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FICHA TÉCNICA DO MATERIAL
grancursosonline.com.br
CÓDIGO:
1882023752
TIPO DE MATERIAL:
E-book
TÍTULO:
Comentários por Questões – Prova MPU – Técnico
ÚLTIMA ATUALIZAÇÃO:
8/2023
COMENTÁRIOS POR QUESTÕES – MPU
Técnico
Sumário
GABARITO COMENTADO.................................................................................................4
CONHECIMENTOS BÁSICOS...........................................................................................4
Língua Portuguesa............................................................................................................4
Acessibilidade...................................................................................................................15
Lei n. 8.112/1990................................................................................................................21
Igualdade Racial................................................................................................................30
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS...................................................................................33
Noções de Administração................................................................................................44
Arquivologia.......................................................................................................................54
GABARITO.........................................................................................................................66
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COMENTÁRIOS POR QUESTÕES – MPU
Técnico
GABARITO COMENTADO
CONHECIMENTOS BÁSICOS
LÍNGUA PORTUGUESA
MÁRCIO WESLEY
Texto CB2A1-I
1 Se a cultura, no que tange a valores e visões de mundo, é fundamental para nossa
constituição enquanto indivíduos (servindo-nos como parâmetro para nosso comporta-
mento moral, por exemplo), limitarmo-nos a ela, desconhecendo ou depreciando as de-
mais culturas de povos ou grupos dos quais não fazemos parte, pode nos levar a uma
5 visão estreita das dimensões da vida humana. O etnocentrismo, dessa forma, representa
uma visão de mundo que toma a cultura do outro (alheia ao observador) como algo me-
nor, sem valor, errado, primitivo. Ou seja, a visão etnocêntrica desconsidera a lógica de
funcionamento de outra cultura, o que faz o indivíduo limitar-se à visão que possui como
referência cultural. A herança cultural que recebemos de nossos pais e antepassados
10 contribui para isso, pois nos condiciona ao mesmo tempo em que nos educa.
Tomar conhecimento do outro sem aceitar sua lógica de pensamento e seus hábitos
acaba por gerar uma visão etnocêntrica e preconceituosa, o que pode até mesmo se
desdobrar em conflitos diretos. O etnocentrismo está, certamente, entre as principais
causas da intolerância internacional e da xenofobia. Basta pensarmos nas relações en-
15 tre norte-americanos e latinos imigrantes, entre franceses e os povos vindos do norte
do continente africano que buscam residência em países estrangeiros, apenas como
exemplos. A visão etnocêntrica caminha na contramão do processo de integração global
decorrente da modernização dos meios de comunicação como a Internet, pois é sinônimo
de estranheza e de falta de tolerância.
Internet: <https://brasilescola.uol.com.br> (com adaptações).
1. A cultura é um fator que limita a concepção de mundo dos diferentes povos, levando-os
a uma visão estreita das dimensões da vida humana.
COMENTÁRIO
A primeira frase do texto reconhece a importância da cultura para nos constituir como
indivíduos: “a cultura... é fundamental para nossa constituição enquanto indivíduos”. Em
seguida, a frase continua e apresenta um perigo decorrente de nos limitarmos à cultura
e desconhecer ou depreciar outras culturas. O perigo é que a atitude de nos limitarmos à
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Técnico
nossa cultura sem conhecer e sem valorizar outras culturas pode levar a uma visão estreita
das dimensões da vida humana. Então, segundo o texto, não é a cultura em si mesma que
limita a concepção de mundo dos povos; o que limita a concepção de mundo dos povos é
a atitude de se limitarem a sua própria cultura, sem procurar conhecer outras culturas ou
sem valorizar outras culturas.
Assuntos cobrados: compreensão e interpretação de textos, pressupostos e inferências,
significação literal e contextual de palavras.
2. De acordo com o texto, a herança cultural repassada pelos pais contribui para que seus
filhos desenvolvam uma visão etnocêntrica.
COMENTÁRIO
Lemos nas linhas 9 e 10 do texto que: “A herança cultural que recebemos de nossos pais
e antepassados contribui para isso [isto é, contribui para o indivíduo limitar-se à visão que
possui como referência cultural], pois nos condiciona ao mesmo tempo em que nos educa”.
Ora, essa visão limitada pela herança cultural aparece, no início do segundo parágrafo,
identificada como etnocentrismo.
Assuntos cobrados: compreensão e interpretação de textos, significação literal e contex-
tual de palavras.
COMENTÁRIO
Lemos nas linhas 13 e 14 do texto que: “O etnocentrismo está, certamente, entre as prin-
cipais causas da intolerância internacional e da xenofobia”. Então, conclui-se que o etno-
centrismo é um dos desencadeadores da xenofobia, e não o contrário, como afirmou esse
item (a xenofobia é um dos principais desencadeadores do etnocentrismo).
Assuntos cobrados: compreensão e interpretação de textos, pressupostos e inferências,
significação literal e contextual de palavras.
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4. Em “servindo-nos” (l.2), o pronome “nos” poderia ser suprimido, sem prejudicar a corre-
ção gramatical e a coesão do texto.
COMENTÁRIO
Atenção! Esse item não perguntou se o sentido do texto será preservado, mas se a retirada
do pronome “nos” não iria prejudicar a correção gramatical e a coesão do texto. Em termos
de coesão, esse pronome (nos) apareceu ligado a um verbo (servindo); um verbo possui
como referente seu sujeito, além de apontar um alvo da ação verbal em seu objeto direto
ou objeto indireto. Aqui é preciso também registrar o aspecto gramatical: esse verbo não é
um verbo pronominal, ou seja, pode ser conjugado sem participação obrigatória de prono-
me pessoal oblíquo átono. Vamos lembrar que um verbo pronominal deve ser conjugado
com a participação obrigatória de pronomes pessoais oblíquos átonos (exemplo de verbo
pronominal: eu me refiro, ele se refere, nós nos referimos... – usa-se obrigatoriamente com
os pronomes “me, te, se, nos...”). Então, como esse verbo (servir) não é pronominal, é cor-
reto conjugar sem pronome pessoal oblíquo átono e escrever “servindo” sem o pronome
“nos”. Agora, vamos retornar ao aspecto da coesão. Note que a frase entre parênteses
possui dois pronomes com a mesma referência na primeira pessoa plural: nos, nosso.
Assim, ao escrever “servindo” sem o pronome “nos”, ainda teremos o pronome possessivo
“nosso” para assegurar a coesão referencial com a primeira pessoa do plural, assim como
teremos o mesmo sentido de destino da ação verbal: [a cultura] servindo como parâmetro
para nosso comportamento... – ou seja, continuamos entendendo que a cultura serve para
nós como parâmetro. Resultado: a retirada desse pronome “nos” não prejudica a correção
gramatical nem a coesão do texto.
Assuntos cobrados: regência verbal, transitividade verbal, verbos pronominais, emprego
de pronomes, coesão referencial, estrutura da oração, morfossintaxe, compreensão e in-
terpretação de textos.
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5. Na linha 3, a correção do texto seria prejudicada caso a vírgula empregada logo após o
parêntese fosse substituída por ponto-e-vírgula.
COMENTÁRIO
O ponto-e-vírgula tem seu emprego normatizado pela gramática como sinal de pontuação
entre orações coordenadas sindéticas conclusivas ou adversativas, ou entre orações coor-
denadas assindéticas, ou ainda entre elementos de enumeração ao final de frase. Porém,
nenhum desses casos ocorre na frase inicial do texto. Essa frase iniciou com uma oração
subordinada adverbial condicional, que começa na 1ª linha em “Se a cultura...” e vai até
onde se fecha o parêntese na linha 3. Em seguida, aparece a oração principal em: “limi-
tarmo-nos a ela... pode nos levar a uma visão estreita...”. Ora, uma oração subordinada
adverbial escrita antes de sua oração principal só pode ter vírgula; não pode ter ponto-
-e-vírgula.
Assuntos cobrados: emprego dos sinais de pontuação, domínio das relações morfossin-
táticas no período composto (orações subordinadas).
COMENTÁRIO
7. O trecho “Tomar conhecimento (...) preconceituosa” (l. 11 e 12) poderia ser reescrito,
sem prejuízo da correção gramatical e do sentido do texto, da seguinte forma: Tomar
conhecimento do outro sem aceitar a lógica de seu pensamento e sem acatar a lógica
de seus hábitos acabam gerando uma visão etnocêntrica e preconceituosa.
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COMENTÁRIO
Ocorreu um erro gramatical nessa reescrita. O sujeito da forma verbal “acabam” está repre-
sentado por uma oração subordinada substantiva subjetiva. Atenção: o núcleo dessa ora-
ção subordinada substantiva subjetiva está na forma verbal “tomar”: “tomar conhecimento
do outro sem aceitar a lógica de seu pensamento e sem acatar a lógica de seus hábitos”.
Na verdade, essa é uma oração complexa, porque a função de sujeito é exercida por um
complexo de três orações, sendo duas delas subordinadas para a primeira. Note que as
orações “sem aceitar a lógica de seu pensamento” e “sem acatar a lógica de seus hábitos”
estão apresentando condições subordinadas para a primeira oração: tomar conhecimento
do outro. Repito: a ideia central, o núcleo desse complexo de três orações está no verbo
“tomar”. A forma verbal “acabam” aparece depois na oração principal: “acabam gerando
uma visão etnocêntrica e preconceituosa”. Devemos agora recordar a regra de concordân-
cia: quando um verbo (acabam) possui sujeito na forma de oração (tomar conhecimento...
hábitos), esse verbo (acabam) deve ficar na terceira pessoa do singular. Então, vamos cor-
rigir e escrever: acaba. Cuidado para não pensar que a conjunção “e” estaria ligando dois
núcleos do sujeito. Repito: ocorreram duas orações subordinadas adverbiais condicionais
dentro da estrutura oracional do sujeito oracional da forma verbal “acabam”, mas o único
núcleo desse longo sujeito é apenas “tomar”. As demais transformações mantiveram cor-
reção gramatical e preservação o sentido.
Assuntos cobrados: concordância verbal, morfossintaxe da oração e do período compos-
to, compreensão e interpretação de textos.
8. No penúltimo período do texto, a correção gramatical estaria preservada se, logo após
a forma verbal “pensarmos” (l.14), fosse inserida a expressão por exemplo, desde que
excluídas a expressão “apenas como exemplos” (l.16 e 17) e a vírgula que a antecede.
