparas. material intercelular anfofilico e estroma fibromixóide.
9. CBC com diferenciação sebácea (epitelioma sebáceo): áreas 21. Linfadenoma: lóbulos basalóides na derme (marcação posi-
de diferenciação de glândulas sebáceas (21.4). tiva para pan-ceratinas) com linfócitos B e T dentro dos
10. CBC com diferenciação folicular (CBC infundibulocístico, lóbulos (marcados com CD45). Poderia ser considerado um
CBC ceratósico): cistos córneos (1.59) ou outros aspectos calzone, com recheio de linfócitos e um envoltório de células
foliculares presentes, sugerindo diferenciação folicular; basalóides. Não deve ser confundido com carcinoma cutâneo
pode ser semelhante a um tricoepitelioma, CEC ou carci- semelhante ao linfoepitelioma (18.11), uma variante do CEC
noma basoescamoso. em que os agregados linfocíticos estão praticamente limitados
11. Fibroepitelioma de Pinkus: placa vermelha no tronco, ao redor das ilhas escamosas pequenas.
padrão reticulado de células basalóides anastomosadas finas 22. Síndrome de Bazex: d istúrbio autossômico dominante raro
em um estroma frouxo; várias conexões com a epiderme. com atrofodermia folicular (10.5), hipotricose, hipoidrose
12. Síndrome do carcinoma basocelular nevóide (síndrome do e CBC faciais. Não deve ser confundido com a síndrome
nevo basocelular, síndrome de Gorlin): doença autoss6mica paraneoplásica de Bazex, que é totalmente d iferente (acro-
dominante relacionada com o gene remendado (PTC) no ceratose paraneoplásica, 2.15).
cromossomo 9; vários CBC podem aparecer na infância; os 23. Síndrome de Rombo: distúrbio raro com atrofodermia
CBC podem ser semelhantes a pólipos cutâneos ou nevas vermiculata (10.5), hipotricose, blefarite, lesões acneiformes,
marrons; depressões palmoplantares (1.99), calcificações da tricoepitelioma, CBC e vasodilatação periférica.
foice cerebral, costelas bífidas {1.16), bossa frontal, hiperte-
lorismo, retardamento mental em alguns casos, ceratocistos
Diagnóstico diferencial
odontogênicos da mandíbula; neoplasia maligna sistêmica.
13. Hiperplasia basalóide associada aos dermatofibromas {27.1) 1. Carcinoma espinocelular: células epitelióides com citoplasma
ou ao nevo sebáceo (21.2): ainda não está claro se essas ceratinizado mais eosinofilico (1.38), pérolas de ceratina,
lesões são CBC verdadeiros. ocasionalmente com mais células fusiformes (1.130).
14. Nevo basocelular linear: variante do nevo epidérmico (18.1) que 2. Ameloblastoma: lesão benigna semelhante ao CBC, porém
é congênito e linear, mas tem aspecto idêntico ao do CBC. invasiva, do epitélio odontogênico na boca (1.82).
15. CBC linear: lesão linear ao exame clínico (1.73), sem dife- 3. Carcinoma cloacogênico: neoplasia maligna do ânus seme-
renças histológicas. lhante ao CBC, que pode produzir metástases.
16. CBC pleomórfico 123 (CBC de células gigantes, CBC com 4. Tricoepitelioma e tricoblastoma (22.2).
células monstruosas): células atípicas enormes e impressio- 5. Outras neoplasias anexiais (Caps. 21 e 23).
nantes, algumas vezes multinucleadas, sem qualquer dife- 6. Proliferação basalóide foliculocêntrica85 (PBF, folículos
rença de comportamento clínico. com aspecto engraçado): geralmente com orientação mais
17. CBC de células granulosasY4 citoplasma granuloso, sem vertical, extensões semelhantes a um cata-vento, não é muito
qualquer significado clínico diferente. InVaSIVO.
18. CBC de células claras (CBC em anel de sinete): células 7. Áreas semelhantes a CBC podem ocorrer no nevo sebáceo
claras (1.22) devidas ao glicogênio, sem significado clínico (21.2) e no dermatofibroma (27.1). Algumas dessas lesões
diferente. podem ser CBC verdadeiros, enquanto outras não.
19. CBC folicular: CBC originado de um folículo, pode ser 8. O utros tumores com células basalóides (1.11) ou tumores
clinicamente semelhante a um comedão inofensivo. de células pequenas (1.129).
Cistos Capítulo 19
19.1 Cisto epidermóide
19.2 Cisto pilar Epiderme
19.3 Cisto dermóide
19.4 Cisto de pêlos velos
19.5 Esteatocistoma
1Y.6 Cisto tímico cervical
19.7 Cisto ciliado cutâneo
19.8 Cisto do dueto tireoglosso Revestimento do -+'f--;-~rE-~4o:.:::JI!~
19.9 Cisto da fenda branquial cisto com camada
granulosa
19.10 Cisto broncogênico
19.11 Hidrocistoma
19.12 Cisto da rafe mediana do pênis
19.13 Pseudocisto auricular
Ceratinócitos pálidos
Revestimento do cisto
Ceratina lamelar
(il. O cisto contém ceratina lamelar e geralmente hastes de tamponado abrindo-se na superfície com numerosos pêlos
pêlos veios, em vez de um cisto.
• O cisto é revestido por epitélio escamoso com camada 3. Esteatocistoma (19.5): em alguns casos, pequeno cisto seme-
granulosa lhante ao cisto de pêlos veios, tem glândulas sebáceas na
• Vários folículos pilosos abrem-se dentro do cisto, algumas parede e cutícula eosinofílica.
vezes com glândulas sebáceas ou sudoríparas 4. Milium: pequeno cisto semelhante ao cisto de pêlos veios,
mas geralmente não há pêlos deste tipo.
19.4 Cisto de pêlos veios
19.5 Esteatocistoma
(ver Fig. 19.4)
Cisto solitário pequeno e incomum, ou múltiplos cistos no (ver Fig. 19.5A,B)
tórax de crianças (cistos de pêlos veios eruptivos); podem Incomum, geralmente no tronco (1.140), na cabeça, no pescoço
regredir espontaneamente. (1.86) ou nos lobos da orelha (1.28), contém material oleoso
amarelado; é o único cisto sebáceo "verdadeiro'~
(il. O cisto é pequeno e contém ceratina lamelar e hastes de
pêlos veios • O cisto pode conter ceratina esparsa ou hastes foliculares, (il
• O cisto é revestido por epitélio escamoso com camada mas freqüentemente parece vazio porque o líquido sebáceo
granulosa oleoso dissolve-se durante o processamento
• Os folículos pilosos estão apensos ao cisto em alguns casos • A parede do cisto consiste em epitélio escamoso enrugado
com cutícu/.1 refrátil eosinofilica enrugada de cera tina, em
Diagnóstico diferencial vez de uma camada granulosa
• Glândulas sebáceas localizadas dentro ou perto da parede
1. Tricofoliculoma (22.1): geralmente solitário, vários folículos
do cisto com abertura para seu interior
de pêlos veios abrem-se dentro do folículo-mãe maior.
2. Tricoestase espinulosa: não é detectada ao exame clínico e
Variações
aparece como achado incidental (p. ex., dentro de nevos),
ou evidenciada sob a forma de comedões abertos (pontos 1. Esteatocistoma simples: lesão solitária.
pretos). Histologicamente se assemelha a um folículo 2. Esteatocistoma múltiplo: várias lesões.
Cisto vazio
Parede cistica
Derme
Centro germinativo
Foliculo tireóideo
Revestimento do cisto
Folículo tireóideo
[il. O cisto contém ceratina ou mucina Cistos incomuns da região pré-auricular, da mandíbula ou da
• O revestimento do cisto varia de epitélio colunar pseudo- face lateral do pescoço (1.86).
estratificado (com ou sem células caliciformes ou cílios)
a escamoso. Não há músculo liso, glândulas mucosas ou • O cisto contém ceratina lamelar lil
cartilagem perto do revestimento • Trajeto fistuloso ou cisto revestido por epitélio escamoso
• Folículos tireóideos ou linfóides podem ser encontrados com camada granulosa, ou por epitélio colunar com ou
em alguns casos sem cílios ou células caliciformes (secretoras de muco)
O cisto geralmente está circundado por folículos
linfóides
19.9 Cisto da fenda branquial
(ver Fig. 19.9A,B)
Linfócitos
Epitélio colunar
Epitélio escamoso
Células caliciformes
Linfócitos
Epiderme
Cisto vazio
Secreção apócrina
Cartilagem degenerada
19.12 Cisto da rafe mediana do pênis • Espaço cístico intracartilaginoso com cartilagem degene- liJ
Pequeno cisto raro na linha média da superfície ventral do rada e material eosinofllico amorfo
• Pode haver fibrose, tecido de granulação ou inflamação
corpo do pênis (1.106).
granulomatosa
liJ •O cisto parece vazio porque o líquido vazou depois da
biopsia
• O cisto é revestido por epitélio colunar pseudo-estratifi- Diagnóstico diferencial
cado L Condrodermatite nodular da hélice (17.9).
2. Policondrite recidivante (17.8).
19.13 Pseudocisto auricular
(ver Fig. 19.13)
Tumoração cística dolorosa na parte cartilaginosa da orelha,
geralmente em homens jovens com história de traumatismo.
Neoplasias Melanocíticas Capítulo 20
20.2 Mancha café-au-/ait (mácula café-au-lait,
20. 1 Sarda
20.2 Man cha café-au-lait
MCAL)
20.3 Lentigo simples (ver Fig. 20.2)
20.4 Lentigo solar Comum em indivíduos normais (10% da população), mácula
20.5 Nevo melanocítico marrom-clara (1.18), maior que o lent igo ou a sarda comum;
20.6 Nevo de Spitz expressão francesa para "café-<:om-leite"; algumas vezes associada
20.7 Nevo displásico à neurofibromatose (26.1).
20.8 Nevo azul
20.9 Nevo de Ota, nevo de Ito • Aumento da melan ina na camada basal CJ
20.10 Mancha mongólica • Q!lantidade normal de melanócitos mais ativos
20.11 Melanoma • Nenhum alongamento dos cones interpapilares ou ninhos
de melanócitos
• Os macromelanossomos detectados à microscopia eletrô-
nica geralmente são enfatizados, mas também podem ser
20.1 Sarda (efélide) encontrados no lentigo benigno, nos nevos melanocíticos
e em outras proliferações melanocíticas
Máculas marrom-avermelhadas múltiplas (1.18), muito comuns
na face (1.44) e nos ombros, em geral transmit idas genetica- Variações
mente em pacientes de pele clara, especialmente os que têm
cabelos vermelhos. As lesões escurecem facilmente com a expo- 1. Síndrome de McCune-Albright (síndrome de Albright, não
sição ao sol. confundir com osteodistrofia hereditária de Albright, 29.8):
Mácula marrom unilateral com borda entrecortada irregular
CJ. Aumento da melanina na camada basal semelhante ao mapa da costa do Maine, em vez da costa
Q!!antidade normal ou reduzida de melanócitos mais da Califórnia observada na MCAL geralmente mais clara;
ativos displasia fibrosa poliostótica (1.16), em geral n o mesmo
• Nenhum alongamento dos cones interpapilares ou ninhos lado do corpo; puberdade precoce em mulheres; máculas
de melanócitos marrons idênticas à mancha café-au-lait ao exame histoló-
gtco.
Diagnóstico diferencial
Diagnóstico diferencial
1. Mancha café-au-lait (20.2), lentigo simples (20.3) e lentigo 1. As sardas (20.1) geralmente são menores, diferentes ao exame
solar (20.4). clínico, mas são semelhantes ao exame h istológico.
2. O lentigo simples (20.3) e o lentigo solar (20.4) são clinica- (1.74), ou no dorso dos dedos, associadas à polipose do
mente diferentes e, em geral, têm quantidades aumentadas intestino delgado (1.49) que, em alguns casos, é uma
de melanócitos nos cones interpapilares alongados. condição pré-maligna (1.104).
3. O melasma e outros distúrbios da pigmentação podem ser 3. Nevo de Becker: mancha ou placa peluda pigmentada,
praticamente idênticos e impossíveis de diferenciar sem grande e umlateral, mais comum em homens, geralmente
dados clínicos (17.10). no ombro (1.140); aparece na adolescência, pode ter papi-
lomatose epidérmica semelhante ao nevo epidérmico (18.1);
20.3 Lentigo simples pode haver aumento dos folículos pilosos ou do músculo
liso (29.6).
(ver Fig. 20.3A,B) 4. Lentigo labial: mácula marrom no lábio (1.74); cones inter-
Mácula marrom comum (1.18), especialmente no dorso dos papilares mais largos; a melanina geralmente fica confinada
antebraços, geralmente com menos de 5 mm e início em crianças à camada basal.
ou adultos jovens, sem relação com a exposição solar. S. Síndromes NAME e LAMB, complexo de Carney (27.17).
6. Melanoníquia estriada: lentigo longitudinal marrom sob a
liJ •Cones interpapilares hiperpigmentados e geralmente alon- unha (1.85).
gados com quantidades aumentadas de melanócitos 7. Síndrome de Laugier-Hunziker: melanoníquia estriada
• Não há ninhos de melanócitos (1.85), lentigos nos lábios (1.74) ou na mucosa bucal.
• Não há elastose solar 8. Lentiginose: muitas lesões agrupadas de lentigo simples,
especialmente comuns nas regiões genitais (1.106) ou em
Variações outras áreas.
9. Lentigo em pingo de tinta: mácula preta com menos de
1. Lentigos múltiplos (síndrome LEOPARD): síndrome autos-
5 mm de diâmetro e bordas irregulares; gera preocupação
sômica dominante com Lentigos que começam na infância,
clínica quanto à possibilidade de ser melanoma.
distúrbios Eletrocardiográficos da Condução Cardíaca
(15.7), Hipertelorismo Ocular, Estenose Pulmonar, Geni-
Diagnóstico diferencial
tália Anormal, Retardo do Crescimento e Surdez Neural
(do inglês, Deafness). Nem todas essas manifestações estão 1. O nevo juncional (20.5) pode apresentar alguns aspectos
presentes simultaneamente no mesmo paciente. semelhantes aos do lentigo simples, mas há ninhos de mela-
2. Síndrome de Peutz-Jeghers: distúrbio autossômico domi- nócitos. Existem lesões de transição entre esses 2 distúrbios,
nante com máculas marrons na mucosa oral dos lábios que são conhecidas como nevo incipiente ou jentigo.
-® -
Fig. 20.3 A, Lentigo simples.
Hiperpigmentação _.a;--':'1-'~~..::.:\-.ta~~,.,.,.~~'-il~
da camada basal
Ninho juncional
Pseudo-inclusões
Ninhos estendendo-se ao
longo do folículo
Fila indiana
...
·-
"" Fig. 20.5 D, Nevo congênito (grande
aumento).
Neoplasias Melanocíticas 265
Ninho melanocítico
Melanócitos pagetóides
Ninho juncional
[il. Ninhos de melanócitos (juncionais, dérmicos ou compostos) • "Maturação" dos melanócitos na parte mais profunda da lil
fusiformes ou epitelióides, ou ambos lesão (as células tornam-se menores com menos atipia).
• Fendas (1.23) comumente ao redor dos ninhos de melanó- As marcações com HMB-45 e Ki-67 (MIB-1) geralmente
citos, algumas vezes pagetóides (1.37) mostram reatividade zona! (estratificação); maior tendência
• Melanócitos multinucleados bizarros ou atípicos, geral- a serem positivas na parte superficial, ao contrário da reati-
mente na parte superficial da lesão, algumas vezes com vidade mais prevalente observada nas porções superficiais
mitoses limitadas à região superficial, comumente com e profundas dos melanomas que são positivos143
formato angulado ou orientado verticalmente • Melanina ausente, esparsa ou abundante
~=======:::=:::===::::::=~=:::======: aumento).
Demarcação nítida
Fenda
Ninho pagetóide ---*..._.;..:;;;~.-.::
Linfócitos
Corpúsculo de
Paraceratose pigmentada
Melanócitos pagetóides
Ninhos de células
fusiformes
Melanócitos pagetóides
Melanócitos fusiformes
Melanócitos interconectados
são assimetria, cor vermelha-marrom-preta, bordas chanúadas Pápula ou nódulo azul-preto (1.14) comum, que geralmente
ou imprecisas e desvanecidas, aspecto de ovo frito com pápula aparece nos primeiros anos da infância. O protótipo da forma
dentro de uma mácula; círculos concêntricos semelhantes a um fusiforme intensamente pigmentada do nevo azul comum é
alvo (nevo de roseta); diâmetro> 6 mm. Na síndrome do nevo conhecido como nevo de Tieche. 52
displásico familiar (síndrome do sinal B-K, síndrome do sinal
atípico múltiplo-melanoma familiar, síndrome FAMMM), essas • Epiderme normal
lesões têm importância significativa porque são precursoras ou • Melanócitos dendríticos fusiformes na derme, associados
marcadores dos pacientes sujeitos aos melanomas malignos. a abuntantes grânulos finos de melanina
O significado e os critérios histológicos dos nevas displásicos • Melanófa.gos (1.79, macrófagos que fagocitaram grumos de
esporádicos (não-familiares) hoje são controvertidos e estão em melanina) comumente presen tes
fase de definição. • Comumente há esclerose do colágeno (1.124)
Melanófagos
Melanófagos
Prolongamento de
melanócitos para a
hipoderme
Fig. 20.8 D, Nevo penetrante profundo Fig. 20.8 E, Nevo penetrante profundo (grande
(pequeno aumento). aumento).
Ninho juncional
Ninho dérmico
Componente do nevo
azul
.,4.;._..
.
