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23/12/2023, 21:24 Assembleia Constituinte (Portugal) – Wikipédia, a enciclopédia livre

Assembleia Constituinte (Portugal)


Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Assembleia Constituinte foi a designação dada à assembleia


parlamentar com funções constituintes prevista na Lei n.º 3/74, de
Assembleia Constituinte
14 de Maio (http://dre.pt/pdf1s/1974/05/11200/06170622.pdf), a
qual foi eleita por sufrágio universal directo em eleições realizadas
III República Portuguesa
a 25 de Abril de 1975, com o objectivo específico de elaborar uma
nova constituição para a República Portuguesa após a queda do
Estado Novo em resultado da revolução de 25 de Abril de 1974. A
Assembleia Constituinte concluiu a discussão da nova Constituição
a 31 de Março de 1976, tendo a mesma sido aprovada em votação
final global a 2 de Abril do mesmo ano. Promulgada naquele
mesmo dia, passou a vigorar como a Constituição da República
Portuguesa de 1976. A Assembleia Constituinte, terminados os
seus trabalhos, dissolveu-se naquela data, nos termos do n.º 3 do
artigo 3.º da Lei que a criou. Parlamento
Tipo Unicameral
Enquadramento pré-eleitoral Poder Constituinte
Jurisdição República Portuguesa,
Macau e Timor-Leste
Lei Constitucional
Mandato
Pela Lei n.º 2/74, de 14 de Maio, assinada pelo general António Formação 2 de junho de 1975
de Spínola, presidente da Junta de Salvação Nacional saída da Dissolução 2 de abril de 1976
Revolução dos Cravos, foram extintas a Assembleia Nacional e a
Constituição Constituição da República
Câmara Corporativa do Estado Novo. Nesse mesmo dia, pela Lei Portuguesa (1976)
n.º 3/74, de 14 de Maio (http://dre.pt/pdf1s/1974/05/11200/0
6170622.pdf), também emanada da Junta de Salvação Nacional, Precedido por Assembleia Nacional
Câmara Corporativa
era definida a estrutura constitucional transitória que vigoraria até
à entrada em vigor da nova Constituição. Sucedido por Assembleia da República
Liderança
Por aquela Lei, a Junta de salvação Nacional, além de publicar em
Presidente da Henrique de Barros, PS
anexo o Programa do Movimento das Forças Armadas Assembleia desde 3 de junho de 1975
Portuguesas, fixava os órgãos que governariam Portugal no
período de transição e criava (pelo artigo 3.º da Lei) uma Vice-presidentes Vasco da Gama
Fernandes, PS
Assembleia Constituinte à qual caberia elaborar e aprovar a Pinto Balsemão, PPD
nova Constituição Política. José Magro, PCP
Primeiro-ministro Vasco Gonçalves
A Assembleia Constituinte deveria aprovar a Constituição no
(IV, V Prov.)
prazo de noventa dias, contados a partir da data da verificação Pinheiro de Azevedo
dos poderes dos seus membros, podendo, contudo, esse prazo ser (VI Prov.)
prorrogado por igual período pelo Presidente da República, Presidente da Francisco da Costa Gomes
ouvido o Conselho de Estado. Tal prazo veio a ser prorrogado por República
três vezes: pelos Decretos n.º 463-A/75, de 27 de Agosto (https://d
Composição
re.pt/application/file/a/226337), e 666-A/75, de 22 de Novembro
(https://dre.pt/application/file/a/183954), por períodos de mais Deputados
90 dias, e pelo Decreto n.º 160-A/76, de 26 de Fevereiro (https://d
re.pt/application/file/a/231014), por um período de mais 30 dias.
A Assembleia Constituinte dissolvia-se automaticamente
uma vez aprovada a Constituição (o que ocorreu a 2 de abril
de 1976) ou decorrido que fosse aquele prazo, devendo, neste
segundo caso, ser eleita nova Assembleia Constituinte no prazo de
sessenta dias.

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A Assembleia Constituinte deveria ser eleita por sufrágio Partidos políticos PS (116)
universal, directo e secreto. O número de membros da PPD (81)
Assembleia, os requisitos de elegibilidade dos Deputados, a PCP (30)
organização dos círculos eleitorais e o processo de eleição seriam CDS (16)
determinados pela lei eleitoral. MDP/CDE (5)
UDP (1)
Cabia ao Governo Provisório nomear, no prazo de quinze dias, a
ADIM (1)
contar da sua instalação, uma comissão para elaborar o projecto
de lei eleitoral e elaborar, com base no projecto da comissão Comissões 13
referida, uma proposta de lei eleitoral a submeter à aprovação do Eleições
Conselho de Estado, de modo a estar publicada até 15 de
Sistema eleitoral Representação
novembro de 1974. proporcional
Lista fechada
Ainda de acordo com a Lei 3/74, de 14 de maio, as eleições para Método D'Hondt
Deputados à Assembleia Constituinte deveriam realizar-se até 31 Data da eleição 25 de abril de 1975
de março de 1975, em data a fixar pelo Presidente da República,
sendo a Assembleia Constituinte convocada dentro de quinze dias Eleição seguinte 25 de abril de 1976
(eleições legislativas)
após a sua eleição. Contudo, devido ao atraso no processo de
recenseamento eleitoral e uma vez que o Programa do Movimento Sede
das Forças Armadas estipulava que as eleições para a Assembleia
Constituinte se deveriam realizar dentro de um prazo de 12 meses,
diferiu-se o limite do prazo das eleições, através da Lei n.º 2/75, de
31 de Janeiro (https://dre.pt/application/dir/pdf1s/1975/01/0260
2/00030004.pdf), para 25 de abril de 1975.

1.ª Plataforma de Acordo Constitucional

A 20 de fevereiro de 1975, decorre a primeira reunião do MFA


Palácio de São Bento, Lisboa
(Conselho dos Vinte[nota 1]) com os principais partidos políticos
(PCP, PPD, PS, MDP/CDE e CDS), para discutir a criação de uma Diário da Assembleia Constituinte (http://debat
es.parlamento.pt/catalogo/r3/dac)
plataforma de acordo constitucional. Todavia, devido ao
desacordo, principalmente, do PS, PPD e CDS com certas medidas,
as negociações só viriam a tomar novo ânimo após a tentativa de golpe de 11 de março. Golpe este que conduziu
de uma forma acelerada, através da Lei n.º 5/75, de 14 de Março (https://dre.pt/application/file/a/317428), à
institucionalização do MFA, pela criação do Conselho da Revolução e da Assembleia do Movimento das
Forças Armadas, e extinção da Junta de Salvação Nacional e do Conselho de Estado. Assim, a 11 de abril de 1975,
representantes do Partido Socialista, Partido Comunista Português, Partido Popular Democrático, Centro
Democrático Social, Movimento Democrático Português/Comissão Democrática Eleitoral e Frente Socialista
Popular assinam a primeira Plataforma de Acordo Constitucional, também conhecida como Pacto MFA-
Partidos (http://www1.ci.uc.pt/cd25a/wikka.php?wakka=estrut20), que vigorará até 26 de fevereiro de 1976,
data em que se procede à sua revisão[1][2][3][4].

Este acordo, que tinha como objetivo primeiro estabelecer uma plataforma política comum, que possibilite a
continuação da revolução política, económica e social, iniciada em 25 de Abril de 1974, garantia ao MFA o
acompanhamento permanente dos trabalhos da Constituinte através da criação de uma comissão
(acompanhamento este da Comissão do MFA oficializado através do artigo 83.º do Regimento da Assembleia),
para além de assegurar que os seus termos iriam ser transpostos para a Constituição. O Pacto decretava
então, simplificadamente, que:

o Conselho da Revolução permaneceria como centro do poder político durante o período de transição, por
cima de um sistema bicameral, com um parlamento civil (Assembleia Legislativa) e um parlamento militar
(Assembleia do MFA);
a Assembleia Legislativa e a Assembleia do MFA, através de um colégio eleitoral conjunto, elegeriam o
Presidente da República;
o Presidente da República, seria simultaneamente presidente do Conselho e da Assembleia militar;
o presidente e o Conselho deteriam, entre outros, o poder de dissolução da assembleia civil, de nomeação
do primeiro-ministro e de escolha de alguns ministros (Defesa, Administração Interna e Planeamento
Económico);
o Conselho teria poderes de fiscalização da constitucionalidade das leis, podendo sancionar as leis
aprovadas pelo parlamento civil e pelo Governo;
o Conselho teria poderes legislativos exclusivos no que diz respeito às instituições militares;

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nenhuma instituição teria poderes de controlo sobre o Conselho e a Assembleia do MFA;


a Constituição só poderia ser promulgada pelo Presidente da República, após ter sido ouvido o Conselho da
Revolução;
após o período de transição, estabelecido com a duração de três a cinco anos, a Constituição seria revista.

Lei Eleitoral e eleição da Assembleia Constituinte


Nos termos previstos na Lei n.º 3/74, de 14 de Maio, foi criada por Resolução do Conselho de Ministros de 24 de
Maio de 1974 uma comissão visando o estabelecimento de uma lei eleitoral (http://dre.pt/pdf1s/1974/0
7/15800/07960796.pdf) para a Assembleia Constituinte. A Comissão levou a cabo os seus trabalhos entre 3 de
Junho e 15 de Novembro de 1974.

Dos trabalhos da Comissão, e da discussão política que se seguiu, resultou a publicação dos seguintes diplomas:

Lei Eleitoral Relativa ao Recenseamento (Decreto-Lei n.º 621-A/74, de 15 de Novembro) (http://dre.pt/pdf1s/1


974/11/26602/00030013.pdf)— Esta Lei determina a realização do recenseamento eleitoral e fixou como
cidadãos com capacidade eleitoral activa (logo no artigo 1.º) os cidadãos portugueses de ambos os sexos,
maiores de 18 anos, completados até 28 de Fevereiro de 1975, residentes no território eleitoral ou nos
territórios ultramarinos ainda sob administração portuguesa, assim como os aí não residentes indicados no
presente diploma, considerando-se como território eleitoral o território do continente e ilhas adjacentes. A
capacidade passiva (artigos 5.º a 8.º) estava reservada a todos os cidadãos eleitores maiores de 21 anos,
excluindo, contudo, quem que não tivesse a cidadania portuguesa há pelo menos quinze anos, não
soubesse ler e escrever português, não residisse no território eleitoral ou nos territórios ultramarinos ainda
sob administração portuguesa há pelo menos seis meses, contados em relação à data da marcação das
eleições, salvo os que se encontrem fora dele em virtude de missão de Estado ou de serviço público,
reconhecido como tal pela autoridade competente, os magistrados judiciais ou do Ministério Público e os
militares, enquanto prestarem serviço activo e ainda aqueles a que a lei o impedisse por incapacidades
cívicas determinadas pelo exercício de certas funções públicas ou pela participação em organizações
antidemocráticas antes de 25 de Abril de 1974. O texto foi sucessivamente alterado pelos seguintes
diplomas:
1. #Declaração de Rectificação n.º 293/74, de 17 de Dezembro (http://dre.pt/pdf1s/1974/12/29300/15791579.pd
f);
2. #Decreto-Lei n.º 3/75, de 7 de Janeiro (http://dre.pt/pdf1s/1975/01/00501/00010002.pdf);
3. #Decreto-Lei n.º 5/75, de 7 de Janeiro (http://dre.pt/pdf1s/1975/01/00502/00030004.pdf);
4. #Decreto-Lei n.º 38-B/75, de 31 de Janeiro (http://dre.pt/pdf1s/1975/01/02602/00030004.pdf);
5. #Decreto-Lei n.º 86/75, de 27 de Fevereiro (http://dre.pt/pdf1s/1975/02/04900/03080309.pdf).
«Lei das incapacidades cívicas (Decreto-Lei n.º 621-B/74, de 15 de Novembro)» (http://dre.pt/pdf1s/1974/11/
26603/00150016.pdf) (PDF). — Determina quais os indivíduos que, por funções exercidas anteriormente a 25
de Abril de 1974, não podem ser eleitores da Assembleia Constituinte ou eleitos para a mesma Assembleia.
Estabelece que não teriam capacidade eleitoral activa ou passiva na eleição da Assembleia Constituinte os
titulares dos órgãos de soberania e os altos funcionários do Estado Novo. Este diploma foi alterado pelo:

1. #Decreto-Lei n.º 4/75, de 7 de Janeiro (http://dre.pt/pdf1s/1975/01/00501/00010002.pdf) — Alargou a


incapacidade cívica aos altos magistrados judiciais.