COMENTÁRIO
Ao inserir a expressão “por exemplo” após “pensarmos” fica mesmo adequada, se for ex-
cluída a expressão agora redundante “apenas como exemplo”, e consequentemente for
excluída também a vírgula antes de “apenas”. O problema é que a questão não mencionou
que a expressão “por exemplo” deve ficar entre vírgulas. Então, sem mencionar essas
vírgulas necessárias, vai haver erro gramatical. O correto seria escrever a expressão “por
exemplo” entre vírgulas, da seguinte maneira: Basta pensarmos, por exemplo, nas rela-
ções entre... em países estrangeiros.
Assuntos cobrados: emprego dos sinais de pontuação, compreensão e interpretação de textos.
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9. A inserção de uma vírgula após “global” (l.17) alteraria os sentidos originais do texto,
mas não sua correção gramatical.
COMENTÁRIO
Após “global”, na linha 17, aparece um adjetivo: decorrente. Esse adjetivo está relacionado
com o substantivo anterior: integração. Sem vírgula, como está no texto original, o adje-
tivo “decorrente” exerce função sintática de adjunto adnominal, e adjunto adnominal traz
sentido de característica permanente e de restrição. Com a vírgula empregada antes de
“decorrente”, esse adjetivo passa a exercer função sintática de predicativo, e predicativo
traz sentido de estado passageiro e de explicação. Portanto, é verdade que essa vírgula
inserida alteraria os sentidos originais do texto, mas não prejudicaria a correção gramatical.
Assuntos cobrados: morfossintaxe da oração, semântica dos termos da oração, valores
e empregos de adjetivos (diferença entre adjetivo restritivo e adjetivo explicativo), emprego
dos sinais de pontuação.
Texto CB2A1-II
1 Em 1979, foi aprovada pela Assembleia Geral da ONU a Convenção para a Elimina-
ção de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher. O tratado internacional entrou
em vigor internamente no Brasil apenas em 2002.
A Convenção prevê que os Estados signatários adotem política destinada a eliminar
5 a discriminação contra a mulher, entendida como “toda distinção, exclusão ou restrição
baseada no sexo e que tenha por objeto ou resultado prejudicar ou anular o reconheci-
mento, gozo ou exercício pela mulher, independentemente de seu estado civil, com base
na igualdade do homem e da mulher, dos direitos humanos e das liberdades fundamen-
tais nos campos político, econômico, social, cultural e civil ou em qualquer outro campo”.
10 As medidas previstas visam garantir o gozo dos direitos humanos e das liberdades
fundamentais das mulheres, em igualdade de condições com os homens, além de bus-
car alterar os padrões socioculturais de conduta e suprimir todas as formas de tráfico de
mulheres e exploração da prostituição feminina.
A Convenção prevê, ainda, a adoção de ações afirmativas, a exemplo do que ocorreu
15 no Brasil com a cota eleitoral de sexo, prevista na Lei n. 9.504/1997 (Lei das Eleições).
O dispositivo exige que as candidaturas dos partidos obedeçam, nas eleições proporcio-
nais, ao parâmetro mínimo de 30% e máximo de 70% para cada sexo.
Internet: <http://justificando.cartacapital.com.br> (com adaptações).
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10. O texto informa que, em 2002, entrou em vigor no Brasil o primeiro dispositivo legal para
eliminação da discriminação contra a mulher.
COMENTÁRIO
11. Depreende-se do texto que a cota eleitoral de sexo é um dos exemplos mais prósperos
de ação afirmativa implementada no Brasil, no que diz respeito à eliminação da discri-
minação contra a mulher.
COMENTÁRIO
O último parágrafo do texto mencionou a cota eleitoral de sexo no Brasil como um exemplo
de ações afirmativas previstas pela Convenção da ONU para Eliminação de Todas as For-
mas de Discriminação contra a Mulher. Foi apenas um exemplo, citado sem juízo de valor,
sem elogios, sem julgar como sendo o mais próspero. Então, o item extrapola o texto.
Assuntos cobrados: compreensão e interpretação de textos, significação literal e contex-
tual de palavras.
12. As medidas a que se refere o terceiro parágrafo estão elencadas no segundo parágrafo,
especificamente no trecho “toda distinção (...) outro campo” (l. 5 a 9).
COMENTÁRIO
O terceiro parágrafo informa os objetivos das medidas previstas pela Convenção: “visam
garantir o gozo dos direitos humanos e das liberdades fundamentais das mulheres...”. Po-
rém, esse parágrafo não informa que medidas são essas. O segundo parágrafo também
não informa essas medidas, mas fez uma lista de exemplos de discriminação contra a mu-
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lher, que devem ser combatidos: “toda distinção, exclusão ou restrição baseada no sexto
e...”. Mas o item afirmou que era uma lista de medidas para combater a discriminação.
Errou feio, pois, na verdade, se trata de uma lista de atos de discriminação, no segundo
parágrafo. Lembrete: medidas são ações, e não são apenas os objetivos de ações que o
texto nem mencionou quais seriam.
Assuntos cobrados: compreensão e interpretação de textos, significação literal e contex-
tual de palavras.
COMENTÁRIO
Lemos ao final do terceiro parágrafo que: “suprimir todas as formas de tráfico de mulheres
e exploração da prostituição feminina”. Note: trata-se de suprimir exploração da prostitui-
ção feminina. Não se trata de suprimir a prostituição feminina. Na verdade, a prostituição
feminina pode continuar como um dos atos de liberdade da mulher no uso de seu corpo.
O que se deseja suprimir é a exploração feminina por indivíduos que praticamente escra-
vizam mulheres para obter lucros com a prostituição delas. Quanto a alterar os padrões de
conduta da sociedade em geral, o item está correto, conforme lemos no terceiro parágrafo:
“além de buscar alterar os padrões socioculturais de conduta”.
Assuntos cobrados: compreensão e interpretação de textos, significação literal e contex-
tual de palavras.
Com relação aos aspectos linguísticos do texto CB2A1-II, julgue os itens a seguir.
14. O trecho “para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher” (l.
1 e 2) apresenta a razão pela qual a ONU aprovou a referida Convenção.
COMENTÁRIO
A preposição “para”, que iniciou o trecho em questão, não é usada para apresentar razão ou
justificativa. A preposição “para” pode ser empregada com outros sentidos: finalidade, destino,
ou apenas na introdução de complemento nominal ou de objeto indireto. No início do texto,
recebemos a informação sobre a finalidade da Convenção da ONU: para eliminar todas as
formas de discriminação contra a mulher. Então, a preposição “para” introduziu a finalidade,
e não a razão. Para informar razão ou justificativa, podemos empregar outra preposição: a
preposição “por” seguida de infinitivo. Por exemplo: por estudar bem, ela gabaritou as provas.
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COMENTÁRIO
O parágrafo original iniciou com uma oração na voz passiva analítica (foi aprovada pela
Assembleia Geral da ONU) e com o sujeito paciente (a Convenção...). A nova redação
transformou essa oração na voz passiva analítica para a voz ativa e, corretamente, mante-
ve o tempo verbal e as relações de sentido: quem praticava a ação era o agente da passiva
(pela Assembleia Geral da ONU), que agora aparece como sujeito agente (a Assembleia
Geral da ONU); quem recebia a ação era o sujeito paciente (a Convenção...), que agora
aparece como objeto direto (lembre-se: objeto é termo paciente, pois recebe ação do verbo
na voz ativa). A segunda oração do primeiro parágrafo já trazia informação que frustrava
o leitor: o Brasil só colocou em vigor a Convenção da ONU de 1979 no ano 2002. Essa
frustração condiz perfeitamente com o emprego de conjunção coordenativa adversativa
“entretanto”; fica coerente, fica adequada para as relações de ideias do texto. Além disso,
o trecho original “entro em vigor” tem seu sentido preservado na reescrita “passou a viger”.
Apenas uma observação inquietante e um pouco de crítica à banca: o deslocamento do
longo adverbial “apenas em 2002” para o início da oração deveria corresponder ao empre-
go de vírgula após “2002”, mas a banca relevou esse uso de vírgula que ela mesma exige
em outras provas e na avaliação de provas discursivas.
Assuntos cobrados: vozes verbais, emprego dos sinais de pontuação, domínio de rela-
ções morfossintáticas e semânticas no período simples, coesão sequencial e domínio de
conectores, coerência textual.
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16. A substituição de “e suprimir” (l.12) por ao suprimir não comprometeria a correção gra-
matical do período, mas alteraria seu sentido original.
COMENTÁRIO
Aqui vamos precisar observar o trecho do texto: “além de buscar alterar os padrões so-
cioculturais de conduta e suprimir todas as formas de tráfico de mulheres e exploração da
prostituição feminina”. Nesse trecho original, existe uma soma entre “de buscar alterar os
padrões...” e “e suprimir todas...”. Essa soma está feita em subordinação com “além de”.
A questão troca “e suprimir” por “ao suprimir”. Ora, a combinação entre “ao” e verbo no
infinitivo (suprimir) informa um sentido de tempo, diferente do sentido aditivo original. O
resultado reescrito fica: ...além de buscar alterar os padrões socioculturais de conduta AO
SUPRIMIR todas as formas... – nessa nova redação, a oração iniciada em “ao suprimir...”
vai se tornar uma oração subordinada adverbial temporal em relação ao segmento anterior
(além de buscar alterar os padrões...). Isso muda o sentido original de adição para o novo
sentido de tempo. Apesar de mudar o sentido, a nova redação ainda mantém a correção
gramatical. Cuidado: o item trocou “e suprimir” por “ao suprimir” – note que a conjunção
“e” foi retirada; isso quer dizer que não estamos mais obrigados a manter o paralelismo.
Paralelismo consiste em igualdade nos trechos coordenados. Essa igualdade existia no
texto original entre “além de buscar alterar... e suprimir...”, com os verbos na mesma forma
de infinitivo nos dois segmentos ligados pelo “e”. Agora, na reescrita, sem o “e”, não existe
mais coordenação nem a necessidade de paralelismo.
Assuntos cobrados: domínio das relações morfossintáticas no período composto, para-
lelismo sintático e semântico, domínio dos mecanismos de coesão sequencial e emprego
de conectores.
