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CENTRO EDUCACIONAL SEBASTIÃO LISBOA

CURSO TÉCNICO DE ENFERMAGEM

: ANDRELISON DE OLIVEIRA FERNANDES,


ELIZAEL FERREIRA DA SILVA
ILZILENE SALES WILKENS
,JANE DOS SANTOS
MARIA PAULA PORTELA COELHO
MYLANE LOPES CORREA
RAIKA DA SILVA RODRIGUES
ROSIANE SALES OTARIANO
SHEILA SILVA DOS REIS
WENDEL COELHO PINHEIRO

RELEVÂNCIA DO ALEITAMENTO MATERNO E OS FATORES DE RISCO PARA O


DESMAME PRECOCE

FONTE BOA - AM
2023
ANDRELISON DE OLIVEIRA FERNANDES,
ELIZAEL FERREIRA DA SILVA
ILZILENE SALES WILKENS
,JANE DOS SANTOS
MARIA PAULA PORTELA COELHO
MYLANE LOPES CORREA
RAIKA DA SILVA RODRIGUES
ROSIANE SALES OTARIANO
SHEILA SILVA DOS REIS
WENDEL COELHO PINHEIRO

RELEVÂNCIA DO ALEITAMENTO MATERNO E OS FATORES DE RISCO PARA O


DESMAME PRECOCE

Relatório solicitado pelo preceptor Enfermeiro


Especialista Jorge Lourenço Lins Neto, como
requisito parcial de obtenção de nota do curso
técnico de enfermagem do Centro Educacional
Sebastião Lisboa.

FONTE BOA - AM
2023
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .........................................................................................................4

2 OBJETIVO ...............................................................................................................4

3. DESENVOLVIMENTO ............................................................................................5

3.1 ALEITAMENTO MATERNO ...............................................................................5

3.2 DESMAME PRECOCE ......................................................................................5

3.3 O RISCO COM O DESMAME PRECOCE .........................................................7

4. CONCLUSÃO .........................................................................................................9

REFERÊNCIAS......................................................................................................... 10
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1 INTRODUÇÃO

O aleitamento materno é uma prática de fundamental importância para a saúde


e o desenvolvimento saudável do bebê. Recomendado pela Organização Mundial da
Saúde (OMS) e por diversos órgãos de saúde, o aleitamento materno exclusivo nos
primeiros seis meses de vida e sua continuidade até os dois anos ou mais
proporcionam uma série de benefícios tanto para a criança quanto para a mãe.
O leite materno é considerado o alimento mais completo e adequado para o
lactente, fornecendo todos os nutrientes necessários para o seu crescimento e
desenvolvimento. Além disso, o leite materno é rico em anticorpos e substâncias
imunológicas que conferem proteção contra diversas doenças, reduzindo
significativamente o risco de infecções, alergias e outras condições de saúde.
O ato de amamentar não se limita apenas à nutrição; ele estabelece um vínculo
afetivo único entre a mãe e o bebê. A proximidade física, o contato visual e o toque
durante a amamentação são fundamentais para o desenvolvimento emocional e
psicológico da criança, contribuindo para a construção de uma relação segura e
amorosa.
A prática do aleitamento materno também traz benefícios para a saúde da mãe.
A amamentação ajuda na contração do útero após o parto, auxiliando na recuperação
do corpo da mulher. Além disso, contribui para a perda de peso pós-parto e reduz o
risco de câncer de mama e ovário.
É importante destacar que a amamentação não é apenas uma escolha
alimentar, mas uma questão de saúde pública. As instituições de saúde e
profissionais, incluindo enfermeiros, desempenham um papel fundamental na
promoção, apoio e orientação às mães sobre a prática do aleitamento materno.
Iniciativas que visam educar e conscientizar sobre os benefícios do aleitamento, além
de oferecer suporte às mães, são essenciais para incentivar a adoção e a manutenção
dessa prática.

2 OBJETIVO

Analisar os riscos para a saúde do bebê, decorrente do desmame precoce e


apontar a importância da enfermagem no sentido de orientar pais sobre o quanto é
saudável para a criança o aleitamento materno.
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3. DESENVOLVIMENTO