Lei Eleitoral (2.ª parte - Organização do processo eleitoral) (Decreto-Lei n.º 621-C/74, de 15 de Novembro) (h
ttp://dre.pt/pdf1s/1974/11/26604/00170035.pdf)— Esta Lei determina a forma de eleição dos deputados à
Assembleia Constituinte, fixando que os círculos eleitorais eram distritais, elegendo cada círculo um
deputado por cada 25 000 eleitores ou fracção superior a 12 500, que as candidaturas seriam em lista, com
os mandatos a serem distribuídos de acordo com o método de Hondt. Esta Lei cria a Comissão Nacional de
Eleições e regula todo o processo eleitoral, incluindo a propaganda e outras matérias de carácter logístico e
procedimental. Foi alterada pelos seguintes diplomas:

1. #Decreto-Lei n.º 86/75, de 27 de Fevereiro (http://dre.pt/pdf1s/1975/02/04900/03080309.pdf).


2. #Decreto-Lei n.º 101-A/75, de 3 de Março (http://dre.pt/pdfgratis/1975/03/05203.PDF#page=1).
3. #Decreto-Lei n.º 109/75, de 7 de Março (http://dre.pt/pdf1s/1975/03/05600/03590360.pdf).
4. #Decreto-Lei n.º 137-C/75, de 17 de Março (http://dre.pt/pdfgratis/1975/03/06402.PDF#page=1).
5. #Decreto-Lei n.º 137-D/75, de 17 de Março (http://dre.pt/pdfgratis/1975/03/06402.PDF#page=1).
6. #Decreto-Lei n.º 141-B/75, de 19 de Março (http://dre.pt/pdf1s/1975/03/06601/00010002.pdf).
7. #Decreto-Lei n.º 141-C/75, de 19 de Março (http://dre.pt/pdf1s/1975/03/06601/00010002.pdf).

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Para além da legislação de enquadramento atrás apontada, o Governo Provisório e o Conselho da Revolução
foram produzindo legislação avulsa sobre matéria eleitoral, entre a qual se destaca:

«Decreto-Lei n.º 137-E/75, de 17 de Março» (http://dre.pt/pdfgratis/1975/03/06402.PDF#page=1) (PDF). —


Impede a participação nas eleições para a Assembleia Constituinte dos seguintes partidos: Partido da
Democracia Cristã, Movimento Reorganizativo do Partido do Proletariado e Aliança Operária Camponesa.
Decreto-Lei n.º 147-A/75, de 21 de Março (http://dre.pt/pdf1s/1975/03/06801/00010002.pdf)— Insere várias
disposições relativas à apresentação de novas listas de candidaturas por parte do Centro Democrático Social
(CDS) para as eleições para a Assembleia Constituinte em todos os círculos em que as haja apresentado em
frente eleitoral com o Partido da Democracia Cristã (PDC).
Lei eleitoral para os territórios ultramarinos (Decreto-Lei n.º 73-A/75, de 20 de Fevereiro) (http://dre.pt/pdf1s/1
975/02/04301/00010016.pdf)— Fixa as normas a que devia obedecer a eleição de deputados à Assembleia
Constituinte pelos cidadãos residentes nos territórios ultramarinos então sob administração portuguesa. Este
diploma foi complementado e alterado pelos seguintes:

1. #Decreto-Lei n.º 93-A/75, de 28 de Fevereiro (http://dre.pt/pdf1s/1975/02/05002/00050010.pdf) — Define as


normas a que deve obedecer o exercício do direito de voto para a eleição dos Deputados à Assembleia
Constituinte por parte dos militares portugueses que se encontram a prestar serviço nos territórios
ultramarinos ainda sob administração portuguesa.
2. #Decreto-Lei n.º 93-B/75, de 28 de Fevereiro (http://dre.pt/pdf1s/1975/02/05002/00100014.pdf) — Define as
normas a que deve obedecer a participação no processo para a eleição de Deputados à Assembleia
Constituinte dos cidadãos eleitores não militares recenseados no círculo eleitoral de Moçambique.
3. #Decreto-Lei n.º 101-B/75, de 3 de Março (http://dre.pt/pdfgratis/1975/03/05203.PDF#page=1).
4. #Despacho conjunto regulamentar de 17 de Março de 1975 (http://dre.pt/pdf1s/1975/03/06402/00070007.pdf)
— Determina que a inscrição no recenseamento efectuada no território eleitoral por militares que, à data da
eleição de Deputados à Assembleia Constituinte, se encontrem a prestar serviço nos territórios ultramarinos
ainda sob a administração portuguesa deve ser transferida para esses territórios para efeitos do
cumprimento do Decreto-Lei n.º 93-A/75. Mais determina que é o mesmo regime extensivo aos cônjuges,
não separados de facto ou judicialmente, dos militares acima referidos e que naqueles territórios se
encontrem, em virtude da prestação de serviço dos seus familiares.
Decreto-Lei n.º 85-D/75, de 26 de Fevereiro (http://dre.pt/pdf1s/1975/02/04802/00160018.pdf)— Estabelece
normas sobre o tratamento jornalístico que deve ser dado pelas publicações noticiosas diárias, ou não
diárias de periodicidade inferior a quinze dias, às diversas candidaturas à Assembleia Constituinte.
Decreto-Lei n.º 93-C/75, de 28 de Fevereiro (http://dre.pt/pdf1s/1975/02/05003/00150016.pdf)— Esclarece
quais os documentos que devem instruir os processos de candidatura a deputado à Assembleia Constituinte.
Decreto-Lei n.º 114-A/75, de 7 de Março (http://dre.pt/pdf1s/1975/03/05601/00010003.pdf)— Fixa as normas
a que deve obedecer a participação na eleição para a Assembleia Constituinte por parte dos eleitores
residentes no estrangeiro.
Decreto-Lei n.º 137-B/75, de 17 de Março (http://dre.pt/pdf1s/1975/03/06402/00030004.pdf)— Estabelece as
condições em que podem exercer o seu direito de voto os cidadãos portugueses devidamente recenseados
que, à data da eleição dos Deputados à Assembleia Constituinte, presumivelmente se encontrem
embarcados.
Decreto-Lei n.º 163-A/75, de 27 de Março (http://dre.pt/pdf1s/1975/03/07301/00010002.pdf)— Estabelece
penas para quem perturbasse a eleição para a Assembleia Constituinte.

Nos termos do n.º 4 do artigo 4.º da Lei n.º 3/74, de 14 de Maio, as eleições para a Assembleia Constituinte
deveriam ocorrer até 31 de Março de 1975. Contudo, face aos atrasos na elaboração do recenseamento eleitoral e à
instabilidade política que se vivia, pela Lei n.º 2/75, de 31 de Janeiro (http://dre.pt/pdf1s/1975/01/02602/00030
004.pdf), foi alterado o prazo para realização das eleições, fixando-se então como data limite o dia 25 de Abril de
1975.

Concluído o recenseamento eleitoral, pelo Decreto n.º 53-A/75, de 11 de Fevereiro (http://dre.pt/pdf1s/1975/02/


03501/00010001.pdf), foi marcado o dia 12 de Abril de 1975 como data de eleição dos Deputados à Assembleia
Constituinte.

Contudo, aquela data foi alterada para 25 de Abril de 1975 pelo Decreto n.º 141-A/75, de 19 de Março (http://dre.
pt/pdf1s/1975/03/06601/00010001.pdf), o qual invoca como razão a necessidade de dirimir conflitos
provocados por identidades ou semelhanças de denominações, siglas ou símbolos de partidos existentes, e que
alguns já invocaram, consigna prazos que levantam obstáculos impeditivos, por razões de ordem técnica, do
cumprimento da data inicialmente decretada para o dia da eleição.

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Eleita a Assembleia, pelo Decreto n.º 222-A/75, de 10 de Maio (http://dre.pt/pdf1s/1975/05/10801/00010001.p
df), foi a mesma convocada para reunir em sessão instaladora a 2 de Junho, com o fim de elaborar e aprovar a
nova Constituição Política da República Portuguesa.

Resultados eleitorais e deputados eleitos


No acto eleitoral realizado a 25 de Abril de 1975, para o qual existiam 6.231.372 eleitores inscritos, votaram
5.711.829 (91,66%), tendo-se abstido apenas 519.543 (8,34%). Concorreram 14 partidos e movimentos cívicos,
obtendo os seguintes resultados:

Resultados eleitorais nacionais

Resumo das Eleições para a Assembleia Constituinte de Portugal de 1975

Assentos
Partido Votos Votos (%) Assentos
(%)

Partido Socialista 2 162 972 37,87% 116 46,4%

Partido Popular Democrático 1 507 282 26,39% 81 32,4%

Partido Comunista Português 711 935 12,46% 30 12%

Centro Democrático Social 434 879 7,61% 16 6,4%

Movimento Democrático Português 236 318 4,14% 5 2%

Frente Socialista Popular 66 307 1,16% 0 0%

Movimento de Esquerda Socialista 58 248 1,02% 0 0%

União Democrática Popular 44 877 0,79% 1 0,4%

FEC(m-l) 33 185 0,58% 0 0%

Partido Popular Monárquico 32 526 0,57% 0 0%

Partido de Unidade Popular 13 138 0,23% 0 0%

Liga Comunista Internacionalista 10 835 0,19% 0 0%

Associação para a Defesa dos Interesses de Macau 1 622 0,03% 1 0,4%

Centro Democrático de Macau 1 030 0,02% 0 0%

Totais 5 315 154 250

Votos em Branco 0 0%

Votos Nulos 396 765 6,95%

Participação 5 711 919 91,66%

Fonte: Comissão Nacional de Eleições (http://eleicoes.cne.pt/cne2005/raster/index.cfm?dia=25&mes=04&ano=1975&eleicao=ar)

Nos termos do Decreto-Lei n.º 137-E/75, de 17 de Março (http://dre.pt/pdfgratis/1975/03/06402.PDF#page=1),


foi impedida a participação nas eleições para a Assembleia Constituinte dos seguintes partidos: Partido da
Democracia Cristã (PDC), Movimento Reorganizativo do Partido do Proletariado (MRPP) e Aliança Operária
Camponesa (AOC).

