~

DICAS DE MESTRE ARQUIVOS SECRETOS SOU EU, MARIO! PEQUENAS AVENTURAS CONTO
A campanha acabou. E agora? Derrote o demônio do Natal O mundo do famoso encanador para 3DeT Ajude druidesas em Coragem Bode Expiatório de Vinicius Mendes

DRAGAO
BRASIL

ANO 19 • EDIÇÃO 198

CAVERNA DO SABER
FEROCIDADE & ENGENHOSIDADE

LIGA DOS DEFENSORES

RECURSOS EM 3DET VICTORY!
Mentes malignas
RESENHAS para chacoalhar sua
mesa de Tormenta20

A VEZ DOS VILÕES

PLANETA DOS ABUTRES • O CONDE • FRIEREN
 ~
DICAS DE MESTRE ARQUIVOS SECRETOS A VEZ DOS VILÕES PEQUENAS AVENTURAS CONTO
A campanha acabou. E agora? Derrote o demônio do Natal Mentes malignas para Tormenta20 Ajude druidesas em Coragem Bode Expiatório de Vinicius Mendes

DRAGAO
O universo do
encanador mais famoso
BRASIL

para 3DeT Victory

ANO 19 • EDIÇÃO 198

CAVERNA DO SABER
FEROCIDADE & ENGENHOSIDADE

LIGA DOS DEFENSORES

RECURSOS EM 3DET VICTORY!

RESENHAS

SOU EU, MARIO!

PLANETA DOS ABUTRES • O CONDE • FRIEREN
 E D I T O R I A L S Ú M A R I O

COMEMORAÇÕES 4Selton
Notícias do Bardo

6Planeta
Mello, Raposas e Heróis?!

Resenhas
48 Gazeta do Reinado
Monstro na mata dos Cem Olhos

50 Caverna do Saber
É fim de ano, época de festas, de eventos, de CCXP e dos Abutres, O Conde e Frieren
Ferocidade e Engenhosidade
mais uma porção de coisas quase tradicionais no edi-
torial desta revista nestes já longos anos desde a nossa
Editora-Chefe
Karen Soarele 9O domador
Sir Holand
de trolls 62 Conto
10
Editor-Executivo Bode Expiatório, de Vinicius Mendes
volta triunfal. É quando passo um tempo agradecendo
Supremo Tribunal Regreiro
68
J.M. Trevisan
pelo carinho dos fãs que encontramos pessoalmente
Colunistas Todos de pé! Confira a súmula de dezembro de 2023 Breves Jornadas
e pela energia que todos vocês nos passam, para que
13
Leonel Caldela Acorde novamente em Um Novo Dia para Morrer
Calabouço Tranquilo
74
continuemos fazendo o que fazemos no ano que virá, Rafael Dei Svaldi
de preferência cada vez melhor. Dessa vez, entretanto,
Thiago Rosa Feliz 2024 a todos! A Vez dos Vilões
14
NPCs desprezíveis para dificultar a vida dos seus
Dicas de Mestre
o editorial vai ser um pouquinho diferente. Colaboradores
Texto: Ana Carolina Gonçalves, Bruno jogadores de Tormenta20!

88
Explico: pela primeira vez a Dragão Brasil de dezembro não foi feita Schlatter, Daniel Duran, Davide Di Sua campanha acabou. E agora?
Pequenas Aventuras
20
Benedetto, J.M. Trevisan, João Paulo
em dezembro e sim durante alguns meses do segundo semestre, sobretudo “Moreau do Bode” Pereira, Marlon Teske, Arquivos Secretos Nesta edição, ajude as druidesas em Coragem
outubro e novembro. Essa decisão foi tomada porque em 2023, o último Matheus Tiamat, Miguel "Beholder" Souza Especial de Natal com um novo desafio
mês do ano será de merecidas férias para os funcionários da Jambô e para
e Vinicius Mendes
Arte: Dan Ramos, Leonel Domingos, 26 Sou eu, Mario! 90 Chefe de Fase
os membros desta redação. Para que isso acontecesse, tivemos que adiantar e Sandro Zambi O encanador mais famoso A maluquice de Scott Pilgrim para Karyu Densetsu e
todo o processo. O que pode parecer simples para alguns, mas não é. dos games para 3DeT Victory 3DeT Victory

94
Diagramação: Cássia Bellmann
Na prática, a equipe teve que trabalhar dobrado para colher os frutos
depois. Editar duas edições em três meses significa, no meu caso, supervi-
Revisão: Elisa Guimarães,
Rafael Dei Svaldi e Thiago Rosa
40 Toolbox
As lições de Baldur's Gate 3
Liga dos Defensores
Conversando sobre recursosem 3DeT Victory
sionar mais texto, observar com ainda mais cuidado os prazos e as pautas. Extras
Para os redatores, significa reforçar ainda mais a disciplina e turbinar o Fundo de tela: Dan Ramos
fluxo de ideias. E se você está lendo isso, é porque funcionou. Mapa de batalha: Filipe Borin

