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A sala de aula como objeto de transformação das

experiencias vivenciadas na escola


Acadêmicos¹
Tutor Externo²

RESUMO

O presente trabalho tem por objetivo apresentar os primeiros estudos para uma sala de aula
transformadora que contribua de forma positiva na formação das crianças. As mudanças que
ocorreram ao longo dos anos na educação fazem com que hoje busquemos tratar a educação
infantil com muito mais atenção e principalmente, buscar abordagens que transformem as
vivencias das crianças em algo único e magnifico para que elas possam ter doces lembranças de
sua época escolar. Este trabalho trás a visão desta aluna sobre a sala de aula como espaço de
mudança nas vivencias educativas fomentadas nas visões de Ventavoli, Junior e Borges (2017)
trazem em sua obra a visão idealizadora de Pestalozzi sobre a escola ideal, onde a criança possa
se desenvolver de forma integral, Bacelar (2009) por meio de seus relatos com a Educação Infantil
nos mostra um pouco da história do lúdico e também ressalta as dificuldades enfrentadas pelos
professores em sala de aula, entre outros autores. A apresentação dos resultados teve como fonte
principal uma pesquisa de campo realizada por esta autora, buscando apresentar a importância da
sala de aula no aprendizado e trazer de forma reflexiva estudos sobre a educação infantil e a sala
de aula.

Palavras-chave: Sala de aula. Transformação. Educação Infantil.

1. INTRODUÇÃO

Antes de dar inicio as falas sobre o espaço da sala de aula e das vivências escolares, gostaria
de realizar uma explanação sobre meu interesse pelo tema proposto para a escrita deste paper
através de uma pequena história que vou contar.
Voltando há alguns anos atrás quando eu era apenas uma garotinha com 4 anos de idade.
Eram 06h, minha mãe acabara de me acordar para me arrumar para mais um dia na escolinha,
contudo o dia seria bem diferente para essa menininha. Este seria um dia muito especial, pois a
escolinha faria uma atividade com as crianças, levando-as para um planetário.
Este dia foi incrível para mim, uma criança que só via o céu noturno raras vezes por morar
nunca cidade grande, iluminada com postes o que dificultava bastante ver as estrelas. Ainda hoje
me lembro de todos os detalhes deste dia, a atividade foi promovida pelo SESC, onde as escolas que
fazem parte do sistema levaram os alunos de todas as turmas para visitar o planetário que foi
montado no SESC Avenida da minha cidade natal. Era um grande domo onde a gente entrava por
um túnel engatinhando e então no centro havia uma espécie de lanterna onde refletia no teto do
domo as estrelas.

1 Anna Beatriz de Araújo Bacelar Leão


2 Aline Nataly Wolf Kosteski
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI – Curso FLC21919PED – Prática do Módulo V – 25/11/2022
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A partir desta história posso te afirmar que essa experiência marcou minha vida
positivamente contribuindo para que hoje eu seja uma aluna dedicada e esforçada. Eu sei que não é
toda escola que possui recursos para proporcionar ações como esta que tive a oportunidade de ter,
mas as experiencias vividas na sala de aula tem uma capacidade muito grande de modificar a vida
de uma criança, principalmente durante a Educação Infantil.
Não quero aqui fantasiar e dizer que tudo é possível, eu compreendo as limitações das salas
de aulas, principalmente de escolas públicas. Hoje concluindo o 7º semestre do curso de pedagogia
e tendo a oportunidade de ver a sala através de um olhar mais maduro e como professora posso
afirmar que essa é uma carreira cansativa. Esse contato com diferentes salas de aula que a
graduação me proporcionou me trouxe um amadurecimento que é necessário para atuar na educação
brasileira.
Criar uma sala de aula criativa, lúdica e atraente para os alunos é um grande desafio para nós
professores, principalmente quando a gente fala na educação infantil, que é uma sala onde é mais
difícil manter a atenção das crianças por muito tempo. É necessário um jogo de cintura por parte de
nós, professoras, para criar planos de aula e conseguir aplicar de fato em sala aquilo que foi
planejado. Por esta razão trago aqui algumas reflexões a cerca da sala de aula como um espaço não
só de aprendizagem, mas de transformação.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

“A Educação Infantil no Brasil, inicialmente se caracterizou por um atendimento


assistencialista” (BACELAR, 2009), mesmo sendo de maior prioridade dar auxilio as mães que
trabalhavam fora de casa, a expansão da Educação Infantil trouxe outras perspectivas, mas que
também, apesar das variações o atendimento dessa modalidade ainda é voltado para o cuidado com
as necessidades básicas de crianças de 0-3 anos, que corresponde a creche e ao preparo das crianças
de 4-6 anos, que estão na pré-escola, para a entrada no ensino fundamental (CAMPOS apud
BACELAR, 2009).
Ainda com esta visão de que a sala de aula da Educação Infantil precisa ser acolhedora e
capaz de cativar as crianças