17. Seria gramaticalmente correta a substituição de “das mulheres” (l.11) por às mulheres.
COMENTÁRIO
Atenção: esse item não perguntou se o sentido original será mantido; mas somente se seria
mantida a correção gramatical. É necessário, primeiro, compreender a estrutura completa
da oração: “As medidas previstas visam garantir o gozo dos direitos humanos e das liber-
dades fundamentais das mulheres”. Nessa oração, o verbo “garantir” apareceu com apenas
um objeto direto (garantir algo): ...garantir o gozo dos direitos humanos e das liberdades
fundamentais das mulheres. Dentro desse objeto direto, o termo final (das mulheres) funcio-
na como adjunto adnominal (sentido de posse: de quem são as liberdades fundamentais), e
por isso ocorreu a preposição “de” em “das” para estabelecer relação de posse. Agora pre-
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cisamos lembrar que o verbo “garantir” pode ser empegado com objeto direto (garantir algo)
e com objeto indireto (garantir a alguém). Assim, vamos poder escrever dois objetos (um
direto e um indireto) para esse verbo na mesma oração: ...garantir [o gozo dos direitos hu-
manos e das liberdades fundamentais] {às mulheres}. Aqui o objeto direto está representa-
do por [o gozo dos direitos humanos e das liberdades fundamentais], ao passo que o objeto
indireto está representado por {às mulheres}. Nesse objeto indireto, temos a preposição “a”
para satisfazer a regência do verbo “garantir” (garantir algo, e garantir a alguém), e temos o
artigo feminino no plural “as”; por isso ocorre corretamente o sinal de crase.
Assuntos cobrados: regência verbal, domínio das relações morfossintáticas na oração
(termos da oração), emprego de preposições, emprego do sinal indicativo de crase.
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ACESSIBILIDADE
ALICE ROCHA
Com relação aos direitos de acessibilidade previstos na Lei n. 13.146/2015, julgue os itens
seguintes.
18. Projetos que busquem benefícios de recursos públicos, ainda que somente de renúncia
fiscal, deverão estar de acordo com as normas de acessibilidade para serem aprovados.
COMENTÁRIO
Em conformidade com o art. 54, III, da Lei n 13.146/2015:
Art. 54. São sujeitas ao cumprimento das disposições desta Lei e de outras normas
relativas à acessibilidade, sempre que houver interação com a matéria nela regulada:
III – a aprovação de financiamento de projeto com utilização de recursos públicos, por meio
de renúncia ou de incentivo fiscal, contrato, convênio ou instrumento congênere; (Grifos nossos.)
19. As políticas públicas, desde sua concepção, deverão adotar o desenho universal, que,
por sua natureza inclusiva, não comporta adaptações.
COMENTÁRIO
Conforme o art. 3º, II, da Lei n. 13.146/2015, a definição de desenho industrial é:
Art. 55, § 1º O desenho universal será sempre tomado como regra de caráter geral.
§ 2º Nas hipóteses em que comprovadamente o desenho universal não possa ser em-
preendido, deve ser adotada adaptação razoável. (Grifos nossos.)
Sendo assim, o desenho industrial pode comportar adaptações.
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COMENTÁRIO
Conforme a literalidade do art. 62 da Lei n. 13.146/2015:
COMENTÁRIO
Conforme o art. 69, § 1º, da Lei n. 13.146/2015:
Sendo assim, alternativa incorreta, visto que fica a expensas do fornecedor do produto ou
do serviço e não do poder público.
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Técnico
Visto que a virtude se relaciona com paixões e ações, e é às paixões e ações voluntárias
que se dispensa louvor e censura, enquanto as involuntárias merecem perdão e às vezes
piedade, é talvez necessário a quem estuda a natureza da virtude distinguir o voluntário do
involuntário. Tal distinção terá também utilidade para o legislador no que tange à distribui-
ção de honras e castigos. São, pois, consideradas involuntárias aquelas coisas que ocorrem
sob compulsão ou por ignorância; e é compulsório ou forçado aquilo cujo princípio motor se
encontra fora de nós e para o qual em nada contribui a pessoa que age e que sente a paixão
— por exemplo, se tal pessoa fosse levada a alguma parte pelo vento ou por homens que
dela se houvessem apoderado.
(...)
No que tange a dar ou receber dinheiro, a mediania é a generosidade; o excesso é a pro-
digalidade, e a deficiência, a mesquinhez, mas o indivíduo pródigo e o mesquinho são exces-
sivos e carentes de maneiras opostas entre si; o pródigo se excede em dar e é deficiente em
obter, enquanto o mesquinho se excede em obter e é deficiente em dar.
Aristóteles. Ética a Nicômaco. In: Os pensadores. (Org.) José A. M. Pessanha.
4. ed. Vol. 2. São Paulo: Nova Cultural, 1991 (com adaptações).
22. Segundo Aristóteles, é preciso identificar entre as ações e as paixões as que sejam
voluntárias, ou seja, aquelas que dependem da vontade, a fim de se reconhecer seu
aspecto ético.
COMENTÁRIO
Partindo-se do texto de referência, temos que às ações voluntárias se dispensa louvor e
censura, enquanto as involuntárias merecem perdão e às vezes piedade. Nesse sentido,
infere-se que a conduta ética depende de autonomia por parte do agente, atuando de for-
ma consciente e responsável.
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COMENTÁRIO
Para Aristóteles, a felicidade, como bem supremo, é alcançada a partir da virtude. Esta é
definida como a justa medida, mediania, meio-termo entre vícios de opostos, seja por defi-
ciência ou por excesso. Tratando-se da generosidade como virtude, temos a prodigalidade
(vício por excesso) e a mesquinhez (vício por deficiência) como seus extremos.
COMENTÁRIO
O autor, com base no texto, vincula ética à autonomia de ação (vontade) de agir de maneira
correta. Nesse sentido, a autonomia depende da razão, da reflexão – guiando as ações por
meio das virtudes (qualidades/excelências humanas). Ao traçar um paralelo com o serviço
público, infere-se que a atuação de servidores deva seguir a mesma premissa: agir de for-
ma autônoma, responsável, consciente.
25. O indivíduo pródigo do modelo aristotélico deve servir de modelo para a ação ética no
serviço público, haja vista ser ele, ao contrário do mesquinho, exemplo de generosidade.
COMENTÁRIO
De acordo com o texto, exemplo de indivíduo ético é o que age de maneira virtuosa, ou
seja, com generosidade. O pródigo e o mesquinho estão nos extremos opostos da media-
nia (generosidade). Com isso, são considerados excessivos, deficientes, antiéticos.
26. Servidores públicos são orientados a agir de forma involuntária no exercício de suas
funções, porque estão subordinados ao conjunto das leis e normas que regulam as fun-
ções públicas; portanto, suas ações, especialmente as que sejam relativas ao uso de
recursos públicos, não podem ser pautadas nos princípios da ética aristotélica.
COMENTÁRIO
Considerando o texto de base, seria o contrário. Servidores públicos precisam atuar de
maneira voluntária, consciente. O princípio da legalidade não garante ética, para além dele
é necessário honestidade, a qual favorece o alcance de finalidade (bem comum) que, ao
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Técnico
COMENTÁRIO
Em consonância com o Código, o documento estabelece os princípios e as normas de
conduta ética aplicáveis aos servidores do Ministério Público da União (MPU) e da Esco-
la Superior do Ministério Público da União (ESMPU), bem como aos colaboradores que
prestarem serviço nesses Órgãos, por força de lei, contrato ou de qualquer ato jurídico, de
forma temporária ou permanente, ainda que sem retribuição financeira, sem prejuízo da
observância dos demais deveres e vedações legais e regulamentares.
28. Os princípios que regem esse código de ética coincidem com os princípios constitucio-
nais que governam a atuação da administração pública: legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência.
COMENTÁRIO
De acordo com o Código de Ética e de Conduta do Ministério Público da União (MPU) e da
Escola Superior do Ministério Público da União (ESMPU), figuram como princípios da nor-
ma: legalidade, impessoalidade, moralidade, lisura, transparência e urbanidade. Des-
se modo, apenas os três primeiros coincidem com os princípios básicos constitucionais.
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No que se refere a ética no serviço público, julgue o próximo item, com base no Decreto n.
1.171/1994 — Código de Ética Profissional do Serviço Público.
29. Constitui dever fundamental do servidor público abster-se de exercer sua função com
finalidade estranha ao interesse público, mesmo que observadas as formalidades legais.
COMENTÁRIO
Abster-se significa deixar de fazer. Conforme a norma de referência, em seu Capítulo I,
Seção II, Dos principais deveres do servidor público:
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COMENTÁRIOS POR QUESTÕES – MPU
Técnico
LEI N. 8.112/1990
RICARDO BLANCO
Acerca dos fatos relatados no trecho do parecer hipotético apresentado, julgue os itens a
seguir, com base na Lei n. 8.112/1990.
30. A conduta do servidor que conduzia o veículo configura inobservância do dever funcio-
nal de zelar pela economia do material e pela conservação do patrimônio público.
COMENTÁRIO
Conforme o art. 116, VII, da Lei n. 8.112/1990:
31. A referida lei prevê pena de suspensão para o servidor que conduzia o veículo, em
razão da natureza e gravidade da sua falta bem como dos danos desta provenientes.
COMENTÁRIO
Segundo a Lei n. 8.112/1990, a suspensão será aplicada nos casos de reincidência de
advertência ou no caso das infrações do art. 117, XVII e XVIII.
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COMENTÁRIOS POR QUESTÕES – MPU
Técnico
Julgue os itens subsecutivos à luz da Lei Complementar n. 75/1993, que dispõe sobre a orga-
nização, as atribuições e o estatuto do Ministério Público da União (MPU).
32. O controle da atividade policial exercido pelo MPU visa tanto prevenir quanto corrigir
ilegalidades e abuso de poder.
COMENTÁRIO
Inicialmente, precisamos considerar que a polícia está submetida a dois tipos de controle:
o controle interno, que é realizado pelas próprias Corregedorias de polícia competentes, e
o controle externo, que é realizado pelo Ministério Público. Sendo assim, o MP tem a res-
ponsabilidade de fiscalizar a atividade policial, e, havendo irregularidades, ele pode adotar
medidas judiciais ou extrajudiciais, como ajuizar ação contra os infratores ou requisitar a
abertura de inquérito para investigar os fatos. É importante ressaltar que caberá ao MP
requisitar a abertura de inquérito policial que deverá ser realizado pela autoridade policial.