Círculos eleitorais

Concluído o processo eleitoral, a Assembleia Constituinte ficou constituída pelos seguintes deputados:

Círculo eleitoral de Angra do Heroísmo [Expandir]

Círculo eleitoral de Aveiro [Expandir]

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Círculo eleitoral de Beja [Expandir]

Círculo eleitoral de Braga [Expandir]

Círculo eleitoral de Bragança [Expandir]

Círculo eleitoral de Castelo Branco [Expandir]

Círculo eleitoral de Coimbra [Expandir]

Círculo eleitoral de Évora [Expandir]

Círculo eleitoral de Faro [Expandir]

Círculo eleitoral de Funchal [Expandir]

Círculo eleitoral de Guarda [Expandir]

Círculo eleitoral de Horta [Expandir]

Círculo eleitoral de Leiria [Expandir]

Círculo eleitoral de Lisboa [Expandir]

Círculo eleitoral de Macau [Expandir]

Círculo eleitoral de Moçambique [Expandir]

Círculo eleitoral de Ponta Delgada [Expandir]

Círculo eleitoral de Portalegre [Expandir]

Círculo eleitoral de Porto [Expandir]

Círculo eleitoral de Santarém [Expandir]

Círculo eleitoral de Setúbal [Expandir]

Círculo eleitoral de Viana do Castelo [Expandir]

Círculo eleitoral de Vila Real [Expandir]

Círculo eleitoral de Viseu [Expandir]

Círculo eleitoral de Emigração [Expandir]

Organização e funcionamento da Assembleia Constituinte

Comissão Nacional Instaladora da Assembleia Constituinte

Por Resolução do Conselho de Ministros de 9 de Maio (https://dre.pt/web/guest/pesquisa/-/search/336109/det


ails/normal?q=deputados+constituinte), publicado no Diário do Governo n.º 112/1975, Série I de 15 de Maio, é
criada a Comissão Nacional Instaladora da Assembleia Constituinte, com a função de propor ao
Governo a organização dos serviços que irão assegurar as actividades de informação e relações públicas, o
apoio à Presidência e eventuais comissões e o funcionamento do sector administrativo, bem como um
secretariado que assegure a execução das disposições que forem tomadas e possa garantir o bom
funcionamento das actividades de apoio à Assembleia Constituinte depois de cessarem as funções da Comissão
Nacional Instaladora.

A Comissão tomou posse de imediato e seria dissolvida trinta dias após o início dos trabalhos da Assembleia
Constituinte. No entanto, para obviar a inconvenientes que poderiam surgir com a cessação de funções dessa
Comissão, o mandato desta é inicialmente prorrogado por mais trinta dias, pela Resolução do Conselho de
Ministros de 1 de Julho de 1975 (https://dre.pt/web/guest/pesquisa/-/search/336998/details/normal?q=Comis
s%C3%A3o+Nacional+Instaladora+da+Assembleia+Constituinte), publicada no Diário do Governo n.º 158/1975,
Série I de 11 de Julho, e depois deliberado por Resolução do Conselho de Ministros de 11 de Agosto (https://dre.p

https://pt.wikipedia.org/wiki/Assembleia_Constituinte_(Portugal) 6/23
23/12/2023, 21:24 Assembleia Constituinte (Portugal) – Wikipédia, a enciclopédia livre
t/web/guest/pesquisa/-/search/314899/details/normal?q=Comiss%C3%A3o+Nacional+Instaladora+da+Assem
bleia+Constituinte), publicado no Diário do Governo n.º 194/1975, Série I de 23 de Agosto, que esta se mantenha
em funções até ao termo dos trabalhos da Assembleia Constituinte.

Relativamente à remuneração dos membros da Comissão Nacional Instaladora da Assembleia Constituinte, estes
recebiam, por cada reunião a que assistiam, uma senha, sendo o montante da senha de 150$00 (por reunião),
segundo a Resolução do Conselho de Ministros de 20 de Maio de 1975 (https://dre.pt/web/guest/pesquisa/-/sear
ch/335927/details/normal?q=Comiss%C3%A3o+Nacional+Instaladora+da+Assembleia+Constituinte),
publicado no Diário do Governo n.º 126/1975, Série I de 2 de Junho.

Regimento da Assembleia Constituinte

Devido à inexistência de um Regimento da Assembleia Constituinte, por Resolução do Conselho de Ministros de


30 de maio de 1975 (https://dre.pt/web/guest/pesquisa/-/search/443137/details/normal?q=Comiss%C3%A3o+
Nacional+Instaladora+da+Assembleia+Constituinte), publicada no Diário do Governo n.º 126/1975, 3º
Suplemento, Série I de 2 de Junho, foi criado um regimento provisório, por forma a estabelecer as normas
provisórias para a instalação e funcionamento inicial da Assembleia Constituinte até à entrada em vigor do
respectivo Regimento.

O Regimento da Assembleia Constituinte (http://debates.parlamento.pt/catalogo/r3/dac/01/01/0


1/012S1/1975-06-24), publicado no Diário da Assembleia Constituinte, suplemento ao n.º 12, de 1 de Julho de
1975, e com entrada em vigor no dia seguinte ao da sua publicação no Diário da Assembleia Constituinte (n.º 1
do artigo 84.º), definia a Assembleia Constituinte como a assembleia representativa do Povo Português para
elaboração e aprovação da Constituição Política da República Portuguesa, e indicava como suas funções:

Elaborar o seu Regimento;


Eleger o Presidente[nota 67] e os demais membros da Mesa;
Traçar o plano de elaboração da Constituição;
Escolher deputações e constituir comissões, fixando os prazos em que estas devem realizar os seus
trabalhos;
Deliberar sabre os projectos e as propostas de alteração que lhe sejam apresentados e sobre os relatórios
das comissões;
Tomar as deliberações relativas a incapacidades, incompatibilidades, imunidades, regalias e direitos dos
Deputados, previstos na Lei Eleitoral e neste Regimento.

No total, 87 artigos, subdivididos por VII Títulos, sendo estes ainda divididos em Capítulos, constituem o
Regimento da Assembleia Constituinte. Ficaram assim delimitados o mandato, poderes, e direitos e deveres dos
deputados, bem como a organização (Mesa, Comissões e Grupos Parlamentares) e funcionamento (reuniões, uso
da palavra, deliberações e votações, e processo de aprovação de projectos constitucionais) da Assembleia.

Por forma a conferir eficácia a algumas normas contidas no Regimento da Assembleia Constituinte, e assim
atender ao conteúdo do n.º 2 do artigo 84.º, do referido Regimento, foram publicados no Diário do Governo n.º
214/1975, Série I de 16 de Setembro, por Resolução do Conselho de Ministros de 23 de Agosto de 1975 (https://dr
e.pt/web/guest/pesquisa/-/search/307387/details/normal?q=regimento+da+assembleia+constituinte), 15
artigos, dependentes de tais formalidades.

Secretariado da Assembleia Constituinte

Pelo Decreto-Lei n.º 370/75, de 16 de Julho (https://dre.pt/web/guest/pesquisa/-/search/336554/details/norma


l?q=Decreto-Lei+n%C2%BA%20370%2F75), alterado pelo Decreto-Lei n.º 505/75, de 18 de Setembro (https://dr
e.pt/web/guest/pesquisa/-/search/307271/details/normal?q=Secretariado+da+Assembleia+Constituinte), foi
criado o Secretariado da Assembleia Constituinte. A este secretariado, exclusivamente constituído por
funcionários públicos, foram-lhe atribuídas como principais funções prestar apoio administrativo e técnico
considerados indispensáveis para o funcionamento da Assembleia Constituinte. Contudo, devido às
características legais da própria Assembleia, o Secretariado cessou as suas funções após a Constituinte ter
terminado a sua função, terminando também, automaticamente, com sua extinção, a comissão de serviço dos
funcionários.

Estatuto dos Deputados

https://pt.wikipedia.org/wiki/Assembleia_Constituinte_(Portugal) 7/23
23/12/2023, 21:24 Assembleia Constituinte (Portugal) – Wikipédia, a enciclopédia livre
O Regimento da Assembleia Constituinte, a 2 de julho de 1975, e a Resolução do Conselho de Ministros de 23 de
Agosto de 1975 (https://dre.pt/web/guest/pesquisa/-/search/307387/details/normal?q=regimento+da+assembl
eia+constituinte) atribuiu aos deputados o seguinte:

poderes: apresentar projectos de Constituição e de disposições constitucionais, propostas de alteração a


textos em discussão, e propostas de alteração ao Regimento; usar da palavra, observando as disposições do
presente Regimento; participar nas votações; fazer requerimentos; apresentar reclamações e protestos; e
requerer os elementos, informações e publicações oficiais que considerem indispensáveis para o exercício
do seu mandato;
incompatibilidades: os funcionários do Estado e de outras pessoas colectivas públicas não podem exercer as
respectivas funções durante o mandato de deputado; e o deputado que for nomeado membro do Governo
perde o mandato e será substituído nos termos do presente Regimento;
imunidades: não respondem civil, criminal ou disciplinarmente pelos votos e opiniões que emitirem no
exercício das suas funções ou por causa delas; nenhum deputado poderá ser sujeito a prisão preventiva, a
não ser em virtude de crime punível com pena maior e mediante autorização da Assembleia Constituinte; e
movido procedimento criminal e indiciado este por despacho de pronúncia ou equivalente, fora do caso
previsto no número anterior, a Assembleia decidirá se o Deputado deve ou não ser suspenso, para efeito do
seguimento do processo;
direitos: não podem ser jurados, peritos ou testemunhas sem autorização da Assembleia, que será ou não
concedida após audiência do deputado; ficam adiados do cumprimento do serviço militar ou da mobilização
civil; têm direito de livre trânsito e direito a passaporte especial nas suas deslocações oficiais ao estrangeiro;
têm direito a cartão especial de identificação; têm direito aos subsídios que a lei prescrever;
deveres: comparecer às sessões do Plenário e às das comissões a que pertençam (sob pena de perda de
mandato até à quinta falta consecutiva ou décima quinta interpolada injustificada); desempenhar os cargos
na Assembleia e as funções para que sejam designados, sob proposta dos respectivos partidos (se se
inscreverem em partido diverso daquele em que se encontravam filiados aquando das eleições podem
perder o mandato); participar nas votações.

