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PREVENÇÃO E CONTROLE DE INFECÇÕES

IRAS E PROCESSO DE HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS


PROF.ª ENF.ª. SAMANTHA BORGES
OBJETIVOS
1 Infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS).

2 Microbiota residente e transitória.

3 Principais bactérias que causam infecção hospitalar.

4 Processo de higienização das mãos.

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INFECÇÕES RELACIONADAS À
ASSISTÊNCIA À SAÚDE
(IRAS)
IRAS

Infecções adquiridas durante o


processo de cuidado em um
hospital ou outra unidade
prestadora de assistência à
saúde, que não estavam
presentes ou em incubação na
admissão do paciente.

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IRAS
São infecções adquiridas após a admissão
do paciente no ambiente hospitalar cuja
manifestação pode ocorrer durante a
internação ou após a alta, tendo relação
com os procedimentos hospitalares e com
a hospitalização em si.

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CAUSAS DAS IRAS
Podem decorrer de falhas no processo de assistência que
elevam o risco de aquisição de infecções para os
pacientes:

❑ Falta de higienização das mãos.


❑ Uso indiscriminado de antibióticos.
❑ Falhas na execução de procedimentos invasivos.
❑ Quebra dos protocolos assistenciais.
❑ Contaminações do ambiente.

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CAUSAS DAS IRAS

SANGUÍNEAS SÍTIO CIRÚRGICO

URINÁRIAS RESPIRATÓRIAS

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IRAS - SANGUÍNEAS

65% são provocados


por bactérias
colonizadoras da
pele

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IRAS
Os patógenos são transmitidos ao indivíduo tanto pela

MICROBIOTA RESIDENTE MICROBIOTA TRANSITÓRIA

que pode ser veiculados por meio das mãos, secreção


salivar, fluidos corpóreos, ar e materiais contaminados
(fômites).
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MICROBIOTA NORMAL
Refere-se as populações de
microrganismos que habita a
pele e mucosas de pessoas e de
animais saudáveis.

*Comensalismo: é uma relação ecológica entre espécies


diferentes em que uma é beneficiada e a outra não é
beneficiada, nem prejudicada

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MICROBIOTA NORMAL
MICROBIOTA RESIDENTE

É a microbiota que está aderida às camadas mais profundas da


pele e é mais resistente à remoção apenas por água e sabonete.

São agentes menos prováveis de infecções veiculadas por contato.

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MICROBIOTA NORMAL
MICROBIOTA TRANSITÓRIA

É a microbiota que coloniza a camada superficial da pele, sobrevive por


curto período de tempo e é passível de remoção pela higienização simples
das mãos com água e sabão.

É frequentemente adquirida por contato direto com o paciente (infectados),


ambiente, superfícies próximas ao paciente e equipamentos contaminados.

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DESEQUILÍBRIO DA MICROBIOTA

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INFECÇÕES NO AMBIENTE HOSPITALAR
INFECÇÕES BACTERIANAS

❑ Compõe 90% da microbiota da pele.

❑ São patogênicas quando a pele possui


solução de continuidade (rompimento).

❑ Podem causar conjuntivite e outras


Staphylococcus doenças oportunistas por
epidermidis procedimentos invasivos.

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INFECÇÕES NO AMBIENTE HOSPITALAR
INFECÇÕES BACTERIANAS
❑ Patogênico com cepas altamente
resistentes.

❑ Microbiota residente e mucosa nasal.

❑ Podem causar infecções simples (celulites)


e infecções graves (pneumonia).
Staphylococcus
❑ Um dos principais causadores de infecção
aureus
de corrente sanguínea.
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INFECÇÕES NO AMBIENTE HOSPITALAR
INFECÇÕES BACTERIANAS
❑ Patogênico e presente no ambiente
hospitalar.

❑ Bacteremia em pacientes neutropênicos.

❑ Produzem pus azul-esverdeado.


Pseudomonas
aeruginosa ❑ Pode ser oportunista em queimaduras.

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INFECÇÕES NO AMBIENTE HOSPITALAR
INFECÇÕES BACTERIANAS
❑ Patogênico e causa grandes variedades
de infecções hospitalares (pneumonia,
ITU, sepse).

