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MÉTODOS DE DIFERENÇA OU DISCRIMINATIVOS

Estes métodos, cujo objetivo é medir efeitos específicos pela simples discriminação, baseiam-se
na diferença percebida entre dois produtos, o que justifica o prosseguimento para uma análise
descritiva, de modo a identificar as razoes da diferença. Estes métodos podem ser utilizados
para testes de diferença global ou para diferença em atributos específicos. Muitas vezes as
diferenças são muito pequenas, o que torna os testes difíceis. No caso de haver grandes
diferenças entre as amostras não se utilizam métodos de diferença. De modo geral, os métodos
de diferença são aplicáveis em controle de qualidade, pesquisa e desenvolvimento de produtos
e processos, melhoramento e reprodução de produtos etc. (CHAVES, 2001).

TESTES DE DIFERENÇA

São usados para determinar se é possível distinguir duas amostras entre si (CLEMENTE, 2001;
DUTCOSKY, 2006). Podem ser usados para determinar se tenha ocorrido mudança perceptível
na aparência, cor, sabor ou textura de um alimento como resultado de seu armazenamento ou
se tem ocorrido uma mudança no processo de elaboração ou alteração de algum ingrediente
(CLEMENTE, 2001).

Teste triangular

Objetivo
Determinar se existem diferenças perceptíveis entre duas amostras (que sofreram tratamentos
diferentes) (CLEMENTE, 2001; DUTCOSKY, 2006). Ex.: verificar se mudanças de ingredientes,
processamento, embalagem ou estocagem acarretaram alterações sensoriais no produto
(DUTCOSKY, 2006).

Também pode ser utilizado para determinar a habilidade dos provadores para discriminar
diferenças de aparência, odor, sabor e textura dos alimentos. Neste caso, para discriminar uma
característica especifica as outras devem ser idênticas (CLEMENTE, 2001).
Serve para detectar pequenas diferenças e por este motivo tem sido utilizado preliminarmente a
outros testes, porque não avalia o grau da diferença, nem caracteriza os atributos responsáveis
pela diferença (DUTCOSKY, 2006).

Princípio do teste
O julgador recebe três amostras codificadas e é informado que duas amostras são iguais e uma
é diferente. É solicitado a identificar a amostra diferente com base em alguma característica
especifica ou na qualidade global (CHAVES, 2001; DUTSOCKY, 2006).

É um método de escolha forçada, isto é, o provador terá de escolher uma das três amostras
como diferente (CHAVES, 2001). Desta forma, a probabilidade de acerto ao acaso é de 1/3
(CHAVES, 2001; DUTSOCKY, 2006).

As amostras devem ser servidas em todas as combinações possíves – AAB / ABA / BAA / BBA
/ BAB / ABB -, de forma a minimizar a influencia que a ordem de apresentação das amostras
exerce sobre o julgador (DUTSOCKY, 2006; CHAVES, 2001; CLEMENTE, 2001).

O modelo da ficha é apresentado na Figura 10, observando-se que, por se tratar de um teste
rápido, objetivo e de pouca fadiga, normalmente se aproveita a mesma sessão do julgador para
aplicar-se dois ou três grupos de testes independentes (DUTSOCKY, 2006).

Nome: _____________________________________________________ Data: _________________

Três amostras são apresentadas, duas são iguais e uma diferente. Por favor, prove da esquerda para
a direita na ordem apresentada, e faça um circulo em volta da amostra diferente. Lave a boca antes e
entre uma amostra e outra.
928 479 110

Comentários:
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__________________________________________________________________________________
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Figura 1. Modelo de ficha para aplicação do teste triangular.

Equipe de julgadores
Recomenda-se de 20 a 40 indivíduos, embora apenas 12 possam ser utilizados em casos mais
simples. Os julgadores devem ter sido previamente selecionados, mas não precisam de
treinamento específico, apenas uma sessão de orientação é suficiente (DUTSOCKY, 2006).
Análise dos resultados
Soma-se o número de provadores que tenham identificado corretamente a amostra diferente e o
total é submetido ao teste de significância utilizando a Tabela.

Teste duo-trio

Objetivo
Determinar se existem diferenças perceptíveis entre duas amostras (que sofreram tratamentos
diferentes) (CLEMENTE, 2001; DUTCOSKY, 2006).

Princípio do teste
O julgador recebe três amostras. Uma das três é rotulada com a letra R (referencia) e as demais
são codificadas. O julgado é informado que uma das duas amostras é idêntica à de referencia
(R). É solicitado a identificar a amostra idêntica à de referencia (CLEMENTE, 2001, CHAVES,
2001; DUTSOCKY, 2006).

Neste teste, a probabilidade de acerto ao acaso é de 1/2 (CHAVES, 2001; DUTSOCKY, 2006),
o que torna este teste mais ineficiente que o teste triangular. No entanto, este teste é mais
simples para o julgador, uma vez que é mais fácil procurar a amostra solicitada (DUTSOCKY,
2006).

