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SEMINÁRIO REVERENTES/ESCOLA CHARLES

SPURGEON

TEOLOGIA SISTEMÁTICA II

RESENHAS CRÍTICO-INFORMATIVAS

DIEGO SANTOS

ARACAJU

2019
RESENHAS CRÍTICO-INFORMATIVAS

Trabalho apresentado ao Seminário Reverentes


/Escola Charles Spurgeon como parte dos
requisitos do Módulo Teologia Sistemática II.

Orientador: Prof. Antônio Neto.

ARACAJU

2019
K. BAKER. Deus Controla o Mal. Tradução de Rogério Portella. Brasília:
Monergismo. Original em inglês: God controls the evil.

O objeto desta resenha crítica foi publicado originalmente nos Estados Unido, no
Brasil a Editora Monergismo foi a responsável pela tradução. O texto consiste em um
artigo apresentado em 9 páginas e intitulado como “Deus controla o Mal”. O artigo vai
tratar sobre um dos assuntos que mais existe tensão dentro da academia teológica, que é
a relação de Deus com o mal, ou seja, qual seria o papel do mal no Plano de Deus. Kyle
Baker teve as seguintes principais ideias, inicialmente ele se preocupa em introduzir o
problema do mal, descrevendo também um ensino que afirma o coração como o local de
origem de todo mal e infere que Deus não apenas criou o mal como também o controla.
Logo após, o autor decorre por etapas, explicando que Deus controla o mal na vida dos
ímpios, endurecendo ativamente seus corações para batalhas e destruição, como também
para que eles não creiam no Evangelho, em seguida, o autor também descreve que Deus
controla o mal na vida dos eleitos. Por fim, é relatado a respeito da tensão entre a
Soberania de Deus e a Responsabilidade humana. Com isso, Kyle Baker teve como
objetivo em sua obra demostrar o controle soberano de Deus sobre todas as coisas e que
isso inclui o pecado e todo mal, o qual controla tudo de acordo com o Seu Plano, que é
dar glória a si mesmo por meio do Senhor Jesus Cristo.

Kyle Baker em texto introduz seu conceito sobre o mal, de acordo com a
passagem Lc. 6: 43-45, assim ele afirma que o mal procede do coração, logo ele ao
afirmar que Deus criou o mal, ele afirma que Deus criou o coração mau, neste sentido,
assim como a árvore deve existir antes do fruto ser produzido, da mesma forma o
coração mau, deve existir antes do mal. Concluindo a seguinte procedência lógica: 1) A
criação do coração mau do qual procede todo pecado; 2) A procedência de todo pecado
a partir do coração mau.

O seu texto também apresenta que Deus é o autor de todo bem e o homem de todo
mal, o homem por ter um coração de origem má, é incapaz de fazer o que é bom, logo é
apenas livre de fazer tudo que se refere à maldade. Assim, Deus não apenas criou o mal,
mas também o controla ativamente de acordo com os seus propósitos, os quais sempre
convergem para sua Glória. Isto exposto, Kyle demostra os aspectos do soberano
controle divino do mal. O primeiro aspecto é que Deus controla o mal no coração dos
ímpios para eles sejam destruídos, como exemplos temos as histórias de Faraó (Ex. 4:
21-23), rei Hesbom (Dt. 2:30-33) e as destruições das nações por Israel (Js 11:18-20). O
segundo aspecto é que Deus controla o mal no coração dos ímpios para que eles não
creiam no Evangelho, como exemplificado nos textos de Jo. 12: 37-40 e Rm 11:7-8. Tal
controle divino do mal é exercido através do endurecimento do coração do homem. O
último aspecto é que Deus controla o mal no coração do eleito como pode ser visto em
Is. 63: 15-17 e aqui Deus age dessa forma para que permaneçamos como vasos de barro.