O n.º 2 do artigo 13.º, do Decreto-Lei n.º 621-A/74, de 15 de Novembro (https://dre.pt/application/dir/pdf1s/197


4/11/26602/00030013.pdf), já tinha estabelecido que, para além de um cartão especial de identificação, os
deputados à Assembleia Constituinte teriam direito a um subsídio que o Governo fixasse por decreto. Nestes
termos, e porque se tornou necessário regular vários outros aspetos, pelo Decreto-Lei n.º 491/75, de 8 de
Setembro (https://dre.pt/web/guest/pesquisa/-/search/266583/details/normal?q=deputados+constituinte),
alterado pelo Decreto-Lei n.º 677/75, de 6 de Dezembro (https://dre.pt/web/guest/pesquisa/-/search/311404/de
tails/normal?q=deputados+constituinte) (sendo este último alterado, por sua vez, pelo Decreto-Lei n.º 142/76,
de 19 de Fevereiro (https://dre.pt/web/guest/pesquisa/-/search/507586/details/normal?q=Decreto-Lei+n%C
2%BA142%2F76%2C%20de+19+de+Fevereiro)), o Governo decretou:

todos os membros que compõem a Assembleia Constituinte têm direito a receber um subsídio mensal de
10000$00, recebendo ainda uma senha de presença, no montante de 300$00 diários, por cada dia de
comparência aos trabalhos das comissões da Assembleia em que estiverem integrados;
aos Secretários e Vice-Secretários da Mesa da Assembleia Constituinte, quando em efectividade de funções
e não integrados em qualquer comissão, passa a ser abonado o subsídio de 200$00, a título de senha de
presença, por cada sessão plenária;
os deputados que residam fora da área metropolitana de Lisboa terão, durante os dias que tiverem de
permanecer em Lisboa por motivo de funcionamento da Assembleia Constituinte, o subsídio mensal
acrescido de um quantitativo igual à ajuda de custo que estiver fixada para a categoria A do funcionalismo
público;
os deputados que residam nos concelhos da área metropolitana de Lisboa serão abonadas ajudas de custo
iguais a um terço do quantitativo relativo à letra A do funcionalismo público;
os deputados eleitos pelas comunidades portuguesas de Macau e Moçambique, quando aí residam
habitualmente e se tenham de deslocar a Lisboa para tomar parte nos trabalhos da Assembleia, têm direito a
um subsídio diário de montante igual à ajuda de custo que estiver fixada para a categoria A do funcionalismo
dos territórios ainda sob administração portuguesa
os deputados eleitos pelas comunidades portuguesas de Macau e Moçambique que tiverem residência
habitual em Portugal e se desloquem àqueles territórios, têm direito a receber um subsídio diário referido na
alínea b) do artigo 42.º do Estatuto do Funcionalismo Ultramarino;
todos os deputados à Assembleia Constituinte têm direito a transporte quando convocados para tomar
assento na referida Assembleia, logo que esta encerre os seus trabalhos e sempre que tenham de deslocar-
se para o desempenho de qualquer missão por ela confiada;
durante o período de funcionamento da Assembleia, também os Deputados, quer residam no continente,
quer nas ilhas adjacentes, poderão requisitar transporte entre a sua residência e a capital do País, quer nos
fins-de-semana, quer nos períodos de interrupção dos trabalhos;
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23/12/2023, 21:24 Assembleia Constituinte (Portugal) – Wikipédia, a enciclopédia livre

os deputados eleitos pelas comunidades portuguesas de Macau e Moçambique e o Deputado eleito pelo
círculo de emigrantes, ficam com direito a requisitar transporte, até uma vez por mês, para se deslocar aos
círculos por onde foram eleitos;
durante o funcionamento da Assembleia Constituinte os Deputados ficam com direito a expedir gratuitamente
correspondência, sendo também gratuitos os telefonemas e telegramas que hajam de fazer ou expedir, se
forem efectuados dentro das instalações da Assembleia ou por via da utilização da estação privativa.

O Decreto-Lei n.º 541-A/75, de 27 de Setembro (https://dre.pt/web/guest/pesquisa/-/search/264716/details/no


rmal?q=Decreto-Lei+n%C2%BA%20541-A%2F75), alterando a redacção do artigo 10.º, do Decreto-Lei n.º 621-
A/75, de 15 de Novembro decretou também que a função de Deputado à Assembleia Constituinte não é
compatível com a de membro do Governo Provisório. Assim sendo, se um candidato eleito para a Assembleia
Constituinte optar pela permanência ou participação no Governo, estabelece o artigo 8.º, do Decreto-Lei n.º 621-
C/74, de 15 de Novembro (https://dre.pt/application/dir/pdf1s/1974/11/26604/00170035.pdf), que o mandato
seja conferido ao candidato seguinte na ordem de precedência indicada na declaração de candidatura. Contudo,
finda a incompatibilidade por cessação de funções do membro do Governo, tomará este assento na Assembleia
Constituinte, cessando o mandato do Deputado da mesma lista que figura em último lugar na ordem de
precedência constante da declaração de candidatura.

Composição da Assembleia Constituinte


De acordo com os resultados obtidos nas eleições para a Assembleia
Constituinte a 25 de abril de 1975, foram eleitos 250 deputados,
integrantes das listas dos seguintes partidos[5][6]:

Partidos Deputados Votos Percentagem

Associação de Defesa dos


1 1 622 0,03%
Interesses de Macau (ADIM)
Centro Democrático Social (CDS) 16 434 879 7,61%

Movimento Democrático Fachada principal do Palácio de São


5 236 318 4,14%
Português (MDP/CDE)
Bento, onde reuniu a Assembleia
Partido Comunista Português Constituinte.
30 711 935 12,46%
(PCP)
Partido Popular Democrático 1 507
81 25,39%
(PPD) 282

2 162
Partido Socialista (PS) 116 37,87%
972

União Democrática Popular (UDP) 1 44 877 0,79%

Durante os dez meses de funcionamento da Assembleia Constituinte, alguns dos Deputados eleitos não chegaram
a exercer funções, por razões várias (desde doença a incompatibilidade por desempenho de funções
governamentais). Tal facto, levou a diversas substituições, o que veio a permitir que no total tivessem exercido
mandato 311 deputados.

Mesa da Assembleia Constituinte

Após a confirmação do mandato dos deputados eleitos por uma Comissão de Verificação de Poderes na primeira
sessão de trabalho da Assembleia Constituinte (4 de Junho de 1975), na sessão seguinte, ou seja do dia 5 de
junho, foi eleita a seguinte Mesa da Assembleia Constituinte[7]:

Presidente: Henrique Teixeira Queirós de Barros[nota 68] (PS);


Vice-Presidentes: Vasco da Gama Fernandes (PS), Francisco Pinto Balsemão (PPD) e José Tavares Magro
(PCP);
Secretários: António Arnaut (PS), Carlos Coelho de Sousa (PPD) e José Manuel Maia Nunes de Almeida
(PCP);

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Vice-Secretários: Alfredo Fernando Carvalho (PS) e Sebastião Dias Marques (PPD).

Grupos Parlamentares

Os deputados da Assembleia Constituinte, "representantes de todo o povo português e não dos colégios eleitorais
por que foram eleitos", segundo o seu Regimento (http://debates.parlamento.pt/catalogo/r3/dac/01/01/01/012S
1/1975-06-24?sft=true&q=regimento#p1), organizaram-se nos seguintes grupos parlamentares:

Líder do Grupo
Grupo Parlamentar Líder do Partido[6] Parlamentar
Deputados

Partido Socialista (PS) Mário Soares Lopes Cardoso[8] 116

Francisco Sá Carneiro (maio '74 - maio


'75) 81 (abril - dez.
Mota Pinto (maio - dez.
'75)[9][13] '75)
Emídio Guerreiro (maio - set. 60 (dez. '75 - fev.
Partido Popular Democrático '75)[12] '76)
(PPD)[9][10][11] 65 (fev. - março
'76)
Francisco Sá Carneiro (set. '75 - Barbosa de Melo (dez. '75 64 (março - junho
jan. '78) - abril '76) '76)

21 (dez. '75 - fev.


'76)
16 (fev. - março
Independentes[10][9]
'76)
17 (março - abril
'76)

Partido Comunista Português (PCP) Álvaro Cunhal Octávio Pato[14] 30


[15]
Centro Democrático Social (CDS) Freitas do Amaral Víctor de Sá Machado 16

Movimento Democrático Português


José Manuel Tengarrinha 5
(MDP/CDE)
União Democrática Popular (UDP) João Pulido Valente 1

Associação de Defesa dos Interesses de


Diamantino de Oliveira Ferreira 1
Macau (ADIM)

Durante a sessão n.º 92, em 10 de dezembro de 1975, um grupo de 20 deputados dissidentes do PPD[nota 69], que
renunciaram à qualidade de membros do partido devido a divergências internas, adotaram o estatuto de
Deputados Independentes. Nos dias seguintes, Abel Carneiro e José Gomes de Almeida desvinculam-se do
PPD, passando também a deputados independentes. Contudo, ainda durante o mês de dezembro, Coelho de
Sousa regressa ao PPD e é reintegrado no respetivo grupo parlamentar[11]. Em suma, em dezembro de 1975, 21
deputados do PPD[nota 70] transitam para deputados independentes[9][10].

Mais tarde, em fevereiro de 1976, mais cinco deputados[nota 71] são novamente reintegrados no grupo parlamentar
do PPD.[11] Nívea Cruz, em março de 1976, é a última deputada a desvincular-se do PPD e a tornar-se deputada
independente[11].

Trabalhos da Assembleia Constituinte


A Assembleia Constituinte durante a sua vigência realizou 132 sessões plenárias, sendo todas estas públicas.
Destas, 108 foram dedicadas ao trabalho propriamente constituinte (discussão e votação do articulado que as
comissões iam elaborando e propondo), e as 23 sessões sobrantes foram ocupadas do modo seguinte[16][7]:

1 sessão solene inaugural;


2 sessões para verificação de poderes;
1 sessão para eleger a Mesa e nomear uma comissão para a elaboração de uma proposta de Regimento
interno;
7 sessões para discussão e aprovação desse Regimento;
1 sessão para criar uma comissão encarregue de preparar uma proposta de sistematização da Constituição;
1 sessão para apresentação do parecer da comissão supramencionada;

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9 sessões para discussão simultânea do referido parecer e dos projetos de Constituição elaborados e
propostos por cada um dos seis Partidos representados na Assembleia (a última sessão aprovou a proposta
de sistematização e designou as comissões especiais);
1 sessão de encerramento, onde foi assinado o decreto de promulgação da Constituição pelo Presidente da
República Costa Gomes.[nota 72]

No total, foram ocupadas quase 500 horas pelas sessões plenárias. De todo este tempo, 280 horas destinaram-se
à discussão e votação da Constituição, 90 às 23 sessões acima citadas, e as restantes destinaram-se aos "períodos
antes da Ordem do Dia" (períodos durante os quais se procedia à leitura de correspondência, os Deputados
formulavam requerimentos dirigidos aos diversos departamentos ministeriais, e expunham questões várias de
política geral relacionadas com as conjunturas que o país ia atravessando).

Foram ainda criadas 13 comissões especiais (constituídas cada uma por 11 a 12 deputados), segundo Henrique de
Barros "as verdadeiras redatoras do articulado constitucional", ocupando 1000 horas, em 327 sessões, à porta
fechada.[16]

Os trabalhos da Assembleia Constituinte e, consequentemente, o processo de elaboração da Constituição, podem


ser analisados através do Diário da Assembleia Constituinte (http://debates.parlamento.pt/catalogo/r3/dac).
Todavia, há que ter em atenção que o Diário reproduz, quase exclusivamente, os debates ocorridos no plenário da
Assembleia, podendo ser difícil identificar a origem/justificação de alguns preceitos presentes na Constituição,
pois tal debate, e subsequente elaboração, ocorreu predominantemente nas comissões. Tal, resulta do facto de as
actas das Comissões não terem sido publicadas no Diário, não existindo, portanto, registos dos trabalhos das
comissões, dos debates desenvolvidos, das propostas feitas, e das votações efectuadas, para além dos relatórios
muito sucintos apresentados ao plenário a acompanhar os respectivos projectos, bem como das declarações de
voto que acompanharam aqueles relatórios.[17]

Comissões

Para além da Comissão de Verificação de Poderes, que era eleita pela Assembleia Constituinte sempre que um ou
mais deputados eram substituídos, por forma a verificar os "poderes dos candidatos a deputados" (ou seja, a
observância das normas processuais das candidaturas a eleição e das regras materiais de elegibilidade)[18], a
Constituinte nomeou ainda mais 13 comissões[11][19]:

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Comissão Direção dos trabalhos Partido

Carlos Manuel Natividade da Costa


Comissão de Verificação de Poderes Relator PS
Candal

António Cândido Miranda Macedo Presidente PS


Aquilino Ribeiro Machado Relator PS
Comissão do Regimento da Assembleia Constituinte
Jorge Manuel Moura Loureiro de
Relator PPD
Miranda