As amostras devem ser servidas em todas as combinações possíves (4) – A-AB / A-BA / B-AB /
B-BA (DUTSOCKY, 2006; CHAVES, 2001; CLEMENTE, 2001).

O modelo da ficha é apresentado na Figura 11.

Nome: _____________________________________________________ Data: _________________

Por favor, analise primeiro a amostra codificada com a letra R (Referência). Em seguida, analise as
outras amostras, da esquerda para a direita, e escreva o código daquela que lhe pareça igual à de
referência. Lave a boca antes e entre uma amostra e outra.
_______

Comentários:
________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
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Figura 2. Modelo de ficha para aplicação do teste duo-trio.
Equipe de julgadores
O poder de discriminação é bastante aumentado se um número maior que 30 julgadores realizar
o teste, porém o número de julgadores não deve ser inferior a 15. Os julgadores devem ter sido
previamente selecionados, mas não precisam de treinamento específico, apenas uma sessão de
orientação é suficiente (DUTSOCKY, 2006).

Análise dos resultados


Soma-se o número de provadores que tenham identificado corretamente a amostra diferente e o
total é submetido ao teste de significância utilizando a Tabela.

Comparação pareada

Objetivo
Saber se uma amostra apresenta um certo atributo sensorial em maior intensidade que a outra
amostra. Por exemplo: verificar qual amostra é mais doce, ou mais ácida, ou mais aromática,
etc.

Este teste é direcional porque chama a atenção do julgador para um determinado atributo
sensorial (doçura, acidez, etc.), por isso a conclusão sobre a diferença será apenas para aquele
atributo especifico que foi solicitado ao julgador (DUTCOSKY, 2006).

Princípio do teste
O julgador recebe duas amostras, e deve dizer qual das duas tem a maior intensidade com
respeito a uma característica especifica. Com este teste pode-se dizer qual amostra apresenta
maior intensidade de um atributo, porém não se pode medir o tamanho da diferença
(CLEMENTE, 2001, CHAVES, 2001; DUTSOCKY, 2006).

Neste teste, a probabilidade de acerto ao acaso é de ½, considerando-se a técnica de escolha


forçada (CHAVES, 2001; DUTSOCKY, 2006).

As amostras devem ser servidas nas duas combinações AB / BA (DUTSOCKY, 2006; CHAVES,
2001).

O modelo da ficha é apresentado na Figura 12.


Nome: _____________________________________________________ Data: _________________
Produto:
___________________________________________________________________________

Analise o gosto doce dessas duas amostras de pêssego em calda. Por favor, deguste a amostra da
esquerda primeiro. Indique qual das duas é mais doce. É necessária uma escolha.
654 298
Comentários:
________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
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Figura 3. Modelo de ficha para Comparação Pareada.

Equipe de julgadores
O poder de discriminação é bastante aumentado se um número maior que 30 julgadores realizar
o teste, porém o número de julgadores não deve ser inferior a 15. Os julgadores devem ter sido
previamente selecionados, mas não precisam de treinamento específico, apenas uma sessão de
orientação é suficiente, garantindo-se que os julgadores detectam corretamente o atributo
sensorial medido: doçura, acidez, aroma, firmeza, etc. (DUTSOCKY, 2006).

Análise dos resultados


Soma-se o número de julgadores que acharam a amostra A com maior intensidade do atributo
sensorial e o número de julgadores que acharam a amostra B com maior intensidade do produto
avaliado. Considera-se o maior dos números e utiliza-se a tabela apropriada:

 Se você sabe a priori qual amostra deveria apresentar maior intensidade do atributo
avaliado: Tabela do teste pareado monocaudal

 Se você NÃO sabe a priori qual amostra deveria apresentar maior intensidade do
atributo avaliado: Tabela do teste pareado bicaudal

Verifica-se se o número de julgadores que escolheram a amostra como a mais intensa é maior
ao número mostrado na tabela apropriada. Se for, conclui-se que aquela amostra é mais intensa
que a outra no atributo avaliado (DUTSOCKY, 2006).
Teste de ordenação

Objetivo
Comparar diversas amostras ao mesmo tempo com relação a um determinado atributo e verificar
se estas diferem entre si (DUTCOSKY, 2006).

Princípio do teste
Ao julgador são apresentadas duas ou mais amostras codificadas. Sal tarefa é analisar as
amostras e classificá-las em ordem crescente ou decrescente, de acordo com alguma
característica especifica de qualidade sensorial, como cor, volume, dimensões de textura, alguns
dos gostos primários, sabor, qualidade sensorial global ou pelo grau de gosta ou desgosta (Teste
afetivo). Ex.: ordenar em ordem crescente de doçura 4 sucos de maracujá com diferentes teores
de açúcar (CHAVES, 2001; DUTSOCKY, 2006).

Quando são avaliados atributos como gosto, odor ou sabor um máximo de 6 (seis) amostras é
recomendado (CHAVES, 2001).

A técnica de ordenação tem sido utilizada em desenvolvimento de produtos e processos, estudos


de estabilidade de produtos durante a estocagem, seleção e treinamento de julgadores e também
em testes afetivos de preferência do consumidor (CHAVES, 2001).