A título de curiosidade, o MP pode por si só instaurar inquérito, denominado Inquérito Civil
Público (IPC), que é um procedimento de atribuição exclusiva do Ministério Público, de
natureza inquisitiva, administrativa e informal, o que possibilita uma prévia investigação de
fatos denunciados com indícios fortes de que um direito coletivo foi violado. Destaco ainda
que o ICP não é obrigatório, o membro do MP pode ou não instaurar e é de atribuição ex-
clusiva do Ministério Público.
De toda forma, o controle externo tem o propósito de evitar excessos no funcionamento
interno da instituição policial e assegurar que os direitos fundamentais de um acusado, por
exemplo, não sejam violados.
Sendo assim, a Constituição estabelece que está entre as funções institucionais do Minis-
tério Público exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei complementar,
a LC n. 75/1993, a qual dispõe sobre a organização, as atribuições e o estatuto do Minis-
tério Público da União. Dessa forma, a referida Lei vem disciplinar o que está disposto de
forma ampla na CF/1988.
Por fim, a LC n. 75/1993 dispõe que o Ministério Público da União exercerá o controle ex-
terno da atividade policial tendo em vista a prevenção e a correção de ilegalidade ou de
abuso de poder. Conforme disposto no art. 129, VII, e art. 3º, alínea “c”, da LC n. 75/1993.
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COMENTÁRIOS POR QUESTÕES – MPU
Técnico
COMENTÁRIO
O Diretor-Geral não possui mandato, ele é escolhido livremente pelo Procurador-Geral da
República e pode ser demitido a qualquer momento (ad nutum). Conforme disposto no art.
35 da LC n. 75/1993.
34. A sanção disciplinar de advertência para membro do MPU que tenha cometido ato
ímprobo no exercício de suas funções deverá ser aplicada oralmente, em ambiente
reservado.
COMENTÁRIO
A sanção disciplinar de advertência será aplicada reservadamente e por escrito em caso
de negligência no exercício das funções, e não oralmente, como afirma o item. Conforme
disposto no art. 240, inciso I, da LC n. 75/1993.
35. Autorização para que membro do MPU se afaste das suas funções para comparecer a
congresso no exterior é emitida pelo procurador-geral da República, sendo dispensada,
nesse caso, manifestação do Conselho Superior do órgão.
COMENTÁRIO
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COMENTÁRIOS POR QUESTÕES – MPU
Técnico
36. Instituição permanente e essencial à justiça, o Ministério Público tem como incumbên-
cia a defesa do regime democrático.
COMENTÁRIO
COMENTÁRIO
O princípio da independência funcional assegura que os membros do Ministério Público
não estão sujeitos à subordinação a nenhum órgão ou poder ao exercerem suas ativida-
des. Eles trabalham exclusivamente de acordo com sua consciência, desfrutando de total
liberdade para agir conforme suas convicções. Isso implica liberdade para tomar decisões,
obviamente, dentro dos limites da lei. Cabe ressaltar que a independência funcional está
relacionada às atividades finalísticas, ou seja, em relação à atividade funcional do membro
que, como dito, somente presta contas de seus atos à CF/1988, às leis e à sua consciên-
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COMENTÁRIOS POR QUESTÕES – MPU
Técnico
cia. Esse princípio, juntamente com outros, está previsto no art. 127, caput, da CF/1988, e
no art. 4º da LC n. 75/1993.
COMENTÁRIO
O Ministério Público possui três autonomias garantidas pela Lei Complementar n. 75/1993
e pela Constituição Federal de 1988: autonomia funcional, administrativa e financeira.
A possibilidade de criação ou extinção de cargos e serviços auxiliares diz respeito à auto-
nomia administrativa, e não à financeira. A autonomia administrativa é a capacidade de o
MP, por si só, conduzir integralmente a gestão de seus interesses observadas as normas
legais a que estão subordinados, assegurando ao MP a prerrogativa de se autogovernar.
A LC n. 75/1993, em seu art. 22, preconiza que cabe ao MPU “propor ao Poder Legislativo
a criação e extinção de seus cargos e serviços auxiliares, bem como a fixação dos venci-
mentos de seus membros e servidores”.
Em posse dessa autonomia, então, pode o MP propor ao Poder Legislativo a criação e
extinção de seus cargos, fixação de vencimentos de membros e servidores etc.
Para complementar o raciocínio no que diz respeito às autonomias, destaco que a auto-
nomia orçamentária não está citada de forma expressa na CF/1988 juntamente com as
outras duas no § 2º do art. 127, mas ela se traduz na capacidade de elaborar sua proposta
orçamentária e aplicar os recursos dela provenientes quando estabelece que a própria
Instituição elaborará sua proposta orçamentária, conforme previsto no § 3º do art. 127
da CF/1988.
Por fim, a LC 75/93 traz expressamente em seu art. 22: “Ao Ministério Público da União é
assegurada autonomia funcional, administrativa e financeira (...).”
39. A autonomia financeira do Ministério Público garante que o órgão elabore a sua pro-
posta orçamentária, dentro dos limites da lei de diretrizes orçamentárias, e a encaminhe
ao Poder Legislativo para fins de consolidação.
COMENTÁRIO
Cada ramo do MPU elabora a sua proposta orçamentária, a qual é “unificada” e consoli-
dada em uma proposta do MPU, que é encaminhada pelo PGR ao Poder Executivo (não
legislativo) para consolidação das propostas dos demais órgãos, considerando que, caso
esteja em desacordo com os limites da LDO, o Poder Executivo procederá aos ajustes
necessários.
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COMENTÁRIOS POR QUESTÕES – MPU
Técnico
Considere ainda que, se o Ministério Público não encaminhar a respectiva proposta orça-
mentária dentro do prazo estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder Executi-
vo considerará, para fins de consolidação da proposta orçamentária anual, os valores apro-
vados na lei orçamentária vigente. Conforme disposto no art. 127, §§ 3º e 4º, da CF/1988,
e art. 23 da LC n. 75/1993.
40. O Ministério Público que atua no Tribunal de Contas da União integra o MPU, e seu
chefe é o procurador-geral da República.
COMENTÁRIO
41. Somente integrantes de carreira do MPU podem ser nomeados para o cargo de procu-
rador-geral da República e, assim como a nomeação, a destituição do cargo de procu-
rador-geral da República depende de autorização do Senado Federal.
COMENTÁRIO
O Ministério Público da União tem por chefe o Procurador-Geral da República – PGR,
nomeado pelo Presidente da República dentre integrantes da carreira, maiores de trinta e
cinco anos, após a aprovação de seu nome pela maioria absoluta dos membros do Senado
Federal, para mandato de dois anos, permitida a recondução.
E a destituição do Procurador-Geral da República, por iniciativa do Presidente da Repúbli-
ca, deverá ser precedida de autorização da maioria absoluta do Senado Federal.
Sim, o chefe deve ser integrante da carreira do MPU e lembre-se: tanto a nomeação quan-
to a destituição devem ser mediante aprovação do Senado. Conforme o disposto no art.
128, §§ 1º e 2º, da CF/1988, e art. 25 da LC n. 75/1993.
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Técnico
COMENTÁRIO
A chefia do MP Estadual é exercida pelo Procurador-Geral de Justiça (PGJ), escolhido pelo
Governador de Estado (chefe do executivo estadual), dentre integrantes de uma lista trí-
plice elaborada pelo próprio MP Estadual. Para a nomeação, a Constituição não menciona
a necessidade de aprovação pelo poder legislativo (assembleia estadual), como ocorre no
caso do Senado em relação ao PGR. Faça sempre o comparativo, se há lista tríplice, não
há necessidade de aprovação pelo legislativo e vice-versa.
Destaca-se que, em relação à destituição, a CF/1988 estabelece que os Procuradores-Ge-
rais nos Estados e no Distrito Federal e Territórios poderão ser destituídos por deliberação
da maioria absoluta do Poder Legislativo (Assembleia legislativa). Conforme disposto no
art. 128, §§ 3º e 4º, da CF/1988.
Vale fazer um comparativo entre o PGR e o PGJ:
Procurador-Geral de
Procurador-Geral da
Justiça
República
(chefe de cada um dos
(Chefe do MPU)
MPEs)
Deliberação de maioria
PR + aprovação maioria
Destituição absoluta do Legislativo
absoluta do senado (Assembleia legislativa)
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COMENTÁRIOS POR QUESTÕES – MPU
Técnico
43. É vedado aos membros do Ministério Público o exercício da advocacia, ainda que em
causa própria.
COMENTÁRIO
Aos membros do MPU também são aplicáveis vedações, assim, é vedado ao membro do
Ministério Público da União: “II – exercer a advocacia;”.
Gostaria de fazer a seguinte observação: a regra dita o que é vedado, ou seja, o que mem-
bro do MP não pode exercer a advocacia. Há, entretanto, a situação dos membros do MP
que ingressaram antes da CF/1988 e optaram pelo regime anterior, esses podem exercer
as funções da advocacia em razão de direito adquirido, desde que não contrarie o interes-
se público. Isso está disposto no art. 29, § 3º, do ADCT.
Exercício da Advocacia
Membros que ingressaram antes da Podem
CF/1988 e optaram pelo regime anterior
Membros que ingressaram após a CF/1988 Não podem
44. O CNMP é composto de membros dos ministérios públicos dos estados e do MPU indi-
cados pelo procurador-geral da República.
COMENTÁRIO
O CNMP é composto por 14 membros, entre eles, 4 membros do MPU que serão escolhi-
dos pelo Procurador-Geral de cada um dos ramos, assegurada a representação de cada
ramo e por 3 membros do Ministério Público dos Estados, indicados pelos respectivos
MPs, na forma da lei. E, sim, nomeados, não escolhidos pelo PGR.
Conforme disposto no art.130-A da CF/1988, no art. 1º do RICNMP e na Lei n. 11.372/2006.
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COMENTÁRIOS POR QUESTÕES – MPU
Técnico
45. O CNMP pode avocar processos disciplinares em curso contra membros do MPU e
aplicar-lhes sanções administrativas, desde que a ampla defesa seja assegurada no
procedimento.
COMENTÁRIO
Uma das competências do CNMP é receber e conhecer das reclamações contra membros,
ou órgãos do Ministério Público da União ou dos estados, inclusive contra seus serviços
auxiliares, sem prejuízo da competência disciplinar e correcional da instituição, poden-
do avocar processos disciplinares em curso, determinar a remoção, a disponibilidade ou
a aposentadoria com subsídios ou proventos proporcionais ao tempo de serviço, e apli-
car outras sanções administrativas, assegurada ampla defesa. Conforme disposto no art.