Logo, o Kyle conclui dessa forma que tanto o endurecimento ou amolecimento do


coração provém de Deus, e isto não torna Deus pecador ou mau e que os propósitos de
Deus incluem todas as coisas boas e ruins, principalmente o pecado, mostrando o
conceito da soberania absoluta de Deus sobre todas as coisas. Tal conceito de soberania,
segundo o autor impacta todas as doutrinas da Bíblia, e talvez a principal delas seja a
doutrina da responsabilidade humana. Kyle crítica a crença de que a responsabilidade
pressupõe liberdade, ou seja, para ser responsável pelo pecado ele precisa ser antes livre
para pecar, porém tal ensinamento não possui nenhuma base bíblica. A Bíblia relata o
homem como totalmente responsável e indesculpável diante de Deus, devido
unicamente pela ordem e decreto de Deus, o Justo Juíz. Logo, Kyle encerra essa tensão
afirmando que a responsabilidade não pressupõe liberdade, ela pressupõe um Juiz e a
revelação da Lei, a qual todos será obrigado a responder.

Tudo isto exposto, o autor conclui com algumas aplicações que este conceito de
controle soberano de Deus sobre o bem e o mal traz. A primeira aplicação consiste na
destruição da crença de que Satanás está em guerra contra Deus, Ele é muito superior e
está no controle, no entanto, os crentes vivem em guerra contra o pecado. A segunda
aplicação a respeito do controle divino soberano sobre o pecado é que podemos confiar
que mesmo nos piores momentos, Deus está no controle, assim correndo contra o
fatalismo, continuemos nossa intensa contra o pecado.

Ao analisar o artigo de Kyle Baker, tenho como crítica o fato dele atribuir a Deus
a criação do mal, não tenho nenhuma dificuldade de visualizar a soberania de Deus
sobre todas as coisas, inclusive o mal, porém não atribuir Deus como criador do mal.
Segundo Reverendo Augustus Nicodemus e Jonh MacArthur não se pode atribuir a
Deus a criação do mal, isso seria contra aos textos que afirmam que Deus é luz e nele
não há trevas (1 Jo. 1:5), e que viu Deus que tudo era muito “bom” (Gn. 1:31), e que Ele
não tenta ninguém e não pode ser tentado (Tg. 1:13), portanto seria contra a essência de
Deus. Em todas as Escrituras Deus jamais o coloca como responsável da origem do mal
no mundo, no entanto Deus cria o mal no sentido de calamidade e de juízo a
humanidade, como em Isaias 45:7. Portanto, o fato de do mal proceder de um coração
mau, não afirma que Deus é criador do pecado, pois o coração mau, é o estado de todo
coração após queda. Dito isto, penso que alternativa mais saudável, o fato de Deus criar
alguém inferior à Ele, ou seja, não perfeito, já indica que este está sujeito ao erro
(pecado), visto que Deus é o sustento de toda a Sua criação, uma forma de introduzir o
pecado no mundo sem ser o Deus o criador, era simplesmente deixar de sustentar parte
de Sua criação, ou seja, retirar sua graça, poder e domínio, assim automaticamente o
Diabo e a todo homem está sujeito de experimentar da ausência de Deus, e ainda
pensando que o mal é a ausência do bem, e Deus é o todo bem, Satanás traria o pecado
ao mundo, experimento o mal.

Assim, Deus continuaria sendo a causa última de todas as coisas, tendo total
soberania de todas as coisas, incluindo o bem e o mal, porém sem Ele ser o autor do
mau moral e o pecado. Exercendo todo o controle, inclusive do mal, responsabilizando e
punindo o Diabo e os incrédulos pelo mal, e conduzindo toda criação de acordo com o
Seu Plano insondável, que têm como propósito a Glória de Deu, por meio do Senhor
Jesus Cristo.
No entanto, tal obra enquanto proposta pode ser recomendada há todos cristãos
que tem essa tensão dentro de si, esta obra nos ajudar a colocar Deus no Seu devido
lugar, humilhando todos os inimigos do Seu Reino, nos dando um senso de humildade e
limitação de consciência para entendermos em totalidade Seu Plano, mesmo sendo
verdade que a Bíblia não nos diz a respeito da origem do mal, mas verdade será que
quando estivermos em glória, veremos que Seu Plano será muito superior a qualquer
alternativa proposta. Soli Deo Gloria.

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