O modelo da ficha é apresentado na Figura 13.

Nome: _____________________________________________________ Data: _________________

Por favor, analise as amostras apresentadas e as ordene de acordo com intensidade do gosto doce. A
amostra mais doce deve ser ordenada primeiro lugar, a segunda mais doce em segundo lugar, e assim
por diante. Você poderá testar a amostra quantas vezes for necessário. Espere 30 segundos entre
amostras e enxágüe a boca entre cada avaliação. Escreva o número correspondente à ordem embaixo
do código da amostra.
212 345 783 547
___ ___ ___ ___

Comentários:
________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
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Figura 4. Modelo de ficha para aplicação do método de ordenação.
Equipe de julgadores
O número deve ser no mínimo de 15 julgadores selecionados. Para testes de preferência, em
laboratório, 50 ou mais julgadores; e para o teste de consumidor, 100 ou mais julgadores
(DUTSOCKY, 2006).

Análise dos resultados


A principio tabula-se os dados conforme exemplo a seguir (Tabela 3). Somam-se as pontuações
obtidas de cada amostra e compara-as (através de diferença, em módulo). Observa-se na Tabela
de Newell e MacFarlane (tabela), através do número de julgadores e do número de amostras
testadas, o valor tabelado. Pelas diferenças obtidas entre as amostras, compara-as com o
tabelado e se o valor obtido for maior ou igual ao valor tabelado pode-se dizer que há diferença
significativa entre as amostras (DUTCOSKY, 2006).

Tabela 1. Exemplo de tabulação de dados do Método de Ordenação.


Julgador Amostra 1 Amostra 2 Amostra 3
1 3 2 1
2 2 3 1
3 1 2 3
... ... ... ...
Total A1 A2 A3
.

8.1.5. Teste de comparação múltipla

Objetivo
Utiliza-se este teste quando se deseja saber a um só tempo (DUTCOSKY, 2006):

* se existe diferença significativa (p≤0,05) entre vários tratamentos (amostras) e uma


referencia ou tratamento controle (padrão);

* estimar o grau dessa diferença: se é uma diferença grande ou pequena.

Princípio do teste
O julgador recebe uma amostra-referência ou padrão, rotulada (identificada) com a letra R ou P
e as demais amostras codificadas. Ao julgador é solicitado provar as amostras, comparando-as
com o padrão e avaliar o grau de diferença entre as amostras codificadas e o controle, usando
uma escala feita para este propósito (CHAVES, 2001; DUTSOCKY, 2006).

Neste teste, os membros da equipe de julgadores devem ser treinados quanto às características
sensoriais a serem analisadas no produto e quanto à utilização da técnica (CHAVES, 2001).
Este método pode ser útil na análise dos efeitos de substituição de ingredientes, de materiais de
embalagens, de mudanças em varáveis do processo ou de condições e tempo de estocagem e
em controle de qualidade. Pode também ser utilizada em análises visuais. A amostra-referência
é geralmente a formulação, tratamento ou produto que esteja sendo processado normalmente
(CHAVES, 2001).

Esta técnica pode ser eficiente para análise de quatro a cinco amostras simultaneamente.
Pequenas diferenças entre a amostra-teste e o controle podem ser detectadas. Também poderá
ser incluída entre as amostras-teste uma amostra da referencia, codificada (DUTSOCKY, 2006;
CHAVES, 2001).

O modelo da ficha é apresentado na Figura 14.

Nome: _____________________________________________________ Data: _________________

Você receberá amostras de __________ para serem comparadas quanto ao __________. As amostras-
teste codificadas devem ser comparadas com o controle (ou referencia – R, ou padrão – P), marcada
com a letra C. Identifique se cada amostra é melhor, igual ou pior que o controle. Em seguida, assinale
o grau de diferença de acordo com a escala abaixo. Por favor, enxágüe a boca entre cada avaliação e
espere 30-40 segundos entre amostras.
-4 ou 1 – Extremamente pior que o controle
- 3 ou 2 – Muito pior que o controle
-2 ou 3 – Regularmente pior que o controle
-1 ou 4 – Ligeiramente pior que o controle
0 ou 5 – Nenhuma diferença do controle
1 ou 6 – Ligeiramente melhor que o controle
2 ou 7 – Regularmente melhor que o controle
3 ou 8 – Muito melhor que o controle
4 ou 9 – Extremamente melhor que o controle

Nº da amostra Valor

Comentários:
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__________________________________________________________________________________
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Figura 5. Modelo de ficha para Comparação Múltipla.
Equipe de julgadores
Recomenda-se que se faça de 20 a 50 julgamentos. Caso não se tenha um grande número de
julgadores, pode-se dizer para que os julgadores realizem o teste com repetições (ex. 12
julgadores realizam os testes em 3 repetições e o número total de julgamentos será igual a 36)
(DUTSOCKY, 2006).

