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CURSO CAPACITAÇÃO TEOLÓGICA

PREGAÇÃO BÍBLICA

O PODER DA PALAVRA FALADA


A palavra falada é mais antiga que a escrita:

• Sal. 33:6 e 9
• Heb. 11:3
• Isa. 55:11
• Luc. 8:11

A palavra na boca dos homens de Deus, também era a Palavra de Deus:



• Luc. 4:32
• João 6:63
• Mat. 8:16

“De todos os dons que recebemos de Deus, nenhum se torna melhor bênção do que
essa – a palavra” .

Como filhos de Deus ou não, nossa palavra como seres humanos tem poder.
Nossa palavra pode alegrar, fazer as coisas acontecerem, entristecer, provocar
mudança. Quanto mais importante é uma pessoa aos olhos humanos, mais poder terá a
sua palavra. Especialmente a palavra dita em público, tem muito poder.
Portanto, quanto mais correto o uso da palavra (dicção, gramática, vocabulário,
etc.), mais efeito terá.
A Cultura Física da Voz

É necessário educarmos a nossa voz.


Deus é desonrado quando a locução é imperfeita.

• “A voz deve ser bem educada para falar o bem”
• “O amor [de Jesus] era expresso no olhar e na voz”

A educação física da voz compreende 3 elementos:

1. EMISSÃO VOCAL - É o ato de emitir (“enviar”) a voz. A emissão deve ser regulada
e pausada. É necessário “colocar” a voz, aprendendo a respirar, de modo a não ser
interrompido pela falta de fôlego. Com isso, temos 3 tipos de respiração:

• Respiração Clavicular ou Superior: enche os pulmões na parte superior
(incorreta).
• Respiração Diafragmática ou Inferior: enche os pulmões da parte inferior
(abdômen) para cima (correta)
• Respiração Média - Mistura as duas anteriores. Começa certa e termina errada
(incorreta).

2. DICÇÃO - É a pronúncia ou o modo como se “diz” as palavras. Está baseada nos


movimentos dos órgãos do aparelho fonador: fossas nasais, boca, dentes, língua, cordas
vocais, etc. Para que a pronúncia seja boa, o orador deve saber proferir bem as vogais e
as consoantes, e observar corretamente os acentos tônicos.
A emissão vocal pode estar certa para uma pessoa, porém, sua dicção pode estar errada.

3. INFLEXÃO - É a mudança do tom e do volume da voz, permitindo obter efeitos


variados, coloridos, capazes de provocar a emoção, o temor, a ansiedade, o entusiasmo,
a indignação, a ironia, a angústia, o amor, etc., atingindo assim a mente (razão) e o coração
(emoção) dos ouvintes. Ter boa inflexão é saber colocar os sentimentos na voz. Um bom
exercício é a leitura de poesias.
A voz é um “barômetro” (medidor) emocional, e o equilíbrio de registros denota
equilíbrio de personalidade. Cada pessoa tem uma voz tão própria, tão inconfundível, que
dificilmente duas pessoas têm a mesma “voz”. A voz é o resultado de todo o organismo,
e não apenas do aparelho fonador; e através dela, todo o nosso ser se revela. A voz é a
expressão sonora da personalidade. Um dos elementos mais importantes para se viver
bem e alcançar sucesso é ter uma voz bem modulada, e que revele e possa gerar confiança
e solidariedade. O bom é que qualquer voz pode ser melhorada.
O mau uso da voz pode ocorrer por alguns fatores:
O mau uso da voz pode ocorrer por alguns fatores:

• Respiração errada;
• Não abrir bem a boca;
• Forçar as cordas vocais;
• Intensidade excessiva;
• Ataque vocal defeituoso;
• Tom inadequado;
• Deficiências da articulação, ressonância, etc.

A boa importação vocal consiste numa série de adaptações, que torna possível
uma emissão correta, de boa qualidade, sem sacrifício, aproveitando da melhor maneira
as potencialidades e possibilidades sonoras.

TIPOS DE ORATÓRIA

1. ACADÊMICA - É aquela utilizada pelos sábios em seus discursos sobre literatura,


ciência ou algo equivalente.
2. FORENSE ou JUDICIÁRIA - É a que se emprega nos tribunais. Os discursos forenses
se dividem em: a) Civis (são os que giram em torno de uma dúvida sobre a aplicação da
lei); ou b) Criminais (se referem à infração da lei).
3. POLÍTICA - É aquela utilizada nos comícios, no congresso e nas câmaras municipais.
4. POPULAR - É aquela que aparece nas ruas, nos festejos, nos protestos, nas greves,
onde a sinceridade e o calor da alma têm falta de método ou de erudição, e que possui um
estimável efeito sobre as massas sem cultura formal.
5. SACRA - Tem como objetivo difundir a religião e exaltar a moral.

A HISTÓRIA DA PREGAÇÃO
A Retórica

Não se sabe quem fez o primeiro discurso no mundo. Mas as primeiras regras de
oratória surgiram entre os gregos. Eles observaram que os que falavam melhor levavam
vantagem sobre os outros. Começaram então a dar atenção à oratória, preparando homens
na arte de falar. Surge então a Retórica (a arte de “bem falar”). O primeiro homem a
formular regras para a oratória foi Córax, da cidade de Siracusa. Ele era um
sofista (aquele que tinha conhecimento não muito profundo), e viveu no período de ouro
da Grécia.
Algumas pessoas ficaram preocupadas, pois esta arte poderia ser usada tanto para
o bem quanto para o mal. Os grandes homens da época, como Sócrates, Aristóteles,
Platão, preocupavam-se que a retórica estivesse a serviço da verdade.
O primeiro grande orador foi DEMÓSTENES (c. 384 a.C.). Seu primeiro
discurso foi um fracasso, pois ele tinha problemas na respiração e “tics” nervosos. Ele
corrigiu seus defeitos da seguinte forma:

• Fortaleceu seus pulmões através de exercícios físicos.
• Colocava pedrinhas na boca e fazia exercícios de dicção.
• Com uma espada presa no teto à altura dos ombros, ele corrigiu os “tics” dos
ombros.
A Oratória
Os romanos mudaram o nome de “Retórica” para ORATÓRIA, conservando
praticamente o mesmo significado – arte de falar em público. O maior orador dos romanos
foi CÍCERO, o qual era um advogado e político. Mas o maior teórico, aquele que mais
escreveu sobre oratória, foi QUINTILIANO (c. 35 a 95 d.C.). Ele escreveu a mais
famosa obra de oratória dos tempos antigos - "INSTITUIÇÃO ORATÓRIA".
Assim como os gregos, os romanos nunca tiveram a oratória sacra, pois eles não
usavam a oratória para pregar religião.

