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COMPONENTES
DE CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO II
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MARCOS, Janaina Ramos

SST Componentes de criatividade e inovação II / Janaina

Ramos Marcos

Ano: 2020

nº de p. 12

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 COMPONENTES
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DE CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO II

Apresentação
Neste momento, trataremos de um assunto relacionado aos componentes de
criatividade e inovação II. Estudaremos sobre os conceitos relacionados a inovação,
a importância do papel dos líderes, e os tipos de líderes que se tem delineado
para essa intervenção na perspectiva da inovação e criatividade no ambiente
organizacional.

Também estudaremos a respeito da criatividade como aquisição de competências,

apresentaremos os cincos tipos de competências que as empresas devem adotar
em uma gestão criativa. E, por fim, iremos estudar sobre a importância do estímulo
as equipes para um bom desempenho. Fique atento a todas as informações
presentes aqui, e vamos juntos ao processo de conhecimento e aprendizagem a
respeito da relevância desses assuntos.

Bons estudos.

Componentes da Inovação –
ambiente de trabalho, liderança,
recursos, comunicação e
colaboração
A inovação é o principal agente para o desenvolvimento econômico, teoria esta que
foi formulada primeiramente pôr o Joseph Alois Schumpeter. Em seus estudos,
observou que o ciclo do capitalismo combina inovações e um novo paradigma na
economia, impulsionando-a rapidamente (AMORIM; FREDERICO, 2008).

Já Drucker (2002, p. 25) caracteriza inovação como:

[...] o instrumento específico dos empreendedores, o meio pelo qual eles

exploram a mudança como uma oportunidade para um negócio diferente
ou um serviço diferente. Ela pode ser apresentada como disciplina,
ser apreendida e ser praticada. Os empreendedores precisam buscar,
com propósito deliberado, as fontes de inovação, as mudanças e seus

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sintomas que indicam oportunidades para que uma inovação tenha êxito.
E os empreendedores precisam conhecer e pôr em prática os princípios
da inovação bem-sucedida.

Existe uma grande relação entre inovação, criatividade e desenvolvimento econômico

que atualmente estão no foco das discussões organizacionais, em virtude de
estarmos vivenciando a era do conhecimento e sua importância nas relações e no
modelo de processo produtivo capitalista atual (AMORIM; FREDERICO, 2008).

A criatividade e a inovação nas organizações estão ligadas a alguns fatores, de

acordo com Amorim e Frederico (2008), a saber:

• Características de pessoas altamente criativas e inovadoras;

• Ambiente que favorece a criatividade e a expressão de ideias e inovação;
• Habilidades cognitivas de pessoas que possuem pensamentos criativos e
inovadores.

Uma organização que cria um ambiente que favorece a criatividade possui algumas
características, tais como: reconhecimento do trabalho criativo, flexibilidade nos
níveis hierárquicos, estímulos à criatividade, estímulo à troca de experiências entre
as equipes de trabalho.

Toda organização possui um nível hierárquico de líderes, cada um desempenhando

um papel estratégico na articulação da inovação. Desse modo, em uma empresa
ocorre o relacionamento entre três tipos de líderes:

Líderes locais

Responsáveis diretos pelos resultados das equipes;

Líderes de rede

Atuam na construção de comunidades, não atuando diretamente em nível

hierárquico na organização;

Líderes estratégicos

Responsáveis diretos pelo desempenho da organização, mas influenciam em

menor monta nos processos de trabalho dos colaboradores (BORGES, 2010).

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Um líder deve desempenhar um papel de articulação no sentido de orientar o

processo de mudanças na empresa, auxiliando as pessoas a perceberem novas
possibilidades de ação, de geração de ideias. Devem ainda motivá-las e engajá-
las para que estas possam modificar sua forma de ação, reavaliar seus modelos
mentais, suas atitudes, orientá-las a desenvolver o pensamento sistêmico e
coordenar o trabalho em equipe para que este seja produtivo e eficaz.

