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- A VALIDADE SE ENCONTRA POSITIVADA NO CÓDIGO

CIVIL DE FORMA PREPONDERANTE E NÃO


EXCLUSIVA, NO ART. 104 DO C.C.
LIVRO III
Dos Fatos Jurídicos

TÍTULO I
Do Negócio Jurídico

CAPÍTULO I
Disposições Gerais

Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:

I - agente capaz;

II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável;

III - forma prescrita ou não defesa em lei.

PARA O NEGÓCIO SER VÁLIDO:

I. AGENTE CAPAZ E LEGITIMADO :

IV. PERSONALIDADE E CAPACIDADE

o
Art. 1 Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil.

o
Art. 2 A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a

salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro.

LOGO: A capacidade inicia-se do nascimento com vida.

a) CAPACIDADE DE DIREITO (AQUISIÇÃO OU GOZO) - TODOS POSSUEM


- CAPACIDADE DE ADQUIRIR DIREITOS E CONTRAIR DEVERES

b) CAPACIDADE DE FATO (EXERCÍCIO DOS ATOS DA VIDA CIVIL) - RESTRITA

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- APTIDÃO PARA PRATICAR PESSOALMENTE OS ATOS DA VIDA CIVIL
aptidão: disposição inata ou adquirida (para determinada coisa).

C) LEGITIMAÇÃO: APTIDÃO CIRCUNSTANCIAL - REQUISITO ESPECIAL


- TUTOR/ CUIDADOR
- ADMINISTRAÇÃO DOS BENS

CAPACIDADE DOS ÍNDIOS


LEGISLAÇÃO ESPECIAL

1. SILVÍCOLAS - ÍNDIOS SEM HÁBITOS URBANOS, QUE VIVEM NAS FLORESTAS

- ABSOLUTAMENTE INCAPAZES
- SEUS ATOS, SEM ASSISTÊNCIA DO ÓRGÃO TUTELAR (FUNAI), NULOS -
ex tunc.

2. OS DEMAIS ÍNDIOS

- CAPAZES DE EXERCER OS ATOS DA VIDA CIVIL


a) idade mínima: 21 anos;
b) conhecer língua portuguesa;
c) habilitação para o exercício de atividade útil e
d) razoável compreensão dos usos e costumes.

COMO FINDARÁ A INCAPACIDADE

REGRA:
- CESSA JUNTAMENTE COM SEU FATO GERADOR:

a) Maioridade (18 anos);

b) Reversão da causa psíquica:


- Deverá ser realizada pelo Poder Judiciário, assim como foi a interdição, em
obediência ao Princípio do Paralelismo das Formas.

EMANCIPAÇÃO

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EMANCIPAÇÃO: É A ANTECIPAÇÃO DA CAPACIDADE PARA TODOS OS ATOS DA VIDA CIVIL.

REGRA: TRADUZ ATO IRREVOGÁVEL E IRRETRATÁVEL, NÃO SENDO POSSÍVEL EM REGRA


E AO EMANCIPADO, O RETORNO À CONDIÇÃO DE INCAPAZ.
​ irrevogável: não revogável; que não se pode anular, apagar; de que não se pode voltar atrás.
​ irretratável: que não é passível de ser anulado, revogado ou alterado por ato posterior (diz-se de ato ou negócio
jurídico).

ATENÇÃO:
1. APESAR DO CARÁTER IRRETRATÁVEL E IRREVOGÁVEL, COMO ATO DE VONTADE
QUE O É, A EMANCIPAÇÃO VOLUNTÁRIA PODERÁ SER DESCONSTITUÍDA POR VÍCIO
DE VONTADE, CONFORME ENUNCIADO 397 DO CONSELHO DE JUSTIÇA FEDERAL.

2. A emancipação, por si só, não elide a incidência do Estatuto da Criança e do


Adolescente. - ENUNCIADO 530 STJ

o
Art. 5 A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à

prática de todos os atos da vida civil.

Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade:

I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público,
independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o
menor tiver dezesseis anos completos;

II - pelo casamento;

III - pelo exercício de emprego público efetivo;

IV - pela colação de grau em curso de ensino superior;

V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde


que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria.

A) EMANCIPAÇÃO VOLUNTÁRIA

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PELA CONCESSÃO DE AMBOS OS PAIS, OU UM DELES NA FALTA DO OUTRO,
MEDIANTE INSTRUMENTO PÚBLICO, INDEPENDENTE DA HOMOLOGAÇÃO JUDICIAL, A
MENOR QUE TENHA, 16 ANOS COMPLETOS

● quando um dos responsáveis estiver fisicamente impossibilitado, como morte, ausência


ou coma, etc.
● A EMANCIPAÇÃO VOLUNTÁRIA NÃO ABDICA DOS PAIS A SUA RESPONSABILIDADE
CIVIL PARA COM OS FILHOS EMANCIPADOS VOLUNTARIAMENTE.
o
● GARANTIR OS EFEITOS DA EMANCIPAÇÃO VOLUNTÁRIA: Art. 9 Serão registrados em

registro público:

II - a emancipação por outorga dos pais ou por sentença do juiz;

B) EMANCIPAÇÃO JUDICIAL

- É AQUELAS CONCEDIDAS PELO TUTOR AO PUPILO - QUE TENHA AO MENOS 16


ANOS COMPLETOS -, MEDIANTE DECISÃO JUDICIAL.
- EXIGE-SE A DECISÃO JUDICIAL, PARA QUE NÃO SE ESVAZIE A TUTELA.
- INTERVENÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO
- GARANTIR OS EFEITOS:

registro público:

II - a emancipação por outorga dos pais ou por sentença do juiz;

C) EMANCIPAÇÃO LEGAL

- DECORRE DA PRÁTICA DO ATO JURÍDICO, PREVISTO EM LEI, INCOMPATÍVEL COM A


CONDIÇÃO DE INCAPAZ.
- OPERA-SE EMANCIPAÇÃO INDEPENDENTE DE REGISTRO OU DECISÃO.
- CASOS:
1. CASAMENTO
- QUEM CASA-SE EMANCIPA-SE

- SEPARAÇÃO/ DIVÓRCIO: TEMA RELATIVO À EFICÁCIA E NÃO A


VALIDADE (não perde).

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- CASAMENTO INVÁLIDO: UM CASAMENTO INVÁLIDO NÃO É POSSÍVEL
FALAR-SE EM EMANCIPAÇÃO.
● EXCEÇÃO: CASO AMBOS OS CÔNJUGES, OU ATÉ MESMO UM
DELES, ESTEJA DE BOA FÉ, OS EFEITOS DESTE CASAMENTO
PUTATIVO DEVERÃO SER RESGUARDADOS, ATÉ A DATA DA
SENTENÇA ANULATÓRIA, PERMANECENDO, POR
CONSEGUINTE, A EMANCIPAÇÃO.

putativo: que aparenta ser verdadeiro, legal e certo, sem o ser; suposto.

CONCLUSÃO

CASAMENTO CELEBRADO POR PESSOA INCOPETENTE, MAS QUE TENHA LEVADO O


CASAMENTO AO REGISTRO E SEJA RECONHECIDA PUBLICAMENTE COMO JUIZ DE
CASAMENTO, É POSSÍVEL A APLICAÇÃO DA TEORIA DA APARÊNCIA, CONFERINDO-SE
VALIDADE AO MATRIMÔNIO E, POR CONSEGUINTE, A EMANCIPAÇÃO.

2. EXERCÍCIO DE EMPREGO PÚBLICO EFETIVO


- DIFICILMENTE A LEI IRÁ ADMITIR O PROVIMENTO EFETIVO EM EMPREGO PÚBLICO
ANTES DOS 18 ANOS
- O EXERCÍCIO DE EMPREGO PÚBLICO EFETIVO É CAUSA DE EMANCIPAÇÃO.
- EMPREGO PÚBLICO: Emprego em que empregador é pessoa de direito público.
- ENCARGO PÚBLICO: O que é criado por lei, em número certo, com denominação própria e
remunerado pelos cofres públicos.

