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– A abnegação é essencial
O interesse próprio é uma escolha infeliz e contraproducente. Assim, a abnegação, a
autonegação, é absolutamente necessária a todo cristão. Mas é duplamente necessária ao
ministro do evangelho, porque é seu dever ter redobrada santificação e dedicação a Deus. Sem
abnegação, nem por uma hora ele poderá servir a Deus. Árduos estudos, muito conhecimento e
pregações excelentes são mais gloriosos, mas também são pecados de hipocrisia quando feitos
para a nossa própria glória. A assertiva de Bernardo de Claraval é de conhecimento geral: “Há
os que adquirem conhecimento pelo valor do conhecimento — e isto é vaidade de baixo nível.
Mas há os que desejam tê-lo para edificar outros — e isto é amor. E há outros que o desejam
para que eles mesmos sejam edificados — e isto é sabedoria” (Cantares de Salomão, 26)
mãos e mentes descuidadas. Vejamos, então, que sejam feitos com toda a diligência. Estudemos
estrenuamente, pois o poço de conhecimentos espirituais é fundo, e nossos cérebros são rasos.
3. Prudência e eficiência
Esta obra também deve ser realizada com prudência, com ordem e de maneira sistemática.
Deve-se dar leite antes de alimento sólido. Devemos lançar os alicerces, antes de começar a
construir. As crianças não devem ser tratadas como se fossem gente adulta. As pessoas devem
ser introduzidas num estado de graça antes de se esperar que pratiquem as obras da graça. As
obras da conversão, do arrependimento das obras mortas, e da fé em Cristo devem ser ensinadas
primeiro, com frequência e de maneira completa. Os mordomos da casa de Deus devem dar a
cada um à sua porção, e no devido tempo. Jamais devemos ir além das capacidades do nosso
povo, nem devemos ensinar maturidade cristã aos que não aprenderam a primeira lição.
Portanto, vejamos que cada qual obtenha o céu e tenha conhecimento suficiente para este
propósito. Assim, as grandes verdades, comumente reconhecidas, são aquelas pelas quais os
homens vivem e são os grandes instrumentos que elevam os seus corações a Deus. São elas que
destroem os pecados dos homens. Focalizem, pois, essas verdades centrais, e evitarão
pormenores frívolos, enfeites desnecessários e controvérsias sem proveito. Ao invés disso,
lembrem-se daquilo que é verdadeiramente necessário. Outras verdades podem ser desejáveis,
mas estas precisam ser conhecidas.
– A oração é vital
Como a nossa pregação, a oração também é força motora na realização da nossa obra, pois
quem não ora por seu rebanho não lhe pregará poderosamente. Se não persuadirmos Deus a dar-
lhes fé e arrependimento, não teremos probabilidade de os persuadir a crer e arrepender-se.
Desta forma, Paulo nos dá muitas vezes o seu próprio exemplo, como alguém que ora “dia e
noite” por seus ouvintes… Quando os nossos corações não estão em ordem, os deles também
não estarão. Se não persuadirmos Deus a ajudar os outros, nosso trabalho será vão.
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7. Humildade
– Detestem o seu próprio orgulho
Nossa obra deve ser conduzida também com grande humildade. Nós mesmos devemos
conduzir-nos com modéstia diante de todos. Quando ensinamos, devemos estar abertos também
para aprender de qualquer que nos possa ensinar. Deste modo, ensinamos e aprendemos ao
mesmo tempo. Não nos vangloriemos orgulhosamente das nossas pretensões de saber,
desprezando os que nos contradizem. Não ajamos como se já tivéssemos chegado ao topo, e os
outros tivessem que sentar-se aos nossos pés.
pregadores, quando estão para proclamar a Palavra de Deus em público, primeiramente devem
exercitar-se na devoção espiritual“. Tratemos, pois, com muita feição, os nossos ouvintes,
agucemos as nossas palavras para penetrarmos até mesmo os seus corações de pedra. Pois falar
com frieza e superficialidade das coisas celestiais é muito pior que não dizer nada a ninguém.
10. Reverência
Façamos todo o nosso trabalho reverentemente, como convém aos que têm consciência da
presença de Deus. Não ousemos usar as coisas santas como se fossem banalidades. Quanto mais
Deus aparecer no meio dos nossos deveres, maior autoridade os homens verão neles, porquanto
a reverência é aquele afeto da alma que provém da profunda percepção de Deus. Revela uma
mentalidade intimamente versada em Deus. Mas mostrar irreverência para com as coisas de
Deus é revelar hipocrisia. Ela mostra que o coração não a concorda de fato com a língua.
Quanto mais reverente for o pregador, mais ele falará como se estivesse vendo a face de Deus.
Tal homem afetará muito mais profundamente o meu coração — ainda que empregue linguajar
bem simples — do que alguém que seja irreverente e apenas fale com eloquência. A
transpiração não substitui a inspiração. Portanto, se o calor da palavra não for acompanhado
pela reverência a Deus, terá pouco efeito sobre os ouvintes.
que citamos dos chamados “pais da igreja”, é simplesmente secundário e deve ser citado
cautelosamente.
seu filho deve sobrepujar o deles“. Como afirma Paulo, devemos até sentir “as dores de parto,
até que Cristo seja formado” neles (Gálatas 4:19). Nossos filhos na fé devem ver que nós não
nos preocupamos com as coisas externas — nem dinheiro, nem crédito econômico, nem
liberdade, nem a própria vida — em comparação com a preocupação que temos com a salvação
deles. Em vez disso, à semelhança de Moisés, devemos estar dispostos a ter o nosso nome
riscado do livro da vida por amor deles, antes que deixá-los perecer e não se acharem no Livro
da Vida do Cordeiro.
amigos, se ajudam tais inimigos? Assim é que, como os pais corrigem os filhos que eles amam,
Deus castiga todos os Seus filhos.
12. Paciência
Finalmente, a duodécima característica pessoal do pastor é a paciência. Temos que suportar
muitos abusos e ofensas daqueles a quem estamos fazendo o bem. Depois de termos dado
bastante atenção à situação deles, depois de termos orado e suplicado com eles e por eles,
depois de os termos enaltecido e de nos termos desgastado por eles, ainda precisamos ter mais
paciência com eles. Ainda podemos esperar que, depois de termos olhado por eles como se
fossem os nossos próprios filhos, alguns nos rejeitem com escárnio e até nos odeiem e nos
desprezem. Lançar-nos-ão desdenhosamente em rosto a nossa bondade e nos verão como seus
inimigos. Farão isto simplesmente porque lhes dissemos a verdade. Sim, quanto mais os
amarmos, mais nos odiarão.
– Sejam mansos
Tudo isso tem que ser aceito por nós, e ainda precisamos desejar inabalável e infatigavelmente
fazer tudo que for bom para eles. Precisamos persistir em instruir com mansidão os que se
opõem aos seus próprios interesses superiores. Deus poderá levá-los ao arrependimento. Mesmo
quando eles menosprezarem e rejeitarem o nosso ministério e nos mandarem cuidar da nossa
própria vida, devemos continuar cuidando deles com perseverança, desde que estamos tratando
de pessoas desnorteadas que rejeitam o seu médico. Não obstante, devemos persistir na busca da
sua cura. É deveras indigno o médico que se retira apenas por causa do linguajar tolo dó
paciente.
SITE: http://protestantismo.com.br/acervo/o_carater_do_pastor_baxter.htm?
fbclid=IwAR16TbZcTMmsx83bbwSdUIh6_1dB_sWnSU69FBQBu2yaUtFWjarfndeIRb0 ACESSO: 24 de março de 2023.