Curiosidade
Você sabe o que significa pensamento sistêmico? A teoria do
pensamento sistêmico consiste em pensar sobre as partes de um
sistema, suas interrelações entre as partes e qual a finalidade que
o sistema visa alcançar, organizando as informações e pensando
em como elas funcionam.

Outro ponto importante é que compete aos líderes empresariais motivarem seus
funcionários, para que tragam ideias e inovações para a empresa, oferecendo todo
seu conhecimento e capital intelectual para a solução de problemas na empresa.

Curiosidade
O que é motivação? “A palavra motivação tem origem na palavra
latina movere, que significa mover […] essa origem da palavra
encerra a noção de dinâmica ou de ação que é a principal tônica
dessa função particular da vida psíquica.

A motivação é uma ferramenta imprescindível para as empresas e deve ser

aplicada de forma prudente, não devendo ser utilizada somente motivação de forma
financeira. Sendo assim, as lideranças devem motivar e oferecer condições para
que as necessidades, objetivos e perspectivas das pessoas sejam supridas.

Reflita
Existem algumas crenças equivocadas em relação à motivação, ou
seja: a crença de que uma pessoa possa literalmente motivar outra; a
crença de que a pessoa é motivada como resultado da satisfação. Etc.

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Uma equipe onde um indivíduo tem suas ideias sempre acatadas e recompensadas
financeiramente, pode gerar uma espécie de “inveja” ou animosidade entre outro
membro, que também possui boas ideias, mas estas nunca são postas em prática,
nem tão pouco recompensadas. Observe no quadro a seguir a relação entre a
motivação intrínseca e extrínseca:

Modelo componencial de criatividade de Amabile

Criatividade

Processo criativo

Ambiente
de trabalho

Habilidade
Motivação
Expertise para
intrínseca
Componentes criatividade
externos
Componentes internos

Fonte: FARIA; VARGAS; MARTÍNEZ (2013, p. 13)

Por fim, além de liderança e ambiente de trabalho motivador, a empresa também

deve dispor de recursos, sejam eles financeiros, físicos e pessoais, para que o
processo de inovação seja efetivo e possa trazer resultados para a organização,
identificando a criatividade e estimulando competências.

A Criatividade como aquisição de

competências
A criatividade precisa ser pensada no ambiente organizacional, através do
compartilhamento de conceitos, métodos e competências de cada indivíduo,
adequando-se ao histórico da empresa, à sua estrutura, missão, visão e valores.

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A competência pode ser compreendida como uma gama de conhecimentos,

habilidades e atitudes necessárias para que o indivíduo possa desenvolver suas
tarefas e responsabilidades, usando a sua criatividade e seu poder de inovação.

Fleury e Fleury (2000, apud Borges, 2010, p.36) adotam o conceito de competência
como “um agir responsável e reconhecido, que implica mobilizar, integrar,
transferir conhecimentos, recursos, habilidades, que agreguem valor econômico à
organização e valor social ao indivíduo”.

Senge (1998, apud Borges, 2010) aponta cinco tipos de competências que as
empresas devem adotar em uma gestão criativa:

• Pensamento sistêmico: observar relações entre fatos isolados, procurando

pontos em comum;

• Domínio pessoal: observar a realidade de forma objetiva;

• Visão compartilhada: habilidades para encontrar e estimular o comprometi-

mento de todos os envolvidos nos processos de inovação e criatividade;

• Aprendizagem em equipe: estimular o diálogo entre as equipes de trabalho;

• Modelos mentais: potencializar a criatividade e a aprendizagem nas orga-

nizações.

Em todas as atividades criativas que o ser humano desempenha necessita-se de

estímulo de seus conhecimentos e habilidades, além de atitudes específicas para
alcançar qualidade e excelência nos resultados.

A gestão por competências tem como principal objetivo alinhar as metas e

objetivos profissionais com os objetivos organizacionais. Existem dois tipos de
competências: organizacionais e pessoais.

