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organizadoras
Jeane Ap. R. de Godoy Rosin
Norma Regina Truppel Constantino
Sandra Medina Benini
cidade,
resiliência e
meio ambiente
1ª Edição
ANAP
Tupã/SP
2018
2
EDITORA ANAP
Associação Amigos da Natureza da Alta Paulista
Pessoa de Direito Privado Sem Fins Lucrativos, fundada em 14 de setembro de 2003.
Rua Bolívia, nº 88, Jardim América, Cidade de Tupã, São Paulo. CEP 17.605-310.
Contato: (14) 99808-5947
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Ficha Catalográfica
ISBN 978-85-68242-69-8
CDD: 710
CDU: 710/49
CONSELHO EDITORIAL
ORGANIZADORAS DA OBRA
SUMÁRIO
PREFÁCIO .......................................................................................... 07
Antonio Busnardo Filho
Antonio Soukef Júnior
Capítulo 1 ......................................................................................... 09
Capítulo 2 ......................................................................................... 23
Capítulo 3 ......................................................................................... 43
Capítulo 4 ......................................................................................... 69
Capítulo 5 ........................................................................................ 87
PREFÁCIO
1
Doutor em Educação (FE-USP), formado em Arquitetura e Urbanismo, professor do UNIVAG -
Centro Universitário de Várzea Grande-MT.
2 Doutor em Estruturas Ambientais (FAU-USP), formado em Arquitetura e Urbanismo, professor
Capítulo 1
Cidade, Resiliência e Meio Ambiente - 9
3
Doutora em Física Ambiental, professora do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT), campus
Octayde Jorge da Silva, e-mail: angela.oliveira@cba.ifmt.edu.br
4 Doutorando em Urbanismo, mestre em Saúde Coletiva, professor do Instituto Federal de São
4 VULNERABILIDADE SOCIAL
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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da qualidade de vida? Ciência & Saúde Coletiva, v. 5, n. 1, p. 53-62, 2000.
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Pública, v. 36, n. 5, p. 638-646, 2000.
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BONETI, L. W. Políticas públicas por dentro. 2. ed. Ijuí: Ed. Unijuí, 2007.
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177, 2000.
BUSS, P. M. Uma introdução ao conceito de promoção da saúde. In: CZERESNIA, D.; FREITAS, C.
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38.
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Capítulo 2
A METRÓPOLE EM PEDAÇOS:
A FRAGMENTAÇÃO E OS PADRÕES DE CONURBAÇÃO DA
REGIÃO METROPOLITANA DE GOIÂNIA5
Observatório das Metrópoles (GARSON; RIBEIRO; RODRIGUES, 2010). Segundo esse relatório,
“Algumas RMs contam ainda com colares metropolitanos, áreas de expansão metropolitana e
entorno metropolitano definidos em lei. No caso das RIDEs, vale lembrar ainda, que na sua
composição inclui municípios de diferentes unidades de federação. As 38 RMs/RIDEs comportam
444 municípios e estão distribuídas por 22 unidades da federação nas cinco grandes regiões”
(GARSON; RIBEIRO; RODRIGUES, 2010, p. 2).
24
regiões metropolitanas no Brasil seguia uma lógica mundial que ocorria nos
países desenvolvidos, e que no Brasil foram reconhecidas pelo seguinte
conceito:
8As primeiras RMs foram: Belém, Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Rio de
Janeiro e São Paulo.
Cidade, Resiliência e Meio Ambiente - 25
9
Souza (2003) trata a conurbação de forma pragmática, não considerando o conceito de Gedds
(1994), que a classifica como qualquer forma de integração e polarização de uma cidade a outra,
sendo assim uma cidade-região ou metrópole, não necessariamente sendo rígida a necessidade
de encontro morfológico das cidades. Ou seja, conurbação não é somente um termo, e sim um
conceito. Com relação a esse assunto, Beaujeu-Garnier (1980, p. 135) diferencia conurbação de
aglomerado urbano, definindo a aglomeração como “a forma mais simples de desenvolvimento
urbano; define-se classicamente como uma cidade envolta por arredores; quer dizer que, neste
caso, é monocêntrica”. Já a “conurbação é uma aglomeração com várias cabeças. Nela,
numerosos problemas têm de ser tratados em comum” (p. 136).
