Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1 Discente do Curso de Medicina Veterinária da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Poços de Caldas
2 Discente do Curso de Medicina Veterinária da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Poços de Caldas
3 Discente do Curso de Medicina Veterinária da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Poços de Caldas
4 Discente do Curso de Medicina Veterinária da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Poços de Caldas
1 INTRODUÇÃO
O diagnóstico precoce da gestação é importante para o manejo
reprodutivo, pois permite o planejamento do parto e a identificação de
possíveis problemas gestacionais.
Os métodos tradicionais de diagnóstico de gestação em éguas
são: a palpação transretal, dosagens hormonais além dos avanços na
tecnologia de ultrassonografia que têm permitido o diagnóstico de
gestação em éguas cada vez mais precocemente.
A gestação na égua é um período de grande vulnerabilidade para
a mãe e para o feto. As alterações fisiológicas que ocorrem durante a
gestação podem predispor a égua a diversas patologias, que podem
afetar a saúde do feto e causar perdas gestacionais.
Outro ponto de relevâncias é o reconhecimento materno em
éguas é um processo complexo que ocorre durante a gestação e que é
fundamental para o estabelecimento do vínculo entre a mãe e o filhote. O
reconhecimento materno é caracterizado pela aceitação da égua do
potro após o parto.
2 PLACENTAÇÃO
A placenta é um órgão de extrema importância para a reprodução, é
através dela que nutrientes e oxigênio provenientes da mãe passam para o
feto, assim como também faz a eliminação de produtos fecais, ou seja, a
placenta é responsável pelo crescimento fetal (CAPELLINI, 2012). Isso torna a
placenta um dos fatores mais importantes para o sucesso da gestação, já que
alterações na mesma, implicam na função placentária, resultando em falhas na
gestação e também em outras complicações. Os parâmetros gestacionais
devem ser observados, como massa corporal neonatal, a duração da gestação
e o número de filhos por gestação. Para que seja entendido a evolução da
placenta, os dados anatômicos de desenvolvimento fisiológicos, genéticos e
epigenéticos devem ser avaliados juntos (WILDMAN, 2011).
O início da placentação é marcado pela implantação do concepto no
útero juntamente com as fases de aposição e adesão, e também pelo
alargamento da superfície de contato entre os epitélios. Esses eventos juntos,
irão garantir a nutrição e a firme ancoragem do concepto no útero (ABD-
ELNAEIM et al., 1999).
Na égua, a placenta é classificada como epitéliocorial, difusa,
microcotiledonária e adeciduada (ABD-ELNAEIM et al., 2006), e sua aderência
só ocorre em torno dos dias 24 a 40 (HAFEZ E HAFEZ, 2004). A classificação
de epitéliocorial, vem do fato de que o epitélio uterino está em contato direto
com a camada do córion, que apresenta seis camadas de tecido entre os
capilares da mãe e do feto, que são eles divididos em endotélio, tecido
conjuntivo e epitélio. Por esse motivo, nas éguas não acontece a passagem de
imunoglobulinas, fazendo com que seja ainda mais importante a administração
do colostro (GINTHER, 1992; GERSTENBERG et al., 1999).
A adesão da placenta vem de uma interdigitação entre a superfície
epitelial da vesícula embrionária e o revestimento uterino. Quando a placenta
vai se expandindo, os microvilos do córion e o epitélio uterino fazem com que
apareça estruturas microcotiledonárias que vão fixar a mesma (GINTHER,
1992; SHARP, 2000; ALLEN, 2001; ALLEN et al., 2002a; HAFEZ E HAFEZ,
2004).
No quinto mês de gestação, os microcotilédones são formados de maneira
completa. Cada microcotilédone é suprido por uma artéria de origem materna e
uma artéria equivalente da placenta fetal (ALLEN, 2001; WILSHER E ALLEN,
2003).
Na égua, a placenta consiste em tecidos fetais e materno, fazendo com
que ocorra trocas fisiológicas. Ela é difusa, não decídua e com ligação vilosa
superficial. Também é classificada como epiteliocorial, pois o epitélio do útero
está em contato com o trofoblasto. As vilosidades coriônicas são organizadas
em microcotilédones, que recobrem a superfície dessa estrutura e se encaixam
em criptas, que se localizam no endométrio (GINTHER, 1992).
A placenta é constituída por córion, alantóide, âmnion e cordão umbilical.
A parte coriônica do alantóide se liga ao endométrio pelos microcotilédones,
que recobrem a superfície uterina (TROEDSSON & SAGE, 2001).
