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- CONSTITUCIONALISMO -
Constitucionalismo nada mais é do que o estudo da história das Constituições, o que nos
permite uma visão panorâmica da evolução histórica do D. Constitucional ao longo do tempo.
Conceito: é a história das Constituições, analisada através da busca pela limitação do
poder. Assim, a ideia principal do constitucional se relaciona à busca do homem político pelo
limite ao poder estatal. Nesse sentido, podemos concluir que o constitucionalismo é o oposto
do absolutismo.
Três ideias principais vão estar presentes em todas as fases do constitucionalismo. São
elas:
Limitação do poder;
Garantia dos direitos; e
Separação dos Poderes.
O constitucionalismo assegura aos cidadãos o exercício dos seus direitos, a divisão dos
poderes e, segundo um dos seus grandes teóricos, a limitação do governo pelo direito.
O constitucionalismo garante aos cidadãos o exercício dos seus direitos, mesmo que
tenha que limitar o poder do governo.
O constitucionalismo pode ser definido como uma teoria (ou ideologia) que ergue o
princípio do governo limitado indispensável à garantia dos direitos em dimensão
estruturante da organização político-social de uma comunidade. Nesse sentido, o
constitucionalismo moderno representa uma técnica de limitação do poder com fins
garantísticos.
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DIREITO CONSTITUCIONAL
Marcelo Novelino e Pedro Taques
LFG – Intensivo 2012
1. FASES DO CONSTITUCIONALISMO
A primeira fase do constitucionalismo não é mencionada pela maioria dos autores, mas
é importante estudá-la, pois pode ser cobrada em concurso público. Ela começa na Antiguidade
Clássica e vai até o final do século XVIII. A primeira experiência considerada como
constitucional, no sentido de tentar limitar o poder estatal, se deu com o Estado Hebreu. Tal
Estado era teocrático, de forma que os dogmas religiosos limitavam não só os súditos, mas
também os soberano. De fato, estabeleceu-se no Estado teocrático limitações ao poder político
ao assegurar aos profetas a legitimidade para fiscalizar os atos governamentais que
extrapolassem os limites bíblicos.
Essa fase também foi seguida de outras experiências, a exemplo da Grécia, Roma e
Inglaterra (Rule of Law).
As características principais do constitucionalismo antigo são:
Constituições consuetudinárias: até o final do século XVII não havia Constituição
escrita, mas costumeira, ou seja, aquela baseada, principalmente, nos
precedentes e costumes judiciais;
Garantia da existência de direitos perante o monarca, limitando o seu poder :
apesar de não existir, à época, Constituição escrita, existiam mecanismos de
limitação do poder, a exemplo de dogmas religiosos, documentos etc.
Supremacia do Parlamento (Inglaterra) : nos países que adotam o Commom Law,
com exceção dos Estados Unidos, parte-se da premissa de que a supremacia é
do Parlamento, e não da Constituição.
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Essa fase do constitucionalismo pode ser considerada a mais importante. Tem início no
final do século XVIII e vai até o fim da 1ª Guerra Mundial. O aspecto determinante para o início
dessa fase é o surgimento das Constituições escritas.
As experiências constitucionais:
São duas as experiências que até hoje marcam o D. Constitucional. A primeira delas é a
experiência norte-americana, em que houve a contribuição da primeira Constituição escrita
(rígida e dotada de supremacia; a Constituição americana foi criada em 1787 e até hoje
prevalece com a ideia de rigidez e supremacia) e do fortalecimento do Poder Judiciário
(garantia jurisdicional; inovação mostrando o Poder Judiciário como responsável por garantir a
supremacia da Constituição).
Como a supremacia da Constituição era garantida pelo Poder Judiciário? Foi nos Estados
Unidos que surgiu o controle de constitucionalidade, criado, inicialmente, através da
jurisprudência, e não por lei. Diz a doutrina que o case responsável pelo surgimento do controle
de constitucionalidade foi o Marbury x Madison, julgado pelo Juiz Marshall, em 1803. Ressalte-
se que, em verdade, esse não foi o primeiro caso em que se discutiu a constitucionalidade de
uma lei, existiram dois anteriores; ocorre que o caso Marbury x Madison foi o primeiro em que
houve a declaração de inconstitucionalidade de uma lei pela Suprema Corte norte-americana.
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Art. 16. Toda sociedade na qual não é assegurada a garantia dos direitos e nem a
separação dos poderes não tem uma Constituição.
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Contudo, há autores que entendem que a federação não surgiu nos Estados Unidos.
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gerações, em verdade, indicam o período em que tais direitos fundamentais foram sendo
consagrados nos textos constitucionais. Essa divisão em dimensões foi feita por Karel Vasak,
divulgadas por Norberto Bobbio. Aqui, vamos utilizar a classificação adotada por Paulo
Bonavides.
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É a fase mais curta do constitucionalismo. Tem início no final da 1ª Guerra Mundial e vai
até, aproximadamente, o final da 2ª Guerra Mundial.
No século XIX iniciou-se uma crise econômica, agravada com o início da 1ª Guerra. Tal
crise também contribuiu para o aumento das desigualdades sociais e, consequentemente, para
o declínio do liberalismo. Daí o surgimento do constitucionalismo moderno ou social.
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Estado Social:
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O professor prefere adotar a expressão de Perez Luño: direito de visita ao patrimônio histórico cultural.
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Boaventura de Souza Santos (“Reconhecer para libertar”): temos o direito de ser iguais
quando a diferença nos inferioriza; temos o direito de ser diferentes quando a igualdade
nos descaracteriza.
Vale dizer, por fim, que nas edições mais recentes do livro de Paulo Bonavides o direito
à paz vem inserido como direito de 5ª dimensão (antes era da 3ª).
Constitucionalismo antigo
FASES DO Constitucionalismo clássico ou liberal
CONSTITUCIONALISMO Constitucionalismo moderno ou social
Constitucionalismo contemporâneo
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No Estado Democrático de Direito, a democracia não é vista apenas sob o seu aspecto formal (vontade da
maioria), mas também material ou substancial (proteção dos direitos da minoria).
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Livros sobre direito à diferença: “Livres e iguais” (Daniel Sarmento); “Direito à diferença” (Álvaro Ricado).
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