Análise dos resultados


Os dados são tabelados, conforme exemplo a seguir, para cada julgador. Os resultados são
avaliados pela Análise de Variância (ANOVA) e teste de média de Dunnett. Através da Tabela
obtêm-se os limites de “f” para o calculo da ANOVA e pela tabela o valor de “D” da fórmula de
Dunnett (DUTSOCKY, 2006).
Julgadores Amostra A Amostra B Amostra C Total
J1 X1 X2 X3 T1
J2 X4 X5 X6 T2
J3 X7 X8 X9 T3
J4 X10 X11 X12 T4
... ... ... ... ...
Total TA TB TC G
Média MA MB MC

Análise de Variância (ANOVA)

 Inicialmente, calcula-se um fator de correção (FC)

FC = G2
A.J
G = Total geral
A = Número de tratamentos ou amostras
J = Número de provadores
 Depois, calcula-se a Soma dos Quadrados

o Soma dos Quadrados Total (S.Q.T.)

S.Q.T. = X12 + X22 + ...+ X122 - FC


o Soma dos Quadrados das Amostras (S.Q.A.)

S.Q.A. = (TA2 + TB2 + TC2) – FC


J
o Soma dos Quadrados dos Julgadores (S.Q.J.)

S.Q.J. = (T12 + T22 + ... + T42) – FC


A
o Soma dos Quadrados dos Resíduos (S.Q.R.)

S.Q.R. = SQT – SQA - SQJ


 Calculam-se os Graus de Liberdades

o Grau de Liberdade Total (GLT)

GLT = A.J - 1
o Grau de Liberdade das Amostras (GLA)

GLA = A - 1
o Grau de Liberdade dos Julgadores (GLJ)

GLJ = J - 1
o Grau de Liberdade do Resíduo (GLR)

GLR = GLT – GLA – GLJ


 Calculam-se os Quadrados Médios = SQ / GL

o Quadrado Médio da Amostra (QMA)

QMA = SQA
GLA
o Quadrado Médio do Julgador (QMJ)

QMJ = SQJ
GLJ
o Quadrado Médio do Resíduo (QMR)

QMR = SQR
GLR
 Para facilitar a interpretação, é usual montar-se o seguinte quadro da Análise da
Variância:

Fonte de GL SQ QM F calculado F tabelado


Variação
Julgadores (J) - -
Amostra (A)
Resíduo (R) - -
Total - - -
Para determinar de há diferença significativa entre as amostras, o valor de F calculado é
comparado ao de F tabelado, sendo que se o valor de F calculado for maior que o F tabelado,
pode-se afirmar que há diferença significativa entre as amostras. Caso haja diferença, pode-se
determiná-la por um teste de média, como o Teste de Dunnett.

dms = D √2(QMresiduo) / J
dms = diferença mínima significativa
D = valor obtido através da Tabela – quando se sabe de antemão o que se espera - ou Tabela –
quando não se sabe o que se espera
J = Número de provadores

Se a diferença entre as médias for maior ou igual ao valor obtido (dms) as amostras são
consideradas significativas. As diferenças entre médias de amostras são calculadas comparando
a amostra de maior média com as demais, começando com a amostra de menor média até que
a diferença seja não-significativa ou todas as comparações sejam feitas. Os resultados podem
ser expressos utilizando letras minúsculas para indicar as diferenças. As médias representando
que não diferem entre si são subescritas com letras iguais.
MÉTODOS SUBJETIVOS OU AFETIVOS

Os testes afetivos são uma importante, pois obtém diretamente a opinião (preferência
ou aceitação) do consumidor em relação a idéias, características específicas ou globais
de determinado produto, sendo, por isso, também denominados de teste de consumidor
(MINIM, 2007).

Os métodos afetivos determinam qual o produto preferido e/ou mais aceito por
determinado público-alvo, em função de suas características sensoriais. Já a pesquisa
de mercado identifica os consumidores para os quais os produtos serão direcionados e
desenvolvem estratégias para alcançá-los (MINIM, 2007).

As aplicações dos testes afetivos são (MINIM, 2007):

- Manutenção da qualidade de um determinado produto, avaliando-se a aceitação deste


em função de alterações na formulação, na substituição de matéria-prima e nas
modificações no processamento ou no acondicionamento.

- Otimização de produtos e, ou processos, buscando-se a melhoria da qualidade e a


redução nos custos de produção e de distribuição de determinado produto.

- Desenvolvimento de novos produtos e processos, aplicando-se vários testes afetivos


durante o processo de desenvolvimento de uma nova formulação.

- Acesso ao mercado potencial, trabalhando-se em conjunto com o setor de marketing


e o responsável pela analise sensorial.

- Avaliação e modificação de produtos, visando-se estudar o desempenho de


determinado produto em relação aos das empresas concorrentes no mercado.

EQUIPE DE PARTICIPANTES

A equipe de participantes dos testes afetivos deve ser formada por um grupo de pessoas
selecionadas como uma amostra representativa de uma população maior, no caso o
mercado consumidor, sobre o qual o analista espera obter algumas informações. Esse
grupo deve ser composto de consumidores habituais ou potenciais do produto a ser
testado (MINIM, 2007).

