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FIEL- FACULDADES INTEGRADAS EINSTEIN DE LIMEIRA

GRADUAÇÃO EM BIOMEDICINA

JESSICA CRISTIANE OLIVEIRA SOARES


PÂMELA SILVA DOS SANTOS JUSTINO

INFECÇÃO URINÁRIA E SUA RECORRÊNCIA EM MULHERES: revisão de


literatura

LIMEIRA, SP
2023
JESSICA CRISTIANE OLIVEIRA SOARES
PÂMELA SILVA DOS SANTOS JUSTINO

INFECÇÃO URINÁRIA E SUA RECORRÊNCIA EM MULHERES: revisão de


literatura

Monografia apresentada às
Faculdades Integradas Einstein de
Limeira - FIEL, como exigência
parcial, para obtenção do grau de
bacharel em Biomedicina.

Orientador: Prof. Especialista


Fernando Bosqueiro

LIMEIRA, SP
2023
FIEL- FACULDADES INTEGRADAS EINSTEIN DE LIMEIRA

TERMO DE APROVAÇÃO

INFECÇÃO URINÁRIA E SUA RECORRÊNCIA EM MULHERES: revisão de


literatura

JESSICA CRISTIANE OLIVEIRA SOARES


PÂMELA SILVA DOS SANTOS JUSTINO

Orientador: Prof. Especialista Fernando Bosqueiro

Banca Examinadora: Profª Larissa H. Fadul


Profº. Thiago Fugita

Data de aprovação: ____/____/____


EPÍGRAFE

“Quanto melhor é adquirir a sabedoria do


que o ouro! E quanto mais excelente é
escolher o entendimento do que a prata!”

Provérbios 16:16
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus, que nos conduziu da melhor forma e que colocou as pessoas
certas para que todo esse trabalho fosse realizado e concluído.
Agradecer aos nossos cônjuges, Felipe Gabriel e Rodrigo Santos, que nos apoiaram
nessa longa caminhada acadêmica.
Agradecer a essa parceria que nós, Jessica Soares e Pâmela Justino, tivemos ao longo
dos semestres para a elaboração desse trabalho.
Também agradecer, ao nosso Prof. Esp. Fernado Boqueiro, que nos orientou de uma
grande maestria, dedicação, paciência, amizade e responsabilidade. Gratas somos por
seu profissionalismo e empatia.
Agradecemos à nossa coordenadora Profª Kelly Malavazi por seu apoio acadêmico.
Agradecemos também à instituição FIEL- Faculdades Integradas Einstein de Limeira –
por todo o suporte do corpo acadêmico e de estrutura oferecidos.
RESUMO
A infecção urinária (ITU) é predominante nos atendimentos clínicos, caracterizado por
dor supra púbica e ardência ao urinar. Está presente em todos os sexos e idades,
entretanto a incidência é maior em mulheres acima de 18 anos estendendo até a
senioridade, diretamente relacionada a anatomia e fisiologia da mulher, interligados a
fatores externos. Devido à diferença de tamanho entre a uretra feminina e masculina e
sua proximidade, existe maior possibilidade de contaminação por bactérias na uretra. O
principal agente etiológico é a família Enterobactericeae, com mais prevalência a
Escherichia coli. Para identificação do patógeno, causador, existem diversas análises,
visando a especificidade e sensibilidade dos métodos utilizados para diagnóstico,
rapidez e também a complexidade. As causas de maior incidência nas mulheres são
diversas, seja a própria anatomia que facilita a ascensão dos microrganismos à bexiga, a
diminuição do pH vaginal em fases diferenciais de mudanças hormonais, como exemplo
a menopausa e gravidez, fatores externos entre eles higiene vaginal inadequada, roupas
apertadas e relações sexuais sem preservativo. A divulgação sobre cuidados genitais,
higiene e investigar a causa raiz do problema em rotinas de consultas ginecológicas
podem evitar a recorrência das infecções.

Palavras-chave: ITU. Causas de maior incidência. Recorrência das infecções.


ABSTRACT

Urinary tract infection (UTI) is predominant in clinical care, characterized by


suprapubic pain and burning sensation when urinating. It is present in all sexes and
ages, however at a higher incidence in women over 18 years old extending to seniority,
directly related to the anatomy and physiology of women, interconnected to external
factors. Due to the difference in size between the female and male urethra and their
proximity, there is a greater possibility of bacterial contamination in the urethra. The
main etiological agent is the Enterobactericeae family, with more prevalence to
Escherichia coli. To identify the causative pathogen, there are several analyses, aiming
at the specificity and sensitivity of the methods used for diagnosis, speed and also
complexity. The causes of higher incidence in women are diverse, be it the anatomy
itself that facilitates the rise of microorganisms to the bladder, the decrease in vaginal
pH in differential phases of hormonal changes, such as menopause and pregnancy,
external factors including inadequate vaginal hygiene, tight clothing and sex without a
condom. Disclosure about genital care, hygiene and investigating the root cause of the
problem in routine gynecological consultations can prevent the recurrence of infections.

Keywords: UTI. Causes of higher incidence. Recurrence of infectio


LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Aspecto medial do rim direto mostrando os vasos renais passando pelo hilo.14
Figure 2 - Anatomia interna do rim.................................................................................15
Figure 4- Explicação ilustrativa do processo de filtração, reabsorção e secreção tubular.
.........................................................................................................................................17
Figure 5 - Filtração e reabsorção, moléculas reabsorvidas e os seus mecanismos de
saída.................................................................................................................................19
Figure 6 - Inervação da bexiga........................................................................................20
Figure 7 - Representação da parede de uma bexiga normal e uma com a inflamação,
cistite................................................................................................................................22
Figure 8 - Ilustração de um rim saudável e um com pielonefrite e suas complicações
fisiológicas.......................................................................................................................23
Figure 9 - Escherichia coli no microscópio, ampliada 10.000 vezes..............................24
Figure 10 - Exame de urina - elementos e sedimentos anormais (EAS).........................27
Figure 11 - Placa de petri para exame de urocultura.......................................................28
Figure 12 – Antibiograma...............................................................................................28
Figure 13 - Obstrução do trato urinário...........................................................................34
LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Frequência de microrganismos isolados em urocultura.................................25


Gráfico 2: Relação de prevalência de ITU entre os sexos - Feminino e Masculino.......29
Gráfico 3: Níveis hormonais em relação a idade da mulher...........................................33
LISTA DE SIGLA

ITU – Infecção do Trato Urinário

VB – Vaginose Bacteriana

DSS – Diálogo Semanal de Segurança

UFC – Unidade Formadora de Colônia

E. coli – Escherichia coli

ATP – Adenosina Trifosfato

TFG – Taxa de Filtração Glomerular

Proteus spp – Proteus mirabilis

Klebsiella spp - Klebsiella pneumoniae

G. vaginalis – Gardnerella vaginalis


LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Classificação de ITU na mulher, de acordo com a apresentação clínica.......26