❑ Imunossuprimidos.

Klebsiella ❑ É capaz de produzir uma enzima que


pneumoniae inativa grande parte dos antibióticos.

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PREVENÇÃO DE IRAS
Para prevenir a transmissão de microrganismos pelas mãos,
três elementos são essenciais para esta prática:

Agente tópico com eficácia antimicrobiana


Procedimento adequado ao utilizá-lo (com técnica adequada e no
tempo preconizado)

Adesão regular no seu uso (nos momentos indicados).

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HIGIENE DAS MÃOS
A higienização das mãos configura a maneira individual mais
simples e menos onerosa para prevenir a propagação das
infecções relacionadas à assistência à saúde.

Recentemente, o termo higienização das mãos passou a ser


utilizado em detrimento ao termo lavagem das mãos devido à
maior abrangência do termo higienização, que engloba a
higienização simples, antisséptica, fricção antisséptica e a
antissepsia cirúrgica das mãos.

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HIGIENE DAS MÃOS

James Young Simpson (1811-1870)


indicou a realização de
procedimentos cirúrgicos
domiciliares, ao constatar que a
mortalidade relacionada à
amputação era de 41,6% quando
realizada no ambiente hospitalar e
apenas 10,9%, no domicílio.

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HIGIENE DAS MÃOS
Foi o médico húngaro Ignaz Philip Semmelweis (1818-
1865), que em 1846, comprovou a íntima relação da febre
puerperal com os cuidados médicos. Ele notou que os
médicos que iam diretamente da sala de autópsia para
a de obstetrícia tinham odor desagradável nas mãos.
Ele postulou que a febre puerperal que afetava tantas
mulheres parturientes fosse causada por “partículas
cadavéricas” transmitidas na sala de Ignaz Philip
Semmelweis (1818-1865) autópsia para a ala obstétrica
por meio das mãos de estudantes e médicos.

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HIGIENE DAS MÃOS
Por volta de maio de 1847, ele insistiu que
estudantes e médicos lavassem suas
mãos com solução clorada após as
autópsias e antes de examinar as
pacientes da clínica obstétrica.

No mês seguinte após esta intervenção,


a taxa de mortalidade caiu de 12,2 para
1,2%.

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TIPO DE HIGIENE DAS MÃOS

1 Higienização simples das mãos

2 Higienização antisséptica das mãos

3 Fricção de antisséptico nas mãos

4 Antissepsia cirúrgica das mãos

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HIGIENE DAS MÃOS

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5 MOMENTOS PARA A HIGIENE DAS MÃOS

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HIGIENIZAÇÃO SIMPLES
DAS MÃOS
HIGIENIZAÇÃO SIMPLES DAS MÃOS
INDICAÇÃO
❑ Quando as mãos estiverem visivelmente sujas ou contaminadas com sangue e
outros fluidos corporais.
❑ Ao iniciar e terminar o turno de trabalho.
❑ Antes e após ir ao banheiro.
❑ Antes e depois das refeições.
❑ Antes de preparo de alimentos.
❑ Antes de preparo e manipulação de medicamentos.
❑ Após contato com objetos inanimados e superfícies imediatamente próximas ao
paciente.
❑ Antes e após remoção de luvas.
❑ Após várias aplicações consecutivas de produto alcoólico.

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HIGIENIZAÇÃO SIMPLES DAS MÃOS
ÁGUA + SABONETE LÍQUIDO

40 a 60 segundos

Abrir a torneira e molhar as


1 mãos, evitando encostar-se na
pia.

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HIGIENIZAÇÃO SIMPLES DAS MÃOS

Aplicar na palma da mão quantidade


2 suficiente de sabonete líquido para cobrir
todas as superfícies das mãos.

Ensaboar as palmas das mãos,


3 friccionando-as entre si.

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HIGIENIZAÇÃO SIMPLES DAS MÃOS

Esfregar a palma da mão direita contra


4 o dorso da mão esquerda entrelaçando
os dedos e vice-versa.