Pestalozzi afirmava que a função principal do ensino é levar as


crianças a desenvolver suas habilidades naturais e inatas. A
escola idealizada por Pestalozzi deveria ser não só uma
extensão do lar como inspirar-se no ambiente familiar, para
oferecer uma atmosfera de segurança e afeto. (VENTAVOLI,
JUNIOR E BORGES, 2017)
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Esse ambiente idealizado por Pestalozzi, e abordado pelos autores citados, torna as vivências
educativas muito mais satisfatórias e com resultados duradouros, sendo função do professor
promover o desenvolvimento dos valores que a criança já possui e elevar a importância da família
na formação da personalidade da mesma (VENTAVOLI, JUNIOR E BORGES, 2017).
Os professores contemporâneos, pelo menos em alguns países, inclusive no Brasil, estão
imersos em uma tarefa séria e desafiadora: Educar os indivíduos em uma sociedade onde o
conhecimento cognitivo racional é o único objetivo, com vistas a passar exame de vestibular
(BACELAR, 2009). Essa exigência, ao meu ver, tornou a sala de aula um ambiente, muitas vezes,
um local de difícil convivência para os alunos.

A valorização do desenvolvimento cognitivo, racional,


informativo vem em detrimento de outras capacidades e
habilidades que integram as dimensões do ser humano, as quais
deveriam fazer parte do programa de todas as instituições
educacionais. Infelizmente, nem a esta dimensão mental, a que
se propõem os referidos programas, a escola tem correspondido
satisfatoriamente, considerando-se as lacunas de conhecimento
e de cultura dos nossos jovens e adultos atualmente. Para o
educador da educação infantil, especificamente da creche, essa
realidade chega a ser angustiante, levando-o, frequentemente,
ao desestímulo, à baixa auto-estima, a somatizações e até ao
abandono da carreira. (BACELAR,2009)

Na visão de Bacelar (2009), e confesso que compartilho de sua visão, muitas vezes, os
professores são apenas vítimas de um sistema que cada vez mais negligencia todos os aspectos da
educação, desde a falta de recursos humanos e materiais até a falta de políticas públicas que se
encaixem no caráter de um país tão rico em artes, conhecimento, cultura, geografia, tradições, etc.
Enfrentando as dificuldades constantes - falta de materiais, condições insuficientes, apoio
emocional insuficiente, etc. – resta ao professor viver na miséria se quiser continuar a sobreviver na
sua profissão. Pode parecer exagero, mas esta é a realidade, apontada por Bacelar (2009) e também
a que vivencio hoje, ao acompanhar as atividades das professoras durante as atividades de estágio
que já realizei.
Retornando então a sala de aula, nos deparamos ainda com espaços pequenos, cheios de
cadeiras, uma turma com mais 20 alunos matriculados e muitas vezes o professor não conta nem
com um apoio de um auxiliar de sala, que são colocados apenas quando há requisição da escola para
a secretaria de educação em caso excepcionais, como por exemplo quando na sala há alunos com
necessidades especiais, esses relatos são meus, por experiência em um estágio nos anos iniciais do
ensino fundamental em uma escolinha próxima a minha residência.
Apesar de tais dificuldades temos professoras que dedicam sua vida a esta profissão e que se
esforçam para que a sala de aula seja de fato um objeto de transformação proporcionando
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momentos lúdicos com as crianças, como jogos, brincadeiras, rodas de leitura, ações simples, mas
que se tornam de fato significativas para a aprendizagem.

Na perspectiva histórico-cultural, a criança e o conhecimento


devem interagir de forma mútua nos aspectos afetivos e
científicos fazendo relação com o cotidiano da criança,
acreditando que a diversidade e heterogeneidades devem ser
consideradas elementos essenciais no desenvolvimento infantil.
Então, para perspectiva histórico-cultural, a aprendizagem, o
ensino e o desenvolvimento são processos que não se
confundem, mas estão interligados, dependendo um do outro.
(CREMONINI, 2012)

3. MATERIAIS E MÉTODOS

Este trabalho tem como objetivo apontar ações que possam tornar a sala de aula um
ambiente de transformação para as vivencias educativas, portanto, de caráter explicativo e foi
realizada por meio de estudo de campo do tipo qualitativo.
Essa pesquisa surgiu no meio do meu primeiro estágio na graduação, no começo eu iria
realizar a atividade de estágio somente e de forma remota, mas por destino, acabei fazendo amizade
com o corpo docente da escola o que me proporcionou um leque de informações e de
conhecimentos. Não fazia parte do meu projeto de estágio fazer entrevista deste tipo com os
professores, contudo a situação surgiu e aproveitei a oportunidade.
A pesquisa foi realizada com professores por estes serem os protagonistas e agentes de
mudança dentro de uma escola, isso sob minha concepção. A escolha de um questionário digital se
deu por motivos de que todo o estágio estava sendo de forma remota e mesmo com a proximidade
com os professores não havia necessidade de um contato físico para a realização do mesmo. O
formulário foi encaminhado para os professores por meio de mensagem no whatsapp com um link
do google forms que foi a plataforma digital que eu utilizei para realização desta pesquisa, os
professores não eram obrigados a responder o questionário e nem se identificar.
Ao receber as respostas eu as guardei e acabei não usando para a escrita do meu paper de
estágio na época, ainda bem que eu sempre mantenho todos os arquivos da graduação salvos em
HD e consegui acessar essa pesquisa novamente agora, um pouco mais de um ano depois de ser
realizada e estou usando a mesma para fomentar este trabalho.
A pesquisa foi realizada durante o período de estágio na Educação Infantil, na Escola Arco-
íris situada na cidade de São Bernardo, no Maranhão. As informações foram obtidas por meio de
questionário realizado de forma anônima com os professores, onde os mesmos não eram obrigados
a se identificar preservando dessa forma sua integridade e defesa.
A duração da pesquisa foi de um mês, prazo esse cedido por mim aos professores que
quisessem responder ao questionário para que os mesmos pudessem ter tempo de realizar a
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atividade. A pesquisa foi realizada por meio eletrônico através da plataforma do google o google
forms e ocorreu no mês de setembro de 2021.