Por isso gostaria de deixar meu agradecimento a todo mundo, mas

principalmente à Cássia Bellman, nossa indestrutível diagramadora,

A CAPA
à Elisa Guimarães, que revisou todos os textos em tempo recorde, e à
nossa Editora-Chefe, Karen Soarele, que conseguiu me convencer que
isso era uma boa ideia.
Mas o descanso vai durar pouco. 2024 será um ano muito importante
tanto para Tormenta quanto para a Dragão Brasil. Teremos as comemorações
Vilões são importantes em
dos 25 anos do nosso mundo de fantasia predileto, 30 anos de Dragão
todo tipo de história e em
Brasil e, não menos importante, acho, meus próprios 30 anos de carreira
qualquer aventura de RPG.
como escritor. Apoie a Dragão Brasil
E assim como os heróis não
A festa começa, claro, na Dragão Brasil 200 — uma marca muito seriam ninguém sem seus
aguardada desde que resolvi fazer aquela despretensiosa edição em pdf antagonistas, nossa vida tam-
com Stranger Things na capa, em 2016 — trazendo mudanças, novidades Siga a Jambô Editora
bém perderia o sentido sem a
e uma nova era para a revista. E prosseguirá com surpresas que a gente participação do inexpugnável
ainda precisa guardar a sete chaves. Dan Ramos em nossa capa
Vocês não perdem por esperar! de fim de ano!
Dragão Brasil é © 2016-23 Jambô Editora.
J.M. TREVISAN
 N O T Í C I A S D A B A R D A
Selton Mello: Eu Me Lembro
E m seu livro de estreia, Eu Me Lembro, Selton Mello cele-
bra quatro décadas de carreira, cercado por memórias da
família, dos amigos e da sua arte. Não é apenas um relato
cronológico; é uma conversa íntima, uma sessão de terapia
com o leitor, onde Selton compartilha memórias, desafios e
sentimentos de maneira sensível e poética.
Lançamento da Jambô Editora na CCXP (com três sessões de
autógrafos unindo autor e leitores durante o evento), o livro
conta com três cadernos de fotografias, que retratam momentos
distintos da vida do ator e somam mais de 70 fotos - um bônus
à experiência de leitura.
Eu Me Lembro proseia de forma engraçada, tocante e
muito humana sobre a trajetória do criador de personagens
icônicos como o Chicó, de O Auto da Compadecida, Leléu,
de Lisbela e o Prisioneiro, João Estrela, de Meu nome não é
Johnny e Benjamin, de O Palhaço, entre tantos outros seres
encantadores que foram tocados por seu talento. Com este
livro-memória, Selton Mello compartilha vivências, sonhos
e sentimentos, imortalizando um legado impressionante na
televisão, no cinema, no teatro e na vida.
Garanta o seu no site da Jambô.
4 5
N O T Í C I A S D A B A R D A
Caminhos se entrelaçam
nas ruas tortuosas de Ahlen
Chegou o novo romance de Tormenta: descubra A
Cidade da Raposa, de Lucas Borne! Autor dos livros-
-jogos O Labirinto de Tapista e Deus da Guerra e game
designer de O Enigma do Sol Oculto, Lucas estreia como
romancista explorando fantasia urbana em Ahlen, o Reino
da Intriga.
Em A Cidade da Raposa, acompanhamos as desventuras
de Felícia, uma guarda devota de Khalmyr que acredita
nos valores da lei em um reino onde a trapaça é a norma
vigente e Mardoc, um nobre mergulhado em privilégios,
perdido nas noites de Thartann e em seus próprios pesade-
los. Caminhos se entrelaçam nas ruas tortuosas da capital
de Ahlen, onde a traição é regra e a esperteza, a maior
arma. Um lugar onde a grande aventura é sobreviver.
Desbrave Ahlen hoje mesmo: disponível em pré-
-venda no site da Jambô!
Hora de passar a espada
para os Filhos da Lança
Novos heróis de Dragonlance estão chegando à
Jambô! A Segunda Geração, de Margaret Weis
e Tracy Hickman, é o início da duologia Heranças de
Dragonlance e continuação de Crônicas de Dragonlance e
Lendas de Dragonlance, as mais amadas sagas de fantasia
do mundo.
A Segunda Geração inicia anos após o fim da Guerra
da Lança. O povo de Ansalon segue reconstruindo suas
vidas, suas casa e família. Os Companheiros da Lança
também retornaram para suas casas, criaram seus filhos e
deixaram seus dias de heróis para trás. Mas essa paz em
Krynn tem um preço. As forças das trevas estão vigilantes,
procurando caminhos para desequilibrar a balança do
poder e tomar o controle.
O livro já está em pré-venda, com lançamento em 2 de
janeiro no site da Jambô.
 R E S E N H A
PLANETA DOS ABUTRES
FICÇÃO CIENTÍFICA ESPACIAL COM PITADAS DE SOBREVIVÊNCIA
Q uando vemos filmes de
exploração espacial em
outros planetas, costumamos
associar os perigos a criatu-
ras predatórias ou belicosas.
Porém, uma biologia com-
pletamente diferente pode
evidenciar que o bioma de
um planeta alienígena pode
ser extremamente nocivo.
Planeta dos Abutres deixa
isso bem claro.
Scavengers Reign, nome origi-
nal, é uma animação de Joseph
Bennett e Charles Huettner que
estreou em novembro deste ano no
HBO Max. Apesar de ser inspirada
em um curta-metragem de 2017, essa
versão atualizada da animação pos-
sui 12 episódios. A obra apresenta 3
núcleos de personagens, mostrando
como cada um tenta sobreviver em um
assustador planeta alienígena após
uma nave de transporte cair no local.
Os 3 grupos são interessantes e
bem desenvolvidos. Particularmente,
gostei muito da dinâmica de Sam e
Ursula, a dupla que usa conhecimentos
científicos conforme explora o local e
tenta localizar a nave perdida, Deméter.
Não que os demais núcleos fiquem
muito para trás. O robô Levi também é
muito interessante. Servindo Azi, este
robô está se comportando de maneira
estranha desde que usou um tipo de
planta (ou fungo, sei lá) para consertar
seus componentes. Sendo bem sincero,
6 7
faz tempo que um robô de ficção não
me cativa tanto assim. Sim, isso inclui
os filmes de Star Wars.
O terceiro núcleo mostra Kamen
praticamente enlouquecendo com o
isolamento e o desespero de estar
perdido. Ao conhecer uma criatura
alienígena poderosa, um lado mais
perturbador da opressão do espaço é
abordado.
Além de personagens bem construí-
dos e uma jornada instigante, o que
mais me agradou em Planeta dos
Abutres é como o ambiente ecoló-
gico é apresentado. Com aparências
estranhas e oníricas, as criaturas e
plantas são tanto exóticas, quanto
mortalmente perigosas, ao mesmo
tempo que os personagens conse-
guem usá-las como utensílios. Ao
invés de uma máscara que filtra um
gás tóxico, prende-se uma raia no
rosto (eca), pois essa criatura absorve
a toxina e protege o humano que a
usa. Precisa de iluminação em uma
caverna? Pesque criaturas que pro-
duzem luminância. É algo como uma
bio-engenharia. Estranho e bizarro,
mas instigante. O planeta é muito
bem desenvolvido, com uma grande
diversidade de espécies, habitats,
plantas e animais.
Se fosse resumir a série, eu diria
que é como se o Matt Damon de
Perdido em Marte (2015), usasse
seu conhecimento científico não
apenas para plantar batatas e pro-
duzir oxigênio, mas para usar plantas e
animais com aparência e capacidades
dignas de descrição de Philip K. Dick
(principalmente em Os Três Estigmas de
Palmer Eldritch).
Com uma uma história impactante
para arrematar, Planeta dos Abutres
prende a atenção do início ao fim,
renovando muito do que tenho visto
de ficção científica espacial.
MATHEUS TIAMAT
O CONDE
AS VEIAS ABERTAS DA AMÉRICA-LATINA
E se um dos maiores dita-
dores da história fosse
um vampiro, se fartando do
sangue de sua população
enquanto arquiteta formas
de se manter no poder para
sempre? Com essa premissa
em mente, O Conde coloca
Augusto Pinochet no papel
de uma criatura das trevas
de mais de 200 anos que se
alimenta do povo chileno.
O cinema da América Latina tem
as ditaduras do continente como um
assunto muito recorrente. Por ser parte
de uma história muito recente, com
consequências ainda muito palpáveis,
essa repetição faz sentido, mas também
deixa o tema cansativo para o público.
E talvez esse seja o grande mérito da
comédia de humor-ácido El Conde,
filme do diretor chileno indicado ao
Oscar em 2012, Pablo Larraín.
No filme, temos o ditador
Augusto Pinochet (interpretado
com segurança por Jaime Vadell)
como um vampiro centenário sedento
por sangue jovem, dinheiro e poder, que
simulou a própria morte para fugir da
prisão, mas decidiu finalmente morrer
em uma mistura de tédio e mágoa por
ser visto pelo povo de quem tanto cuidou
(segundo a opinião exclusiva do próprio)
como ladrão e assassino. Nisso, sua
família próxima se reúne para organizar
as diversas contas em paraísos fiscais
para cada um garantir seu próprio qui-
nhão de fortuna, auxiliados por Carmen
(Paula Luchsinger, esbanjando moci-
nha clichê de terror), uma freira exorcista
fingindo ser contadora.
Se a premissa parece confusa e
absurda, bom, é porque ela é. O filme
se utiliza de elementos do terror clássico,
como efeitos práticos muito bem execu-
tados e cheios de gore, para discutir de
forma não literal e um tanto bem-humorada
os crimes do regime ditatorial no Chile.
Enquanto isso, ridiculariza Pinochet, sua
família e alguns de seus aliados internos
e externos. Para quem gosta de fazer
um “ligue-os-pontos” de metáfora no que
assiste, um prato cheio.
R E S E N H A
O longa é quase todo filmado em
preto e branco, e a cinematografia
como um todo só pode ser definida
como deslumbrante. Seja nas cenas
fechadas dentro da decadente man-
são do ditador ou naquelas em que
os vampiros voam sobre paisagens
chilenas, a execução visual da obra
sempre impressiona. Até ao mostrar
mortes violentas, tudo é feito de forma
lindíssima, acompanhando uma trilha
orquestral que dá para essa sátira toda
a cara de filme de terror da primeira
metade do século passado.
Os papéis de maior destaque, além
de Vadell e Luchsinger, são de Gloria
Münchmeyer, como Lucía Hiriart,
esposa de Pinochet, Alfredo Castro,
como um mordomo e antigo executor
durante a ditadura, e Stella Gonet,
que narra o filme como Margaret
Thatcher. Os filhos do general não
têm muito desenvolvimento e, apesar
de haver uma honesta tentativa na
caracterização, nas interpretações e
no pouco espaço que recebem, aca-
bam sobrando.
O Conde acaba sendo uma tentativa
muito acertada de abraçar um tema discu-
tido à exaustão e tirar dele um filme que
sai da mesmice ao brincar, ao mesmo
tempo, com a política chilena e os clichês
de filmes antigos de vampiro.
Se você não se incomoda com nar-
rativas lentas e gosta de sátira política,
sanguinolência e filmes que criam ima-
gens muito bonitas, pode cravar os dentes
sem medo.
VINICIUS MENDES
 R E S E N H A
FRIEREN
F rieren e a Jornada para o
Além é um mangá de magia
e espadinha que começa ao
contrário, e não apenas em
relação ao sentido de leitura
ocidental: os heróis acabaram
de derrotar o formidável Rei
Demônio e enfim alcançaram
a vitória pela qual lutaram
por longos anos. O que acon-
tece, porém, depois que a
aventura termina?
Magistralmente escrito pela
autora Kanehito Yamada, e
ilustrado no belo traço de Tsukasa
Abe, a obra está atualmente em
publicação no Brasil pela Panini.
Conta já com um anime dublado
em português e bombando na
Crunchyroll. Entretanto, vai além da
sua premissa curiosa, funcionando
como uma reflexão sobre a passa-
gem do tempo, o envelhecimento e
a morte.
O título original em japonês — Sōsō
no Furīren — também pode ser tradu-
zido como “Frieren do Funeral” ou “O
funeral de Frieren”. Isso se dá, pelo fato
de que Frieren, a personagem central,
é uma elfa milenar, fria e impessoal,
distante dos demais colegas que com-
põem seu grupo de aventureiros.
E é justamente durante um enterro
que ela percebe o quão diferente é a
percepção de tempo de seu povo com-
parada a de todos os demais mortais.
8
DEPOIS DO FIM
Em meio ao arrependimento de não
ter conhecido melhor seus camaradas,
ela parte em uma jornada que, inicial-
mente, tem como objetivo revisitar por
uma última vez os vestígios do legado
que deixou para trás.
É uma narrativa genial em muitos
níveis. Por exemplo, há um persona-
gem para o qual, provavelmente, não
daríamos muita bola em outras histórias
de tão convencional, mas aqui, apren-
demos a conhecê-lo e a gostar dele,
apenas através de flashbacks cur-
tos, de uma enorme sensibilidade.
Isso porque a roteirista brinca com
referências estabelecidas de obras
de fantasia, mas não no sentido de
subvertê-las ou desconstruí-las por
completo, e sim dando a elas um
caminhão de nuances.
Aliás, tanto o quadrinho quanto
a animação surpreendem positiva-
mente, em mais de um sentido. Não
é um isekai. Não é, portanto, sobre
mais uma pessoa frustrada que con-
seguiu ser alguém em um mundo fic-
tício. Não tem ecchi ou personagens
objetificadas. Tem cenas de combate
e raios mágicos sendo disparados,
mas isto não é o foco e a trama não
descamba para o esquema de “duelo
de xadrez com poderzinho” adotado
em inúmeros shonen, por exemplo.
O mais curioso de Sōsō no
Furīren é como consegue ser de fato
uma obra quase sem restrições: pode
ser indicada para o público jovem,
adulto, velho, masculino, feminino e,
até mesmo, para quem não é iniciado
no submundo otaku. Cada pessoa irá
se relacionar com o que é apresentado
pelo mangá de alguma forma; e talvez,
por esta razão, já tenha se tornado
minha nova história favorita.
Do tipo que eu mesmo gostaria de
ter escrito!
DAVIDE DI BENEDETTO
 existe essa clarificação, mas diz que acumula Muito se discute sobre a equivalência e o que
com o bônus do efeito básico. Deveríamos "vale" quando há contradição entre o STR, FAQ
encarar como uma magia completamente e manual básico. Normalmente, me guio de
diferente e supor que este bônus não acu- maneira que FAQ + manual se sobressaem às
mula com outras magias? Ou por se tratar respostas dadas aqui. Este é o comportamento
da mesma magia o efeito se mantém? correto, ou devo supor que o STR se sobressai
2) Bônus oriundos das mesmas fontes por ser a última publicação?
não se acumulam, mas armaduras e escu- — Cons. Bruno Cesar Aff Mendes
dos são exceção. Porém, é especificado que
Saudações contextualizadoras, conselheiro! Seu
seria com relação à Defesa. Isso também
entendimento está correto. O FAQ e o manual básico
valeria para RD? Parece razoável presu-
são documentos oficiais de regra, enquanto o STR
mir que a RD fornecida por uma armadura
SÚMULA DE DEZEMBRO / 2023 é um espaço para discussão sobre as mesmas. No
de adamante e um escudo de adamante
máximo uma atualização do FAQ pode ser citada
Todos em pé! Os Exmos. Ministros do STR avaliaram as petições enviadas pelos conselheiros da Dragão acumulassem entre si (pois a personagem
no STR antes de ser oficializada, mas os documentos
Brasil e estão prontos para dar seus pareceres. estaria mais protegida, com mais camadas
oficiais têm prioridade.
do aço meteórico), mas não é especificado
Esta súmula contém respostas debatidas, deliberadas e formuladas por todos os participantes do Supremo que a RD entraria na exceção. •••
Tribunal Regreiro, redigidas aqui pelos Exmos. Ministros Thiago Rosa Moreira, presidente do Sindicato Caros ministros, existe uma dúvida que
Agradeço desde já e que Thyatis lhes revele
Furtivo, e Rafael Dei Svaldi, fundador e presidente do Magistério Monstrográfico. os melhores caminhos! sempre permeia minhas discussões. Ela
Caso você seja um conselheiro da revista, procure pelo post fixo no grupo fechado dos conselheiros no foi respondida no FAQ, mas como este foi
— Cons. Eduardo Set publicado antes da versão Jogo do Ano,
Facebook para redigir sua petição. Caso não seja, considere tornar-se um, mudando seu nível de apoio para
Saudações acumuladas, conselheiro! Vamos às suas gostaria de uma atualização da resposta
ter suas súplicas atendidas neste tribunal. de vossas excelências:
respostas:
1) É a mesma magia, com as mesmas vantagens. O 1) O poder Magia Discreta elimina a
Saudações, excelentíssimos juízes. Trago 1) Sim, desde que o lutador tenha uma mão livre texto adicional do aprimoramento permite que acumule condição terrível de conjuração por estar
duas dúvidas: e ações disponíveis. com o efeito base de Armadura Arcana, enquanto o agarrado?
1) Um lutador pode usar consumíveis 2) Não precisa. O lutador pode manter o alvo texto da magia permite que acumule com outras magias. 2) Alguém algemado, pelo item algemas
enquanto estiver agarrando ou imobilizando agarrado mesmo permanecendo de pé. O aprimoramento acumula com ambas as opções. mesmo, consegue conjurar se tiver o poder
um alvo? Por exemplo, sacando uma poção ••• 2) Este é um dos assuntos mais frequentemente dis- Magia Discreta?
com a ação de movimento e ingerindo-a com Excelentíssimos juízes do STR, venho por cutidos na nossa tribuna, conselheiro. Pela regra, RD 3) O poder Magia Discreta permite conjurar
a ação padrão. meio desta pedir uma humilde clarificação de armadura e escudo não se acumula, por questões magias em uma área afetada pela magia
sobre minúcias regreiras. No caso, exceções de equilíbrio de jogo. Porém, sabemos que uma das Silêncio?
2) Quando um lutador usa a manobra
sobre acúmulos: regras da casa mais comuns é permitir esse acumulo.
derrubar em um alvo agarrado, ele precisa Desde já grato,
ir para o chão também caso pretenda manter 1) No texto da versão básica da Armadura •••
— Cons. Bafo Selvagem
o agarrão ou pode permanecer em pé? Arcana é descrito que esta acumula com Inenarráveis Juízes do STR, gostaria de que
outras magias (como Imagem Espelhada, permitissem alcançar a dádiva da gnose sobre Saudações discretas, conselheiro! Vamos às suas
— Cons. Bruno Emerson Salto Dimensional e derivados). Contudo, no os meandros das tramas que compõem a rea- respostas:
Saudações greco-romanas, conselheiro! Vamos às aprimoramento que muda a ação para reação lidade, talvez não para este que vos indaga, 1) Não. O poder apenas elimina a necessidade
suas respostas: (e oferece +5 contra o próximo ataque) não mas ao público desta publicação. de gestos e palavras.