Nuno Aires Rodrigues dos Santos Presidente PPD


Comissão de Sistematização da Constituição Vital Martins Moreira Secretário PCP

João Alfredo Félix Vieira de Lima Relator PS

António Moreira Barbosa de Melo Presidente PPD


Comissão dos Princípios Fundamentais Maria Alda Nogueira Secretária PCP

João Alfredo Félix Vieira de Lima Relator PS

Alberto Marques de Oliveira e Silva Presidente PS


Comissão dos Direitos e Deveres Fundamentais (Títulos
José Pinheiro Lopes de Almeida Secretário PCP
I e II)
Manuel da Costa Andrade Relator PPD

José Manuel Niza Antunes Mendes Presidente PS


Comissão dos Direitos e Deveres Fundamentais (Título
Hilário Manuel Marcelino Teixeira Secretário PCP
III)
Mário Campos Pinto Relator PPD
António Carlos Ribeiro de Campos Presidente PS

Comissão da Organização Económica Manuel Mendes Nobre de Gusmão Secretário PCP

Alfredo António de Sousa Relator PPD


Olívio da Silva França Presidente PPD

Vital Martins Moreira Secretário PCP


Comissão da Organização do Poder Político
Carlos Manuel Natividade da Costa
Relator PS
Candal
Fernando Monteiro do Amaral Presidente PPD

Comissão dos Tribunais José Pinheiro Lopes de Almeida Secretário PCP

António José de Sousa Pereira Relator PS


Aquilino Ribeiro Machado Presidente PS

Comissão do Poder Local Francisco Miguel Duarte Secretário PCP

Pedro Manuel Cruz Roseta Relator PPD


Jaime Gama Presidente PS

João Bosco S. Mota Amaral Secretário PPD


Comissão das Regiões Autónomas
Emanuel Nascimento Santos
Relator PPD
Rodrigues
Álvaro Monteiro Presidente PS

Comissão das Disposições Finais e Transitórias António José Sanches Esteves Secretário PS

António Moreira Barbosa de Melo Relator PPD


Sophia de Melo Breyner Andresen
Presidente PS
Tavares
Comissão do Preâmbulo
Armando António Correia Secretário PPD

Manuel Alegre de Melo Duarte Relator PS


Comissão de Redação Final António Cândido Miranda Macedo Presidente PS

Jorge Manuel Moura Loureiro de Secretário


PPD
Miranda Relator

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Carlos Cardoso Lage Relator PS


Relator
Vital Martins Moreira PCP
principal

De acordo com o seu Regimento, e tentando reproduzir as relações de voto existentes no plenário da Assembleia,
as comissões eram compostas por 4 deputados do PS, 3 do PPD, 2 do PCP, 1 do CDS e 1 do MDP/CDE, podendo
os deputados únicos da UDP e da ADIM requerer a sua inclusão em qualquer comissão[nota 73].

Às comissões, não minimizando o trabalho do plenário, coube-lhes a elaboração da maior parte das matérias
constantes na Constituição da República Portuguesa. Estas não se limitaram só a dar parecer sobre os vários
projectos de Constituição apresentados pelos partidos, elaboraram elas um texto alternativo, que apresentaram
como proposta autónoma ao plenário, e que, em alguns casos, ia muito além quanto ao desenvolvimento das
matérias abrangidas (destacam-se aqui as comissões das regiões autónomas, do poder local, e da revisão
constitucional)[nota 74]. Para além disso, quando surgiam dificuldades em encontrar consenso no plenário, as
questões era remetidas novamente à comissão para esta elaborar uma nova proposta. A estes factos acresce ainda
que, foi a última das comissões que procedeu à redação e harmonização do texto final da Constituição, que não se
restringiu à redação propriamente dita, tendo introduzido, quer ao nível da sistematização, quer em
determinadas soluções, algumas alterações substanciais.

Este papel de tão grande relevância das comissões na elaboração da Constituição deveu-se principalmente a: não
ter havido uma votação dos projectos de Constituição dos partidos na generalidade, não tendo existido uma opção
por nenhum deles como texto-base; ter sido necessário um compromisso em relação a cada um dos preceitos
constitucionais, pois não existia uma maioria monopartidária capaz de os fazer aprovar por si só, nem haver uma
coligação formal para esse efeito tornando; não ter havido uma discussão, em plenário, sobre cada parte ou
capitulo da Constituição (antes do parecer da respectiva comissão)[nota 75], e os projectos de Constituição serem
omissos ou demasiado sumários em alguns aspetos, o que resultou numa maior liberdade de trabalhos; e
determinados acontecimentos terem desactualizado algumas matérias dos projectos originariamente
apresentados, obrigando as comissões a reformular os respectivos capítulos constitucionais (nomeadamente, a
revogação da primeira plataforma de acordo constitucional que obrigou a alterações na organização do poder
político).[17]

Trabalhos das Comissões


Comissão de Verificação de Poderes [Expandir]

Comissão do Regimento [Expandir]

Comissão de Sistematização da Constituição [Expandir]

Comissão dos Princípios Fundamentais [Expandir]

Comissão dos Direitos e Deveres Fundamentais (Títulos I e II - "Princípios gerais" e [Expandir]


"Direitos, liberdades e garantias")

Comissão dos Direitos e Deveres Fundamentais (Título III - "Direitos e Deveres [Expandir]
Económicos, Sociais e Culturais")

Comissão da Organização Económica [Expandir]

Comissão da Organização do Poder Político [Expandir]

Comissão dos Tribunais [Expandir]

Comissão do Poder Local [Expandir]

Comissão das Regiões Autónomas [Expandir]

Comissão das Disposições Finais e Transitórias [Expandir]

Comissão do Preâmbulo [Expandir]

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Comissão de Redação [Expandir]

Sessões plenárias

Entre 2 de junho de 1975 e 2 de abril de 1976, a "Ordem do Dia" das sessões plenárias da Assembleia Constituinte
centraram-se nos seguintes acontecimentos[20]:

Sessão inaugural

No dia 2 de junho de 1975, às 16 horas e 12 minutos, o Presidente Interino da Assembleia Constituinte, Henrique
de Barros, toma a palavra para declarar aberta a sessão inaugural do primeiro Parlamento português eleito por
sufrágio universal. Estiveram presentes, entre outros, o Presidente da República General Costa Gomes, que
também discursou (fazendo menção à Plataforma Constitucional MFA-Partidos (http://www1.ci.uc.pt/cd25a/wik
ka.php?wakka=estrut20)), o Primeiro-Ministro General Vasco Gonçalves e o representante do Chefe do Estado-
Maior das Forças Armadas Vice-Almirante Pinheiro de Azevedo. Henrique de Barros usa novamente da palavra,
às 16 horas e 35 minutos, para encerrar a sessão.

Confirmação do mandato dos deputados eleitos

A 4 de junho de 1975, foi aprovado o relatório da Comissão de Verificação de Poderes, confirmando o mandato
dos deputados eleitos em 25 de Abril de 1975.

Eleição da Mesa da Assembleia Constituinte

Na sessão nº 3, em 5 de junho de 1975, foi eleita para a Mesa da Assembleia Constituinte a proposta conjunta dos
grupos parlamentares do PCP, PPD e PS.

Regimento da Assembleia Constituinte

Nesse mesmo dia, a 5 de junho, é aprovada uma proposta do PS relativa à criação da Comissão do Regimento.
Ainda nessa sessão, ficou decidido por unanimidade dar como prazo para apresentação do Projecto de Regimento
(http://debates.parlamento.pt/catalogo/r3/dac/01/01/01/005S1/1975-06-12) o dia 12 desse mês. Nas sessões
plenárias de 16 a 23 de junho de 1975, foi discutido o Regimento da Assembleia Constituinte (http://debates.parla
mento.pt/catalogo/r3/dac/01/01/01/012S1/1975-06-24). Tendo sido, na primeira sessão referida, aprovado na
generalidade o projecto de Regimento e, na segunda sessão, concluído o debate e votado na especialidade o texto
final do referido Regimento.

Projectos de Constituição

A Assembleia Constituinte definiu o dia 1 de julho de 1975 como data limite para apresentação dos projectos de
Constituição (http://debates.parlamento.pt/catalogo/r3/dac/01/01/01/016S1/1975-07-11) pelos seis partidos
políticos com assento parlamentar (CDS, MDP/CDE, PCP, PPD, PS e UDP). Logo na primeira sessão após esta
data, a 4 de julho, iniciou-se o debate na generalidade sobre a proposta global de sistematização da Constituição.
A este debate, a partir de 8 de julho e até dia 23 desse mês, foi acrescida a discussão na generalidade dos projetos
de Constituição[21]. A 24 de julho, foi aprovada a proposta de sistematização geral da Constituição (http://debate
s.parlamento.pt/catalogo/r3/dac/01/01/01/023/1975-07-24/580), apresentada pela Comissão de
Sistematização.

"Princípios Fundamentais"

No plenário de 31 de julho de 1975, foi apresentado o parecer da Comissão dos "Princípios Fundamentais",
iniciando-se o respectivo debate na generalidade, tendo o parecer sido aprovado (com 188 votos a favor, 1 contra
e 16 abstenções), a 6 de agosto. A discussão e votação na especialidade iniciou-se na sessão seguinte (7 de agosto)
e concluiu-se no dia 12 de agosto.

"Princípios gerais" e "Direitos, liberdades e garantias"

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23/12/2023, 21:24 Assembleia Constituinte (Portugal) – Wikipédia, a enciclopédia livre
Ainda na sessão n.º 29, em 12 de agosto, foi apresentado o parecer da Comissão sobre "Direitos e Deveres
Fundamentais"- Títulos I e II, iniciando-se, na sessão seguinte, o debate na generalidade. A aprovação na
generalidade do parecer da Comissão dos "Direitos e Deveres Fundamentais"- Títulos I e II (com 2 votos contra e
11 abstenções), ocorreu a 19 de agosto, iniciou-se nesse mesmo dia o debate na especialidade, que durou até 9 de
setembro.

"Direitos e Deveres Económicos, Sociais e Culturais"

Nos dias 9 e 10 de setembro de 1975 ocorreu, respetivamente, a apreciação do parecer e relatório da Comissão
sobre "Direitos e Deveres Económicos, Sociais e Culturais", e o debate na generalidade, tendo a aprovação do
parecer (com 3 votos contra e 2 abstenções) sido feita na sessão de dia 12 de setembro. Dia esse em que se iniciou
também o debate na especialidade. O debate e votação na especialidade apenas terminou a 21 de outubro.

"Organização Económica"

O parecer e relatório da Comissão sobre "Organização Económica" foi apresentado em 16 de outubro, o debate na
generalidade iniciado a 21, e a aprovação do parecer (com 155 votos a favor e 11 contra) e inicio do debate na
especialidade a 24 desse mês. No dia 19 de novembro, foi concluída a discussão e votação na especialidade.

"Organização do Poder Político"

Também a 21 de novembro, foi divulgado o articulado proposto pela Comissão sobre "Organização do Poder
Político", mas, devido à falta de quórum necessário para o prosseguimento da apreciação da decisão da Mesa os
trabalhos foram adiados para o plenário seguinte e a sessão encerrada. No entanto, no dia 25 de novembro de
1975, devido à tentativa de Golpe Militar, aprovou-se uma moção que suspendeu o funcionamento da Assembleia
Constituinte, sendo que o reinício dos trabalhos teve lugar apenas a 2 de dezembro, dia em que foi aprovado o
relatório e parecer da Comissão da "Organização do Poder Político", e se iniciou o debate na generalidade. Na
sessão de 10 de dezembro, deu-se por concluído o debate na generalidade dobre o relatório da Comissão da
"Organização do Poder Político". Contudo, a votação foi suspensa, por forma a serem incidas diligências junto do
Conselho da Revolução para se proceder a uma revisão da Plataforma de Acordo Constitucional.

