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CIÊNCIAS BIOMÉDICAS LABORATORIAIS

MICROBIOLOGIA CLINICO-LABORATORIAL
DOCENTE: JOÃO RODRIGUES

Protocolo - SEMENTEIRA DE EXSUDADOS (VAGINAIS E DE FERIDA)

EXSUDADOS DE FERIDA

INTRODUÇÃO
Exsudado purulento – É um produto patológico proveniente de supurações
superficiais, de abcessos fechados ou fistulizados ou de líquidos de serosas.
Muitas são as situações clínicas e muitos são os microrganismos responsáveis
por infecções localizadas que conduzem à formação de exsudados purulentos,
colectados ou não. Numa vertente de vigilância epidemiológica e tratamento
adequado é muito importante proceder à colheita do exsudado das feridas
crónicas, cirúrgicas ou outras, tão precocemente quanto possível.

A sensibilidade, especificidade e interpretação dos resultados da cultura do


exsudado dependem da correcta informação clínica, do local da infecção,
tipo de infecção (com abcesso ou não), e da técnica de colheita.

PROCEDIMENTO LABORATORIAL

1. Recepção e verificação da identidade da amostra


2. Selecionar meios de cultura – Meio de Gelose sangue e/ou MRSA.
3. Semear no meio selecionado.
4. Incubação a 37ºC / 24h a 48h.
5. Efetuar um esfregaço para corar pela técnica de Gram.
Esquema 11 - Sementeira de exsudados.

LEITURA DOS RESULTADOS

Negativo

Esfregaço corado pela técnica de Gram – Ausência de bactérias

Cultura - Ausência de colónias nos meios semeados

Positivo

Esfregaço corado pela técnica de Gram – presença de microrganismos -


especificar o tipo - (cocos ou bacilos Positivo / negativo), número de leucócitos
elevado.

Cultura – O crescimento de qualquer colónia deve ser valorizado.

Prosseguir com a Identificação e ATB


EXSUDADOS VAGINAIS

INTRODUÇÃO
As infecções genito - urinárias podem ser causadas por:
➢ transmissão sexual de microrganismos patogénicos
- parasitas (Trichomonas vaginalis)
- bactérias (Treponema pallidum, Neisseria gonorrhoeae, Chlamydia
trachomatis, Haemophilus ducreyi),
- vírus (Herpes simplex virus, HPV, HIV)

➢ desequilíbrios na flora normal (ex: vaginose bacteriana)


- Do tracto genital feminino fazem parte Lactobacilos, Difteróides, Gardnerella
vaginalis, estafilococos coagulase-negativos, Staphylococcus aureus,
Steptococcus agalactiae, Enterococcus spp., estreptococos alfa e beta
hemolíticos, Escherichia coli e leveduras
- No tracto genital masculino encontram-se poucos microrganismos, tais
como: estafilococos, micrococos, corynebacterias e estreptococos alfa
hemolíticos e ainda Candida albicans

SÍNDROMES CLÍNICOS - MULHER SÍNDROMES CLÍNICOS – HOMEM


Vaginite Uretrite
Cervicite Epididimite
Uretrite Úlceras genitais
Doença Inflamatória pélvica Orquite
Úlceras genitais Prostatite

Para os doentes assintomáticos e com um exame normal, é geralmente


necessário aguardar pelo diagnóstico laboratorial, de modo se poder direcionar
o tratamento.
Identificar o síndrome clínico mais provável ajuda a reduzir o número de
organismos patogénicos causadores da infecção.
PROCEDIMENTO LABORATORIAL

1. Confirmação da identificação da amostra e de todos os dados


necessários para o processamento da mesma.
2. Selecionar meios de cultura – Gelose Chocolate, Gelose Sangue e Agar
Sabouraud
3. Semear nos meios selecionados.
4. Realizar o esfregaço para corar pela técnica de Gram.

Esquema 12 - Sementeira de exsudado vaginal.

LEITURA DOS RESULTADOS

Não valorizável

Esfregaço corado pela técnica de Gram – presença de microrganismos -


flora normal (bacilos de dodherlain e células epiteliais)
Cultura - A cultura só deve ser valorizada após observação do Esfregaço
corado pela técnica de Gram. Flora saprófita normal, inúmeros bacilos de
Doderlein.

Positivo

Esfregaço corado pela técnica de Gram – presença de inúmeros leucócitos ,


raras células e predomínio de um tipo de microrganismo.
Especificar o tipo - (cocos ou bacilos Positivo / negativo)

Cultura – A cultura só deve ser valorizada após observação do Esfregaço


corado pela técnica de Gram. Isolar predomínio

Prosseguir com a Identificação e ATB

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