10 11
 2) Sim, pois não precisa de
gestos.
3) Sim, pois não precisa de
palavras.
•••
Saudações, caros juízes!
Desta vez trago dúvidas
sobre Ordem Paranormal que
reuni através dos maiores ser-
vidores da comunidade.
1) É possível aprimorar
Munição Jurada ou o Arcabuz
dos Moretti? Ou qualquer outro
item amaldiçoado especial; por
exemplo, Punhos Enraivecidos,
que diz ser uma soqueira?
Ou a Jaqueta do Veríssimo,
que diz ser uma vestimenta?
Inclusive, eles possuem os efei-
tos normais para estes itens?
2) Bônus de modificações
são cumulativos com maldições
de outros itens? Por exemplo,
uma vestimenta aprimorada
com Atletismo iria acumular
com uma Proteção Lépida?
Uma Vestimenta de Reflexos
acumularia com as Faixas da
Vidência? Aliás, caso a res-
posta da primeira pergunta
seja, sim, itens amaldiçoados
especiais contam como maldi-
ções para tais acúmulos?
3) Já tivemos duas respostas
diferentes sobre Mochila de
Utilidades, A Favorita e habi-
lidades semelhantes. Para dar
um ultimato neste assunto, qual
é a opção correta? a) Somente
em uma unidade do item esco-
12
lhido em todas as habilidades
/ b) Todas as unidades do item
escolhido em todas as habili-
dades / c) Em algumas habili-
dades é apenas uma unidade,
enquanto em outras são todas.
4) É possível aprimorar/
amaldiçoar a Arma de Sangue
vinda do poder de mesmo
nome caso tenha Afinidade
nele? A mesma dúvida
também vale para Armas
Improvisadas.
5) O bônus da maldição
sádica continua a se aplicar
mesmo que os PV do perso-
nagem estejam abaixo de 0?
6) É possível conjurar Fim
Inevitável enquanto se está
dentro de uma Distorção
Temporal?
7) É possível realizar um
ataque contra você mesmo?
8) Em Forma Monstruosa é
possível empunhar itens após
se transformar?
9) A cópia criada pelo ritual
Invólucro de Carne é capaz de
realizar gastos de PE? Se sim,
ele utilizaria os PE do conjura-
dor ou ele possui os próprios?
Além disso, ele conta como
uma pessoa para ser alvo de
efeitos?
10) É possível utilizar
Distorção Temporal enquanto
estiver dentro da Distorção
Temporal?
11) Normalmente efeitos
iguais não acumulam, per-
manecendo o de maior valor.
Porém, com PVs temporários
temos um pequeno problema,
como o efeito simplesmente
não é dissipado só por ser
menor e conforme eles são uti-
lizados seu valor decai. Então,
o efeito que anteriormente
era menor tornar-se o maior,
ele iria substituir o menor, ou
isto só aconteceria quando o
maior acabasse? Por exemplo,
se conjuro Tela de Ruído para
receber 30 PV temporários 2
vezes em uma mesma rodada
e posteriormente sofro 15 de
dano, eu passarei a ter 30 PV
temporários ativos e 15 sendo
colocados de escanteio? Ou
só se tornarão 30 novamente
quando perder completa-
mente o efeito do primeiro?
Ou a segunda conjuração é só
dissipada?
12) Em Purgatório, vulnerá-
vel significa sofrer -2 na defesa
contra estes tipos de dano ou
sofrer o dobro do dano?
13) A RD recebida por Tela
de Ruído se aplica apenas con-
tra os tipos de dano indicados
em sua versão de PV temporá-
rios ou a todos os tipos?
— Cons. João Portilho
Saudações paranormais, conse-
lheiro! Vamos às suas respostas:
1) Itens amaldiçoados especiais
podem receber modificações, desde
que apropriadas ao seu tipo (o
Arcabuz dos Moretti, por exemplo,
é uma arma). Entretanto, observe que
em alguns casos, certas modificações
não farão sentido (o mesmo Arcabuz
não usa munição, logo modificações
de munição não teriam efeito nele).
O mestre tem a palavra final sobre se
uma modificação pode ser aplicada
a um desses itens.
2) Sim, acumulam. Itens amaldi-
çoados especiais não contam como
maldições para acúmulo, mas sim
como itens.
3) Somente uma unidade do item
escolhido em todas as habilidades.
4) Não.
5) Não. Não existem PVs negativos.
6) Sim, é possível. Tome cuidado!
7) Pela letra fria da regra, sim.
Mas efeitos que visam abusar o sis-
tema através de interações forçadas
sempre podem (e devem) ser coibidos
pelo mestre com um simples “não”.
8) Não, mas você mantém acesso
ao equipamento empunhado antes
da transformação.
9) A cópia é uma pessoa, possui
os próprios PEs e pode gastá-los.
Perceba, porém, que os valores nulos
em Intelecto e Presença restringem
a forma como a cópia pode usar
esses PEs. Não seria possível, por
exemplo, usar rituais.
10) Não para todas as perguntas.
Você já parou o tempo, agora é hora
de parar de complicar ainda mais
as coisas!
11) Você parece estar confun-
dindo o efeito de aplicações iguais
do mesmo efeito. Caso ocorresse
uma sobreposição como você citou,
seria uma acumulação, na prática.
Somente o efeito maior acontece.
Você não ganha 15 PV de um efeito
esperando o outro de 30 PV acabar;
você ganha apenas 30 PV.
12) Existem dois elementos com
nomes semelhantes. Um é a condição
vulnerável, que é apresentada sem
nenhum condicional (ou a criatura
está vulnerável, ou não) e outro é a
habilidade vulnerável a [algo]. Neste
caso, trata-se de "vulnerável a dano
dos tipos especificados".
13) A RD de Tela de Ruído se aplica
a qualquer tipo de dano, mas somente
contra o ataque em questão.
MINISTROS DO STR
13
 D I C A S D E M E S T R E
C
ALÉM DO
Heranças de om um golpe final de sua espada sagrada,
FIM
Dragonlance o paladino põe fim ao reinado de terror
A saga continua de Favojinis, o Imortal. A sombra que cobria
com os herdeiros os céus começa a se desfazer, permitindo
que a luz de Azgher toque os habitantes da
combalida cidade. O silêncio cauteloso que
dominava o local é substituído por urros de
vitória e canções sobre os feitos dos heróis.
Parabéns, vocês terminaram a campanha.
Campanhas longas são tanto desejadas quanto temi-
das por muitos mestres. Por um lado, são a fundação
da estrutura do hobby, dando a oportunidade de usar
muito mais do sistema e do cenário. Por outro, exigem
muito comprometimento e tempo, algo cada vez mais
Sua campanha acabou.
difícil quando se enfrenta os obstáculos dos demais
compromissos dos jogadores, como estudos ou trabalho.
E também, de um jeito ou de outro, mesmo depois que
E agora?
tudo se alinhar perfeitamente, um dia a campanha vai
acabar. Antes de discutir o que fazer nesse momento
crucial, vamos definir rapidamente como o conceito de
campanha se transformou ao longo das décadas no
hobby e como isso pode influenciar seu jogo.
Campanha das antigas
O próprio nome “campanha” é um artefato de eras
passadas. O primeiro RPG comercial, Dungeons &
Dragons, usou como base um wargame de miniaturas,
Chainmail. O modo de jogo mais comum em warga-
mes é simular um embate histórico específico, como a
Batalha de Waterloo ou o Cerco de Orleans. As regras
são aproximadas para esse fim, apresentando tipos de
tropas, armamentos e até terrenos apropriados. Existe
uma forma mais avançada, porém: a campanha. O
termo advém das campanhas militares, definido pela
Câmara dos Deputados como “conjunto de operações
militares a serem desencadeadas como parte de uma
grande operação militar, subdividida normalmente
em fases, visando a um determinado fim”. O nome
está ligado também à planície de Campânia, local de
exercícios militares anuais do Império Romano.
D I C A S D E M E S T R E
No RPG, a campanha surge em relação ao termo
aventura. Uma aventura é uma história inteira, com
começo, meio e fim; como um filme. A campanha
seria, portanto, uma coleção de aventuras. Atualmente,
pensamos em campanhas como aventuras interligadas
contando uma história maior, mas em sua origem a
situação era um pouco diferente. Nos anos 1970,
campanhas se formavam espontaneamente. Não
haviam grandes tramas nem finais determinados, os
aventureiros apenas iam de uma aventura para outra,
enfrentando novos desafios e adquirindo mais poder e
tesouros antes de uma nova aventura. Se nossas campa-
nhas contemporâneas são parecidas com séries de TV,
essas campanhas originais se assemelhavam mais aos
contos publicados em revistas pulp, com personagens
como Conan e Sherlock Holmes: histórias praticamente
isoladas umas das outras.
A grande virada veio em 1979, quando o casal
Tracy Hickman e Laura Hickman precisou de
uma renda extra para compensar a quantidade de
dinheiro que gastavam com RPG. Assim, publicaram
a aventura Rahasia de forma independente. Mas essa
aventura era diferente do padrão da época; não era
baseada em um local, tinha um final bem definido e
não era especialmente letal. Não demorou para que
os Hickman acabassem escrevendo aventuras oficiais
de D&D. Talvez você tenha ouvido falar das maiores
delas: Castelo Ravenloft e Dragonlance.
Essa nova abordagem de aventuras mudou o mundo
do RPG para sempre, redefinindo o que significava
uma aventura e, por sua vez, o que constituía uma
campanha. As primeiras aventuras de Dragonlance,
conhecidas hoje como a quadrilogia clássica, compu-
nham uma campanha curta com Dragons of Despair,
Dragons of Flame, Dragons of Hope e Dragons of
Desolation. Essas aventuras se relacionam diretamente
com a primeira trilogia de romances do cenário, dis-
ponível na loja da Jambô.
Graças a Dragonlance e aos Hickman, hoje enten-
demos campanhas como uma série de aventuras inter-
ligadas com uma conclusão definida. A Libertação
15
 D I C A S D E M E S T R E
de Valkaria foi a primeira campanha de Tormenta,
acompanhando aventureiros enquanto enfrentavam
vinte masmorras construídas pelos vinte deuses maio-
res para libertar Valkaria, a Deusa da Humanidade.
Coração de Rubi atravessa Arton em uma tentativa de
eliminar a área de Tormenta de Zakharov. Temos outros
exemplos e teremos muitos outros ainda.
O fim da campanha
Muito do que discutimos como mestres de jogo tem a
ver com o andamento das campanhas. Falamos sobre o
tipo de personagens de apoio que devemos usar, sobre
a estrutura das histórias a serem apresentadas, sobre
as formas mais eficientes de nos comunicarmos com os
jogadores. Mas a grande verdade é que, assim como
os anos, as campanhas terminam em algum momento.
Os heróis chegam no teto de poder do cenário, já
realizaram tudo que precisavam fazer, completaram
seus arcos de história. É um ciclo que se encerra (como
discutimos na edição passada). Um ponto final.
Mas depois de um ponto final há outra frase,
outro parágrafo. Não é como se o seu grupo fosse
parar de jogar RPG, afinal de contas! Acabando uma
campanha, sempre podemos começar outra. Talvez
O Manifesto da Revolução Hickman
O texto a seguir foi traduzido a partir de Pharaoh,
uma aventura de 1980:
• Um objetivo mais digno para os jogadores do
que apenas pilhar e matar.
• Uma história intrigante que esteja intrinseca-
mente envolvida com o próprio jogo.
• Masmorras que façam alguma espécie de
sentido arquitetônico.
• Um final razoável e atingível dentro de uma
ou duas sessões de jogo.
16
com outro mestre, talvez com outro sistema. Chega
a hora de explorar por algumas sessões aquele jogo
independente malucão que você encontrou no Diversão
Offline. Mas às vezes não é isso que você quer, não é
isso que o seu grupo quer. Nada de experimentos, de
rotatividade, muitas vezes só queremos mais daquilo
que já gostamos. Queremos uma nova campanha no
mesmo cenário, no mesmo sistema. E agora?