130-A, § 2º, inciso III, da CF/1988, e no art. 2º, inciso III, do RICNMP.
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COMENTÁRIOS POR QUESTÕES – MPU
Técnico
IGUALDADE RACIAL
ALICE ROCHA
46. Embora a liberdade religiosa garantida pelo Estatuto da Igualdade Racial alcance as
tradições culturais das religiões de matriz africana, tal direito não se estende a pessoas
que cumprem pena privativa de liberdade, uma vez que, nessa situação, há restrição de
direitos, sem se caracterizar prática discriminatória.
COMENTÁRIO
Conforme o art. 25 da Lei n. 12.288/2010:
47. O indivíduo que cometer ato discriminatório contra praticante de religião de matriz afri-
cana em razão do culto à religião poderá responder a ação penal, cuja abertura poderá
ser feita mediante comunicação do fato ao Ministério Público.
COMENTÁRIO
Em conformidade com o art. 24, VIII, da Lei n. 12.288/2010:
Art. 24. O direito à liberdade de consciência e de crença e ao livre exercício dos cultos
religiosos de matriz africana compreende:
VIII – a comunicação ao Ministério Público para abertura de ação penal em face de
atitudes e práticas de intolerância religiosa nos meios de comunicação e em quais-
quer outros locais. (Grifos nossos.)
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COMENTÁRIOS POR QUESTÕES – MPU
Técnico
48. A legislação admite que as pessoas remanescentes das comunidades dos quilombos
indiquem representantes para participar do processo administrativo de reconhecimento
de titularidade das terras quilombolas por elas ocupadas.
COMENTÁRIO
Conforme a literalidade do art. 6º do Decreto n. 4.887/2003:
Art. 6º Fica assegurada aos remanescentes das comunidades dos quilombos a partici-
pação em todas as fases do procedimento administrativo, diretamente ou por meio de
representantes por eles indicados. (Grifos nossos.)
49. A reserva de vagas para candidatos negros em concursos públicos é um direito que
pode ser contestado, uma vez que o Estatuto da Igualdade Racial e a legislação que
dispõe sobre as cotas raciais não foram ainda recepcionados pelo ordenamento nacio-
nal em controle de constitucionalidade, o que gera insegurança jurídica sobre o tema.
COMENTÁRIO
Questão errada em vários aspectos, visto que há respaldo legal e jurisprudencial para re-
serva de vagas em concursos públicos a pessoas negras.
Respaldo legal estabelecido no art. 1º da Lei n. 12.990/2014:
Art. 1º Ficam reservadas aos negros 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas nos
concursos públicos para provimento de cargos efetivos e empregos públicos no âmbito
da administração pública federal, das autarquias, das fundações públicas, das empre-
sas públicas e das sociedades de economia mista controladas pela União, na forma
desta Lei.
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COMENTÁRIOS POR QUESTÕES – MPU
Técnico
COMENTÁRIO
Ouvidorias permanentes devem ser estabelecidas conforme os arts. 51 e 52 da Lei n.
12.288/2010:
Art. 51. O poder público federal instituirá, na forma da lei e no âmbito dos Poderes Le-
gislativo e Executivo, Ouvidorias Permanentes em Defesa da Igualdade Racial, para
receber e encaminhar denúncias de preconceito e discriminação com base em etnia ou
cor e acompanhar a implementação de medidas para a promoção da igualdade.
Art. 52. É assegurado às vítimas de discriminação étnica o acesso aos órgãos de Ouvi-
doria Permanente, à Defensoria Pública, ao Ministério Público e ao Poder Judiciário, em
todas as suas instâncias, para a garantia do cumprimento de seus direitos.
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COMENTÁRIOS POR QUESTÕES – MPU
Técnico
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
51. O cargo público em questão poderia ter sido criado por lei ou por decreto do presidente
da República.
COMENTÁRIO
O cargo público não pode ser criado por decreto. Ele é criado e extinto por lei. A CF/1988
permite a extinção por decreto caso o cargo esteja vago.
52. O concurso público foi necessário porque se tratava de provimento de cargo público na
administração direta; seria dispensável se a contratação fosse para emprego público na
administração indireta federal.
COMENTÁRIO
O acesso a cargo efetivo e a emprego público dependem de aprovação em concurso público.
O cargo em comissão é que não exige concurso por ser de livre nomeação e exoneração.
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Técnico
53. Com a posse, os aprovados serão investidos no cargo público, mas irão adquirir estabi-
lidade somente após três anos de efetivo exercício.
COMENTÁRIO
A investidura no cargo se completa com a posse e a estabilidade será após 3 anos de efe-
tivo exercício.
CF/1988, Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nome-
ados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público.
Inconformada com a aplicação de uma multa, uma sociedade privada contratada pelo
poder público ingressou com pedido administrativo de anulação da penalidade. No curso do
processo, o representante legal da sociedade foi chamado a prestar esclarecimentos, mas
deixou de comparecer. A decisão final manteve a multa, razão por que a sociedade interpôs
recurso administrativo.
Com relação a essa situação hipotética, julgue os itens que se seguem, considerando as dis-
posições legais acerca de processo administrativo.
54. O não atendimento à intimação para comparecimento pelo representante legal da socie-
dade importou em renúncia ao direito da sociedade.
COMENTÁRIO
De acordo com o art. 27 da Lei n. 9.784/1999:
55. Caso a lei seja silente, para que o recurso administrativo interposto seja admitido, será
necessário o depósito prévio do valor da multa imposta.
COMENTÁRIO
De acordo com a Súmula Vinculante 21:
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COMENTÁRIOS POR QUESTÕES – MPU
Técnico
56. O recurso administrativo deverá ser dirigido à autoridade que proferiu a decisão, a qual,
se não reconsiderar tal decisão, deverá encaminhá-lo para autoridade superior.
COMENTÁRIO
De acordo com o art. 56 da Lei n. 9.784/1999:
Art. 56, § 1º O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a decisão, a qual,
se não a reconsiderar no prazo de cinco dias, o encaminhará à autoridade superior.
(Grifos nossos.)
57. Apenas a sociedade multada poderá interpor recurso administrativo, pois a lei estabe-
lece que apenas as partes no processo têm legitimidade para recorrer.
COMENTÁRIO
De acordo com o art. 58 da Lei n. 9.784/1999:
58. A autoridade legalmente competente para julgar o recurso administrativo não pode dele-
gar essa atribuição a terceiro.
COMENTÁRIO
De acordo com o art. 13 da Lei n. 9.784/1999:
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COMENTÁRIOS POR QUESTÕES – MPU
Técnico
COMENTÁRIO
COMENTÁRIO
A anulação unilateral pela administração é prerrogativa do direito público. No direito priva-
do temos a igualdade entre as partes, o que exige um acordo para a sua anulação.
61. A administração pública pode revogar ato próprio discricionário, ainda que perfeita-
mente legal, simplesmente pelo fato de não mais o considerar conveniente ou oportuno.
COMENTÁRIO
De acordo com o art. 53 da Lei n. 9.784/1999:
Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de
legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respei-
tados os direitos adquiridos. (Grifos nossos.)
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COMENTÁRIOS POR QUESTÕES – MPU
Técnico
COMENTÁRIO
No caso apresentado a licitação é dispensável.
63. A licitação na modalidade de pregão pode ser adotada para aquisição de bens e servi-
ços comuns, que são aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser
objetivamente definidos por edital, mediante especificações usuais no mercado.
COMENTÁRIO
De acordo com a lei, temos:
Lei n. 14.133/2021, Art. 6º, XLI – pregão: modalidade de licitação obrigatória para aqui-
sição de bens e serviços comuns, cujo critério de julgamento poderá ser o de menor
preço ou o de maior desconto; (Grifos nossos.)
Lei n. 10.520/2002, Art. 1º Para aquisição de bens e serviços comuns, poderá ser
adotada a licitação na modalidade de pregão, que será regida por esta Lei.
Parágrafo único. Consideram-se bens e serviços comuns, para os fins e efeitos deste
artigo, aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente
definidos pelo edital, por meio de especificações usuais no mercado. (Grifos nossos.)
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COMENTÁRIOS POR QUESTÕES – MPU
Técnico
Com base nas disposições constitucionais acerca de princípios, direitos e garantias funda-
mentais, julgue os itens a seguir.
64. O presidente da República, embora nomeie os ministros que compõem o Supremo Tri-
bunal Federal, não interfere na função jurisdicional desse órgão.
COMENTÁRIO
65. A liberdade de pensamento é exercida com ônus para o manifestante, que deverá se
identificar e assumir a autoria daquilo que ele expressar.
COMENTÁRIO
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COMENTÁRIOS POR QUESTÕES – MPU
Técnico
66. Policiais têm a prerrogativa de adentrar na casa de qualquer pessoa durante o período
noturno, desde que portem determinação judicial ou o morador consinta.
COMENTÁRIO
O afastamento da inviolabilidade domiciliar, conforme se vê no art. 5º, XI, da Constituição
Federal, pode se dar nas seguintes situações:
Ou seja, policiais não podem ingressar, durante a noite, na casa de alguém com fundamen-
to na existência de ordem judicial.
67. É vedada ao cartório a cobrança de valor para efetuar registro de nascimento civil, que
é um direito reconhecido a todos os brasileiros e estrangeiros residentes no país.
COMENTÁRIO
São gratuitos o exercício dos seguintes direitos, de acordo com a Constituição Federal:
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COMENTÁRIOS POR QUESTÕES – MPU
Técnico
68. Os tratados internacionais sobre direitos humanos possuem status de emendas cons-
titucionais, de maneira que a autoridade pública que a eles desobedecer estará sujeita
a responsabilização.
COMENTÁRIO
69. Será compartilhado o domínio de rio que banhe mais de um estado-membro, perten-
cendo a cada um deles a parte que adentrar o seu território.
COMENTÁRIO
De acordo com o art. 20, III, da Constituição Federal, são bens da União, os lagos, os rios
e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um
Estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou
dele provenham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais.
Ou seja, o rio narrado na assertiva é bem da União, motivo pelo qual a assertiva está errada.
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SEGURANÇA E SAÚDE DOS TRABALHADORES NA CLT PARA AFT
Professora: Maria Rafaela de Castro
70. Legislar sobre a responsabilidade por dano ao meio ambiente compete concorrente-
mente à União, aos estados e ao Distrito Federal.