As competências organizacionais são patrimônios das empresas, ou seja,

conhecimentos adquiridos ao longo do tempo; ao passo que as competências
pessoais podem ser caracterizadas como conhecimentos e habilidades que as
pessoas adquirem em sua vida diária, capazes de agregar valor ao patrimônio de
conhecimentos da organização.

No quadro abaixo analisamos a competência dentro do conceito de conhecimentos,

habilidade e atitudes.

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Competências

C H A

Conhecimentos Habilidades Atitudes

Saber Saber-fazer Querer-fazer

Constitui as características
O que se sabe, mas, não
O que se prática, tem-se pessoais, que levam os
necessariamente se coloca
experiência e domínio sobre. indivíduos a praticarem ou não,
em prática.
o que conhecem e sabem.

Fonte: Borges (2010, p. 41).

Aliando criatividade e competências, foi criado um termo chamado árvore das

competências, fazendo uma analogia das atitudes, conhecidos e habilidades com
as raízes, o tronco, a copa e os frutos de uma árvore. Veja um pouco mais deste
conceito no Quadro que segue.

Árvore das Competências

RAÍZES TRONCO COPA E FRUTOS

Representada
Conhecimentos essenciais Habilidades
por atitudes

• Conceitos; • Usar ativadores de

• Informações sobre pensamento criatividade;
• Curiosidade; • Gerar ideias variadas;
• Ousadia; • Criativo;
• Transformar ideias em
• Questionamento; • Metodologia de resolução de
ação;
problemas;
• Inconformismo; • Apresentar ideias de
• Técnicas de geração de ideias e forma convincente;
• Persistência; resolução de problemas,
• Imaginação; • Agir com flexibilidade;
• Teoria das inteligências múltiplas;
• Possuir visão de futuro;
• Ludicidade. • Teoria da quadratividade cerebral; • Enxergar o mundo com
• Movimentos criativos. lentes de visão sistêmica.

Fonte: Adaptado de Gramigna (2006)

Por fim, existem ainda alguns fatores de mudanças que devem ser aplicados no
modelo de gestão por competências e criatividade:

• Noção de evento: o indivíduo deve estar atento e mobilizar-se para resolver

situações que acontecem no ambiente organizacional;

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• Comunicação: deve promover o entendimento entre todos os colaboradores,

gestores e a empresa como um todo;
• Noção de serviço: relaciona-se com o ponto de vista do cliente, tanto interno
quanto externo, onde as atividades devem ser exercidas visando à satisfação
das necessidades de todos os envolvidos no processo.

A importância do estímulo as equipes

para um bom desempenho
Alguns autores argumentam que a criatividade, a inovação e a gestão por
competências, quando utilizadas na forma de acumulação de capital, podem
comprometer alguns indivíduos, deixando-os alienados e ainda uma grande
produção de produtos ou serviços considerados descartáveis, desencadeando um
certo grau de competição entre os colaboradores.

Vejamos algumas dicas no quadro abaixo que podem orientar esse trabalho de
estímulo a criatividade sem que acirre competições querelas entre outros:

Estímulos à criatividade

O primeiro passo é despontar para os

profissionais que a criatividade é apreciada e
que a procura por novidade será bem-vinda.
Evidencie a necessidade
O imaginado é que os gestores discorram
de inovar abertamente a respeito da importância de
ser criativo no cotidiano, sem seguir uma
alocução formal.

Para evitar que os altos e baixos se revolvam

pretexto de desalento, o ideal é que a empresa
Dê espaço para
continuamente dê feedbacks sobre as ações e
feedbacks admita que os profissionais também assinalem
suas impressões a respeito dos procedimentos.

Estimule a troca de
experiências e o trabalho
em equipe
A correspondência de experiências e a
comunicação entre os colaboradores
consente que distintas equipes se auxiliem
reciprocamente para alcançar acurada atividade
e/ou resolver uma questão. Assim sendo,
ininterruptamente estimule o trabalho em equipe
e a integração entre os profissionais.

Para que os colaboradores verdadeiramente

Desenvolva canais participem com opiniões, é conciso que a
de comunicação companhia se desponte aberta a escutar e
considerá-las.