Quadro 2: Quadro demonstrativo dos índices em percentual, adaptada.........................30
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO............................................................................................................13
1.1 Objetivos...................................................................................................................14
1. Metodologia................................................................................................................14
2 2 ANATOMIA E FISIOLOGIA RENAL....................................................................15
3 INFECÇÃO URINÁRIA..............................................................................................23
3.1Patógenos...................................................................................................................24
3.2Tipos de diagnósticos................................................................................................28
4 INDICADORES E RECORRÊNCIA NA MULHER..................................................30
4.1 A influência da vaginose bacteriana às infecções do trato urinário na mulher.35
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................38
REFERÊNCIAS..............................................................................................................40
14

1 INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem por finalidade trazer esclarecimentos e questionamentos
no que cerne à saúde da mulher, e inerente a infecção urinária. Salientar os estudos
sobre o caso e alertar quanto a importância deste tema para a sociedade, visto que hoje
existe diversos “tabus” relacionados a falta de informação no que se refere a higiene,
fisiologia, patologia, profilaxia e tratamento. Exibir dados e trazer a discussão, à
evidência.
Apresentar os tipos de ITU e suas classificações, apontar seus principais
patógenos e métodos de diagnósticos, e o quanto a infecção urinária é muito recorrente
em casos na população, e que a mulher é o público mais acometido segundo as
estatísticas.
Segundo Roriz-Filho et al. (2010) infecção urinária define-se como toda e
qualquer infecção do trato urinário (ITU), bifurcando-se em infecção do trato urinário
baixo, em que acomete a bexiga e a uretra, caracterizando-se pelos sintomas: disúria,
urgência miccional, polaciúria, nictúria e dor suprapúbica. O agravante pode levar a
uma ITU alta (pielonefrite), lesionando os rins, e intensificação dos sintomas, onde há
também os aparecimentos de outras manifestações, como febre alta, calafrios e dor
lombar.
Estatisticamente, o sexo feminino é o mais vulnerável, em virtude da anatomia
do trato urinário da mulher apresentar a uretra mais curta, em média 5cm de
comprimento, assim a distribuição da genitália se desenvolve próxima ao ânus, o que
favorece a proliferação dos microrganismos. Nas infecções urinárias os agentes mais
recorrentes são a Escherichia coli, o Staphylo-coccus saprophyticus, espécies de
Proteus, Klebsiella e o Enterococcus faecalis. O aparecimento desses organismos na
urina é categorizado como infecção a partir de 100.000 unidades de bactérias
formadoras de colônia (ufc/ml). (RORIZ-FILHO et al., 2010).
Tendo em vista que a Infecção Urinária é uma das patologias mais recorrentes
na população brasileira, trazer informações e comunicar as suas complicações, ao não
tratamento adequado ou constante, pode desencadear uma sepse e em casos mais graves
o óbito.
Além disso, cabe discorrer sobre os graus de complicações dessa ITU –
agravante no que se refere ao aparelho urinário com alterações estruturais ou funcionais;
ou que advém de ambientes hospitalares, e não agravante as infecções assintomáticas,
15

mas que pode vir a comprometer futuramente, juntamente a uma outra patologia,
desencadeando um agravamento clinico. (HADDAD; FERNANDES, 2019).

1.1 Objetivos

• Conceituar a Infecção Urinária na mulher e sua incidência;


• Explicar a correlação da anatomia humana e a fisiologia feminina com a patologia em
questão;
• Estudar os principais agentes patogênicos.

1.2 Metodologia

A metodologia utilizada nesta monografia será a pesquisa descritiva


bibliográfica, a qual segundo Gil (2008) é definida como descrever as características de
determinadas populações ou fenômenos. Uma de suas peculiaridades está na utilização
de técnicas padronizadas de coleta de dados, e a observação sistemática. E também é
desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e
artigos científicos.
16

2 ANATOMIA E FISIOLOGIA RENAL

Segundo Tortora (2000), o sistema urinário é composto por dois rins, dois
ureteres, uma bexiga urinária e uma única uretra, em ambos os sexos. Os rins são
órgãos avermelhados e pareados, localizados na região lombar, atrás do peritônio, são
parcialmente protegidos pelos últimos pares de costelas, o rim direito é levemente
inferior ao esquerdo, por consequência de o fígado ocupar uma área maior no lado
direito.
Figura 1- Aspecto medial do rim direto mostrando os vasos renais passando pelo hilo.

Fonte: Gosling, 2019

Segundo Parker (2010) e Gosling (2019), cada rim é envolvido por três
camadas-parte externa:
1. Fáscia Renal: é uma condensação de tecido conjuntivo que prende o rim às
estruturas adjacentes e o mantém em sua posição normal.
2. Cápsula Fibrosa: é um tecido conjuntivo liso e transparente que recobre o rim e
mantém o seu formato, protegendo-o.
3. Cápsula Adiposa: fica ao redor da cápsula fibrosa e contém uma grande
camada de gordura. É separada em duas camadas pela fáscia renal: gordura
perirrenal e a gordura pararrenal.

E Parker (2010), finaliza descrevendo o Parênquima, composto também por três


camadas - parte interna:
17

A. Córtex Renal: região periférica e mais clara (pálida) a sua área vai desde a
cápsula até à base das pirâmides – ele contém inúmeros novelos de capilares
chamados de glomérulos e suas cápsulas;
B. Medula Renal: composta por redes de capilares que envolve longas alças de
túbulos renais e de aparência mais avermelhada;
C. Pelve Renal: tubo em forma de funil cuja a parte mais estreita une-se à porção
superior do ureter. Na porção superior, desembocam os cálices maiores.

Na figura 2 é possível observar, através de um corte coronal, as estruturas


anatômicas internas de um rim.

Figure 2 - Anatomia interna do rim.

Fonte: Tortora, 2000.

Os ureteres são as vias que conduzem a urina da pelve renal à bexiga urinária,
primeiramente o transporte ocorre por contrações peristálticas das paredes musculares
dos ureteres, subsequente por pressão hidrostática e a gravidade auxilia
significativamente na condução. Os ureteres são tubos binários, em sua estrutura há três
camadas: uma externa, composta de tecido conjuntivo adiposo (gordura); camada
mediana, musculo liso com fibras musculares que contraem para expelir a urina até a
bexiga; na camada interna a mucosa secreta muco com o intuito de prevenir as células
de entrarem em contato com a urina e destarte não desencadear uma infecção.
(PARKER, 2010)
18

A bexiga urinária é um órgão muscular oco e flexível, mantida em posição por


pregas do peritônio e situada na cavidade pélvica, posteriormente a sífisepúbica. Na
mulher ela está à frente da vagina e abaixo do útero, a sua forma assemelha-se a um
balão vazio, quando esvaziada, ao encher-se de urina assemelha-se a figura geometria
esférica e distendida. (TORTORA, 2000).

