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Uma grande vitória de uma tese ensinada no curso das Grandes Teses.
Tivemos no dia 19/10/2016 o julgamento no STF do RE 593849 com
repercussão geral e das ADINs 2675 e 2777, que reverteram a posição
adotada por essa mesma corte em 2002 dando aos contribuintes o direito de
restituir o ICMS recolhido a maior nos casos em que a base de cálculo obtida
pelo IVA por estimativa do produto ficou maior do que o efetivamente
praticado pela empresa na sua operação real.
Introdução
Eu mantive essa tese em nosso curso porque atuei bastante com ela e após
o grande impacto negativo sofrido em 2002, voltei a acreditar numa
reversão de posição em face da nova oportunidade de julgamento com as
ações que agora foram julgadas.
Para os que fizeram o curso comigo até o final do ano passado tiveram a
oportunidade de utilizar essa tese milionária para recuperar os últimos 5
anos de pagamentos indevidos, contudo aqueles que não aproveitaram ou
não conheciam foram colhidos por uma situação que venho alertando em
quase todas as aulas que é a modulação. Pois é, ela foi julgada com
modulação e portanto não será possível a partir do dia da publicação do
julgamento ingressar com novas ações pleiteado o que foi pago
indevidamente nos últimos 5 anos.
Introdução
Essa é a razão que eu insisto com os colegas que fazem nosso curso,
de que tudo aqui tem que ser utilizado na prática e o quanto antes.
Não dá para esperar para aplicar depois, porque você poderá ser
surpreendido por uma situação como essa em qualquer uma das
teses estudadas.
Contudo, na minha visão esse assunto poderá ainda ser levado para
as empresas para uma aplicação administrativa, como primeira
tentativa, juntamente com as outras aplicações desse módulo,
quando cabível para a empresa cliente, para que ela de fato utilize
essa nova posição daqui para frente, porque essa diferença vai
continuar acontecendo.
Introdução
1) Para quem atua em São Paulo e Pernambuco o caminho já existe porque foram justamente as leis
desses estados que foram julgadas constitucionais pelo STF nas ADINS já mencionadas. Logo esses 2
estados tem leis específicas já reconhecendo esse crédito. Se você atua nesses estados terá que
consultar essa legislação.
2) Para quem atua em outros estados terão que seguir o mesmo rito, mas como esses estados não
tem legislação própria que autorize esse procedimento, ao contrário seguem o convênio que agora foi
declarado inconstitucional, acho pouco provável que o façam apenas em face da lei geral e aí eu
acredito que a via judicial será uma constante até que criem suas respectivas legislações.
Logo vejo ainda muito trabalho nessa seara. Cada cliente inserido na substituição tributária do ICMS
deve ser analisado sob a seguinte ótica:
Os preços que pratica efetivamente no mercado, que emite suas notas fiscais indicam um IVA
inferior ao pago na fonte fornecedora para aquele produto. Verificar se isso ocorre
sistematicamente ou eventualmente. Se for sistemático ele é candidato a ir acumulando créditos
e periodicamente ir fazendo seus pedidos de restituição. Se isso ocorre eventualmente será
necessário avaliar se vai valer a pena esse pedido posto que o Estado poderá também (no meu
modo de ver) identificar vendas com IVA maior do que o pautado e tentar cobrar de quem pede
restituição a diferença em favor do Estado.
É possível que daqui a 5 anos tenhamos ações de bom porte novamente com o acumulado de
empresas que não fizeram seu pedido de restituição nesse período e venderam sistematicamente
a menor do que a pauta estimada.
Seja como for essa ação perdeu a grande importância que tinha em
termos de resultados milionários nesse momento, mas ela não está
morta, é possível continuar utilizando os benefícios dessa sentença
mesmo para quem não entrou com a ação e no futuro acredito que
ela voltará a representar uma ação importante dentro das Grandes
Teses.