FIGURA 1 QUESTIONÁRIO

A figura a cima é uma imagem do questionário realizado com os professores, aqui trago
somente as perguntas que foram formuladas e também pesquisadas com a ajuda da internet,
algumas não me recordo mais de onde foram tiradas por motivos óbvios de que já está com um ano
que as mesmas foram feitas e a porque acabei não utilizando elas para escrita do trabalho na época e
acabei por não as referenciar.
Logo abaixo nos resultados trago então uma das respostas obtidas neste questionário e que
podem servir como comprovação do estudo aqui apresentado.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

As informações, por serem provenientes de uma pesquisa qualitativa, a apresentação dos


resultados e discussão dos dados ocorre de forma teórica.
As perguntas e as respostas ficaram salvas no drive do google e trago aqui uma dessas
respostas obtidas por meio do formulário de perguntas que também ainda se encontra disponível no
link https://forms.gle/Mh1or2xjACqyuiD19 e pode ser acessado a qualquer momento por qualquer
pessoa que possua esse link.
FIGURA 2 QUESTIONÁRIO 2
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FONTE: Dados coletados pela autora

O quadro apresenta as respostas obtidas de um dos entrevistados disponibilizado pelo autor.


É possível perceber por meios das respostas do entrevistado que os momentos de ludicidade foram
importantes em sua formação e contribuem de forma significativa para sua prática pedagógica em
sala de aula, assim confirmando o que já havia sido falado anteriormente neste mesmo texto, que a
sala de aula é um objeto de transformação e que pode ser um grande diferencial na vida das
crianças.

5. CONCLUSÃO

Este trabalho trouxe uma análise sobre a educação, a sala de aula e o lúdico, a fim de
mostrar que ambos devem andar de mãos dadas para um aprendizado e desenvolvimento integral
das crianças. Trouxe um relato sobre uma experiencia que pude vivenciar aos 4 anos de idade para
iniciar essa jornada e abordei as visões de alguns autores e trabalhos de colegas de profissão, os
quais compartilho do mesmo pensamento no que diz respeito as práticas pedagógicas e também das
vivencias educativas.
A sala de aula como objeto de transformação é uma abordagem que trago neste trabalho para
dar uma ênfase maior na importância da estrutura escolar e da própria sala de aula como espaços de
grandes oportunidades para nossas crianças, um espaço de inclusão, brincadeiras e aprendizados.
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A escrita deste trabalho não foi em vão e pretendo que ele não seja utilizado apenas com a
finalidade de obtenção de nota para a disciplina a qual estou cursando, tenho grandes ambições com
ele, quem sabe, um aperfeiçoamento do mesmo para uma publicação em revista ou evento, por este
motivo esta conclusão ficará em aberto quanto a finalização deste trabalho, pois esta pesquisa não
deve parar por aqui, é necessário que nós como futuros professores e professores atuantes tenhamos
esse olhar mais crítico da nossa posição e das mudanças que podemos provocar em sala de aula com
nossos alunos.

REFERÊNCIAS

BACELAR, Vera Lúcia da Encarnação. Ludicidade e educação infantil. Salvador: EDUFBA,


2009.

CÔCO, Valdete; SOARES, Leticia Cavassana. Brincadeiras no parque: Sentidos produzidos a


partir de vivências na educação infantil. Revista Educativa-Revista de Educação, v. 19, n. 1, p. 7-
32, 2016.

CREMONINI, Márcia Warken. Brincadeiras de faz-de-conta na educação infantil: reflexões a


partir da ação pedagógica. Repositório Institucional da UFSC. Florianópolis, 2012. Disponível em
<https://core.ac.uk/works/18439102>. Acesso em 30 de out. de 2022

SILVA, Fabiana Fernandes da. A vivência lúdica na prática da Educação Infantil: dificuldades e
possibilidades expressas no corpo da professora. Universidade Federal de São João Del–Rei-
Departamento de Ciências da Educação. São João Del–Rei–MG, 2011.

SILVA, Pamela. TCC: metodologias. Amazon. Kindle, 2017. E-book.

VENTAVOLI, Fabíola Magda Andrade; JUNIOR, José Cortez; BORGES, Rafael Silva e.
Pestalozzi e a incorporação do afeto à sala de aula. 2017. E-book.

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