Figura 1- Imagem representativa dos ureteres, bexiga urinária e uretra

Fonte: Só enfermagem, 2015.

De acordo com Drake (2013), a uretra é a porção terminal do sistema urinário e


tem o seu início na base da bexiga urinária, tendo abertura externa no períneo. A uretra
feminina é curta tem em média 4cm de comprimento, seu trajeto é ligeiramente curvo
através do assoalho pélvico em sentido ao períneo, sua trajetória atravessa o espaço
profundo do períneo e da membrana do períneo antes de se abrir ao vestíbulo da vagina,
que se localiza entre os lábios menores. Situa-se atrás da sínfise púbica e está embutida
na parede anterior da vagina. Sua abertura ao exterior, o óstio externo da uretra,
localiza-se entre o clitóris e o óstio vaginal. (DRAKE, 2013)
O rim tem como principal função a excreção através da formação da urina,
sendo de suma importância para o organismo, seu papel é manter a homeostase do
corpo, equilibrando o volume e osmolaridade do líquido extracelular; o balanço iônico;
19

igualar os níveis de ácido-base; excretar substâncias estranhas e outras funções


pertinentes (CINGOLANI et al., 2003).
A porção funcional dos rins, os néfrons, é onde ocorre o mecanismo de
formação da urina. No órgão estudado os néfrons são encontrados em média um milhão
em cada rim (CINGOLANI et al., 2003). Estão divididos em segmentos, cada seção
liga-se a um vaso sanguíneo especializado, a maioria deles são néfrons corticais, estão
localizados no córtex do rim, e a minoria cerca de 20% situam-se no interior da medula,
recebendo o nome de néfrons justamedulares. (SILVERTHORN, 2019)
Segundo Guiton e Hall (2011) o néfrons realizam a filtração do sangue, os
glomérulos filtram o sangue dos capilares direcionando para o centro dos túbulos renais,
o líquido ultrafiltrado irá reduzir, passando por um outro processo que transforma a sua
composição. Na reabsorção tubular, os componentes importantes como água e solutos
(glicose, ureia, sódio, aminoácidos) são devolvidos para a circulação sanguínea e
finalizado pela secreção tubular, a qual moléculas não pertinentes ao organismo, como
amônia, íons de hidrogênio e outras moléculas não-essenciais ao corpo são secretadas
das células e acopladas ao líquido em formação, a urina. Todo esse percurso renal e
taxas de filtração, reabsorção e secreção varia de acordo com a necessidade do
indivíduo e sua ingestão diária de líquido. A excreção é diretamente proporcional,
seguindo uma fórmula:
“TAXA DE EXCREÇÃO URINÁRIA = TAXA DE FILTRAÇÃO – TAXA DE
REABSORÇÃO + TAXA DE SECREÇÃO” (GUITON; HALL, 2011, p.192)

Figure 3- Explicação ilustrativa do processo de filtração, reabsorção e secreção tubular.


20

Fonte: Silverthorn, 2017,

O líquido resultante da filtração, é chamado de ultrafiltrado assemelha-se ao


plasma, à exceção das proteínas, que no filtrado, é quase nula. Há uma membrana nos
glomérulos análogos a uma peneira, que realizam a barragem das macromoléculas, além
do tamanho, a carga elétrica também induz para que seja impedida a passagem de
moléculas positivas e neutras com mais facilidade. (CINGOLANI et al., 2003).
A filtração é ocorrida no corpúsculo renal, as barreiras para impedir a passagem
de substâncias do plasma para o líquido que se origina a urina, são formadas por três
camadas antes de chegar ao lúmen tubular: o endotélio do capilar glomerular,
membrana basal e o epitélio da cápsula de Bowman. A primeira camada é formada por
capilares fenestrados, com poros colossal, impedindo que as células e proteínas
plasmática com carga negativa ultrapassem. Na camada mediana, a lâmina basal, é
formada por glicoproteínas negativas, e atua eliminando as proteínas do líquido filtrado.
A última barreira, é formada por podócitos, células com longas extensões
citoplasmáticas, chamados de pedicelos, os mesmos juntam-se aos capilares
glomerulares, ocasionando fendas de filtração, fechada por uma membrana porosa.
(SILVERTHORN, 2017)
A taxa de filtração glomerular (TFG) é regulada pela pressão líquida de
filtração, entretanto a pressão é regida por uma razão, que resulta na soma das forças
hidrostáticas e coloidosmóticas, a primeira força é o impacto do sangue na parede do
vaso, consequentemente, quanto maior for a pressão arterial, maior será a pressão
hidrostática, aumentando a TFG; já a força coloidosmótica, age como uma osmose,
fazendo com que o solvente do local de menos concentração direcione para o de mais
concentração. Esses mecanismos, propícia a volta do líquido da cápsula de Bowman
para o capilar. (GUITON; HALL, 2011).
O líquido resultante da filtração em média é um volume de 180 litros, sendo
excretado apenas 1,5 litros, esse valor dependente da ingestão de líquidos do indivíduo,
porém há uma taxa de obrigatoriedade de excreção de 400ml/diário, ou seja, toda a água
e solutos presentes no filtrado são retornados para circulação sanguínea pelo processo
de reabsorção. No retorno da água a sua passagem é sempre realizada por transporte
passivo, sem gasto de ATP. Os minerais sódio e potássio são eliminados pelo
mecanismo da bomba de sódio e potássio, por transporte ativo, assim, a glicose possui
uma proteína carregadora que facilita a sua saída. O cloro segue o fluxo da água, sendo
eliminado do filtrado por transporte passivo. (FOX, 2007).
21

Figure 4 - Filtração e reabsorção, moléculas reabsorvidas e os seus mecanismos de saída.

Fonte: Fox, 2007


Subsequente à reabsorção, ocorre o processo de secreção tubular que acontece
uma inversão do processo anterior, há uma segunda via de entrada de substâncias pelos
túbulos complementando a filtração, todo material secretado que não foi reabsorvido
será eliminado na urina, as substâncias secretadas com mais importância são íons de
hidrogênio, os íons de potássio, ânions e cátions orgânicos. A secreção dos íons de
hidrogênio é iminente para a homeostase entre os ácidos e bases, os íons secretados no
fluente túbulo renal são eliminados na urina, sendo coletados pelos túbulos proximais,
distais e coletor. A eliminação do H + depende do nível de acidez no organismo, portanto
quanto mais ácido, a excreção de H+ aumenta proporcionalmente. Por sua vez os íons
de potássio, encontra-se em maior proporção no organismo por sua relação com a
bomba de sódio e potássio, devido sobretudo ao transporte do K + para o meio
22

intracelular, mudanças na concentração de íons potássio e influência diretamente a