Diagnóstico diferencial
• Maturação reduzida dos melanócitos (as células mais liJ
L Nevo de Ota (20.9), nevo de Ito (20.9), hamartoma mela- profundas são tão grandes e atípicas quanto as superfi-
nocítico dérmico (20.9), nevo azul (20.8). ciais)
• Melanócitos pagetóides em muitos casos
20.11 Melanoma • Invasão linfática ou vascular em alguns casos (geralmente
nos tumores profundamente invasivos)
(ver Fig. 20.11A-P) • Em geral, linfócitos liquenóides (1.72) na derme, menos
Terceiro tipo mais comum de câncer da pele, algumas vezes comumente ao redor dos vasos sanguíneos (1.108) ou
descrito como melanoma maligno (designação redundante que esparsos
enfatiza seu perigo, mas todos os melanomas são malignos por • O nevo melanocítico benigno ou o nevo displásico precursor
definição). Na maioria dos casos, evidencia-se com os chamados está presente em apenas 1/3 dos melanomas exami nados
critérios ABCD: mácula, pápula, nódulo ou placa Assimétrica histologicamente (no mínimo 2/3 originam-se sem lesões
com Bordas irregulares ou chanfradas, Cores variegadas como preexistentes)
vermelho (inflamação), marrom-preto (1.13, melanina), azul (1.14, • Regressão evidente em alguns casos (tecido fibroso vasculari-
melanina profunda) e branco (retração fibrótica) e Diâmetro> 6 zado na derme papilar, algumas vezes com melanófagos)
mm em 95% dos casos. O melanoma ocorre em qualquer local, • Métodos especiais: para os casos dificeis, a ímunomarcação
mas é mais comum nas áreas protegidas do sol (especialmente para melanócitos pode ser útil. O marcador mais sensível é a
ombros e coxas), apesar de toda a publicidade espalhafatosa em proteína S-100, que quase sempre é positiva. O HMB-45 e o
torno do fato de que os outros cânceres de pele mais comuns Mart-1 são mais específicos, mas menos sensíveis, e tendem
(carcinomas basocelular e espinocelular) são mais freqüentes nas a ser negativos no melanoma com células fusiformes
áreas expostas ao sol. O CBC e o CEC geralmente estão asso- • A profundidade da invasão da derme é o indicador p rognós-
ciados à exposição solar crônica prolongada em indivíduos que tico mais importante. Em geral, a profundidade da invasão
trabalham ao ar livre, enquanto o melanoma comumente ocorre é avaliada pelos antiquados níveis de Clark
nas pessoas de pele clara que trabalham em ambientes fechados e • Nível I: in situ na epiderme
esporadicamente se queimam ao sol durante a infância, nos finais • Nível II: invade a derme papilar
de semana ou nas férias. Apenas 1/3 dos melanomas origina-se • Nível III: preenche a derme papilar e chega à derme reti-
de nevas melanocíticos preexistentes (20.5, 20.7), enquanto os cular
demais casos desenvolvem-se sem lesões prévias. A incidência do • Nível N: invade a derme reticular
melanoma em alguma época da vida está aumentando rapida- • Nível V: invade a gordura subcutânea
mente e hoje é de 1 em 90 norte-americanos. A sobrevivência em
5 anos é de 80% e isto apenas porque o diagnóstico é firmado
mais precocemente hoje que no passado. Os níveis de Clark são problemáticos porque os limites
entre as dermes papilar e reticular são imprecisos e os níveis
liJ. Epiderme normal, atrófica ou hiperplásica (ulceração, 1.141, modificam-se progressiva e abruptamente. Um método mais
indica prognóstico pior) preciso para aferir a profundidade da invasão é a espessura
• Proliferação assimétrica dos melanócitos, geralmente com de Breslow. Esse método mede a espessura da invasão em
borda pouco demarcada (exceto no melanoma nodular) milímetros com um micrômetro desde o topo da camada
• Melanócitos atípicos, pequenos, fusiformes ou epitelióides, granulosa até o ponto mais profundo de invasão. O índice
geralmente finamente pontilhados com melanina, proli- de cura é de 99% se a espessura de Breslow for < 0,76 mm.
feram na junção dermoepidérmica e invadem a derme. O A extensão do melanoma aos planos mais profundos pelas
melanoma quase nunca começa na derme (exceto no nevo estruturas anexiais não conta n essa medição. Alguns autores
azul maligno, no nevo congênilo e em outros casos raros). preferem definir os melanomas finos como as lesões com
Em alguns casos, a atipia citológica é discreta. Pleomor- menos de 0,85 mm ou 1 mm. Em geral, as lesões com mais
fismo, hipercromasia, aumento das mitoses e nucléolos de 4 mm são consideradas profundas e têm grandes chances
proeminentes nem sempre ocorrem de causar metástases.
274 Neoplasias Melanocíticas
[il. Estadiamento: não confundir os níveis de Clark com os • Estágio I: localizado. Breslow ~ 1 mm se houver ulceração lil
estágios. O American Joint Committee on Câncer (AJCC) ou < 2 mm se não for ulcerado, sem linfonodos afetados
propôs um novo sistema de estadiamento para o melanoma ou metástases
cutâneo (Câncer 88:1484.1491, 2000), mais detalhado que • Estágio li: localizado. Breslow > 1 mm se for ulcerado ou
o resumo apresentado a seguir: > 2 mm se não houver ulceração; sem linfonodos afetados
ou metástases
Melanócitos
pagetóides
Melanócitos -t-.,....;~t»r~~~---',1,;--~~~tr;,:~~~~·,.
atípicos na derme
Mitose
Melanócitos
atfpicos
fusiformes
Linfócitos
Melanócitos pagetóides
Demarcação nítida
Artefatos da navalha do
micrótomo
Fig. 20.11 H, Melanoma nodular (peq ueno
aumento).
Paraceratose pigmentada
Melanócitos pagetóides
Ninhos de melanoma
Paraceratose pigmentada
Melanócitos pagetóides
Ninhos de melanoma
liJ •Estágio III: metástases regionais. Metástases satélites para a • Tl equivale a Breslow de 1 mm ou menos. T1a é a lesão sem liJ
pele ou linfonodos regionais ulceração, T2b é a lesão com ulceração ou nível N ou V
• Estágio N: metástases a distância. Qyaisquer metástases cutâ- • T2 corresponde a Breslow de 1,01-2 mm. T2a é a lesão sem
neas, subcutâneas, linfonodais ou viscerais a distância ulceração, T2b tem ulceração
• O estadiamento utiliza uma subclassificação TNM (tumor, • T3 equivale a Breslow de 2,01-4 mm. T3a não tem ulceração,
linfonodos, metástases) detalhada T2b tem ulceração
Neoplasias Melanocíticas 277
Melanócitos
pagetóides
Fibroblastos e -1'4~'-'""
melanócitos fusiformes
atípicos misturados Fig. 20.11 K, Melanoma desmoplásico.
''
Células neurais e
melanócitos atipicos -h~"'-;,~~
neurotrópicos
misturados
Cl• T4 tem Breslow > 4,0 mm. T4a não tem ulceração, T4b tem tumor pela epiderme) ou crescimento vertical (invasão da CJ
ulceração derme); figuras de mitose por milímetro quadrado; ulce-
As caractcrísticM que vale a pena identificar no laudo histo- ração, regressão, invasão vascular ou perineural; satelitose
patólogico são: subtipo (MDS, MLM, MN, MLA ou outros microscópica; atividade dos linfócitos que infiltram o
descritos adiante), nível de Clark e espessura de Breslow, tumor; nevo associado, tipo citológico (epitelió ide, fusi-
presença de fase de crescimento radial (disseminação do forme ou célula pequena) e margens cirúrgicas
278 Neoplasias Melanocfticas
Melanócito atipico
Cone interpapilar
Melanócitos atipicos
Pseudo-inclusão
Melanócitos
epitelióides
Mitose
9. Melanoma de células balonizadas: melanócitos balonizados ciclos por quantidades impressionantes de melanina; histo-
com outros melanócitos malignos; semelhante ao nevo de logicamente semelhante ao melanoma dos animais. Em
células balonizadas (20.5), mas apresenta outras alterações animais, principalmente cavalos, o melanoma pode ter cres-
típicas do melanoma (considerar outros tumores de célu las cimento lento e evolução benigna, mas nos seres humanos
claras, 1.22). esse tipo de melanoma pode produzir metástases ou ter
10. Melanoma pedunculado: tumor polipóide {1.105) com um evolução indolente e longa.
pedículo; a medição da profundidade da invasão não é 18. Melanoma de células pequenas: células pequenas e uniformes
precisa p ara prever o prognóstico. com aspecto aparentemente benigno; pode ser semelhante
11. Melanoma n evóide (melanoma de desvio mínimo): desig- a outras neoplasias de células pequenas (1.129).
nação controvertida utilizada para descrever um nódu lo
com melanócitos proliferados na derme, que pode ser seme- Diagnóstico diferencial
lhante a um n evo na microscopia de pequeno aumento. 1. Outras neoplasias melanocíticas (deste capítulo).
12. Melanoma borderline: designação controvertida para o 2. Nevo melanocítico (20.5): menos tendência a apresentar
melanoma que difere apenas ligeiramente de um nevo ao atipia citológica, mitoses, inflamação e células pagetóides.
exame histológico; o patologista pode não estar seguro Mais tendência a mostrar simetria, ninhos bem delimi-
quanto ao diagnóstico. tados de melanócitos na junção dermoepidérmica, tamanho
13. Melanoma metastático: muito raramente há melanócitos uniforme dos ninhos melanocíticos, maturação dos mela-
juncionais proliferados, exceto nos casos muito raros de nócitos na derme profunda e circunscrição lateral bem
melanoma metastático epidermotrópico; não é comum demarcada. Os linfócitos podem ser indícios valiosos de
encontrar inflamação. melanoma, porque podem ser considerados como bombas
14. Sarcoma de células claras (melanoma dos tecidos moles): inteligentes, que conseguem detectar os antígenos do mela-
neoplasia multilobulada volumosa dos tecidos moles noma que não podem ser detectados pelo H&E. Os linfó-
profundos com células claras (1.22) e multinucleadas, citos não são comuns no nevo benigno, com as exceções
algumas vezes com melanina; mais comum no pé (20.11), dignas de n ota sendo o nevo irritado, o nevo halo, o nevo
semelhante aos sarcomas (28.6). displásico e o nevo de Spitz.
15. Melanoma spitzóide: semelhante a um nevo de Spitz 3. Nevo de Spitz (20.6).
(20.6). 4. Nevo displásico (20.7).
16. Melanoma mixóide: estroma mucinoso proeminente (1.83), 5. Outras neoplasias com células pagetóides (1.37) ou mela-
semelhante ao carcinoma mucinoso (23.13) ou a um tumor nócitos pagetóides (1.37).
maligno da bainha do nervo (26.9). 6. Considerar outras neoplasias epitelióides (1.38) ou neopla-
17. Melanoma do tipo animal 120 (melanoma melanofágico8): sias malignas de células fusiformes (1.130), principalmente
melanócitos epitelióides ou fusiformes dérmicos obscure- se não houver melanina.
Neoplasias Sebáceas Capítulo 21
2. Tubérculos de Montgomery: glândulas sebáceas aumentadas
21.1 Hiperplasia sebácea n os mamilos (1.89).
21.2 Nevo sebáceo 3. Hamartoma cístico foliculosebáceo (22.1).
21.3 Adenoma sebáceo 4. Adenoma sebócrino (23.10).
21.4 Carcinoma basocelular com diferenciação sebácea 5. Rinofima: nariz aumentado em virtude da hiperplasia das
21.5 Carcinoma sebáceo glândulas sebáceas ou da acne rosácea (10.1).
Diagnóstico diferencial
21.1 Hiperplasia sebácea 1. Carcinoma basocelular (18.14), mílio (19.1), siringoma
(ver Fig. 21.1) (23.7), nevo intradérmico (20.5) e pápula fibrosa (27.3),
Pápulas esbranquiçadas (1.149) ou amareladas (1.150) comuns, geralmente semelhantes à h iperplasia sebácea ao exame
geralmente com borda enrolada ou umbilicação central, mais clínico.
comum na face (1.1 44). 2. Nevo sebáceo (21.2): início por ocasião do nascimento ou
na infância, crescimento na puberdade; placa linear maior,
CJ •Glândula sebácea aumentada, mas normal sob outros
3.
mais papilomatose e glândulas apócrinas.
Adenoma sebáceo (21.3).
aspectos, geralmente com um orifício central grande
• Elastose solar freqüente
21.2 Nevo sebáceo (nevo organóide)
Variações (ver Fig. 21.2)
1. Manchas de Fordyce: glândulas sebáceas aumentadas nos Placa linear verrucosa, amarelada, congênita relativamente
lábios (1.74) e raramente nas outras su perficies mucosas comum, em geral na cabeça ou no pescoço, especialmente no
como a vulva. couro cabeludo ou nas proximidades (1.123), geralmente com
Papilomatose
Sebócitos
alopecia (1.4) na área. Em geral, é mais maculoso ao nascimento, 2. Nevo epidérmico (18.1): geralmente nos membros ou no
mas a papilornatose aumenta e as glândulas sebáceas crescem na tronco, em vez de nas proximidades do couro cabeludo,
puberdade, levando o paciente a buscar atendimento médico sem proliferação das glândulas sebáceas e apócrinas. O nevo
em virtude da modificação de um sinal de nascença. ~ando sebáceo pode ser considerado urna variante do nevo epidér-
há várias lesões não limitadas ao couro cabeludo, o paciente miCo.
pode ter anomalias associadas no SNC e no sistema esquelético; 3. Outras neoplasias das glândulas sebáceas descritas neste
nesses casos, a condição é conhecida corno síndrorne do nevo capítulo. O nevo sebáceo é o único congênito e linear.
sebáceo, que é análoga à síndrorne do nevo epidérmico. ~ando o nevo sebáceo cresce, o paciente pode enganar-se
dizendo erroneamente que a lesão começou basicamente
fi~. Hiperplasia da epiderme (1.61) e papilomatose na puberdade.
• Muitas glândulas sebáceas normais ou volumosas, geral-
mente não associadas aos folículos pilosos maduros. No 21.3 Adenoma sebáceo
início da infância, toda a unidade pilossebácea não está bem
desenvolvida e evidencia-se por pequenos brotarnentos (ver Fig. 21.3A,B)
• Muitas glândulas apócrinas Pá pula incomum, geralmente solitária na face (1.44). Em geral,
• Hiperplasia basalóide, carcinoma basocelular verdadeiro não é diagnosticado clinicamente. Considerado benigno por
(incidência < 5%; alguns autores o descrevem como trico- quase todos os especialistas, mas recentemente foi classificado
blastorna, 22.7), siringocistoadenorna papilífero (23.3) ou corno lesão maligna por Ackerrnan e colaboradores 107 (alguns
outros tumores anexiais comumente se desenvolvem dentro adenornas sebáceos grandes associados à síndrorne de Muir-Torre
de um nevo sebáceo depois da puberdade certamente podem ser agressivos).
fil. Atipia citológica mínima, embora as mitoses possam ser 21.4 Carcinoma basocelular com
prevalentes em algumas lesões diferenciação sebácea
(ver Fig. 21.4)
Variações Pápula, nódulo ou placa incomum, mais freqüente na pele
1. Síndrome de Muir-Torre: síndrome paraneoplásica (1.104) exposta ao sol.
com neoplasias sebáceas (geralmente múltiplas), especialmente
adenoma sebáceo ou carcinoma sebáceo, ceratoacantomas • Alterações típicas de CBC (18. 14) com menos de 30% de fil
(18.12); associada a neoplasias malignas gastrintestinais (1.49). sebócitos maduros (em geral, apenas em áreas focais)
Brotamentos -+-fl"'~o+fl';·'': . •
epiteliais espessos
@)
Diagnóstico diferencial
1. Cisto dermóide (19.3): cisto congênito maior com pêlos
Glândulas sebáceas maiores e hastes pilosas.
22-2 Tricoepitelioma
(ver Fig. 22.2A- F)
Pápula ou nódulo da cor da pele (1.128), relativamente comum,
Brotamentos -+.:~~~
foliculares imaturos mais freqüente na região central da face (1.44). Na maioria dos
Fibrose -i~~~~ casos, as lesões são solitárias, mas as lesões múltiplas que aparecem
na infância podem ser transmitidas como traço autossômico
dominante; alguns desses pacientes também têm cilindromas
(23.4). O tricoepitelioma é uma neoplasia benigna, mesmo que o
termo epitelioma geralmente signifique carcinoma de baixo grau.
Em alguns casos, pode ser dificil diferen ciar o tricoepitelioma de
um carcinoma basocelular (epitelioma basocelular).
Fig. 22.1 E, Hamartoma cístico
foliculossebáceo.
• Ilhas de tumor basalóide bem demarcado, geralmente com liJ
padrão reticulado ou cribiforme (cordões interconectados),
algumas vezes semelhante aos folículos pilosos pouco desen-
Variações volvidos
• Cistos cómeos são comuns
1. Poro dilatado de Winer: orificio de 1-3 mm, isolado; botões • Distribuição periférica em paliçada dos núcleos, mas sem
epiteliais sem hastes pilosas associadas, que se conectam artefato de retração entre o tumor e o estroma
com comedões abertos (1.24). • Estroma frouxo com muitos fibroblastos circundando as
2. Acantoma da bainha pilar: geralmente no lábio superior, ilhas basalóides
brotamentos epiteliais originados de comedões abertos, • Corpos mesenquimais papilares (agrupamento de fibro-
mais maciços, sem hastes pilosas. blastos adjacentes aos brotamentos epiteliais, à semelhança
3. Tricoestase espinulosa (10.4): achado comum de vários da porção germinativa da papila pilosa normal)
pêlos veios dentro de um tampão comedonial, seja como
condição clínica acneiforme de comedões abertos (1.24),
Variações
ou como achado histológico incidental indetectável clini-
camente em muitas lesões diferentes, principalmente nevos 1. Tricoadenoma de Nikolowski: as células tumorais não são
melanocíticos. basalóides e são mais escamosas, semelhantes ao epitélio
Neoplasias Foliculares 287
Cisto córneo
Fibrosa
Cordões basalóides
Epiderme
Epitélio escamóide
normal com citoplasma mais róseo e núcleos pálidos; váiÍos 4. Carcinoma anexial microcístico (23.13).
cistos córneos. S. Outras neoplasias basalóides (1.11).
2. Tricoepitelioma desmoplásico: fâixas mais finas de células
basalóides, cistos córneos geralmente presentes, semelhantes 22.3 Pilomatricoma (pilomatrixoma,
ao carcinoma basocelular esclerosante. epitelioma calcificante de Malherbe)
3. Hamartoma folicular basalóide: 153 pápulas pequenas, geral-
mente múltiplas, comumente na face; células basalóides (ver Fig. 22.3A-C)
orientadas verticalmente e centradas em tomo de um folí- Nódulo dérmico ou subcutâneo relativamente comum (1.134),
culo semelhante a um comedão. confundido clinicamente com um cisto (1.25, Cap. 19), geral-
mente na cabeça ou no pescoço de crianças (1.92); algumas
Diagnóstico diferencial vezes ocorre em adultos de qualquer idade. Comumente se torna
inflamado e vermelho. Em geral, apresenta o "sinal da tenda"
1. As pápulas faciais múltiplas podem gerar confusão clínica, com elevação da superficie da pele à semelhança de uma tenda.
mas são muito diferentes ao exame histológico: doença de Q!ando a lesão é incisada, contém fragmentos de material cera-
Cowden (22.5), síndrome de Birt-Hogg-Dube (22.6) e escle- tinoso semelhante a um cisto, mas geralmente tem consistência
rose tuberosa (27.3). de giz em virtude da calcificação.
