Você está na página 1de 10

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA__VARA DO TRABALHO DA COMARCA

DE...
FULANO DE TAL, brasileiro, casado/solteiro, profissã o, inscrito no CPF nº xxx, portador da
Carteira de Identidade nº xxx, CTPS nº xx série xx SP, PIS PASEP xxx, residente e
domiciliado (endereço), (*SE CASADO, QUALIFICAR O CÔ NJUGE) através de seu advogado
que abaixo subscreve (instrumento de mandato anexo), vem respeitosamente à presença
de Vossa Excelência, propor a presente
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA
em face CICLANO DE TAL, empresa de direito privado, inscrita no CNPJ sob nº XXX, com
sede na (endereço), pelos motivos de fato e de direito que a seguir passa a expor:
I- DA JUSTIÇA GRATUITA
Requer a concessã o da justiça gratuita ao Reclamante, pessoa pobre no sentido jurídico do
vocá bulo, por nã o possuir condiçõ es de demandar em juízo sem sacrifício do sustento
pró prio e de seus familiares, nos termos do artigo 5º, LXXIV da Constituiçã o Federal de
1988, e artigo 99 do Có digo de Processo Civil de 2015, conforme declaraçã o de
hipossuficiência econô mica anexa (doc. 2).
II- CÂMARA DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA – SÚMULA 2 – TRTSP
Esclarece desde já , que o Reclamante nã o compareceu perante a Câ mara de Conciliaçã o
Prévia da Categoria, porque tal diligência é uma faculdade de açã o e nã o um pressuposto
processual para o ajuizamento da presente reclamaçã o trabalhista, nos termos exatos do
artigo 5º, XXXV, da Sú mula 2 do E. TRT da 2ª Regiã o e da ADI 2139, julgada em 22/05/2009
pelo STF. Afasta-se, portanto, qualquer alegaçã o contrá ria aos textos ora aludidos,
prejudicial nesse sentido.
III- DOS FATOS
O Reclamante foi admitido pela Reclamada em xx/xx/xxxx, para exercer a funçã o de
auxiliar de produção, percebendo a remuneração de R$ A (A) por mês, conforme consta
em sua CTPS.
A jornada de trabalho compreendia o seguinte horá rio: das 00:00 as 00:00, de segunda a
sexta feira, com intervalo para almoço das 00:00 as 00:00.
O benefício recebido a título de vale transporte, sempre foi pago em espécie, através de
depó sito bancá rio na conta corrente do Reclamante, para recarga do bilhete, totalizando
cerca de R$ B (B) por mês.
Embora o Reclamante tenha sido contratado como AUXILIAR DE PRODUÇÃ O, exercia
também a funçã o OPERADOR DE MÁ QUINA, sendo que nunca houve alteraçã o de funçã o
em sua CTPS e tampouco inserçã o de adicional por acú mulo de funçã o.
O desvio de funçã o para a qual foi contratado resta evidente, uma vez que, no dia
xx/xx/xxxx, apenas x (x) dias apó s ser contratado como auxiliar de produçã o, o Reclamante
deu entrada no Hospital X, com quadro de fratura exposta do dedo anelar, apó s ter seu
dedo prensado enquanto operava uma má quina de perfuraçã o na Reclamada (doc. 3).
Insta ressaltar que, a má quina de perfuraçã o sequer contém o selo de aprovaçã o do
INMETRO. Ademais, operar uma má quina de perfuraçã o, requer no mínimo, treinamento e
equipamento de segurança, exigências que nã o foram observadas pela Reclamada.
É certo que, um auxiliar de produçã o nã o opera má quinas, apenas auxilia o operador.
Assim, constata-se o acú mulo de funçã o, e total negligência por parte da Reclamada.
No dia do acidente, o Reclamante nã o recebeu nenhum tipo de cuidado ou assistência da
Reclamada. Apó s horas sangrando, o Reclamante foi levado até o pronto socorro do
Hospital X, e abandonado lá mesmo! O encarregado o levou até o hospital, demonstrando o
tempo todo descaso com a situaçã o, e logo retornou para a empresa Reclamada,
abandonando o Reclamante a pró pria sorte. Tanto que, o Reclamante teve que ser
transferido para outro hospital, para realizar uma cirurgia de emergência e nã o havia
ninguém para acompanha-lo.
