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Universidade Federal da Bahia

Faculdade de Ciências Econômicas


História do Pensamento Econômico
Professor: Lucas Rech
Aluno: Silas Bandeira

David Ricardo
Existe um vazio das grandes publicações econômicas entre A Riqueza das Nações, de
Adam Smith, até Os Princípios de Economia Política e Tributação, de David Ricardo. Ainda
levando em consideração que a obra de Smith, é rasa em muitos âmbitos do pensamento
econômico, como a ausência de uma Teoria da Distribuição, esta que se torna parte central do
pensamento de Ricardo. Evidentemente, a área do pensamento econômico não fica
completamente estática nesse período, porém um novo modelo econômico próprio, numa obra
que já integra uma teoria do valor, do lucro e da renda, somados à um tratado político.
O texto surge já como crítica à emissão exagerada do Banco da Inglaterra, somado a
um estudo anterior sobre a diminuição da redistribuição de renda, pautado por uma
decrescente produtividade marginal do trabalho. Daí surge sua teoria da Renda, inspirada
diretamente da teoria da Renda de Malthus. Já que somente após a leitura do trabalho deste,
Ricardo adquiriu a noção da relação entre lucro do agricultor e do vendedor, ou seja, a
compreensão de renda como excedente, da mesma maneira que ocorre com o lucro.
Sua Teoria do Valor, também é mais profunda e complexa que a versão Smithana. O
principal ponto de discordância entre os dois, encontra-se no fato de Ricardo incluir a moeda
como bem geral. Sendo assim, desfaz alguns entraves presentes na teoria de Smith, e estipula
que o preço de um grupo de bens, aumenta somente se haja um aumento na quantidade de
trabalho necessário em sua produção. Ao contrário de Smith, Ricardo descarta as noções de
utilidade, e toma a quantidade de trabalho, como fator central na determinação do valor de
uma mercadoria.
Ricardo introduz também uma nova teoria que soma ao valor. A teoria do custo de
produção, ou seja, a quantidade de trabalho necessária para a confecção do capital necessário
na produção da mercadoria, também é transferido para a mercadoria. Descobrindo assim uma
dualidade entre tempo e trabalho, e a necessidade de uma quantidade de trabalho armazenado
até que seja repassado na mercadoria. Além de entender a relação entre subida de salários nas
mercadorias que utilizavam quantidade importante parte de capital fixo. O aumento salarial,
na verdade faria cair os preços dos produtos, em virtude da queda da taxa de lucros. Ao
contrario do que pensava Smith, este aumento resultava em resultado similar nos preços dos
produtos em que se emprega uma quantidade maior de trabalho que capital fixo.
Segundo o autor, a acumulação de capital e terras nas mãos de certos indivíduos, não
invalida o princípio da troca proporcional ao trabalho aplicado, isso partindo do pressuposto
que o Capital era utilizado proporcionalmente nas diversas linhas de produção. Dessa
maneira, uma subida nos salários dos trabalhadores, ao contrário do que pensava Smith, não
levaria a um incremento no valor de todos os produtos na economia. Na verdade, levaria a
uma queda nos lucros.
O objetivo do trabalho de Ricardo, foi encontrar uma medida invariável de valor, que
seria útil para deduzir quais itens subiriam e diminuiriam de valor real. Ao compará-los com
uma medida padrão. Ajudaria também como a repartição do Capital entre lucro e salários,
supostamente alteraria o Produto Nacional. E como foi dito, a Repartição, era, para Ricardo, o
tema principal de sua obra, e principal problema da Economia Política. Em sua análise,
Ricardo percebe que a renda cresce não em valor absoluto. Mas relativo ao lucro e salários, de
maneira proporcional ao produto total.
Da mesma forma que Malthus, Ricardo demonstra preocupação com a velocidade do
crescimento populacional. Para ele, a garantia de certo padrão de vida, auxiliaria no freio do
aumento demográfico. O crescimento por outra vez, impulsiona o preço de produtos básicos
para cima, o que elevará os salários e diminuirá os lucros. Segundo Ricardo, este é o caminho
natural do Capital. É necessário então o uso do mercado externo para sanar essas diferenças.
Então, Ricardo se utiliza da Teoria das Vantagens comparativas, para manter o ganho de lucro
dentro de uma economia.

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