A Homilética
Nas religiões antigas não havia lugar para a pregação. Os antigos não sentiram a
necessidade de divulgar seus conceitos religiosos ou de fazer da religião uma matéria de
comunicação social. Coube ao Cristianismo, por ser uma religião universal e
eminentemente missionária, a tarefa de criar a Retórica Sacra ou Oratória Sacra, que
no Séc. XVII recebeu o nome de Homilética.
Os primeiros cristãos reuniam-se com os judeus nos templos e nas sinagogas para
assistir aos cultos. Eles liam as Escrituras e explicavam de modo simples. Os sermões
apostólicos consistiam em narrar os fatos bíblicos e aplicá-los à vida de Jesus, para provar
que Ele era realmente o Messias prometido.
A Homilética nasceu quando os pregadores cristãos começaram a estruturar suas
mensagens seguindo as técnicas da Retórica grega e da Oratória romana. Oratória e
Retórica caracterizam os discursos seculares. A Homilética caracteriza os discursos
sacros.
O primeiro grande nome da Homilética cristã foi CRISÓSTEMOS, conhecido
como “boca de ouro”. Durante a Idade Média, os discursos eram na grande maioria usados
para difundir a religião. Três nomes famosos foram:

• Basílios (Grego) - IV Séc. d.C.
• Ambrósio e Agostinho - latinos.

A. Introdução (ou Exórdio)


Vocativo - Apesar de muito importante, não é obrigatório. É a parte do discurso onde
“chama-se” o auditório. Exemplos: “irmãs e irmãos”; “brasileiras e brasileiros”;
“senhoras e senhores”. Veja-se que o feminino vem antes do masculino, e também se
começa do mais importante para o menos importante.
Conselhos para um bom VOCATIVO:

• Se você começar citando nomes, deve citar o nome de todos (sem exceção).
• Se você quiser, pode também generalizar, por exemplo: “Digníssimo diretor
desta Casa de Ensino, prezados jurados e senhoras e senhores”.
• Na saudação dos componentes da Mesa, seguimos a ordem hierárquica
descendente.
• Devemos relembrar que nesta saudação a mulher vem antes do homem. Isto não
muda de maneira nenhuma.
O objetivo do vocativo, bem como de toda a introdução, é envolver o auditório. É
conquistar a assistência tornando-a: ATENTA, DÓCIL e BENÉVOLA.

1. AUDITÓRIO ATENTO
É aquele que está interessado nas palavras do orador. Como tornar o auditório
“atento”?

• Deixando-o curioso, demonstrando claramente a utilidade e a importância do
assunto que vai ser exposto.
• Recorrer à novidade, mencionando coisas originais e extraordinárias ou
fantásticas.
• Aludir à ocasião.
• Fazer uma citação (breve).
• Definir um termo, uma idéia.

2. AUDITÓRIO DÓCIL
É um auditório disposto a ser conduzido ou ensinado pelo orador.
Quando um auditório fica indócil?

• Falando algo que pode magoar o público
• Quando as pessoas estão cansadas e com fome, por exemplo. Portanto, cuidado
com sermões longos.

Como tornar o auditório “dócil”?



• Prometer brevidade (e cumprir a promessa – não se alongue demais)
• Falar do que preocupa a assistência, acalmando-a.
• Demonstrar que realmente conhece o assunto que se vai explanar.

3. AUDITÓRIO BENÉVOLO
É o auditório que se torna simpático para com o orador ou sua mensagem.

Como tornar o auditório “benévolo”?



• Sendo humilde;
• Deixando transparecer algum nervosismo (moderadamente);
• Elogiar sinceramente o auditório;
• Concordar de início com os ouvintes, quando isto é possível.
Sinais de que o auditório está com “malevolência” (sem interesse):

• Suspiros constantes;
• Demonstração de cansaço;
• Desviam o olhar do orador;
• Conversas paralelas.

O que Não Fazer em uma Introdução?



• Pedir desculpas (Ex: “Eu quero pedir desculpas porque não tive tempo para me
preparar melhor para o sermão de hoje, pois fui pego de última hora...”).
• Começar com palavras vazias, desprovidas de objetividade.
• Fazer perguntas ao auditório banais, e ficar esperando uma resposta (Ex:
“Quantos estão felizes hoje?”, “Quem está cansado?”, etc.).
• Firmar posição sobre assunto polêmico (Ex: “Hoje vou mostrar para vocês
que...”).
• Usar “chavões” ou frases muito batidas (Ex: “É com muita alegria que hoje
venho aqui partilhar com vocês o Pão da Vida...”).

Tipos de Introdução

1. Referência ao lugar, ocasião ou circunstância:

O orador menciona o prédio onde estão reunidos; o auditório, a cidade; dá


informações referentes a datas, período, etc.; faz referências às circunstâncias (Ex.:
congresso, concílio, campal, pedra fundamental, inauguração, etc...).

2. Referência ao tema:

O orador começa historiando ou contextualizando a importância do seu assunto.

Proposição

Normalmente vem na parte final da Introdução. É também chamada de


“sentença”, “resumo” ou “idéia-mãe”. Pode-se fazer uma proposição empregando as
seguintes técnicas:

1. Mencionando a idéia central do assunto a ser tratado. Exemplos:



• “Meu objetivo ao falar hoje para vocês é mostrar como poderemos ainda esse
ano concluir a construção do prédio de nossa Igreja”.
• “Esta noite desejo falar-lhes sobre como podemos ter um bom relacionamento
com nossos filhos adolescentes”.
• “Desejo falar-lhes neste momento sobre a justificação bíblica, e como ela se
processa”.
2. Relacionar de modo reduzido os principais pontos da palestra ou do sermão.
Exemplos:

• “Desejo falhar-lhes sobre os três grandes inimigos que temos que enfrentar em
nossa existência: o mundo, a carne e Satanás; e como podemos vencer cada um deles”.
• “Vamos considerar nesta manhã as três grandes etapas pelas quais devemos
passar, a fim de habitarmos para sempre com Deus. São elas, em ordem: a justificação, a
santificação e a glorificação”.

Situação que Não Precisa de Introdução

Quando o orador é bem aceito e conhecido pelas pessoas, não é necessária uma
introdução muito elaborada.

B. Argumentação
É uma parte também chamada de “desenvolvimento”, “apresentação”, “prova”,
etc. Embora seja a segunda parte do sermão a ser apresentada, normalmente é a primeira
a ser preparada.
Depois de pesquisar e recolher material que interessa para a argumentação do tema
escolhido, deve-se fazer uma lista dos tópicos que se deseja apresentar; em seguida
destacamos alguns deles (normalmente entre 2 a 5), que são mais salientes e abrangentes,
e usamos estes como pontos principais ou divisões de nosso discurso. Os tópicos restantes
entrarão como subdivisões dos anteriores ou ficarão de fora de nosso discurso.