Apó s o acidente, o Reclamante ficou afastado por X (X) dias, (doc. Anexo), retornando ao
trabalho no dia xx/xx/xxxx.
Ocorre que, apó s retornar as suas atividades, o Reclamante, que gozava de estabilidade,
começou a ser constantemente humilhado por seus superiores, C e D. Ninguém o
chamava pelo nome, referindo-se ao mesmo sempre com termos depreciativos, tais como
(descrever os insultos) entre outros.
Além de todo sofrimento que passou com o acidente de trabalho, o Reclamante teve que
lidar com a chacota dos seus superiores, e inclusive, foi alvo de uma acusaçã o gravíssima, F,
espalhou para todos que, o acidente ocorrido foi ocasionado pelo próprio
Reclamante, na intenção de se manter afastado de seus afazeres.
Com efeito, apó s retornar as suas atividades, o Reclamante foi obrigado a realizar horas
extras, sob a ameaça de ser demitido, e seu cartã o de ponto passou a ser registrado por seu
superior.
O Reclamante passou a ficar isolado na empresa Reclamada, sendo alvo diá rio de chacotas,
junto com alguns colegas de trabalho que presenciaram e viveram a situaçã o. Atitude
repugnante e repetitiva, ocasionou no Reclamante profunda depressão e baixa estima,
dificultando seu relacionamento inclusive com a família!
O Reclamante foi demitido no dia xx/xx/xxxx. Nã o bastasse todo assédio moral,
negligência, abuso e perturbaçã o, a Reclamada ainda passou a fornecer péssimas
referências do Reclamante para outras empresas que tinham intençã o de contrata-lo. Nada
mais absurdo!
Diante dos fatos acima narrados, diversos direitos do obreiro foram desrespeitados pela
Reclamada, razã o pela qual requer, por meio da tutela jurisdicional a ser entregue na forma
dos pedidos ao final anotados, seja a empresa ré condenada nas obrigaçõ es de fazer e de
pagar conforme segue:
IV- DAS HORAS EXTRAS
Em nosso ordenamento jurídico, a hora extra consiste no tempo laborado além da jornada
diá ria estabelecida pela legislaçã o. No caso em aná lise, a que ultrapassar o limite de 08
(oito) horas diá rias e 44 (quarenta e quatro) horas semanais. Nã o fala “ou” 44 horas
semanais, portanto o que exceder a oito horas diá rias, deverá ser pago como horas
extraordiná rias.
E conforme já exposto anteriormente, o Reclamante, apó s retornar as suas atividades, foi
obrigado a realizar hora extra, sob ameaça de ser demitido.
Nã o bastasse a humilhaçã o, o Reclamante ainda era impedido de acessar seu cartã o de
ponto, que era atualizado e fiscalizado por seu superior, que por sua vez, nã o fazia constar
em seu registro a hora extra trabalhada pelo obreiro.
Em média, o Reclamante desempenhava suas funçõ es até 00:00 h configurando assim,
jornada de trabalho em cará ter extraordiná rio exercido acima de 44 horas semanal, sem o
pagamento correspondente, ou seja, a contraprestaçã o pelos seus esforços. Assim, ainda
que a Reclamada apresente referidos cartõ es de ponto, os mesmos, como se sabe, foram
adulterados, nã o podendo ser usado como ú nica fonte de comprovaçã o.
Dessa forma, requer o Reclamante a condenaçã o da Reclamada aos pagamentos das horas
extraordiná rias que ultrapassaram 8ª (oitava) hora diá ria e/ou quadragésima quarta
semanal, o que for mais benéfico ao obreiro, acrescida do adicional de 60%, nos termos da
clá usula 7º da CCT 2011/2012 e apresentaçã o dos cartõ es de ponto de todo período do
pacto laboral.
E por serem habituais, requer ainda a condenaçã o da Reclamada ao pagamento de reflexos
sobre as demais verbas que compuseram sua remuneraçã o, tais como Aviso Prévio, DSR’s,
Saldo de Salá rios e de comissõ es, férias (integrais e proporcionais) ambas acrescidas do
1/3 constitucional, 13ºs salá rios, FGTS+40%, INSS etc.