ICMS fora do PIS e COFINS:
uma grande oportunidade
Julgamento
Modulação
Quanto à eventual modulação dos efeitos da decisão, a ministra Cármen Lúcia
explicou que não consta no processo nenhum pleito nesse sentido, e a solicitação
somente teria sido feita da tribuna do STF pela Procuradoria da Fazenda Nacional.
Não havendo requerimento nos autos, não se vota modulação, esclareceu a
relatora. Contudo, ela destacou que o Tribunal pode vir a enfrentar o tema em
embargos de declaração interpostos com essa finalidade e trazendo elementos
para a análise.
Discussão
Discussão
Os advogados da empresa sustentam que o parágrafo único do artigo 2º, da Lei
Complementar (LC) 70/91 contraria o artigo 195, inciso I, da Constituição, que
prevê o financiamento da seguridade social por meio de recursos do empregador,
da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre a
receita ou o faturamento.
O artigo 110 do Código Tributário Nacional conta com regra que, para mim, surge
simplesmente pedagógica, com sentido didático, a revelar que: A lei tributária
não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de institutos, conceitos e
formas de direito privado utilizados, expressa ou implicitamente, pela
Constituição Federal, pelas Constituições dos Estados, ou pelas Leis Orgânicas do
Distrito Federal ou dos Municípios para definir ou limitar competências
tributárias.
Discussão
Não pode, com razão maior, entender que a expressão “faturamento” envolve,
em si, ônus fiscal, como é o relativo ao ICMS, sob pena de desprezar-se o modelo
constitucional, adentrando-se a seara imprópria da exigência da contribuição,
relativamente a valor que não passa a integrar o patrimônio do alienante quer de
mercadoria, quer de serviço, como é o relativo ao ICMS. Se alguém fatura ICMS,
esse alguém é o Estado e não o vendedor da mercadoria.
Discussão
(Redação anterior: “Art 12. A receita bruta das vendas e serviços compreende o produto da
venda de bens nas operações de conta própria e o preço dos serviços prestados.”)
Discussão
Modulação
Por ter sido um julgamento a priori
contrário aos contribuintes não se cogitou
a modulação dos efeitos desse acórdão.
Discussão
Discussão:
É assunto muito recente e entendo que a comunidade jurídica
tributária irá levar um tempo para a assimilar a extensão desse
julgamento e quais as brechas que restaram para a aplicação dessa
tese.
Até o momento tenho visto em artigos apenas a notícia do
julgamento com uma avaliação muito rasa a respeito de como fazer
daqui para frente. A maioria dos artigos acenam que a tese teria
acabado e que as empresas devem pagar INSS sobre todas as verbas
da folha de pagamento. Será mesmo isso?
Discussão
Alguns pontos importantes que só o tempo vai consolida-los e que até agora as
discussões tem se restringido aos ambientes internos dos escritórios e troca de ideias
entre colegas que atuam na área.
1) Como ficarão as ações sobre verbas indenizatórias que já estão com repercussão
geral reconhecidas? Podem ser julgadas e darem rumos diferentes para esse último
julgamento ou vai seguir a mesma linha?
2) Em nenhum momento desse julgamento se mencionou o fato da incidência das
verbas de natureza jurídica indenizatória, que há entendimento dominante no próprio
STF que não é base de cálculo nem de INSS nem de Imposto de Renda. A dúvida é se
esse assunto não foi ventilado por se tratar de questão infra constitucional ou se de
fato não foi enfrentando, o que poderá ensejar uma nova discussão sobre o tema
tanto nas ações que ainda não foram julgadas como em outros recursos.
Discussão
3) Se não houve enfrentamento, penso que tudo continua como estava antes,
posto que sempre discutimos e tratamos das ações sobre incidência de INSS
sobre verbas indenizatórias (parte do art.22 da lei 8212 que fala que a base de
cálculo se refere às remunerações “destinadas a retribuir o trabalho”).