26
todavia não o obedece. Temos hoje uma Goiânia articulada aos eixos
de transformação do mundo, da Região Centro-Oeste e do estado de
Goiás, sem perder a sua genealogia, mas nunca presa a ela. [...] Goiânia
metropoliza-se conservando, todavia, traços e signos da tradição
agrária do estado de Goiás. Isso lhe dá a sua especificidade.
(CHAVEIRO, 2004, p. 140).
a centralidade metropolitana.
De forma objetiva, na RMG se desenvolveram quatro estágios
diferenciados de conurbação: a conurbação Aparecida de Goiânia com
Goiânia; depois a conurbação Trindade/Goianira com Goiânia; em seguida, a
conurbação Senador Canedo com Goiânia; e, por último, o estágio inicial da
conurbação Aragoiânia/Hidrolândia com Aparecida de Goiânia.
Região
Nome da Quais cidades
que se Principais características
conurbação conurbam-se
conurba
REFERENCIAL
BOGGIONE, G. de A.; FERREIRA, N. C.; SILVA, W. V. da. Análise de vetores de crescimento para a
quantificação das transformações urbanas no município de Goiânia. XII SIMPÓSIO BRASILEIRO
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In: RIBEIRO, L. C. de Q. (org.). O futuro das metrópoles: desigualdades e governabilidade. Rio de
Janeiro: Revan: FASE, 2000. p. 505-524.
Capítulo 3
Adilson Macedo10
1 INTRODUÇÃO
11
O DOTP (TOD, Transit Oriented Development) é um processo de planejar a região e áreas
urbanas desenvolvido nos Estados Unidos da América sob a égide do Smart Growth. O PDE/SP
2014 de qualquer maneira foi um passo fundamental no sentido de considerar questões locais.
50
casas; eles estão intercalados com lotes grandes que serviram para indústrias
e hoje são condomínios residenciais. Do outro lado da rua, a maioria dos
terrenos de origem industrial foi ocupada por prédios residenciais, em
condomínios de um ou mais prédios de até trinta pavimentos.
12Foi apresentado apenas o diagrama de Farr, por ser o final de uma sequência de proposições:
Perry, Duany, Farr, onde o desenho de 1929 vai sendo aprimorado até incorporar os requisitos
da sustentabilidade.
Cidade, Resiliência e Meio Ambiente - 57
apesar que em São Paulo 80 ha poderá ser a superfície de apenas uma parte
do bairro. Nesta cidade há bairros grandes e, às vezes, na prática, confunde-
se o bairro com um distrito ou subdistrito (termos utilizados pela
administração municipal)13. No entanto, mesmo sem poder precisar
exatamente limites, as pessoas falam carinhosamente do bairro onde moram,
donde se conclui que a dimensão do bairro não importa muito e sim a
apreensão que se tem de lugares distintos dentro dele. Tanto o conceito de
neighborhood unit, ilustrado pelo diagrama de Farr (para uma área
desocupada), quanto certos conjuntos de áreas de vizinhança existentes em
São Paulo poderiam ser traduzidos por bairro, sem limites rígidos. Desta
maneira, o bairro pode ser entendido no sentido do conjunto de lugares que
as pessoas sentem o relacionamento com vizinhos e o palco de suas
atividades cotidianas (levar criança na escola, fazer compras...).
5 AS PARTES DO BAIRRO
13O termo adotado pelo GPAC, áreas de vizinhança – AV – foi cunhado para se diferenciar de
unidade de vizinhança utilizado no Urbanismo Moderno (Brasília e Chandhigarh).
58
14
Dados da Lei Federal 6.766, para loteamentos em espaços desocupados, adaptada para o
município de São Paulo e utilizada apenas como uma referência geral.
Cidade, Resiliência e Meio Ambiente - 59
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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Press, 2015.
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2016.
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Gustavo Gili, 2015.