Fórum político
A Assembleia Constituinte tinha apenas a incumbência de elaborar e aprovar a Constituição, o que acabou por
acontecer com a aprovação da Constituição da República Portuguesa de 1976, a 2 de Abril de 1976, dez meses
depois de ter sido eleita e iniciados os trabalhos. Contudo, apesar de não ter competências de fiscalização política
ou mesmo legislativas (tal não aconteceu com as anteriores), foi um importante fórum político que serviu para
condensar a discussão sobre a política social e económica do país, sendo para tal reservando o período inicial de
cada sessão (período de "antes da Ordem do Dia")[16].

Independência das Províncias Ultramarinas

No "período antes da ordem do dia" da sessão de 24 de junho de 1975, é assinalada a independência de


Moçambique, a ser proclamada no dia seguinte (25 de junho), através da leitura de um telegrama (http://www.pa
rlamento.pt/Documents/XIILEG/Junho_2015/independenciacolonias.pdf) enviado pelo Presidente da
Assembleia Constituinte ao Presidente de Moçambique, Samora Machel[22]. Da mesma forma, a 4 de julho,
Henrique de Barros anunciou à Constituinte que no dia seguinte iria enviar um telegrama à Assembleia Nacional
do Povo de Cabo Verde felicitando a antiga colónia portuguesa pela próxima independência (proclamada a 5 de
julho). A independência de S. Tomé e Princípe foi também mencionada, a 10 de julho (apesar de a proclamação
ter sido dia 12), pela leitura de um telegrama de felicitações que o Presidente da Assembleia Constituinte enviou à
Assembleia de S. Tomé e Príncipe. Já a 11 de novembro, dia da proclamação da independência de Angola, esta foi
marcada por um debate na Câmara, no "período antes da ordem do dia".

Aliança Povo-MFA

Apresentado a 8 de julho de 1975, pela Assembleia do MFA, o Documento-Guia da Aliança Povo-MFA (htt
p://www1.ci.uc.pt/cd25a/wikka.php?wakka=poderpol17) fortalecia a posição do Conselho da Revolução
(“órgão máximo da soberania nacional”), que tutelava uma Assembleia Popular Nacional bicameral, constituída

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pela Assembleia do MFA e por uma assembleia civil. Esta última assembleia, em contra-mão com o Pacto MFA-
Partido e o seu próprio "Plano de Acção Política (http://www1.ci.uc.pt/cd25a/wikka.php?wakka=poderpol1
2)"[nota 76], que havia sido divulgado a 21 de junho, eliminava a participação dos partidos políticos como tais, bem
como a eleição directa por sufrágio universal, ou seja, a formação da Assembleia Nacional cívil passaria elaborar-
se da seguinte forma: as Comissões de Moradores e de Trabalhadores (e/ou outras organizações de base popular)
formariam Assembleias Populares Locais ou de Freguesia; estas, por sua vez, criariam Assembleias Municipais, e
assim sucessivamente até à Assembleia Popular Nacional. Contudo, todo este processo seria acompanhado e
"incentivado" de perto pelo MFA, como "movimento suprapartidário", começando a sua "participação física" nas
Assembleias Municipais e Distritais, através dos delegados das Assembleias de Unidades do Exército, Marinha,
Força Aérea e Forças de Segurança (ADU'S). Nas Assembleias Regionais essa atividade seria desempenhada pelas
ADR'S e, por fim, na Assembleia Nacional pela Assembleia do MFA. Resumidamente, a Assembleia Popular
Nacional resultava da constituição de sucessivas assembleias, a partir de comissões de moradores e de
trabalhadores, cuja devoção revolucionária era previamente estabelecida pelo MFA.[2][23][24]

Consequências

No dia 10 de julho, partidos e outros grupos de extrema-esquerda organizaram uma manifestação de apoio ao
"Documento-Guia", tendo sido recebidos por Costa Gomes e Vasco Gonçalves, que discursaram (foram visíveis,
no entanto, as diferenças de conteúdo dos dois discursos).[25] Ainda nesse mesmo dia, o jornal "República", um
dos poucos órgãos de informação não comunista, reaparece orientado por uma "Comissão Coordenadora de
Trabalhadores", após ter sido, a 19 de maio, ocupado pelos trabalhadores de extrema-esquerda e Raul Rêgo,
socialista, afastado da direção (originando o Caso República, caso que veio a ter grande repercussão
internacional).

Todavia, este Documento gerou de imediato fortes protesto por parte do PS, PPD e CDS visíveis, quer no debate
do período "antes da ordem do dia" das sessões n.º 14 e 15, em 10 e 11 de julho, respetivamente, quer pelo
abandono dos ministros do PS do IV Governo Provisório, a 10 de julho, e do PPD, uma semana depois, como
forma de protesto pela ocupação do "República" e pelo "Documento-Guia".[2][24][26][27]

Seguem-se dias agitados, com manifestações e destruição de sedes partidárias: a 15 de julho, em solidariedade
com os ministros demissionários, o PS convoca uma manifestação onde é exigida a demissão de Vasco Gonçalves.
Para, logo no dia seguinte (16 de julho), Comissões de Trabalhadores, apoiadas pelo PCP, manifestarem-se em
Lisboa e no Porto, reivindicando a dissolução da Assembleia Constituinte. Destacam-se, no entanto, os comícios
do PS de 18 e 19 de julho, no Estádio das Antas e na Alameda D. Afonso Henriques (Fonte Luminosa),
respetivamente. Perante mais de 100.000 pessoas, no Comício da Fonte Luminosa, o último orador do
dia[nota 77], Mário Soares, que se havia aproximado da Igreja Católica (em parte devido à ocupação da Rádio
Renascença), bradava "Nós não temos medo" e avisava "o PS pode paralisar o país", afirmando assim o Partido
Socialista como principal partido anti-comunista, exigindo a demissão de Vasco Gonçalves e insurgindo-se contra
os dirigentes comunistas (comunistas estes que, conjuntamente com o COPCON, se haviam barricado nos acessos
a Lisboa, para travar uma "marcha sobre Lisboa") e da Intersindical. A multidão, que protestava contra a ameaça
de uma ditadura comunista e as correntes terceiro-mundistas, apoiava o líder socialista gritando "É preciso
respeitar a vontade popular" e "O povo não está com o MFA".[27][28][29][30]

O IV Governo Provisório acaba por cair, contudo é Vasco Gonçalves novamente a liderar o V Governo Provisório.
Tal, resulta na publicitação (após ter sido também entregue a Costa Gomes), a 7 de agosto, do "Documento dos
Nove", também conhecido por "Documento Melo Antunes (http://www1.ci.uc.pt/cd25a/wikka.php?wakka=pode
rpol26)", no qual se opunham às teses do Documento-Guia da Aliança Povo-MFA. Este documento, subscrito pelo
pelo Grupo dos Nove[nota 78], a fação moderada do MFA (que seriam mais tarde suspensos de funções do
Conselho da Revolução), e apoiado principalmente pelo PS, facto observado logo na sessão de dia 8 de agosto,
rejeita simultaneamente o modelo soviético para o qual Portugal estava a caminhar, contrariando desta forma a
crescente influência e hegemonia do PCP, mas também o modelo social-democrata, capitalista. É oferecido, em
contrapartida, um projeto socialista, alcançado de forma gradual, adequado à realidade portuguesa, mas baseado
na democracia política, pluralista.[24][31][32]

Na semana seguinte, a 13 de agosto, em contraposição ao "Documento dos Nove", Otelo Saraiva de Carvalho
propõe uma alternativa política de extrema-esquerda, baseada no "poder popular". A "Autocrítica
revolucionada do COPCON e proposta de trabalho para um programa político", ou "Documento do
COPCON", surge então, redigida por Mário Tomé e inspirada ideologicamente pelo Partido Revolucionário do
Proletariado/Brigadas Revolucionárias (PRP-BR), Movimento de Esquerda Socialista (MES) e União
Democrática Popular (UDP) (o apoio deste último partido foi também demonstrado na Assembleia Constituinte,
na sessão decorrida nesse dia).[33]

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Os dias que se seguiram a estes acontecimentos apenas contribuíram para a radicalização de opiniões, com
ameaças de golpes, greves, manifestações e destruição de sedes partidárias. O povo português, mobilizado pelo
PCP e pelo PS, divide-se: enquanto o PS exige a demissão do V Governo Provisório (com o incremento de
hostilidades sobretudo no Norte e Centro do país), o PCP protesta contra a "violência reaccionária". Perante esta
situação, visível quer nas ruas, quer nos discursos proferidos pelos deputados da Constituinte (PS/PPD/CDS vs.
PCP/MDP/UDP), Otelo Saraiva de Carvalho e o Grupo dos Nove reúnem-se para a discussão do "Plano Político
do MFA", um documento de convergência. Nesse mesmo dia, 19 de agosto, é preparada a queda de Vasco
Gonçalves (que no dia anterior tinha discursado em Almada, afirmando que "chegou a hora da verdade da
Revolução Portuguesa"). Este documento nunca verá a luz do dia, devido a divergências internas, contudo, após a
criação da Frente Unida Revolucionaria (FUR)[nota 79], a rotura entre Otelo Saraiva de Carvalho e Vasco
Gonçalves, e as denúncias de Hierarquia militar|Oficiais da 5ª Divisão do carácter reaccionário da acção do
COPCON, o V Governo Provisório cai e iniciam-se diligências para a formação do VI Governo Provisório, liderado
por Pinheiro de Azevedo, que tomará posse já em 16 de setembro de 1975.[24][34]

Até 25 de novembro, não são visíveis diferenças significativas, pois ocorre: um assalto à embaixada de Espanha
em Lisboa (para contestar a sentença de morte por garrote de dois separatistas bascos), são lançadas bombas de
fumo no Terreiro do Paço numa manifestação de apoio ao Governo de Pinheiro de Azevedo, o recém-criado
Agrupamento Militar de Intervenção (AMI) faz explodir os emissores da rádio Renascença, os deputados à
Constituinte criticam o Pacto MFA-Partidos e exigem a sua revisão, e, a 6 de novembro, o é emitido o célebre
frente-a-frente entre Soares e Cunhal, no qual o secretário-geral socialista acusou o PCP de querer transformar
Portugal numa ditadura comunista. Até aquela data, Portugal caminhava a passos largos para uma guerra
civil.[24][27][34]

Cerco à Assembleia Constituinte

A 12 de novembro de 1975, um grupo de cerca de 100 000 manifestantes, na sua maioria trabalhadores da
construção civil que reivindicavam a assinatura de um contrato coletivo de trabalho, cercaram o Palácio de São
Bento, onde decorriam os trabalhos da Assembleia Constituinte, e a residência oficial do Primeiro-Ministro,
contígua ao Palácio de São Bento. A manifestação, durante 36 horas, impediu a saída dos deputados do
Parlamento e manteve sequestrado, dentro do Palacete de São Bento, o Chefe do Governo Pinheiro de
Azevedo[35]. Ao fim da manhã do dia 13 de novembro, conseguem finalmente sair de São Bento, por entre alas de
manifestantes. No entanto, enquanto alguns deputados são apupados, outros (sobretudos aqueles pertencentes a
partidos à esquerda do PS, o PCP e o MDP) são vitoriados, respondendo aos manifestantes com punhos
erguidos[36][37].