V- DO ASSÉDIO MORAL – INDENIZAÇÃO OCASIONADA PELO ACIDENTE DE TRABALHO
Diante dos fatos narrados na exordial, é plenamente possível afirmar que o Reclamante
sofreu ASSÉDIO MORAL DE NATUREZA GRAVÍSSIMA, em razã o das ofensas, das quais
incluem a QUESTÃO RACIAL (...), o que é REPUGNANTE E INACEITÁVEL, além das
diversas outras formas de perseguiçã o a qual sofrera por parte da Reclamada.
Insta ressaltar que, através de seus superiores, e até mesmo pelo seu proprietá rio, a
Reclamada expô s o Reclamante ao ridículo, diante de seus colegas de trabalho, ao dizer que
mesmo era (descrever os insultos), além de espalhar que o mesmo se acidentou
propositalmente. A situaçã o vexató ria era constante e, por ter sido cometida diante de
outros funcioná rios, há provas testemunhais que corroboram a veracidade.
Nã o satisfeitos, apó s demiti-lo, a Reclamada promoveu acirrada perseguiçã o ao obreiro, ao
passar péssimas referências sobre seu trabalho nas empresas que ligavam para selecioná -
lo em processos seletivos. Tal fato, ocasionou prejuízo imensurá vel ao Reclamante, que é
pai de família e precisava trabalhar.
Para configurar o assédio moral, basta a exposição dos trabalhadores a situações
humilhantes e constrangedoras, repetitivas e prolongadas durante a jornada de
trabalho ou fora dela, e no exercício de suas funções, sendo mais comuns em relaçõ es
hierá rquicas autoritá rias e assimétricas, em que predominam condutas negativas, relações
desumanas e aéticas de longa duração.
Em suma, um ato isolado de humilhaçã o nã o é assédio moral. Este, pressupõ e repetiçã o
sistemá tica, intencionalidade, direcionalidade, temporalidade e degradaçã o deliberada das
condiçõ es de trabalho.
Assédio moral é espécie do gênero assédio, é mais grave, degradante e seus efeitos na vida
íntima da vítima sã o devastadores.
O Ministério do Trabalho e Emprego, em seu portal eletrô nico, define o instituto:
“Assédio moral” é toda e qualquer conduta abusiva (gesto, palavra, escritos, comportamento,
atitude) que, intencional e frequentemente, fira a dignidade e a integridade física ou psíquica
de uma pessoa, ameaçando seu emprego ou degradando o clima de trabalho”.
A teoria do assédio moral tem assento no princípio da dignidade da pessoa humana, que, no
Brasil, constitui fundamento da Repú blica, como prevê o art. 1º, inciso III, da Constituiçã o.
Decorre também do direito à saú de, mais especificamente, à saú de mental, abrangida na
proteçã o conferida pelo art. 6º e o direito à honra, previsto no art. 5º, inciso X, ambos da
Carta Magna, senã o vejamos:
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como
fundamentos:
(...)
III - a dignidade da pessoa humana;
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
(...)
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano
material, moral ou à imagem;
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer,
a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos
desamparados, na forma desta Constituição.
Assim decidem nossos Tribunais sobre o tema:
RESPONSABILIDADE CIVIL DO EMPREGADOR - DANOS MORAIS - ASSÉDIO MORAL NO
TRABALHO - OFENSA À HONRA, À IMAGEM E À DIGNIDADE DO TRABALHADOR. O assédio
moral no trabalho, segundo Marie-France Hirigoeyen, é "toda e qualquer conduta abusiva
manifestando-se sobretudo por comportamentos, palavras, atos, gestos, escritos que possam
trazer dano à personalidade, à dignidade ou à integridade física ou psíquica de uma pessoa,
por em perigo seu emprego ou degradar o ambiente de trabalho". (A violência perversa)
(TRT-15 - REEX: 1807120125150060 SP 048213/2013-PATR, Relator: FABIO ALLEGRETTI
COOPER, Data de Publicação: 14/06/2013).
O Reclamante poderia transcrever diversas ementas sobre o tema, porém, deixa de fazê-lo
no intuito de poupar este I. Juízo de examinar mais arestos no mesmo sentido. Entretanto,
caso a Reclamada queira, o Reclamante poderá acostar mais ementas, a fim de demonstrar
o enquadramento de sua vil conduta nesta tipificaçã o legal.