permeabilidade da membrana, sendo de total importância a regulação pelos rins. O K+ é
reabsorvido para o sangue, de forma desregulada e constante, já a secreção acontece de
forma controlada. Os íons de potássio presentes na urina, não vem do filtrado, mas sim
da secreção nas partes distais dos néfrons, pois após a filtração quase todo K é
reabsorvido, por tanto a secreção regula os seus níveis, o mantendo em equilíbrio, assim
se os níveis de K+ estiverem baixos haverá uma diminuição na secreção da substância,
assim como na sua elevação a secreção aumenta. (THOMAZ, 2019; SHERWOOD,
2010)
Como finalizador dos processos básicos dos rins filtração, reabsorção e secreção,
à excreção, ou seja, a eliminação resultante dos resíduos produzidos pelas células, em
suma produtos sem utilização para o organismo, ou em excesso, sendo os principais
resíduos excretados a uréia, ácido úrico, creatinina e a urobilina que dá coloração á
urina (MOURÃO, 2021). De acordo com Sherwood (2010), a depuração é mais
importante do que a excreção, pois é referente a quantidade de substâncias removidas do
organismo, enquanto a excreção é o volume, ou seja, a depuração plasmática define-se
como o volume de substância retirados do plasma pelos rins em um minuto.
Na urina encontra-se também estruturas como, cilindros, cristais, eritrócitos,
leucócitos, células epiteliais, filamentos e outros achados. As células epiteliais possuem
classificações, sendo as escamosas que revestem a uretra, a vagina nas mulheres e a
porção distal da uretra nos homens; células epiteliais de transição e tubulares. O
aumento dessas células decorre de infeção, necrose, isquemia tubular aguda e outras
complicações. (MUNDT; SHANAHAN, 2012)

Figure 5 - Inervação
da bexiga.
23

Fonte: BARRET et al., 2014.

Por fim, são encontradas as etapas de enchimento e esvaziamento da bexiga,


onde por meio de contrações peristálticas a urina se movimenta da pelve para bexiga,
ocorrendo assim a sincronização com cada onda peristáltica. Nos ureteres não existe
esfíncter, mas a passagem mantém-se fechada, privando o refluxo urinário a partir da
bexiga. O músculo detrusor é o primordial encarregado pelo esvaziamento da bexiga,
durante a micção. A uretra possui esfíncter, que são fibras acondicionadas lateralmente
a uretra, e externo, caracterizado pela forma de músculo esquelético. No momento da
micção, os músculos do períneo e o esfíncter estão no estado de relaxamento, já o
músculo detrusor contrai-se para que a urina seja expelida pela uretra, após a micção na
mulher a urina restante é eliminada da uretra pela gravidade, entretanto nos homens é
expelida pelo músculo bulbo esponjoso. Os nervos simpáticos na bexiga não
desempenham um papel importante na micção, porém no sexo masculino exercem a
função de contração do músculo vesical impedindo assim a passagem de sêmen para
bexiga durante a ejaculação. (BARRET et al., 2014).
24

3 INFECÇÃO URINÁRIA

A infecção urinária, ou também conhecida como infecção do trato urinário


(ITU), corresponde à inflamação do epitélio da bexiga e/ou dos rins geralmente
secundária á invasão e multiplicação de microrganismos, na maioria das vezes
apresentando uma etiologia bacteriana, fúngica e até mesmo por protozoários, sendo
esses dois últimos não tão frequentes. (COSTA, 2010).
Conforme Tavares et al. (2016) define a ITU como a invasão e proliferação de
microrganismos patógenos nas vias e aparelhos urinários, igual ou acima de 100.000
UFC/ml, podendo apoderar-se dos rins, bexiga e uretra. Frequentemente os agentes
contaminantes são os que estão presentes no trato intestinal, tendo em vista como os
principais: Escherichia coli, Proteus sp., Klebsiella sp., Enterobacter sp.,
Staphylococcus saprophyticus, Enterococcus sp.
Há casos de infecção urinária por fungos e vírus, porém a incidência por esses
agentes é bem menor. Pacientes acometidos por fungos normalmente são
imunossuprimidos e indivíduos portadores da Síndrome da Imunodeficiência, ou seja,
pacientes com o comprometimento do sistema imunológico; e sua a incidência por
infecção viral é baixa (VIEIRA, 2003).
A ITU varia conforme a localização anatômica e suas características
sintomáticas:
a) Cistite: ou infecção do trato urinário "baixo", obtém esse nome pois a
manifestação infecciosa ocorre diretamente na bexiga, caracterizada pelos
sintomas, frequência e urgência miccional; disúria (desconforto ou dor ao
urinar); dor ventral; calafrios, dor lombar e mal-estar.

Figure 6 -
Representação da parede de
uma bexiga normal e
uma com a
inflamação, cistite.
25

Fonte:Educamaisbrasil, 2023
b) Pielonefrite aguda: popularmente chamada de infecção do trato urinário "alto",
infecção ou inflamação dos rins, a pielonefrite normalmente é a evolução de
uma cistite assintomática ou recorrente, denominada como a via ascendente da
pielonefrite pois as bactérias presentes na bexiga chegam aos rins pela via
hematogênica, nesse caso existe uma infecção já existente em outra parte do
corpo e com a chegada ao sistema urinário, acaba assim por alojar-se nos rins.
Sintomas comuns: em grande parte são semelhantes á cistite, acompanhados de
febre; toxemia, intoxicação do acúmulo excessivo de toxinas endógenas ou
exógenas no sangue e insuficiência dos órgãos excretores.

Figure 7 - Ilustração de um rim saudável e um com pielonefrite e suas complicações fisiológicas.

Fonte: Hospital de Loule, 2023.

3.1Patógenos
Diante de várias pesquisas e observações de autores pertinentes ao assunto que
afirmam unanimente, que o agente etiológico que mais provoca a ITU na população em
questão é a Escherichia coli, seguido de Staphylococcus saprophyticus, espécies de
Proteus e de Klebsiella e o Enterococcus faecalis. De acordo com a Sociedade
Brasileira de Infectologia e Sociedade de Urologia, 2004, a E. coli é responsável por
70% a 85% das infecções do trato urinário quando adquiridas em comunidade e por
50% a 60% em pacientes idosos admitidos em instituições. Porém a ITU adquiridas em
26

hospitais, em pacientes internados, os patógenos já são diversificados, predominando a


enterobactérias tendo uma queda na E. coli (mesmo sendo corriqueiramente como a
primeira causa), e um crescimento de Proteus sp., Pseudomanas aeruginosa, Klebisiella
sp., Enterobacter sp., Enterococcus faecalis e de fungos. A figura 9 é uma ampliação
microscópica da Escherichia coli 10000 vezes.

Figure 8 - Escherichia coli no microscópio, ampliada 10.000 vezes.

Fonte: PubMed, 2005.