2. O carcinoma basocelular ceratósico (20.14) ou o CBC com
diferenciação folicular tem mais tendência a ter aspecto clínico
translúcido perolado, em vez de uma pápula ou de um nódulo
• Nódulo circunscrito semelhante a um cisto na derme, lil
algumas vezes com revestimento de epitélio escamoso na
carnoso que apresenta história de crescimento mínimo; elas- periferia
tose solar, retração do estroma, ulceração necrose, menos fibro- • Células basalóides nas lesões mais novas, especialmente na
blastos no estroma, menos formação de papilas foliculares periferia do nódulo .
com corpos mesenquimais papilares e mais expressão de bcl-2 • Células sombra (fântasma), que possuem um espaço vaziO,
que apenas na camada basal. Como pode ser dificil ter certeza claro, no qual o núcleo costumava ficar, com citoplasma
ao fazer essa diferenciação, o tricoepitelioma solitário na pele róseo abundante. As células de transição podem estar
lesada pelo sol geralmente é mais bem tratado como se fosse presentes, mas não devem ser confundidas com epitélio
um CBC (quando houver dúvida, remova). de transição, com núcleos picnóticos em processo de trans-
3. Tricoblastoma (22.7): Ackerman considera que o tricoepi- formação em células fantasmas
telioma é uma variante superficial do tricoblastoma com Fragmentos de restos ceratinosos, células fantasmas, calcificação
padrão cribiforme ou germinativo, enquanto Santa Cruz ou ossificação podem predominar nas lesões mais antigas (o
sustenta que os tricoepiteliomas diferem basicamente _por número de células basalóides diminui gradativamente)
estarem mais próximos da epiderme.
Neoplasias Foliculares 289
Inflamação ---41~;.-,;;~li#
granulomatosa
Células fantasmas
dentro do "cisto"
Células basalóides
Células de transição
Células fantasmas
Cl. Células gigantes multinucleadas de corpo estranho (1.84) 4. Outras neoplasias basalóides {1.11) raramente causam difi-
e inflamação granulomatosa (1.5 1) geralmente presentes culdade uma vez identificadas as células fantasmas.
como reação à ceratina abundante
22.4 Cisto triquilemal proliferativo
Diagnóstico diferencial (tumor pilar, neoplasia cística folicular
1. As células fantasmas raramente estão presentes em pequenas proliferativa, tumor gigante da
quantidades nos cistos de inclusão epidérmica (19.1), nos matriz pilosa)
cistos pilares (19.2) ou em outras neoplasias anexiais.
2. As lesões totalmente calcificadas ou ossificadas podem ser (ver Fig. 22.4A,B)
semelhantes às outras doenças com calcificação (1.19) ou Nódulo crescente incomum, em geral no couro cabeludo
ao osteoma cutâneo (29.8). (1.123), aparentemente bem circunscrito c subcutâneo. Tradi-
3. Carcinoma pilomatricial: correspondente maligno raro do cionalmente, em quase todos os casos é considerado benigno,
pilomatrixoma; lesão maior, mais infiltrativa, com mais uma pseudoneoplasia maligna (1.117), mas existem exemplos
atipia; pode ser apenas um CEC com células fantasmas. descritos de cisto triquilemal proliferativo maligno com metás-
290 Neoplasias Foliculares
22.5 Triquilemoma (tricolemoma) 1. Verruga vulgar (14.1): menos células claras, mais hipergra-
nulose, coilocitose; os papilomavírus podem ser demons-
(ver Fig. 22.5A- D) trados.
Pápula lisa ou verrucosa incomum na face (1.44), em geral não 2. Ceratose folicular invertida (18.2}: CS de crescimento endo-
é diagnosticada clinicamente, a menos que h aja várias lesões. fitico; as células não são tão claras; mais redemoinhos esca-
Alguns autores consideram que seja uma verru ga vira!, mas mosos em alguns casos.
os estudos de genética molecular geralmente não demonstram 3. Carcinoma triquilemal (tricolemocarcinoma): correspon-
papilomavírus. dente maligno raro do triquilemoma, provavelmente é
Neoplasias Foliculares 291
Ceratinócitos ligeiramente
pálidos
Conexão horizontal entre os -t~F-.,..
folículos
Ceratinócito atípico
Ceratinização abrupta
292 Neoplasias Foliculares
Extensões foliculares fi
Folículo piloso
®
Fig. 22.6 B, Tricodiscoma.
0/
Fig. 22.7 A, Tricoblastoma (pequeno aumento).
Proliferação basalóide
Estroma fibrótico
Diagnóstico diferencial
23.1 Nevos écrino e apócrino 1. Siringocistoadenoma papiJifero (23.3): tem comunicação
com a epiderme, plasmócitos; cabeça ou pescoço.
Mancha ou placa mu ito rara de hiperidrose, começa depois do 2. Adenoma écrino papilifero (23.8).
nascimento ou nos primeiros anos da infância, algumas vezes 3. Adenoma do mamilo (23.5): localizado no mamilo.
com um ou muitos poros sudoríparos. 4. Adenoma apócrino tubular (23.6).
Glândula abrindo-se na
superfície
Plasmócitos
Projeções papilíferas
Dilatação cística
Plasmócitos
Secreção apócrina
por decapitação
CJ. Projeções papilíferas para dentro do espaço cístico 23.4 Cilindroma cutâneo
• Infiltrado de plasmócitos (1.110) ao redor do tumor
(ver Fig. 23.4A,B)
• Nevo sebáceo (21.2) geralmente presente como lesão precur-
Nódulos vermelhos e lisos incomuns, geralmente no couro
sora
cabeludo (1.123). As lesões múltiplas podem ser autossômicas
dominantes e associadas ao gene CYLD do cromossomo 16q,
daí a denominação "tumor em turbante'. Em alguns casos,
Diagnóstico diferencial
está associado aos tricoepiteliomas múltiplos da síndrome de
1. Igual ao do hidroadenoma papilifero (23.2). Brooke (22.2). Como o cilindroma e o espiroadenoma écrino
Fibrose
Duetos sudoríparos
Quebra-cabeça de
células basalóides
Cilindro hialinizado
Células basalóides
Gotículas hialinizadas
(23.11) podem coexistir dentro da mesma neoplasia, podem 23.5 Adenoma do mamilo (adenomatose
ser 2 expressões da mesma doença, como ocorre com o fibro- erosiva do mamilo, adenoma papilífero
foliculoma e o tricodiscoma. do mamilo)
(ver Fig. 23.5)
Pápula ou placa crostosa incomum no mam1lo (1.89), geral-
CJ •Tumor de células basalóides dispostas em ilhas na derme, mente em mulheres.
que geralmente se encaixam formando figuras semelhantes
a um quebra-cabeça. As células basalóides são de 2 tipos:
um tipo é maior e tem núcleo mais pálido que o outro Tumor circunscrito, muitos espaços glandulares com CJ
• Cilindros hialinizados (devidos parcialmente ao espessa- secreção por decapitação apócrina e projeções papilíferas
para dentro dos lumens, algumas vezes com preenchimento
mento da membrana basal; PAS-positiva e contendo colá-
geno tipo IV) ao redor de cada ilha tumoral dos espaços
• Gotículas hialinizadas geralmente dentro do tumor • Em geral, o tumor comunica-se com a superflcie da
• Os lumens dos duetos sudoríparos geralmente presentes epidenru:
dentro das ilhas tumorais • Infiltrado de linfócitos ou plasmócitos ao redor do tumor
em alguns casos
Diagnóstico diferencial
Diagnóstico diferencial
1. Doença de Paget e carcinoma da mama: atipia citológica.
1. Cilindroma maligno: muito raro. 2. Outras neoplasias papiliferas das glândulas sudoríparas anali-
2. Os cilindromas (adenomas pleomórficos) também podem sadas neste capítulo.
originar-se das glândulas salivares em vez da pele e, em
alguns casos, são confundidos com neoplasias malignas.
23.6 Adenoma apócrino tubular
3. O utras neoplasias basalóides (1.11), especialmente seme-
lhantes ao CBC (18.14) ao exame clínico (e histológico à Nódulo solitário volumoso de crescimento lento; raro, sem
primeira vista). qualquer localização característica.
Projeção papilífera
Secreção apócrina
Células claras
Dueto sudoríparo
Estroma hialinizado
Fibrose
Projeções papilíferas
Diagnóstico diferencial
1. Adenoma apócrino tubular (23.6): diferenciação apócrina;
lesão idêntica nos demais aspectos.
2. Carcinoma da glândula sudorípara: adenocarcinoma papi-
lífero digital particularmente agressivo (23.13): estruturas
ductais maiores, mais atipia citológica e infiltração mais
agresslVa.
3. Adenocarcinoma merastático (28.2): atipia citológica.
1. Acrospiroma écrino maligno: raro, mais atipia, mais inva- (ver Fig. 23.10A-C)
Slvo.
Pápula ou placa friável e erodida, incomum, mais freqüente
2. Poroma écrino (23.10): faz parte da mesma família do hiclroa- na planta do pé (1.99) ou no couro cabeludo (1.123), algumas
vezes com um fosso entalhado ao seu redor. C linicamente, é
denoma nodular; conexão de base larga com a epiderme; seme-
semelhante ao granuloma piogênico (25.3).
Dueto sudoríparo
Dueto sudoríparo
Flg. 23.10 C,
Siringofibroadenomatose.
Neoplasias das Glândulas Sudoríparas 301
Dueto sudoríparo
Rosetas circulares de
células basalóides
3. O cilindroma (23.4) e o espiradenoma écrino podem ceis de caracterizar nas classificações estabelecidas. Os tumores
coexistir. anexiais não se originam necessariamente do tipo de estrutura
4. Outras neoplasias basalóides (1.11). anexial encontrada na neoplasia. Pelo contrário, na verdade eles
mostram diferenciação no sentido do tipo de estruturas que são
23.12 Siringoma condróide (tumor observadas. D esse modo, um tumor da glândula sudoópara não
misto da pele) se origina necessariamente das glândulas sudoríparas.
Ilhas basalóides
Células basalóides
Dueto sudoriparo
Elastose solar
Cistos córneos
Duetos sudoríparos
Zona de Grenz
Linfócitos atípicos
Epiderme
Células B CD20-positivas
Células linfoplasmocitóides
monomórficas
Zona de Grenz
Célula de Reed-Sternberg
Microabscessos de Pautrler
Linfócitos atípicos
liquenóides
Epidermotropismo linfocítico
Estrato córneo
Microabscesso de Pautrier
Derme
Dueto sudoríparo
Fig. 24.3 E, Micose fungóide
(grande aumento).
Colágeno
Célula gigante
---.:'li!
Fig. 24.3 G, Linfoma subcutâneo de
L:TIM~L!i~~~~~~f01E~!IIo;._.j~---......=-...:= células T.
Carcinoma escamoso
Plasmócitos atípicos
24.6 Histiocitose de células de Langerhans • Os grânulos de Birbeck parecem raquetes de tênis à micros-liJ
{histiocitose X) copia eletrônica das células de Langerhans
(ver Fig. 24.6A,B) .
Proliferação rara das células de Langerhans (não propnamente Variações
histiócitos, ver 1.76) encontrada principalmente em crianças.
1. Doença de Letterer-Siwe: lactentes pequenos, mais fulmi-
A apresentação mais comum é de lesões purpúricas vermelho-
nante, mais epidermotropismo e menos células espu-
acastanhadas (1.119) semelhantes à dermatite seborréica (2.1),
mosas.
especialmente no couro cabeludo (1.123), no tronco e nas regiões
2. Doença de Hand-Schüller-Christian: crianças com mais de
intertriginosas (1.10, 1.55). Pápulas ou nódulos solitários ou
1 ano, menos epidermotropismo, mais células espumosas
múltiplos (1.92) podem ulcerar. Acometimento dos órgãos
e células gigantes.
internos como medula óssea, ligado, baço ou pulmões md1ca
3. Granuloma eosinofílico: crianças maiores e adultos jovens;
prognóstico piore a doença pode ser f~tal. Alguns pacient~s têm
evolução mais benigna, principalmente nos ossos com
lesões osteolíticas (1.16) com diabetes msíp1do. Outros pacientes
lesões cutâneas incomuns; menos epidermotropismo;
apresentam exoftalmia. Em outros casos, a doença comporta-se
menos células espumosas, mais infiltrado difuso com mais
de forma benigna e pode regredir espontaneamente.
eosinófilos, histiócitos e células gigantes.
4. Reticuloistiocitose autocicatrizante congênita (doença de
[il. A epiderme pode estar ulcerada (1.141)
H ashimoto-Pritzker): geralmente não há doença sistêmica,
O epidermotropismo das células de Langerhans para dentro
regressão espontânea em vários meses. .
da epiderme é comum 5. Histiocitose de células indeterminadas: as células em proli-
O infiltrado liquenóide ou difuso de células de Langerhans
feração são positivas para S-100 e CDla, mas os grânulos
na derme (em geral, tem núcleos reniformesatípicos) pode ser
das células de Langerhans estão ausentes à microscopia
espumoso ou semelhante aos histiócitos de Touton (1.84)
eletrônica.
• Infiltrado polimorfo de linfócitos, eosinófilos (1.3.6), neutró-
filos (1.88) ou plasmócitos (1.110) presente em mwtos casos
Diagnóstico diferencial
Eritrócitos extravasados em muitos casos (1.40)
• Imunomarcação das células de Langerhans com proteína 1. Outras doenças com epidermotropismo (1.37). Em alguns
S-100 e CDla (mais específico) casos, os microabscessos de células de Langerhans 115•145 podem
Crosta
Epidermotropismo
Microabscessos de células de
Langerhans
Núcleos reniformes
Epidermotropismo -I~P.:W-llltif<::
Linfócitos atípicos
Neutrófilo
Epiderme
Epiderme
Variações Variações
1. PLi tipo A: algumas células atípicas CD30-positivas muito 1. Angioceratoma pseudolinfomatoso acral (APACHE):
grandes são semelhantes aos histiócitos. pápulas vermelho-acastanhadas descamativas unilaterais
2. PLi tipo B: predomínio de linfócitos cerebriformes menores, nas áreas acrais, especialmente mãos (1.56) e pés (1.48) de
em vez das células atípicas muito grandes; podem não ser crianças; um colarinho de epiderme envolve um nódulo
CD30-positivas. abaulado de linfócitos Te B, histiócitos, células gigantes
multinucleadas, p lasmócitos e eosinófilos misturados com
Diagnóstico diferencial
proliferação de vasos sanguíneos e hiperplasia das células
1. Micose fungóide (24.3). endoteliais.
2. Linfoma de Hodgkin (24.2). 2. Síndrome de Kikuchi: doença semelhante à influenza, possi-
3. Doença de Mucha-Habermann (2.14, pitiríase liquenóide velmente causada pelo VEB, CMV, parvovírus ou herpes
e varioliforme aguda,· PLEVA): clínica e histologicamente tipo 6; o quadro clínico é marcado por linfadenopatia,
muito semelhante, mas pouca ou nenhuma atipia citológica algumas vezes com lesões papulosas ou urticariformes
(a papulose linfomatóide também é conhecida como PLEVA morbiliformes polimorfâs (1.81) envolvendo a pele em 30%
"maligna"), menos eosinófilos e as células são CD30-negativas. dos casos; o agregados histiodticos podem ser semelhantes
4. Linfoma de células grandes anaplásicas (24.1): doença dire- a linfoma.
tamente relacionada, também é CD30-positiva, mas produz 3. Reticulóide actínico (2.2).
nódulos maiores ou camadas de células em vez das pápulas ou
dos nódulos menores que surgem e desaparecem clinicamente. Diagnóstico diferencial
24.9 Linfocitoma cutâneo (linfadenose 1. Infiltrado linfocítico de Jessner (17.6).
cutânea benigna, hiperplasia linfóide 2. Reação crônica às picadas de artrópodes (15.7).
3. Linfoma cutâneo (24.1, 24.3).
cutânea, pseudolinfoma) 4. Leucemia linfocítica cutânea (24.4).
(ver Fig. 24.9) S. Hiperplasia angiolinfóide com eosinofilia (25.4): vasos
Pápula ou nódulo (1,91) não-descamativo liso, vermelho, soli- sanguíneos mais proeminentes com células endoteliais
tário, indolente e incomum, mais freqüente na face (1.44). mawres.
Alguns casos são causados por fármacos (3.5) ou picadas de 6. Outras doenças com infiltrados nodulares ou difusos
artrópodes, que podem transmitir espiroquetas como a Borre/ia (1.90).
(12.14). Também foram descritas formas disseminadas raras.
24.10 Linfoma angiocêntrico (linfoma NK)
Cl. Epiderme sem alterações expressivas, ou geralmente com
hiperplasia (1.61) (ver Fig. 24.10)
• Infiltrado nodular ou difuso na derme com predomínio Essa doença faz parte de um grupo raro de linfomas agressivos
de linfócitos, também com infiltrado misto de eosinófilos de células B ou T periféricas, também conhecidos como lesões
(1.36), macrófagos (1.76), células gigantes multinucleadas imunoproliferativas angiocêntricas (LIA), possivelmente rela-
(1.84) ou plasmócitos (1.110) esparsos ou numerosos cionados com o vírus Epstein-Barr ou HTLV-1; nódulos violá-
• Zona de Grenz (1.53) sem linfócitos na epiderme ceos destrutivos e ulcerados grandes, geralmente secundários ao
• Centros germinativos encontrados em alguns casos envolvimento dos linfonodos, mas algumas vezes como lesão
• A hiperplasia do endotélio é comum primária da pele. Não deve ser confundido com linfoma angio-
trópico (24.1) por sua semelhança de nome.
24.11 Mastocitose
(ver Fig. 24.11A-D)
Doença relativamente comum com infiltração da pele por
mastócitos, principalmente em crianças, com evolução benigna,
geralmente sem acometimento sistêmico e com regressão na
idade adulta. Em adultos, a incidência de envolvimento sistê-
mico é maior e evidencia-se, por exemplo, por disfunção do
trato gastrintestinal (dor, vômitos ou diarréia), lesões pririgi-
nosas da medula óssea (com osteólise) e muito raramente por
leucemia mastocítica. A escarificação das lesões pruriginosas
(1.113) provoca desgranulação dos mastócitos e causa urticação
(sinal de Darier) e, raramente, ruborização grave ou síncope.