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Muitos indivíduos deixam de expor suas ideias

Desperte a auto confiança
por medo de serem julgadas ou repreendidas.
Por isso, o ideal é que as organizações
combatam este receio por meio do diálogo e
de ações que apareçam que todo conceito e
concepções é bem-vinda, mesmo que ela não
seja acolhida. Evidencie aos profissionais que
eles são formidáveis para a organização.

Fonte: Adaptado (MUNDO CARREIRA, S/A)

Não se deve ignorar o fato de que a criatividade, a inovação e a motivação são

fatores extremamente subjetivos e complexos, uma vez que envolve pessoas e
não máquinas, o que pode ocasionar em alguns casos, um bloqueio criativo ao
invés de estímulos.

Todo gestor/a precisa conhecer a equipe ao qual ele está responsável em

desenvolver orientações e liderar e assim conseguir extrair desses profissionais
o que eles possam ter de maior potencial para o desenvolvimento do trabalho e
alinhando isso ao contentamento e satisfação dos colaboradores com o que eles
desempenham de atividades.

Curiosidade
Um bom gestor e uma liderança sabe identificar as principais
habilidades, conhecimentos e atitudes de cada colaborador, a
fim de designá-lo para funções em que possa desenvolver seu
potencial criativo e sua motivação.

Devemos também nos atentar ao fato de que criar e inovar são fatores
distintos. Pense dessa forma: uma pessoa pode gerar uma ideia sozinha, mas a
implementação desta ideia depende da aprovação da organização, da alocação
de recursos (financeiros e profissionais) e do suporte adequado dessa empresa
para que a ideia, que inicialmente foi individual, se transforme efetivamente em um
produto ou serviço.

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Por fim, é necessário amadurecer a ideia, uma vez que nem sempre uma ideia
inovadora se transforma em um produto de sucesso. Existe uma diferença entre a
criatividade como fator para descoberta de problemas e a criatividade empregada
para a solução de problemas já estabelecidos.

Fechamento
Aprendemos sobre componentes de criatividade e inovação. Estudamos a respeito
de diversos conceitos definidos sobre o que é a inovação, a importância do papel
dos líderes, e os tipos de líderes que se tem delineado para essa intervenção na
perspectiva da inovação e criatividade no ambiente organizacional.

Também estudamos a respeito da criatividade como aquisição de competências, e

pudemos ter acesso aos cincos tipos de competências que as empresas precisam
estarem atentas para assumirem em seu cotidiano com vistas a desenvolverem
uma gestão pautada na inovação e criatividade. E, por fim, estudamos a respeito da
importância do estímulo feito por parte de gestores e líderes junto a suas equipes
para um bom desempenho das ações no ambiente organizacional.

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Referências
AMORIM, M. C. S.; FREDERICO, R. Criatividade, Inovação e Controle nas
Organizações. In: ENCONTRO ANPAD, 2008, Rio de Janeiro. Anais ANPAD... Rio
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BORGES, M. A. A. O papel da liderança no desenvolvimento da cultura de inovação em

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APARECIDA%20DE%20ANDRADE%20BORGES.pdf?metadatarepository=&mirror=sid.
inpe.br/mtc-m19@80/2009/08.21.17.02.53#:~:text=Teve%2Dse%20como%20
hip%C3%B3tese%20inicial,estrat%C3%A9gia%20de%20pesquisa%20descritiva%20
explorat%C3%B3ria.&text=O%20referencial%20te%C3%B3rico%20evidenciou%20a,da%20
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DRUCKER, P. Inovação e Espírito Empreendedor (entrepreneurship): prática e

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FARIA, M.; VARGAS, E. R.; MARTÍNEZ, A. M. (Org.). Criatividade e inovação nas

organizações: desafios para a competitividade. São Paulo: Atlas, 2013.

GRAMIGNA, M. R. Árvore das competências em criatividade. Recre@rte, Vitória, v. 1,

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