Os artigos 186 e 927 do Có digo Civil impõ e à quele que causar dano a outrem o dever de
repará-lo. Também nã o pode igualmente ser descartado o fato de que a reclamada tomou
essa atitude, por meio de seus prepostos, com reserva mental ou dolo de aproveitamento,
ensejando a demissã o do Reclamante.
Vale, aqui, chamar a atençã o ao disposto no art. 187 do Có digo Civil no sentido de que
“também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede
manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou
pelos bons costumes”.
E mais, o prejuízo experimentado pelo Reclamante, no caso, caracteriza o denominado
dano in re ipsa ou dano moral puro, - AINDA QUE NA MODALIDADE ASSÉDIO -
dispensando qualquer prova a este respeito, uma vez que a dor e o sofrimento nesse
caso são presumíveis.
Sobre o tema, o mesmo JOSÉ AFFONSO DALLEGRAVE NETO afirma:
“Não se negue que o dano moral existe in re ipsa, o que vale dizer: ele está ínsito no próprio
fato ofensivo. A vítima precisa apenas fazer prova do fato em si, ou seja, demonstrar que foi
caluniada ou difamada ou que sofreu um acidente de trabalho que à levou à incapacidade
para o trabalho. A dor e o constrangimento daí resultantes são meras presunções
fáticas. Logo, as circunstâncias agravantes ou atenuantes provadas em audiência e que
envolveram a ofensa ao direito de personalidade da vítima podem apenas ser usadas como
parâmetros de majoração ou redução no arbitramento do valor, mas jamais para acolher ou
rejeitar o pedido de dano moral, o qual é sempre presumido. (Responsabilidade Civil no
Direito do Trabalho. 2ª ed. Sã o Paulo: LTr, 2007, p. 244)
Ainda, segundo JÚ LIO BERNARDO DO CARMO, “São materiais os danos consistentes em
prejuízos de ordem econômica suportados pelo ofendido, enquanto os morais se
traduzem em turbações de ânimo, em reações desagradáveis, desconfortáveis, ou
constrangedoras, produzidas na esfera do lesado. Atingem a conformação física, a
psíquica e o patrimônio do lesado, ou seu espírito, com diferentes repercussões
possíveis.” (in O Dano Moral e sua Reparaçã o no  mbito do Direito Civil e do Trabalho, Rev.
TRT 3ªR - Belo Horizonte - 25 (54), jul.94/jun.95, p. 67/115).
Em outras palavras, “o dano moral existe in re ipsa; deriva inexoravelmente do próprio
fato ofensivo, de tal modo que, provada a ofensa, ipso facto está demonstrado o dano
moral à guisa de uma presunção natural, uma presunção hominis ou facti, que decorre
das regras da experiência comum.” (Programa de Responsabilidade Civil. 8. Ed. Rev. E
ampl. Sã o Paulo: Atlas, 2008. P. 86).
A Reclamada olvidou que o seu poder de direçã o está limitado ao direito de organizar o
ambiente de trabalho e nã o significa que ele possa submeter seus empregados a
constrangimentos, vexames ou promover perseguições para mera satisfação pessoal
de algum preposto seu.
O comportamento da Reclamada é arbitrá rio e ilegal e deve ser severamente coibido por
este MM Juízo.
A dignidade humana deve ser respeitada, vez que a subordinação não afasta, a quem
ordena, o dever de respeitar a honra do trabalhador, por mais humilde que ele seja.
Tais princípios não foram, à evidencia, seguidos pela Reclamada durante todo o
pacto laboral havido com o Reclamante. Nã o há como se duvidar, pois, com base no
relato dos fatos acima descritos, que o Reclamante sofreu dano moral proveniente da
conduta da reclamada durante o pacto laboral.
A dor, o medo, a angústia, as incertezas, humilhações, preocupações acerca do futuro
etc. Sofridos pelo Reclamante em razão dos fatos acima narrados devem ser
reparados pela condenação da Reclamada no pagamento de indenização por dano
moral, através da modalidade assédio moral no trabalho.
Portanto, faz jus o obreiro, na forma do art. 5, inc. X, da CF e dos arts. 186 e 927, caput,
do Código Civil (c. C. CLT, art. 769), ao direito a indenização por danos morais, à razã o
de 50 (cinquenta) a 100 (cem) vezes seu ú ltimo salá rio ou em outro patamar a ser fixado
sabiamente por este I. Juízo, levando em consideraçã o, para tanto, a condiçã o econô mica do
ofensor e do ofendido, tudo a fim de ser alcançada a finalidade tríplice (reparatória,
repressivo exemplar).