3.1 ALEITAMENTO MATERNO

Durante a gestação, a placenta irá secretar estrogênio, progesterona e


hormônio lactogênico placentário humano, assim, as mamas, a partir da 16º semana,
estão prontas para lactar, encontrando-se inativadas por equilíbrio hormonal de
estrogênio e progesterona que inibem e suprem as respostas da célula alvo
responsável pela descida do leite. Já nas primeiras horas e dias após o parto ocorrem
mudanças do ambiente hormonal. As mamas quando estimuladas pela sucção,
produzem e secretam o leite. Esse processo é iniciado com a queda da progesterona
plasmática responsável pela expulsão da placenta, enquanto o nível de prolactina se
encontra elevado.
Sendo que a produção adequada de leite exige o crescimento dos alvéolos
secretores no tecido glandular da mama, secreção de leite pelas células secretoras
dos alvéolos e esvaziamento da mama por sucção ou por expressão bem como a
integridade do eixo hipotálamo-hipófise. Além disso, qualquer fator materno e/ou da
criança que interfira na transferência efetiva do leite da mama para o lactente pode
causar a produção insuficiente de leite por inibição mecânica e química.
Assim, a ocitocina é o hormônio responsável pela ejeção do leite nas mamas,
a liberação desse hormônio pode ser reduzida devido os problemas mamários que
podem comprometer a qualidade do aleitamento materno, o que é uma das causas
referidas por mães para o desmame precoce, que também está relacionado a
problemas como a baixa escolaridade materna, a primariedade e a falta de
experiência em amamentações anteriores.

3.2 DESMAME PRECOCE

O desmame precoce é uma prática que envolve a introdução de alimentos


sólidos na dieta de uma criança que, até então, estava em regime de aleitamento
materno exclusivo. De acordo com Araújo et al. (2008), o desmame é um processo
delicado e deve ser conduzido com cuidado, respeitando o desenvolvimento
fisiológico e emocional da criança.
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O aleitamento materno exclusivo é recomendado até os seis meses de vida, de


acordo com as diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS). Durante esse
período, o leite materno fornece todos os nutrientes essenciais para o crescimento e
desenvolvimento saudável do bebê, além de oferecer proteção contra diversas
doenças e fortalecer o vínculo afetivo entre mãe e filho.
O desmame precoce pode ocorrer por diversos motivos, como pressões
sociais, falta de informação adequada, retorno ao trabalho por parte da mãe ou
crenças culturais. No entanto, é importante ressaltar que a introdução precoce de
alimentos sólidos pode comprometer a saúde da criança, uma vez que seu sistema
digestivo ainda não está completamente desenvolvido para lidar com esses alimentos.
A transição para uma dieta diversificada deve ser gradual, levando em
consideração os sinais de prontidão da criança, como o interesse por alimentos, a
capacidade de sentar-se e a perda do reflexo de extrusão. É essencial que os pais e
cuidadores estejam bem informados sobre as necessidades nutricionais da criança
em cada fase do desenvolvimento.
Além disso, o desmame não deve ser encarado apenas como uma mudança
na alimentação, mas como um processo que envolve aspectos emocionais. O
aleitamento materno não se limita apenas à nutrição, mas também desempenha um
papel crucial no estabelecimento do vínculo emocional entre a mãe e a criança.
Portanto, é importante proporcionar um ambiente de apoio e compreensão durante
essa transição.
O desmame precoce, como destacado por Caldeira e Goulart (2007), é um
fenômeno complexo que sofre influência de diversas variáveis distribuídas em cinco
categorias distintas. Essas categorias abrangem desde fatores demográficos até
aspectos relacionados à assistência pré-natal e pós-natal, refletindo a multiplicidade
de elementos que podem impactar a decisão e a prática do desmame antes do tempo
recomendado.
No âmbito das variáveis demográficas, fatores como o tipo de parto, a idade
materna, a presença paterna na estrutura familiar, o número de filhos e a experiência
prévia com a amamentação desempenham papéis cruciais. A interseção desses
elementos pode criar um cenário propício ou adverso ao prolongamento do
aleitamento materno exclusivo.
As variáveis socioeconômicas também exercem influência no desmame
precoce. A renda familiar, as escolaridades maternas e paternas, bem como o tipo de
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trabalho do chefe de família, podem impactar diretamente a disponibilidade de tempo,


recursos e conhecimento necessário para sustentar a amamentação exclusiva nos
primeiros meses de vida da criança.
No contexto da assistência pré-natal, a orientação adequada sobre
amamentação e o desejo consciente de amamentar representam elementos
fundamentais. A falta de informação ou apoio nessa fase pode contribuir para
decisões precipitadas em relação ao desmame.
Já as variáveis associadas à assistência pós-natal imediata abordam questões
como o alojamento conjunto, o auxílio de profissionais de saúde e as dificuldades
iniciais enfrentadas pela mãe. Uma assistência pós-natal qualificada, com suporte
adequado, pode ser determinante para a continuidade bem-sucedida do aleitamento
materno exclusivo.
Por fim, as variáveis relacionadas à assistência pós-natal tardia, que ocorre
após a alta hospitalar, incluem o estresse e a ansiedade materna, o uso de
medicamentos pela mãe e pelo bebê, bem como a introdução precoce de alimentos.
Esses fatores representam desafios adicionais que, se não gerenciados de maneira
apropriada, podem levar ao desmame antes do tempo recomendado.