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Paulo. Revista de Morfologia Urbana, Portugal, p. 85-105, 2016.
______. Tecido urbano do distrito da Mooca: um estudo de tipos. PNUM 2016, Anais... p. 689-
702. Guimarães, Portugal. 2016.
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interdisciplinar da cidade contemporânea. Tupã: ANAP, 2016.
OLIVEIRA, Vitor. Urban morphology, an introduction to the study of the physical form of cities.
Porto/Portugal: Springer, 2016.
PERRY, C. The neighborhood unit. In: Plan of New York and environs 1929. Londres:
Routledge/Thoemmes, 1998. p. 25-44.
NOTA
Capítulo 4
Clarisse Linke16
Daniel Oberling17
João Pedro M. Rocha18
1 INTRODUÇÃO
16
Mestre em Políticas Sociais, ONGs e Desenvolvimento pela London School of Economics and
Political Science, diretora executiva do Instituto de Política de Transporte e Desenvolvimento –
ITDP, e-mail: clarisse.linke@itdp.org
17 Doutor em Planejamento Energético, área de concentração Planejamento Ambiental, pelo
19
Disponível em: http://www.climatempo.com.br/noticias/312625/volume-passa-de-600mm-
em-salvador/. Acesso em 04 jan. 2018.
20 Disponível em: <http://www.inmet.gov.br/portal/index.php?r=bdmep/bdmep>. Acesso em 04
jan. 2018.
21
Disponível em: <http://atarde.uol.com.br/bahia/salvador/noticias/1251198-chuva-
compromete-funcionamento-do-sistema-de-transporte-maritimo>. Acesso em 04 jan. 2018.
22 Disponível em: <http://g1.globo.com/bahia/noticia/2015/04/motoristas-e-pedestres-
enfrentam-caos-por-causa-da-chuva-em-salvador.html>. Acesso em 04 jan. 2018.
Cidade, Resiliência e Meio Ambiente - 71
23
Neste artigo, o conceito adaptação é entendido como iniciativas e medidas para reduzir a
vulnerabilidade dos sistemas naturais e humanos frente aos efeitos atuais e esperados da
mudança do clima (BRASIL, 2009).
Cidade, Resiliência e Meio Ambiente - 73
dentro da mesma cidade, e tem relação direta com fatores como: estrutura
institucional, recursos financeiros disponíveis, resiliência dos sistemas modais
existentes, característica da operação e histórico de investimentos, entre
outras questões. Os governos municipais têm investido em mudanças
capazes de responder aos eventos climáticos que afetam os sistemas de
mobilidade, alterando os procedimentos operacionais ou reformando
pontualmente algumas infraestruturas. A cidade do Rio de Janeiro, por
exemplo, vem estruturando um sistema de gerenciamento de desastres no
Centro de Operações Rio24 e elaborando planos de contingência para o
restabelecimento da normalidade do trânsito de carros. Essas medidas não
precisam de investimentos maciços em infraestrutura.
As capitais e regiões metropolitanas tendem a ter mais interlocução
institucional que cidades menores, além da maior atenção dos governos
estaduais e federal, devido à concentração populacional. Há mais
investimentos em sistemas de transportes de média e alta capacidade, que
na maioria das vezes estão sob jurisdição estadual ou federal. Isso confere
maior capacidade para lidar com eventos extremos. Em alguns casos, como
nas operações dos sistemas em regime de concessão, isto pode significar
ainda maior capacidade para restabelecimento rápido e adequado dos
serviços.
Por outro lado, a inexistência de uma gestão metropolitana no setor
de mobilidade urbana costuma atrapalhar o planejamento e a operação das
ações, causando desequilíbrio na oferta de transportes entre os municípios
de uma mesma metrópole. Isso também se torna um obstáculo para a
adaptação às mudanças climáticas.