Divisão – Subdivisão – Tópico

Agora temos que colocar os tópicos na ordem mais lógica e mais eficaz possível.
Para arrumá-los, podemos seguir um dos quatro principais modelos:

• Modelo de Tempo - Em geral, é o que dá mais certo quando se apresenta um fato
histórico ou quando se procura mostrar “como” fazer alguma coisa.
• Modelo de Espaço - Organizam-se os tópicos do discurso com base numa
seqüência física ou geográfica.
• Modelo de Tema - É também chamado de “vale tudo”. Se adapta a praticamente
qualquer assunto (Ex.: “O que são dons espirituais?”, “Quem os recebe?”, “Para que
servem?”).

Agora que já temos os tópicos do discurso definidos e distribuídos em um certo


modelo, precisamos dar sustentação a eles. Isto é feito utilizando-se, para cada tópico,
algumas das seguintes informações, chamadas de “material de apoio”: 1. Exemplos; 2.
Citações; 3. Estatísticas; 4. Histórias ; 5. Comentários; 6. Definições; etc.
C. Conclusão
É o auge do discurso. Deve ser formulada cuidadosamente, sendo breve
(geralmente não mais de 10% do tempo de todo o sermão). De um modo geral, a
conclusão contém as seguintes partes:

o Resumo ou Recapitulação
o Repetição da Proposição
o Reforço ou Patético: Apelo às emoções

Especialmente na oratória sacra, é apropriado (E NECESSÁRIO) convocar os


ouvintes para uma determinada ação, pois o objetivo geral de todo sermão é levar a
congregação à ação. Os objetivos também podem ser específicos: levar membros à
temperança, a devolver o dízimo, a confirmar sua fé em Jesus como Salvador, etc.

O que Não Fazer na Conclusão?

- Não se desculpe;
- Não diga a seus ouvintes que esqueceu algum tópico;
- Não pare abruptamente ao final de seu discurso;
- Não estique;
- Não coloque elementos novos;
- Não use chavões.

Para se chegar à conclusão desejada, é importante preparar o sermão partindo de


algumas “análises”:

I – Análise do Auditório

o O que os ouvintes já sabem sobre o tema que vou abordar?


o Qual a atitude deles em relação a este assunto?
o Qual a atitude deles em relação a mim como orador?
o Quais são as ocupações profissionais deles?
o Qual o nível educacional (da maioria)?
o Qual o sexo dos meus ouvintes (da maioria)?
o Qual a idade deles?
o Quantos serão os ouvintes?

II – Análise da Ocasião

o Qual a finalidade da reunião?


o Onde ela será realizada?
o Que recursos estarão lá à minha disposição?
o Quando eu farei a palestra?
o Que outros eventos constam no programa?
o O que virá antes e após a minha fala?
III – Análise do Orador

o Estou realmente interessado no assunto?


o Conheço suficientemente o assunto sobre o qual quero falar?
o Tenho tempo suficiente para preparar o assunto?
o Qual é a minha reputação como orador e como autoridade no assunto?

Depois de determinarmos o objetivo de nossa mensagem e colhermos o material


que vamos usar, devemos preparar o esboço e colocar o material em uma ordem lógica,
determinando as linhas gerais e os pormenores e estabelecendo um plano progressivo:

o do simples para o complexo


o do menos importante para o mais importante
o do conhecido para o desconhecido

Os argumentos da razão devem aparecer antes dos argumentos do sentimento, e


devemos eliminar e simplificar o que for necessário.

INTRODUÇÃO Emoção
ARGUMENTAÇÃO Razão
CONCLUSÃO Emoção

DIFERENÇA ENTRE “TEMA” E “TÍTULO”


TEMA - é a matéria da qual trata o sermão. É a sua idéia central, o assunto que
será apresentado.
TÍTULO - é o nome que se dá ao sermão. Em geral é uma simples frase, isto é,
um pensamento incompleto. Seu propósito é sugerir a linha de pensamento que vai ser
seguida durante o sermão, fazendo de uma forma que desperte o interesse sem revelar os
detalhes do tratamento. É usado principalmente para anunciar o sermão em um boletim
ou em qualquer meio de divulgação que a Igreja disponha. Um bom título deve:

o Ser breve (semelhante aos cabeçalhos dos jornais).

o Enfocar os problemas religiosos práticos de nosso dia-a-dia.

o Evitar o sensacionalismo (porque rebaixa a dignidade do Evangelho).

o Chamar a atenção ao presente em vez do passado.


RECURSOS TÉCNICOS DE ORATÓRIA

1. DEFINIÇÕES - Para fazer o auditório pensar, nada melhor do que definir e marcar
“fronteiras”, quer seja quanto à extensão, quer quanto à compreensão do termo. Em um
mesmo sermão não devemos usar muitas definições.

2. EXPLICAÇÕES - Elas esclarecem, ou seja, tornam claras as idéias. O tom de voz na


explicação tem que ser calmo, paciente.

3. PORMENORES - Eles são muito bons para interessar o auditório, pois apelam para os
nossos sentidos:

o visão - forma, tamanho, cor, distância, localização, proporção, perspectiva,


movimento, velocidade, luminosidade.
o audição - intensidade, timbre, som, ritmo, pausa, harmonia, silêncio.
o paladar - doce e salgado, amargo e azedo, apimentado, agradável e desagradável.
o olfato - perfumado, fétido, inodoro, irritante, sufocante.

o tato - macio e áspero, frio e quente, úmido e seco, pesado e leve, sólido e líquido,
duro e mole.

4. ANALOGIA - Para que haja um bom entendimento, é necessário que façamos


comparações, contrastes.
5. EXEMPLOS - São muito bons para convencermos as pessoas, lembrando que:

o Todo exemplo é uma ilustração; mas...


o Nem toda ilustração é um exemplo.