3 FISIOLOGIA DA GESTAÇÃO
a. Reconhecimento materno
É um processo fisiológico e essencial para que ocorra a gestação,
ocorre quando há concepção do feto, gerando a comunicação entre ele e o
organismo materno, e consequentemente fazendo a manutenção do corpo
lúteo primário e dos níveis de progesterona necessários para o
desenvolvimento e sobrevivência do embrião (KASTELIC et al.1987;
ALLEN,2001; SPENCER et al.,2004).
Fonte: SILVA, E.I.C. Estabelecimento da Gestação nos Animais. 14 dez. 2021. Fig.1. Disponível em:
https://www.researchgate.net/publication/357033199_Estabelecimento_da_Gestacao_nos_Animais
Para que haja a gestação corretamente no início tem que ter a produção
do estradiol. As principais funções é ser mediador local nos tecidos e é
essencial para a comunicação materno-fetal na placenta epitéliocorial
(RAESIDE et al., 2002, 2004).
b. Endocrinologia de gestação
A gestação e o parto acorrem por diversos eventos hormonais, que tem
interações entre feto em desenvolvimento, a égua e a placenta. Nos dias
abaixo de 45 dias de gestação acontece um processo importante que é o
reconhecimento materno da gestação, ocorrendo por hormônios que a égua
possui (progesterona, estrógenos e gonadotrofinas) que são produzidos pelos
ovários, endométrio, cérebro e o embrião em crescimento (Mc KINNON, 2011).
Fonte: MATTA, M.P. AVALIAÇÃO DOS PARÂMETROS DE GESTAÇÃO DE ÉGUAS DA RAÇA MANGALARGA
MARCHADOR. 2013. Graf. 1. Disponível em: https://www.locus.ufv.br/bitstream/123456789/5800/1/texto
%20completo.pdf. Acesso em: 14 nov. 2023.
a. Palpação transretal
7 PERDAS GESTACIONAIS
As perdas gestacionais são problemas que acontecem com frequência
na equinocultura, o que gera grande preocupação entre os profissionais da
área, pois acarreta em prejuízos econômicos. Geralmente as perdas precoces
acontecem com maior frequência em relação as gestações tardias. Alguns
fatores estão relacionados como fatores maternais, ambientais e embrionários.
Os fatores que contribuem para que ocorram essas perdas na égua vem sendo
classificadas como intrínsecos, extrínsecos e embrionários (BALL, 1988).
Dentro dos fatores intrínsecos são observadas patologias endometriais, idade
materna, lactação, insuficiência de progesterona, cobertura no cio do potro, o
momento em que é feita a inseminação em relação a ovulação, local de fixação
intrauterina da vesícula embrionária e anormalidades cromossomais maternas.
Nos fatores extrínsecos, são incluídos nutrição, estação do ano, estresse,
temperatura ambiental, fatores iatrogênicos e a qualidade do sêmen do
garanhão. E por último, mas não menos importante, os fatores embrionários,
onde são observadas anormalidades cromossomais e outros fatores
relacionados ao próprio embrião (BALL, 1988).
8 CONCLUSÃO
O diagnóstico precoce da gestação é importante para o manejo
reprodutivo, pois permite o planejamento do parto e a identificação de
possíveis problemas gestacionais. Os métodos tradicionais de
diagnóstico de gestação em éguas são a palpação transretal, dosagens
hormonais além dos avanços na tecnologia de ultrassonografia que têm
permitido o diagnóstico de gestação em éguas cada vez mais
precocemente.
A gestação na égua é um período de grande vulnerabilidade para
a mãe e para o feto. As alterações fisiológicas que ocorrem durante a
gestação podem predispor a égua a diversas patologias, que podem
afetar a saúde do feto e causar perdas gestacionais.
REFERÊNCIA
MORAIS DE SOUZA, A.; ALEGRE, P. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO
GRANDE DO SUL FACULDADE DE VETERINÁRIA PROGRAMA DE PÓS-
GRADUAÇÃO EM MEDICINA ANIMAL: EQUINOS ARQUITETURA E
ESTRUTURA DA PLACENTA EQUINA DURANTE A GESTAÇÃO
Doutorado. [s.l: s.n.]. Disponível em:
<https://lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/108169/000947901.pdf?
sequence=1>. Acesso em: 14 nov. 2023.
Ginther OJ, Griffin PG. Natural outcome and ultrasonic identification of equine
fetal twins. Theriogenology, v.41, p.1193-1199, 1994.
Barnes, M., Fite, C., & Tibary, A. (2005). Trans-rectal ultrasonographic
evaluation of the placenta in Arabian and pony mares in mid-to-late gestation.
Theriogenology, 64, 787.