As lesões podem ser bolhosas (mastocitoma bolhoso). Alguns
fármacos podem causar erupções associadas à desgranulação Fig. 24.11 A, Urticária pigmentosa.
dos mastócitos.
Bolha subepidérmica
Mastócitos difusos
Mastócitos esparsos
Telangiectasia
Eritrócito nucleado
Eritrócito
0 '
Fig. 25.1 A, Hemangioma cereja.
Proliferação endotelial
vaso sanguíneo
{;\
\Y '" '...
·-
·· ..
.
Elastose solar
Vênula dilatada
4. Angioceratoma circunscrito: lesão maior, geralmente nos também se tem o termo células endoteliais em tacha de sapato
membros; afeta vasos mais profundos; surge por ocasião utilizado para descrever a hiperplasia angiolinfóide (25.4), o
do nascimento ou nos primeiros anos da infância. hemangioendotelioma retiforme (25.7), o tumor de D abska
5. Angioceratoma corporal difuso (doença de Fabry): doença (25.7) e o linfangioma progressivo adquirido (25.10).
recessiva ligada ao X com deficiência de a -galactosidase (existe 9. Lago venoso: mácula azul-preta (1.14), sem alteração da
um teste à venda no comércio), que resulta no acúmulo de epiderme; vênula dilatada volumosa na pele lesada pelo sol,
triexosilceramida em vários órgãos; distribuição em calção de especialmente na orelha (1.28), no lábio (1.74), na bochecha
banho de muitos angioceratomas pequenos; neurite periferica ou no pescoço; a lesão comumente é biopsiada para excluir
dolorosa; sem hiperceratose; depósitos lipídicos pequenos nas a possibilidade de um melanoma, principalmente se h ouver
células endoteliais (PAS-positivos, cortes congelados positivos trombose.
com preto Sudão B, birrefringentes à Lúmen polarizada; visí-
veis à microscopia eletrônica). 25.3 Granuloma piogênico (GP, hemangioma
6. Deficiência de p-galactosidase: muito rara, sem elhan te à capilar lobular)
doença de Fabry.
7. Fucosidose: distúrbio autossômico recessivo muito raro; (ver Fig. 25.3A- C)
deficiência de a-fucosidase, semelhante à doença de Pápula ou nódulo com um, fi-iável, geralmente hemorrágico
Fabry. (os pacientes chegam ao consultório com o chamado sinal do
8. Hemangioma hemossiderótico targetóide: geralmente mácula Band-Aid®), comumente pedunculado (1.105), solitário, habi-
vermelho-acastanhada solitária ou placa ligeiramente elevada tualmente com crescimento rápido depois de traumatismo ou
em um adulto, algumas vezes com aspecto anular em alvo duran te a gravidez (1.1 12), em especial na boca (1.82) ou nos
(1.5), sem hiperceratose; canais vasculares dissecantes que dedos das mãos (1.56), principalmen te em crianças (1.92) ou
não ficam tão próximos da epiderme quanto se observa nos adultos joven s.
angioceratomas; células endoteliais roliças em "tachas de
sapato" fazem protrusão no lúmen vascular; hemossiderina • Epiderme atrófica ou ulcerada, comumente com crosta com lil
(1.58) e extravasamento dos eritrócitos (1.40) são comuns; neutrófilos (pio) na superflcie (1.88)
podem simular sarcoma de Kaposi (25.9). O nome heman- • Colarinho de epiderme geralmente demarcando a lesão
gioma em tacha de sapato foi proposto como sinônimo de • A denominação granuloma piogênico não é apropriada,
hemangioma hemossiderótico targetóide, m as infelizmente porque a lesão caracteriza-se por tecido de granulação exces-
Estroma pálido
Vacúolo endotelial
outros a empregam para descrever as lesões mais profundas de Sucquet-Hoyer, uma fistula arteriovenosa envolvida na regu-
com folículos linfóides proeminentes e centros germina- lação da temperatura dos dedos.
tivos, geralmente na parte posterior do pescoço (1.86), mais
comum no Japão. • Proliferação dos vasos sanguíneos circundada por células liJ
2. Angioplasia papulosa: muito rara; várias pápulas na face ou glômicas (células monótonas com núcleos redondos densos
no couro cabeludo de pacientes idosos com células endo- e citoplasma róseo abundante), geralmente em fila indiana
teliais atípicas bizarras. (1.127), no estroma
• Estroma geralmente pálido (1.30)
Diagnóstico diferencial • Marcação positiva para actina do músculo liso e desmina
na célula glômica
1. Células endoteliais proeminentes podem ser encontradas
no angiossarcoma (25 .7) e no hemangioma em tacha de Variações
sapato (25.2).
2. Linfocitoma cutâneo (24.9): infiltrado linfóide mais proe- 1. Glomangioma: termo em geral utilizado para descrever os
minente com menos vasos impressionantes. tumores glômicos solitários ou múltiplos, que são menos
dolorosos, não-encapsulados, com vasos predominantes e
3. Angiossarcoma (25 .7): mais uma placa hemorrágica; menos
menos células glômicas.
nodular, mais atípico, mais necrose; sem eosinófilos.
2. Tumor glômico solitário: tende a ser mais comum no
4. Reação a picadas de artrópodes (15.7): início clínico súbito,
lei to ungueal, mais doloroso, encapsulado; vasos sanguí-
geralmente com mais alterações epidérmicas e células endo-
neos menores, mais células glômicas, mais fibras nervosas
teliais menos proeminentes. evidenciadas na coloração pelo Bodian.
5. Outras doenças com eosinófilos (1.36).
Diagnóstico diferencial
25.5 Tumor glômico 1. Espiradenoma écrino (23.11): as células basalóides podem
ser semelhantes às células glômicas, mas há duetos sudorí-
(ver Fig. 25.5A,B) paros em vez de proliferação vascular.
Mácula (1.85) subungueal dolorosa (1.95) incomum, solitária, 2. Hemangioma (25 .1): não há células glômicas redondas
azulada (1.14) ou nódulo de outra localização, ou vários nódulos monótonas.
menos comumente dolorosos. As células glômicas são células 3. Glomangiossarcoma: muito raro, maligno, mais células
musculares lisas modificadas que normalmente revestem o canal atípicas.
Proliferações e Neoplasias Vasculares 327
Lúmen vascular
Células glômicas
Variações
1. Angiossarcoma epitelióide: raro na pele, predomínio de
células epitelióides atípicas monótonas, com mais áreas
sólidas que espaços vasculares; muito semelhante ao carci-
noma ou melanoma.
2. Linfangiossarcoma e síndrome de Stewart-Treves: geralmente
Fig. 25.7 A, Angiossarcoma (pequeno ocorrem em membro linfedematoso, em especial depois de
aumento). mastectomia radical e dissecção axilar; menos eritrócitos
nos espaços vasculares.
Hemossideriml
Eritrócitos extravasados
A forma africana e o tipo associado à AIDS podem ocorrer em • A atipia citológica geralmente é branda e as mitoses comu-liJ
qualquer local, mas principalmente na face, no nariz, na boca, mente são esparsas
no palato, no pescoço, no tronco, nos membros inferiores e nas • Eritrócitos extravasados (1.40), plasmócitos ocasionais
regiões plantares. Todos os tipos podem ter envolvimento dos (1.110), hemossiderina (1.58) comum
órgãos internos, mas isso é mais comum com o tipo associado à • Glóbulos hialinos eosinofllicos positivos pelo PAS e pelo
AIDS, especialmente pulmões, intestinos, figado e baço e pode levar tricrômico de Mallory presentes em alguns casos; parecem
ao óbito. O SK pode ser uma resposta proliferativa vascular a um representar fragmentos de eritrócitos fagocitados
vírus, em vez de um sarcoma verdadeiro, porque começa em vários • Marcação variável para CD31, CD34, Ulex europaeus e
focos ao mesmo tempo (em contraste com o câncer que começa antígeno relacionado com o fator VIII
em um local e depois lança metástases); as células não são muito
atípicas e os pacientes com AIDS e SK têm sobrevivência ligeira-
Diagnóstico diferencial
mente maior do que os pacientes com AIDS sem SK; o SK pode
regredir espontaneamente com a melhora da função imune. 1. Acroangiodermatite (pseudo-SK) (2.1): relacionada com a
estase, clinicamente é mais difusa e menos papulonodulosa;
liJ • As lesões iniciais em forma de manchas têm infiltração não está associada ao HN; pode ter espongiose, pequenos
sutil da derme por espaços vasculares em forma de fendas vasos maduros e menos espaços em forma de fenda.
revestidos por células endoteliais fusiformes 2. Angioistiocitoma de células multinucleadas (7.13): células
• Alguns vasos parecem linfangiomatosos, sem eritrócitos multinucleadas atípicas.
• Na variante angiomatosa, vasos sanguíneos maduros, dila- 3. Angiomatose bacilar (12.15): áreas anfofilicas borradas
tados e mais calibrosos podem predominar sobre os vasos contendo bactérias.
em forma de fendas 4. Hemangioendotelioma kaposiforme (25.1): placa grande
• As lesões mais antigas podem ter áreas sólidas de células na infância.
fusiformes (principalmente células endoteliais) com espaços 5. Hemangioma microvenular {25.1): placa solitária no
vasculares em forma de fenda membro, HN-negativo.
• Sinal do promontório presente em alguns casos (um 6. Hemangioma em tach a de sapato (25.2): aspecto targetóide,
pequeno vaso sanguíneo e seu estroma projetam-se como mais epitelióide.
um promontório no interior de um espaço vascular) 7. Granuloma piogênico (25.3): início rápido, mais inflamação
e menos espaços em forma de fendas.
332 Proliferações e Neoplasias Vasculares
Dilatação linfática
Variações
1. NF subcutâneo: massa subcutânea, geralmente tem uma
cápsula verdadeira.
2. NF d ifuso: infiltração difusa da derme ou do tecido subcu-
tâneo.
3. NF pigmentado: pigmentação de melanina.
4. NF plexiforme: massa volumosa em "saco de vermei', prati-
camente patognomônico da NF-1.
5. Neurofibromatose tipo I (NF-1, doença de von Recklin-
ghausen, neurofibromatose periférica): autossômica domi-
nante, 2 ou mais neurofibromas ou um neurofibroma plexi-
Estroma róseo em -f.i'filf."*.'*',_.,.4Z-'--&"""''~~':o ~~ ·;:l forme, 6 ou mais máculas café-au-lait (20.2) com mais de
"chicle de bolas" 1,5 em em adultos ou 0,5 em em crianças; sardas axilares
ou inguinais, gliomas ópticos bilaterais, nódulos de Lisch
(hamartomas da íris), lesões ósseas como displasia do esfe-
nóide, hipertensão causada pela estenose da artéria renal ou
feocromocitoma, cifoscoliose, convulsões em alguns casos,
Fig. 26.1 A , Neurofibroma (pequeno ou inteligência abaixo da média.
aumento).
6. Neurofibromatose tipo li (NF-2, neurofibromatose acús- evidenciada por nódulo dérmico ou subcutâneo (1.134), algumas
tica, neurofibromatose central): doença hereditária, massas vezes doloroso (1.95), especialmente nos membros.
bilaterais no VIII nervo craniano, neurofibromas, menin-
giomas, gliomas ou schwannomas, menos máculas café-au- • Tumor subcutâneo encapsulado com áreas celulares (áreas [il
Iait. Antoni A) e/ou áreas mixóides edematosas (áreas Antoni B)
7. Neurofibromatose segmentar (NF-5): NF5 ou máculas café- • Células fusiformes nas áreas Antoni A alinhadas em 2
au-Iait limitadas a um segmento do corpo, sem atravessar fileiras paralelas, separadas por áreas sem núcleos (corpús-
a linha média, geralmente não há história familiar. culos de Verocay)
• O estroma mucinoso cora-se positivamente para mucopo-
Diagnóstico diferencial lissacarídios ácidos (Cap. 30)
• Os mastócitos são comuns (1.78)
1. Dermatofibroma (27.1): lesão endurada, mais tendência a
• Imunomarcação positiva para S-100 nas áreas Antoni A,
ser castanha, estroma mais fibrótico, menos demarcado,
negativas para PBM e neurofilamentos. Em geral, a imuno-
hiperplasia epidérmica, cones interpapilares em meseta.
marcação de Bodian não demonstra axônios
2. Leiomioma (29.6); núcleos em charuto de ponta romba.
• O tumor freqüentemente está ligado a um nervo
3. Schwannoma (26.2): corpúsculos de Verocay, nenhum
axônio à imunomarcação de Bodian.
4. Neuroma (26.3): nervos mais bem demarcados. Variações
5. Nevo melanocítico neurotizado (20.5): ninhos melanocí-
ticos, melanina; imunomarcação negativa para proteína 1. Schwannoma antigo: alterações degenerativas como hiali-
básica da mielina. nização e trombos; citologia pleomórfica em alguns casos;
6. Outros tumores de células fusiformes (1.130). predomínio das áreas Antoni B.
2. Schwannoma plexiforme: fascículos interconectados das
26.2 Schwannoma (neurilemoma) áreas Antoni A.
3. Schwannoma celular: massas geralmente mais profundas;
(ver Fig. 26.2A,B) raro na pele; nódulos hipercelulares com atipia; pode ser
Neoplasia incomum da bainha nervosa (não afeta o nervo perifé- uma neoplasia maligna de baixo grau.
rico por inteiro, como ocorre com o neurofibroma e o neuroma), 4. Neurilemomatose: forma múltipla rara.
Encapsulação
Corpúsculo de Verocay
Estroma fibrótico
2. Neuroma encapsulado em paliçada (NEP): pápula assinto- 26.4 Tumor de células granulosas
mática da cor da pele, lisa, indefinida, em geral solitária na
face (1.44) de adultos, comumente com menos de 6 mm (ver Fig. 26.4A,B)
de diâmetro, sem outras associações. Lesão bem demar- Nódulo firme, incomum, solitário ou múltiplo, encontrado na
cada, mas mal encapsulada (termo relativamente impreciso), língua (1.138) em 40% dos casos, mas em qualquer área da pele
menos paliçada que os schwannomas. em 60% dos pacientes.
3. Síndrome dos neuromas múltiplos das mucosas (neoplasia
endócrina múltipla, NEM tipo 2b, também conhecida como • Hiperplasia da epiderme, algumas vezes com hiperplasia CJ
NEM tipo 3): distúrbio paraneoplásico (1.104) autossômico pseudo-epiteliomatosa
dominante raro com vários neuromas das mucosas, papu- • Infiltração da derme ou do tecido subcutâneo por células
losos, macios nos lábios (1.74) e na língua (1.138), lábios grandes com citoplasma granuloso e núcleos pequenos loca-
grossos (1.74), aspecto marfanóide, feocromocitoma, carci- lizados ao centro
noma medular da tireóide (1.137). • Os grânulos intracitoplasmáticos eosinofilicos maiores são
4. Neuroma de Morton: não é propriamente um neuroma; conhecidos como corpúsculos pustulares ovóides de Milian
não há alterações histológicas significativas; na verdade, é • Os grânulos são positivos com PAS(diástase-resistentes) ou
uma neurite interdigital dolorosa localizada entre os dedos PTAH e geralmente são negativos com corantes lipídicos
dos pés (1.48). • O tumor cora-se positivamente para proteína básica da
5. Dedo supranumerário (27.5): até certo ponto semelhante mielina, NSE e proteína S-100
a um neuroma traumático, que se forma durante a vida
intra-uterina e não é um neuroma propriamente dito. Diagnóstico diferencial
1. A hiperplasia pseudo-epiteliomatosa (1.115) pode ser
Diagnóstico diferencial confundida com um carcinoma espinocelular (18.11), espe-
cialmente nas biopsias superficiais.
1. Neurofibroma: nódulo mais macio ao exame clínico, 2. Xantoma (7.9) e outras lesões com células espumosas geral-
estroma pálido, feixes neurais menos demarcados. mente têm limites celulares mais bem definidos, m enos
2. Schwannoma: nódulo maior e mais profundo; mais pali- granulosidade, nenhum corpúsculo pustular ovóide; são
çada e corpúsculos de Verocay; sem axônios. positivas para corantes lipídicos e negativos para PAS,
3. Outras neoplasias de células fusiformes (1.130). PTAH, S-100 e proteína básica da mielina.
Septos fibrosos
Septos fibrosos
Estroma mixóide
Célula fusiforme
Célula atípica
Células pequenas
atípicas difusas
Fig. 26.8 A, Carcinoma de células de Merkel Fig. 26.8 C , Carcinoma de células de Merkel
(com alterações bowenóides, pequeno (ceratina de baixo peso molecular, cam 5.2) .
aumento).
27.1 Dermatofibroma (DF) • Hiperplasia epidérmica (1.61) em muitos casos, algumas (il
27.2 Cicatriz vezes com cones interpapilares achatados "em meseta': ou
27.3 Angiofibroma, pápula fibrosa, fibroma perifolicular proliferação basalóide semelhante a um carcinoma basoce-
27.4 Acrocórdon lular
27.5 Fibroceratoma digital adquirido • Camada basal hiperpigmentada em muitos casos
27.6 Nevo de tecido conjuntivo • Proliferação pouco delimitada de fibroblastos fusiformes
27.7 Fibromatose digital infantil em forma de bumerangue ou histiócitos na derme, geral-
27.8 Fasciite nodular mente com redemoinho ao redor, misturando-se com a
27.9 Tumor de cél ulas gigantes da bainha tendínea derme circundante como se uma bomba tivesse caído na
27.10 Dermatofibrossarcoma protuberante (DFSP) derme, algumas vezes com extensão para gordura subcu-
27.11 Histiocitoma fibroso maligno (HFM) tânea
27.12 Fibroxantoma atípico (FXA) • Células gigantes multinucleadas (1.84), células gigantes de
27.13 Fibrossarcoma Touton, ou histiócitos espumosos (1.46) em alguns casos
27.14 Sarcoma epitelióide • Freqüentemente h á hemossiderina (1.58)
27.15 Fibroma tose • Feixes grossos de colágeno (" colágeno queloidal") comu-
27.16 Fibroma aponeurótico calcificante mente presentes na periferia da lesão com fibroblastos ao
27.17 Mixoma cutâneo redor dos feixes ("encarceramento pelo colágeno")
27.18 Tumor fibroistiocítico plexiforme
27.19 Hamartoma fibroso da infância
Variações
1. DF hemossiderótico (D F aneurismático, hemangioma
27.1 Dermatofibroma (DF, histiocitoma fibroso esclerosante): h emossiderina (1.58), pseudovascularização
proeminente, extravasamento de eritrócitos (1.40); pode
benigno, fibrose nodular subepidérmica)
ser semelhante ao sarcoma de Kaposi (25.9).