Felizmente, esse assunto já foi abordado em outras
mídias muitas vezes ao longo dos anos. É praticamente
uma tradição dos super-heróis, afinal de contas! Vamos
discutir, então, como você pode fazer uma segunda
campanha conectada diretamente à sua campanha
recém-concluída.
A segunda geração
Os quadrinhos de super-heróis no estilo Marvel e DC
são publicados de forma contínua ao longo dos anos.
Isso faz com que o tempo se passe de forma curiosa
nas páginas, com décadas às vezes se transformando
em meses e alguns personagens envelhecendo mais
rápido que outros. Outro efeito menos comentado mas
igualmente comum é a rotatividade dos membros de
grupos de super-heróis.
Depois que o elenco de um quadrinho de grupo
é determinado, é quase garantido que sofra alguma
mudança durante a história. Membros que entram e
saem são elementos clássicos desse tipo de história,
chegando a causar estranhamento quando são dei-
xados de lado. Ao fim de uma grande saga, porém,
especialmente se a equipe criativa da história for
mudada, o time inteiro pode ser alterado. Isso dá um
novo ponto de partida, um momento fortuito para um
novo leitor começar a acompanhar.
Um exemplo dessa mudança de elenco sendo
realizada de forma bem-sucedida acontece nos pri-
meiros anos dos Vingadores. A formação inicial com
Homem de Ferro, Hulk, Homem-Formiga e Vespa logo
mudou com a entrada do Capitão América e a saída
do Hulk, mas pouco tempo no futuro a mudança foi
ainda mais brusca.
Com a saída dos demais membros, Steve Rogers
precisa estabelecer uma nova equipe e se volta para um
grupo incomum: Gavião Arqueiro, Feiticeira Escarlate e
Mercúrio. Todos esses personagens eram, à época, vistos
como vilões e criminosos. Ao se tornarem Vingadores,
recebem legitimidade e uma chance de corrigir os danos
que causaram à sociedade. Esse período é tão querido
que os personagens são tão ou mais icônicos entre os
Vingadores que alguns membros fundadores. O sucesso
da mudança se deve principalmente ao carisma dos
personagens, mas também por não ter abandonado
completamente a equipe antiga, que continuava dispo-
nível como elenco de apoio.
Por outro lado, quando a Liga da Justiça
tentou algo parecido, o resultado foi péssimo.
Antes de Crise nas Infinitas Terras, o satélite
da Liga havia sido destruído por uma invasão
marciana. Aquaman assumiu a função de
remontar a equipe, usando um quartel-general
em Detroit cedido pelo herói da Era de Ouro,
Comandante Aço, para que seu neto integrasse
a equipe. Em vez dos maiores heróis da
Terra, Aquaman liderava os novatos Aço,
Cigana, Vibro, Vixen, além dos vetera-
nos Homem-Elástico, Zatanna e Ajax.
O elenco nunca foi bem aceito, mesmo
quando o próprio Batman foi inserido
novamente nas histórias. A maioria
acabou esquecida por anos, embora
alguns tenham tido chances em outros
títulos ou até outras mídias. No final das
contas a culpa não estava nos novos
personagens, mas sim em uma mudança
brusca de escopo que afastou os leitores
antigos e não conseguiu atrair novos.
Aprendendo com esses dois exem-
plos, percebemos algumas possibilidades
para uma campanha sequencial a outra.
Os temas devem ser informados claramente
para evitar uma quebra de expectativas e
os elementos que fizerem sentido da cam-
panha inicial devem ser reaproveitados.
Boruto
D I C A S D E M E S T R E
Se o primeiro grupo tinha um veículo, por exemplo, o
novo grupo pode já começar com ele ou ter como um
dos objetivos principais reavê-lo. Talvez um membro
de baixo escalão de um grupo do passado tenha se
tornado lider e dê missões para o grupo — imagine a
surpresa e satisfação dos jogadores ao descobrir que o
escudeiro do cavaleiro se tornou um homem feito e líder
de uma ordem de cavalaria! Essas referências diretas
mantém o clima de continuidade e familiaridade dos
jogadores, tornando a nova campanha mais palatável.
Dependendo de quanto tempo houver entre uma
campanha e outra, surge uma alternativa óbvia: jogar
com os herdeiros dos primeiros personagens. Perceba
o uso do termo herdeiro para ampliar esse escopo;
não falamos apenas de filhos, mas também de
discípulos ou mesmo de admiradores que optem
por seguir determinado ideal. Nos animes, isso
tem se tornado extremamente comum. De Naruto
tivemos Boruto e de Inuyasha tivemos Yashahime,
para citar os dois mais famosos. Em ambos os
casos, os novos personagens convivem com
personagens antigos e lidam com mistérios e
problemas decorrentes das decisões deles.
Quando se trata de RPG, temos Segunda
Geração, lançado pela Jambô Editora na
CCXP, em que são apresentados descen-
dentes dos Heróis da Lança.
O conceito em si é um ponto de par-
tida, dando várias oportunidades para
que os jogadores se aproximem desses
novos personagens, mas no caso de uma
mesa, é preciso ficar atento ao risco de dei-
xar os personagens antigos muito próximos
dos novos. É um problema recorrente em
Boruto — se há desafios grandes demais
para o protagonista, por que seu pai não
interfere e simplesmente resolve tudo? Os
malabarismos narrativos necessários
para manter essa história minimamente
coerente dificilmente valerão a pena. É
mais fácil reduzir o poder da primeira
geração, possivelmente através da
17
 D I C A S D E M E S T R E
idade avançada, ou restringir o acesso a eles. É o caso
dos personagens de Inuyasha em Yashahime, sendo
seu paradeiro um dos mistérios iniciais da história.
Independente dos componentes da nova geração,
sempre há a possibilidade deles engajarem com os
protagonistas anteriores de forma mais antagônica.
Vivendo para se tornar o vilão
Um dos pilares de Guerra dos Tronos, talvez a
obra mais importante da fantasia contemporânea, é
a insatisfação de George R. R. Martin com finais
vagos tão comuns a histórias de fantasia. O exemplo
clássico, usado em diversos discursos e artigos ao
longo dos anos, é o reinado de Aragorn em Senhor
dos Anéis. Qual era sua política de impostos? Havia
um exército permanente? Como lidava com enchentes
e com a fome? O que aconteceu com
todos aqueles orcs nas montanhas?
Teria Aragorn seguido uma política
de genocídio sistemático e matado
todos? Até mesmo os pequeninos
bebês orc?
Não sabemos a resposta
para essas perguntas e, em uma
história como Senhor dos Anéis,
sequer precisamos delas. Trata-se
de um épico, quase um conto de
fadas, com um peso simbólico nos
atos dos personagens. Só que
frequentemente não são essas as
expectativas nas nossas mesas
de RPG. Nos acostumamos com
Guerra dos Tronos e a Trilogia
Tormenta. Nos acostumamos
com consequências, com heróis
que continuam presentes depois
de seus momentos de glória. Com
heróis que, muitas vezes, deixam de
ser heróis após seu grande momento.
E o mesmo pode acontecer na sua
próxima campanha.
18
A transformação de um herói em vilão pode ser
sutil. Possivelmente o próprio personagem não entende
o espaço que passou a ocupar. Ainda podemos cha-
mar de herói um governante que ordena que cidades
inteiras sejam queimadas para evitar que uma praga
se espalhe? Um capitão da guarda que considera o
sangue de inocentes um preço aceitável para a garan-
tia da ordem urbana? E quanto ao clérigo de Khalmyr
que finge não perceber o desenrolar de tudo isso?
Pense nos detalhes, nos defeitos demonstrados com
mais frequência pelos personagens dos jogadores.
Encontre um motivo, por menor que seja, para o declí-
nio moral dos personagens. Isso deve ser feito com
muito cuidado, para que pareça orgânico e aceitável
para os jogadores. Afinal de contas, aqueles foram
seus personagens em algum momento!
Yashahime:
Moroha , a Assassina
de Monstros
Como de costume, podemos nos espelhar em
literatura e cultura pop para encontrar bons e maus
exemplos do uso dessa ferramenta. Um exemplo ruim
relativamente recente é a queda de Daenerys Targaryen
em Guerra dos Tronos. Embora esses eventos ainda
não tenham ocorrido nos livros, na série de TV a Mãe
dos Dragões tem uma virada brusca entre samaritana e
tirana. É possível encontrar traços de autoritarismo na
personagem, há uma crendice popular sobre a família
transitar entre a grandeza e a loucura, os traumas
sofridos pela Nascida da Tormenta — não a nossa
Tormenta — seriam mais que suficientes para eliminar
a fé na humanidade de qualquer outra pessoa.
Mas, ainda assim, a mudança brusca de comporta-
mento garantiu uma recepção negativa para a trama.
Não é o caso de Aramis, dos Três Mosqueteiros. Um
dos protagonistas no primeiro livro, seu único traço
minimamente questionável é aceitar presentes caros
de pretendentes. No segundo livro, Vinte Anos Depois,
ele e Athos se encontram em desacordo com Porthos
e D’Artagnan, sem uma definição clara de qual lado
é o certo até finalmente se aliarem. No último livro, O
Visconde de Bragelonne, Aramis tem muito mais poder
político que seus companheiros e lidera uma conspiração
não pelo bem do país, mas por almejar ainda mais
poder no cargo de papa. A transição do mosqueteiro
é gradual, mas muito menos sutil que a Daenerys.
Depois de determinar como os antigos protagonis-
tas se tornam vilões, o próximo passo é definir como
os jogadores descobrirão isso. Pode ser tanto como
parte da premissa da campanha quanto como uma
revelação dramática. Nenhuma das alternativas é
objetivamente melhor que a outra. Avalie como seu
grupo reage a surpresas e o quão apegados estão
a seus antigos personagens antes de decidir como
proceder. Apresentar os vilões como parte da premissa
para os jogadores não impede usar de uma revelação
dramática para os personagens mais adiante, mas
diminui o impacto desse momento. Caso opte por esse
momento bombástico, espalhe pistas sutis até anunciar
a virada de trama com toda a pompa que merece.
D I C A S D E M E S T R E
Esse é o momento em que Darth Vader revela ser pai
de Luke, o ajuste da caminhada de Verbal Kint.
Pode parecer mais prático, especialmente em termos
de nível de poder, fazer esse anúncio através de um
vilão menor, uma correspondência ou uma dedução
de um NPC aliado. Resista a essa tentação. Não há
melhor forma de fazer isso do que trazer pelo menos um
dos antigos heróis de volta, corrompido pela maldade,
para disparar uma frase de efeito e soltar capangas
ou monstros em cima dos heróis.
Depois dos vilões serem estabelecidos, a campanha
pode progredir de forma mais ou menos normal. Você
pode usar paralelos à campanha antiga em alguns
momentos, especialmente no tipo de tática usada
pelos antagonistas, mas com o grupo engajado em
derrotar seus antigos personagens isso talvez nem seja
necessário. Eles já devem estar envolvidos o bastante.
Nada termina
Com isso, você já deve ter um ponto de partida bas-
tante sólido para elaborar uma nova campanha a partir
do término da anterior. Novos heróis assumem o lugar dos
primeiros, talvez enfrentando-os como vilões, chegando
a um embate épico quando finalmente os derrotam.
Mas o que impede esse embate de terminar em
uma nova revelação? Talvez as palavras finais de um
desses vilões derrotados apontem para verdades até
então desconhecidas. Todas as suas ações eram neces-
sárias para proteger o reino (ou o mundo) de um mal