4) A questão da habitualidade dos pagamentos que foi tratada nesse julgamento,
nem era objeto principal de nossas discussões. Penso que essa parte ficou de fato
clara com esse julgamento ou seja, qualquer verba paga com habitualidade deve
integrar a base de cálculo. Nesse caso entrariam também as verbas não
destinadas a retribuir o trabalho (indenizatórias) desde que pagas com
habitualidade? Nesse momento eu vou indicar aos meus alunos que assumam
essa posição conservadora. Ou seja, não pleitear retirada da base de qualquer
verba que seja paga com habitualidade, mesmo que tenha natureza jurídica de
indenizatória. Mas vamos ficar atentos aos movimentos dos tribunais nessa seara.
Discussão
As verbas a serem retiradas da base do INSS apoiadas pela Lei 8212 podem ser
baseadas na natureza jurídica da verba, já que o texto legal é claro quanto a não
incidência em verbas que não sejam remuneratórias (contrapartida de trabalho).
Ou ainda simplesmente seguindo a relação de verbas expressamente elencadas
no art. 28 dessa mesma lei e que o fisco nunca respeitou.
Verbas que permanecem ativas para as ações
• As 3 verbas julgadas pelo STJ que o STF afirmou que não de sua competência
julgar, continuam valendo para essa tese agora mais do que nunca em caráter
definitivo.
• As verbas já aceitas pela procuradoria mencionada nos slides do curso
permanecem também
• Sugiro retirar das ações qualquer verba, ainda que mencionada em nossa
planilha como sendo indenizatória, se ela tiver habitualidade, em face do
julgamento em análise.
Outras verbas que já estavam na lei mas não vinham sendo respeitadas pelo fisco e que
agora devem tomar força por terem como limite o STJ
Lei 8212/91
Art. 28 parágrafo 9 (todos os itens – mas vamos destacar aqui somente os mais
importantes)
§ 9º Não integram o salário-de-contribuição para os fins desta Lei,
exclusivamente: (Redação dada pela Lei nº 9.528, de 10.12.97)
c) a parcela "in natura" recebida de acordo com os programas de alimentação
aprovados pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social, nos termos da Lei
nº 6.321, de 14 de abril de 1976;
d) as importâncias recebidas a título de férias indenizadas e respectivo adicional
constitucional, inclusive o valor correspondente à dobra da remuneração de férias
de que trata o art. 137 da Consolidação das Leis do Trabalho-CLT; (Redação dada
pela Lei nº 9.528, de 10.12.97).
Outras verbas que já estavam na lei mas não vinham sendo respeitadas pelo fisco e que
agora devem tomar força por terem como limite o STJ
Esta decisão do STF possui repercussão geral, ou seja, a partir de agora todas
as instâncias do Judiciário terão de seguir essa orientação. Estima-se que há
mais de 15 mil processos suspensos na justiça aguardando por esta decisão e
que os valores envolvidos possam ultrapassar os R$ 7 bilhões.
Modulação: Está sendo cogitada uma
modulação ao inverso, ou seja, para que os
efeitos para os contribuintes dessa decisão seja
somente daqui para frente, não cabendo a
cobrança de quem deixou de pagar por força de
liminares.
Essa questão vem sendo fortalecida por outra via através da tese da Dra. Mizabel
Derzi relativa a mutação jurisprudencial e segurança jurídica, estabelecida no livro
Modificações da Jurisprudência no Direito Tributário: proteção da
confiança, boa-fé objetiva e irretroatividade como limitações
constitucionais ao Poder Judicial de Tributar e tendo já decisões
reconhecendo a necessidade de sua aplicação.
Penso que ela se aplica em grande magnitude para o surpreendente julgamento
do Funrural pelo STF e já vem sendo reconhecida em alguns tribunais.