Nesse sentido, pode-se afirmar que a existência de uma estrutura
institucional na gestão dos sistemas de mobilidade permite melhores
respostas a impactos de eventos climáticos. Por exemplo, os sistemas
metroviário e ferroviário das regiões metropolitanas de São Paulo e Rio de
Janeiro têm investido em mudanças nos ciclos de manutenção e
monitoramento preventivo de trilhos e rede aérea alimentadora. Em São
Paulo, investiu-se em equipamentos de escaneamento de fissuras em trilhos,
e no Rio de Janeiro há procedimentos de segurança e inspeção da rede aérea
25
Disponível em: <
http://www.emtu.sp.gov.br/Sistemas/legislacao/categorias/concessao/2012_res56.htm >
Acesso em 04 jan. 2018.
26 Disponível em: <https://goo.gl/2v4xkk> Acesso em 04 jan. 2018.
78
5 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
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DOU, 2009.
BRASIL. Lei 12.587, de 2012. Dispõe sobre a Política Nacional de Mobilidade Urbana. Brasília:
DOU, 2012.
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CMIP5 multi-model datasets. Theoretical and applied climatology, v. 117, n. 3-4, p. 579-587,
2014.
Capítulo 5
1 INTRODUÇÃO
28 Doutora em Física Ambiental, professora do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT)– campus
Octayde Jorge da Silva, e-mail: angela.oliveira@cba.ifmt.edu.br
29
Arquiteto e urbanista, mestre em Saúde Coletiva, doutorando em Urbanismo, professor do
Instituto Federal de São Paulo (IFSP), e-mail:douglas.luciano@ifsp.edu.br
30 Mestre em Física Ambiental, Professor do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT) – campus
2 MATERIAIS E MÉTODOS
Figura 1: Espécies identificadas com maior frequência no estudo: Oiti (Licanea Tomentosa),
Pata de Vaca (Bauhinia variegata) e Fícus (Ficus benjamina)
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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no município de Piracicaba/SP, Brasil. REVSBAU, Piracicaba, v. 3, n. 4, p. 20-39, 2008.
100
Capítulo 6
31
Doutora em Biologia, docente do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da
Universidade Comunitária da Região de Chapecó, SC, e-mail: assunta@unochapeco.edu.br
32 Mestre em Ciências da Saúde, professora substituta da Universidade Federal da Fronteira Sul,
Nos PMS analisados, há pouca citação dos termos que refletem ações
que envolvem as questões ambientais. Em municípios como M4, o termo
106
ambiente aparece uma vez, e os dois outros termos não são citados no PMS.
Contudo, existem ações que não apresentam esses termos, mas que estão
relacionadas à saúde ambiental dos municípios, como: “Assegurar o destino
correto dos Resíduos de Serviços de Saúde (RSS), Grupos A e B – RDC ANVISA
306, produzidos pela Rede Pública de Saúde” (M1).
No caso específico do termo “ambiental”, este aparece vinculado à
vigilância em saúde, que diz respeito às vigilâncias epidemiológicas do
trabalhador, sanitária e ambiental, porém, esta última se evidencia com
menor expressividade. Mesmo sendo necessária sua citação por ser parte da
vigilância em saúde, as ações da vigilância ambiental estão direcionadas,
especialmente, ao controle das zoonoses.
Pondera-se a importância dos termos e ações da inter-relação saúde e
ambiente fazerem parte do PMS de forma transversal, em todas as etapas do
plano, desde o diagnóstico até a efetivação das ações, envolvendo todos os
departamentos e setores na reflexão sobre a relação saúde e ambiente de
modo transdisciplinar. Questões referentes ao ambiente são relevantes em
planos que nortearão as ações em saúde, por ser o ambiente um
condicionante e determinante de saúde, devendo ser considerado como um
dos temas prioritários na construção do PMS (ORTIGA et al., [20--]).
3 PARTICIPAÇÃO SOCIAL
4 EQUIDADE
114
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
CARVALHO, Rafael Nicolau; CAVALCANTI, Patrícia Barreto. O debate recente sobre as políticas
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Cidade, Resiliência e Meio Ambiente - 117
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autonomia, transdisciplinaridade e intersetorialidade. Revista Ciência & Saúde Coletiva, Rio de
Janeiro, v. 11, n. 1, p. 145-154, jan./mar. 2006.