A MAIOR PARTE DOS DOUTRINADORES DIZ QUE ABRANGE TANTO CARGO COMO ENCARGO
PÚBLICO. MINORIAS DIZEM SER SOMENTE EMPREGO PÚBLICO.

3. COLAÇÃO DE GRAU DE ENSINO SUPERIOR


- COLAÇÃO DE GRAU + APROVAÇÃO NO ENEM OU VESTIBULAR.

4. ESTABELECIMENTO CIVIL OU COMERCIAL, OU A EXISTÊNCIA DE RELAÇÃO


DE EMPREGO

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- O MENOR COM DEZESSEIS ANOS COMPLETOS TENHA ECONOMIA PRÓPRIA
SUPERIOR.
- INDEPENDÊNCIA ECONÔMICA E DE AÇÃO AS QUAIS LEVAM A EMANCIPAÇÃO.
- EMANCIPAÇÃO PERSISTE MESMO COM A PERDA DO EMPREGO
(IRRETRATABILIDADE E IRREVOGABILIDADE DA EMANCIPAÇÃO) .

II. A FORMA DA EXISTÊNCIA HÁ DE SER PRESCRITA


OU NÃO DEFESA EM LEI.

- Nos N.J. vigora o Princípio da Liberdade de Formas:


Art. 107. A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quando a lei
expressamente a exigir.

- REGRA GERAL: SEGUINDO ESSA LÓGICA, OS N.J.


PODERÃO SER CELEBRADOS DE QUALQUER MANEIRA,
INCLUSIVE VERBALMENTE.
- EXCEÇÃO: ´´ SENÃO QUANDO A LEI EXPRESSAMENTE A
EXIGIR``
Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que
visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a
trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País.

Art. 541. A doação far-se-á por escritura pública ou instrumento particular.

Parágrafo único. A doação verbal será válida, se, versando sobre bens móveis e de pequeno valor, se lhe
seguir incontinenti a tradição.

● STJ - FIRMOU DEMANDAR ESCRITURA PÚBLICA, SOB


PENA DE NULIDADE, A DOAÇÃO DE IMÓVEL CUJO VALOR
SEJA IGUAL OU SUPERIOR A 30 VEZES O MAIOR SALÁRIO
MÍNIMO VIGENTE NO PAÍS, JUSTAMENTE POR CONTA DA
EXIGÊNCIA DO ART. 108 DO CC.

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● APESAR DO ART. 541 DO CC, O STJ DIZ QUE ELE PRECISA
SER SISTEMATIZADO A PARTE GERAL DO CC QUE NO ART.
108 EXPÕE A EXIGÊNCIA.

● APESAR DO ENUNCIADO 289, O QUE PREVALECE É A


DETERMINAÇÃO DO VALOR PELO FISCO ( ÓRGÃO DO
ESTADO OU ÀS RESPECTIVAS AUTORIDADES QUE SÃO
RESPONSÁVEIS PELA GESTÃO, CONTROLE E
CUMPRIMENTO DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA).

LOGO:
Para a avaliação, aferição do valor do imóvel para fins de
enquadramento no patamar definido pelo art. 108 do CC - o qual exige
escritura pública para os negócios jurídicos acima de trinta salários
mínimos -, deve-se considerar o valor atribuído pelo FISCO, e não o
declarado no contrato de compra e venda.

● O Contrato de Compra e Venda pelo SFI pode ser feito por meio
de instrumento particular, na forma do art. 38 da lei Federal
9.514/97.
● Promessa de Compra e Venda Geradora do Direito Real de
Aquisição - firmada mediante instrumento particular

Segundo o artigo 109 do CC é viável a Vinculação de Forma em


decorrência da vontade humana → contrato preliminar fique registrado e o
contrato principal é registrado como escritura pública.