(ver Fig. 27.1A- H) 2. DF xantomatoso: histiócitos espumosos, células gigantes
Nódulos acastanhados (1.18) mais comuns nas pemas (1.67), de Touton em alguns casos (1.46).
também nos membros superiores e no tronco, raramente na cabeça 3. DF atrófico: epiderme atrófica (1.9) em vez de hiperplá-
ou no pescoço; provavelmente são causados por foliculite, picadas stca.
de artrópodes ou algum outro distúrbio inflamatório inicial. Alguns 4. DF com células-monstro: algumas células gigantes atípicas
autores preferem entender o dermatofibroma como dermatite fibro- bizarras, mas ainda assim tem comportamento benigno.
sante, em vez de uma neoplasia. Geralmente são confundidos com S. DF em paliçada: a presença de corpúsculos semelhantes aos
"nevos" (20.5) pelos médicos não-dermatologistas, mas são mais de Verocay, pode lembrar um schwannoma (26.2).
indurados que os nevos. Em geral, o DF apresenta o sinal da covinha 6. DF celular: fibroblastos maiores e mais numerosos; pode
quando é comprimido para dentro. infiltrar a gordura; pode ser semelhante ao DFSP (27.10).
Células fusiformes em
redemoinho
Colágeno'
342 Proliferações e Neoplasias Fibroistiocíticas
Colágeno denso
Células fusiformes
Colágeno "quelóide"
Hiperplasia basalóide
Demarcação nítida
Fibroblastos em
redemoinho
Padrão em madeira
compensada
Diagnóstico diferencial
Fig. 27.1 H, Fibroma esclerótico (aumento
médio). 1. Cicatriz (27.2): atrofia da epiderme; os fibroblastos tendem a
estar orientados mais em paralelo com a epiderme, em vez de
em redemoinhos, com vasos sanguíneos mais perpendiculares.
2. Dermatofibrossarcoma protuberante (27.10): lesão volumosa,
7. H istiocitoma de células epitelióides: a maioria das células geralmente localizada no tronco, faixas infiltrativas de células
é epitelióide (1.38), geralmente com formatos angulados fusiformes estendem-se adentro do tecido adiposo; padrão
semelhantes ao nevo de Spitz (20.6) ou ao reticuloistioci- estoriforme mais proeminente; atipia citológica discreta; sem
toma (7.8). hiperplasia epidérmica, geralmente sem células gigantes multi-
8. Fibroma esclerótico (colagenoma estoriforme circunscrito): nucleadas ou células espumosas, CD34-positivas em 85% dos
bem delimitado, colágeno denso hialinizado com padrão casos, enquanto são negativas no DF; o fator XIIIa é negativo
de madeira compensada, fendas entre os feixes de colá- no DFSP e positivo no DF.
geno espessos (1.23); algumas vezes com mucina nas fendas 3. Leiomioma {29.6).
(1.83), pouquíssimos fibroblastos (hipocelular); alguns casos 4. Neurofibroma (26.1).
estão associados à doença de Cowden (22.5). A ocorrência 5. Nevo desmoplásico (20.5).
de síntese corrente de colágeno tipo 1 e a imunomarcação 6. Outras neoplasias com células fusiformes (1.130), neopla-
positiva para PCNA e K.i-67 sugerem que seja uma neoplasia sias de células epitelióides (1.38), ou granulomas (1.51).
344 Proliferações e Neoplasias Fibroistiocíticas
Variações
1. Esclerose tuberosa (epilóia, doença de Bourneville): autos-
sômica dominante com vários angiofibromas (descritos
erroneamente como adenomas sebáceos) na região central
da face, que começam na puberdade e são confundidos
com acne (10.1), placas angiofibróticas da fronte, fibromas
periungueais (1.85), máculas cinza-esbranquiçadas (1.49)
desde a infância; máculas café-au-lait(20.2), nevos de tecido
conjuntivo (placa chagrém na região sacra!, 27.6), depressões
no esmalte dos dentes, epilepsia e inteligência reduzida (o
termo epilóia refere-se a essa manifestação mais adenoma
sebáceo), calcificação dos gânglios da base e várias neopla-
sias dos órgãos internos como tubérculos e gliomas cere-
Flg. 27.2 A, Quelóide (pequeno aumento).
Fibroblastos esparsos
Colágeno espesso
Vaso dilatado
Fibroblastos roliços
Colágeno denso
Vasos dilatados
Diagnóstico diferencial
Estrato córneo acral 1. Fibrofoliculoma e tricodiscoma {22.6), triquilemomas (22.5)
e tricoepiteliomas (22.2) também podem ocorrer com lesões
múltiplas na face.
2. Nevo melanocítico fibrosante (20.5).
3. Aprimeira vista, essas pápulas sutis podem ser semelhantes
à pele normal (1.93).
4. Foliculite (10.2) ou acne (10.1) com fibrose.
Variações
1. Dermatose papulosa preta (18.2).
brais, facomas retinianos, rabdomiomas cardíacos, angio-
2. Síndrome de Birt-Hogg-Dube (22.6).
miolipomas renais e muitas outras lesões sistêmicas.
3. Lipofibroma ("fibroma mole"): lesão maior com tecido
2. Pápulas penianas peroladas: várias pápulas minúsculas de 1
adiposo n o estroma; não deve ser confundido com nevo
mm ou menos ao redor do sulco coronal do pênis (1.106),
lipomatoso (29.1).
algumas vezes confundidas com verrugas (14.1).
4. Fibroma pleomórfico (pólipo pseudo-sarcomatoso): fibroblastos
3. Fibroma perifolicular: acentuação perifolicular do tecido
atípicos grandes e histiócitos no estroma, algumas vezes multi-
fibroso.
nucleados; é uma lesão pseudomaligna (1.117).
4. Fibromas mixovasculares familiares: 144 pápulas raras nas
mãos (1.56).
Diagnóstico diferencial
5. Neoplasia endócrina múltipla tipo 1 (NEM tipo 1, síndrome
de Wermer): angiofibromas faciais, colagenomas (27.6), 1. Outros papilomas (1.101).
lipomas; tumores das paratireóides, do pâncreas (glucago- 2. A orientação inadequada de um espécime fino e dobrado de
noma, 3.2) ou da hipófise {1.104). uma biopsia tangencial ("Shaving") pode produzir aspecto
6. Angioistiocitoma de células multinucleadas (7.13). semelhante ao acrocórdon.
Hiperceratose
Adipócitos
Nervos periféricos
Diagnóstico diferencial
1. Outras lesões das mãos e dos dedos das mãos (1.56).
2. Outras neoplasias de células fusiformes (1.130) e cicatrizes,
esclerose e fibrose (1.124), geralmente têm apresentação Fig. 27.7 A, Fib romatose digital infantil
clínica diferente e não mostram corpúsculos de inclusão. (pequeno aumento)
Proliferações e Neoplasias Fibroistiocíticas 349
Colágeno denso
Hemorragia
Células gigantes
Vaso sangufneo
Histiócitos
fil. Linfócitos geralmente presentes dentro do nódulo em maior • Lóbulo localizado e bem demarcado fil
quantidade do que no sarcoma comum, especialmente na • Proliferação dos fibroblastos e dos histiócitos, algumas vezes
margem espumosos (1.46)
• Em geral, há células gigantes volumosas semelhantes aos
Variação osteoclastos (1.84) com muitos núcleos a esmo
• Comumente há hemossiderina {1.58)
1. Fasciite proliferativa: células poligonais grandes com cito-
plasma anfofilico semelhante às células ganglionares estão
presentes. Diagnóstico diferencial
Diagnóstico diferencial 1. A lesão é bastante distinta histologicamente, mas poderia
1. Fibrossarcoma {27.13): mais padrão em espinha de peixe, ser confundida com outras doenças com células gigantes
mais densamente celular, menos inflamação, menos estroma multinucleadas (1.84), ou outras neoplasias de células fusi-
mucmoso. formes (1.130).
2. Histiocitoma fibroso maligno (27.11): geralmente há atipia
mais proeminente e mais mitoses atípicas, menos inflamação. 27.1 O Dermatofibrossarcoma protuberante
3. Histiocitoma fibroso benigno (27.1): crescimento mais (DFSP)
lento, em geral mais dérmico, menos mixóide, comumente
com mais encarceramento pelo colágeno. (ver Fig. 27.10A- C)
4. Fibromatose {27.15): colágeno mais denso, menos fibro- Nódulo ou placa volumosa, raro, de crescimento indolente,
blastos, menos mixóide. em geral com várias protuberâncias, mais comum no tronco
5. Dermatofibrossarcoma protuberante (27.10): mais comum (1.140) de adultos jovens ou de meia-idade, sem qualquer relação
no tronco, mais estoriforme, CD34-positivo. com lesão solar. Infiltração local, geralmente recidiva depois
6. Outras proliferações de células fusiformes (1.130). da excisão, mas quase nunca produz metástases, a menos que
haja alteração fibrossarcomatosa. Em geral, é tratada por excisão
27.9 Tumor de células gigantes da bainha ampla ou cirurgia de Mohs.
tendínea
(ver Fig. 27.9A,B) • Epiderme normal, atrófica ou ulcerada (raramente hiper- (il
Nódulo incomum no dedo da mão ou na pele acral (1.56) de plásica)
adultos, que poderia ser considerado uma variante profunda • Proliferação hipercelular com fibroblastos fusiformes finos e
do histiocitoma fibroso benigno ou do dermatofibroma (27.1); colágeno na derme, estendendo-se até a gordura subcutânea
está fixado à bainha tendínea ou à fáscia.
Proliferações e Neoplasias Fibroistiocíticas 351
Padrão estoriforme
[il. Padrão em roda de carroça (redemoinhos de fibroblastos comuns. Não há hipercelularidade, de forma que pode ser
semelhantes aos raios de uma roda) ou padrão estoriforme facilmente diagnosticado erroneamente em uma biopsia de
(carrossel ou semelhante a esteira) punch.
• Infiltração de gordura em padrão fascicular 2. DFSP mixóide: estroma mixóide (1.83), pode ser semelhante
• Atipia citológica branda a moderada, pouquíssimas às neoplasias mixóides como o lipossarcoma mixóide (29.5),
mitoses mas tem localização mais superficial que o último.
• CD34 positivo em 85% dos casos, fator )CIIla negativo (ao 3. Tumor de Bednar (DFSP pigmentado): melanina e alguns
contrário do dermatofibroma) melanócitos presentes; pode ser positivo para S-100.
4. Degeneração fibrossarcomatosa no DFSP (desdiferen-
Variações ciação): focos com mais atipia e mitoses, transformação
1. DFSP atrófico: mácula indurada plana ou placa ligeira- em fibrossarcoma (27. 13) ou HFM (27.11) com risco de
mente elevada, em vez dos nódulos protuberantes mais metástase.
352 Proliferações e Neoplasias Fibroistiocíticas
Estroma mixóide
Célula gigante
Diagnóstico diferencial 1. Fibroxantoma atípico (27.12): pele lesada pelo sol nas
orelhas ou na face; lesões pequenas e mais superficiais;
1. Dermatofibroma (27.1). elastose solar, menos tendência a produzir metástases.
2. Fibrossarcoma (27.13). 2. Melanoma (20.11).
3. Fibroxantoma atípico (27.12): muito atípico, áreas expostas 3. Fasciite nodular (27.8).
ao sol, de pacientes idosos. 4. Lipossarcoma mixóide (29.5).
4. Outros tumores de células fusiformes (1.130). 5. Outras neoplasias de células fusiformes (1.130) ou epiteli-
óides ( 1.38).
27.11 Histiocitoma fibroso maligno (HFM)
(ver Fig. 27.11) 27.12 Fibroxantoma atípico (FXA, histiocitoma
Massa incomum de teados subcutâneos profUndos, geralmente não fibroso maligno superficial)
é detectada pelos dermatologistas; risco elevado de metástases.
(ver Fig. 27.12)
lil. Proliferação celular subcutânea de fibroblastos, células Placa ou nódulo vermelho incomum na pele lesada pelo sol,
histiocitóides e células gigantes bizarras geralmente ulcerado (1.141), em especial na orelha {1.28); risco
• Em geral, há pleomorfismo grave, hipercromasia, muitas pequeno de metástases (comporta-se como um carcinoma espi-
células bizarras ou mitoses altamente atípicas nocelular induzido pelo sol). Não é tão agressivo quanto suge-
rido pela atipia grave.
Proliferações e Neoplasias Fibroistiociticas 353
Célula epitelióide
Necrose central
Célula fusiforme
li~. Proliferação celular dérmica com células fusiformes bizarras, • Proliferação pouco delimitada de células epitelióides poli- (i~
células epitelióides ou células gigantes multinucleadas (1.84) gonais atípicas e células fusiformes em paliçada ao redor da
e, em alguns casos, células espumosas comumente se esten- necrose central, semelhante a um granuloma em paliçada
dendo até a epiderme • Pleomorfismo, hipercromasia, mitoses numerosas
• Pleomorfismo grave, hipercromasia, algumas mitoses muito • Os linfócitos são comuns, principalmente na periferia do
atípicas tumor
• Elastose solar • Imunomarcação positiva com panceratina e vimentina (daí
Imunomarcação positiva para vimentina e marcadores para o nome do tumor, que se refere à marcação epitelióide com
histiócitos; negativa para S-100 e panceratina ceratina, bem como à marcação sarcomatosa com vimen-
tina). O antígeno da membrana epitelial também é positivo.
Diagnóstico diferencial O CD34 é positivo em 50% dos casos
Proliferação fibrosa
Fibroblastos delicados
4. Coxins interarticulares: placas espessas no dorso das arti- 2. Dermatofibrossarcoma protuberante (27. 10).
culações dos dedos das mãos de adultos, em geral sem 3. Tumor fibroso solitário (27.1).
sintomas significativos de contratura; comumente com 4. Hamartoma fibroso da infância (27.19).
acantose e hiperceratose, além da proliferação fibrosa. 5. O utros distúrbios com retração fi brótica, fibrose ou escle-
5. Tumor desmóide: massa de crescimento lento, indolor, indu- rose (1.124).
rada, solitária (raramente múltipla), profunda na fáscia ou
no músculo, que algumas vezes se estende superiormente 27.16 Fibroma aponeurótico calcificante
para dentro do tecido adiposo. Os desmóides abdominais
tendem a ocorrer durante e depois da gravidez. Os desmóides Nódulo ou placa raro nas mãos(I.56) e menos comumente nos
extra-abdominais ocorrem em crianças e adultos jovens, mais pés de crianças, menos freqüentemente em adultos, em geral
comumente no tronco, no pescoço ou na coxa. A fibroma- ligado aos tendões ou à fáscia com tendência a recidivar; sem
tose cervical é um desmóide do pescoço e cau sa torcicolo. dor ou contraturas.
Os desmóides intra-abdominais ocorrem no mesentério e
no retroperitônio e estão associados à síndrome de Gardner • Os fibroblastos fusiforrnes ou epitelióides tendem a formar pali- CJ
(19. 1). Os desmóides são difl.ceis de remover, geralmente çadas ao redor das áreas de colágeno denso e calcificação (1.19)
recidivam, mas não produzem metástases. • Cartilagem pode formar-se nas áreas calcificadas das lesões
6. Fibromatose digital infantil (27.7). mais antigas
Diagnóstico diferencial Diagnóstico diferencial
I. Fibrossarcoma bem diferenciado (27.13): designação utili- I. Fibromatose (27.15): menos celular, menos epitelióide,
zada como sinônimo por alguns autores para descrever menos calcificação e distribuição em paliçada; sem carti-
as lesões fibromatosas maiores; mais de uma mitose por lagem metaplásica.
campo de maior aumento, mais celular. 2. Gota (8.5) e pseudogota.
Proliferações e Neoplasias Fibroistiocíticas 355
(il. Pleomorfismo brando ou ausente, mitoses raras mente nas axilas (1.10) ou no ombro. Em geral, n ão recidiva
• Eritrócitos extravasados (1.40) e hemossiderina (1.58) em depois da excisão, mas não regride espontaneamente.
muitos casos
Nódulo subcutâneo pouco definido com 3 componentes: (il
• Atipia branda, mitoses incomuns
• Pode ter miofibroblastos positivos para actina ilhas de células fusiformes ou redondas em redemoinho
em um estroma mixóide (1.83), fascículos fibrosos hipoce-
Diagnóstico diferencial lulares e ilhas de tecido adiposo
I. Granulomas (1.51).
2. H amartoma fibroso da infância (27.19): localização seme- Diagnóstico diferencial
lhante, geralmente mais mixóide. 1. Miofibromatose infan til e miofibroma solitário: crianças
3. Fibromatose (27.15). pequenas do sexo masculino; cabeça, pescoço ou tronco;
4. Outras neoplasias com células fusiformes (1.130) ou células podem recidivar depois da excisão, mas por fim em geral
epitelióides (1.38). regridem espontanea mente; contêm miofibroblastos seme-
lhantes aos do hamartoma fibroso da infância, mas apre-
27.19 Hamartoma fibroso da infância sentam mais áreas vasculares semelhantes a um hemangio-
p ericitoma (25.6).
(ver Fig. 27.19A,B)
2. Fibromatose (27.15).
Massa subcutânea solitária de crescimento lento, intcio nos
primeiros 3 anos de vida, mais comum em meninos, especial-
Neoplasias Metastáticas da Pele Capítulo 28
O objetivo deste livro não é analisar todas as neoplasias que
28.1 Carcinoma espinocelular metastático podem produzir metástases na pele. A seguir, serão mencionados
28.2 Adenocarcinoma metastático os tumores mais comuns ou característicos.
28.3 Carcinoma de mama metastático
28.4 Carcinoma de células renais metastático 28.1 Carcinoma espinocelular metastático
28.5 Carcinoma de células pequenas metastático
28.6 Sarcoma metastático (ver Fig. 28.1A,B)
Nódulo na derme ou no tecido subcutâneo, mais comum no
tronco ou no couro cabeludo, mais freqüentemente originado
de neoplasias malignas do pulmão, da cabeça ou do pescoço.
la• Pleomorfismo e núcleos hipercromáticos, quantidades • Tumor na derme com pequenas formações glandulares vari- la
aumentadas de mitoses, mais proeminentes se o tumor for áveis ou células em anel de sinete (se o tumor for bem dife-
pouco diferenciado renciado)
• Geralmente não é possível determinar o sítio de origem do • Pleomorfismo, hipercromasia e quantidades aumentadas
tumor com base em seus aspectos histológicos de mitoses
• Espaços pseudoglandulares sem mucina podem ser devidos • Geralmente não é possível determinar o sítio de origem
a acantólise {1.2) do tumor com base em seus aspectos histológicos, embora
• A imunomarcação positiva para panceracina é útil nos casos haja algumas exceções
dificeis • Os corantes para mucina como o mucicarmin geralmente
coram a mucina dentro das células tumorais
• A imunomarcação positiva para panceratina é útil nos casos
Diagnóstico diferencial dificeis
1. Outras neoplasias epitelióides (1.38) ou neoplasias de células
fusiformes (1.130).