Ressaltando a respeito do patógeno E. coli, o mais evidente nas infecções, este


agente pertence a microbiota normal do intestino humano podendo contaminar,
colonizar e posteriormente provocar infecções extra intestinais, sendo o principal
patógeno de septicemias, meningites e infecções do trato urinário. (SILVA et al., 2008).
E. coli, Proteus spp. e Klebsiella spp. são membros da família Enterobacteriaceae.
Tratam-se de bacilos gram-negativos anaeróbicos facultativos, não álcool-ácido-
resistentes e não formadores de esporos, habitantes naturais do trato intestinal de
mamíferos. A família Enterobacteriaceae tem 28 gêneros, com mais de 100 espécies
bem definidas. (GREENE et al., 2015).
Existem diversos modos para que o patógeno possa atingir o trato urinário e
provocar a ITU, vindo a ser: por via ascendente, na qual ocorre por meio da uretra –
bexiga- ureter e o rim; esse é o meio de acesso mais frequente principalmente em
mulheres e pacientes submetidos à instrumentação do trato urinário. A via hematogênica
acontece por conta da grande vascularização do rim sendo capaz diante de uma infecção
sistêmica ser consideravelmente comprometida. Sendo os microrganismos que mais se
beneficiam dessa via: Staphylococcus aureus e Mycobacterium tuberculosis. E por fim
a via linfática, onde o microrganismo atinge o rim pelas conexões linfáticas entre o
intestino e o rim ou entre o trato urinário inferior e superior, sendo menos frequente no
último caso. (MARTINO et al., 2013).
27

As manifestações clínicas e os patógenos mais frequentes são associados de


acordo com o seu tipo de ITU sendo as principais infecções: A Cistite (Trato Urinário
Baixo) que é o ingresso de microrganismo na bexiga, apresentando os seguintes quadros
clínicos: disúria, aumento da frequência urinária, urgência miccional, polaciúria e dor
supra púbica. (PAGNONCELI et al., 2016) Seus principais agentes etiológicos são:
Eschirichia coli, outros Gram negativos S. saprophyticus, Enterococcus spp e em seu
diagnóstico vê-se ≥ 105* UFC/ml (Unidade Formadora de Colônia). (MARTINO et al.,
2013). Complementando com Hooton (2000), a característica da cistite está confinada
ao uroepitélio da bexiga sem que haja envolvimento do parênquima renal, estando
raramente associada a complicações a longo prazo. Os dados do gráfico 1 mostram a
prevalência do patógeno E. coli no diagnostico de uroculturas de ITU.

Gráfico 1: Frequência de microrganismos isolados em urocultura.

Fonte: OLIVEIRA et al., 2021.


Já a Pielonefrite (Trato Urinário Alto) é a entrada de agentes etiológicos no rim,
tendo como manifestações clinicas na Aguda: febre, náuseas, vômito e dor nos flancos e
na Crônica: podendo até mesmo ser assintomática. Seus principais agentes são
Enterobactérias como E. coli e outros Gram negativo, Enterococcus spp.,
Staphylococcus aureus. Em seu diagnóstico vê-se ≥105* UFC/ml. (MARTINO et al.,
2013). Segundo, Rodrigues et al. (2010), “Na Pielonefrite, seu acometimento renal pela
infecção, é uma entidade mais grave que, geralmente, acomete indivíduos
28

sistematicamente. E que de acordo com, Hooton (2000), essa inflamação estende-se aos
ureteres, à pélvis e aos parênquimas renais, podendo determinar lesões permanente
como por exemplo a designada cicatriz renal pielonofrítica acarretando em alguns casos
o surgimento de hipertensão arterial alta ou também insuficiência renal crônica.
A Uretrite é uma infecção que acomete a uretra, ou seja, os ductos que
conduzem a urina para fora do corpo. Ela tem como manifestações clínicas: disúria,
aumento da frequência urinária e corrimento uretral. Seus principais patógenos e
diagnósticos são: Chlamydia trachomatis (diagnóstico por métodos moleculares),
Mycoplasma hominis (Secreção uretral semeada em meios de cultura específicos),
Ureaplasma urealyticum (Secreção uretral semeada em meios de cultura específicos),
Neisseria gonorrhoeae (cresce em ACH e TM), Trichomonas vaginalis (exame direto
de urina de primeirojato) e Candida albicans e spp (podem crescer no Ágar sangue,
CLED ou meio cromogênico). (MARTINO et al., 2013)
Por fim bacteriúria assintomática que tem como característica presença de
bactéria na urina, mas com ausência de sintomas e com urocultura positiva, elas são
muito recorrentes em mulheres e população idosa feminina. (COURA et al., 2013) E
tem como presença no mínimo 105 colônias/ ml da mesma bactéria em pelo menos em
duas amostras de urina. (LOPES et al., 2005). A piúria é a presença de glóbulos
brancos na urina que geralmente indica uma resposta inflamatória do urotélio a um
processo infeccioso (GRABE, 2008) No quadro 1 é possível observar cada ITU e suas
complicações de acordo com o seu quadro clinico na mulher.

Quadro 1: Classificação de ITU na mulher, de acordo com a apresentação clínica.


29

Fonte: Grabe et al. e Rolo et al., 2008.


3.2 Tipos de diagnósticos
Para o diagnóstico de ITU existe todo um trajeto a ser percorrido de forma bem
elaborativa e atenta. Pois ela pode ser confundida com outros tipos de patologias que
podem vir a ter os mesmos sintomas. Então se tem como primeiro diagnóstico simples,
mas não menos importante, o clínico, por meio da anamnese e de acordo com as
manifestações desse paciente juntamente com os aspectos físicos de sua urina tentará
traçar um diagnóstico suspeito dessa ITU. (LOPES et al., 2005)
A “Sociedade de Infectologia e Sociedade Brasileira de Urologia” (2005),
aponta os principais diagnósticos laboratoriais de acordo com sua importância e
relevância para se traçar um tratamento adequado a esse paciente:

a. Exame de urina I com sedimento urinário. Este exame irá fornecer, quando associado
à anamnese e ao quadro clínico, os dados que praticamente confirmam o diagnóstico
de ITU: presença de piúria (leucocitúria), de hematúria e de bacteriúria. Os valores
encontrados são, habitualmente, proporcionais à intensidade da infecção. (SBISBU
et al., 2005)
A amostra de urina obtida deve ser constituída pelo jato médio ou
referencialmente, a primeira urina do dia ou pelo menos, amostra de urina com intervalo
mínimo de duas horas após a última micção, período correspondente à latência para o
crescimento bacteriano. (RODRIGUES et al., 2010)

Figure 9 - Exame de urina - elementos e sedimentos anormais (EAS).

Fonte: ABCMED et al., 2023.

b. Urocultura. A cultura de urina quantitativa, avaliada em amostra de urina colhida


assepticamente, jato médio, poderá fornecer, na maioria dos casos, o agente etiológico
30

causador da infecção e trazer subsídio para a conduta terapêutica. Sua importância


crescerá quando, diante de falha da terapia empírica, possibilitará a realização do teste
de sensibilidade in vitro (antibiograma), que orientará uma nova conduta terapêutica.
(RODRIGUES et al., 2010).
Figure 10 - Placa de petri para exame de urocultura.