DIREITO TRIBUTÁRIO. INTERPRETAÇÃO QUE DEVE LEVAR EM CONTA O SENTIDO
GARANTÍSTICO DOS DIREITOS E INTERESSES DO CONTRIBUINTE. NÃO INCIDÊNCIA NO IRPF
SOBRE O VALOR DO ABONO DE PERMANÊNCIA. ORIENTAÇÃO DA 1a. TURMA DO STJ NO
AGRG NO RESP. 1.021.817/MG, REL. MIN. FRANCISCO FALCÃO, DJE 1.9.2008. MUTAÇÃO
JURISPRUDENCIAL PROCEDIDA PELA 1a. SEÇÃO DO STJ. RESP. 1.192.556/PE, REL. MIN.
MAURO CAMPBELL MARQUES, DJE 6.9.2010. EFICÁCIA IMPOSITIVA QUE SE INICIA
SOMENTE A PARTIR DA MUDANÇA DE ORIENTAÇÃO. PRINCÍPIO DA SEGURANÇA JURÍDICA.
RECURSO DA FAZENDA PÚBLICA PARCIALMENTE PROVIDO.1. A mutação jurisprudencial
tributária de que resulta oneração ou agravamento de oneração ao Contribuinte somente
pode produzir efeitos a partir da sua própria implantação, não alcançando, portanto, fatos
geradores pretéritos, consumados sob a égide da diretriz judicante até então vigorante;
essa orientação se apoia na tradicional e sempre atual garantia individual de proibição da
retroatividade de atos oficiais (ou estatais) veiculadores de encargos ou ônus: sem esse
limite, a atividade estatal tributária desestabilizando o planejamento e a segurança das
pessoas.
• Recurso da FAZENDA PÚBLICA parcialmente provido, para afirmar que
incide o IRPF sobre o valor do Abono de Permanência, mas somente a
partir de 2010, data do julgamento do REsp. 1.192.556/PE, ressalvada a
prescrição quinquenal, anotando-se que a decisão repetitiva ainda não
transitou em julgado” (STJ. Resp. 1.596.978 – RJ. Rel. Min. Napoleão
Nunes Maia Filho. 1ª Turma. Julgado em 06/06/2016).
Discussão
Discussão:
A princípio essa tese perdeu seu efeito e estamos desaconselhando sua utilização
nesse momento.
Contudo devido a uma guinada absurda do STF, causando grande insegurança
jurídica devido a ter modificado Repercussão geral já julgada anteriormente sobre
o mesmo tema e com isso ter atingido uma enorme quantidade de produtores
rurais que deixaram de pagar a contribuição por força de liminares, entendo que
precisamos prestar muita atenção nos próximos passos desse processo que ainda
teve o acórdão publicado.
Discussão
Vejo 4 grandes caminhos para o futuro dessa tese com seus respectivos
desdobramentos.
1) Ser mantida na íntegra a decisão do STF.
2) Ser alterada a decisão por força de embargos declaratórios que muitas
entidades rurais estão preparando em face das enormes contradições e
obscuridades nos votos dos ministros.
3) Julgamento da ADI 4395
4) Essa decisão não ter qualquer efeito devido à uma manobra legislativa com
algumas possibilidades muito inusitadas.
Discussão
Situação 4 – Também teremos que aguardar alguns dos caminhos que tem sido
discutido entre as entidades rurais e a bancada ruralista do Congresso Nacional.
Além das mudanças futuras que estão sendo costuradas
A) Além das mudanças futuras que estão sendo costuradas
Discussão
Situação 4 – Também teremos que aguardar alguns dos caminhos que tem sido
discutido entre as entidades rurais e a bancada ruralista do Congresso Nacional.
Além das mudanças futuras que estão sendo costuradas e negociações com STF
tem um assunto que vem sendo tratado sem muita divulgação.
Discussão
http://sna.agr.br/funrural-retorno-da-contribuicao-do-empregador-
pessoa-fisica-causa-polemica/