Entrelaçar os dedos e friccionar os


5 espaços interdigitais.

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HIGIENIZAÇÃO SIMPLES DAS MÃOS

Esfregar o dorso dos dedos de uma


6 mão com a palma da mão oposta,
segurando os dedos, com movimentos
de vai-e-vem e vice-versa.

Esfregar o polegar direito, com o


7 auxílio da palma da mão esquerda,
utilizando-se movimento circular e
vice-versa.
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HIGIENIZAÇÃO SIMPLES DAS MÃOS

Friccionar as polpas digitais e unhas da


8 mão esquerda contra a palma da mão
direita, fechada em concha, fazendo
movimentos circular e vice-versa.

Esfregar o punho esquerdo, com o


9 auxílio da palma da mão direita,
utilizando movimento circular e
vice-versa.
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HIGIENIZAÇÃO SIMPLES DAS MÃOS

Enxaguar as mãos, retirando os resíduos


10 de sabonete. Evite contato direto das
mãos ensaboadas com a torneira.

Secar as mãos com papel toalha


descartável, iniciando pelas mãos e
11 seguindo pelos punhos. No caso de
torneiras com contato manual para
fechamento, sempre utilize papel toalha.
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HIGIENIZAÇÃO
ANTISSÉPTICA DAS MÃOS
HIGIENIZAÇÃO ANTISSÉPTICA DAS MÃOS
ÁGUA + ANTISSÉPTICO
DEGERMANTE
40 a 60 segundos

❑ Realizada em casos de precaução de contato recomendados para


pacientes portadores de microrganismos multirresistentes.

❑ Na técnica de higienização antisséptica, substitui-se o sabonete comum


por um associado a antisséptico (Clorexidina 4% ou PVPI 10%).

MESMA TÉCNICA DE HIGIENIZAÇÃO SIMPLES DAS MÃOS


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FRICÇÃO DE
ANTISSÉPTICO NAS MÃOS
FRICÇÃO DE ANTISSÉPTICO NAS MÃOS
INDICAÇÃO
❑ Antes de contato com o paciente.
❑ Após contato com o paciente.
❑ Antes de realizar procedimentos assistenciais e manipular dispositivos invasivos
❑ Antes de calçar luvas para inserção de dispositivos invasivos que não requeiram
preparo cirúrgico.
❑ Após risco de exposição a fluidos corporais.
❑ Ao mudar de um sítio corporal contaminado para outro, limpo, durante o cuidado ao
paciente.
❑ Após contato com objetos inanimados e superfícies imediatamente próximas ao
paciente.
❑ Antes e após remoção de luvas.

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FRICÇÃO DE ANTISSÉPTICO NAS MÃOS
PREPARAÇÃO ALCÓOLICA
EM GEL OU LÍQUIDA
20 a 30 segundos

Abrir na palma da mão quantidade


1 suficiente do produto para cobrir
todas as superfícies das mãos.

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FRICÇÃO DE ANTISSÉPTICO NAS MÃOS

2 Friccionar as palmas das mãos entre si.

Friccionar a palma da mão direita


3 contra o dorso da mão esquerda
entrelaçando os dedos e vice-versa.

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FRICÇÃO DE ANTISSÉPTICO NAS MÃOS

Friccionar a palma das mãos entre si


4 com os dedos entrelaçados.

Friccionar o dorso dos dedos de uma


5 mão contra a palma da mão oposta,
segurando os dedos e vice-versa.

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FRICÇÃO DE ANTISSÉPTICO NAS MÃOS

Friccionar o polegar direito, com o


6 auxílio da palma da mão esquerda,
utilizando-se movimento circular e
vice-versa.

Friccionar as polpas digitais e unhas


7 da mão esquerda contra a palma da
mão direita, fazendo um movimento
circular e vice-versa.

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FRICÇÃO DE ANTISSÉPTICO NAS MÃOS

Friccionar os punhos com movimentos


8 circulares.

Friccionar até secar. Não utilizar


9 papel toalha.