Fonte: Blog| PAT Análises Clínicas et al., 2023.


c. Teste de sensibilidade in vitro a antimicrobianos (TSA). O antibiograma, como é
habitualmente chamado, é complementar á cultura de urina. Esse exame se faz mais
necessário nas pielonefrites e nas infecções urinárias hospitalares. Igualmente sua
importância cresce nas cistites complicadas, quando o risco de insucesso da terapia empírica
aumenta. O antibiograma fornecerá os antimicrobianos potencialmente úteis a serem
prescritos. (AMBCFM et al., 2004)

Figure 11 – Antibiograma.

Fonte: Cartão Medcar, 2023.


31

4 INDICADORES E RECORRÊNCIA NA MULHER

É de caráter comum que a mulher é o sexo mais acometido pelas ITU’s, como é
possível observar no gráfico 2, com exceção no primeiro ano de vida, quando é mais
recorrente em meninos devido a colonização do prepúcio. (NETO, 2003). Entre
meninas, em idade escolar, há um aumento considerável entre 1 a 3 % de ocorrência,
mas a incidência acentuada é com o início da atividade sexual na adolescência, e isso
cada vez mais vem acontecendo de forma muito mais precoce. Já na mulher adulta essa
incidência e prevalência da bacteriúria está relacionado a idade, o ritmo da atividade
sexual e à forma contracepção (contraceptivos) usada. Entre 20 % das mulheres,
apresentam pelo menos um episódio de ITU na vida, que em sua grande parte,
clinicamente, apresenta-se como Cistite. Em torno de 1% das mulheres entre as faixas
etárias de 15 e 24 anos de idade apresentam uma bacteriúria assintomática. (STAM,
2001)

Gráfico 2: Relação de prevalência de ITU entre os sexos - Feminino e Masculino.

Fonte: OLIVEIRA et al., 2023.

As ITU’s na população feminina apresentam vários fatores de riscos e causas.


De acordo com Vetore, et al. (2013) o trato urinário por si só já é estéril, ou seja,uma
resistência a colonização de patógenos mesmo apresentando um contato com a uretra
distal e com bactérias expostas externamente à região genital da mulher. Um dos
mecanismos de defesa do sistema urinário é a micção pois ela elimina, do trato urinário,
bactérias circunvizinhas da região genital; assim a região interna da uretra entre em
contato com essas bactérias desencadeando assim uma infecção. Borges et al. (2014)
aponta que por questões anatômicas, devido a uretra feminina ser mais próxima do ânus,
região perianal, isso favorece para que esses patógenos, no caso a de maior prevalência
32

a E. coli, migrem para a região intima da mulher provocando o aparecimento das


infecções.
Salienta-se que devido o comprimento da uretra da mulher ser menor comparado
ao sexo oposto, isso também é um preponderante vantajoso para a população
microbiológica patogênica, em razão disso os cateteres vesicais manuseado de forma
incorreta na sondagem pode corroborar para o surgimento de ITU (BARROS et al.,
2013). Segundo Izaias et al. (2014), o uso repetido dos cateteres ou prolongado
favorece a colonização desses microrganismos, como também a introdução desse cateter
à uretra já contaminado por uma má manipulação e assepsia na introdução do mesmo ao
paciente.

Quadro 2: Quadro demonstrativo dos índices em percentual, adaptada.

Fonte: Pereira, 2023.


De acordo com Nascimento et al. (2015), a higiene íntima feminina também é
um importante desencadeador para as infecções urinárias, a genitália da mulher
necessita ser higienizada diariamente e de preferência com o auxílio de um sabonete
íntimo, entretanto o uso do mesmo deve ser moderado, pois a utilização excessiva pode
desequilibrar o pH da vagina e comprometer a microbiota vaginal, proteção bacteriana
benéfica. No entanto a falta de higiene ou a má limpeza, pode levar a fortes odores,
corrimento, coceira e até mesmo o descontrole da flora genital da mulher, favorecendo
assim a proliferação de bactérias e fungos, e o mais agravante a infecção urinária.
33

Segundo Santos et al. (2019), a Candida Albicans é um exemplo de fungo que se


encontra na microbiota humana e são oportunistas quando o hospedeiro favorece a sua
proliferação desgovernada contribuindo para uma infecção urinária. Devido a isso
Borges et al. (2014) recomenda à mulher higienizar-se mais de uma vez ao dia e fazer
uso de roupa intima devidamente higienizada, evitar roupas muito apertadas em uso
prolongado, como exemplo calças jeans ou legging, e roupas intimas de material
sintético. Pois com a elevação da temperatura da região intima da mulher, ocorre um
desequilíbrio do ecossistema vaginal por substituição da microbiota lactobacilar normal
por concentrações relativamente grandes de outras bactérias, principalmente anaeróbias,
desencadeando um fenômeno chamado de vaginose bacteriana. (CONSOLARO et al.,
2012).
O sexo feminino tem 50 vezes mais chances de contrair uma infecção urinária
em relação ao masculino, esse fato está diretamente ligado a fatores genéticos,
comportamentais e o principal, o fator estrutural. Segundo Mariana et al. (2014), uma
mulher sexualmente ativa, de vários parceiros, e em contribuição com o uso de
espermicidas ou diafragma, poderá ocasionar eventualmente irritação vaginal. Todos
esses são contribuintes nos fatores de risco para o desenvolvimento em infecções
urinárias recorrentes.
Ademais, as práticas sexuais também são um contribuinte para às ITU’s pois
Castro et al. (2013) observa que a relação entre a prática sexual e a Cistite Aguda
(conhecida como “cistite da lua de mel”) em decorrência da bacteriúria pós-coito, está
bem estabelecida. Outro artigo reforça que metade das pessoas que já fizeram sexo sem
preservativo contraíram ITU, a prática anal é a que mais está relacionada as infecções,
porém há uma taxa significativa de infecções no trato urinário em pessoas que fizeram
sexo vaginal e oral sem preservativo. (PAULA et al., 2016)
Os contraceptivos vaginais juntamente com o diafragma, levam a alteração do
pH e da flora vaginal, disseminando os lactobacilos, principais reguladores da
microbiota urogenital que mantém a acidez do local, dificultando a ascensão de
bactérias colonizadoras. Outro fator de risco relacionado à mulher sexualmente ativa é a
própria penetração, pois no início da atividade sexual sem preservativo levam uma
imensidão de bactérias ao trato urinário. A micção pós- coito pode diminuir a chance da
infecção. (SCHOR et al., 2003).
Segundo Apolinário et al. (2016) a resistência a antibióticos é um grande mal
para a persistência de uma ITU, ao uso indiscriminado e indevido por parte do paciente
34

a doses errôneas e frequentes acarretando assim a bactérias resistentes. Como também