ainda maior. E agora, com seus planos e contingências
destruídos, não há defesa contra esse novo inimigo.
Seria isso verdade ou apenas um engodo do vilão,
tentando perturbar os heróis em seus momentos finais?
Quem é esse mal tão terrível, capaz de fazer grandes
heróis se corromperem para ter alguma chance de
enfrentá-lo? Teria a nova geração qualquer chance de
vencer esse desafio?
Talvez você precise de uma terceira campanha para
descobrir.
THIAGO ROSA
19
 M EU PRIMEIRO ARQUIVOS SECRETOS DE
FIM DE ANOOOO!!! (Clap! Clap! Clap!).
Eu sei que vocês estão acostumados com
adaptações de eventos, regras ou cenas das
transmissões do Cabeludo, mas a gente sabe
que não tem muito o que adaptar dos “espe-
ciais de Natal de Ordem Paranormal”, não é
mesmo?
Então resolvi trazer um PRESENTE DE
NATAL para todos vocês! Um desafio de fim
de ano com uma recompensa incomparável!
O PIOR
NATAL DE NICHOLAS
O Natal era a época favorita de Nicholas
Simeão. Aposentado do exército por ques-
tões de saúde, aceitava todos os bicos que
encontrava para sobreviver em um mundo
cada vez mais cruel. Dentre tantos serviços,
amava fantasiar-se de Papai Noel e alegrar
as crianças que entravam nos shoppings, nas
grandes redes varejistas ou em lojas de conve-
niência da vizinhança.
Nicholas fazia seu trabalho tão bem que se
tornou famoso e querido. Pessoas de bairros
próximos passaram a contratá-lo para atuar
como o Noel em festas familiares, “entrando
escondido” nas casas, apenas para ser desco-
ARQUIVOS
berto por alguma criança e fingir surpresa
enquanto entregava os presentes. Algumas
crianças até entravam na brincadeira, se fanta-
SECRETOS
siando de duendes e elfos para ajudar o Noel.
Era algo fofo, ingênuo e singelo.
Os anos foram passando. Aos poucos a
sociedade foi se tornando mais sínica, mais
dura. O espaço para as ditas “crenças bobas”
foi diminuindo cada vez mais, engolido pela
NICHOLAS, O DEMÔNIO DO NATAL
nova realidade. Os adultos olhavam para ele
como se fosse lixo, como se sua maior alegria
fosse apenas a depravação de um velho perver-
tido. Até mesmo as crianças, orgulhosas de
serem mais espertas, apontavam para Nicholas
e gritavam que sabiam que o Papai Noel não
era real. Que ele era um mentiroso que se
fantasiava para ganhar dinheiro.
Mesmo sabendo que eram comporta-
mentos humanos terrivelmente comuns, era
dolorido. Tão dolorido quanto receber os
avisos de que seus serviços não eram mais
necessários. Até que o dinheiro começou a
faltar e vozes sussurrantes reforçaram seus
maiores pesadelos, repetindo incessantemente
tudo o que os outros diziam sobre ele.
Nicholas tinha muito medo. Medo da
vergonha. Medo da solidão. Medo da fome.
Ainda assim, vez ou outra contava com
festas familiares das poucas pessoas que
gostavam dele.
Quando mais uma vez o Natal chegava, e
Nicholas já estava se conformando que seus
tempos de vestir a fantasia vermelha do bom
velhinho já haviam passado, uma esperança
maior surgiu.
Um dos adolescentes da vizinhança, que
o conhecia desde criança, pagou muito bem
para alegrar uma casa um pouco mais distante.
“É uma família pobre, de um ex-funcionário
do meu pai. Mal têm o que comer”, disse, “A
gente quer dar pelo menos alguma alegria para
eles nesse dia santo”. Nicholas ficou sensibili-
zado, e teria feito o serviço até de graça, mas
precisava do dinheiro e recebeu o triplo do
que costumava ganhar.
21
 O lugar era distante, um bairro industrial
com poucas casas esparsas e mal iluminadas.
Ao se aproximar da humilde casa de tijolos
sem pintura, foi surpreendido. Pessoas enca-
puzadas o cercaram, empunhando canos de
metal e pedaços de madeira pesada. Antes
que pudesse se defender ou se explicar, foi
agredido sem descanso, até desmaiar.
Quando Nicholas recobrou a consciência,
estava deitado no chão de concreto de uma
fábrica abandonada próxima, sobre um símbolo
desconhecido, riscado grosseiramente com giz
de cera. Em volta, agora sem capuz, estavam
adolescentes do bairro, liderados por aquele
que o havia contratado. De olhos fechados,
fervorosos, entoavam um canto intenso com
palavras que não faziam sentido.
Era um ritual, mas os jovens que o reali-
zavam – em busca de fama, dinheiro, sucesso
– eram cheios de medos e inseguranças.
Presas fáceis para o Outro Lado. Mas o medo
de Nicholas era muito maior tornando-o uma
refeição muito melhor.
E N IG M
ingenuid ad e no fu nd o do co
Ainda há bondade e de
im as
com os nomes de todas as vít uais) for mostrada e ele puder vê-la , a culpa o engo-
quiser adicionar das aparições anus atos .
lirá e finalmente sofrerá pelos se
r aç õe s, m ov im en to s ou
Nicholas não irá realiza
suas Resistências e as ha bi lid ad es At
e Ni ch ol as te nt e us ar Sa lto
Lendária. É provável qu
rr ot ad o de nt ro da s 24
Se Nicholas não for de
duenbretes irão desaparecer e surgirã
22
Quando o Lodo borbulhou para fora do
símbolo, ao invés dos adolescentes, foi ao
encontro do Papai Noel, que sangrava e
sentia a morte se aproximar. Mas não foi o
que aconteceu.
Nicholas foi embora da fábrica naquela
noite, sabendo que em algum momento a
polícia bateria em sua porta perguntando
sobre a morte de um grupo de jovens, mas não
se importava. Aquele era seu último Natal,
sua última vez como Papai Noel. E, movido
por forças paranormais, de maneira nenhuma
decepcionaria as famílias e crianças que o
aguardavam ansiosas.
No dia seguinte, os jornais da cidade noti-
ciaram uma série de assassinatos grotescos. O
ponto em comum? A cabeça de cada um dos
mortos foi arranjada cuidadosamente debaixo
de suas árvores de Natal.
Como presentes.
A D O M E D
ra
O
çã o de N ich ol as . Se uma lista
Ni ch ol as (a té to da s as vít im as que o narrador
aç õe s po r 1 rodada , perderá
re
aq ue M úl tip lo , Ve lo cid ad e Demoníaca e Figura
de Ch am iné para fugir.
ho ra s do di a de Natal, ele e os
pe ra do s no Na ta l seguinte.
o co m pl et am en te re cu
Nicholas, O Demônio do Natal
MORTE
VD 300
 GRANDE
PRESENÇA PERTURBADORA PADRÃO  RISADA NATALINA
DT 35  7d8 mental  NEX 90%+ é imune Nicholas emite uma risada grotesca. Todos os
seres, a escolha de Nicholas, que ouvirem a sua
SENTIDOS risada em alcance longo sofrem 7d8 pontos de
PERCEPÇÃO O +15 Visão no Escuro
dano mental (Vontade DT 35 reduz à metade).
INICIATIVA 4O +15
MOVIMENTO  ARSENAL DE NATAL
DEFESA 40 Nicholas carrega uma sacola vermelha, que com-
Fortitude 5O +15 | Reflexos 4O +15 | Vontade O+15 bina com toda a sua roupa de Papai Noel do Infer-
no. Com uma ação de movimento, ele é capaz de
PONTOS DE VIDA 1.000 | Machucado 500
puxar qualquer arma branca ou de fogo (incluin-
IMUNIDADES Morte do explosivos) disponível no livro de Ordem Para-
RESISTÊNCIAS Balístico, corte, impacto e normal RPG, além de saber usar todas elas. Você
perfuração 20 pode usar as estatísticas sugeridas nesta ficha ou
VULNERABILIDADES Energia usar as fornecidas pelo item, o que for melhor.
MOVIMENTO  SALTO DE CHAMINÉ
ATRIBUTOS Uma vez por rodada, Nicholas pode se teletranspor-
AGI 4 FOR 5 INT 3 PRE 1 VIG 5 tar para os arredores de uma casa em alcance longo
(considere os arredores para cima ou para baixo
DESLOCAMENTO 15m | 10
também, mas ele precisa ver o ponto de destino).
AÇÕES
MOVIMENTO  VELOCIDADE DEMONÍACA
PADRÃO  AGREDIR
PANCADA Corpo a corpo x2
Até o início de seu próximo turno, Nicholas
pode realizar uma ação padrão ou de movimen-
Teste 5O +35 | Dano 2d8+20 impacto ou Morte
to fora do seu turno. Se ele usar essa ação para
ARMA BRANCA Corpo a corpo x2 atacar outro ser que esteja executando uma ação
Teste 5O +35 | Dano 2d10+30 corte, impacto ou e acertar o ataque, a ação do ser é interrompida,
perfuração mas ainda é gasta como se tivesse conseguido
realizá-la. Nicholas só pode usar Velocidade De-
ARMA DE FOGO Distância  Longo
moníaca uma vez por rodada.
Teste 5O +35 | Dano 2d10+30 balístico em um
raio de 3m dentro do alcance MOVIMENTO  FIGURA LENDÁRIA
PADRÃO  ATAQUE MÚLTIPLO
Uma vez por rodada, Nicholas é capaz de impor
sua natureza lendária sobre a vontade da Realida-
Nicholas pode realizar três ataques com uma
de, ignorando um efeito que iria atingi-lo (seja ele
ação padrão.
poder, habilidade, ritual etc.). Nicholas só pode
usar essa habilidade três vezes por combate.
23
 Duenbretes VD 60
MORTE
A RECOMPENSA
 PEQUENO
Se Nicholas for derrotado, irá desa-
parecer para sempre (assim como os
Esses malditos capanguinhas, com uma aparência que dança entre duendes e diabretes. duenbretes), deixando para trás um
Com a aparição do Demônio do Natal, surgem 2d6+4 duenbretes. pequenino panetone sem graça.
Além de ajudar Nicholas, eles gostam de causar confusão, atrapalhando o trânsito, derru- Esse panetone é um item amaldi-
bando a energia, sumindo com papel higiênico ou trocando correspondências. çoado de Morte que ocupa 1 espaço e é
indestrutível, apesar de macio.
PRESENÇA PERTURBADORA PADRÃO  ATAQUE MÚLTIPLO Se for colocado na boca de um ser
DT 20  3d6 mental  NEX 35%+ é imune Duenbretes podem realizar três ataques com morto (mesmo que seja apenas na
uma ação padrão. mandíbula de um crânio decrépito), o
SENTIDOS panetone é consumido e o ser volta à
PERCEPÇÃO 4O +5 Visão no Escuro PADRÃO  RISADA NATALINA vida sem ferimentos, condições, doenças
INICIATIVA 4O +5 Nicholas emite uma risada grotesca. Todos os e venenos, sejam paranormais ou
seres, a escolha de Nicholas, que ouvirem a sua mundanos. A memória mais recente do
DEFESA 15 risada em alcance longo sofrem 7d8 pontos de ser é de seus últimos instantes de vida,
Fortitude O +10 | Reflexos 4O +10 | Vontade 4O+10 dano mental (Vontade DT 35 reduz à metade). não trazendo nenhuma lembrança do
pós-vida, se é que ele existe.
PONTOS DE VIDA 90 | Machucado 45 MOVIMENTO  ARSENAL DE NATAL Espero que tenham gostado! Um feliz
IMUNIDADES Morte Duenbretes podem retirar itens da sacola verme- natal e feliz ano novo para todos!
lha de Papai Noel do Inferno que Nicholas carre-
RESISTÊNCIAS Balístico, corte, impacto e ga. Com uma ação de movimento, são capazes de
perfuração 5
puxar qualquer arma branca ou de fogo (incluin-
MIGUEL “BEHOLDER” SOUZA
VULNERABILIDADES Energia do explosivos) disponível no livro de Ordem Para-
normal RPG, além de saber usar todas elas. Você
ATRIBUTOS
pode usar as estatísticas sugeridas nesta ficha ou
AGI 4 FOR 0 INT 3 PRE 4 VIG 1
usar as fornecidas pelo item, o que for melhor.
DESLOCAMENTO 9m | 6
MOVIMENTO  TRAQUINAGENS
AÇÕES Duenbretes conseguem ficar invisíveis, incluindo
PADRÃO  AGREDIR seu equipamento, recebendo camuflagem total e +15
GARRAS E DENTES Corpo a corpo x2 em testes de Furtividade (se ficar machucado, não
Teste 4O +10 | Dano 1d4+10 corte, perfuração ou consegue ficar invisível). Como o normal, seres que
Morte não possam vê-lo ficam desprevenidos contra seus
ataques (sofrendo 5d4 adicionais de dano). Além dis-
ARMA BRANCA Corpo a corpo x3
so, são capazes de simular qualquer som ou voz, re-
Teste 4O +10 | Dano 1d8+10 corte, impacto ou
cebendo +15 em Enganação e Crime quando podem
perfuração
usar dessa traquinagem em seu teste.
ARMA DE FOGO Distância x3  Longo
Teste 4O +10 | Dano 1d8+10 balístico

