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Escola Estadual da polícia militar “Tiradentes”

PSICANÁLISE
Componentes: Maria Eloyse e Karyna Torreyra 1° B

Psicanálise como fazer falar,


e fazer ouvir
Podemos compreender a psicanálise como trabalho de
“fazer falar, e fazer ouvir.” O entendimento formulado
como resultado é de uma conquista da análise de três
principais modos com quais Freud compreende a tarefa
psicanalítica: vencer resistências, interpretação e
construção.
Em 1885 Freud esteve em Paris por
seis semanas para um estudo com
Charcot (médico que se dedicava a
uma trabalho de “curar” pessoas
histéricas por meio da hipnose) mais
tarde Charcot se tornou mestre e
tutor de Freud.
Em uma de suas situações
casuais, Freud estava em um
reunião festiva com Charcot e
outros nomes importantes da
medicina de Paris.
Daí Freud caracteriza o trabalho
Em uma das conversas Charcot
disse algo que deixou Freud um
em “Falar e ouvir”. Pôde-se dizer
tanto intrigado, pois Charcot que no trabalho da psicanálise
tinha dito algo “vazio” algo que trata-se do analisando “falar”
nem ele mesmo ouviu, Charcot e oque foi esquecido, sob a
Freud haviam até “esquecido” condição do “ouvir” específico do
oque ele mesmo disse analista para que o analisando
momentos depois. Oque dá a também “ouça” oque fala.
entender que não houve um
“ouvir” verdadeira de ambas
partes.
O processo da psicanálise assim
resumido nomeia-se não regra da
técnica da associação livre:
analisando fale
abertamente de modo específico, e que o
analista não tenha outro ouvido, senão
aquele voltado ao modo de atenção
flutuante (que não tenha atenção nada
em específico e nem expectativas) para
fala do analisando
Vencer do processo ocasionador, convocando ao
mesmo tempo os sentimentos que o

resistências revela acompanha mais detalhadamente


possível.

a psicanálise como
Freud toma a sério a descoberta e começa a exigir
que suas pacientes histéricas se
esforcem para lembrar as origens de seus
fazer falar sintomas e descrever com riqueza de detalhes
cada uma delas.
Freud reconhece o tratamento de Bertha
O talking cure ou cura pela conversa, foi o nome
(paciente) realizado por Breuer deu início à
dado ao tratamento de Bertha. Uma
psicanálise entendida como trabalho de fazer a
hipnose que a fez lembrar de falar a origem de
histérica falar oque foi esquecido.
cada um de seus sintomas, quando ela
De acordo com Breuer os sintomas histéricos desperta da hipnose, não apresenta mais os
individuais desapareciam assim que se conseguia sintomas, ficando “curada”
despertar a lembrança
Freud por não se dar muito bem com a hipnose se viu
obrigado a “inventar estratégias” para vencer as resistências da
recordação.
A “resistência”, então, seria o esforço de Freud em fazer a histeria falar
as cenas esquecidas, da a entender então que a psicanálise é o trabalho de
vencer resistências e fazer falar.

Freud acaba empregando mais tarde a associação livre, que significa


convidar o paciente a dizer oque lhe ocorre abrindo mão de seu julgamento a
respeito.
O trabalho de superar resistências constitui a função essencial do tratamento
analítico; o paciente tem de realizálo e o médico possibilita fazê-lo com a
ajuda da sugestão, operando em um sentido *pós educativo*.

Tratando-se a resistência de uma certa inércia neurótica, uma


recusa a cura, a psicanálise se esforça por, vencendo
resistências, desfazer a inércia. Como se fosse uma segunda
educação em relação à educação civilizatória.

O valor da psicanálise não estaria, assim, em um de seus efeitos,


mas em sua operação de vencer resistências.
Se a primeira educação, a ação civilizatória, faz instruir os
homens para o convívio social, a psicanálise, vencendo
resistências, pós-educa, não para uma posição à civilização,
mas para a civilização, para um “re-
confronto” com o malestar na civilização,
com a renúncia pulsional e a sublimação.
trabalho de fazer falar
A “interpretação”
mostra o trabalho de psicanálise.
fazer ouvir como O trabalho da psicanálise consolida-se na técnica de
complemento do associação livre, implicando a atenção flutuante.
Ambos tem por fim, fazer o paciente ouvir a si
próprio.
que o caracteriza a A obra freudiano “a interpretação dos sonhos” foi
talhada para introduzir o público nos procedimentos
da psicanálise. Por meio dela entende-se que
diferente das práticas populares de
interpretação de sonhos, a psicanálise
tem por finalidade, revelar o sentido do
sonho do paciente sem que algo externo
corrompa; ou seja, inscreve a própria
pessoa sonhadora interpretar seu
próprio sonho.
Com fato de que o sonho é sempre a
figuração da realização de um desejo, a
interpretação tem a finalidade de revelar
o desejo particular, explicitando esse
desejo.
O trabalho de fala do
analista é em uma
posição de “espelho
vazio”. Como espelho
vazio ele “devolve”
oque o paciente fala,
para que assim o
paciente ouça sua
própria fala. O
tratamento psicanalítico
pode, então, ser
interpretado como
trabalho de *fazer ouvir*
oque se fala
A “construção” deixa ver a implicação do
analista e do analisando no trabalho psicanálise
de “fazer falar, e fazer ouvir”
A construção, entendida como partindo do analista, traz a ideia de que
ele possui a última palavra, aquela que faria compreender toda a pré-
história do paciente.
Freud começa por diferenciar, no “trabalho analítico”, a tarefa do analista
e a do analisando:
O analisando deve ser movido a recordar algo
vivenciado e reprimido por ele próprio, as
condições desse processo acaba que colocando
em segundo plano outra peça do trabalho, a do
analista.

Então no que consiste a tarefa do analista?


Tem de coligir o esquecido desde os
indícios atrás de si;
*tem de construir*
Oque são e em que momento se dão as
construções?
No último capítulo de Freud e Breuer de 1895 “A
psicoterapia da histeria”, encontra-se uma expressão
do sentido de construção como caracterizar do trabalho
psicanálise:
“[…] somente merece o título de psicanálise correta o empenho
analítico que conseguiu levantar a amnésia
que oculta para o adulto o conhecimento de sua vida infantil
desde seu começo mesmo.”
Entende-se que a voz do analista, então, tem a função de revelar oque
de infantil está no discurso do analisando. Conclui assim que, a fala do
analista possui uma função crítica.
Definindo a construção Freud diz:
“[…] A construção, não sendo uma edificação, indica que nela
não se trata de um trabalho “técnico”, no
sentido de uma construção planeja e autocontrolada,
que ao se finalizar apresentaria uma totalidade outra que não é ela
mesma, como um objeto, algo
obviamente dado, como uma casa. É em psicanálise, um outro
modo de construção: […] trabalho
preliminar e final desde os detalhes, formando
peças que se detalhas e permitem formar novas
peças,
sem,

contudo, globalizar-se num


quadro completo e
unissonante”

Referência
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.p hp?
script=sci_arttext&pid=S141511382005000200003

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