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Na DBT, o termo “habilidades” é usado como sinônimo de “competências”* e inclui, em seu

sentido mais amplo, habilidades comportamentais, cognitivas e emocionais junto coma


integração dessas habilidades, que é necessária ao desempenho eficaz. Na terminologia da
DBT, praticamente qualquer comportamento desejado pode ser considerado uma habilidade.
Assim, enfrentar os problemas (coping) de modo ativo e eficaz, bem como evitar as respostas
mal-adaptativas e ineficazes, são dois pontos considerados no uso das habilidades de alguém.

O objetivo central da DBT como um todo é substituir o comportamento não efetivo mal-
adaptativo ou inábil por respostas habilidosas.

O objetivo do treinamento de habilidades em DBT é ajudar o indivíduo a adquirir as


habilidades necessárias. Os alvos fundamentais da equipe, relevantes aos treinadores de
habilidades, são: aumentar a adesão aos princípios da DBT e a precisão do ensino e do
coaching das habilidades, fornecer ideias para melhorar o ensino das habilidades, fazer a
antecipação de fatores que interferem na solução de problemas que surgem no decorrer do
treinamento de habilidades, aumentar e manter a motivação dos treinadores de habilidades; e
dar suporte quando os limites dos terapeutas são ultrapassados (e mesmo quando estes não
são!)

Na DBT standard, o treinamento de habilidades é conduzido em grupos de 6 a 8 (10 no


máximo) participantes, mais dois líderes de grupo, uma vez por semana, durante 2,5 horas (2
horas com adolescentes). Os participantes completam, em seis meses, um ciclo inteiro das
habilidades principais em todos os módulos. Em um programa de tratamento de um ano, o
ciclo é repetido, perfazendo o total de 12 meses. Os módulos das habilidades principais são
projetados para durar de 5 a 7 semanas (efetividade interpessoal, 5 semanas; tolerância ao
mal-estar, 6 semanas; regulação emocional, 7 semanas). O módulo de mindfulness é projetado
para durar duas semanas e é repetido, junto com uma breve orientação, antes do início de
cada novo módulo. O módulo de efetividade interpessoal centra-se em como os pacientes
podem diminuir a dor e o sofrimento por interagir efetivamente com seu ambiente social,
tanto para produzir alterações nos outros (quando tal se justifique) quanto para resistir à
influência indesejada dos outros. O módulo de regulação emocional supõe que, embora uma
situação (interpessoal ou não) possa gerar dor e sofrimento, as respostas do indivíduo também
precisam e podem ser modificadas. O módulo de tolerância ao mal-estar pressupõe que,
embora possa haver muita dor e sofrimento, isso pode ser tolerado, e a vida pode ser aceita e
vivida, mesmo com a dor.
A premissa central da abordagem comportamental orientada para as habilidades é que a
aquisição de novas habilidades requer prática extensiva. Embora o conteúdo muitas vezes
pareça esmagador quando é apresentado pela primeira vez no formato de 5 a 7 semanas, os
pacientes parecem capazes de praticar as habilidades no cotidiano de suas vidas. Assim,
apresentar cada módulo uma vez durante os primeiros seis meses de tratamento deixa pelo
menos seis meses para a prática continuada antes do fim do treinamento.

No treinamento de habilidades, a agenda da sessão é definida pelas habilidades a serem


aprendidas. Geralmente, nos modelos mais típicos de psicoterapia e na terapia individual da
DBT, em contrapartida, a agenda costuma ser definida pelos problemas atuais do paciente.

Quando os problemas atuais são urgentes, permanecer em uma agenda de treinamento de


habilidades exige que os treinadores assumam um papel muito ativo, controlando a direção e
o foco da sessão. As funções do colíder são mais diversificadas. Primeiro, ele controla as
tensões que surgem entre os membros e o líder principal, proporcionando um equilíbrio a
partir do qual uma síntese pode ser criada. Segundo, enquanto o líder principal está focado no
grupo como um todo, o colíder mantém o foco em cada membro individual, observando toda
e qualquer necessidade de atenção individual, seja abordando-a diretamente durante as
sessões de grupo, seja consultando o líder principal nos intervalos. Terceiro, o colíder atua
como um professor auxiliar e tutor, oferecendo explicações alternativas, exemplos e assim por
diante. O colíder pode mudar de lugar no círculo do grupo, conforme a necessidade, para
auxiliar os participantes a encontrarem as fichas ou fichas de tarefas certas, bem como
fornecer o apoio necessário. O colíder é, muitas vezes, a pessoa que mantém o controle sobre
a atribuição das tarefas de casa. Isso é especialmente importante quando tarefas individuais
especiais são atribuídas a um ou mais participantes do grupo. Nesses casos, o colíder também
é o encarregado de recordar as várias tarefas. As estratégias para incorporar as habilidades na
terapia em curso são as seguintes: primeiro, leia com atenção as notas de tratamento para
cada uma das habilidades a ser usada. Aqui,

o importante é que os terapeutas individuais conheçam as

habilidades e saibam quais delas se adaptam a determinado problema ou conjunto de


problemas. Em segundo

lugar, decida se deve usar uma ficha e/ou ficha de tarefa


ao ensinar a habilidade ou se vai ensiná-la oralmente, sem

esses materiais. Se estiver planejando ocasionalmente usar

fichas e/ou fichas de tarefas, faça cópias e as mantenha à

disposição em seu escritório. Quando surge a ocasião para

ensinar uma habilidade especial, discuta a ideia de aprender

uma nova habilidade com o paciente.

Certifique-se de perguntar sobre a prática do

paciente na próxima sessão. Verifique periodicamente com

ele para ver se continua aplicando as habilidades ensinadas.


Incentive continuamente o comportamento habilidoso.

uma ampla gama de outros transtornos e problemas, incluindo tanto falta de controle quanto
excesso de controle das emoções e padrões comportamentais e cognitivos associados. Além
disso, um número crescente de estudos (resumidos mais adiante neste capítulo) sugere que o
treinamento de habilidades é uma intervenção promissora para diversas populações, como
pessoas com problemas de alcoolismo, famílias de indivíduos suicidas, vítimas de violência
doméstica e outros
A meta geral do treinamento de habilidades em DBT é ajudar os indivíduos a modificar
padrões comportamentais, emocionais, interpessoais e de pensamento associados com os
problemas na vida

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