SUGESTÕES QUANTO À APARÊNCIA PESSOAL DO


ORADOR

1. Cabelo bem cortado e bem penteado.


2. Usar camisa de cor clara. Se for listrada, que as listras sejam suaves e não largas.
3. A gravata deve combinar com o paletó na cor. E no tamanho, deve terminar sobre a
fivela do cinto.
4. Sapato em boas condições de uso, limpo e engraxado, combinando com a cor das
calças.
5. As meias devem combinar com as cores dos sapatos e/ou calças.
6. O orador profissional geralmente usa ternos de uma mesma cor. Isto é melhor que a
combinação de blazers e calças de cores diferentes. Especialmente nos ritos da Igreja, o
orador deve dar preferência a cores sóbrias e escuras (um terno preto ou azul marinho fica
bem em qualquer ocasião).
7. O orador deve cuidar com adornos que possam “salientar-se” em sua aparência, e assim
desviar a atenção da mensagem que está pregando - pulseiras, abotoaduras, gravatas com
cores muito vivas.
8. O comprimento das calças deve atingir o salto do sapato.
9. Devemos dar preferência a material de boa qualidade e durabilidade, e saber adequar a
nossa vestimenta ao tipo de atividade que estamos realizando. Se uma moda for decente
e boa, o orador não deve ser o primeiro a adotá-la, mas também, não deve ser o último.
10. Quando estamos em pé, o paletó, geralmente deve estar abotoado, pelo botão ou
botões superiores. Ao nos assentarmos, devemos desabotoá-los.
11. Para as oradoras, os princípios são os mesmos: decência, asseio, dignidade e discrição .

QUALIDADES PESSOAIS DO ORADOR SACRO


1. Sinceridade - É a lisura de caráter. O orador deve pregar o que crê; suas palavras não
devem ser um disfarce daquilo que ele é.
2. Sensibilidade - Ter a capacidade de ficar comovido e de indignar-se. Ao contrário, o
indivíduo insensível é dotado de uma natureza fria, sob a qual de nada valem as
impressões do povo, tanto de alegria como de tristeza. Sua mensagem é sem vibração.
3. Entusiasmo - Por estar sumamente interessado num assunto, por crer nele, e por esperar
que sua mensagem será vitoriosa, é que o orador fica entusiasmado. Esta é a energia que
o impulsiona a falar.
4. Conhecimento - É receber informações (Bíblia, estudos de outros livros, experiência
da vida). O pregador deve estar continuamente em crescimento e atualização.
5. Inteligência - Facilidade para entender as coisas. Deve compreender as necessidades
da Igreja, e a melhor maneira de supri-las.
6. Sabedoria - Capacidade de usar corretamente o conhecimento que temos.
7. Memória - Faculdade de reter idéias adquiridas anteriormente. Para melhorar a
memória, podemos usar alguns métodos:

o Repetição
o Associação (processo “mnemônico”)
o Concentração
o Ler pouco antes de dormir
o Ler logo depois de acordar

8. Imaginação - É ter criatividade para apresentar a mensagem de forma clara e


interessante.
9. Vocabulário - O bom orador procura cultivar um bom vocabulário, que possa ser
utilizado tanto diante de um auditório de eruditos quando de pessoas com nível
educacional mais modesto.
10. Síntese - É a capacidade de resumir seu pensamento, seu discurso, de forma a
transmitir a idéia da melhor maneira possível.
TIPOS DE SERMÕES

A. TEMÁTICO
É aquele em que se escolhe um tema e então se procuram os textos necessários
para explicá-lo.
Ex: A volta de Jesus, o amor entre os irmãos, a santificação, a vida conjugal, etc.
O sermão temático é bom para ser usado em conferências, na apresentação de
doutrinas e de algumas biografias.

Vantagens do Sermão Temático:


• É o de divisão mais fácil, pois de fato é o mais simples. Como o texto é mais
complexo que o tema, é mais fácil dividir um sermão temático.
• É o de lógica mais fácil, sendo o que mais se presta à observação da ordem e da
harmonia das partes.
• Conserva melhor a unidade.
• Presta-se melhor à discussão de temas morais, evangélicos e ocasionais.
• Adapta-se melhor à arte da oratória.

Desvantagens do Sermão Temático



• Exige muito controle do pregador para evitar divagações ou generalidades
vazias.
• Requer um estilo mais apurado e formal
• Exige mais imaginação e vigor intelectual, visto que se presta mais ao uso de
símiles, metáforas e analogias.
• Exige mais cultura geral e teológica, já que não se limita à análise de um texto
apenas.
• Exige mais conhecimento da lógica e da dialética, pois tende a discussões
apologéticas (de defesa da fé e da doutrina).
• Há o perigo constante de desprezar o uso em 1º plano das Escrituras (alguns nem
sequer chegam a abrir a Bíblia na pregação temática – o que é um ERRO FATAL).

B. EXPOSITIVO

É aquele baseado em um único texto bíblico longo (três versos ou mais). Começa
com um texto, então se descobre o tema e o seu desenvolvimento.
Ex: Mat. 25:14-30; Mat. 3:7-12.
É útil para explicação continuada e abrangente de um livro da Bíblia; também para
a exposição de passagens relacionadas dadas em série: a) parábolas de Jesus; b) Milagres
de Jesus; c) Encontros de Jesus; d) Heróis da Bíblia; e) As Sete Igrejas do Apocalipse;
etc.
Vantagens do Sermão Expositivo

• Presta-se melhor à exposição de um livro bíblico inteiro ou de uma doutrina
sistematizada.
• É de grande valor para o desenvolvimento do poder espiritual e da cultura
teológica do pregador e de sua congregação.
• Inclina-se mais à interpretação natural das Escrituras do que à alegórica.
• É o método mais difícil, muito apreciado pelos que se dedicam à leitura e ao
estudo diário e constante da Bíblia.

C. TEXTUAL
É aquele baseado em um texto bíblico curto (desde uma frase até 2 versos, no
máximo). Começa com um texto, então se descobre o tema. Tanto a idéia central como
as divisões principais devem brotar deste texto único. As idéias secundárias -
subdivisões - podem vir de outros textos. Ex: Mateus 7:13-14

I - A PORTA LARGA

1. Dá acesso a um caminho espaçoso


2. Conduz à perdição
3. São muitos os que entram por ela
4. Devemos desviar-nos dela

II - A PORTA ESTREITA

1. Dá acesso a um caminho apertado


2. Conduz à vida
3. São poucos os que entram por ela
4. Devemos entrar por ela

Vantagens do Sermão Textual



• É profundamente bíblico.
• Exige do pregador um conhecimento profundo das Escrituras.
• Obriga o pregador a estudar constantemente a Bíblia.
• É o que mais se presta ao doutrinamento.
• É o que mais se adapta ao pregador de cultura geral mediana, mas com vasto
conhecimento das Escrituras e da teologia.
• É muito apreciado pelo povo.
PASSOS PARA PREPARAR UM SERMÃO TEXTUAL OU EXPOSITIVO

1. Escolher o texto.
2. Ler o texto e o contexto para familiarizar-se com o seu conteúdo.
3. Dissecar o texto em forma de frases, cada qual contendo uma única verdade (exegese
básica).
4. Determinar a idéia central ou assunto.
5. Determinar as diversas idéias complementares ou de apoio à idéia central.
6. Ler todo o material necessário para correta compreensão do texto (comentários,
dicionários, gramáticas, léxicos, etc.).
7. Preparar o esboço.
8. Dar sustentação ou apoio, isto é, complementar o esboço com comentários, citações,
ilustrações, exemplos, estatísticas, definições, etc.
9. Preparar a conclusão.
10. Preparar a introdução.