uma prescrição inadequada de antibióticos pela classe médica. Pois o necessário e
indispensável seria a análise por meio de exames como urocultura com antibiograma
para determinar, de forma mais específica, a bactéria causadora da infecção.
Quanto à população de gestantes, a mulher durante esse período apresenta
fatores mecânicos e hormonais que colaboram para as modificações do trato urinário
fazendo com que se tornem mais susceptíveis à forma sintomática das infecções, onde
antes essas mulheres predispunham de uma bacteriúricas assintomática passando
apresentar sintomas no período gestacional, dando a impressão que a gravidez é um
fator predisponente para a ITU. (DUARTE et al., 2008).
De acordo com Rodrigues et al. (2010) no período gestacional, o sistema coletor
renal e os ureteres apresentam sua anatomia mais dilatada e assim influenciam,
significativamente, na diminuição da capacidade de peristalse uretral com a influência
da progesterona, mas principalmente pela compressão uretral pelo útero gravítico. E
isso acaba contribuindo para o aumento do débito urinário. Nesse período a urina da
mulher gravida apresenta um pH mais alcalino e isso acaba cooperando para o aumento
de bactérias presente no trato urinário. (DUARTE et al., 2008).
De acordo com Onuoha et al. (2014) os motivos pelos quais as gestantes serem
a mais acometidas pela ITU está associado com: baixo nível socioeconômico, baixa
escolaridade, pouca higiene e nutrição. E segundo Duarte et al. (2002), reforça que a
incidência de bacteriúria assintomática é de 10% entre as gestantes tendo o seu início
por volta do 3° trimestre de gestação. E que entre 25 a 57% dessas bacteriúrias não
tratadas podem evoluir para uma infecção sintomática, inclusive a pielonefrite. Já para
Vettore, et al (2014) a infecção urinária em gestantes no Brasil está em torno de 40%.
A diabete mellitus é uma doença metabólica que pode provocar vários danos a
longo prazo e perda de função de vários órgãos, como os rins, além de vasos sanguíneos
e entre outros. Ela pode levar a quadro de infecções do trato urinário, hipertensão,
anormalidade do metabolismo das lipoproteínas, retinopatias com perda de visão ou
mesmo insuficiência renal. A mulher diabética é a mais acometida por cistite bacteriana.
(FERREIRA et al., 2016). Porém Hilberg (2003), afirma que não há evidências de que a
frequência de ITU sintomática tenha maior prevalência nos diabéticos quando se
comparado com pessoas saudáveis do mesmo sexo e faixa etária.
Conforme Boyko et al. (2005) explanou que diabéticos são mais inclinados à
ITU por microorganismos incomuns, toda via encontrou-se uropatógenos comuns, os
35

mais achados, concluindo que não há diferença com as vias de infecção urinária entre
diabéticos ou não diabéticos, sendo a via ascendente.
A menopausa, período de falência ovariana definitiva, os hormônios são
diminuídos, e vários outros sintomas aparecem. Nessa fase o hormônio protetor
urogenital diminui em níveis consideráveis, o estrogênio, e consequentemente várias
doenças e infecções favorecem desse período. Ocorre a atrofia epitelial e subepitelial e a
degeneração do tecido conjuntivo, com essa atrofia a mucosa vaginal afina e perde suas
células, em consequência a produção de glicogênio também diminui e o pH se
alcaliniza, tornando mais suscetível a bactérias, desencadeando a infecção urinária e até
mesmo de repetição. Nesse caso de hipoestrogenismo a medida profilática possível é
fazer a Terapia de reposição, e repor os níveis hormonais, evitando o aparecimento de
ITU ou a sua repetição. (LINS, 2020; CAVADAS, 2010)

Gráfico 3: Níveis hormonais em relação a idade da mulher.

Fonte:
Vitallogy, 2020.

Na
população idosa
feminina a ITU se
apresenta bem
recorrente nessa
faixa etária
devido ao acúmulo de predisposições já existente como por exemplo: a menopausa,
alterações anatômicas funcionais da bexiga relacionadas ou não à multiparidade, como
cistocele, etc., acumulo de infecções recorrentes, que acabam contribuindo para um
aumento de recorrências de ITU na mulher idosa. (SCHOR et al., 2003)
A obstrução do trato urinário em qualquer nível, é um importante fator para a
estase urinaria condicionando para a proliferação bacteriana, a própria distensão vesical
reduz a capacidade bactericida da mucosa. (GRABE et al., 2008) Tem-se também a
eliminação disfuncional, sendo uma micção anormal, apresentado quadros como
36

incontinência urinaria e manobras de retenção. É um mecanismo como uma anomalia da


função dos músculos da pelve, bexiga e/ou esfíncter. (SHAIK, 2008)

Figure 12 - Obstrução do trato urinário.

Fonte: Berkow, 2023.

4.1 A influência da vaginose bacteriana às infecções do trato urinário na mulher


As ITU’s podem ser causadas por uma grande variedade de patógenos, porém
existem outros patógenos que necessitam de protocolos distintos para o seu isolamento,
dificultando assim o seu diagnostico etiológico. E o qual se tem maior destaque, dentre
eles, é a Gardnerella vaginalis que está associada principalmente à vaginose bacteriana.
A G. vaginallis é uma bactéria anaeróbia facultativa, imóvel, observada sob a forma de
cocobacilos Gram-variáveis. (SILVEIRA et al., 2010)
A microbiota vaginal normal de uma mulher em idade reprodutiva é composta
predominantemente por bactérias do gênero Lactobacillus spp – Gram positivo. Pois
eles metabolizam o glicogênio das células epiteliais vaginais que por seguinte produzem
o polissacarídeo em resposta ao hormônio estrogênio. Sua metabolização também gera
ácido lático, que auxilia na manutenção do pH (3,8 a 4,5) ácido vaginal. (BOSKEY et
al., 2001)
Vaginose Bacteriana nada mais é do que uma desordem vaginal, ou seja, um
desequilíbrio dessa flora vaginal que se caracteriza pela substituição da flora da
microbiota dominada por Lactobacillus por bactérias anaeróbias e facultativas. Esse
desequilíbrio é uma alteração à resposta imune local, tornando o meio vaginal
37

imunossuprimido, ou seja, mais susceptíveis a outros agentes infecciosos.