Precedentes

Ainda no calor do "Verão Quente" (que se havia iniciado com a tentativa gorada de Golpe de estado de 11 de
março, por militares afetos ao General Spínola)[38][27], dois dias antes do Cerco à Constituinte, a 10 de novembro
de 1975, teve início uma greve dos trabalhadores da construção civil. Os manifestantes pretendiam reunir com o
ministro do Trabalho, no dia 12. No entanto, nesse dia o VI Governo Provisório manda encerrar o Ministério do
Trabalho, tendo então os manifestantes decidido dirigir-se para o Palácio de São Bento, pretendendo permanecer
lá até que o Governo aceitasse um acordo que lhes fosse favorável (este acordo é alcançado, na madrugada de dia
14 de novembro, entre os dirigentes sindicais e Pinheiro de Azevedo, após várias reuniões, no qual o primeiro-
ministro se compromete a colocar em vigor o Contrato Coletivo de Trabalho a partir de 27 de novembro)[37][39].

Consequências

Logo no dia seguinte à grande manifestação (14 de novembro de 1975), os deputados do PS, do PPD e do CDS
deslocam-se para o Porto, de onde só voltaram dia 17, argumentando falta de condições de segurança para reunir
no Parlamento, devido à convocação de uma nova manifestação contra o Governo para dia 16 de novembro[35][40]
.

Os trabalhos da Assembleia Constituinte são retomados dia 18 de novembro, tendo a sessão sido marcada pela
discussão dos acontecimentos passados: ora o PCP e o MDP criticavam a atuação "antipopular" do VI Governo
Provisório e a decisão tomada pelo PS, PPD e CDS, e louvavam a manifestação dos trabalhadores; ora PS e PPD,
no sentido oposto, defendiam o significado político da deslocação para o Porto, e criticavam a posição do PCP e da
extrema-esquerda, em geral, bem como a atuação dos manifestantes (que não eram apenas operários), na
tentativa de derrube do VI Governo Provisório, e até o comportamento das autoridades militares[35][40]. Neste
seguimento, na sessão de 20 de novembro, foi aprovada, por maioria dos deputados presentes (a bancada do PCP

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havia abandonado o hemiciclo), uma declaração do grupo parlamentar do PS (http://app.parlamento.pt/upload/
Comunicar/Anexos/2015/N11/declaracao_ps.pdf), na qual se manifestava a intenção de a Assembleia
Constituinte reunir, nos termos regimentais, em qualquer momento e em qualquer local, se tal viesse a ser
necessário[35][41].

Por fim, a 25 de novembro foi aprovada uma moção (http://debates.parlamento.pt/catalogo/r3/dac/01/01/01/0


86/1975-11-25/2825), na sequência da ocupação de várias instalações militares, na qual se apoiava os esforços
das autoridades revolucionárias não sediciosas, reafirmava-se o estipulado na declaração votada a 20 de
novembro, e suspendia-se o funcionamento da Assembleia Constituinte[7][35] (o Governo Provisório já se havia
auto-suspenso a 19 de novembro por falta de garantias para poder governar, e só retomaria funções a 28 de
novembro[38]). Os trabalhos da Assembleia Constituinte foram retomados a 2 de dezembro de 1975, cujo período
"antes da ordem do dia" se centrou no debate da tentativa de Golpe Militar de 25 de novembro[35][42] (cujo
fracasso resultou no fim do PREC, na extinção do COPCON, e definiu o regime democrático-parlamentar
atual[27]). Tendo sido nesta sessão, principalmente, condenados o golpe fracassado e seus intervenientes, e
louvada a vitória da democracia e da liberdade[42].

Espanha democrática

Na sessão n.º 84, em 21 de novembro, devido à morte do ditador Francisco


Franco no dia anterior (que iniciou o período de Transição Espanhola), o
Grupo Parlamentar do CDS propôs à Câmara um voto de saudação ao povo de
Espanha[nota 80], que foi aprovado com 19 abstenções (MDP/CDE e PCP), no
qual se exprime o desejo de triunfo das forças democráticas espanholas.

2.ª Plataforma de Acordo Constitucional

Após sucessivas violações por parte do próprio MFA do Pacto, em dezembro


O mesmo espírito, ainda em
de 1975, o Conselho da Revolução aceitou negociar a revisão da Plataforma de
Fevereiro de 1975, já presente
Acordo Constitucional e, ainda nesse mês, os partidos com assento neste cartaz manuscrito dirigido a
parlamentar apresentaram as suas propostas sobre a revisão da Plataforma (h visitantes espanhóis, afixado numa
ttp://app.parlamento.pt/LivrosOnLine/Vozes_Constituinte/media/docs/200 sede do PS.
10604a1.pdf). Porém, uma contraproposta do Conselho da Revolução,
apresentada em janeiro de 1976, transformou o processo de revisão num
processo de substituição da referida Plataforma. Abertas as negociações, seguiram-se dias de reuniões,
comentários e sugestões escritas à contraproposta, que duraram até à véspera da assinatura.

A Segunda Plataforma de Acordo Constitucional (http://app.parlamento.pt/LivrosOnLine/Vozes_


Constituinte/med01120000j.html#conteudo) foi, por fim, assinada a 26 de fevereiro de 1976, entre os
partidos com representação na Constituinte e o Conselho da Revolução. Nela foi eliminada definitivamente a
Assembleia do MFA (já extinta pela Lei n.º 17/75, de 26 de Dezembro), mas mesmo assim preservado o princípio
da institucionalização deste, através da manutenção do Conselho da Revolução como órgão de soberania
[transitivo]. Embora, agora com poderes mais restritos, o Conselho da Revolução continuava a aconselhar o
Presidente da República e ter poderes, assistido por um órgão consultivo - a Comissão Constitucional, de
fiscalização da inconstitucionalidade das leis e da inconstitucionalidade por omissão, bem como exclusiva
competência para legislar sobre os assuntos militares. A nova Plataforma determinava ainda a eleição do
Presidente da República por sufrágio direto e universal, detendo este também, para além da presidência do
Conselho, os poderes de dissolução do parlamento e de nomeação e demissão do primeiro-ministro e,
consequentemente, do Governo (embora passasse a partilhar estes últimos com a Assembleia
Legislativa).[2][4][43]

Os partidos, com o rigor que lhes era exigido, transpuseram para a Constituição os termos acordados na 2.ª
Plataforma, criando assim um regime democrático constitucional, comummente designado regime
semipresidencialista. Porém, até ao final da I Legislatura (1980), o regime de exceção não estaria totalmente
encerrado, pois constitucionalmente tinha-se iniciado um período de transição.[2][4]

Precedentes

A 7 de novembro de 1975, devido à difícil situação política que o país atravessava, o deputado Sotttomayor Cardia
(PS), critica a 1.ª Plataforma, alegando que "o pacto não serve o MFA nem a autoridade do Estado", pois a
instituição militar exerceria simultaneamente as funções de senado e tribunal constitucional (poder legislativo e
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poder judicial), para além de ter que se envolver, obrigatoriamente, com os partidos para a eleição do Presidente
da República.

Após a tentativa de golpe contra-revolucionário, a 2 de dezembro, o grupo parlamentar do PPD apresentou uma
proposta[nota 81] para adiar a apreciação na generalidade do parecer da Comissão do "Poder Político" (5.ª
Comissão), pretendendo que se iniciasse de imediato a negociação do pacto. Esta proposta foi, no entanto,
rejeitada. Só a 10 de dezembro, devido às manifestas divergências entre as posições dos partidos e os dispostos da
Plataforma, o grupo parlamentar do PS apresentou uma nova proposta[nota 82], na qual se proponha a suspensão
do debate sobre o parecer da 5.ª Comissão e se encetassem diligências junto do Conselho da Revolução para a
revisão da Plataforma de Acordo Constitucional. Esta foi aprovada, com 21 votos contra (PCP) e 3 abstenções
(MDP/CDE), passando a Assembleia a discutir nas sessões seguintes o parecer da Comissão dos
"Tribunais".[43][44]

Notas
1. O Conselho dos Vinte era composto pela Junta de Salvação Nacional, pela Comissão Coordenadora do MFA,
pelos cinco Ministros militares do III Governo Provisório e por Otelo Saraiva de Carvalho, como comandante-
adjunto do COPCON.
2. Foi substituído por Domingos José Barreto Cerqueira, o qual por sua vez foi substituído por Augusto Lopes
Laranjeira.
3. Foi substituído por António Coutinho Monteiro de Freitas.
4. Foi substituído por Custódio Costa de Matos.
5. Foi substituído por Miguel Urbano Tavares Rodrigues. Este não chegou a assumir funções e foi substituído
por José Manuel da Costa Carreira Marques.
6. Foi substituído por Joaquim da Costa Pinto.
7. Foi substituído por Manuel José Veloso Coelho.
8. Não chegou a ocupar o cargo e foi substituído por Agostinho de Jesus Domingues, o qual por sua vez foi
substituído por José Manuel Rodrigues Alves.
9. Foi substituído por Joaquim Oliveira Rodrigues.
10. Não chegou a ocupar o cargo e foi substituído por Eleutério Manuel Alves.
11. Foi substituído por Vital Martins Moreira.
12. Não chegou a ocupar o cargo e foi substituído por António Mário Diogo Teles.
13. Foi substituído por Dorilo Jaime de Figueiredo Seruca Inácio.
14. Foi substituído por João Francisco de Oliveira Moz Carrapa.
15. Foi substituído por Nicolau Gregório de Freitas.
16. Foi substituído por António dos Santos Pires.
17. Foi substituído por José Manuel Burnay.
18. Não chegou a ocupar o cargo e foi substituído por Álvaro Neto Órfão.
19. Foi substituído por Pedro do Canto Lagido.
20. Foi substituído por Levy Casimiro Baptista.
21. Não chegou a ocupar o cargo e foi substituído por Orlando José de Campos Marques Pinto.
22. Foi substituída por Herculano Henriques Cordeiro de Carvalho.
23. Não chegou a ocupar o cargo e foi substituído por Hipólito Fialho dos Santos.
24. Foi substituído por Rogério Gomes Lopes Ferreira.
25. Não chegou a ocupar o cargo e foi substituído por Afonso de Sousa Freire de Moura Guedes.
26. Foi substituído por Eugénio Augusto Marques da Mota.
27. Foi substituído por Armando Rodrigues.
28. Foi substituído por Mário Nunes da Silva.
29. Foi substituído por António Feliciano dos Santos.
30. Foi substituído por José Manuel Cipriano Mouzinho Albuquerque Duarte, o qual por sua vez foi substituído
por Maria Virgínia Portela Bento Vieira.
31. Foi substituído por Jorge Manuel Vassalo de Oliveira, o qual por sua vez foi substituído por Manuel do Carmo
Mendes.
32. Foi substituído por Maria Rosa Gomes.
33. Não chegou a ocupar o cargo, por motivo de doença, e foi substituído por Maria Fernanda Salgueiro Seita
Paulo