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ANTISSEPSIA CIRÚRGICA
DAS MÃOS
ANTISSEPSIA CIRÚRGICA DAS MÃOS
INDICAÇÃO
❑ No pré-operatório, antes de qualquer procedimento cirúrgico.

❑ Indicado para toda equipe cirúrgica.

❑ Antes da realização de procedimentos invasivos: inserção de cateter


intravascular central, punções, drenagens de cavidades, pequenas
suturas, endoscopias e outros.

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ANTISSEPSIA CIRÚRGICA DAS MÃOS

PRIMEIRA CIRURGIA: 3 A 5 MINUTOS


PRÓXIMAS CIRURGIAS: 2 A 3 MINUTOS

ÁGUA + ESCOVA DE
ASSEPSIA COM
CLOREXIDINA 2%

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ANTISSEPSIA CIRÚRGICA DAS MÃOS

Abrir a torneira, molhar as mãos,


1 antebraços e cotovelos.

Recolher, com as mãos em concha, o


antisséptico e espalhar nas mãos,
antebraço e cotovelo. No caso de escova
2 impregnada com antisséptico, pressione a
parte da esponja contra a pele e espalhe
por todas as partes.
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ANTISSEPSIA CIRÚRGICA DAS MÃOS
Limpar sob as unhas Friccionar as mãos,
com as cerdas da observando espaços
3 escova. 4 interdigitais e antebraço por,
no mínimo, 3 a 5 minutos,
mantendo as mãos acima dos
cotovelos.

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ANTISSEPSIA CIRÚRGICA DAS MÃOS

Enxaguar as mãos em
agua corrente, no sentido
das mãos para cotovelos,
retirando todo resíduo do
5 produto. Fechar a
torneira com o cotovelo,
joelho ou pés, se a
torneira não possuir foto
sensor.

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ANTISSEPSIA CIRÚRGICA DAS MÃOS
Enxugar as mãos em toalhas ou compressas estéreis, com
movimentos compressivos, iniciando pelas mãos e seguindo
6 pelo antebraço e cotovelo, atentando para utilizar as diferentes
dobras da toalha/compressa para regiões distintas.

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USO DE LUVAS
USO DE LUVAS
INDICAÇÃO
❑ Use luvas somente quando indicado.
❑ Utilize-as para proteção individual, nos casos de contato com sangue e
líquidos corporais e ao contato com mucosas e pele não íntegra de todos
os pacientes.
❑ Utilize-as para redução da possibilidade de microrganismos das mãos do
profissional contaminar o campo operatório (luvas cirúrgicas);
❑ Utilize-as para redução da possibilidade de transmissão de
microrganismo de um paciente para outro nas situações de precaução de
contato.

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USO DE LUVAS
INDICAÇÃO
❑ Troque de luvas sempre que entrar em contato com outro paciente.
❑ Troque também durante o contato com o paciente se for mudar de um
sítio corporal contaminado para outro, limpo, ou quando esta estiver
danificada.
❑ Nunca toque desnecessariamente superfícies e materiais (tais como
telefones, maçanetas, portas) quando estiver com luvas.
❑ Não lavar ou usar novamente o mesmo par de luvas.

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USO DE LUVAS

O uso de luvas
NÃO substitui a
higienização das
mãos.

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TÉCNICA DE REMOÇÃO DE LUVAS
1. Retire as luvas puxando a primeira pelo lado externo do punho com os
dedos da mão oposta;
2. Segure a luva removida com a mão enluvada;
3. Toque a parte interna do punho da mão enluvada com o dedo indicador
oposto (sem luvas) e retire a outra luva;
4. Descarte as luvas em lixeira apropriada.

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TÉCNICA DE REMOÇÃO DE LUVAS

LUVA COM LUVA


PELE COM PELE
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ATENÇÃO!
❑Mantenha as unhas naturais, limpas e curtas.
❑Não use unhas postiças quando entrar em contato direto com
os pacientes.
❑Evite o uso de esmaltes nas unhas.
❑ Evite utilizar anéis, pulseiras e outros adornos quando assistir
ao paciente.
❑Aplique creme hidratante nas mãos (uso individual),
diariamente, para evitar ressecamento na pele.

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