24
 SOU EU
MARIO!
O ENCANADOR MAIS FAMOSO DOS GAMES,
NA SUA MESA DE 3DET VICTORY!

POR BRUNO SCHLAT TER

 A D A P TA Ç Ã O
C onsiderando que essa talvez seja a série de
jogos de videogame mais famosa do mundo,
é uma surpresa se dar conta de que Mario e suas
aventuras nunca foram adaptados para 3DeT,
mesmo nas versões anteriores, na Dragão Brasil.
Mas esse mês corrigimos esse fato, com tudo o que
você precisa para entrar pelo cano e sair em um mundo
de cogumelos que falam e princesas sequestradas na sua
próxima mesa de 3DeT Victory!
QUE MARIO?
Os irmãos Mario e todo o seu universo são frutos
da mente de Shigeru Miyamoto, o lendário criador
de jogos da Nintendo desde a década de 1980. Sua
primeira aparição foi no clássico dos arcades Donkey
Kong, de 1981; na época, Mario ainda era chamado de
Jumpman e tinha a missão de salvar sua namorada,
Pauline, do gorila gigante que dava título ao jogo.
O jogo foi um sucesso enorme, pavimentando o
papel da Nintendo como uma das líderes do mercado
tanto no Japão como no ocidente. Mas seria Super
Mario Bros., o terceiro jogo com o personagem, de
1985, que começaria a estabelecê-lo como um ícone:
desde o cenário vibrante e colorido do Mundo dos
Cogumelos, até a jogabilidade clássica de plataformas
e os diversos personagens, aliados e vilões, que forma-
riam o seu universo.
Desde então, dezenas de jogos diferentes foram lan-
çados, para diversas gerações de consoles, explorando
gêneros muito variados. Jogos de tabuleiro, corridas
de kart, esportes olímpicos, RPGs, torneios de luta…
Há (quase) tantos jogos diferentes estrelando Mario e
seus companheiros quanto são os gêneros possíveis de
campanhas de 3DeT Victory!
28
O MUNDO DOS
COGUMELOS
A maior parte das aventuras de Mario e seus amigos
se passa no Mundo dos Cogumelos, um planeta seme-
lhante à Terra, dividido entre diversas espécies e nações.
A mais importante delas é o Reino dos Cogumelos,
governado pela Princesa Peach, uma terra encantada,
tomada de paisagens vibrantes e grandes colinas tomadas
de vegetação. É habitado pelo povo-cogumelo, uma espé-
cie de fungo humanoide, de índole pacífica e tendência
para uma vida idílica.
O Reino dos Koopas, por outro lado, não podia
ser mais diferente. Localizado no norte do planeta,
em uma região montanhosa tomada de vulcões, é uma
monarquia absolutista sob a liderança do déspota Rei
Bowser Koopa. Sob seu comando, a Tropa Koopa
invade e conquista outros reinos para expandir seus
domínios. Seu grande objetivo é conquistar o próprio
Reino dos Cogumelos, e tomar a Princesa Peach como
sua esposa e rainha.
Embora estas sejam as principais nações em con-
flito, diversas outras regiões completam este mundo.
Exemplos incluem o reino de Sarasaland, governada
pela Princesa Daisy, uma das melhores amigas da Princesa
Peach; a Ilha Donkey Kong, lar das espécies de símios
da família Kong; e a Terra dos Dinossauros, onde fica
a Ilha Yoshi, local de origem dos dinossauros yoshi.
Em uma campanha de 3DeT Victory, há espaço para
explorar todos estes ambientes, e outros mais que você
queira inventar. O Mundo dos Cogumelos pode ser a
ambientação principal da campanha, ou então acessado
a partir da Terra, através de portais mágicos nos enca-
namentos de esgoto. Talvez ele seja mesmo mais uma
Arca misteriosa da Era das Arcas!
Em termos de regras, você pode começar com per-
sonagens de 10 pontos, como é o padrão do sistema.
Considere que monstros e criaturas do Mundo dos
Cogumelos pertencem naturalmente à escala Sugoi; feliz-
mente, o cogumelo de crescimento é um item comum
neste mundo, e você não terá grandes problemas se
puder encontrar um antes de enfrentá-los!
NOVOS
ARQUÉTIPOS
POVO-COGUMELO
(1 PONTO)
A maior parte da população do Reino dos Cogumelos
é formada por esta espécie de fungos humanoides, tam-
bém chamados toads. São um povo pacífico e inofensivo,
com diversas comunidades ao redor do reino. Sua capital
é a Cidade Toad, onde também está localizado o castelo
da princesa Peach, de quem são servos extremamente
dedicados.
Inofensivo. As pessoas não esperam que você
represente um perigo.Você tem um turno extra antes de
um conflito começar contra inimigos que não o conhe-
çam; e tem Ganho em testes para não ser percebido.
Vida frugal. Você tem facilidade para sobreviver.
Sempre que fizer um teste de Sustento, você recebe um
bônus de +1 no atributo usado.
Frágil. O corpo de um fungo não é exatamente
resistente.Você tem Perda em testes de Resistência para
ações que envolvam vigor físico, e nunca tem críticos
nestas rolagens.
A D A P TA Ç Ã O
KONG (1 PONTO)
Kongs são um grupo de primatas habitantes da Ilha
Donkey Kong, um território próximo ao Reino dos
Cogumelos. Diversas espécies de símios fazem parte
dele, desde gorilas até chimpanzés. Muito aptos fisica-
mente, não é comum que deixem a ilha, mas vivem suas
próprias aventuras dentro dela.
Aptidão física. Você tem facilidade em realizar
feitos físicos impressionantes. Sempre que faz um teste
de Esporte, você recebe um bônus de +1 no atributo
usado.
Físico símio. Escolha uma vantagem entre Ágil,
Forte ou Vigoroso.
Diferente. Pelo seu tamanho e postura, você tem
dificuldade para utilizar utensílios feitos para outras
espécies (embora possa ter suas próprias roupas e
ferramentas adaptadas).
KOOPA (1 PONTO)
Koopas são uma espécie aparentada com tartarugas,
habitantes do Reino dos Koopas, vizinho ao Reino dos
Cogumelos. Indivíduos podem ser tanto quadrúpedes
como bípedes, se aproximando mais de uma forma
humanoide. Em comum, todos possuem um casco duro
de tartaruga sobre as costas, que podem usar para se
defender e evitar ataques.
Defesa Especial (Robusta). Quando consegue
um crítico em um teste de defesa, você pode gastar 2
PM para somar Resistência mais uma vez.
Vigoroso. Você tem Resistência +2 em testes que
envolvam vigor físico, e pode gastar 2 PM para ter crítico
com 5 ou 6 nestas rolagens.
Diferente. Devido ao seu casco de tartaruga e
corpo robusto, você tem dificuldade para utilizar roupas
e outros tipos de vestimentas.
29
 A D A P TA Ç Ã O
NOVOS ITENS
CONSUMÍVEIS
O Mundo dos Cogumelos é tomado de itens que
podem ser recolhidos e usados para adquirir poderes
temporários, encontrados ao quebrar blocos de pedra
ou em caixas brilhantes misteriosas marcadas com uma
grande interrogação. Como regra geral, ao usá-los o
personagem passa a poder utilizar as vantagens corres-
pondentes como se as tivesse em sua ficha. Ele pode
mantê-las até o fim da cena.
Se o mestre quiser simular os jogos originais com
mais fidelidade, sofrer qualquer dano também o faz per-
der os benefícios do item. Com exceção dos cogumelos
e da estrela mágica, todos os demais não podem ser
usados em conjunto (para usar um novo item, você deve
abrir mão das habilidades do anterior).
Novo item comum
• Cogumelo de crescimento. O personagem
cresce de tamanho, subindo um em escala. Lembre-se
de que no reino dos cogumelos, a maioria dos oponentes
pertence à escala Sugoi!
30
Novos itens incomuns
• Flor congelante. Concede Paralisia.
• Flor de fogo. Concede Ataque Especial (Potente).
• Ovo de Yoshi. Concede Ajudante (montaria).Você
pode sacrificá-lo para ter Ganho em um teste para saltar.
• Pena voadora. Você recebe uma capa mágica que
concede a vantagem Voo.
• Roupa de guaxinim. Você pode usar um movi-
mento para empurrar um inimigo (faça um teste de
ataque: se vencê-lo, no lugar de dano, ele perde o pró-
ximo turno) ou para voar por uma rodada.
• Roupa de pinguim. Em áreas geladas, você pode
gastar 1 PM para fazer um movimento extra, como na
vantagem Aceleração.
• Roupa de sapo. Você recebe Imune (anfíbio) e
Ganho em testes para nadar.
Novo item raro
• Cogumelo de vida extra. Concede Imortal, mas
apenas uma vez.
Novo item lendário
• Estrela mágica. O personagem se torna invulne-
rável a todos os tipos de danos por 1D rodadas.
A D A P TA Ç Ã O
CIRCUITOS Você pode variar as perícias utilizadas em cada
etapa, mas se lembre que nem todo personagem de
Um circuito é um tipo especial de meta estendida,
em que o personagem precisará passar por uma série
3DeT Victory terá uma variedade muito grande delas.
Se o circuito for percorrido pelo grupo todo, pode ser
divertido buscar desafios com muitas perícias diferentes,
de desafios em sequência para chegar até o final. É como
para que todos tenham o seu momento de brilhar. Mas
uma fase em um jogo clássico de plataformas: você
em um circuito para um único personagem, o ideal é
corre da esquerda para a direita, superando obstáculos
não pedir mais do que duas ou três perícias diferentes
e acumulando power-ups, até chegar ao fim do estágio.
ao longo das etapas.
Para criar um circuito, você deve primeiro definir
Além do desafio, cada etapa também deve ter uma
o seu tamanho: quantas etapas ele terá? Um circuito
punição, aquilo que ocorre caso o personagem falhe
curto pode ter três etapas, enquanto um longo pode ter
no teste. Em um estágio de jogo de plataformas, a puni-
oito, dez ou até mais. Entre quatro e seis etapas é uma
ção normalmente é retornar ao início com uma vida a
boa média, em que há etapas suficientes para um desafio
menos. Em um jogo de RPG, recomendo que se evite
razoável, mas também não é longo demais a ponto de
algo tão drástico, para não tornar o circuito frustrante e
se tornar cansativo.
repetitivo; limite-se a fazê-lo repetir a etapa, recebendo
Cada etapa deve ter um desafio, que determina o uma certa quantidade de dano ou algum outro tipo de
teste necessário para passar à etapa seguinte. Pular sobre condição desfavorável para os testes seguintes.
um precipício pede um teste de Esporte, enquanto
Por fim, cada etapa também pode ter um prêmio.
enfrentar um oponente pode pedir um teste de Luta.
Você pode determinar a meta normalmente como faria
Isso não é obrigatório: na maioria das vezes, apenas pas-
sar adiante no circuito já é uma grande recompensa! No
em um teste comum, mas lembre-se de que um bom
entanto, itens especiais que facilitem as etapas seguintes
circuito possui dificuldade crescente: as primeiras eta-
podem ser conquistados.Você também pode conceder
pas normalmente terão metas fáceis (6), e irão avançar
um segundo prêmio, melhor do que o primeiro, caso o
progressivamente até um último desafio difícil (meta
12) ou até muito difícil (15).
jogador dobre a meta do desafio.
Note também que o circuito não precisa ser uma
É possível utilizar quaisquer regras pertinentes a testes
linha reta.Você pode colocar cruzamentos e bifurcações,
para definir um desafio. Algumas etapas podem impor
em que ao fim de cada etapa os jogadores tenham a
Ganhos e Perdas se o personagem não tiver uma condição
opção de seguir por caminhos diferentes; assim, pode
específica, por exemplo, como ter um item que o torne
ter algum controle sobre os desafios e os prêmios em
anfíbio para cruzar um rio, ou uma montaria que permita
potencial que podem receber.
pular alto para superar um muro muito grande. Em outros
casos, uma etapa pode ser uma pequena meta estendida,
precisando de dois ou mais sucessos para ser superada.
31
 A D A P TA Ç Ã O
A seguir, veremos dois exemplos de circuitos
seguindo as regras e parâmetros acima.
TRILHA DOS COGUMELOS
Este é um exemplo de circuito simples, de cinco
etapas com uma única bifurcação. O personagem está em
campo aberto em meio à natureza, tomado de criaturas
hostis que o atacarão à primeira vista. Ele deve correr
até o outro lado e entrar num castelo.
Etapa 1: precipício. O personagem deve correr
e pular sobre um precipício. Se chegar até o outro lado,
uma caixa metálica com um prêmio miste-
rioso o espera.
Desafio. Esporte (6). Um desafio sim-
ples, com uma meta baixa para começar o
circuito.
Punição. Se falhar no teste, além de
recomeçar, o personagem sofre 1D pontos
de dano pela queda.
Prêmio. Um cogumelo de crescimento.
Etapa 2: tartaruga koopa. Do
outro lado do precipício, uma tartaruga
koopa ataca o personagem!
Desafio. Luta (6).
Punição. Trate o teste como uma
disputa de ataque contra defesa. Se rolar
menos que a meta, sofre dano igual à dife-
rença. Se o personagem for de escala inferior
a Sugoi, considere a meta 9.
Prêmio. Casco de tartaruga. Pode ser arre-
messado para usar um Ataque Especial Potente
(P+2), sem custo em PM, uma única vez.
Etapa 3: planta carnívora. Uma
planta carnívora sai de dentro de um enca-
namento gigantesco e ataca!
32
Desafio. O jogador pode escolher pular sobre a
planta (Esporte, 9) ou enfrenta-la (Luta, 12). Se o per-
sonagem for de escala inferior a Sugoi, a meta de Luta
sobe para 15.
Punição. Independente do desafio escolhido, trate-o
como um teste de ataque contra defesa. Se for derro-
tado, além de não seguir adiante, o personagem sofre
dano igual a diferença da rolagem para a meta.
Prêmio. Nenhum, mas dependendo do desafio
escolhido, abre-se uma rota alternativa (veja a seguir).
Etapa 4A: caminho das nuvens. Após passar
pela planta, você segue atravessando as nuvens
sobre um precipício, pulando sobre uma de
cada vez até chegar do outro lado.
Desafio. Esporte (9). Mini meta esten-
dida: você precisa de dois sucessos.
Punição. Se falhar duas vezes antes de
conseguir dois sucessos, retorna ao começo
da etapa e sofre 2D pontos de dano pela queda.
Prêmio. Uma flor de fogo.
Etapa 4B: caminho subterrâneo.
Apenas caso você vença a planta car-
nívora com Luta, você pode entrar
pelo encanamento e explorar o
subterrâneo.
Desafio. Esporte (6). Este é um desa-
fio aberto, com meta baixa, que serve para
determinar o prêmio obtido.
Punição. Nenhuma. O caminho do
encanamento é seguro, mas só pode ser
acessado vencendo a planta carnívora.Você
segue adiante mesmo se falhar no teste.
Prêmio. 1D itens comuns à sua escolha,
ou 2D se dobrar a meta. Cada três itens
comuns podem ser trocados por um inco-
mum, e três incomuns por um raro.
Etapa 5: mastro da bandeira. Chegando ao
fim do circuito, só o que falta é saltar sobre a muralha
do castelo e se agarrar ao mastro da bandeira para
descer até o chão.
Desafio. Esporte (12). O último desafio não pode
ter uma meta fácil!
Punição. 1D de dano por falha.
Prêmio. Nenhum, mas se dobrar a meta, atinge um
ponto mais alto do mastro e encontra um cogumelo
de vida extra.
CASTELO DO BOWSER
O personagem explora um dos castelos tomados por
Bowser e seu exército atrás da princesa sequestrada. O
circuito tem menos etapas, mas inclui, no final, uma mini
meta estendida em que o personagem deve enfrentar
um impostor disfarçado como o rei dos koopas.
Etapa 1: plataformas móveis. Você deve
passar por uma série de plataformas móveis por sobre
um chão de espinhos.
Desafio. Esporte (9). Uma mini meta estendida, em
que você deve obter dois sucessos em sequência.
Punição. A cada falha você sofre 1D pontos de dano
e retorna ao começo da etapa.
Prêmio. Nenhum.
Etapa 2: poço de lava. Um grande poço de lava
se abre entre você e a próxima etapa do castelo.
Desafio. Esporte (9). Apenas um sucesso é neces-
sário, mas os danos por cada falha são maiores.
Punição. A cada falha, você sofre dano igual a 1D +
a diferença entre o seu teste e a meta.
Prêmio. Nenhum.
Etapa 3: batalha contra o impostor. No final
do castelo, você é atacado pelo próprio Rei Bowser! Na
verdade, um impostor, mas você não saberá disso até
derrotá-lo.
Desafio. Esporte ou Luta (9).Você pode optar por
enfrentá-lo como em um combate, ou desviar de seus
ataques e usar o próprio cenário para derrotá-lo. De
todo modo, esta é uma mini meta estendida, em que
você precisa obter três sucessos para sair vitorioso. Se
o personagem pertencer a uma escala inferior a Sugoi,
aumente a meta para 12.
Punição. Trate cada teste como uma
disputa de ataque contra defesa;
caso o personagem falhe, ele
sofre dano igual à diferença
nos resultados.
Prêmio. Nenhum. Um
cogumelo na câmara seguinte
o avisa que a Princesa está em
outro castelo.
33
 A D A P TA Ç Ã O A D A P TA Ç Ã O