COMENTÁRIO
De acordo com o art. 24, VIII, da Constituição Federal, compete, concorrentemente, à
União, aos Estados e ao Distrito Federal legislarem, dentre outros, sobre a responsabilida-
de por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens de valor artístico, estético, histórico,
turístico e paisagístico.
71. Caso não exista lei federal que disponha normas gerais relativas a tecnologia, os esta-
dos poderão exercer a competência legislativa plena, necessária ao atendimento de
suas peculiaridades.
COMENTÁRIO
De acordo com o art. 24, IX, da Constituição Federal, compete à União, aos Estados e ao
Distrito Federal legislarem concorrentemente sobre educação, cultura, ensino, desporto,
ciência, tecnologia, pesquisa, desenvolvimento e inovação.
Entretanto, se inexistir lei da União sobre normas gerais relativas à tecnologia, os esta-
dos-membros e o Distrito Federal poderão exercer competência legislativa plena para o
atendimento de suas finalidades, conforme se vê no art. 24, § 3º, da Constituição Federal.
72. Para exercer função de confiança na administração pública, o servidor deverá ser ocu-
pante de cargo efetivo.
COMENTÁRIO
Os cargos em comissão podem ser titularizados por qualquer pessoa, ainda que não ocu-
pante de cargo efetivo, ao passo que, para a designação de alguém para o exercício de
função de confiança, exige-se que seja ocupante de cargo de provimento efetivo.
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COMENTÁRIOS POR QUESTÕES – MPU
Técnico
A respeito dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário e das funções essenciais à justiça,
julgue os itens subsequentes.
73. Ato normativo publicado pelo presidente da República e cujo conteúdo exorbite do poder
de regulamentar poderá ser sustado pelo Congresso Nacional.
COMENTÁRIO
Nos termos do art. 49, V, da Constituição Federal, compete, de forma exclusiva, ao Con-
gresso Nacional sustar os atos normativos quando o Poder Executivo exorbitar o poder
regulamentar ou os limites da delegação legislativa.
COMENTÁRIO
O Presidente da República, após juízo positivo de admissibilidade, pelo voto de dois terços
dos membros da Câmara dos Deputados, será processado e julgado perante:
a) o Supremo Tribunal Federal, nos casos de prática de infração penal comum;
b) o Senado Federal, nos casos de prática de crime de responsabilidade.
Nesses casos, o Presidente da República ficará, automaticamente, afastado de seu cargo,
pelo prazo de cento e oitenta dias:
a) após a instauração de processo pelo Senado Federal;
b) após o recebimento da denúncia ou queixa pelo Supremo Tribunal Federal.
Desse modo, pode-se afirmar que essa assertiva está errada. No entanto, a questão
foi anulada.
75. Infração penal comum cometida por desembargador de tribunal regional federal será
julgada originariamente pelo Supremo Tribunal Federal.
COMENTÁRIO
De acordo com o art. 105, I, a, da Constituição Federal, compete ao Superior Tribunal de
Justiça processar e julgar, de forma originária, nos crimes comuns e nos crimes de respon-
sabilidade os juízes membros (desembargadores) dos Tribunais Regionais Federais.
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COMENTÁRIOS POR QUESTÕES – MPU
Técnico
76. Apesar de ser uma garantia assegurada aos membros do Ministério Público, a inamovi-
bilidade poderá ser afastada por razões de interesse público, mediante decisão funda-
mentada do chefe da instituição.
COMENTÁRIO
Com a finalidade de implementar a independência do Ministério Público, assegura-se aos
seus membros, dentre outras garantias, a inamovibilidade. Em razão da inamovibilida-
de, os membros do Ministério Público estão protegidos contra a remoção de ofício ou
compulsória.
Entretanto, por motivo de interesse público, mediante decisão do órgão colegiado compe-
tente do Ministério Público, pelo voto da maioria absoluta de seus membros, assegurada
ampla defesa, será possível a remoção compulsória de membro do Ministério Público.
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COMENTÁRIOS POR QUESTÕES – MPU
Técnico
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
HERON
COMENTÁRIO
COMENTÁRIO
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COMENTÁRIOS POR QUESTÕES – MPU
Técnico
COMENTÁRIO
O princípio da supremacia do interesse público é baseado na ideia de que o Estado é uma
entidade representativa da sociedade como um todo e, portanto, tem o dever de proteger
os interesses de todos os cidadãos, não apenas os interesses de alguns indivíduos ou
grupos. A prioridade na administração pública deve ser sempre o interesse público, o
bem-estar da coletividade. A administração privada tem por objetivo o lucro.
80. A adoção de estratégias de segregação de clientes por faixas de renda é uma diretriz
que deve ser seguida na prestação de serviços públicos, porque favorece o alcance da
excelência dos serviços prestados.
COMENTÁRIO
A segregação de clientes por faixa de renda pode prejudicar a qualidade dos serviços
públicos prestados. Quando os clientes são segregados por faixa de renda, os serviços
públicos são projetados para atender às necessidades de um grupo específico de clientes.
Isso pode levar a uma situação em que os serviços públicos não atendam às necessidades
de todos os cidadãos.
81. A utilização de novas metodologias que visem facilitar o acesso a informações e dar
celeridade ao atendimento promove uma cultura de desburocratização e inovação.
COMENTÁRIO
A desburocratização é um processo de simplificação e modernização da administração
pública com o objetivo de tornar o Estado mais eficiente, eficaz e transparente.
As novas tecnologias aplicadas ao serviço público de fato promovem mais celeridade e
desburocratização no serviço público. Isso ocorre porque as novas tecnologias permitem
que os serviços públicos sejam prestados de forma mais eficiente e eficaz, com menos
papelada e menos burocracia.
As novas tecnologias também permitem que os serviços públicos sejam mais personaliza-
dos e adaptados às necessidades dos cidadãos.
Veja alguns exemplos de como as novas tecnologias estão sendo usadas para promover a
desburocratização e a celeridade no serviço público:
– O uso de sistemas de informatização para automatizar processos burocráticos;
– O uso de plataformas on-line para permitir que os cidadãos acessem os serviços
públicos de forma mais fácil e conveniente;
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Técnico
Como resultado, os cidadãos estão tendo uma melhor experiência com os serviços pú-
blicos e o governo está melhorando sua capacidade de entregar serviços de qualidade
aos cidadãos.
COMENTÁRIO
As políticas de reconhecimento e valorização do desempenho dos empregados favorecem
a motivação, pois os funcionários que se sentem valorizados e reconhecidos por seu tra-
balho são mais propensos a estarem motivados e comprometidos com o seu trabalho. Isso
ocorre porque o reconhecimento e a valorização fazem com que os funcionários se sintam
apreciados e importantes, e isso pode levar a um aumento na produtividade, na criativida-
de e na satisfação no trabalho.
Aqui estão alguns exemplos específicos de como as políticas de reconhecimento e valori-
zação podem beneficiar as organizações:
– Aumento da produtividade – os funcionários que se sentem valorizados e reco-
nhecidos são mais propensos a serem produtivos e a se esforçarem por resultados
superiores;
– Melhora da criatividade – os funcionários que se sentem valorizados e reconheci-
dos são mais propensos a serem criativos e a criarem novas ideias;
– Maior satisfação no trabalho – os funcionários que se sentem valorizados e reco-
nhecidos são mais propensos a estarem satisfeitos com o seu trabalho e a perma-
necerem na organização;
– Redução da rotatividade de funcionários – os funcionários que se sentem valori-
zados e reconhecidos são menos propensos a deixarem a organização.
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COMENTÁRIOS POR QUESTÕES – MPU
Técnico
COMENTÁRIO
COMENTÁRIO
85. Entre os estilos de liderança, o democrático é, em regra, o mais eficaz para institui-
ções públicas alcançarem melhores resultados operacionais e maior qualidade de
atendimento.
COMENTÁRIO
A liderança situacional contingencial é um estilo de liderança que se baseia na ideia de que
não existe um único estilo de liderança que seja melhor para todas as situações. O melhor
estilo de liderança depende da situação específica e das habilidades e experiência dos
colaboradores. Logo, o melhor estilo de liderança depende da situação.
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COMENTÁRIOS POR QUESTÕES – MPU
Técnico
COMENTÁRIO
A educação corporativa é uma modalidade de ensino que utiliza recursos para transmitir
conteúdo e promover aprendizagem/conhecimento. É uma ferramenta que pode ser usada
para: melhorar a qualificação profissional dos colaboradores; reduzir custos com treina-
mentos presenciais; aumentar a motivação e o engajamento dos colaboradores; melhorar
a produtividade; reduzir acidentes e erros no trabalho; melhorar a qualidade dos produtos
e serviços; aumentar a satisfação dos clientes; e, melhorar a imagem da empresa.
COMENTÁRIO
O item está errado, pois não há consenso entre os doutrinadores sobre as fases do pla-
nejamento estratégico. Vamos utilizar como referência para o comentário da questão, o
entendimento do mestre Idalberto Chiavenato.
Por seu turno, Chiavenato descreve sete etapas do planejamento estratégico:
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COMENTÁRIOS POR QUESTÕES – MPU
Técnico
COMENTÁRIO
COMENTÁRIO
O fato de a maioria dos clientes de uma instituição de serviços públicos preferir os aten-
dimentos virtuais aos presenciais é considerado um indicador de tendência do comporta-
mento do consumidor. Isso porque, nos últimos anos, houve uma mudança significativa
no comportamento dos consumidores, que estão preferindo, cada vez mais, realizar suas
atividades on-line.
Existem diversos fatores que podem explicar essa mudança, como a ascensão da internet,
o aumento da mobilidade e a busca por comodidade. A internet tornou possível às pessoas
acessarem informações e serviços de forma rápida e fácil, de qualquer lugar. Isso levou
ao aumento do comércio eletrônico, da educação a distância e de outros serviços on-line.
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COMENTÁRIOS POR QUESTÕES – MPU
Técnico
90. Situação hipotética: Após a realização de uma análise SWOT em determinada orga-
nização, identificou-se que o cenário nacional estava favorável ao debate de assuntos
trabalhistas e que os trabalhadores da organização possuíam conhecimento altamente
especializado em direito do trabalho. Assertiva: Nesse caso, o cenário favorável ao
debate de assuntos trabalhistas constitui uma oportunidade, e o conhecimento dos tra-
balhadores, uma força; juntas, oportunidade e força favorecem estratégias de fortaleci-
mento da organização.