Variações
28.2 Adenocarcinoma metastático 1. Câncer de próstata metastático: apesar de ser uma neoplasia
(ver Fig. 28.2A-C) muito comum, as metástases cutâneas são muito raras. As
Nódulo na derme ou no tecido subcutâneo, mais comum no imunomarcações para antígeno prostático específico (PSA)
tronco ou couro cabeludo, mais freqüentemente se origina da ou fosfatase ácida prostática (PSAP) podem ser positivas.
mama (28.3) ou do trato gastrintestinal, ou pulmão.
Fila indiana
Glândulas pequenas
Células claras
Vasos proeminentes
28.4 Carcinoma de células renais metastático • Infiltração difusa da derme por nódulos ou cordões de células CJ
(ver Fig. 28.4A,B) com núdeos redondos, pequenos e atípicos e pouco citoplasma,
Apesar de ser um adenocarcinoma incomum, esse tumor tem geralmente com quantidades aumentadas de mitoses
tendência a produzir metástases cutâneas (7% dos pacientes),
que geralmente se evidenciam por nódulos vermelhos friáveis Variações
semelhantes a um granuloma piogênico (25.3).
1. Carcinoma neuroendócrino metastático (inclui carcinoma "oat-
CJ. Lóbulos tumorais na derme, geralmente circundados por
cell' do pulmão e alguns carcinomas da tireóide): principal-
mente em adultos; NSE-positivos, CEA-positivos em 50% dos
colarinho epidérmico casos, ao contrário do carcinoma de células de Merkel; cromo-
• Células claras grandes (contendo glicogênio e lipídio, razão granina positiva em 30%, panceratina positiva, padrão granular
pela qual são PAS-positivas, diástase-lábil e positivas com difuso perinuclear com ceratina de baixo peso molecular e
óleo vermelho O) com núcleos centrais, que geralmente neurofilamentos, em contraste com o pontilhado paranuclear
têm apenas atipia leve globular do carcinoma de células de Merkel grânulos neuros-
• Estroma vascular, geralmente com extravasamento de eritró- secretores à microscopia eletrônica. Em geral, o carcinoma foli-
citos (1.40) e hemossiderina (1.58) cular da tireóide é positivo para tireoglobulina. O carcinoma
• Imunomarcações positivas para panceratina e EMA; nega- medular da tireóide geralmente é positivo para calcitonina.
tivas para CEA; colorações para mucina n egativas 2. Carcinóide: mais comum em adultos; o tipo 1 proveniente
dos brônquios ou do "intestino anterior" cora-se positiva-
Diagnóstico diferencial mente pelas colorações argirófilas; o tipo 2 originado do
intestino intermediário" e do apêndice cora-se positiva-
1. Outros tumores de células claras (1.22). mente pelas colorações argentafins. Pode conter grânulos
citoplasmáticos eosinofilicos; imunomarcação semelhante à
28.5 Carcinoma de células pequenas de outros tumores neuroendócrinos: NSE-positiva, grânulos
neurossecretores à microscopia eletrônica.
metastático
3. Sarcoma de Ewing extra-esquelético (tumor neuroectodér-
(ver Fig. 28.5A,B) mico primitivo, também conhecido como tumor neuroec-
Vários tumores raros de células pequenas podem produzir metás- todérmico periférico, TNEP): mais comum em crianças,
tases cutâneas, em geral na forma de nódulos, especialmente no vascularização abundante; o citoplasma pálido pode conter
tronco e no couro cabeludo. glicogênio PAS-positivo; células positivas para CD99 (a
362 Neoplasias Metastáticas da Pele
leucemia linfoblástica também é positiva); positivas para 1 de transcrição da tireóide) é positivo nos carcinomas de
vimentina, neurofilamentos e cromogranina; negativas para células pequenas do pulmão e nos carcinomas da tireóide,
desmina, NSE, cromogranina, S-100 e panceratina. mas é n egativo no carcinoma de células de Merkel.
4. Neuroblastoma (outro tumor neuroectodérmico primitivo,
TNEP): mais comum em crianças por ocasião do nascimento; 28.6 Sarcoma metastático
origem da supra-renal; pode formar rosetas de Homer-Wright; Em casos raros, diversos tipos de sarcomas (de origem mesen-
positivo para NSE e neurofilamentos. Outros TNEP raros quimal) podem produzir metástases cutâneas, mas esses tumores
na pele são os ganglioneuromas cutâneos (26.1), o neuroepi- são muito menos comuns que os carcinomas (origem epitelial).
telioma periférico e o tumor neuroectodérmico pigmentado Os sarcomas podem originar-se das estruturas internas, ou dos
(positivo para ceratina e HMB-45). sarcomas cutâneos (Caps. 25, 26, 27 e 29).
5. Rabdomiossarcoma embrionário: principalmente em
crianças, alguns rabdomioblastos em forma de fita; posi- • Infiltrado de células fusíformes na derme na maioria dos casos, lil
tivos para PTAH, desmina e actina específica do músculo; embora algumas vezes possa haver células epitelióides
bandas Z à microscopia eletrônica. • Imunomarcação positiva para vimentina e negativa para
panceratina na maioria dos casos. Outras marcações ma1s
Diagnóstico diferencial específicas dependem do tipo de sarcoma
Variações
29.1 Nevo lipomatoso
1. Angiolipoma: muitos vasos sanguíneos pequenos, comu-
(ver Fig. 29.1)
mente com trombas {1.136), maior tendência a ser bem
Pápulas ou nódulos agrupados, raros, nas nádegas com início
circunscrito e doloroso (1.95).
desde o nascimento ou na infância.
2. Fibrolipoma: aumento do tecido fibroso.
m. Adipócitos presentes na derme superficial
3. Lipoma de células fusiformes: geralmente na parte posterior
do pescoço (1.86) ou na região superior da região dorsal,
• Aumento dos vasos sanguíneos da derme em muitos
mais comum em homens; células fusiformes {1.130) em
casos
estroma mucinoso (1.83); aumento do colágeno e de mastó-
citos (1. 78).
Diagnóstico diferencial
4. Lipoma pleomórfico: geralmente na parte posterior do
1. Variante lipofibromatosa do acrocórdon {27.4): muito mais pescoço {1.86), adipócitos hipercromáticos, células gigantes
comum, início na idade adulta, geralmente nódulo pedun- bizarras em florzinha {1.84) que mostram núcleos super-
culado solitário com base mais estreita. postos; é uma lesão pseudomaligna semelhante ao lipos-
2. Síndrome de Goltz (11.8): praticamente nenhuma derme, sarcoma {1.117), mas tem apenas lipoblastos raros e não
aspecto clínico muito diferente. há necrose.
3. Pápulas podais piezogênicas {29.1): pápulas nos calcanhares, 5. Lipoma infiltrativo (lipoma intramuscular): músculo esque-
ocasionalmente dolorosas {1. 95); herniações do tecido adiposo lético encarcerado entre os adipócitos maduros.
que parecem ser induzidas pela pressão exercida através de 6. Lipoma condróide: raro, encapsulado, condroblastos e
uma derme atrófica ou espessada secundariamente. células semelhantes aos lipoblastos, estroma mixóide;
t•
I
I
Estroma mixóide
Célula atípica
Mastácitos
Núcleo do lipoblasto
Vacúolo do tipobtasto
Epiderme
Estrato córneo acral
Colágeno verde
Demarcação nítida
Lúmen do vaso
Músculo vermelho
Músculo liso
29.7 Leiomiossarcoma
(ver Fig. 29.7A,B)
Nódulo ou placa rara na derme ou no tecido subcutâneo, mais 2. Outras neoplasias de células fusiformes (1.130).
comum nos membros, pode produzir metástases. Os leiomios-
sarcomas dérmicos têm prognóstico muito mais favorável que 29.8 Osteoma cutâneo
os subcutâneos profu ndos.
(ver Fig. 29.8A- C)
[il. Proliferação do músculo liso, idêntica à de um leiomioma Pápula ou nódulo incomum n a derme ou no tecido subcu-
(29.6) tâneo, geralmente bran co (1.149) se estiver próximo da super-
• Núcleos pleomórficos atípicos com hipercromasia, quanti- fície da pele. Em geral se origina como ossificação metaplásica
dade aumentada de mitoses (geralmente mais de 1 por 10 secundária de um tecido lesado, por exemplo, áreas de injeção,
campos de grande aumento) e necrose em alguns casos
• Geralmente é positivo para desmina e actina específica do
músculo; raramente é positivo para S-100 • Tecido ósseo eosin ofilico na derme ou na gordura subcu-liJ
• As miofibrilas podem ser demonstradas na coloração pela tânea; osteócitos (dentro de lacunas) geralmente presentes;
PTAH osteoclastos (células multinucleadas) em alguns casos; osteo-
blastos presentes em alguns casos; trabéculas bem formadas
Diagnóstico diferencial geralmente presentes
1. Leiomioma atípico (29.7): tem núcleos atípicos, mas • Pode haver calcificação (1.19, 8.15)
nenhuma mitose ou necrose; é benigno. • Raramente há hematopoiese dentro do osso
Resquícios e Neoplasias Diversos 369
cirurgia, traumatismo ou infecção pregressa; ou da degeneração (1.128) na face (1.44), geralmente relacionadas com a acne
de uma neoplasia, especialmente do pilomatricoma (22.3) ou cicatricial.
carcinoma basocelular (18.14). 2. Osteodistrofia hereditária de Albright: ossificação cutânea
hereditária da derme, do tecido adiposo e das fáscias; início
Variações na infância, relacionada com a resposta anormal dos tecidos
ao hormônio paratireóideo. Não deve ser confundida com
1. Osteomas miliares da face: tipo mais comum de osteoma a síndrome de Albright (síndrome de McCune-Albright,
cutâneo; várias pápulas esbranquiçadas ou da cor da pele 20.2).
>. ' f
0
<) .
... ~~: ~~iil~~~~~~~
-~ <\:/~: ..c .
': \·,~;_<~_··~,,,.-.,.,.,.
Adipócito
Diagnóstico diferencial
L Neoplasias das glândulas sudoríparas (Cap. 23).
Glândula endometrial
Estroma hemorrágico
Adipócitos
Cartilagem
Adipócitos
Linfócitos
Bodian: fibras nervosas marcam-se em preto C07 (leu 9): linfócitos T; marcador esgotado mais comumente
Brown-Brenn: (ver Gram) na micose fungóide
Brown-Hopps: (ver Gram) C079a (MBl): marcador dos linfócitos B utilizado comu-
Cálcio (ver alizarina vermelha, von Kossa) mente nos cortes embebidos em parafina; positivo no
Carmin de Best: são necessários cortes do tecido congelado; plasmocitoma
glicogênio marca-se em vermelho C08 (leu 2, T8): linfócitos citotóxicos-supressores, células
CO lO: linfócitos B do linfoma de células do centro folicular, natural killer (NK) (restritos ao MHC Classe I)
linfoma linfoblástico e linfoma de Burkitt C099: positivo em 95% dos casos do sarcoma de Ewing
C0117: produto do gene c-kit, mastócitos (Z4.11), carcinomas metastático na pele (28.5), mas também é positivo no
de células pequenas (Z8.5) e alguns outros carcinomas são linfoma linfoblástico (24.4) e nos tumores TNEP (Z8.5)
positivos Células de Langerhans: (ver Trifosfato de adenosina, C loreto
C015 (LeuMl): granulócitos, geralmente positivo na doença de ouro, CDl a, Argirofílica, Aglutinina do amendoim,
de Hodgkin, algumas vezes em adenocarcinoma proteína S-100) à microscopia eletrônica, os grânulos de
COl a (leu 6, T6): células de Langerhans Birbeck são demonstrados
CDZ (leu 5, Tll): linfócitos T Células endoteliais: (ver Antígeno relacionado com o fator
COZO (L26, Bl): marcador de células B utilizado comumente VIII, lectina do Ulex europaeus, C031, C034, neoplasias
nos cortes embebidos em parafina vasculares no Capítulo 25) à microscopia eletrônica, as
COZZ: marcador dos linfócitos B organelas típicas são os corpúsculos de Weibel-Palade e
COZ3: algumas células B, positivo no linfoma da zona mar- contêm o fator de von Willebrand
ginal Ceratina (citoceratina): o citoplasma das células epiteliais (carci-
COZ5: linfócitos T e B ativados e macrófagos ativados (recep- noma espinocelular, adenocarcinoma) tem imunomarcação
tor da IL-Z, TAC), pesquisado na micose fungóide antes da em marrom ou vermelho; linfomas, sarcomas e melanomas
quimioterapia com denileucina diftitox (Ontak-!il) são negativos. Existem no mínimo 20 ceratinas, que geral-
C03 (leu 4, T3): linfócitos T mente aparecem aos pares: Tipo I {ácidas, de baixo peso
C030 (Ki-1, BerH2): linfócitos B e T ativados, células atípicas molecular, numeradas de 10 a 20) e Tipo !I (básicas, de alto
grandes do linfoma anaplásico de grandes células, papu- peso molecular, numeradas de 1 a 9}. A ceratina 5 (K-5) e a
lose linfomatóide tipo A, células de Hodgkin, células de K-14 ocorrem em par na camada basal; a K-1 e a K-10, na
Reed-Sternberg camada suprabasal; K-6, K-16 e K-17 na p ele plantar/palmar;
C031: monócitos, granulócitos, linfócitos B e T, células endo- e K-4 e K-13 na região suprabasal das mucosas. Mutações da
teliais; utilizado mais comumente como marcador sensível K-5 e K-14 ocorrem n a EBS (6.6); mutações de K-1 e K-10
para neoplasias vasculares ocorrem na hiperceratose epidermolítica (11.1); e mutações
C034 (@end 10): células precursoras hematopoiéticas, de K-4 ou K-13 ocorrem no nevo esponjoso branco (17.11).
células endoteliais, nervos; utilizado mais comumente para Existem à venda no comércio vários marcadores diferentes
marcar o dermatofibrossarcoma protuberante (27. 10); não para ceratina. O AEl é uma ceratina de baixo peso mole-
é tão sensível para neoplasias vasculares quanto o CD31 e cular, mais comumente positiva na parte basal da epiderme
o Ulex europaeus e nas glândulas sudoríparas. Outras ceratinas de baixo peso
C035: granulócitos, monócitos, eritrócitos, linfócitos B molecular populares são cam 5.Z e PKK-1, utilizadas comu-
C04 (leu 3, T4): linfócitos T auxiliares-indutores (restritos ao mente na doença de Paget. A ceratina ZO gera marcação
MHC Classe II) com pontilhados perinucleares no carcinoma de células de
C043 (leu ZZ): granulócitos, monócitos, linfócitos T; posi- Merkel. A AE3 é uma ceratina de alto peso molecular, mais
tivo na maioria das leucemias e no linfoma de células B comumente positiva nas partes intermediária e superficial
quando o COZO também está expresso da epiderme. A ceratina 7 também é um bom marcador para
C045 (antígeno leucocitário comum, LCA): quando a doença de Paget. Em geral, utiliza-se um "coquetel de cera-
designação C045 é utilizada sem os subtipos R restritos, tinas" ou uma "pan-ceratina" (p. ex., uma mistura de AEl
marca a maioria dos leucócitos (benignos ou malignos); é e AE3), aplicada para ajudar a assegurar que os carcinomas
útil para esclarecer alguns tumores indiferenciados como indiferenciados sejam marcados positivamente
a maioria dos linfomas ou das leucemias (negativo na Citoceratina: (ver Ceratina)
doença de Hodgkin e geralmente negativo no mieloma e Cloreto de ouro: células de Langerhans em negro
na leucemia linfoblástica aguda) CMV (citomegalovírus): pode ser demonstrado por um imu-
C045R: forma restrita do C045 (RA, RB ouRO) nomarcador à venda no comércio (geralmente em marrom
CD45RA (MT 2): linfócitos T e B naive (células do manto) ou vermelho)
C045RB: linfócitos B, alguns linfócitos T, macrófagos Colágeno: (ver Azul ani lina, pentacrômico de Movat,
C045RO (UCHL-1): linfócitos T de memória Tricrômico, Verhoeff-van Gieson)
C05 (leu 1, Tl): linfócitos T, alguns linfócitos B da zona do Colesterol: (ver Schultz)
manto Colóide: coloração semelhante à do Amilóide
C054 (ICAM-1): muitas células ativadas; é o ligando do LFA-1 Colorações pela prata: (ver Argentafínica, Argirofllica, prata
C056 (leu 19, NCAM): linfócitos T natural killer (NK); uti- metenamina de Gomori, Bodian, colorações de Warthin-
lizado comumente para marcar um subgrupo de linfomas Starry, Oieterle, Steiner, von Kossa e Wilder)
de células T angiocêntricos Complemento: (ver Imunofluorescência)
C057 (leu 7): linfócitos T natural killer e outros; também Corante de Leder: (ver Esterase do cloroacetato)
encontrado nas áreas mielinizadas (assim como a proteína Corante Leu: (ver Colorações CO)
básica da mielina) do neuroma e do neurofibroma Cristal violeta: mucopolissacarídios ácidos e amilóide marcam-
C068 (KPl): monócitos, macrófagos; utilizado comumente se metacromaticamente em púrpura com fundo azulado
como marcador de macrófagos, mas não é muito especí- Cromogra nina: marca as neoplasias neuroendócrinas como o
fico e marca o melanoma em alguns casos carcinoma de células de Merkel
Colorações Especiais 375
DeGalantha: os tecidos devem ser fixados com álcool etílico (as Gram-negativas não tendem a corar-se claramente nos
absoluto e não devem ser processados pelas técn icas cortes de tecidos com esses corantes)
rotinei ras; os uratos marcam-se em preto com fundo Grimelius: (ver Argirofilica)
amarelo Hale: (ver Ferro coloidal)
Desm ina: músculos liso e esquelético (leiomioma, leiomios- HAM-56: marcador dos macrófagos, imunomarcação em
sarcoma, tumor glômico, rabdomiossarcoma embrionário) marrom ou vermelho
têm imunomarcação em vermelho ou marrom; menos Hematoxilina-fosfotunguística (PTAH): músculos e fibrina em
específico para músculo que os corantes para actina azul; colágeno em vermelho; demonstra os grânulos do
Dieterle: espiroquetas e alguns outros microrganismos marcam- tumor de células granulosas, as miofibrilas do leiomios-
se em preto sarcoma, as estrias musculares do rabdomiossarcoma; os
Enolase neurônio-específica (NSE): tecido neural, tumor corpúsculos de inclusão da fibroma tose digital recidivante
de células granulosas, carcinoma de células de Merkel e marcam-se em vermelho ou púrpura
outros tumores neuroendócrinos; alguns melanócitos e Hemossiderina: (ver colorações de Per!, azul da Prússia e Azul
tumores melanocíticos; imunomarcação em vermelho ou de Turnbull, 1.58)
marrom; algumas vezes, diz-se jocosamente que esse mar- Hialina: (ver 1.35 e Ácido periódico de Schiff)
cador deveria ser ch amado de enolase inespecífica, porque Hialuronidase: utilizada comu mente nas colorações azul de
algumas vezes marca outras coisas como músculo liso, Alcian ou ferro coloidal; remove o ácido hialurônico dos
alguns melanomas, alguns linfomas, carci noma de células tecidos; os cortes marcados com ou sem hialuronidase
renais e duetos sudoríparos podem ajudar a identificar um mucopolissacarídio ácido
Esterase do cloroacetato (naftol AS-D, NASD, CAE, Leder): Histiócito: (ver Macrófago)
mastócitos e células mielocíticas (exceto mieloblastos) têm HMB-45 (melanina humana-preta): imunomarcação (geral-
grânulos vermelhos no citoplasma; negativo nos monó- mente em marrom ou vermelho) para uma glicoproteína
citos e linfócitos; utilizado comumente na mastocitose dos melanossomos; menos sensível, porém mais específica
(24.11) e na leucemia mielógena (24.4) para os melanócitos que a proteína S-100. É positivo mais
Esterase inespecífica (esterase do acetato de a.-naftol, ou comumente no melanoma que nos nevos benignos, mas
esterase do butirato de a.-naftol): camada de células gra- também tende a marcar as partes superficiais dos nevos
nulosas, glândulas sudoríparas, monóci tos e histiócitos melanocíticos benignos; infelizmente, tende a ser negativo
marcam-se em azul ou vermelho, dependendo do método; no melanoma de células fusiformes; marca alguns nevos dis-
negativa nos neutrófilos plásicos, nevos de Spitz, lipossarcomas e cânceres de mama
Fator XIIIa: macrófagos e dendrócitos dérmicos (células HPV (papilomavírus humano, 14.1): podem ser demonstrados
apresentadoras de antígeno relacionadas com as células por imunomarcadores à venda no comércio, hibridização
de Langerhans) têm imunomarcação em vermelho ou in situ ou reação em cadeia da polimerase (PCR)
marrom; utilizado para marcar dermatofibromas, xanto- lmunofluorescência, método direto: os cortes congelados são
granulomas juvenis, xantoma dissemi nado; negativo no preparados depois do transporte do espécime em meios
dermatofibrossarcoma protuberante especiais como salina normal tamponada com fosfa to,
Ferro: (ver Azul da Prússia, coloração de Per!, azul de meio de Michel ou meio de Zeuss; em seguida, são mar-
Turnbull) cados mais comumente com anti-lgG, anti-IgM, anti-IgA,
Ferro coloidal (Hale): os mucopolissacarídios ácidos marcam- anti-C3 e antifibrinogênio marcados com isotiocianato de
se em azul; a hialuronidase pode ser utilizada com essa fluoresceína (FITC); esse método é importante no diagnós-
coloração para remover o ácido hialurônico tico dos distúrbios bolhosos auto-imunes como pênfigo,
Ferrocianeto potássico de Per!: o ferro (hemossiderina) marca- penfigóide, penfigóide gestacional, dermatite herpeti-
se em azul forme, dermatose bolhosa com deposição de lgA linear,
Feulgen: o ADN cora-se vermelho ou púrpura com fundo doença bolhosa crônica da infância, epidermólise bolhosa
esverdeado
adqu irida e também lúpus eritematoso e vasculites
Fibrina: (ver Hematoxilina fosfotu nguística, Ácido periódico l munoglobulinas: (ver lmunofluorescência)
de Schiff, pentacromo de Movat e imunofluorescência)
Imunoglobulinas, cadeias leves (K ou À): os linfócitos B têm
Fite: Mycobacterium leprae e outros bacilos álcool-ácido resis-
imunomarcação marrom positiva com imunoperoxidase.