Na equipe de participantes não é recomendado incluir funcionários, já que podem


facilmente reconhecer os produtos da empresa e, portanto, ter uma atitude positiva
porque ajudou a fabricá-lo, ou ter uma atitude negativa porque ele se encontra em atrito
com a empresa. Funcionários podem também avaliar certas características do produto
de forma diferente da dos consumidores. Contudo, pelas facilidades oferecidas,
frequentemente são utilizados funcionários em pré-testes (MINIM, 2007).

Em testes afetivos, a seleção da equipe participante não está relacionada com


habilidades sensoriais, como discriminar amostras ou descrever atributos do produto,
mas sim com a busca de pessoas que se incluem na população-alvo para o qual o
produto é destinado. Por exemplo, num teste com produtos minimamente processados
procura-se trabalhar com a população das classes econômicas A e B, ou se se deseja
realizar um teste com cereais matinais achocolatados, crianças de 4 a 12 anos
consumidoras do produto devem ser selecionadas (MINIM, 2007).

Alguns critérios devem ser considerados na seleção da equipe de consumidores. São


eles (MINIM, 2007):

a) Freqüência de consumo do produto: devem-se obter por meio de questionários


informações sobre a freqüência de consumo do produto a ser testado, sendo necessário
que a equipe de participantes dos testes afetivos seja formada preferencialmente por
pessoas que apresentam elevada freqüência de consumo.

b) Idade: deve-se levar em consideração, na escolha da equipe participante, a faixa


etária dos consumidores e, em casos de produtos, cujo consumo dependente da idade,
obter a proporção de sua representatividade dentro da população. A faixa de idade de
4 a 12 anos é a escolhida para testes com doces, balas, cereais, achocolatados,
sorvetes, biscoitos etc.; a de 12 a 19 anos para roupas, revistas, refrigerantes, sucos,
salgadinhos etc.; a de 20 a 35 anos para os produtos em geral, sendo esta a faixa que
recebe maior atenção dos fabricantes por representarem uma grande parte da
população por possuírem alto potencial de consumo e porque os hábitos alimentares
são formados nessa faixa etária. Acima de 35 anos; as pessoas tendem a ser mais
econômicas devido aos gastos familiares, aquisição de bens etc.; após os 65 anos a
tendência é aumentar a preocupação com a saúde.
c) Sexo: geralmente mulheres consomem mais roupas, perfumes, cosméticos e os
homens mais carros, bebidas e entretenimento, entretanto as diferenças entre os
hábitos de consumo entre os sexos tendem a reduzir.

d) Estado civil: deve ser considerado, pois os hábitos de consumo entre pessoas
solteiras e casadas tendem a ser diferente.

e) Localização geográfica: a população não deve ser considerada homogênea. É


necessário que diferenças regionais sejam levadas em consideração na escolha da
equipe participante e os produtos sejam testados em diversas regiões.

Alem desses fatores, outros, como nacionalidade, raça, religião, educação e poder
aquisitivo, podem ser importantes para a seleção da equipe de participantes (MINIM,
2007).

LOCAIS DE APLICAÇÃO

O local da realização dos testes afetivos exerce uma grande influencia nos resultados,
não somente devido à localização geográfica, como também devido ao modo como os
produtos são percebidos pelo consumidor (MINIM, 2007).

Testes em laboratório
São os mais utilizados, sendo sal aplicação útil na seleção preliminar de amostras para
futuros testes e nas etapas de desenvolvimento de novos produtos (MINIM, 2007). Estes
testes devem ser conduzidos em laboratório, em cabines individuais, onde os julgadores
tenham condições ideais de concentração e degustação e garantindo privacidade do
julgador, o qual deverá preencher uma ficha, sem nenhuma intervenção pessoal
(DUTCOSKY, 2006).

* preferência: recomenda-se um mínimo de 50 julgadores;

* probabilidade de aceitação de um produto: recomenda-se um mínimo de 112


julgadores.

Testes em locais centrais


São usualmente conduzidos em área onde muitos compradores potenciais convergem
ou se reúnem. O organizador prepara cabines ou aluga uma sala numa feira, num
shopping Center ou escolas. As pessoas são interceptadas e selecionadas, 100 a 300
respostas são coletadas por localização. Deve-se tomar cuidado para não haver
questionamentos com interação pessoal, os quais podem conduzir a respostas
enganosas, realçando comportamentos particulares dos julgadores, os quais podem se
sentirem constrangidos ou gostem de criticar ou de se sobressair com falsos resultados
(DUTCOSKY, 2006). O numero de produtos pode variar de 2 a 6 (MINIM, 2006).

As vantagens deste teste são: avaliação do produto sob condições controladas, dúvidas
esclarecidas, produtos são testados pelos consumidores e alto retorno de respostas
(DUTCOSKY, 2006; MINIM, 2006).

As principais desvantagens são: condições de teste são um tanto artificiais quando


comparadas ao uso normal em casa, em termos de preparação, quantidade de consumo
e duração e tempo de uso (DUTCOSKY, 2006; MINIM, 2006).