COMENTÁRIO
COMENTÁRIO
O item está errado, pois a metodologia apresentada é a perspectiva de aprendizagem e
conhecimento.
O Balanced Scorecard (BSC) é uma ferramenta de planejamento estratégico que ajuda as
organizações a alinhar seus objetivos e ações com sua estratégia geral. Ele é composto por
quatro perspectivas: financeira, cliente, processos internos e aprendizado e crescimento.
A perspectiva de aprendizado e crescimento se concentra nos ativos intangíveis da organi-
zação, como conhecimento, habilidades e capacidade de inovação.
Relaciona-se, principalmente, a três variáveis:
– Capital humano (Pessoas) – envolve os conhecimentos, as competências, as habi-
lidades e os talentos dos funcionários (ou seja, o “know-how” ou a “expertise” deles),
que são necessários ao desenvolvimento dos planos estratégicos;
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Técnico
COMENTÁRIO
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Técnico
COMENTÁRIO
O Grupo de Processos de Planejamento consiste nos processos realizados para estabe-
lecer o escopo total do esforço, definir e refinar os objetivos e desenvolver o curso de ação
necessário para alcançar esses objetivos. Os processos de planejamento desenvolvem o
plano de gerenciamento e os documentos do projeto que serão usados para executá-lo.
Desta forma, o escopo de projeto deve ser definido na fase de planejamento, e não na fase
de concepção.
COMENTÁRIO
95. Situação hipotética: Duas pessoas tomam decisões diferentes em relação a um mesmo
fato devido aos seus níveis de conhecimento e percepções sobre o assunto. Assertiva:
É correto afirmar que esses processos decisórios estão ancorados em fatores sociais.
COMENTÁRIO
A diferença entre os níveis de conhecimentos entre duas pessoas não significa a ocorrên-
cia de fatores ancorados em aspectos sociais.
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Técnico
COMENTÁRIO
As decisões programadas são aquelas rotineiras e repetitivas:
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Técnico
ARQUIVOLOGIA
ELVIS MIRANDA
97. A relação entre documentos de um arquivo, a qual decorre das atividades da instituição
que os tenha acumulado, constitui a organicidade dos documentos de arquivo.
COMENTÁRIO
O item aborda um aspecto vinculado ao princípio da organicidade dos documentos de ar-
quivo. Este princípio afirma que os documentos de arquivo surgem vinculados a uma enti-
dade, que pode ser uma pessoa física ou jurídica, mantendo uma relação estreita com esta
entidade e com os demais documentos do conjunto (que seria o arquivo desta entidade)
ao longo de sua existência, evidenciando as atividades e funções realizadas por ela. Esta
característica é que diferencia os documentos de arquivo dos documentos de biblioteca,
por exemplo, onde os documentos formam um conjunto não orgânico, tecnicamente cha-
mado de “coleção”.
98. Todo documento emitido pelo poder público ou por instituições de direito privado e que
seja capaz de produzir efeitos de ordem jurídica na comprovação de um fato é um docu-
mento sigiloso.
COMENTÁRIO
Os documentos podem ser classificados, de acordo com a natureza do assunto que apre-
sentam, em ostensivos ou sigilosos. Entende-se por documentos ostensivos aqueles que
não apresentam qualquer restrição de acesso e podem ser divulgados livremente, sem que
isso traga qualquer problema para a entidade acumuladora. Os documentos sigilosos, por
sua vez, são aqueles que exigem cuidados especiais no que se refere à sua guarda e divul-
gação. O item apresenta um resumo relacionado ao conceito de “documento de arquivo”,
e não de documentos sigilosos, especificamente, como é afirmado.
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Técnico
99. Os documentos de arquivo recebidos pelo protocolo que sejam considerados osten-
sivos devem ser encaminhados diretamente ao destinatário, sem serem abertos ou
registrados.
COMENTÁRIO
O setor de protocolo é responsável pelo controle da tramitação dos documentos que circu-
lam no órgão ou entidade. Para tanto, desempenha uma série de atividades, que envolvem
desde o recebimento dos documentos da instituição, seu registro (cadastro), autuação
(abertura ou formação de processo), classificação (separação por área ou assunto), ex-
pedição (encaminhamento para destinatários externos à entidade), distribuição (encami-
nhamento aos destinatários internos da entidade) e controle da movimentação. Para a
etapa de registro, que consiste na identificação dos dados de acesso dos documentos e
seu cadastramento em sistema, o protocolo normalmente abre as correspondências que
ingressam na instituição em envelopes fechados, fazendo uma leitura superficial destes a
fim de identificar as informações a serem cadastradas (origem, data e assunto, por exem-
plo). Esta atividade, no entanto, não deve ser realizada quando os documentos forem par-
ticulares ou sigilosos, por tratarem de assuntos restritos e que somente o destinatário pode
tomar conhecimento. Nestes casos, o protocolo deverá encaminhar os documentos sem
efetuar a abertura dos mesmos e nem tomar conhecimento de seu teor. O item está incor-
reto porque atribuiu essa rotina aos documentos ostensivos, que são justamente aqueles
que não possuem qualquer restrição de acesso e devem ser abertos e registrados normal-
mente pelo setor de protocolo.
COMENTÁRIO
A atividade de protocolo consiste no controle da tramitação dos documentos que circulam
em órgão ou entidade, a fim de acompanhar seus andamentos e prestar informações aos
interessados. A atividade de arquivamento, por sua vez, consiste na guarda dos documen-
tos em locais adequados, a partir de métodos de ordenação que permitam localizá-los
rapidamente quando necessário. O arquivo corrente é aquele localizado nos locais em que
os documentos estão sendo resolvidos ou próximos a eles. Desta forma, protocolo e ar-
quivamento corrente são atividades distintas, mas devem funcionar de forma integrada, já
que ambas envolvem o período em que os documentos estão sendo resolvidos e sujeitos
a consultas frequentes.
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Técnico
COMENTÁRIO
O setor de protocolo é responsável pelo controle da tramitação dos documentos que circu-
lam em órgão ou entidade. Para tanto, desempenha uma série de atividades, que envol-
vem desde o recebimento dos documentos da instituição, seu registro (cadastro), autuação
(abertura ou formação de processo), classificação (separação por área ou assunto), expe-
dição (encaminhamento para destinatários externos à entidade), distribuição (encaminha-
mento aos destinatários internos da entidade) e controle da movimentação. O item trata
da etapa de distribuição de documentos, procedimento no qual o setor de protocolo en-
caminha os documentos que deram entrada no setor para as unidades responsáveis pelo
atendimento da demanda contida neles. O termo “redistribuição” foi utilizado no sentido de
que muitos documentos ingressaram no setor de protocolo vindos destes próprios setores,
para onde retornarão depois de registrados em sistema, a fim de cumprirem seus objetivos.
COMENTÁRIO
O termo “classificação” foi utilizado no sentido de aplicar aos documentos o plano de clas-
sificação, que é o instrumento onde são distribuídas, de forma hierarquizada (das mais
amplas para as mais específicas), as atividades e funções da instituição. Neste plano de
classificação, são atribuídos códigos às atividades e funções, que são anotados nos do-
cumentos quando estes ingressam na entidade. A partir destes códigos, os documentos
serão organizados nos arquivos. O detalhe é que, ao contrário das bibliotecas, em que a
classificação é padronizada internacionalmente, ou seja, em que há um “plano de classi-
ficação” internacional, feito por meio da CDD – Classificação Decimal de Dewey ou CDU
– Classificação Decimal Universal, na área de arquivo cada instituição deverá criar o seu
próprio plano de classificação, de acordo com as suas atividades e funções. Desta forma,
o item está incorreto, pois o plano de classificação aplicado nos arquivos não é o mesmo
aplicado nas bibliotecas, como é afirmado.
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Técnico
103. Os documentos de arquivo devem ser classificados pela função e atividade que tenham
motivado a criação do documento.
COMENTÁRIO
O termo “classificação” foi utilizado no sentido de aplicar aos documentos o plano de clas-
sificação, que é o instrumento onde são distribuídas, de forma hierarquizada (das mais
amplas para as mais específicas), as atividades e funções da instituição. Neste plano de
classificação, são atribuídos códigos às atividades e funções, que são anotados nos do-
cumentos quando estes ingressam na entidade. A partir destes códigos, os documentos
serão organizados nos arquivos. Desta forma, o item está correto, pois destaca o detalhe
de que os documentos de arquivo serão classificados de acordo com a função ou atividade
a que estão vinculados.
COMENTÁRIO
O item se refere aos procedimentos a serem observados quando do arquivamento de do-
cumentos, de acordo com a obra Arquivo: Teoria e Prática, da autora Marilena Leite Paes.
A autora destaca que a operação de arquivamento é formada pelas seguintes etapas: ins-
peção, estudo, classificação, codificação, ordenação e guarda/arquivamento. Com relação
à etapa de ordenação, a autora afirma que:
Desta forma, o item foi considerado incorreto por apresentar o conceito de ordenação
como sendo a etapa de guarda ou arquivamento.
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COMENTÁRIOS POR QUESTÕES – MPU
Técnico
COMENTÁRIO
O item faz referência a um assunto muito cobrado em provas de Arquivologia, que é a
avaliação de documentos. Avaliação documental é o processo de análise dos documentos
a fim de determinar seus prazos de guarda (tempo que ficarão nas idades corrente e inter-
mediária) e sua destinação final (eliminação ou recolhimento para guarda permanente). É
realizada por uma comissão multidisciplinar, e resultará na criação da tabela de temporali-
dade da instituição. Portanto, a tabela de temporalidade é o instrumento de destinação que
determina os prazos de guarda (tempo que os documentos deverão ser mantidos nas ida-
des corrente e intermediária) e a destinação final (eliminação ou recolhimento para guarda
permanente) dos documentos de arquivo. É criada por uma comissão multidisciplinar, de-
nominada Comissão Permanente de Avaliação de Documentos, e deve ser aprovada por
autoridade competente para que seja aplicada na instituição. O item faz um resumo correto
destes conceitos.
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COMENTÁRIOS POR QUESTÕES – MPU
Técnico
COMENTÁRIO
Questão anulada.
