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Desenvolvimento linguagem 0 à 2 anos

Recém-nascido e 1 mês

Nesse período, há presença do choro como uma reação biológica a dor e a fome por
exemplo. As vocalizações são esporádicas, reflexas e não estão necessariamente
relacionadas a algum tipo de sensação. Nessa época, o bebê costuma acordar com sons
muito intensos.

2 e 3 meses
Neste momento, o choro torna-se diferenciado, ou seja, a mãe e os cuidadores já
conseguem distinguir o choro de fome, dor e “manha”. As vocalizações e risos estão
relacionadas a sensações prazerosas, como: ao se alimentar e tomar banho. Apresentam
também variação na altura e duração (independente da língua pronunciada no ambiente em
que vive), já começa a reagir a fala humana por meio de olhares, sorrisos e vocalizações,
além de começar a procurar a fonte sonora e prestar atenção quando é chamado.

4 e 5 meses
Neste período, aparecem os chamados “jogos vocais” ou “auto-balbucio”, assim o bebê
começa a brincar como os sons que ele emite, porém os mesmos ainda não apresentam
função comunicativa.

O balbucio é indiferenciado, isto é, o bebê solta sons tanto na inspiração como na


expiração, repetição da mesma sílaba (/papapa/, /mamama/), lembrando que isso ocorre
independente da língua falada ao redor.

6 e 7 meses
Nesta fase, os bebês participam de maneira mais frequente e ativa com seus “cuidadores”
por meio do riso, expressão facial, movimentação do corpo e principalmente vocalizações.
Agora, começa a surgir o balbucio diferenciado com repetição contínua de sílabas variadas
(/padada/, /dadapama/).

Expressam seus desejos, olhando e/ou apontando para os objetos, mas sem dirigir seu
comportamento tanto vocal como motor ao outro. Já localizam o som horizontalmente.

8 e 9 meses
Nesta época, aparecem os comportamentos comunicativos funcionais, como: dirigi-se ao
outro por meio de gestos e vocalizações para conseguir o que deseja, geralmente um objeto
ou uma ação deste.
Começa a repetir os sons emitidos pelas outras pessoas e a responder a perguntas e/ou
imperativos (“não…”, “para…”) rotineiras com ações não verbais, além de localizar a fonte
sonora abaixo da sua cabeça.

10 e 11 meses
Neste momento, já começa a participar das atividades dialógicas por intermédio do uso de
jargão (o encadeamento de vogais e consoantes variadas com entonação da língua
materna).

Pode apresentar idiossincrasias, isto é, sequências fonéticas consistentes e com significado


específico, por exemplo: (/dalili/ para se referir a dormir). Além disso, pode apresentar
repetições de palavras ditas pelos outros, contudo a repetição não possui o mesmo padrão
silábico, como: (dorme! “mimi”)

Entre 1 e 2 anos
Nesta fase, comunica-se com o outro de modo a expressar suas necessidades, chamar a
atenção, informar e perguntar algo. Assim, apresenta uma linguagem funcional, mesmo
apresentando ou não limitada estrutura linguística. Algumas características são importantes
serem observadas:

● Emite palavras idiossicráticas, isto é, apenas os familiares sabem o


significado. Ex: [dalidali]- “quero dormir”.
● Presença de palavras contextuais, ou seja, que são emitidas em situações e
contextos específicos. Ex: Cabô- somente quando acaba a comida do prato.
● Sócio-pragmáticas são palavras utilizadas para cumprir funções sociais em
contextos de interação com outras pessoas. Ex: tchau- quando a pessoa vai
embora.

As crianças mantêm o diálogo por intermédio de:

● Especularidade, ou seja, constroem seu turno com parte do enunciado do


outro. Ex: Adulto: Vamos passear! E a criança responde “sia”.
● Complementaridade, isto é, constituem seu turno com parte do enunciado do
outro, complementando com uma ou mais palavras. Ex: Adulto: Onde você
quer ir passear? E a criança responde: “que sai boque”.
● Utilização de jargão associado a palavras isoladas. Ex: [yneka]- parece ter
dito: “cadê a boneca?”.
● Uso de fala formulaica que são unidades linguísticas que substituem uma
oração. Ex: [aboveti]- quer dizer: “acabou o sorvete”.
● Construção de orações com dois vocábulos apenas. Ex: [may leti]- quer dizer:
“dá mais leite”.
No que se refere à compreensão, a criança já consegue:

● Compreender ordens ou afirmações da sua rotina, como: Adulto: “É hora de


comer”- a criança vai à cozinha.
● Entende ordens rotineiras com duas ações concomitantes: Adulto: “Pega a
chave e põe na gaveta”- a criança assim o faz.

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