COMO TRATAR O TEXTO BÍBLICO

Interpretação de um texto é a descoberta daquilo que o escritor tinha em mente


e que seus leitores entenderam na época em que o texto foi escrito (idéia exegética).
Aplicação diz respeito às lições que podemos extrair do texto para o homem
moderno em meio às suas diversas atividades e necessidades (idéia homilética). Usa-se,
no esboço, a idéia homilética.
Existem alguns textos nos quais a interpretação e a aplicação são idênticas.
Normalmente são textos que tratam de princípios morais.

Ex. Jer. 9:23 e 24:

INTERPRETAÇÃO - não confie:

* SÁBIO não se gloria na sua SABEDORIA - política


* FORTE não se gloria na sua FORÇA - militar
* RICO não se gloria na sua RIQUEZA - econômica

Devemos gloriar-nos em CONHECER A DEUS.

APLICAÇÃO - Hoje também não devemos confiar na nossa sabedoria, força e riqueza,
mas devemos confiar somente em Deus.
SIGNIFICADO E OBJETIVO DO ENSINO
Há uma diferença entre pregar e ensinar.
Na pregação não há interrupção, é apenas um monólogo (um falando e os outros
ouvindo).
No ensino deve haver diálogo e participação dos que ouvem. O ensino do
Evangelho é o ministério de fazer os outros adquirirem conhecimentos ou perícias
(habilidades) mediante preceitos, exemplos ou experiências em que geralmente há algum
“debate” ente o professor e o aluno.

Objetivos Específicos do Ensino Bíblico

o Informar - a Bíblia é o conteúdo de nosso ensino. Ensinar este conteúdo em


torno de fatos é um momento primário na educação cristã.
o Interpretar - é explicar o significado das informações e dos fatos já obtidos. Ex.
Mat. 5:17 a 48; Mat. 6:1 a 34.
o Transformar - conduzir a uma mudança de atitude e conduta (pensamento e
vida).
o Amadurecer - levar os cristãos que foram convertidos a se tornarem cristãos
maduros. Ex.: 1Ped. 2:2; 2Ped.3:18; Efé. 4:3 a 16.
o Capacitar - dotar os crentes de ferramentas para o serviço cristão eficaz. Ex.
Efés. 4:11 a 13.

Alguns Métodos de Ensino


1. PRELEÇÃO - o professor conta, explica e aplica a lição, e os alunos escutam. Exige
muito preparo do preletor, e terá melhores resultados se for associado a outros métodos.
É semelhante à pregação.
2. CONTAR HISTÓRIAS - as histórias atraem a atenção, despertam a curiosidade e
apelam às emoções. Podem ser usadas para introdução, ilustração ou aplicação da verdade
(Jesus fazia exatamente isso!). É muito útil na escola das crianças.
3. PERGUNTA E RESPOSTA - ensina-se fazendo perguntas. Jesus também usou muito
este método.
4. GRUPO DE DISCUSSÃO - uma discussão é uma troca de informação, idéias e
opiniões por um grupo. O professor dirige a discussão e procura envolver todos os
participantes, procurando seguir uma linha definida. Para que este método tenha sucesso,
o número de pessoas no grupo não deve ser mais de 10 ou 12 pessoas. É o método da
Escola Sabatina.
5. GRUPOS DE ESTUDO - este método é usado quando há um grupo grande que é
dividido em grupos menores. O professor encarrega uma pessoa em cada grupo para que
dirija a discussão e oferece a pergunta ou problema a ser discutido com o grupo, depois
de algum tempo os grupos são reunidos e cada líder presta um relatório à classe sobre as
conclusões de seu grupo. Neste momento pode haver ainda alguma discussão sobre o
assunto. No final, o professor deve resumir as descobertas e guiar a classe à alguma
conclusão objetiva.
TIPOS ERRADOS DE PREGAÇÃO

1. Pregação abstrata, aérea e vaga - É a queixa mais freqüente de bom número de


ouvintes dos sermões atuais. A pregação não atinge o alvo e dificilmente converte, porque
não leva ao compromisso.
2. Pregação confusa - onde o ouvinte não sabe o que o pregador está dizendo.
3. Pregação materializante - onde o pregador discorre, por vezes exageradamente, sobre
campanhas de ordem financeira, administrativa, sobre construções, etc.
4. Pregação vazia - é aquela que cansa e não satisfaz os ouvintes.
5. Pregação monótona - é a que é apresentada sempre com os mesmos gestos e com a
mesma entonação de voz.
6. Pregação não audível - falta de boa acústica e de boa dicção do pregador.
7. Pregação desacreditada - pelo mau testemunho do pregador.
8. Pregação agressiva-dominadora - mal de muitos pregadores, que tratam seus ouvintes
como crianças, que devem ser subjugadas à força (ou aos gritos).
9. Pregação moralizante e “xingatória” - transforma a Palavra de Deus em um fardo
para os ouvintes. Muitos pregadores se utilizam do sermão para “lavar a alma”.
10. Pregação demasiado longa - cabe ao pregador, valendo-se da opinião dos ouvintes e
de suas reações do momento, saber quanto tempo pode falar nesta ou naquela
circunstância. O mais importante é compor bem o sermão, para não se estender além do
tempo necessário à uma boa apresentação da mensagem. Dificilmente um sermão deve ir
além dos 30 ou 40 minutos.