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34. Foi substituído, antes de chegar a ocupar o cargo, por Luís Manuel Cidade Pereira de Moura. Retomou o seu
lugar, mas foi depois substituído por Casimiro Paulo dos Santos.
35. Foi substituído por Maria do Pilar de Jesus Barata.
36. Foi substituído por José Augusto Rosa Courinha.
37. Foi substituído por António Riço Calado.
38. Não chegou a ocupar o cargo, por motivo de doença, e foi substituído por Américo dos Reis Duarte, o qual
por sua vez foi substituído por Afonso Manuel dos Reis Domingos Dias.
39. Foi substituído por Joaquim Diogo Velês.
40. Foi substituído por Manuel Dinis Jacinto, o qual por sua vez foi substituído por Ilídio Ribeiro Covêlo Sardoeira.
41. Foi substituído por António da Silva Mota. Este não chegou a assumir funções e foi substituído por Avelino
Pacheco Gonçalves.
42. Foi substituído por João Terroso Neves.
43. Não chegou a ocupar o cargo e foi substituído por Fernando Barbosa Gonçalves.
44. Não chegou a ocupar o cargo, por motivo de doença, e foi substituído por Manuel Joaquim Moreira Moutinho.
45. Foi substituído por Manuel Ferreira Martins, o qual por sua vez foi substituído por Arcanjo Nunes Luís.
46. Não chegou a ocupar o cargo e foi substituído por Fernando Alves Tomé dos Santos, o qual por sua vez foi
substituído por Fernando Jaime Pereira de Almeida.
47. Não chegou a ocupar o cargo, por motivo de doença, e foi substituído por Isaías Caetano Nora.
48. Foi substituído por Beatriz Almeida Cal Brandão.
49. Foi substituído por Artur Filomeno de Magalhães Barros.
50. Foi substituído por Agostinho Martins do Vale.
51. Foi substituído por António Rodrigues Canelas.
52. Não chegou a ocupar o cargo, por ter falecido, e foi substituído por Hilário Manuel Marcelino Teixeira.
53. Foi substituído por José Augusto de Almeida Oliveira Baptista.
54. Foi substituído por João de Jesus Santos Bioucas. Este não chegou a assumir funções e foi substituído por
Luís Eugénio Filipe.
55. Foi substituído por José Maria Parente Mendes Godinho.
56. Foi substituído por Dália Maria Félix Ferreira, a qual por sua vez foi substituída por Leonel Ramos Ramires.
57. Não chegou a ocupar o cargo, por motivo de doença, e foi substituído por José Casimiro Crespo dos Santos
Cobra.
58. Foi substituído por Gilianes Santos Coelho.
59. Foi substituído por Artur Manuel Carraca da Costa Pina.
60. Foi substituído por Maria da Conceição Rocha dos Santos.
61. Foi substituído por Manuel Amadeu Pinto de Araújo Pimenta.
62. Foi substituído por Carlos António Silva Branco.
63. Não chegou a ocupar o cargo e foi substituído por Miguel Florentino Guedes de Macedo.
64. Foi substituído por António Miguel de Morais Barreto, o qual por sua vez foi substituído por Joaquim
Gonçalves da Cruz.
65. Foi substituído por José António Carvalho Fernandes.
66. Foi substituído por Flórido Adolfo da Silva Marques.
67. Segundo o n.º 2 do artigo 19.º, do Regimento, o Presidente da Assembleia Constituinte tem honras idênticas
às do Primeiro-Ministro.
68. Henrique de Barros já exercia funções como Presidente Interino da Assembleia Constituinte.
69. Alfredo Joaquim da Silva Morgado; Antídio das Neves Costa; António Roleira Marinho; Artur Morgado Ferreira
Santos Silva; Carlos Alberto Branco de Seiça Neves; Carlos Alberto Coelho de Sousa; Carlos Alberto Mota
Pinto; Custódio Costa de Matos; Emídio Guerreiro; Joaquim Coelho dos Santos; José Augusto Baptista
Lopes Seabra; José Casimiro Crespo dos Santos Cobra; José Francisco Lopes; José Gonçalves Sapinho;
José Manuel Costa Bettencourt; Luís Argel de Melo e Silva Biscaia; Maria Augusta da Silva Simões; Nuno
Guimarães Taveira da Gama; Orlandino de Abreu Teixeira Varejão; e Vítor Manuel Freire Boga.
70. Abel Augusto Carneiro; Alfredo Joaquim da Silva Morgado; Antídio das Neves Costa; António Roleira
Marinho; Artur Morgado Ferreira Santos Silva; Carlos Alberto Branco de Seiça Neves; Carlos Alberto Mota
Pinto; Custódio Costa de Matos; Emídio Guerreiro; Joaquim Coelho dos Santos; José Augusto Baptista
Lopes Seabra; José Casimiro Crespo dos Santos Cobra; José Francisco Lopes; José Gonçalves Sapinho;
José Manuel Afonso Gomes de Almeida; José Manuel Costa Bettencourt; Luís Argel de Melo e Silva Biscaia;
Maria Augusta da Silva Simões; Nuno Guimarães Taveira da Gama; Orlandino de Abreu Teixeira Varejão; e
Vítor Manuel Freire Boga.
71. Gonçalves Sapinho, Taveira da Gama, Custódio Matos, Antídio Costa e Roleira Marinho.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Assembleia_Constituinte_(Portugal) 20/23
23/12/2023, 21:24 Assembleia Constituinte (Portugal) – Wikipédia, a enciclopédia livre

72. Marcaram presença o Presidente da República General Costa Gomes, tendo este assinado o decreto de
promulgação da Constituição, o Primeiro-Ministro Vice-Almirante Pinheiro de Azevedo (VI Governo
Provisório), o representante do Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas Almirante Silva Cruz e o
Presidente do Supremo Tribunal de Justiça Juiz Conselheiro Almeida Borges. Usaram da palavra o
Presidente da Assembleia Constituinte e o Presidente da República, tendo este assinado o decreto de
promulgação da Constituição.
73. Número 1, do artigo 25.º do Regimento da Assembleia Constituinte: Nenhum Deputado poderá pertencer
simultaneamente a mais de uma comissão, salvo quando o seu partido não puder ter representantes em
todas as comissões constituídas pela Assembleia e, neste caso, nunca em mais de duas.
74. Segundo Vital Moreira, em todos os casos esses textos alternativos foram aprovados pelo plenário da AC,
tendo sido sobre esses textos que se desenvolveu a votação na especialidade pelo plenário da AC; além de
que grande parte das disposições propostas pelas comissões foram aprovadas pela AC sem discussão e
sem propostas de alternativa (ou com discussão e propostas de alternativa limitadas a aspectos parcelares
do articulado proposto).
75. Apenas ocorreu um debate na generalidade sabre os projectos da Constituição, no seu global.
76. O "Plano de Acção Política", para muitos considerado o 2.º Programa do MFA, definia-o como o "movimento
de libertação do povo português", disposto a proceder a uma "descolonização interna", unido aos
movimentos de libertação africanos, e apologista de uma "via pluralista para a construção da nova sociedade
[socialista]".
77. Falaram no Comício da Fonte Luminosa: o líder parlamentar socialista António Lopes Cardoso; os deputados
Luís Filipe Madeira, Alfredo Carvalho, e Marcelo Curto; e o ministro da Justiça demissionário Salgado Zenha.
78. Vasco Lourenço, Canto e Castro, Vítor Crespo, Costa Neves, Melo Antunes, Vítor Alves, Franco Charais,
Pezarat Correia, e Sousa e Castro.
79. Frente de Unidade Popular (FUP), inicialmente constituída por FSP, LCI, LUAR, MES, MDP, PCP, PRP/BR e
Grupo 1º de Maio, após a saída do PCP passa a designar-se FUR.
80. Voto de saudação: "A Assembleia Constituinte de Portugal, no momento em que se abre uma nova fase da
vida do povo espanhol, saúda as forças democráticas que em Espanha se batem por um futuro de liberdade
e democracia, exprimindo-lhes a sua integral solidariedade. A Assembleia Constituinte portuguesa afirma a
sua convicção de que os povos de Espanha e de Portugal têm em comum a luta pela paz, pela democracia e
pela justiça"
81. Proposta do PPD (defendida no Parlamento por Marcelo Rebelo de Sousa) Considerando a gravidade da
actual situação político-militar do País; Considerando a clarificação em curso no âmbito das forças armadas,
em consequência da vitória dos seus sectores democráticos sobre o último golpe contra-revolucionário;
Considerando a profunda alteração de circunstâncias relativamente ao contexto da celebração da Plataforma
de Acordo Constitucional entre o MFA e os partidos, e a necessidade de, em face dela, repensar a matéria da
Organização do Poder Político. Propõe-se: 1) Que a Assembleia Constituinte não aprecie imediatamente o
parecer da 5.ª Comissão; 2) Que a Assembleia Constituinte passe a apreciar o parecer da 6.ª Comissão ou
aquela que, entretanto, estiver em condições de ser examinado por este Plenário. Sala das Sessões, 28 de
Novembro de 1975 - Os Deputados do Partido Popular Democrático: (Seguem-se oito assinaturas)
82. Proposta do PS: Considerando: 1. Que até agora o debate na, generalidade sobre o parecer da 5.ª
Comissão evidenciou a desadaptação das disposições da Plataforma, de Acordo Constitucional ao curso
democrático da Revolução entretanto readquirido; 2. As declarações já produzidas por alguns conselheiros
da Revolução sobre a conveniência de rever a referida Plataforma de Acordo Constitucional: O Grupo
Parlamentar do PS propõe: 1) que o debate sobre o parecer da 5.ª Comissão seja suspenso sem votação e o
texto do parecer baixe de novo à Comissão; 2) que se encetem diligências junto do Conselho da Revolução
para tomar conhecimento da sua posição oficial sobre a eventual revisão da Plataforma de Acordo
Constitucional; 3) que, no caso de o Conselho da Revolução decidir rever a Plataforma de Acordo
Constitucional, se encetem imediatamente as negociações com os partidos, tomando em conta, para esse
efeito, as intervenções produzidas nesta Assembleia, devendo entretanto prosseguir os trabalhos
constituintes com o debate e votação dos pareceres sobre os títulos seguintes. Pelo Grupo Parlamentar do
PS: António Reis - Luís Filipe Madeira - Carlos Lage - José Niza - Aquilino Ribeiro Machado

Referências
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Ligações externas
Lei 1/74, de 25 de Abril, que dissolve os órgãos políticos do Estado Novo (http://dre.pt/pdfgratis/1974/04/0970
1.PDF#page=1)
Lei n.º 2/74, de 14 de Maio, que extingue a Assembleia Nacional e a Câmara Corporativa (http://dre.pt/pdf1s/
1974/05/11200/06170622.pdf)
Lei n.º 3/74, de 14 de Maio, que criou a Assembleia Constituinte (http://dre.pt/pdf1s/1974/05/11200/0617062
2.pdf)
Cronologia dos trabalhos parlamentares da Assembleia Constituinte (https://web.archive.org/web/201411291
95813/http://debates.parlamento.pt/r3/dac/cronologia.aspx)
Listas de deputados (http://debates.parlamento.pt/outrasInformacoes/r3/dac/deputados-constituintes)
Deputados por círculo eleitoral (https://web.archive.org/web/20150411171224/http://debates.parlamento.p
t/r3/dac/assuntos/deputados/circulos.aspx)
Lista de deputados substituídos (https://web.archive.org/web/20120425085549/http://debates.parlamento.
pt/r3/dac/assuntos/deputados/substit.aspx)

Bibiliografia
Vieira, Mónica Brito e Filipe Carreira da Silva. (2010) O Momento Constituinte. Os Direitos Sociais na
Constituição. Coimbra: Almedina.

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