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UNIDADE V - CONTRATOS DE TRABALHO

INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS CONTRATOS DE TRABALHO!


-Antes de serem feitas as considerações a respeito das peculiaridades dos contratos de trabalho,
conforme o apresentado por Luciano Martinez, faz-se necessário a distinção técnica-jurídica dos
termos “trabalho” e “atividade em sentido estrito”.
-De forma didática, “a atividade é entendida como um gênero que comporta duas espécies: o
trabalho e a atividade em sentido estrito. O que distingue as referidas espécies substancialmente é
a meta. Enquanto o “trabalho”, indispensavelmente remunerado (ou a remunerar), tem por escopo o
sustento próprio e, se for o caso, familiar do trabalhador, a forma identificada como “atividade em
sentido estrito”, prestada, em regra, sem qualquer onerosidade ou mediante uma contraprestação
meramente simbólica, tem objetivos diferentes, que podem estar relacionados com o intento de
aperfeiçoamento ou associados a ações meramente solidárias”. Portanto estabelece que:

TRABALHO = Num sentido evidentemente técnico jurídico, estará continuamente associado à


ideia de contraprestação pecuniária porque é entendido como um valor social que dignifica e que
dá honradez à pessoa humana. Isso acontece porque, conforme antecipado, a remuneração dele
decorrente visa ao sustento do trabalhador e, se for o caso, de sua família. Sem a contraprestação
pecuniária o trabalho não alcançaria o seu objetivo social. Desse modo, pode-se concluir que,
havendo necessidade de sustento próprio e/ou familiar, existirá trabalho e que, existindo trabalho,
terá de ser atribuída uma contraprestação por força dele.
ATENÇÃO = Há quem indague se deixaria de ser “trabalho” a atividade desenvolvida por uma
determinada pessoa que, embora merecesse a contraprestação, manifestasse o desejo de não
ser remunerado. Tal poderia acontecer, ilustrativamente, com o pai de um aluno de uma escola
privada que, por gratidão ou por reconhecimento à qualidade de ensino oferecida a ele e/ou aos
seus filhos, resolve ministrar aulas sem exigir nenhuma retribuição. Nesse ponto é importante
anotar que a escola privada, no exemplo aqui posto, não é instituição sem fins lucrativos
destinatária de serviço voluntário (sobre o qual se falará mais adiante), mas, sim, uma instituição
que desenvolve atividade econômica com o objetivo de lucrar. Ora, não é porque alguém se
dispõe a não receber seus salários que jamais poderá postular esse pagamento no futuro.O
“trabalho” não deixa de ser “trabalho” pelo simples fato de não ser exigida a sua indissociável
contraprestação. Ao contrário: por ser “trabalho”, o prestador do serviço, poderá exigir, sem
licença nem perdão, aquilo que não lhe foi atribuído a título de remuneração.

ATIVIDADE EM SENTIDO ESTRITO = De forma simplificada, Nas atividades em sentido


estrito os objetivos não são coincidentes com os do trabalho. Os contratos de atividade em
sentido estrito miram metas diferenciadas, que não necessariamente são satisfeitas por
contraprestação pecuniária.Vejam-se os exemplos dos contratos de estágio e de prestação de
serviço voluntário, os quais, em vez do sustento próprio e/ou familiar, visam, respectivamente,
“ao aprendizado de competências próprias da atividade profissional e à contextualização
curricular”e à satisfação pessoal decorrente da prática do altruísmo nos campos “cívicos,
culturais, educacionais, científicos, recreativos ou de assistência à pessoa”. Outro notável
exemplo de exercício de atividade em sentido estrito é verificado no ministério da fé professada
por padres, pastores, rabinos, missionários, pais de santo ou quaisquer outros religiosos na
celebração de cultos ou nas assistências espirituais. Apesar do dispêndio energético das suas
ações de propagação do credo, eles, em regra, não podem ser juridicamente entendidos como
“trabalhadores”, mas sim como “exercentes de atividade em sentido estrito”.
ATENÇÃO = Nesse ponto é relevante chamar a atenção do leitor para o fato de que a existência
de alguma retribuição pela realização da atividade em sentido estrito não necessariamente a
desnatura, desde que a finalidade de retribuição não enquadre-se como objetivo fim da atividade
em sentido estrito desempenhada. Portanto, em um estágio remunerado, embora haja uma
contraprestação pela atividade exercida, respectiva atividade está sendo desempenhada com a
finalidade de aperfeiçoamento.
CONTRATOS DE TRABALHO

CONTRATOS DE ATIVIDADE EM SENTIDO ESTRITO


INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS CONTRATO DE TRABALHO EM SENTIDO AMPLO!
-Conforme definição apresentada por Gustavo Filipe, “o contrato de trabalho pode ser conceituado
como o negócio jurídico em que o empregado, pessoa natural, presta serviços de forma pessoal,
subordinada e não eventual ao empregador, recebendo, como contraprestação, a remuneração”.
-Conforme definição apresentada por Luciano Martinez, “sendo o trabalho qualquer atividade
humana que visa ao sustento próprio do trabalhador e, se for o caso, o de sua família, há de
concluir-se que o seu universo é, realmente, extremamente amplo. Afinal, sob o rótulo “trabalho”
se encontram atividades prestadas “por conta própria” ou “por conta alheia” (com sentido
econômico); de modo “autônomo” ou “subordinado”; de forma “eventual” ou “não eventual”. Enfim,
do mesmo tronco comum surgem diversas ramificações com suas particularidades, não obstante
todas elas tenham o idêntico propósito de garantir a sobrevivência humana.
-Partindo das conceituações doutrinárias, conclui-se que o contrato de trabalho é um negócio
jurídico que regulariza (rege) uma relação de trabalho (definida como aquela que objetiva uma
contraprestação/retribuição). A relação de trabalho e gênero, que em virtude da definição ampla do
termo trabalho, engloba várias espécies: relação de emprego (ou trabalho subordinado) , trabalho
eventual, trabalho autônomo, trabalho avulso e trabalho voluntário.
Observação - Embora a professor considere trabalho voluntário como modalidade de trabalho, a
terminologia “trabalho” é aqui erroneamente utilizada, a medida que o trabalho voluntário é
classificado como uma atividade em sentido estrito.

ESTUDO DAS RELAÇÕES DE TRABALHO EM SUAS ESPÉCIES!


1) RELAÇÃO DE EMPREGO OU TRABALHO SUBORDINADO

2) TRABALHO AUTÔNOMO

3) TRABALHO EVENTUAL

4) TRABALHO AVULSO

(1)RELAÇÃO DE EMPREGO (OU TRABALHO SUBORDINADO)!

-Conforme conceituação doutrinária, a relação de emprego é uma relação de trabalho que deve
atender alguns elementos de forma cumulativa. Respectivos elementos são chamados
doutrinariamente de elementos fáticos-jurídicos, sendo adotados como critérios de caracterização
da relação empregatícia no mundo fático.

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