CARACTERÍSTICAS DA PREGAÇÃO DE JESUS


• o A comparação é uma das melhores maneiras de aprender.
• o Palavras claras e distintas.
• o Aproximação do povo, dos ouvintes.
• o Simpatia e ternura na voz e no olhar.
• o Certeza de que era a verdade que estava sendo apresentada.
• o Simplicidade e fervor.
• o Levava os ouvintes à quietude do campo.
• o Ou ia onde o povo estava.
• o Falava com autoridade, mas sem “mandar”.
• o Linguagem simples e acessível ao povo comum.
• o Instruções diretas às necessidades dos ouvintes.
• o Ilustrações adequadas.
• o Palavras cheias de simpatia e animação.
• o Palavras sinceras.
• o Palavras santificadas e santificadoras.
• o Falava diretamente para cada um, mesmo em meio à multidão.
• o Apelava ao coração.
• o Observava a fisionomia dos ouvintes.
• o Observava os resultados através do olhar dos ouvintes.
• o Via em cada ouvinte um candidato para o céu.
• o Dava ênfase em tudo que dizia.
• o Tom de voz agradável.
• o Não apresentava muitos assuntos de uma só vez.
• o Além de pregar dava também a cura física.
• o Pregava aos pobres e rejeitados socialmente.
• o Oferecia uma graça eterna e cortês.
• o Tinha acesso às famílias.
• o Ensinos marcantes e inesquecíveis.
• o Os ouvintes reconheciam nEle o Filho de Deus.
• o Não menosprezava as observações feitas pelos ouvintes.
• o Ensinava através de parábolas da vida real.
o Apresentava o perdão e o amor de Deus.
• o Usava um tom de voz de acordo com a frase.
• o Vivia o que pregava.
• o Criava nos ouvintes um desejo de imitá-Lo.
• o Levava os ouvintes a sentirem o desejo de ajudar aos outros.
• o Respondia às perguntas dos inquiridores sinceros da verdade.
o Repetia a lição quando necessário ou solicitado.
• o Apresentava a mensagem de maneira gradual.
o Revelava somente aquilo que era necessário ao crescimento cristão e à salvação,
sem “teologia” acadêmica exagerada.
o Não dizia ao povo aquilo que eles não podiam entender no momento.
• o Fazia entrevistas pessoais.
• o Aproveitava todos os momentos.
• o Enviava os convertidos, dois a dois, a pregarem o que tinham aprendido.
• o Não se envolvia em discussões desnecessárias.
• o Tinha ardente vida de oração e meditação.

Seguindo os métodos de Cristo mencionados acima, estaremos fazendo de nossa


oratória uma PREGAÇÃO EFICAZ.
USO DAS ILUSTRAÇÕES
“Ilustração” é uma palavra de origem latina, que significa “iluminar”, “clarear”,
“jogar luz”, “esclarecer”.

Figuras de Linguagem
São recursos especiais para comunicar mais força e colorido à expressão,
imprimindo nela intensidade e beleza.

1. Metáfora - é uma comparação não expressa; ela não usa as palavras "semelhante" ou
"como"; o sujeito e a coisa com a qual ele é comparado estão entrelaçados. Jesus foi um
campeão em metáfora. Ex.: “Eu sou o Pão da Vida”, “Eu sou a Videira Verdadeira”, “Vós
sois a luz do mundo”, “Vós sois o sal da terra”. Se Jesus dissesse “Eu sou como o pão da
vida” isto não seria uma metáfora, mas uma símile.
2. Símile - é uma comparação expressa. Utiliza as palavras “semelhante”, “como”, etc.
Enfatiza a semelhança entre duas idéias, objetos, ações, etc. O sujeito e a coisa com a qual
ele está sendo comparado, são mantidos separados. Ex: Jer.23:29 - "Não é minha palavra
como fogo... minha palavra como martelo”.
3. Hipérbole - é um exagero de expressão. Ex: “não caberiam nos livros no mundo”.
4. Analogia - assinala o ponto de semelhança entre duas coisas diferentes. Ex. João 3:14,
15.
5. Alegoria - é uma metáfora ampliada. A história e sua aplicação acham-se entrelaçadas.
A interpretação está em seu próprio conteúdo. Ex. Gál. 4:21 a 31; Sal.80:8-16 (Israel está
entrelaçado com a videira).
6. Parábola - É uma símile ampliada. Geralmente mantém a história e sua aplicação de
um modo distinto, e esta acompanha a história. Ex: Mat.23:3-8

• Qual é a diferença entre alegoria e parábola?
• Na alegoria já está a história e a explicação juntas; já na parábola, é contada
primeiro a história e depois a explicação. Ex. Mat.13:24 a 30.

7. Fábula - é uma história de fundo moral, onde os personagens são animais, vegetais ou
coisas. Ex. 2Reis 14:9, 10 (O cardo e o cedro falaram); Juízes 9:8 a 15 (O espinheiro e as
árvores falaram).
8. Alusão Histórica - é uma referência a um fato histórico. Ex. Uma referência ao
descobrimento do Brasil; Sal. 85:8 a 11.
9. Incidente Biográfico - episódio na vida de um personagem. Ex. Heb. 11; Luc. 4:25-27.
10. Experiência Pessoal - é algo que aconteceu na própria vida do orador. Ex. Paulo (Atos
caps. 22, 24 e 26; 2Cor. 11:22 a 30).
Cícero, o grande orador romano, dizia que sempre que puder o orador deve dar
exemplos pessoais porque junto com o exemplo vem o testemunho, o que serve de
garantia e reforça a credulidade.
Vantagens da Ilustração

• Lançam luz sobre o assunto e sentido das coisas.
• Aumentam o interesse dos ouvintes.
• Ajudam a prender e conservar a atenção dos ouvintes.
• Fortalecem o argumento e ajudam no convencimento da razão.
• Comovem os sentimentos, cooperando assim para a persuasão da vontade.
• Ajudam poderosamente à memória no sentido de relembrar a parte prática do
sermão.
• Proporcionam um “descanso mental” entre as partes argumentativas do sermão.
Fazem o auditório esquecer o cansaço, tornando-o disposto a continuar ouvindo o sermão.
o Deve-se ter pelo menos uma ilustração para cada divisão do sermão.
• Possibilitam a repetição de modo agradável das verdades que o sermão procura
apresentar.

Características Essenciais de uma Boa Ilustração



• É compreensível, ou seja, não precisa de muita explicação. Para que isto ocorra
é necessário que seja tomada da experiência comum do orador e dos ouvintes.
• É apropriada e pertinente (relacionado com o assunto). Deve ter relação com o
assunto ou às circunstâncias (ou o auditório).
• É interessante.
• Apela à imaginação do ouvinte.
• É breve. Raramente uma ilustração longa dá bom resultado. Lança a luz sobre o
assunto em foco sem desviar a atenção para outros assuntos secundários. Não entra em
minúcias desnecessárias.
• É digna de crédito, por isso deve ser apresentada sem exageros.
• Em caso de fatos espetaculares é bom dar a fonte (livro, revista, etc.) e mais
detalhes.
• Deve ter sabor de novidade.

o Ex. “Aconteceu no lugar tal, no ano tal, com tal pessoa, etc. Está em tal
livro, na revista tal, na página tal”.