Testes em domicílios
O produto é testado sob condições normais de uso, na casa do consumidor. Os
participantes são selecionados como representantes da população-alvo. A opinião da
família inteira é obtida e a influencia de cada membro da família é levada em
consideração. O tamanho da equipe varia de 75 a 300 por cidade em 3 ou 4 cidades
(DUTCOSKY, 2006; MINIM, 2006).

As vantagens são: o produto é preparado e consumido em condições normais de uso,


a informação é baseada em impressão bem estabelecida. Efeito acumulado obtido de
uso repetido pode dar informações sobre a potencialidade de venda. Planos de
amostragem estatística podem ser utilizados, mais tempo disponível, mais informações
coletadas incluindo atributos sensoriais, embalagem, preço, etc. (DUTCOSKY, 2006;
MINIM, 2006).

As desvantagens são: mais tempo despendido, levando de 1 a 4 semanas para terminar,


a possibilidade de não retorno das respostas é grande, pode haver erro no preparo do
produto, o custo é elevado, etc. (DUTCOSKY, 2006; MINIM, 2006).

TESTES DE PREFERÊNCIA
Os testes de preferência são usados quando se deseja comparar vários produtos quanto
a preferência. Esses testes, embora meçam a preferência dos consumidores, não
indicam se eles gostaram ou não dos produtos avaliados; portanto, o pesquisador deve
ter conhecimento prévio sobre a avaliação afetiva desses produtos. Nas indústrias
alimentícias esses testes são utilizados no desenvolvimento de novos produtos,
melhoria de produtos, alteração de processos de produção, formulação de produtos etc.
(MINIM, 2007).

Comparação Pareada
O objetivo do teste é determinar entre duas amostras qual é a preferida pelos
consumidores. Neste teste duas amostras devidamente codificadas com números de
três dígitos são apresentadas aos julgadores, em cabines individuais, para avaliação da
preferência. Solicita-se ao julgador que prove as amostras, indique qual das duas é a
preferida e marque sua resposta na ficha de avaliação (Figura 15).

Nome: _____________________________________________________ Data:


_________________

Por favor, prove as amostras da esquerda para a direita. Circule o código da amostra de sua
preferência. Entre as avaliações das amostras enxágüe a boca com água e espere 30
segundos.
534 966
Comentários:
________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
_________
Figura 6. Modelo de ficha para Comparação Pareada.

A ordem de apresentação das amostras deve ser balanceada e casualizada entre os


julgadores, para evitar respostas tendenciosas e atender as pressuposições dos testes
estatísticos. As amostras podem ser apresentadas nas posições AB e BA, e a equipe
de julgadores deve receber igual numero das duas ordens de apresentação, ou seja, se
100 julgadores participarem do teste, 50 devem receber as amostras na ordem AB e 50,
na ordem BA (MINIM, 2007).
A análise dos resultados é realizada da mesma forma como descrito para
discriminativos.

Ordenação
O método de ordenação determina a ordem de preferência entre três ou mais amostras.
O consumidor recebe as amostras codificadas com números de três dígitos, de maneira
casualizada e balanceada. Pede-se ao julgador para ordenar as amostras de acordo
com sua preferência, marcando sua resposta na ficha de avaliação (Figura 16).

Este método é rápido e permite avaliar varias amostras numa mesma sessão.
Entretanto, o número de amostras a ser ordenado numa única sessão é variável,
dependendo do produto. Normalmente recomendam-se no máximo seis amostras.

Após a realização do teste, os resultados são analisados conforme métodos


discrinativos.

Nome: _____________________________________________________ Data:


_________________

Por favor, prove as amostras fornecidas da esquerda para a direita. Ordene-as de acordo com
sua preferência. Atribua o número 1 para a amostra de maior preferência, 2 para a segunda
mais preferida e assim sucessivamente. Entre as avaliações das amostras enxágüe a boca e
espere 30 segundos.
Código da amostra Ordem de preferência
625 _________
486 _________
154 _________
201 _________
321 _________

Comentários:
________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
_________
Figura 7. Modelo de ficha para aplicação do método de ordenação.
Comparação múltipla
O teste de comparação múltipla é utilizado quando se deseja avaliar três ou mais
amostras quanto a preferência.

Apresenta-se aos julgadores, em cabines individuais, a amostra-referência, identificada


com a letra R, juntamente com as outras amostras a serem avaliadas, devidamente
codificadas com números de três dígitos. Solicita-se aos julgadores avaliar as amostras
quanto a preferência, classificando cada uma delas como de "igual preferência", "mais
preferida" ou "menos preferida" que a referencia. Em seguida, os julgadores sao
solicitados a identificar a intensidade da preferência. Este teste utiliza a ficha de
avaliação apresentada na Figura 17. A amostra-referência é escolhida entre as
amostras que estão sendo avaliadas.
Nome: _____________________________________________________ Data:
_________________

Por favor, prove a amostra-referência (R) e as amostras codificadas. Compare-as com a de


referencia e classifique-as como de igual preferência, mais preferida ou menos preferida, de
acordo com seu julgamento. Em seguida, classifique a intensidade da preferência de acordo
com a escala apresentada. Entre as avaliações das amostras enxágüe a boca e espere 30
segundos.
Código da amostra
542 454 214
Mais preferida que R ______ ______ ______
Preferida igual a R ______ ______ ______
Menos preferida que R ______ ______ ______
Intensidade da preferência
Nenhuma ______ ______ ______
Pequena ______ ______ ______
Moderada ______ ______ ______
Grande ______ ______ ______
Extrema ______ ______ ______

Comentários:
________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
_________
Figura 8. Modelo de ficha de avaliação para o teste de comparação múltipla.