VI- DO ACÚMULO DE FUNÇÃO
O Reclamante foi admitido para trabalhar como auxiliar de produçã o e, além deste cargo,
exercia também a funçã o OPERADOR DE MÁ QUINA, sendo que nunca houve alteraçã o de
funçã o em sua CTPS e tampouco inserçã o de adicional por acú mulo de funçã o.
Conforme narrado expressivamente acima, materializou-se um acú mulo de serviço
substancial, porém sem correspondência remunerató ria, contrariando assim, a
característica bá sica da CLT, qual seja, direitos e obrigaçõ es que guardem a devida
proporcionalidade e nos limites do contrato de trabalho, haja vista ter a Reclamada
imposto ao obreiro uma atividade além da que foi contratado, e que exigia no mínimo
EXPERIÊ NCIA E TREINAMENTO, com ausência de contraprestaçã o no que se refere a
remuneraçã o,
Insta frisar que foi devido ao acú mulo de funçã o que o Reclamante se acidentou e quase
teve seu polegar amputado. Assim, requer que Vossa Excelência arbitre um valor
consentâ neo como Plus de atribuiçõ es havido, estimado em 50% do seu salá rio.
Assim, decidem nossos Tribunais:
“Os limites do jus variandi as alterações funcionais que mudam fundamentalmente a índole
da prestação laboral. No caso vertente, o reclamante foi contratado como agente comercial e
exercia cumulativamente a função de repórter, devendo o empregador arcar com as
diferenças salariais advindas do acúmulo de função. (TRT – 23º R – TP – Ac. N.º 1951/95 –
Rel. Juíz José Simioni – DJMT 04.10.95 – pág. 13)”
Pelo exposto, requere o Reclamante que a Reclamada seja compelida ao pagamento de plus
salarial na proporçã o de 50% de seu salá rio, pelo acréscimo de serviço por parte do
obreiro.
VII- DO VALE TRANSPORTE PAGO EM DINHEIRO
É de se verificar que, durante o pacto laboral, o reclamante recebeu os valores referentes a
vale transporte em dinheiro, no valor de R$ A (a) por dia, totalizando cerca de R$AA (aa)
por mês.
Assim, o Reclamante requer a integraçã o ao salá rio do valor mensal pago a título de vale
transporte em dinheiro, para reflexo no pagamento de hora extra, 13º salá rio, férias
simples e proporcionais, 1/3 de férias, aviso prévio, parcelas rescisó rias pagas no TRCT e, a
partir das verbas postuladas acima, a incidência no FGTS e RSR.
VIII- EXPEDIÇÃO DE OFÍCIOS
Levando em consideraçã o que o Reclamante nã o era o ú nico trabalhador prejudicado face
ao comportamento irregular e ilícito da Reclamada, conforme exaustivamente denunciado,
requer a expediçã o de ofício ao Ministério do Trabalho de Sã o Paulo – 2ª Regiã o, para que
sejam tomadas todas as medidas cabíveis, nos termos da fundamentaçã o e dos pedidos
abaixo formulados, o que será comprovado apó s sentença de mérito. Também deverã o ser
expedidos ofícios à CEF, INSS e DRT para apuraçã o de todas irregularidades apontadas na
presente reclamaçã o.
Nesse sentido, é a Jurisprudência deste E. Tribunal:
SUCESSÃO TRABALHISTA. UNICIDADE CONTRATUAL. (...)
MULTA. NÃO CUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃO DE FAZER. (...)
DESCONTOS. AVARIAS. (...)
EXPEDIÇÃO DE OFÍCIOS.
A comunicação, aos órgãos ou autoridades competentes, de conduta sancionável de qualquer
das partes ou sujeitos do processo, é atribuição decorrente da jurisdição da Justiça do
Trabalho, a teor do disposto nos artigos 653, f e 680, g, da CLT, constituindo mesmo dever do
magistrado, quando importar em crime de ação pública não dependente de
representação (art. 66, inciso I, da Lei das Contravenções Penais, aprovada pelo Decreto-lei
nº 3.688, de 3 de outubro de 1941. Inquestionável, pois, a sua competência para a
expedição de ofícios com essa finalidade.