● Desrespeito a forma vinculada em qualquer dos casos acarretará na


nulidade absoluta do negócio jurídico. - art. 166

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● SIT: forma livre + documento inválido = não gera invalidade do ato.

- a forma é mera questão de prova ( ad probationem )


- não de substância ( ad substancione ou solemnitatem)

● solenidade: externa ao ato


- Pode ser exigência de inscrição do registro de imóveis.
● forma: interna ao ato
- Escrita ou verbal
EX: CONTRATO PRELIMINAR
- forma é livre
- deve ser respeitada a solenidade de ser levado a registro
respectivo

III. O objeto de existência há de ser lícito, possível, determinado ou


determinável
- Lícito está de acordo com a lei - possibilidade jurídica.
x - vender cocaína (código não permite )
- Possível é o objeto materialmente realizável - possibilidade
material.
x- vender cachorro que fala (esse animal não existe )
- A impossibilidade material pode ser transitória que não vai
invalidar o negócio jurídico.

● OBJETO DETERMINADO:
- PREVIAMENTE INDIVIDUADO, EM SEU:
1. GÊNERO : tipo, classe e espécie.
2. QUANTIDADE: qualidade do que pode ser medido.
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3. QUALIDADE: natureza (das coisas).

- OBRIGADO A DAR COISA CERTA;

EX: VENDA DE CARRO TAL, MARCA TAL, ANO TAL…

● OBJETO DETERMINÁVEL
- INDICADO APENAS PELO GÊNERO, PELA
QUANTIDADE, AINDA NÃO INDIVIDUALIZADO (visto
com detalhes; especificado, pormenorizado).

- OBRIGAÇÃO DE DAR COISA INCERTA OU GENÉRICA


EX: VENDA DE 10 (DEZ) SACAS DE CAFÉ, OU FEIJÃO, OU
ARROZ.
Seção II
Das Obrigações de Dar Coisa Incerta

Art. 243. A coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e pela quantidade.

Art. 244. Nas coisas determinadas pelo gênero e pela quantidade, a escolha pertence ao devedor, se o
contrário não resultar do título da obrigação; mas não poderá dar a coisa pior, nem será obrigado a prestar a
melhor.

Art. 245. Cientificado da escolha o credor, vigorará o disposto na Seção antecedente.

Art. 246. Antes da escolha, não poderá o devedor alegar perda ou deterioração da coisa, ainda que por força
maior ou caso fortuito.

IV. A vontade da existência há de ser livre e desembaraçada -


consentimento válido -, não sendo admitidos defeitos na sua
manifestação.

- para ser válida:

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- Livre
- Desprovido de vícios
- Não sendo fruto de erro, dolo, coação, lesão, estado de perigo e
fraude contra credores

- Consentimento:
- verbalmente
- escrito particular
- escrito público

- O silêncio:
- é neutro (nem neg, nem afirm.)
- excepcionalmente gera anuência

● quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem e não


for necessária a declaração de vontade expressa na forma
dos artigos 111 e 432, ambos do CC.

Art. 111. O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não for necessária a
declaração de vontade expressa.

Art. 432. Se o negócio for daqueles em que não seja costume a aceitação expressa, ou o proponente a tiver
dispensado, reputar-se-á concluído o contrato, não chegando a tempo a recusa.

CÓDIGO DO CONSUMIDOR X SILÊNCIO

- Defesa do consumidor diz que o comprador tem até 7 dias para dar o
seu sim ou não pelo produto

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- Passado o período in albis (em branco, sem manifestação ) =
PRESSUPÕE-SE ACEITO PELO CLIENTE
SITUAÇÃO DE DOAÇÃO

CC REGISTRA ALGUMAS ACEITAÇÃO PELO SILÊNCIO:


1. DOAÇÃO PURA ( art. 539 CC).
Na qual se restar fixado prazo para aceitação, e o donatário persiste silente
* donatário: aquele favorecido por uma doação.

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