(NASIOUDIS et al., 2017) Seus sintomas são corrimento de intensidade variável, mas
na sua maior parte de cor acinzentada, acompanhado de odor vaginal fétido (odor de
peixe) e isso se agrava com a prática sexual desprotegida e durante a menstruação.
(LINHARES et al., 2018)
A condição clínica para a infecção do trato urinário na mulher pode ter relação
evidente com a vaginose bacteriana, a patogenicidade da G. vaginalis no trato urinário
já foi sugerido por vários pesquisadores. (SILVEIRA et al., 2010) Segundo Fairley et
al. (1983) demonstra “que a bactéria pode aderir ao epitélio escamoso da bexiga em
pacientes com cistite”.
Em 1991 realizou-se um estudo onde observou a sobrevivência da G. vaginalis
na urina testando a sua resistência a temperatura e pH da urina. Após os resultados, os
pesquisadores, inferiram que a presença de G. vaginalis na urina é um fenômeno
complexo, por conta do pH ácido e temperatura de 37°c serem considerados
adstringente para o patógeno. (LAM et al., 1988)
Apesar de não ter elucidado a relação entre as alterações da microbiota vaginal e
as ITU’s, mesmo assim através de poucos estudos é possível inferir que mulheres com
vaginose bacteriana tem maior risco de desenvolver ITU em comparação com aquelas
que apresentam uma microbiota vaginal normal. (HARMANLI et al., 2000; HOOTON
et al., 1989; SUMATI; SARITHA, 2009). De acordo com Gonzaléz et al. (2015) a
ocorrência de ITU nas gestantes também é ocasionada por quem já apresenta uma VB se
comparado a gestante com a microbiota vaginal normal. E em seu estudo o autor
salienta que quanto maior for a quantidade de Lactobacillus vaginais, menor será as
chances de desenvolver uma ITU e isso acaba manifestando o caráter protetor da
microbiota vaginal contra infecções geniturinárias. Segundo Uysal et al. (2012),
observou que há uma incidência de ITU’s nas mulheres entre a faixa etária de 40 e 56
anos de idade em que suas microbiotas se encontram alteradas se comparado com a
mulheres na mesma faixa etária, mas com a microbiota normal.
Há artigos também que analisaram a relação de uma ITU recorrente com a
alteração da microbiota vaginal. Em estudos feitos por populações de mulheres em
idade reprodutiva e no período pré e pós -menopausa os resultados corroboraram com
os achados, mostrando que mulheres com ITU recorrente apresentavam corrimento
vaginal anormal – sinais clínicos de uma microbiota alterada – se comparado ao grupo
controle. (KIRJAVAINEN et al., 2009; MISHRA et al., 2016)
38

Segundo estudo realizado com 174 mulheres, com corrimento vaginal, suspeita
de vaginose bacteriana, algumas gestantes e mulheres na menopausa. Grande parte
dessa população estudada (percentual de 68,39%), através de questionários
demográficos, histórico familiar, coleta de secreção vaginal, análise de cor e odor dos
corrimentos, e outros exames laboratorial específico, positivaram para vaginose
bacteriana, 58 mulheres estavam com infecção urinária assintomática. O estudo conclui
que as mulheres com VB possuem um risco aumentado de contrair infecção urinária, de
acordo com os cálculos uma chance de 13,75 vezes maior em comparação às mulheres
sem vaginose bacteriana. SUMATI; SARITHA, 2009).
Santos et al. (2018), ressalta que nas infecções genitais, o quadro clínico do
paciente difere-se da ITU, sendo: corrimento amarelado ou branco com a presença de
odor fétido, corrimento bolhoso, verrugas na parte íntima, coceira, feridas vaginais, em
alguns casos e de acordo com o agente infeccioso os sintomas variam. Nas ITU o
principal sinal é a disúria, sensação de queimação ao urinar.

Tabela 1: Principais sinais/sintomas de gestantes portadoras de infecções do trato urinário e infecção.


genital

Fonte: Santos et al., 2018.

A Tabela 1, apresenta relatos de mulheres gestantes com infecção genital e


outras com infecções do trato urinário, o maior ofensor da tabela em relação os sinais e
sintomas clínicos são disúria para Itu e corrimento amarelo com odor fétido para as
infecções genitais, esses relatos são de 240 gestantes sintomáticas, atendidas em
unidades básicas de saúde distribuídas pelo território de Cascavel, Paraná. (SANTOS et
al., 2018).
39

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A infecção do trato urinário é uma patologia comum e de grande acometimento,


sendo em homens, mulheres, crianças e idosos. Entretanto as mulheres são o grupo de
mais prevalência pela anatomia propiciar a ascensão das bactérias, do ânus a uretra
feminina pela proximidade. Fatores como assepsia inadequada, gestação, menopausa e
vários parceiros sexuais, são também indicadores para o aparecimento de infecção nas
mulheres.
A Escherichia coli é o agente etiológico predominante nas ITU’s, por ser um
microrganismo natural da flora intestinal, seguida de Proteus mirabilis e Klebsiella
pneumoniae.
O método mais assertivo para investigação do agente causador é a urocultura,
procedimento de cultura da urina em placa de Petri, incubação da placa e crescimento
microbiano, outro exame feito em paralelo é o antibiograma, utilizado para saber a
sensibilidade do agente aos antibióticos, um dos fatores principais para a não
recorrência da infecção, se utilizado corretamente.
As causas dessa doença no sexo feminino são bem amplas, as mulheres na
menopausa têm os hormônios diminuídos juntamente com o pH vaginal, o que facilita a
proliferação de bactérias e sua colonização; a gestação também favorece as infecções,
pelas modificações anatômicas. Vida sexual ativa sem preservativo, limpeza inadequada
ou falta de assepsia, uso de ducha íntima, roupas íntimas molhadas ou úmidas, todos
esses pontos ressaltados são questões que facilitam a entrada ou a proliferação de
agentes causadores de infecção, regiões quentes e úmidas são ambientes propício para
crescimento bacterianos e fúngico.
É de total importância de todos e principalmente da mulher saber dessas
informações, para prevenção e procura adequada de ajuda médica, a recorrência as
infecções não é normal e precisa ser investigadas as suas causas.
É de grande importância a comunicação e informação sobre a higiene íntima,
tanto para homens como para mulheres, esse tabu necessita ser abolido. Conversas
casuais entre amigas, mães e familiares sobre esse assunto também é uma alternativa
40

para a disseminação dos conhecimentos da patologia e os seus riscos. Além disso a


frequência na rotina ginecológica evita a recorrência das infecções vaginais e urinárias.
Observou-se que a questão socioeconômica e nível escolar contribui para a
expansão do problema na mulher. Pois em famílias com uma condição econômica
desfavorável e baixo grau de escolaridade, como por exemplo em regiões remotas do
país, a ITU acaba sendo mais frequente.
Diante disso acredita-se que assim como em campanhas de combate ao câncer de
mama, será de grande valia ter campanhas voltadas para os problemas urinários, sendo
inflamações, infecções e seus agravantes, por ser uma realidade muito recorrente e que
exige custos elevados anualmente com tratamentos. Campanhas de esclarecimentos e
divulgação acentuada por vários meios de comunicação para alcançar todos os níveis
socioeconômico, é uma grande alternativa a se considerar. A divulgação em escolas,
universidades, também é uma opção para o combate da patologia em questão.
É possível inferir que diante dessas medidas de prevenção, o problema de
infecção urinária na mulher diminuirá.
41

REFERÊNCIAS

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