3.3 O RISCO COM O DESMAME PRECOCE

O desmame prematuro, em contraposição às diretrizes da Organização


Mundial da Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde, resulta em uma série de fatores
de risco que afetam tanto a saúde da criança quanto a da mãe. A prática recomendada
de aleitamento materno exclusivo até os seis meses, seguido pela sua
complementação até os dois anos ou mais, desempenha um papel crucial no
desenvolvimento saudável do bebê (BRASIL, 2009).
A introdução precoce de alimentos complementares, antes dos seis meses,
está associada a várias complicações na saúde infantil. Entre elas, incluem-se um
aumento significativo no número de episódios de diarreia, maior incidência de
hospitalizações por doenças respiratórias e risco de desnutrição, especialmente
quando os alimentos introduzidos têm valor nutricional inferior ao leite materno.
Ademais, a prática do desmame precoce pode levar a uma absorção reduzida
de nutrientes essenciais do leite materno, como ferro e zinco, comprometendo o
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desenvolvimento saudável da criança. A eficácia da lactação como método


anticoncepcional também é reduzida, e a duração do aleitamento materno é
diminuída, impactando negativamente a proteção conferida pelo leite materno contra
doenças e mortalidade infantil.
Para a criança, o aumento da mortalidade infantil, principalmente por doenças
como diarreia e infecções respiratórias, é seis vezes maior em comparação com
aquelas que são amamentadas. Além disso, o desmame está relacionado ao
surgimento de doenças alérgicas, cânceres, obesidade, diabetes e deficiências no
desenvolvimento cognitivo e emocional.
No que diz respeito às mães, os impactos negativos do desmame precoce
envolvem complicações como ingurgitamento mamário, bloqueio dos ductos
lactíferos, mastite e problemas psicológicos, como ansiedade, estresse e, em alguns
casos, depressão.
Outro ponto relevante é que o desmame precoce pode contribuir para a
desnutrição em crianças de 0 a 2 anos, sendo que no Brasil, esse processo muitas
vezes ocorre em torno de duas semanas ou em um período inferior a três meses de
idade. A alimentação introduzida nesse estágio geralmente é insuficiente para atender
às necessidades nutricionais dos lactentes.
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4. CONCLUSÃO

Frente aos sérios riscos associados ao desmame precoce, torna-se evidente a


urgência de implementar intervenções efetivas para promover e apoiar o aleitamento
materno exclusivo nos primeiros seis meses, seguido pela complementação até os
dois anos ou mais.
A introdução inadequada de alimentos antes do momento recomendado está
vinculada a uma série de complicações para a saúde infantil, incluindo uma maior
incidência de episódios de diarreia, hospitalizações por doenças respiratórias, risco
de desnutrição, menor absorção de nutrientes essenciais e impactos no
desenvolvimento cognitivo e emocional. Esses desafios requerem uma abordagem
interdisciplinar, enfatizando o papel crucial da enfermagem nesse contexto.
A atuação da enfermagem é fundamental na promoção da saúde materno-
infantil, sendo crucial na orientação às mães sobre a importância do aleitamento
materno exclusivo e da continuidade da amamentação até o período recomendado. A
enfermagem deve oferecer informações detalhadas sobre os benefícios do
aleitamento, esclarecer dúvidas e fornecer suporte emocional às mães durante todo
o processo.
Além disso, a enfermagem desempenha um papel crucial na assistência pré-
natal e pós-natal, oferecendo orientações sobre amamentação, auxiliando na
superação de desafios iniciais e promovendo práticas que favoreçam a amamentação
bem-sucedida. A educação continuada para profissionais de enfermagem também é
essencial para manter atualizado o conhecimento sobre as diretrizes e práticas
recomendadas.
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REFERÊNCIAS

ARAUJO, O. D. DE ET AL . Aleitamento materno: fatores que levam ao desmame


precoce. Rev. bras. enferm., Brasília, v. 61, n. 4, ago. 2008.

BRASIL. Ministério da Saúde. II Pesquisa de Prevalência do Aleitamento Materno


nas Capitais Brasileiras e Distrito Federal. Brasília. 2009.

BROTTO L,D,A; MARINHO N,D,B; MIRANDA I,P. Uso de galactogogos no manejo


da amamentação: revisão integrativa da literatura. J. res.: fundam. care. online
jan./mar. 2015.

CALDEIRA, A.P ET AL. Promoção do aleitamento materno para o PSF. Rev Saúde
Pública. 2008;42(6):1027-33.

CARVALHO J,K,M; AMARAL R,M,S; LARA F,V. A Importância da assistência de


enfermagem no aleitamento materno. Rev. Contagem, 1 (1), 2017.

MONTESCHIO C,A,C; GAÍVA M,A,M; MOREIRA M,D,S. O enfermeiro frente ao


desmame precoce na consulta de enfermagem à criança. Rev Bras Enferm. set-out.
2015.

NADAL L,F; RODRIGUES A,H; COSTA C,C; GODOI V,C; KLOSSOWSKI D,G;
FUJINAGA C,I. Investigação das práticas maternas sobre aleitamento materno e sua
relação com a infecção de vias aéreas superiores e otite média. Rev. CEFAC. Maio-
Jun. 2017.

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