(TRT 2ª Região, RelatorLUIZ CARLOS GOMES GODOI, Revisor ANISIO DE SOUSA GOMES,
Acórdão Nº 20111159061, Processo nº 00575009520105020065, 2ª Turma, Publicação:
09/09/2011) g. N.
E nem se permita a Reclamada questionar a competência desta Justiça Especializada para
tais providencias, haja vista que há muito o C. TST já se posicionou a respeito do tema,
senã o vejamos:
“JUSTIÇA DO TRABALHO – COMPETÊNCIA – EXPEDIÇÃO DE OFÍCIOS – ÓRGÃOS DA
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA –
1. A determinação de expedição de ofícios a órgãos da administração pública não refoge ao
âmbito de atribuições da Justiça do Trabalho, pois inserta no poder de direção do
processo, conferido ao magistrado por força do art. 765 da Consolidação das Leis do
Trabalho. Referido comando reflete o fiel cumprimento às disposições constitucionais e
ordinárias relativas à profícua prestação jurisdicional e à administração da justiça. Ao
contrário, é dever primacial do Poder Judiciário, como órgão do Estado, velar pela
apuração de virtuais irregularidades de que tome conhecimento.
2. Recurso de revista parcialmente conhecido e não provido.”
(TST – RR 14849 – 1ª T. – Rel. Min. João Oreste Dalazen – DJU 26.09.2003) JCLT.765. g. N.
IX- IMPOSTO DE RENDA – APLICAÇÃO DA INSTRUÇÃO NORMATIVA RFB Nº 1.127 DE
07/02/2011 – OJ 400 DO SDI DO C. TST
Para apuraçã o da retençã o fiscal, incidente sobre as verbas deferidas nestes autos, requer
desde já a aplicaçã o do princípio da progressividade desta exaçã o, nos termos da
INSTRUÇÃ O NORMATIVA RFB Nº 1.127 de 07/02/2011, publicado no DOE de 08/02/2011
e que “Dispõ e sobre a apuraçã o e tributaçã o de rendimentos recebidos acumuladamente de
que trata o art. 12-A da Lei 7.713 de 22 de dezembro de 1998”, conforme seu artigo 3º:
Art. 3º O imposto será retido, pela pessoa física ou jurídica obrigada ao pagamento ou pela
instituição financeira depositária do crédito, e calculado sobre o montante dos rendimentos
pagos, mediante a utilização de tabela progressiva resultante da multiplicação da quantidade
de meses a que se referem os rendimentos pelos valores constantes da tabela progressiva
mensal correspondente ao mês do recebimento ou crédito.
E ainda, em respeito à INSTRUÇÃ O NORMATIVA RFB nú mero 1,127 de 07/02/2011,
publicado no DOE de 08/02/2011, deve-se respeitas o determinado no artigo 4º daquela:
Art. 4º Do montante a que se refere o art. 3º poderã o ser excluídos despesas, relativas aos
rendimentos tributá veis, com açã o judicial necessá ria ao seu recebimento, inclusive de
advogados, se tiverem sido pagas pelo contribuinte, sem indenizaçã o.
Exclui da base tributá vel apurada conforme o artigo 3º da instruçã o normativa 1127, o
percentual de 30% (trinta por cento) de honorá rios advocatícios, conforme CONTRATO DE
HONORÁ RIOS.
Requer ainda a exclusã o dos JUROS DE MORA da base de apuraçã o do imposto de renda,
dada a sua natureza indenizató ria, por força do artigo 404 do CC, sendo ainda matéria já
pacificada no TST:
ORIENTAÇÕES JURISPRUDENCIAIS DO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO SEÇÃO DE
DISSÍDIOS INDIVIDUAIS SUBSEÇÃO I
400. Imposto de renda. Base de cálculo. Juros de mora. Não integração. Art. 404 do Código
Civil Brasileiro (DeJT 02/08/2010)
Os juros de mora decorrentes do inadimplemento de obrigações de pagamento em dinheiro
não integram a base de cálculo do imposto de renda, independentemente da natureza jurídica
da obrigação inadimplida, ante o cunho indenizatório conferido pelo art. 404 do Código Civil
de 2002 aos juros de mora.