107. Se uma empresa pública custear com recursos próprios suas despesas com pessoal,
encargos sociais e manutenção em geral, ela poderá excluir esses recursos do orça-
mento fiscal.
COMENTÁRIO
Entendemos que uma empresa pública que custeia com recursos próprios suas despesas
com pessoal, encargos sociais e manutenção, em geral, é uma empresa estatal indepen-
dente (não dependente). Por sua vez, conforme definido na Lei de Responsabilidade Fis-
cal em seu art. 2º, III, as estatais dependentes têm suas despesas com pessoal e custeio
em geral, bem como as despesas de capital, inclusas na LOA. Diante do exposto, fica claro
que as estatais independentes não integram o orçamento fiscal, mas, sim, o orçamento de
investimentos das estatais.
108. O exercício financeiro do governo federal poderá ter início no dia 1º de abril de deter-
minado ano, desde que termine no dia 31 de março do ano seguinte, em respeito ao
princípio da anualidade.
COMENTÁRIO
Seguindo o disposto no art. 34 da Lei n. 4.320/1964, o exercício financeiro coincidirá com
o ano civil, ou seja, será de 1º de janeiro a 31 de dezembro. Caso o exercício financeiro
tenha início em 1º de abril, a lei estará sendo descumprida.
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COMENTÁRIOS POR QUESTÕES – MPU
Técnico
COMENTÁRIO
O Manual Técnico de Orçamento (MTO) possui um capítulo destinado ao papel dos agen-
tes envolvidos no processo de planejamento e orçamento federal. E para ratificar o descrito
no MTO, o art. 4º da Lei n. 10.180/2001 nos ensina que as Unidades Orçamentárias (UOs)
estão sujeitas à orientação normativa e à supervisão técnica do órgão central e também, no
que couber, do respectivo órgão setorial. As UOs desempenham o papel de coordenação
do processo de elaboração da proposta orçamentária no seu âmbito de atuação, integran-
do e articulando o trabalho das suas unidades administrativas, tendo em vista a consistên-
cia da programação de sua unidade.
As UOs são responsáveis pela apresentação da programação orçamentária detalha-
da da despesa por programa, ação e subtítulo. É o que nos ensinam os Manuais Técnicos
do Orçamento em cada exercício financeiro.
110. Caso determinado plano regional de desenvolvimento seja incompatível com o plano
plurianual, caberá ao plenário do Congresso Nacional declarar a incompatibilidade, a
partir de parecer aprovado pelo Tribunal de Contas da União.
COMENTÁRIO
Conforme determinado pela Constituição Federal em seu art. 166, cabe à Comissão Mis-
ta de Orçamento examinar e emitir parecer sobre os planos e programas nacionais, regio-
nais e setoriais. Veja:
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COMENTÁRIOS POR QUESTÕES – MPU
Técnico
111. Cabe à lei de diretrizes orçamentárias fixar prazo para o presidente do Supremo Tri-
bunal Federal e os presidentes dos tribunais superiores encaminharem as propostas
orçamentárias dos respectivos órgãos.
COMENTÁRIO
Em cada exercício financeiro, as LDOs vêm definindo prazos para que as propostas orça-
mentárias dos demais Poderes sejam encaminhadas à Secretaria do Orçamento Federal.
Por exemplo, na LDO do ano de 2022 tivemos:
Art. 26. Os órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, do Ministério Público da União
e da Defensoria Pública da União encaminharão à Secretaria de Orçamento Federal da
Secretaria Especial do Tesouro e Orçamento do Ministério da Economia, por meio do
Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento – Siop, até 12 de agosto de 2022, suas
propostas orçamentárias, para fins de consolidação do Projeto de Lei Orçamentária de
2023, observadas as disposições desta Lei.
COMENTÁRIO
A questão contraria o previsto no art. 166, § 8º, da CF/1988:
COMENTÁRIO
No atual momento em que vivemos, devemos considerar não só o art. 48 da Lei de Res-
ponsabilidade Fiscal, mas também a LC n. 131/2009, visto que a transparência de uma boa
gestão pública é vital para que tanto os órgãos de controle tenham acesso às informações
orçamentárias quanto a sociedade em geral.
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COMENTÁRIOS POR QUESTÕES – MPU
Técnico
COMENTÁRIO
O crédito suplementar incorpora-se ao orçamento e deve ser adicionado à dotação or-
çamentária que deva reforçar. Cabe lembrar que os créditos suplementares reforçam uma
dotação existente, sempre exigindo autorização legislativa prévia e indicação das fontes
de recursos.
115. Se alguma das casas do Poder Legislativo ultrapassar o limite máximo de execução
de despesas fixado na programação financeira, o Poder Executivo ficará dispensado
de apresentar o cumprimento das metas fiscais do quadrimestre seguinte na comissão
mista de orçamentos.
COMENTÁRIO
De acordo com o disposto no art. 9º, § 4º, da Lei de Responsabilidade Fiscal, a apresenta-
ção do cumprimento das metas fiscais é obrigatória, conforme demonstrado a seguir:
Art. 9º, § 4º Até o final dos meses de maio, setembro e fevereiro, o Poder Executivo
demonstrará e avaliará o cumprimento das metas fiscais de cada quadrimestre, em au-
diência pública na comissão referida no § 1º do art. 166 da Constituição (CMO) ou equi-
valente nas Casas Legislativas estaduais e municipais.
Logo, não existe previsão de dispensa ao Executivo de apresentar o cumprimento das me-
tas fiscais do quadrimestre.
COMENTÁRIO
Conforme consta no MTO – Manual Técnico do Orçamento (2024, p. 18), a classificação
da receita por natureza é utilizada por todos os entes da Federação e visa identificar
a origem do recurso segundo o fato gerador, acontecimento real que ocasionou o
ingresso da receita nos cofres públicos.
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COMENTÁRIOS POR QUESTÕES – MPU
Técnico
117. No caso de o Poder Legislativo ter aprovado a lei orçamentária anual antes do início do
exercício financeiro, nenhum dos estágios da despesa pública terá sido executado até
o momento da fixação da despesa.
COMENTÁRIO
Considerando que a despesa é fixada no momento da aprovação da Lei Orçamentária
Anual, podemos afirmar com tranquilidade que os demais estágios da despesa pública
(empenho, liquidação e pagamento) não foram executados, pois só ocorrem, em regra,
após a aprovação da LOA.
COMENTÁRIO
Para resolver a questão, basta nos atentarmos para o que nos ensina o art. 1º da LRF,
transcrito abaixo:
Art. 1º Esta Lei Complementar estabelece normas de finanças públicas voltadas para a
responsabilidade na gestão fiscal, com amparo no Capítulo II do Título VI da Constituição.
§ 1º A responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a ação planejada e transparente, em
que se previnem riscos e corrigem desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas pú-
blicas, mediante o cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas
e a obediência a limites e condições no que tange a renúncia de receita, geração de
despesas com pessoal, da seguridade social e outras, dívidas consolidada e mobiliária,
operações de crédito, inclusive por antecipação de receita, concessão de garantia e
inscrição em Restos a Pagar. (Grifos nossos.)
COMENTÁRIO
Com base no art. 17 da LRF, uma despesa corrente fixada por obrigação legal por um perí-
odo superior a dois exercícios é uma despesa obrigatória de caráter continuado, exigindo a
demonstração dos impactos orçamentário-financeiros no exercício que entrará em vigor e
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COMENTÁRIOS POR QUESTÕES – MPU
Técnico
nos dois subsequentes, além da exigência de demonstrar a origem dos recursos. Vejamos
o que nos ensina o art. 17 da LRF:
COMENTÁRIO
A transferência de recursos da União para um município, com o objetivo de custear a cons-
trução de posto de saúde, é uma transferência voluntária, prevista no art. 25 da LRF.
Art. 25. Para efeito desta Lei Complementar, entende-se por transferência voluntária a
entrega de recursos correntes ou de capital a outro ente da Federação, a título de coope-
ração, auxílio ou assistência financeira, que não decorra de determinação constitucional,
legal ou os destinados ao Sistema Único de Saúde.
§ 1º São exigências para a realização de transferência voluntária, além das estabeleci-
das na lei de diretrizes orçamentárias:
I – existência de dotação específica;
III – observância do disposto no inciso X do art. 167 da Constituição;
IV – comprovação, por parte do beneficiário, de:
a) que se acha em dia quanto ao pagamento de tributos, empréstimos e financiamentos
devidos ao ente transferidor, bem como quanto à prestação de contas de recursos
anteriormente dele recebidos;
b) cumprimento dos limites constitucionais relativos à educação e à saúde;
c) observância dos limites das dívidas consolidada e mobiliária, de operações de crédito,
inclusive por antecipação de receita, de inscrição em Restos a Pagar e de despesa total
com pessoal;
d) previsão orçamentária de contrapartida. (Grifos nossos.)
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Técnico
Art. 25, § 3º Para fins da aplicação das sanções de suspensão de transferências volun-
tárias constantes desta Lei Complementar, excetuam-se aquelas relativas a ações de
educação, saúde e assistência social. (Grifos nossos.)
O erro da questão fica claro quando afirma que somente poderá ser realizada. Com isso,
ela eliminou a possível exceção.
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COMENTÁRIOS POR QUESTÕES – MPU
Técnico
GABARITO
1. E 37. C
2. C 38. E
3. E 39. E
4. C 40. E
5. C 41. C
6. C 42. C
7. E 43. C
8. E 44. E
9. C 45. C
10. E 46. E
11. E 47. C
12. E 48. C
13. E 49. E
14. E 50. C
15. C 51. E
16. C 52. E
17. C 53. C
18. C 54. E
19. E 55. E
20. C 56. C
21. E 57. E
22. C 58. C
23. C 59. C
24. C 60. C
25. E 61. C
26. E 62. E
27. E 63. C
28. E 64. C
29. C 65. C
30. C 66. E
31. E 67. X
32. C 68. E
33. E 69. E
34. E 70. C
35. E 71. C
36. C 72. C
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Técnico
73. C 111. C
74. X 112. E
75. E 113. C
76. E 114. E
77. C 115. E
78. C 116. C
79. E 117. C
80. E 118. E
81. C 119. C
82. C 120. E
83. E
84. C
85. E
86. C
87. E
88. E
89. C
90. C
91. E
92. E
93. E
94. C
95. E
96. C
97. C
98. E
99. E
100. C
101. C
102. E
103. C
104. E
105. C
106. X
107. C
108. E
109. E
110. E
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