Aspectos a Serem Evitados



• A ilustração não deve servir como base do sermão, ou seja, não deve ser a primeira
coisa a ser pesquisada. A base do sermão é o Tema ou o Texto Bíblico que foi
escolhido.
• Não se deve ilustrar aquilo que é óbvio.
• Nunca devemos usar uma ilustração que desvia a atenção dos ouvintes do assunto
principal do sermão.
• Devemos toma cuidado com os casos pessoais, envolvendo nós mesmos ou nossa
família. Não nos façamos de heróis em nossas ilustrações pessoais. O objetivo é a
glorificação de Cristo e não a glorificação pessoal.
• Quando contarmos uma ilustração real, devemos nos certificar se os fatos são
verdadeiros.
• Devemos cuidar para não propagar coisas que nos foram confidenciadas, nem
mencionar fatos que possam ser identificados com pessoas do auditório, expondo-as a
constrangimentos.
• Deve se evitar ilustrações muito usadas e amplamente conhecidas.

o No caso de prepararmos um sermão sobre uma história bíblica, esta não


funciona como mera ilustração e sim como texto.

Fontes de Boas Ilustrações



• Observações da vida diária.
• Literaturas regulares (revistas, jornais, livros)
• Bíblia.
• Natureza (animais, plantas, clima).
• Crianças.
• História nacional e mundial.

• Meditações Matinais e Inspiração Juvenil

• Invenção do próprio pregador.


o É bom informar no final que o fato não é verdade, e que foi inventado
para ajudar a compreender o assunto.

Onde e Como Usar as Ilustrações



• Na introdução - para atrair a atenção e despertar o interesse.
• Na argumentação - para tornar claro o argumento; manter o interesse; repetir as
idéias e prover descanso mental.
• Na conclusão - para repetir as verdades apresentadas, resumir a idéia central ou
mostrar como funciona na vida; para comover os sentimentos e apelar à vontade.

TIPOS DE OUVINTES
Na hora de preparar um sermão tenha em mente que o auditório é constituído de
diferentes tipos de pessoas, com personalidades, dramas, conflitos e anseios diferentes. O
bom pregador saberá dosar seu sermão para alcançar o máximo possível de pessoas.

• Crianças - devem ser alimentadas com leite. O pregador deve usar uma
linguagem simples.
• Adolescentes - cheios de interrogações (porque não pode? Como fazer? O que
fazer?).
• Estudantes universitários e indivíduos com títulos acadêmicos - precisam de
mensagens mais sólidas e profundas, para serem despertados pela pregação.
• Jovens sofisticados.
• Jovens frustrados no casamento.
• Viúvos.
• Donas de Casa.
• Homem de meia-idade que está prosperando nos negócios.
• Pessoas de idade que sentem a morte se aproximando.
• Pessoas sobrecarregadas de aflição, que estão buscando a solução em Deus.
• Pessoas derrotadas (pensam que nada dá certo em suas vidas).
• Pessoas desanimadas.
• Pessoas que perderam seus familiares.
• Pessoas solitárias.
• Pessoas que duvidam que a Palavra de Deus é para ele.
• Pessoas indiferentes (desmotivadas).
• Pessoas que desejam saber o que é preciso fazer para se salvarem.
• Pessoas que são cheias de suficiência própria.
• Pessoas que possuem doenças incuráveis.
• Pessoas que possuem a consciência culpada.
• Pessoas em vias de apostasia.
• Pessoas complexadas (traumas familiares, de infância, etc.).
• Pessoas que sofrem por causa da pobreza e desemprego.
• Pessoas que são alvo de injustiça.
• Pessoas que vivem em pecado.
• Pessoas que lutam com vícios.
• Cônjuge cuja companhia não é da mesma fé, e está encontrando oposição no lar.
• O jovem que é o único cristão da família e está encontrando problemas em casa.
• Pessoas idosas que não recebem o apoio da família.

A APRESENTAÇÃO DO SERMÃO
Existem, basicamente, 3 métodos para se apresentar um sermão.

1. A Leitura
É o método mais comum no meio político, também chamado de “discurso”.

Vantagens:

• Demonstra a capacidade que o pregador tem para redigir seu discurso de forma
clara e correta.
• Como as palavras são empregadas com bastante cuidado e segurança,
desenvolve-se um estilo bastante correto do ponto de vista gramatical, ortográfico,
morfológico, etc.
• Aprimora o conhecimento da língua, pois o pregador pode se valer de
dicionários, enciclopédias, gramáticas, etc., para redigir seu discurso.
• A argumentação é feita de forma mais lógica e convincente.
• Evita-se o nervosismo comum no início de uma pregação sem anotações.
• Exige-se menos tempo para dizer o que está preparado.
• Pode-se reproduzir o sermão, para consultas posteriores, com total segurança do
que foi falado durante a preleção.

Desvantagens:

• O pregador fica preso à leitura, e pode perder o contato com o auditório.
• Não se pode usar os gestos com mais liberdade, o que prejudica a arte da oratória.
• O sermão tende a se tornar monótono (acadêmico).
• Restringe a liberdade mental do improviso, adaptação e reformulação.
• O povo não gosta deste tipo de sermão.
• Nem todos têm habilidade para ler de forma a interessar a audiência.

2. Memorização Parcial
A mensagem é escrita, memorizada, parcialmente decorada e parcialmente recitada.

Vantagens:

• Além das vantagens do tipo anterior, este método exercita a memória do
pregador.
• Deixa o pregador livre para gesticular e interagir com o auditório.
• Dá a impressão de ser mais “natural”. 
• Impressiona mais o auditório, surtindo melhores resultados.

Desvantagens:

• Em virtude do nervosismo, o pregador pode esquecer alguma frase importante,
colocando em
• Pode levar o pregador a fugir do assunto.
• O estilo já não será tão apurado e elegante quando o do sermão escrito.
• Como adquire facilidade para falar livremente, o pregador pode perder a habilidade
de escrever bem.
• O sermão não pode ser reproduzido com tanta exatidão.
risco a boa eficácia do sermão.
3. Pregação Sem Anotações
Esta é a arte mais sublime e difícil da homilética. Poucos dominam esta técnica
com perfeição. Um grande estudioso da arte da pregação, A. W. Blackwood, lembra que
Jesus, os profetas e os apóstolos usavam a pregação sem anotações, “de coração para
coração e olho para olho”.

Vantagens:

• O pregador gasta menos tempo no preparo literário do sermão.
• O pregador habitua-se a pensar com uma lógica mais convincente e rápida.
• O contato com o público fica mais livre e interativo.
• Usa-se ao máximo os recursos naturais de imaginação, improviso e adaptação
do pregador.
• O pregador pode ser mais vibrante, eloqüente e impressionante.
• O Espírito Santo pode usar melhor o pregador na hora de apresentar a mensagem.
• É o método mais popular e consagrado na história da homilética.