PERSONAGENS PRINCESA PEACH COGUMELO 16pt

A monarca do Reino dos Cogumelos é corajosa e resiliente, além de uma gover-
MARIO 10pt nante bondosa amada pelos seus súditos. Por isso mesmo, está sempre em risco de
ser sequestrada ou ameaçada pelos inimigos do Reino. Entre suas habilidades menos
Mario Mario é um encanador descendente de italianos lembradas, está a de flutuar inflando a saia do seu vestido.
no Brooklyn, Nova York, que foi transportado para o Reino
dos Cogumelos pelos encanamentos em que trabalhava. Logo PODER 1 PONTOS DE AÇÃO 1
tornou-se o maior herói deste mundo, salvando a Princesa PONTOS DE MANA 15
Peach inúmeras vezes das mãos de Bowser.
HABILIDADE 3
RESISTÊNCIA 2 PONTOS DE VIDA 10

PODER 3 PONTOS DE AÇÃO 3 PERÍCIAS INFLUÊNCIA, LUTA.

HABILIDADE 2 PONTOS DE MANA 10 VANTAGENS BASE (CASTELO COGUMELO), CARISMÁTICA, FAMOSA,

RIQUEZA (KIODAI),VOO.
RESISTÊNCIA 2 PONTOS DE VIDA 10

PERÍCIAS ESPORTE, LUTA.

VANTAGENS ATAQUE ESPECIAL POTENTE (PULO NA CABEÇA).

TOAD 10pt
Este cogumelo é o principal servo e confidente da Princesa
Peach, responsável por protegê-la de ameaças e perigos. No
LUIGI 10pt entanto, não é muito eficiente em evitar que ela acabe
sequestrada com certa frequência…
Irmão gêmeo de Mario, Luigi frequentemente o acompanha nas aventuras
no Mundo dos Cogumelos. É mais alto e esguio, mas também um tanto PODER 1
medroso e mais cuidadoso ao agir. HABILIDADE 3
RESISTÊNCIA 2
PODER 2 PONTOS DE AÇÃO 2
HABILIDADE 3 PONTOS DE MANA 15 PONTOS DE AÇÃO 1
RESISTÊNCIA 2 PONTOS DE VIDA 10 PONTOS DE MANA 15
PONTOS DE VIDA 10
PERÍCIAS ESPORTE, LUTA.
VANTAGENS ATAQUE ESPECIAL POTENTE (PULO NA CABEÇA).
ARQUÉTIPO POVO-COGUMELO.
PERÍCIAS SUSTENTO.
VANTAGENS DEVOTO (PROTEGER A PRINCESA),
PATRONO (PRINCESA PEACH).

34 35
 A D A P TA Ç Ã O A D A P TA Ç Ã O

OPONENTES PLANTA-PIRANHA 10pt BOWSER 35PT

Esta enorme planta carnívora costuma se esconder Falamos bastante do Bowser na Dragão Brasil 189,
dentro de encanamentos, pegando aqueles que se apro- inclusive com fichas para outros sistemas, mas vamos
BOB-OMB 5pt GOOMBA 2pt ximam surpresos. Sua principal fraqueza é a imobilidade, repetir a de 3DeT Victory aqui só porque somos legais!
Pequenas bombas com pernas que andam pelo campo Estes fungos rabugentos vivem nas áreas selvagens mas é capaz de atingir inimigos distantes com disparos
de combate para causar grande destruição nos inimigos. do Reino dos Cogumelos. Embora os mais comuns de fogo! PODER 6
Infelizmente, também tendem a se explodir no processo! não tenham habilidades especiais significativas, existem HABILIDADE 2
PODER 3 RESISTÊNCIA 6
espécies variantes que podem possuir vantagens diversas.
PODER 1 HABILIDADE 1
RESISTÊNCIA 3 PONTOS DE AÇÃO 6
HABILIDADE 1 PODER 1
PONTOS DE MANA 30
RESISTÊNCIA 0 HABILIDADE 0
RESISTÊNCIA 0
PONTOS DE AÇÃO 3 PONTOS DE VIDA 50
PONTOS DE MANA 5
PONTOS DE AÇÃO 1
PONTOS DE VIDA 15 ARQUÉTIPO KOOPA.
PONTOS DE MANA 5 PONTOS DE AÇÃO 1
PERÍCIAS LUTA, MÍSTICA, INFLUÊNCIA.
PONTOS DE VIDA 1 PONTOS DE MANA 1
PERÍCIAS LUTA, SUSTENTO. VANTAGENS ARENA (SEUS VÁRIOS CASTELOS),
PONTOS DE VIDA 1
VANTAGENS ALCANCE 1, INVISIBILIDADE. MALDIÇÃO ALCANCE, ATAQUE ESPECIAL (BAFORADA DE FOGO:
PERÍCIAS LUTA. POTENTE X2), DEFESA ESPECIAL (CASCO DE ESPINHOS:
(NÃO PODE FAZER MOVIMENTOS).
VANTAGENS ATAQUE ESPECIAL (ÁREA, POTENTE). PERÍCIAS LUTA. REFLEXÃO), FORTE, MAGIA, PODER OCULTO, PM EXTRAS
X2, PV EXTRAS X2, RIQUEZA,TELEPORTE.
DESVANTAGENS INFAME, MONSTRUOSO.
IRMÃO MARTELO 7pt KOOPA TROOPA 5pt
Membros fortificados da tropa koopa, com cascos A infantaria do exército do Reino dos Koopa, que
resistentes e martelos retornáveis arremessados formam a base do seu exército invasor quando atacam Koopa Clown
como arma. uma nova nação. Car (veículo):

PODER 2 PODER 1 PODER 6

HABILIDADE 2 HABILIDADE 1 HABILIDADE 2
RESISTÊNCIA 2 RESISTÊNCIA 1
RESISTÊNCIA 6

PONTOS DE AÇÃO 2 PONTOS DE AÇÃO 1 PONTOS DE AÇÃO 6

PONTOS DE MANA 10 PONTOS DE MANA 30
PONTOS DE MANA 5
PONTOS DE VIDA 10 PONTOS DE VIDA 50
PONTOS DE VIDA 5

PERÍCIAS LUTA. VANTAGENS PVs Extras,Voo.

VANTAGENS ALCANCE 1. PERÍCIAS LUTA.
VANTAGENS VIGOROSO.

36 37
AS LIÇÕES DE
T O O L B O X T O O L B O X

BALDUR'S GATE A essa altura todo mundo já se

acostumou com a ideia que, se
não for irrevogavelmente o jogo do
ano, Baldur’s Gate 3 é pelo menos
um dos jogos mais incríveis de um
2023 absolutamente empanturrado
de jogos incríveis.
Desde a edição de setembro, quando fiz
uma longa resenha, o leitor da Dragão Brasil
sabe em detalhes o que achei da monumental
jornada da Larian Studios, desenvolvedora
responsável por dar vida ao vasto mundo
de Forgotten Realms, o mais tradicional de
Dungeons & Dragons. Mesmo assim, não
custa ressaltar, de novo, que se trata, ao meu
ver, do único RPG eletrônico que conseguiu,
finalmente, trazer para as telas o gosto de uma
grande campanha de mesa.
E não digo isso só porque é possível jogar
com seus amigos, numa experiência coopera-
tiva: jogando sozinho, tomando cada decisão
enquanto roía as unhas, BG3 me arrancou
comemorações típicas de um sábado à tarde
rodeado de fichas de personagem, refrigerante
e comidas insalubres.
Com tudo isso em mente e devidamente
explicado, não nos resta nada além de fazer o

O QUE PODEMOS APRENDER COM

óbvio: dar a volta completa e examinar o que
podemos aproveitar de tudo isso em nossas
aventuras e campanhas de mesa. E embora

O MAIOR RPG ELETRÔNICO DE

Baldur’s Gate 3 use D&D como sistema de
regras, não se preocupe. Na hora de extrair
o que há de bom de tudo o que existe ali, os

TODOS OS TEMPOS
números são um mero detalhe.