Capítulo 7
Roberto Righi35
Eleana Patta Flain36
1 INTRODUÇÃO
0,3
29,9 0,9 Calotas Polares
Água Subterrânea
Doce
Rios e Lagos
68,9
Outros reservatórios
(a) (b)
Fonte: < http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/bacias-hidrograficas-brasil.htm> e
<http://exercicios.brasilescola.uol.com.br/exercicios-geografia-do-brasil/exercicios-sobre-as-
principais-bacias-hidrograficas-brasil.htm>. Acesso em: 7 maio 2017.
dois principais rios, o Tocantins e o Araguaia. Esse autor acrescenta ainda que
os dados disponíveis indicam que a qualidade das águas dos corpos hídricos
menores é mais significativamente impactada pelas atividades humanas,
principalmente pelo lançamento de cargas de esgoto, que, associadas à baixa
capacidade de diluição dos cursos dos rios, leva à intensa concentração de
cargas poluidoras que chegam às classes 3 e 4.
Avaliando esta situação, segundo Conama - Resolução 357 (2005,
Seção I), os mananciais de classe 3 são formados por águas que podem ser
destinadas ao abastecimento para consumo humano, após tratamento
convencional ou avançado. Já os mananciais de classe 4, não podem ser
destinados ao consumo humano sob nenhuma condição. Portanto, no caso
dos corpos hídricos menores, em determinadas regiões eles já se encontram
contaminados por cargas de esgoto proibitivas, de natureza até irreversível.
O Plano Estratégico da Bacia Hidrográfica dos Rios Tocantins e
Araguaia (s.d., p. 3) estabelece diretrizes compatíveis com as demais políticas
setoriais para assegurar o uso sustentável e propõe ações baseadas em
critérios de sustentabilidade hídrica e ambiental. É muito importante neste
documento o destaque de que atualmente 62% da água utilizada para
abastecimento provêm de mananciais superficiais, mostrando a relevância de
sua preservação.
Figura 5: População atendida com coleta de esgoto e destinação por outros meios. Em
apresentação da ANA sobre "Preservação e recuperação da Bacia Hidrográfica do Rio Araguaia",
em Brasília, em 16 de setembro, 2015
Alto Potencial
(excepcional e de interesse
internacional)
Praias do Araguaia e
Ilha do Bananal
Figura 7: Margens do Rio Araguaia e a proximidade com a região urbana de São Pedro Sucavão
Tabela 1: Síntese das informações referentes ao último censo dos municípios visitados
Tabela 1: Síntese das informações referentes ao último censo dos municípios visitados
(Continuação)
Figura 10: Fossa séptica transbordando no quintal da unidade habitacional (Carrasco Bonito)
Tabela 2: Síntese das informações referentes ao último censo dos municípios visitados
Município
Índice de Desenvolvimento
Humano Municipal - 2010 0,627 0,594 0,583 0,623 0,604
(IDHM, 2010)
Figura 11: Esquema geral do projeto proposto para esgotamento sanitário de unidades
habitacionais de interesse social
CORPO HÍDRICO
GRADEAMENTO FOSSA FILTRO
OU
SUMIDOURO
CAIXA DE DISTRIBUIÇÃO
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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Webgrafia
Capítulo 8
1 INTRODUÇÃO
• monitoramento hidrossedimentométrico;
• monitoramento do uso do solo e da cobertura vegetal;
• contenção de encostas: plantação de mata ciliar, contenção de
taludes, etc.;
• gestão junto aos municípios, Estados, proprietários e/ou ocupantes
das terras e órgãos ambientais quanto ao uso do solo na bacia de
contribuição do reservatório. (BRASIL, 2007, p. 156).
6 CONCLUSÃO
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Cidade e Meio Ambiente - 163
Capítulo 9
1 INTRODUÇÃO
as Hortelões Urbanos, assim como o Movimento Horta di Gueto e muitos outros experimentos
no campo das hortas comunitárias, podem ser destacados como práticas presentes nas cidades
contemporâneas, em especial na segunda década do século XX. Tais informações estão
disponíveis no link: <http://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Meio-Ambiente/Agricultura-
urbana-ativismo-e-direito-a-cidade/3/33932>. Acesso em: 6 maio 2017.