Desvantagens:

• Nem todos conseguem memorizar toda a mensagem.
• A não ser que fale de improviso, o pregador consome muito tempo para
memorizar o sermão.
• Em caso de “branco”, o improviso pode tomar conta do restante do sermão.
• A não ser que decore os textos bíblicos, o pregador fica sem condições de citar
muitas passagens para defender sua argumentação.
• É maior a possibilidade de gafes (trocar personagens, confundir fatos, etc.).
• A ansiedade e nervosismo antes de apresentar o sermão tendem a ser mais
presentes.
Como Pregar Sermões Evangelísticos?
Há algo quase definido sobre a postura do evangelista diante de sua audiência. É
dito que ele precisa ser: “dominante, mas não exigente; autoritário, mas não ditador;
zeloso, mas não fanático; prudente, mas não letárgico”. Mantenha os seus sermões curtos,
não mais de 30 minutos, incluindo o apelo. Spurgeon disse que quando um homem tem
bom material preparado, não excederá trinta minutos; quando tem menos a dizer, irá aos
quarenta e cinco minutos; e quando não tem absolutamente nada de concreto, precisará
de uma hora para dizê-lo.
Outra técnica que Jesus usou com resultado foi a arte de fazer perguntas. Faça
perguntas ao seu auditório que os leve de um ponto a outro na Bíblia. Com habilidade,
isto fará com que a audiência pense que eles estão descobrindo a verdade por eles
mesmos, na medida que o tema se desdobra numa seqüência lógica.
É importante lembrar que há vários tipos de pessoas em cada audiência. Alguns
não são nem convertidos nem sabem como viver. Outros são convertidos, mas precisam
de luz sobre como viver. Ainda alguns conhecem as normas, mas não tiveram uma
experiência transformadora. Estas necessidades precisam ser atendidas pelas partes do
sermão, se cuidadosamente preparadas.
Creio que possa ser proveitoso usarmos os sermões de evangelistas de sucesso
como base para nossas pregações. Não fique embaraçado em aprender a experiência de
outro. Porém, em vez de refletir o pensamento do outro, adapte e estude o sermão até que
ele seja entregue em sua própria personalidade e estilo.
Olhe a audiência nos olhos. Não fixe o olhar no teto, no soalho, janela, pessoa
em particular ou algo fora do auditório. Olhe para o povo com quem você fala. Estude a
expressão dos rostos, como reagem ao que você fala. Se você está perdendo a atenção
deles, não aumente a voz, mas diga algo interessante. Dê-lhes uma ilustração! Faça pausa.
Mude a velocidade e a entonação da voz. Fale devagar, mas não tão lento (uma palavra
hoje e outra amanhã, é uma espécie de fogo lento, que só os mártires podem suportar).
Finalmente, o essencial é que haja conteúdo. É preciso haver luz além do fogo.
Alguns pregadores são de todo luz sem fogo; outros são fogo sem luz. O Dr. Sloane Coffin
dá-nos uma receita para fabricar muitos sermões comuns: “Tomar uma colher de chá de
pensamento fraco, adicionar água, e servir”. Então ele acrescenta: “O fato de ser muitas
vezes servido quente pode aquecer os ouvintes, mas nunca nutri-los”.

FAZENDO APELOS
Pregue por Decisões
Cada sermão deve ter um só objetivo - obter decisões. Cada sermão deve finalizar
com um apelo de qualquer tipo. Isto é verdade por diversas razões. O sermão que você
está pregando pode ser o último que alguma pessoa na audiência ouvirá na sua vida. Dê
à pessoa uma chance de expressar-se em resposta à mensagem de Deus. O apelo é como
o nó na linha. Li acerca de um alfaiate que fez fortuna e prometeu contar aos colegas de
ofício o seu segredo. Quando estava para morrer, eles se reuniram à sua volta e ouviram
atentos o que ele dizia: “Vou contar-lhes o segredo, dêem sempre um nó no fio. Se houver
um nó no fio da linha, este não sairá do tecido”. Alguns pregadores enfiam a agulha muito
bem, mas não fazem o nó na costura. Rompendo-se um ponto, a costura inteira se desfaz.
Assim , ao final do primeiro sermão, você pode, por exemplo, perguntar ao povo
se eles apreciaram a reunião. Peça a eles que expressem seu sentimento pelo levantar de
mãos. Ao pregar sobre a Bíblia, além do apelo final para aceitação da Palavra de Deus,
pergunte se estão felizes por Deus ter-lhes dado este Livro, e demonstrem pelo erguer das
mãos. Quando pregar sobre oração, convide-os a ficar em pé, se desejam ser lembrados
na sua oração pessoal.
Inclua todas as pessoas no apelo. Por exemplo, se fizer apelo para que as pessoas
dêem o coração a Cristo, lembre-se de que pode haver alguns que já se entregaram a Jesus.
Assim, depois de ter o seu primeiro “levantar de mãos”, peça agora àqueles que já se
entregaram a Jesus, mas que desejam se reconsagrarem, que também levantem a mão.
Finalmente, peça àqueles que não deram ainda o coração a Jesus, mas que desejam ser
lembrados por Deus para dar-lhes força para decisão, que demonstrem seu desejo pelo
levantar de mãos. Assim todos estarão incluídos no apelo.
Apelo é um convite à ação; é uma espécie de “cobrança” de tudo que foi dito pelo
pregador na exposição de sua mensagem. Ao final de cada sermão, deve ser feito algum
tipo de apelo, mesmo que singelo, para que o auditório tome posição sobre o conteúdo
apresentado.

Características de um Bom Apelo



• Brevidade (pode haver exceções).
• Clareza.
• Honestidade (o pregador não deve usar de truques para convencer as pessoas).
o Ex: Prometer brindes para os que aceitarem o apelo.
• Voluntariedade (não deve ser algo forçado, apesar de que deve ser perseverante).
• Naturalidade (sem uso de gesticulação muito expressiva). O importante é a
inflexão da voz, o olhar e o semblante.

Tipos de Apelo:
A. Com Demonstração Física

• Levantar a mão
• Ficar em pé
• Vir à frente
o É bom fazer o apelo progressivamente: levantar a mão → ficar em pé
→ vir à frente.
• Ajoelhar-se
• Agitar alguma coisa (folhetos, papéis; usado em conferências).
• Baixar a cabeça para uma oração

B. Sem Manifestação Física



• Feito diretamente à mente do ouvinte, sem que se peça alguma manifestação
física.
• Este apelo pode ser feito em todo sermão.

LEMBRE-SE:
Um sermão SEM apelo estará INCOMPLETO.

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