tentes marcam-se em vermelho (M leprae e BAAR atípicos
O linfoma de células B e o mieloma plasmocitário
podem ser excessivamente desmarcados por outras colo ra-
mostram imunomarcação monoclonal preferencial em
ções para BAAR como o Ziehl-Neelsen).
marrom ou vermelho para uma cadeia leve em compara-
Fontana-Masson: {ver Argentafinica)
ção com a outra (24.1 e 24.5)
Giemsa: núcleos em azul; citoplasma em rosa; eritrócitos em
Kappa(K): uma das cadeias leves das imunoglobulinas presen-
vermelho; corpúsculos de inclusão, citoplasma dos plas-
mócitos, grânulos dos mastócitos, Histoplasma, Rickettsia, tes nos linfócitos B; em geral, o imunomarcador para esse
algumas bactérias, corpos de Donovan e Leishmania componente é utilizado nos casos em que outros cortes
marcam-se em púrpura ou azul também fo ram marcados para cadeia leve À; se uma dessas
Glicogênio: (ver Carmin de Best, Ácido periódico de Schiff) cadeias leves for muito mais abundante ou estiver presente
abundante em muitos tumores de células claras (1.22) exclusivamente, então há clonalidade sugestiva de neopla-
Gomori, aldeído-fucsina: (ver Aldeído-fucsina) sia maligna (linfoma ou mieloma múltiplo)
Gomori, prata metenamina (GMS): fungos marcam-se em Ki-1: (ver CD30)
preto com contra-coloração de fundo esverdeado Ki-67 (MIB-1): antígeno nuclear associado à proliferação,
Gordura: (ver Óleo vermelho O, Preto Sudão B, Vermelho semelhante ao PCNA c bcl-2; é um indicador de ciclagem
escarlate) celular e tem mais tendência a ser expresso nas lesões
Gram (Brown-Brenn, Brown-Hopps): bactérias Gram-positivas malignas que nas benignas; a marcação acentuada com
marcam-se em azul; bactérias Gram-negativas em vermelho Ki-67 correlaciona-se com prognóstico desfavorável no
376 Colorações Especiais
melanoma; é negativo nos neves e produz um padrão de vermelho nos tumores neurais que contêm axônios, dentre
marcação estratificada no nevo de Spitz (torna-se negativo eles o neuroma e o neurofibroma; negativo no schwan-
na derme profunda); imunomarcação em vermelho ou noma (Cap. 26). Positivo no neuroblastoma e em alguns
marrom outros tumores TNEP (28.5)
Kinyoun, carbol-fucsina: os bacilos álcool-ácido resistentes Óleo vermelho O (ORO): é necessário fazer cortes congelados
marcam-se em vermelho dos tecidos frescos ou fixados com formalina, mas sem
L-26: (ver CD20) qualquer outro tipo de processamento; os lipídios neutros
À: uma das cadeias leves encontradas nos linfócitos B (ver X) marcam-se em vermelho; utilizado mais comumente para
Lectina da Ulex europaeus. (ver também Células endoteliais) carcinoma sebáceo
as células endoteliais têm imunomarcação em marrom ou Orceína-Giemsa (O e G): os grânulos dos mastócitos marcam-
vermelho se em vermelho; as fibras elásticas e a melanina, em
Linfócitos: (ver colorações de CD) marrom-escuro; os núcleos, em azul-escuro; o colágeno, em
Lipídios: (ver Óleo vermelho O, Preto Sudão B, Vermelho rosa; o amilóide e a maioria dos citoplasmas marcam-se em
escarlate) azul-claro; mais útil para identificar fibras elásticas
Lisozima (muramidase): células mielóides (inclusive mielo- Oxidase da diidroxifenilalanina (oxidase da DOPA): não é
blastos, mielócitos e neutrófilos), histiócitos e monócitos utilizada comumente; é necessário usar técn icas especiais
são marcados em marrom de processamento; os melanócitos marcam-se em preto
Macrófago (histiócito verdadeiro): marca-se com a-1-antitrip- PCNA: antígeno nuclear da célula em proliferação, um indi-
sina, lisozima, HAM-56, CD68 e Mac-387 cador de ciclagem celular como o Ki-67 e o bcl-2; imune-
Marcadores CD (Grupos de Diferenciação, do inglês Cluster marcação em marrom ou vermelho, mais tendência a ser
ofDifferentiation): com algumas exceções, a maioria deles positivo nas neoplasias malignas
é de marcadores leucocitários com imunomarcação em Pentacrômico: (ver Movat)
marrom ou vermelho; apenas alguns dos utilizados comu- Pentacrômico de Movat: colágeno e fibras reticulares são ama-
mente em dermatopatologia estão relacionados a seguir relos; músculo e fibrina marcam-se em vermelho; mucina,
Marrom de Bismarck: os grânu los dos mastócitos marcam-se em azul; núcleos e fibras elásticas, em preto
em marrom Plasmócitos: (ver Verde metil-pironina, Imunoglobuli nas,
MART-1 (Antígeno do melanoma reconhecido pelos linfócitos cadeias leves)
T, Melan-A, do inglês Melanoma Antigen Recognized by T Prata metenamina: (ver Gomori)
cells): imunomarcador mais novo (marrom ou vermelho) Proteína ácida da fibrila glial (GFAP): células gliais, astrócitos,
para melanócitos; até certo ponto, é comparável à marca- células de Schwann têm imunomarcação positiva
ção pelo HMB-45 Proteína básica da mielina (MBP): tecido da bainha de
Mastócitos: (ver Giemsa, Azul de toluidina, Marrom de mielina, células de Schwann; positiva no neurofibroma, no
Bismarck, Esterase do cloroacetato, Triptase, CD 117) neuroma e nos tumores de células granulosas, mas nega-
MB1: (ver CD79a) tiva nos nevos neurais e no schwannoma; imunomarcação
MB2: linfócitos B nos tecidos emblocados em parafina em vermelho ou marrom
Melanina: (ver Argirofilica, Argentafinica e outras colorações Proteína líquida da doença cística de Gross (GCDFP): imune-
de prata) marcação em marrom ou vermelho da diferenciação apó-
Melanina, descoloração: utiliza peróxido, permanganato de crina; útil na marcação da doença de Paget (18.13), alguns
potássio ou cloreto de ferro para remover a melanina nos cânceres metastáticos da mama e tumores das glândulas
casos em que ela obscurece as características dos núcleos sudoríparas apócrinas (Cap. 23)
Melanócitos: marcação com S-100, HMB-45 ou MART-1; as Proteína S-100: melanócitos e tumores melanocíticos, tumores
colorações de melanina são positivas se ela estiver presente; gliais e de células de Schwann; tumor de células gra-
a microscopia eletrônica mostra organelas conhecidas nulosas, espirais écrinos (não apócrinos), células de
como melanossomos Langerhans; histiocitose de células de Langerhans; con-
Mucicarmin: mucina epitelial (mucopolissacarídio ácido ou drócitos, músculos liso e esquelético; leiomiossarcoma,
neutro) marca-se em vermelho; geralmente é utilizada para lipossarcoma. Imunomarcação em vermelho ou marrom.
sialomucina, adenocarcinoma, doença de Paget, cápsula O nome S-100 origina-se de sua solubilidade de 100% em
do Cryptococcus; não é uma coloração adequada para sulfato de amônio saturado com pH neutro. Algumas
mucinas da derme vezes, diz-se jocosamente que essa coloração é conhecida
Mucopolissacarídios ácidos: encontrados na substância fun- como proteína S-1 00 porque ela marca 100 coisas dife-
damental do tecido conjuntivo e nas doenças com áreas rentes (não é muito específica), mas apesar disso é uma
mucinosas ou mixomatosas (1.83) e na sialomucina; são ferramenta muito utilizada para neoplasias melanocíticas
marcados pelo azul de Alcian, ferro coloidal, cristal violeta, e neurais em virtude da sua sensibilidade. Atentar para o
azul de toluidina, aldeído-fucsina, Giemsa e mucicarmin fato de que, algumas vezes, marca coisas inesperadas como
Mucopolissacarídios neutros: presentes nas membranas basais, lipossarcomas e adenocarcinoma da mama
nas áreas fibrinóides e no colóide ou na hialina (1.35); Resorcina-fucsina de Weigert: fibras elásticas marcam-se em
corados pelo ácido periódico de Schiff (PAS) e mucicar- púrpura ou preto
mm Retículo: (ver Argirofilica, coloração de Wilder)
Músculo: (ver Tricrômico, Azul anilina, Verhoeff-van Gieson, Schultz: são necessários cortes congelados; o colesterol e os seus
hematoxilina-fosfotunguística, pentacrômico de Movat, ésteres marcam-se em azul-esverdeado; positivo nos xanto-
actina, desmina) mas (exceto no tipo eruptivo) e na doença de Tangier
Nervos: (ver Bodian, Adenosina-Trifosfafto, Proteína básica da Sialomucina: mucina epitelial presente na doença de Paget,
mielina, proteína S-100) no adenocarcinoma e na mucocele é positiva com as colo-
Neurofilamento: filamento intermediário encontrado nos rações para mucopolissacarídios neutros (como o PAS) e
neurônios e nos axônios; imunomarcação em marrom ou para mucopolissacarídios ácidos
Colorações Especiais 377
Sinaptofisina: imunomarcação em marrom ou vermelho no Verhoeff.van Gieson: o Verhoeff marca as fibras elásticas em
carcinoma de células de Merkel e em outras neoplasias preto; o van Gieson marca o colágeno em vermelho e os
neuroendócrinas músculos e nervos em amarelo
Steiner: coloração pela prata; espiroquetas, angiomatose Vermelho Congo: o amilóide marca-se em rosa avermelhado,
bacilar e microrganismos do granuloma inguinal marcam- birrefringência verde quando examinado à luz polarizada; os
se em preto cortes de tecido congelado não-fixado podem fornecer resul-
Sudão preto B: são necessários cortes congelados de tecido tados melhores, mas não são absolutamente necessários
fresco ou fixado em formalina, mas sem qualquer outro Vermelho escarlate (RIT): o amilóide marca-se em vermelho
processamento; os lipídios marcam-se em preto; positivo Vermelho escarlate: são necessários cortes congelados de tecido
na doenças de Niemann Pick, de Gaucher e de Fabry fresco ou fixado em formalina, mas sem qualquer outro
Sulfato de condroitina: (ver Mucopolissacarídios ácidos) processamento histológico; os lipídios marcam-se em
Tecido elástico: (ver colorações de Verhoeff, Weigert, Movat e marrom-avermelhado
Orceína, 1.31) Vímentina: células mesenquimais (inclusive fibroblastos, múscu-
Tioflavina T: o amilóide emite fluorescência amarela quando los, células endoteliais, linfócitos, histiócitos, melanócitos e
examinado ao microscópio de fluorescência células de Schwann) têm imunomarcação em marrom ou ver-
Tricrômico de Mallory: (ver Azul anilina) melho; negativa na maioria dos tumores epiteliais e nos adeno-
Ti:icrômico de Masson: (ver Tricrômico) carcinomas; positiva na maioria dos sarcomas e nos linfomas
Tricrômico de Masson: músculo e ceratina marcam-se em von Kossa: carbonatos, fosfatos, oxalatos, sulfatos, uratos,
vermelho; colágeno, em verde; núcleos, em preto; útil para cloreto e outros sais aniônicos marcam-se em marrom-
diferenciar alguns leiomiomas dos dermatofibromas escuro; geralmente é utilizado para marcar sais de cálcio
Triptase: mastócitos; imunomarcação em marrom ou vermelho Warthin-Starry: (ver também Colorações pela prata) espiro-
UCHL-1 (University of California Histology Laboratory, quetas, granuloma inguinal, rinoescleroma, bactérias da
CD45RO): um marcador para todos os linfócitos T angiomatose bacilar e melanina marcam-se em preto com
Uratos: (ver DeGalantha, von Kossa) fundo amarelo-acastanhado
Verde metil-pironina (MGP): é necessário fazer cortes de tecido Wilder: as fibras reticulares marcam-se em preto; o colágeno
congelado; o verde meti! marca o ADN do núcleo em em vermelho
verde; a pironina marca o ARN dos nucléolos e do cito- Ziehl-Neelsen: os bacilos álcool-ácido resistentes marcam-
plasma dos plasmócitos em vermelho; útil no mieloma e se em vermelho; o coloração de Fite é preferível para
na linfadenopatia angioimunoblástica Mycobacterium leprae e Nocardia
Referências e
Bibliografia Adicional
A. Livms introdutórios básicos de dermatopatologia 24. Murpby G r. Dermatopathology: A practical guid e to com mon
d isorders. Philadelphia: WB Saunders; 1995.
1. Hood Af, Kwan TI-I, M ihm MC, ct ai. Primer of 25 . Murphy GF, Herzberg AJ. Atlas of de rmatopathology.
dcrmatopathology. 3rd cdn. Philad elphia: Lippincott Williams
Philadelphia: \IVB Saunders; 1995.
& Wilkins; 2002 . 26. Okun MR, Ede lstein LM, Fishe r BK. Gross and microscopic
2. Rapini RI~ Jordon RE. Atlas of dermatopathology. Ch icago: pathology of the skin . 2nd cdn. Canton, MA:
YearBook Medicai Publishers; 1988.
D ermatopathology Foundation Press; 1988.
27. Schaumburg-Lever G, Lever W F. Color atlas of hist opathology
B. Livros de texto clássicos de dermatopatologia of t he skin. Philadelphia: JB Lippincott; 1988
28. Shurn DT, Guenther LC. An atlas of histopathology of s kin
3 . Barnhill RL, ed. Textboo k of dermatopathology. 2nd edn. New
diseases. Pearl Rivcr, NY: Parthenon Publishing G roup; 1999.
York: M cG raw-Hill; 2004.
4. EIder DE, Elenitsas R, J ohnson BL, Murphy G F. Lever's
histopathology of the skin. 9th edn. Philadelphia: Li ppincott-
Wi lliams & Wilkins; 2004.
D. Livros de texto clássicos de dermatologia clínica
S. Fatmer ER, Hood AF, eds. Pathology of the skin. 2nd edn. 29. Bolognia JL, Jorizzo JL, Rapini RP. Dennatology. London:
New York: McGraw-Hill; 2000. Mosby; 2003.