Quadro 1. Critérios utilizados para transformação das respostas dos julgadores em


valores numéricos (escores).
Classificação da amostra Escores
Mais preferida que R Extrema 9 ou 4
Grande 8 ou 3
Moderada 7 ou 2
Pequena 6 ou 1
Preferida igual a R Nenhuma 5 ou 0
Menos preferida que R Pequena 4 ou -1
Moderada 3 ou -2
Grande 2 ou -3
Extrema 1 ou -4
Após a realização do teste, as fichas de respostas são organizadas e separadas por
julgador ou por amostra. Esses valores numéricos (escores) são tabulados, de acordo
com o Quadro 1, em uma tabela de dupla entrada (julgadores/amostras) para realização
da analise de variância, conforme explicado anteriormente. Se o teste F for significativo,
existe diferença entre as médias dos escores dos tratamentos, quanto a preferência.
Neste caso, é necessário aplicar um dos testes de comparação de medias "a priori",
para comparar as medias dos escores dos tratamentos. Se o teste F for não significativo,
não existe diferença entre as medias dos escores dos tratamentos, quanto a preferência.
Aqui, a ANOVA é conclusiva e não é necessário aplicar um dos testes de comparação
de medias "a priori".

9.4. TESTES DE ACEITAÇÃO

Os testes de aceitação são usados quando o objetivo é avaliar se os consumidores


gostam ou desgostam do produto. As escalas utilizadas nestes testes podem ser
balanceadas ou não-balanceadas. As escalas balanceadas são as mais empregadas,
sendo consideradas mais discriminativas e questionadoras por apresentarem igual
número de categorias positivas e negativas e termos igualmente espaçados, ao
contrário das não-balanceadas. As escalas não-balanceadas apresentam mais termos
do lado positivo do que do negativo e os termos são mais espaçados (MINIM, 2007).

Existem varias escalas para medir a aceitação, sendo as mais utilizadas a escala
hedônica e a escala de atitude (FACT).

9.4.1. ESCALA HEDÔNICA


É uma escala facilmente compreendida pelos consumidores, sendo utilizada por muitas
empresas que obtiveram resultados validos e confiáveis. Nela, o consumidor expressa
sua aceitação pelo produto, seguindo uma escala previamente estabelecida que varia
gradativamente, com base nos atributos "gosta" e "desgosta". Há diferentes tipos de
escalas hedônicas, como as verbais (Figuras 18), as faciais (Figuras 19) e a não-
estruturada (Figura 20).

Nas escalas verbais, a escolha apropriada das palavras ou frases é de extrema


importância, pois deverá dar uma idéia de ordem sucessiva dos intervalos na escala e
também facilitar a decisão do consumidor em suas respostas, evitando expressões
ambíguas que possam causar confusão e dificultar a decisão do consumidor.

As escalas faciais são usadas para crianças e/ou pessoas que não conseguem ler ou
compreender os significados das palavras. Podem ser descritas como uma serie de
desenhos de expressões faciais ordenadas em uma sequência que mostram desde um
sorriso indicando a aprovação do produto (gostei extremamente) até uma face triste que
indica a reprovação do produto (desgostei extremamente) (Figuras 19).

A escala hedônica não-estruturada é uma linha demarcada no extremo esquerdo com


o termo "desgostei extremamente", e no direito, "gostei extremamente". A vantagem da
utilização da escala linear não-estruturada é a ausência de um valor numérico associado
com a resposta, somado ao limitado uso de palavras para minimizar as possíveis
tendências do consumidor em evitar ou preferir determinados números ou expressões
(Figura 20).

Nome: _____________________________________________________ Data:


_________________
Sexo: M ( ) F ( ) Idade: _____ anos

Avalie cada amostra usando a escala abaixo para descrever o quanto você gostou ou
desgostou do produto. Por favor, enxágüe a boca entre cada avaliação e espere 30-40
segundos entre amostras.
Escala de 9 pontos Escala de 7 pontos Escala de
5 pontos
1 – Desgostei muitíssimo/extremamente 1 – Desgostei muitíssimo
2 – Desgostei muito 2 – Desgostei muito 1 – Desgostei muito
3 – Desgostei regularmente 3 – Desgostei 2 - Desgostei
4 – Desgostei ligeiramente
5 – Indiferente 4 – Não gostei/nem desgostei 3 – Não gostei/nem
desgostei
6 – Gostei ligeiramente
7 – Gostei regularmente 5 – Gostei 4 - Gostei
8 – Gostei muito 6 – Gostei muito 5 – Gostei muito
9 – Gostei muitíssimo 7 – Gostei muitíssimo

Amostra Valor
Comentários:
________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
_________

Figura 9. Escala hedônica de 9, 7 e 5 pontos.

