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UFF – Universidade Federal Fluminense

ESR – Instituto de Ciências da Sociedade e Desenvolvimento Regional


SSC – Departamento de Serviço Social de Campos
Disciplina: Planejamento e gestão
Prof.ª
DISCENTES: Paolla Barreto, Paulla e Daniela

QUESTÃO 1.1:

Ao que se refere o planejamento situacional estratégico, a autora nos traz que este nada mais é
que estratégias para lidar com situações complexas, situações emergenciais, que como
ferramenta de serviços tem sido adaptado a orientar empresas de todas as naturezas, devido ao
seu potencial de respostas da gestão de projetos, visto que, o objetivo das empresas é sempre se
colocar à frente de outras empresas, servindo para dar um direcionamento para as empresas,
quer por meio de uma visão, por meio de uma análise ambiental.

É por meio do planejamento situacional estratégico que se produz uma explicação de situações
que se precede através de problemas, detalhando cada situação. ”[…] a metodologia utilizada no
planejamento estratégico situacional é composta por quatro momentos que objetivam superar os
quatros problemas principais do planejamento, o momento explicativo: que corresponde a
questões como “o que foi”, “o que é” e ”o que tende a ser”, o normativo, em que corresponde a
questionamento do que “deve ser”, onde se detalha as propostas em função do cenário, o
estratégico que corresponde ao questionamento “do que pode ser”, definindo a viabilidade do
plano e os momentos de agir, e por fim mas não menos importante, o tático operacional, cujo se
tem como questionamento “o que fazer”. (Bertola, 2016 p.340).

É necessário compreender que dentro dos serviços públicos, quando algo não está dentro da
meta, dentro do que é esperado de um servidor público, não necessariamente tem se como fazer
algo, ficando a critério do próprio servidor público fazer o trabalho que este foi designado a
fazer. Uma particularidade muito forte é que na administração pública não se tem um dono,
dessa forma não são assediados a cumprir ordens, tendo que articularem entre si para executar
projetos com pessoas que não são obrigadas a realizá-los, ao contrário das empresas que
possuem donos e é necessário cumprir ordens.

Nas organizações se parte do seguinte pressuposto, estas não são só recursos, objetivos e metas,
organizações são pessoas envolvidas, tendo os seus desafios, os seus problemas cotidianos,
dessa forma, dentro da empresa também precisa de um aspecto fundamental, sendo ela até
mesmo pouco privada, precisa-se trabalhar a partir da gestão, de um elemento fundamental que
é a colisão de pessoas, ou seja, capacidade de organização, de ter grupos que cooperam entre si
para gerar resultado, esse passa a ser um dos elementos fundamentais do alcance de resultados
dentro de organização.

A autora traz como um dos elementos centrais do texto o Planejamento Participativo, que tem
como objetivo como o próprio nome já diz a “participação” dos usuários para junto com os
profissionais acharem soluções cabíveis para suas demandas "[…] inclui a distribuição do poder
e a possibilidade de decidir na construção não apenas do "como" ou do “com que” fazer, mas
também do “o que” e do “para que fazer." (Gandin, 2001, p. 81, apud Bertollo, 2016, p.342). Ou
seja, a autora nos mostra que esse modelo de planejamento pressupõe a alteração das forças de
poderes de dentro das instituições, possibilitando a inclusão das pessoas nas tomadas de
decisões, possibilitando a todos manifestar-se e poder decidir coletivamente o rumo das ações.
Exemplo disso é o que afirma Gandin (2001 p. 81), coloca-se “[...] como uma escola
diferenciada dentro das possíveis alternativas na área do planejamento” haja vista que,
prossegue o autor, “[...] ele foi desenvolvido para instituições, grupos e movimentos que não
têm como primeira tarefa ou missão aumentar o lucro, competir e sobreviver, mas contribuir
para a construção da realidade social.” (GANDIN, 2001, p. 82 apud Bertollo, 2016, p.343). Ou
seja, o planejamento participativo, tem como medida tentar construir uma realidade mais
igualitária, vista que vivemos em uma sociedade desigual onde a tomada de decisões são sempre
de “cima para baixo”. “É nessa luta que o Serviço Social se coloca, é nesse sentido que a
utilização do planejamento participativo pelo seu coletivo profissional é uma das possibilidades
para ir além da mera “administração” e apaziguamento das ‘demandas e necessidades’ dos
sujeitos, mas sim para construção de outra realidade social”. (Bertollo, 2016, p.343)

Acerca da prática profissional frente a esses Planejamento, o desafio do assistente social de


planejar, operacionalizar e avaliar ações (BERTOLLO, 2016) exige deste profissional um olhar
crítico da realidade que lhe for apresentada. Em meio a incerteza da permanência no local de
trabalho, visto que grande parte é composta de RPA (Recibo de Pagamento Autônomo), tipo de
empregabilidade temporária que põe em jogo a mediação entre perfil institucional e perfil
profissional, e, ainda, falta de recursos financeiros num contexto de precariedade das políticas
públicas (e do próprio material de trabalho), o assistente social, que se compromete com o
projeto ético-político, atravessa trincheiras.

A opção estatal de fomentar o econômico em detrimento do social (BERTOLLO, 2016)


enfraquece a operacionalização do assistente social, pois se encontra, muitas vezes, em
instituições que visam o lucro e não o combate às expressões da questão social. Ainda, o que
Bertollo (2016) chama de “movimento de parceria público/privado” alimenta, para a autora,
uma raiz no voluntariado e na religiosidade, retrocedendo conquistas na área do Serviço Social,
deixando de lado as dimensões técnico-operativa, teórico-metodológica e ético-política, bases
que constituem o exercício profissional, acentuando o assistencialismo.

Uma operacionalização de qualidade requer que o assistente social beba de fontes de referencial
teórico-metodológico crítico em relação a sociedade em que vive, sabendo enxergar seu papel
de ser humano e profissional assalariado, proletariado em meio a um mundo dominado pelo
capitalismo. O assistente social, em seu papel de mediador, deve sempre destacar os interesses
da classe trabalhadora, mesmo que tenha de enfrentar a instituição que lhe emprega, sendo esta
questão delicada e nada fácil.

QUESTÃO 1.2:

Em síntese entendemos que o planejamento estratégico é um importante componente da gestão,


constituindo-se como um instrumento para o atingimento de seus objetivos. Esta encontra um de
seus limites no neoliberalismo, hegemônico nos dias atuais e poderoso na disputa pelo poder.
Entretanto, tendo-se em conta que o Estado não é um espaço homogêneo, mas permeado por
embates entre atores sociais diversos, o planejamento e a gestão também são utilizados pelas
forças que objetivam a redistribuição das riquezas socialmente produzidas, por meio das
políticas sociais e através do campo de ação das instituições governamentais e não
governamentais com intuito de absorver um sentido político para a gestão pública. A
democratização da participação do planejamento, entendendo-se esta como compartilhamento
das decisões, é importante e poderoso elemento para o sucesso deste empreendimento.

Assim, temos que o planejamento estratégico pressupõe essa disputa de forças no âmbito da
formação das políticas. Para efetivação do objetivo que motiva o planejamento, faz-se
necessário identificar o ambiente em que se desenvolverá a ação, a conjuntura política, o perfil
das forças envolvidas nesses processos, a importância dessa democratização de debate que são
de interesses coletivos e o tempo disponível para o debate sobre o planejamento. O objetivo
final é a conquista da hegemonia naquele escopo.

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