Requer a determinaçã o por sentença, em caso de retençã o fiscal sobre as verbas deferidas
nestes autos, que seja aplicado o princípio da progressividade desta exaçã o, nos termos da
INSTRUÇÃ O NORMATIVA RFB NO 1.127 DE 07/02/2001, publicada no DOE de
08/02/2011, dos artigos 3º (tabela progressiva mensal) e 4º (exclusã o de 30% da base de
apuraçã o dos honorá rios), bem como da aplicaçã o da OJ 400 SDI 1 DO C. TST (exclusã o dos
juros de mora).
X- DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS
Diante do exposto, pretende o Reclamante que seja a Reclamada CICLANA DE TAL,
empregadora compelida a lhe pagar as verbas abaixo indicadas, acrescidas de juros de
mora, correçã o monetá ria;
1. Requer os benefícios da JUSTIÇA GRATUITA, por ser o Reclamante, pessoa pobre no
sentido jurídico da palavra, nã o podendo arcar com as custas do processo sem prejuízo de
seu sustento e de seus familiares nos termos do artigo 5º, LXXIV da Constituiçã o Federal de
1988, e artigo 99 do Có digo de Processo Civil de 2015.
2. Requer seja a presente Reclamaçã o Trabalhista JULGADA PROCEDENTE, com a
condenaçã o da Reclamada ao pagamento do principal, acrescido de juros, correçã o
monetá ria, custas e demais cominaçõ es legais, com aplicaçã o do art. 467 da CLT no que for
devido e incontroverso.
3. A notificaçã o da Reclamada para comparecimento a audiência, para que, caso queira,
conteste os termos da presente Reclamaçã o Trabalhista, sob pena de revelia e confissã o.
4. Seja a Reclamada compelida ao pagamento das horas trabalhadas que ultrapassaram a
oitava hora diá ria e/ou quadragésima quarta semanal, acrescida do adicional de 50% e
seus reflexos, conforme fundamentaçã o. Calcular na execuçã o.
5. Seja a Reclamada condenada ao pagamento de indenizaçã o por dano moral, conforme
fundamentaçã o. - Calcular na execuçã o.
6. Seja a Reclamada condenada a pagar ao reclamante, plus salarial no importe de 50% do
salá rio do obreiro, pelo acú mulo de funçã o, conforme fundamentaçã o. - Calcular na
execuçã o.
7. Seja a reclamada condenada ao pagamento de indenizaçã o por assédio moral, em
decorrência de toda perseguiçã o praticada em prejuízo a Reclamante para mera satisfaçã o
pessoal, conforme fundamentaçã o. - Calcular na execuçã o.
8. Requer a integraçã o ao salá rio do Reclamante do valor mensal pago a título de vale
transporte, que eram pagos em dinheiro, para fins de cá lculo de hora extra, 13º salá rio,
férias simples e proporcionais, 1/3 de férias, aviso prévio, parcelas rescisó rias pagas no
TRCT e, a partir das verbas postuladas acima, a incidência no FGTS e RSR. – Calcular na
execuçã o.
Protesta provar o alegado por todos os meios de provas em direito admitidos,
especialmente pelo depoimento pessoal da Reclamada, oitiva de testemunhas, sem prejuízo
de outras privas eventualmente cabíveis.
Requer que a Reclamada junte aos autos, todos os comprovantes de pagamentos, de
depó sitos fundiá rios GR’s e RE’s, controle de frequência nos termos e finalidades dos
artigos 355 e 359 do CPC.
Requer, igualmente, que as Contribuiçõ es Previdenciá rias fiquem a cargo da Reclamada, em
face do disposto no artigo33, pará grafo 5 da Lei 8.541/92, entendendo-se como
rendimento, somente os juros, com apoio da sú mula 493 do Colendo TDT, respeitando
assim, a integridade salarial Constitucional e legalmente assegurada pelo artigo 7º, inciso
IV da Constituiçã o Federal e art. 462 da CLT.
Requer ainda o Reclamante que todas as notificaçõ es sejam publicadas em nome de seu
patrono, Dr. X, OAB/SP nº X, com escritó rio na (endereço).
Dá -se a causa, o valor de R$ A
Termos em que,
pede deferimento.
Sã o Paulo, 1 de janeiro de 2017.
Dr. X
OAB/SP nº X

Você também pode gostar