6. Maize J C, Le Boit PE, Burgdorf Wll, H urt MA, e t ai. 30. Burns ·r, Breathnach S, Cox N, Griffiths C. Rook's textbook of
Cutaneous p athology. Ph ibdelphia: WB Saunders; 1998. dennatology. 7th edn. Oxford, England: Blackwell Publishi ng;
7. Mehregan A li , I !ashi moto K, Mehrega n DA, Mc hregan DR. 2004.
Pinkus' guide to dermatohistopathology. 6th e dn. New York 31 . Dcmis DJ, ed. C linicai dermatology. 26th edn. Philadelphia:
Mc Graw-Hill; 2001. Lippincott Williams & Wilkins; 1999.
8. Weedon D. Skin patho logy. 2nd edn. Edinburgh: Churchill 32 . Freedberg 1M, Eisen AZ, Wolff K, et ai. Fitzpatrick's
Livingstone; 2003 . dermatology in general medic ine. 6th e dn. New York:
McGraw-Hill; 2003.
C. Atlas de dermatopatologia 33. James WD, Elston D, eds. eMedicin e d ennatology (on line at
emedicine.com). St. Pet ersburg: eMeJiLi ne Coryoration ,
9. Ac kennan AB, Ragaz A The lives of lesions: Chronology in 2001.
cle rmatopathology. New York: Masson Publishing; 1984. 34. Odom RB, James WD, Bc rger TG. Andrews' diseases ofthc
l O. Ackerman AB, Mendonca A . Differential diagnosis in skin 9th edn. Philadelphia: WB Saunders; 2000.
dermatopathology 1, 2nd edn. Philadelphia: Lippi ncott
W illiams & Wi lkins; 1992.
1 I. Ackerman AH, Guo Y, Lazova R, Kaddu S . D ifferential E. Dermatologia clínica
diagnosis in dermat opathology Il. 2nd edn. Philade lphia:
Lippincott Williams & Wilkins; 1999. 35. Callen JP, Greer KE, Paller AS, Swinyer U . Color a tlas o f
12. Ackerman AB, Briggs PL, Bravo F. Diffe rential diagnosis in derrnatology. 2nd edn. Philadelphia : WB Saunders; 1999 .
dermatopathology !li. Philadelphia: Lippincott Williams & 36. Cohen BA. Pediatric dermatology. Lo ndon: Mosby; 1999.
Wilkins; 19 93. 37. Fitzpatrick TB, Johnson RA, Wolff K, et al. C olor atlas and
13. Ackerman AB, White WL, Guo Y, Umbert I. Diffe rential synopsis of clinicai derrnatology. 4th edn. New York: McGraw·
diagnosis in dermatopathology IV Philadelphia: Lippincott Hill; 2001.
Williams & Wilkins; 1994 . 38. Ghatan HEY. Dermatological d ifferential diagnosis a nel pearls.
14. Ackerman AB, Jacobson M, Vitale PA. C lues to diagnosis in New York: Parthenon Publishing G roup; 1994.
clermatopa thology. C hicago: ASCP Press; 1991. 39. Habif T P Clinicai dermatology: A color guid e to diagnosis a nd
15. Ackerman AB, Guo Y, Vitale PA. C lues t o diagnosis in the rapy. 4th edn. St. Louis: Mosby; 2004 .
dem1atopathology 11. Chicago: ASCP Press; 1992 . 40. HaU J C. Sauer 's manual of skin diseases. 8th edn.
16. Bozzo P, Miller RC. D e rmatology and dennato pathology: A Philadelphia: Lippincott W.ll i ~ rm R. Wilk in ~; 2000 .
dynamic interface . Ph iladelphia: Lpp incott-Raven; 1999. 4 1. Harper J, Oranj e A, Prose N. Textbook of pediatric
17. Cockerell CJ. Clinicopathologic coJTelations in de rrnatology. Oxford: Blac kwell Science; 2000.
dermatopathology. Tokyo: lgaJ..:u-Shoin Medicai Pub]jshers; 1995. 42. Lookingbill DP, Marks JG Jr. Principies of dermatology. 3rd
18. Eldcr D, Ele nitsas R, loffreda M, et al. Synopsis and atlas of edn. Philadelphia: WB Saunders; 2000.
Lever 's histopathology of the skin. Pbiladel phia: Lippincott 43. Mallory SB, Lcal- Khouri S. An illustrate d dictionary of
Williams & Wilkins; 1999. dermatologic syndromes. New Yo rk: Parthenon Publishing
19. H u rwitz RM, H ood AF. Pat hology o f the skin: Atlas of clinical- Group; 1999 .
pathological correlation. Stam ford, Connecticut: Appleton & 44. N ish iyama S, lnoue S, Ueki 11, Monk BE. Atlas of regional
Lange; 1998. de rmatology: Diagnosis anel treatment. London : Martin
20. Mackie RM, cd. Milne's d ermatopathology. 2nd cdn. London: Dunitz; 1998.
Edward Arnold; 1984. 45. Sc hac hner LA, Hansen RC: Pediatric dermatology. 2nd edn.
21. McKPP PH . Pathology of t hP sk.in with cli nicai correlations. New York : Churchil l Livingstone; 1995.
2nd edn . Philadelphia: :vtosby-Wolfe; 199 6. 46. Spitz JL. Genodermatoses. New York: W illiams & W ilkins;
22. Mc Kee PH . Essent ial skin pathology. St. Louis: M osby; 1998 . 1996.
23 . Mehregan DA, Mehregan DR. Color atlas of 47 . W'e ston W L, Lan c AT. Color textbook of ped iatric
dennatopathology. :-.Jew York: McGraw-Hill; 1997. dermatology. St Lo uis: Mosby YearBook; 1991.
380 Referências e Bibliografia Adicional
97. Maize JC, Ackerman AB. Pigmented lesions of the skin: 121. Ooud MS, Lust JA, Kyle RA, Pit telkow MR. Monoclonal
Clinicopathologic co rre lations. Philadelphia: Lea & Febiger; gammopathics and associated skin disorders. J Am Acad
1987 . Dermatol 1999; 40:507-535.
98. Requena L, Kiryu [-!, Ackerman AB. N eoplasms with apocrim: 122. Duncan WC, Tschen JA, Knox JM. Terra firma-forme
differentiation. Philadelphia: Uppincot t Williams & Wilkins; dermatosis (letter). Arch Dermatol 1987; 123:567- 569.
1998. 123 . Garcia J, Cohen PR, Herzberg AJ , et ai. Pleomorphic basal cell
99. Steffen C, Ackerman AB. Neoplasms w ith sebaceous carcinoma. J Am Acad Dermatol 1995; 32:740-746.
differentiation. Philadelphia: Lea & Febiger; 1994. 124. Fine J-D, Eady RAJ, Bauer EA, et ai. Revised classification
100. \1\'ick M R, Swa nson PE. Cutaneous adnexal tumors. Chicago: system for in herited epidermolysis bullosa: report of the
ASCP Press; 1991. second international consensus meeting on diagnosis and
classification of epidermolysis bullosa. J Am Acad Oermatol
P. Neoplasias dos tecidos moles 2000; 42:105 I- 1066.
125. Hall JR, H older W, Know JM, et ai. Familial d yskeratotic
101 . Coffi n C M, Oehner LP, O 'S hea PA. Pediat ric soft tissue comedones. J Am Acad Dermatol 1987; 17:808- 814.
tumors: a cliniral, pathological, and therapeutic approach. 126. Headington JT. Tumors of t he hair follicle. Am J Pathol 1976;
New York: Lippincott Williams & Wilkins; 1997. 85:480- 505.
102. Meis-Kindblom JM. Color atlas o f soft tissue turnors. St Louis: 127. Higby OJ. A practical classification of lymphornas (letter). N
Mosby; 1996. Engl J Med 1979; 300:1283.
103. Weiss SW, Goldblum J. Enzingen and Weiss's soft tissue I 28. Kalra L, Treloar A, Price R et al. Blue sclerae and iron
tumors. 4th edn. St. Louis: Mosby; 200 1. deficiency in general practice. Lancet I 987; 1:335.
I 29. Kamino H , Tam ST. Com pound blue ncvus: A variant of blue
Q. Revistas de dermatopatologia nevus wit h an additional junct ional dendritic component. Arch
I 0 4. Arnerican Journal of D ennatopathology. New York: Lippincott D ermatol 1990; 126: 1330- 1333.
Williams & Wilkins. 130. Kerl H, Soyer HP, Cerroni L, et ai. Ancient melanocytic nevus
1 OS. Denn atopathology: Practica l & Conceptual. New York:Ardor Seminars in Diagnostic Pathol 1998; 15:210-2 15.
Scribendi. 131 . Li N, Bajoghli A, Kubba A, Bhawan J. ldentification o f
I 06. Journal of Cutaneous Pathology. Oxford: Blackwell mycobacterial DNA in cutaneous lesions of sarcoidosis. J
Publishing. C utan Pa thol 1999; 26:271- 278.
132. Lokich JJ. Moere C. Chemot herapy-associated palmar-plantar
erythrodysesthesia syndrome . Ann lntern Med 1984;
R. Referências em revistas
I 01:798-799.
107. Ackerman AB, Nussen Lee S. Neoplasms in ali organs of Muir- 133. Lowe L, Rapini RP. Polarizable foreign material in granulomas
Torre syndrome are carcinomas. Dermatopathol: Practical and o f sarcoidosis. J C utan Pathol I 990; 17:305.
Concept ual 1999; 5:3 12- 318. 134. Lowe L, Rapini RP Newer variants and simulants of basa l cell
I 08. Ackerman AB, Penneys NS. Forrnalin p igment in skin. Arch carcinoma. J Dermatol Surg O nco\ 199 1; 17:64 1-648.
Dermatol I 970; I 02:3 18- 321 . 135. Magro C M, Crowson AN, Shapiro BL The intcrstitial
109. Acke rman AB , Magana-Garcia M, OiLeonardo M. Naming granulomatous drug reaction: A distinctive cli nicai and
acquired melanocytic nevi: Unna's, Miescher's, Spitz's, pathological entity. J Cutan Pathol 1998; 25:72-78.
Clark's. Am J Dermatopat bol I 990; 12:193-209. 136. Mabaisavariya P, Cohen PR, Rapini RP. Incidental
I 1O. Ackerman AB, Walton NW lll, Jones RE, Charissi C. "Hot epidermolyt ic hyperkeratosis. Am J D ermatopathol 1995;
comb alopecia"/ "foll icular degencration synd rome" in Africiln- 17:23-28.
American women is t ractio n alopecia. Dermatopat hol: 13 7. McCalmont TH, Brinsko R, LeBoit PE. Melanocytic acral nevi
Practical and Conceptual 2000; 6:320-336. with intraepidermal ascent of cclls (MANIACS): A reappra isal
111. Ball NJ, Golitz LE. Melanocytic nevi with focal atypical of melanocytic nevi from acral sites (abstract). J Cutan Patbol
e pithelioid cell component s: a review of seventy-thrce cases. J 199 1; 18:378.
Am Acad D ermatol 1994; 30:724- 729. 138. McNeely MC, Jorizzo JL, Sol omon AR, ct ai. Primary
11 2. Bergman R. Im munohistopathologic diagnosis of epidermolysis idiopathic cutaneous pustular vasculitis. J Am Acad Oermatol
bullosa. A.m J Derm atopatholl 999; 21:1 85-192. 1986; 14:939-944.
113. Bhawan J, Cao SL. Amelanotic blue nevus: a variant of blue 139. Mctry DW, l lebert AA. Benign cutaneous vascular t umors of
nevus. Arn J Dermatopat hol 1999; 21:225- 228. infancy. Arch Dermatol2000; 136:905-91 4.
114. Boyd AS, Rapini RP. Acral melanocytic neoplasms: A histologic 140. Metze O, Rutten A. Granular parakeratosis, a unique acquired
analysis of I 58 lesions. J Am Acad Dem1atol 1994; disorder of keratinization . .J C utan Pathol 1999; 26:339- 352 .
31:740-745. 14 1. Mones JM, Ackennan AB. Proliferating trichilemmal cyst is
1 I 5. Candiago E, Marocolo D , Manganoni MA, et ai. Nonlymphoid squamous cell carcinoma. Dermatopathol, Practical and
intraepiderrnallllunonuclear cell collections (pseudo-Pautríer l.onc:eptual I 998; 4:295-3 1 O.
abscesses): a morphologic and immunophenot ypical 142. Mutasim DF, Bridges AG. Patch granuloma annulare:
characterization. Am J Dcrmatopathol 2000; 22: 1- 6. Clinicopathologic sLUdy o f 6 patients. J Am Acad Dermatol
116. C hen KR, Su WP, Pit telkow MR, et al. Eosinophilic vasculitis 2000; 42:41 7-421.
in connective tissue disease. J Am Acad Oermatol 1996; 143. Nagasak T, La i R, Medeiros U , et ai. Cyclin O I
35: 1 73- 182. overexpression in Spitz nevi: an immunohistochemical st udy. J
11 7. Clarke PG H . Book review: A criticai review of apoptosis in Cutan Pathol 1999; 21:115-120.
historical perspective. Am J D ermatopathol 2000; 144. Pcterson JL, Read SI, Rodman OG. Família! myxovasaJiar
22:288-290. fib romas. J Am Acad Dermatol 1982; 6: 470-47 2.
11 8. Connelly MG, Wi nkelmann RK. Soli.d facial edema as a 145. Prieto VG , Sadick NS, McNutt NS . Q uantitative
complication of acne \rulgaris. Arch Dermatol I 985; immunohistochemical differences in Langerhans cells in
121:87-90. dermatitis due to internai versus externai antigcn sources. J
11 9. Cowper SE, Kilpatrick "[, Proper S et ai. Solit ary fibrous tumor Cutan Pathol 1998; 25:301- 31 0.
ofthe skin. Am J Dermatopatholl999; 21:213- 219. I 46. Rapini RP Obtaining a skin biopsy and interpreting the results.
120. C rowson AN, Magro C M, Mihm MC Jr. Malignant me lanoma Oerm atologic Clinics 1994; 12:83- 9 1.
with prominent pigment synthesis: "animal type" melanoma. 14 7. Rapini RP "New" diseases in dennatopat hology. Adv Dermatol
Human Pathol 1999: 30:543- 550. 1997; 12:213- 236.
,
lndice
-- -- -------------------------------------------
392 Índice
Schwannoma melanótico psamomatoso, 335 Toxinas, doenças bacterianas causadas por, 155-7
Schwannoma plexiforme, 334 Toxoplasmose, 211
Sézary, síndrome de, 310 Trago acessório, 370-1
Shulman, síndrome de, 132 Transepidérmica, eliminação, 39
Sialometaplasia necrosante, 230-1 Trato intestinal, sangramento/dor no, 15
Sieman, síndrome de, 58 diarréia/doença intestinal inflama tória, 15
Sífilis, 165- 8 neoplasias do, 15
Sífilis endêmica, 168 Tríade da obstrução folicular, 139
Sífilis maligna, 168 Tricoadenoma de Nikolowski, 286-7
Sífilis secundária granulomatosa, 167 Tricoblastoma, 292- 3
Sífilis secundária liquenóide, 166 Tricodiscoma, 292
Sífilis secundária psoriasiforme, 166 Tricoepitelioma, 286-8
Silicone, 107 Tricoepitelioma desmoplásico, 287, 288
Síndrome da luva e meia purpúrica, 200 Tricoestase espinulosa, 142, 286
Síndrome do choque tóxico, 157 Tricofoliculoma, 285- 6
Síndrome dos neuromas mucosos múltiplos, 336 Tricolemoma, 290-2
Siringocistoadenoma papilífero, 295- 6 Tricomicose, 158
Siringofibroadenomatose, 301 Tricotilomania, 145
Siri ngoma, 298 Tripa nossomíase, 210-11
Siringoma condróide, 302 Tromboangiíte obliterante, 83
Sjõgren, síndrome de, 228 Tromboflebite migratória, 80
Sjõgren-Larsson, sí ndrome de, 147 Tromboflebite superficial, 217
Sneddon, síndrome de, 70 das pernas, 80
Sneddon-Wilkinson, dermatose pustulosa de, 51 Trombos, 38
Splendore-Hoeppli, fenômeno de, 170 Trombóticas e embólicas, doenças, 80, 82
Stevens-Johnson, síndrome de, 62, 64 Tronco, lesões do, 39
Stewart-Treves, síndrome de, 328 Trousseau, síndrome de, 80, 217
Sturge-Weber, síndrome de, 323 Tubercúlide papulonecrótica, 161
Subcutâneos, nódulos, 38 Tuberculose, 160- 1
Subepidérmicas, doenças vesiculosas, 91-7 Tuberculose, m iliar, 160
ver também distúrbios específicos Tuberculose cutânea orificial, 161
Supercílio, lesões do, 13 Tuberculose de inoculação primária, 160
Sweet, síndrome de, 67-9, 158 Tuberculose verrucosa cutânea, 161
medicamentosa, 67 Tularemia, 158
Tumor da bainha dos nervos periféricos,
Takatsuki, síndrome de, 312 maligno, 339- 40
Tamponamento folicular, 14 Tumor de células gigantes das bainhas tendinosas, 350
Tatuagem com solução de Monsel, 106, 107 Tumor de células granulosas, 336- 7
Tatuagens, 104-7 Tumor desmóide, 354
Tecido meníngeo heterotópico, 337-8 Tumor dos duetos dérmicos, 300
Tecido neuroglial heterotópico, 337 Tumor fibroistiocítico plexiforme, 355- 6
Tecidos elásticos, alterações dos, 9 Tumor fibroso solitário, 343
Telangiectasia, 38 Tumor gigante da matriz pilosa, 289- 90
Telangiectasia maculosa eruptiva persistente, 318, 319 Tumor glômico, 326-7
Tilose, 58 Tumor pilar, 289- 90
Tinha, 175-7 Tunguíase, 209
Tinha crural, 177
Tinha da barba, 177 Úlceras, 39-40
Tinha da face, 177 Umbigo, lesões do, 40
Tinha da mão, 177 Unh as, 24-5
Tinh a do corpo, 177 azuis, 5
Tinha do couro cabeludo, 176 Unna-Th ost, síndrome de, 58
Tinh a do pé, 177 Urticária, 61-2, 64
Tinha favosa, 177 U rticária colinérgica, 61
Tinha incógnita, 177 Urticária de pressão, 61
Tinha negra, 178 Urticária do frio, 61
Tinha ungueal, 177 Urticária papulosa, 62, 206
Tinha versicolor, 177-78 Urticária pigmentosa, 317, 319
Tireóide, doença da, 38-9 Urticária solar, 61
Índice 395