166
rural enquanto a vida nas cidades, como diz Tuan (2013), é marcada pelo
distanciamento do campo, do ritmo da agricultura e da natureza. No entanto,
é necessário compreender que esse não é um tema novo. A formação de
cidades sempre esteve relacionada com a prática da agricultura, de acordo
com Morán e Aja (2011). Para os autores, os primeiros assentamentos
humanos sedentários no Neolítico só foram possíveis graças ao
desenvolvimento das técnicas agrícolas. Já Smit et al. (2001) apontam que
existem relações entre a agricultura e a forma como diferentes sociedades
criaram as suas cidades.
O afastamento da produção de alimentos do ambiente urbano surgiu
após a Revolução Industrial, com o desenvolvimento dos meios de transporte,
capazes de abastecer as cidades com alimentos e outras necessidades básicas
vindas de longas distâncias (NAGIB, 2016). Foi nesse período que a agricultura
se distanciou das cidades e as áreas verdes passaram a ter somente funções
ornamentais, de recreação e de higienização. Contudo, essa separação não
pode ser considerada definitiva, pois em períodos de crise a agricultura volta
a ter um papel importante no ambiente urbano das cidades.
Na primeira parte do século XX a história da agricultura urbana está
relacionada com as guerras mundiais, pois com a dificuldade de distribuição
dos alimentos as cidades precisaram se adaptar e produzir o seu alimento
(MORÁN; AJA, 2011). A literatura direcionada ao tema aponta que excelentes
resultados voltados ao incentivo da produção de alimentos puderam ser
vivenciados em países europeus (HOWE et al., 2005a). Já os Estados Unidos,
apesar de não terem sido afetados tão diretamente como a Europa, também
criaram um comitê para tratar do assunto, pois ao produzirem os alimentos
na cidade conseguiam economizar com materiais e transporte e assim
podiam transferir estes recursos para a guerra (MORÁN; AJA, 2011).
Na década de 1990, com o fim da União Soviética e com o embargo
econômico, Cuba sofreu com a dificuldade de alimentar a população, pois
75% dos seus alimentos provinham de importação e mesmo o que era
produzido no país sofria com a dificuldade de transporte (DÍAZ, HARRIS,
2005). Nesse momento, o país “[...] adentrou em uma crise severa,
comumente conhecida como Período Especial” (NOVO; MURPHY, 2000, p.
330, tradução nossa). Como alternativa, o governo incentivou a população a
usar todo o espaço livre para a produção de alimentos (DÍAZ, HARRIS, 2005).
Cidade e Meio Ambiente - 167
45Redução de CO2, dos ruídos, das partículas de poeira; aumento da permeabilidade do solo e da
biodiversidade; melhora no microclima urbano, etc.
46 Em linhas gerais o termo significa a contabilização de recursos naturais renováveis. Mas
segundo Fabiano Scarpa, do programa internacional Global Land Project, um estilo de vida que
compromete o futuro conclama pela redução da pegada ecológica. In: JUSTINO, Guilherme. Saiba
o que é a pegada ecológica e como reduzir os danos ao planeta. Disponível em:
<http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/planeta-ciencia/noticia/2014/06/saiba-o-que-e-a-pegada-
ecologica-e-como-reduzir-os-danos-ao-planeta-4518658.html>. Acesso em: 13 maio 2017.
Cidade e Meio Ambiente - 169
51Os lugares se sobressaem e as cidades ganham novos significados. Numa tentativa de trazer o
campo para a cidade, as hortas proporcionam compartilhamento de experiências coletivas.
“Cinza que te quero verde: vizinhos usam praças para fazer São Paulo menos hostil – Sem se
preocupar em produzir alimentos, cidadãos conseguem se articular e criar ações que rompem
isolamento e garantem boa convivência”. BREDA, Tadeu. Cinza que te quero verde. RBA
publicado 05/04/2013 12h07, última modificação 17/07/2013. Disponível em:
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