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ACIDENTE BOTRÓPICO EM CANINO: ABORDAGEM

TERAPÊUTICA – RELATO DE CASO 1 2 2 1


Autor(es): Isadora Patuzzi dos Santos, Marianne Siqueira Cabelleira, Luana Bussmann, Daniele Ganzer Mezzomo, Maria Eduarda Tronco
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da Silveira, Marilia Avila Valando
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Orientadora: Rochelle Gorczak
1 - Médico Veterinário Autônomo; 2 – Discente do curso de Medicina Veterinária Uniritter; 3 – Docente do curso de Medicina Veterinária Uniritter

INTRODUÇÃO Limpeza oral:


Para cicatrização do ferimento e necrose da língua
Os acidentes ofídicos em animais de companhia são comuns,
especialmente em áreas rurais, e podem resultar em danos
irreversíveis ou até mesmo morte do animal. Esses incidentes têm
ocorrido com maior frequência em locais próximos a rios, campos e
áreas úmidas. O Brasil é lar de uma grande variedade de serpentes
altamente venenosas, divididas em 10 famílias, sendo as cobras do
gênero Bothrops responsáveis por 90% dos casos de acidentes
ofídicos. Esse grupo é composto por mais de 30 espécies
agressivas, cujo veneno contém diversas substâncias com efeitos Digluconato de clorexidina a 0,12%
anticoagulante, vasculotóxico e nefrotóxico. A inoculação do veneno TID, por 5 dias
nos animais pode causar graves sinais clínicos, e o tratamento
Ao decorrer da internação, a paciente demonstrou melhora no
imediato é um fator decisivo para a recuperação do paciente. Este
quadro clínico, sendo realizado desmame de metadona chegando
trabalho tem como objetivo relatarum acidente botrópico em um
no 4° dia com dose de 0,1mg/kg, BID, SC e posteriormente trocado
canino e sua conduta terapêutica.
para tramadol 2mg/kg, BID, SC .
RELATO DE CASO No último dia da internação foram realizados novos exames
sanguíneos, que se demonstraram dentro da normalidade, sendo
Foi realizado atendimento emergencial em uma canina fêmea, SRD, assim, a paciente recebeu alta. A prescrição foi para cuidados com
10 anos, 19kg. Foi relatado que o animal havia sido picado por uma o ferimento com a solução de Digluconato de clorexidina a 0,12%
serpente jararaca (Bothrops). Apresentava hemorragia oro nasal, SID por 7 dias.
edema de face, áreas de necrose na extremidade da língua,
inquietação, taquipneia não possibilitando realizar ausculta DISCUSSÃO
pulmonar, mucosas congestas, TPC <2seg, TR 39,9° C, demais
Os acidentes botrópicos em cães podem causar dor, inchaço,
parâmetros dentro da normalidade da espécie.
hemorragias, necrose e dispneia. O tratamento inclui
O animal foi colocado em oxigenioterapia via máscara. Foram soro oxigenioterapia e fluidoterapia, seguidas pelo uso de soro
antiofídico e após, fluidoterapia com Ringer Lactato e medicações antiofídico, analgésicos, antimicrobianos e corticoides. O uso de
de suporte. torniquetes não são indicados pois podem agravar o quadro. O
diagnóstico é feito através de anamnese, achados laboratoriais e
sinais clínicos, sendo a identificação da espécie da serpente
fundamental para a escolha do protocolo terapêutico.

CONCLUSÃO
A conduta clínica e terapêutica utilizada foi eficiente com base nos
sinais apresentados e resultados de exames. O soro antiofídico
Sorio Antiofídico Polivalente Liofilizado Ringer com Lactato polivalente foi capaz de neutralizar o veneno inoculado e a
240mL/ 1h, IV associação de fluidoterapia, antibioticoterapia, analgésicos e
Parâmetros foram afeidos durante uma hora, todos se mantiveram corticoide foi fundamental para a melhora significativa.
dentro da normalidade, exceto pela traquipneia e com decorrer, a
TR foi diminuindo, chegando a 36,6°C. Nas avaliações REFERÊNCIAS
hematológicas foram observadas alterações no eritrograma com
ANTONUSSI, T. RODRIGUES, F. SILVA, G. Acidentes causados por
diminuição plaquetária, aumento em TP E TTPa, e os bioquímico
serpentes do gênero Bothrops em pequenos animais. Nucleus
apresentaram dentro dos valores de referência para a espécie. O
Animalium, Brasil, v. 8, n. 2, p. 7, 2016.
paciente ficou internado durante 5 dias.
RIBEIRO, C. Envenenamento. In: RABELO, R. Emergências de
Medicações durante a internação:
Pequenos Animais: Condutas Clínicas e Cirúrgicas no Paciente
Grave. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, p. 742-743, 2013.
SAKATE, M. Toxicologia Veterinária. In: JERICÓ, M. NETO, J.
KOGIKA, M. Tratado de Medicina Interna de Cães e Gatos. 1. ed.
Rio de Janeiro: Roca, p. 664-667, 2015.

Dipirona, por 5 dias Metadona, por 3 dias Ampicilina, por 5 dias Dexametasona,
25mg/kg, BID, IV 0,3mg/kg, TID, SC 10mg/kg, BID, IV Dose única
0,4mg/kg, IV

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