Nome: _____________________________________________________ Data:


_________________
Idade: _____ anos

Por favor, avalie a amostra servida e indique o quanto você gostou ou desgostou do produto.
Marque a resposta que melhor reflita seu julgamento.

ou

Comentários:
________________________________________________________________________
Figura 10. Modelo de ficha de avaliação para o teste de aceitação utilizando a escala hedônica
facial para meninos e para meninas.

Nome: _____________________________________________________ Data:


_________________
Sexo: M ( ) F ( ) Idade: _____ anos

Por favor, avalie a amostra servida e indique o quanto você gostou ou desgostou do produto.
Marque a resposta que melhor reflita seu julgamento.

Desgostei extremamente Gostei extremamente


Comentários:
________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
_________

Figura 11. Modelo de ficha de avaliação para o teste de aceitação utilizando a escala hedônica
não-estruturada de 9 cm entre as âncoras.

Principio do teste
O julgador recebe as amostras codificadas, com números de três dígitos, e é solicitado
a avaliar os seus sentimentos com relação a cada amostra. Pode-se avaliar somente a
aceitação global, ou seja, o produto como um todo, ou também avaliar a aceitação de
atributos do produto, como cor, espessura do corte, gosto doce etc.

Os julgadores são selecionados ao acaso, dentre os membros da população de


consumidores do produto.

Apresentação das amostras


Na maioria dos casos, é desejável apresentar as amostras de forma monádica (uma de
cada vez) e sequencial (uma após a outra). Recomenda-se que todos os julgadores
provem todas as amostras, o que pode ser realizado utilizando-se um delineamento.

Avaliação dos resultados


As fichas de respostas preenchidas pelos julgadores são organizadas e a escala
nominal ou facial é transformada em valores numéricos de acordo com o Quadro 1, para
análise dos resultados.

Os resultados da escala hedônica podem ser avaliados pela análise da distribuição de


freqüências dos valores hedônicos obtidos em cada amostra, por meio de histogramas.
Os histogramas tornam possível a visualização da segmentação dos valores hedônicos
de cada amostra, revelando o seu nível de aceitação e rejeição e permitindo a
comparação dos desempenhos de duas ou mais amostras. Outra forma de analisar os
resultados da escala hedônica é por meio da analise de variância (ANOVA).
9.4.2. ESCALA DE ATITUDE (FACT)
A escala FACT mede o grau de aceitação do produto com base em atitudes do
consumidor em relação à freqüência em que estaria disposto a consumir o produto em
determinado período.

A escala FACT é recomendada para testes de aceitação de produtos com os quais os


consumidores não estão familiarizados. Classifica-se em nove categorias, sendo
considerada mais sensível do que a escala hedônica, pois o fato de se registrar uma
atitude é mais realista do que simplesmente registrar o interesse afetivo pelo produto.
Um exemplo de ficha de respostas utilizada para a escala FACT é mostrado na Figura
21.

As amostras são apresentadas individual e inteiramente ao acaso aos consumidores,


sendo feitas perguntas sobre a sua aceitação, segundo uma escala previamente
estabelecida, com base em atitudes de consumo. A escolha das palavras ou frases que
irão identificar os intervalos da escala é de extrema importância, devendo dar uma idéia
de ordem sucessiva dos intervalos na escala e também facilitar a decisão do consumidor
em suas respostas.

Os pontos da escala são convertidos em valores numéricos para a realização da análise


estatística dos resultados, como na escala hedônica (Quadro 1). Se apenas uma
amostra é analisada, o resultado pode ser expresso pela nota média da amostra; no
entanto, quando objetivo é comparar a aceitação entre duas ou mais amostras, a
ANOVA é realizada e, se necessário, testes de comparação de medias devem ser
aplicados.

Nome: _____________________________________________________ Data:


_________________
Sexo: M ( ) F ( ) Idade: _____ anos

Por favor, prove a amostra servida e marque a resposta que melhor corresponde ao seu
julgamento (atitude).
Código da amostra: _________
( ) Comeria isto sempre que tivesse oportunidade
( ) Comeria isto muito frequentemente
( ) Comeria isto frequentemente
( ) Gosto disto e comeria de vez em quando
( ) Comeria isto se tivesse acessível, mas não me esforçaria para isso
( ) Não gosto disto, mas comeria ocasionalmente
( ) Raramente comeria isto
( ) Só comeria isto se não pudesse escolher outro produto
( ) Só comeria isto se fosse forçado (a)

Comentários:
________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
_________
Figura 12. Modelo de ficha de avaliação para o teste de aceitação utilizando a escala de
atitude (FACT).

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