41
 T O O L B O X
Quem é você?
Esta é uma pergunta cuja resposta pode ser absur-
damente ampla na vida e na mesa de jogo. Isso, não
se engane, é muito bom.
Assim como as pessoas estão se descobrindo,
conquistando espaços e lutando para serem aceitas
como bem querem na vida real, não há porque não
trazer isso para o seu jogo, onde magia e criaturas
fantásticas são aceitas com normalidade. Personagens
de RPG são um reflexo da vontade de seus jogadores,
auxiliada pelas regras onde ela for prevista, e moldada
pela criatividade onde ela não chega. Deste modo,
é normal que novos paradigmas sejam adaptados,
encaixados e aprendidos. O mundo está mudando, e
você só vai perder tempo se não mudar também.
Em Baldur's Gate você não escolhe simplesmente se
seu personagem é “homem” ou “mulher“. Essa decisão
é fragmentada em uma série de etapas que faz bem
mais sentido quando se leva em conta uma concepção
mais profunda.
Primeiro você escolhe seu tipo de corpo. Em geral
são quatro tipos para cada raça, dois masculinos e
dois femininos. Um mais esguio e outro mais muscu-
loso. Depois é a vez da identidade, que pode ser
masculina, feminina e não-binária/outros, o que
influencia no uso de pronomes. Em seguida, você
decide o tipo de voz e, por último, o órgão sexual.
Tudo isso é intercambiável, abrindo um leque de
opções capaz de contemplar — imagino, dentro das
minhas limitações — o que você quiser ser.
No RPG de mesa as opções podem ultrapassar
todos estes enquadramentos, já que não existem as
mesmas fronteiras de um game programado, mas o
método de construção de personagem de Baldur’s
Gate 3 nos ajuda a pensar fora dos moldes a que
estamos acostumados. Seguindo o método criado pela
Larian, com sua profundidade ajustada de acordo com
as vontades da mesa na sessão zero, a criação de
personagens mais diversos se torna naturalizada. E
isso, repito, é ótimo para todo mundo.
42
Diga-me com quem andas
Nenhum RPG moderno que vale o seu preço ousa
despontar nos mercados virtuais sem NPCs verda-
deiramente cativantes. Mais que isso, em Baldur’s
Gate 3 — e em outros jogos, para ser honesto — são
parte essencial do seu grupo, com quests próprias,
motivações, segredos, inimigos e a tão cobiçada
possibilidade de romance.
Em um jogo de mesa as coisas funcionam diferente,
é óbvio. Os personagens dos jogadores são as estrelas
e devem ser tratados assim. Também é muito mais difícil
para o mestre dar conta de uma quantidade absurda
de NPCs atuando ao mesmo tempo. Então é aquilo:
torcedores, calma. Vamos de pés no chão.
Sim, é bem pouco prudente enfiar um time de futebol
andando junto com o grupo. Mas um ou dois NPCs
mais especiais, por que não? Como já foi dito em
Tormenta20, nenhum deles precisa necessariamente de
ficha. Como estamos falando de NPCs mais focados
em funções sociais, basta elaborar um histórico de três
linhas (opcional, mas eu sei que você gosta) e trejeitos.
Se você quiser que o personagem realmente faça
alguma diferença na campanha, acrescente aí alguma
motivação mais ampla, do tipo que não impede que
o grupo corra atrás de seu próprio objetivo antes de
ajudá-lo (“Espero um dia encontrar a espada de minha
mãe, perdida durante a guerra contra os puristas. Mas
até lá me contentarei em fazer justiça.”). Em questão
de regras, em Tormenta20 você pode utilizar a popular
regra de parceiro, evitando gastar tempo criando e
administrando fichas gigantes enquanto mestra. Dê
a ele ou ela pontos de vista legítimos, e permita que
aprove ou questione as ações dos personagens, para
ajudar a dar tridimensionalidade.
BG3 usa um sistema de aprovação que pode ser
replicado tendo um pouco mais de trabalho. A NPC é
uma cavaleira da Ordem da Luz e os personagens aju-
daram uma vila em Bielefeld? Ponto positivo. O grupo
abriu mão da recompensa de um pobre fazendeiro
depois de uma missão? Ponto positivo. O ladrão foi
pego sacaneando alguém e sua justificativa não teve
nem pé nem cabeça? Ponto negativo. Dependendo da
escala utilizada e do saldo, o NPC pode ajudar mais,
ir embora ou até virar um inimigo!
No que diz respeito aos romances, todo cuidado é
pouco. O tom e a profundidade dessa possibilidade
deve ser determinada na sessão zero, para que nin-
guém fique desconfortável. Certifique-se sempre que a
iniciativa de um encontro parta dos jogadores, não de
você, mestre, e reaja de maneira lógica, mas divertida
para todo mundo. O mestre deve ajudar a conduzir
a relação, mas nunca usar seus poderes para impor
qualquer coisa.
Embora seja algo um tanto óbvio, não custa dizer:
a menos que exista algo legítimo e consensual entre
as pessoas envolvidas (um casal na vida real jogando
como um casal na mesa, por exemplo) o romance entre
personagens não deve envolver contato físico e jamais
deve ultrapassar as fronteiras do ambiente de jogo.
T O O L B O X
Uma surpresa a cada esquina
Explorar mapas é um dos grandes prazeres de
jogar Baldur 's Gate 3. Uma área é capaz de conter
trechos secretos, NPCs memoráveis, recompensas raras
e missões inteiras. É possível transferir tudo isso para
o RPG de mesa? Se você assiste Fim dos Tempos, uma
de nossas streams oficiais, sabe que a resposta é sim.
As Colinas Centrais, área em que os personagens,
os Cães das Colinas, se estabeleceram na primeira
temporada, são tão amplas que tudo praticamente
acontece apenas por ali. A escolha não foi à toa:
Leonel Caldela, o mestre, preferiu aquele lugar justa-
mente porque se tratava de uma área com pouquíssima
descrição em material oficial. É um modo de aproveitar
um mundo minucioso como Arton sem necessariamente
ficar preso aos fatos oficiais de pontos mais detalhados.
Outro espaço pensado para ser assim no Atlas
de Arton são os Feudos de Trebuck. Originalmente o
reino da Rainha-Imperatriz Shivara, hoje não há ali um
governo centralizado. Trebuck voltou às suas origens,
quando era lar de uma variedade de barões e outros
nobres preocupados apenas com seus próprios assun-
tos. Isso abre espaço para a exploração sem pudor,
com alguns temperos extras: os Feudos fazem limite
com uma área de Tormenta, com as Sanguinárias, com
Sckharshantallas e com a Pondsmânia. Nenhum desses
43
 T O O L B O X
representa uma ameaça urgente, mas a mera presença
de vizinhos desse porte pode despertar ideias para
encontros aleatórios (não necessariamente violentos)
fortuitos e extremamente variados.
Além disso, lembre-se: Arton é um continente vasto,
e há muita coisa desconhecida entre uma cidade e
outra. Mesmo em lugares em que há a impressão de
que está tudo ocupado, existem muitas áreas inexplo-
radas esperando o aventureiro mais ousado (ou mais
curioso mesmo)!
Exploração urbana
Nem só de campos vastos, pântanos e coli-
nas vive a exploração dos jogadores. Pode
não parecer à primeira vista, mas cidades
também são um prato cheio.
Só para continuar citando Fim dos Tempos,
a segunda temporada se passa em Valkaria, a
maior metrópole de Arton. Suas ruas abarro-
tadas, repletas de novidades a cada esquina
são perfeitas para qualquer tipo de encontro.
Pense em algo estranho e peculiar, e
provavelmente isso será encontrado em
Valkaria. É possível, inclusive, buscar
inspirações no mundo real e nos jornais,
convertendo tudo para o gênero de
fantasia. Um vendedor esquisito,
uma estátua viva de rua que tal-
vez seja mesmo uma estátua,
uma pedinte que estranhamente
parece estar em mais de um
lugar ao mesmo tempo, um
vilão sendo perseguido por
outro grupo de aventu-
reiros, uma taverna que
nunca fecha.
Possibilidades não
faltam.
O que foi que você disse?
Quando anunciam algum RPG eletrônico, a primeira
coisa que eu procuro é: vou poder resolver as coisas
na conversa? Não sou exigente, não preciso terminar a
história sem matar ninguém, ou sem dar uma espadada
sequer. Tudo o que eu quero é ter a possibilidade de
botar meus melhores números em atributos e perícias,
conversar com um NPCs e sentir que isso tem algum
impacto relevante se não na campanha, ao menos
naquele ponto da história.
No fundo, este é o cerne do RPG de mesa, e aqui
o mérito de Baldur’s Gate 3 é conseguir reproduzir
da melhor maneira possível a liberdade que temos
jogando na mesa da cozinha. O jogo é conhecido
pela quantidade insana de variedades de resultados
e bifurcações em detalhes da trama.
Obviamente, no decorrer dos anos fomos criando
uma consciência mais profunda de quanto tempo se
leva para construir algo nessas proporções sozinho para
uma aventura de uma tarde, o que dirá uma campanha.
Artigos e mais artigos foram escritos sobre como é pos-
sível reaproveitar encontros e passar para os jogadores
uma sensação de escolha que, no fim, é só uma ilusão
bem aplicada. Mesmo assim, de vez em
quando, em ocasiões especiais, talvez
valha a pena ter o trabalho extra de
escrever o histórico do taverneiro
que pode (ou não) levar a uma
trama paralela sobre sequestro
de hynnes em Sambúrdia. Ou
fazer uma lista de respos-
tas aprofundadas a ser
fornecida pelos guias da
cidade se interrogados
à exaustão.
T O O L B O X
A melhor maneira de garantir que esse trabalho todo não vai ser perdido é deixar claro
para os jogadores que DESTA VEZ eles estão liberados para perseguir o maior número de
alternativas viáveis e inviáveis.
Muito maior que o seu tamanho
O normal no RPG de mesa é que as coisas sejam equilibradas, para manter o sistema
matematicamente justo, evitar frustrações e facilitar a vida de todos. Se os personagens dos
jogadores sobe de nível, o mundo sobe de nível também e tudo fica nivelado. É um mundo
ideal, mas nem sempre é o melhor dos mundos.
Em BG3 (e em outros jogos) esse nivelamento não é tão nítido. Sim, o local onde a história
trouxe todo mundo de forma natural deve ser de certa forma confortável, mas se afastar demais
destes pontos pode ter consequências. Os jogadores devem ter a liberdade de enfiar seus
heróis muito além de Tyrondir, rumo a Lamnor, mas certamente os desafios encontrados ali serão
maiores do que o normal. E aí, se o grupo quer se meter numa confusão muito mais pesada que
é capaz de aguentar naquele momento… bom, cabe a eles procurarem um jeito de diminuir a
desvantagem, não ao mestre.
Claro, é imprescindível que os jogadores estejam avisados e tomem a decisão de maneira
consciente. Pode-se usar desde avisos razoavelmente sutis, como um NPC dizendo que muitos
que seguiram aquele caminho jamais voltaram, até partir para o metagaming e declarar
diretamente para os jogadores que passar dali implica em enfrentar ameaças de ND muito
maior. Baldur’s Gate 3 faz exatamente essa última escolha em alguns pontos cruciais. Você
pode avançar, mas assume o risco de um TPK.
O importante é que nada disso aconteça do nada. Colocar um capanga de ND 10 ou
mais absolutamente do nada pode soar injusto (porque de fato é) e acabar
com o clima da mesa.
Música para acampamentos
O grupo viaja pela estrada poeirenta depois de enfrentar um grupo
de puristas particularmente perigoso. Azgher se põe no horizonte,
mas não há nenhuma taverna por perto. É hora do passatempo mais
praticado pelos aventureiros: acampar.
Entretanto, este momento é sempre fruto de tensão. Ninguém quer
perder os cavalos durante a noite ou ser pego desprevenido por um
grupo de assaltantes em busca de dinheiro fácil. O grupo determina
turnos de vigia, todos dormem somente o estritamente necessário.
Mas precisa ser assim? Em Baldur’s Gate 3 o acampamento é um lugar
de respiro, de sossego, de dar um tempo da loucura que é cumprir uma
missão capaz de determinar o destino do mundo. Na sua mesa também
pode ser desse jeito.
45
 T O O L B O X

Não é pecado nenhum garantir aos jogadores E não é só isso!

que enquanto o acampamento estiver montado, nada
Baldur's Gate 3 é uma obra monumental, do tipo
de ruim acontecerá. Isso fará com que todos relaxem
que vemos surgir poucas vezes em uma geração. Para
e possam se dedicar a atividades diferentes. Talvez
se ter uma ideia, todos esses conselhos foram baseados
eles queiram contar histórias do passado em volta
em um pouco menos de 100 horas jogadas e um ato
da fogueira, talvez o goblin queira demonstrar seu
terminado.
improvável talento culinário, talvez o guerreiro e o
paladino NPC queiram aproveitar para dar uma volta Ainda há muito a explorar, e certamente ainda
de mãos dadas sob a luz do luar. existem muitas lições a serem extraídas. O importante é
saber capturar o que pode funcionar com seus amigos
Se você, mestre, não quiser dar esse momento de
e sempre colocar as dicas em prática avaliando a
mão beijada, aproveite a regra de montar acampa-
diversão de todos, não só a do mestre.
mentos já existente em Tormenta20 e exija que, além
do sucesso nesta ação, o grupo pague um PM por Games podem não ter exatamente a mesma ampli-
membro do grupo para garantir a paz durante a noite. tude de um RPG de mesa, mas são ótimas ferramentas
de inspiração. Baldur’s Gate 3 talvez seja a maior
Pode parecer muito, mas na vida até o sossego tem
delas.
seu preço.
J.M. TREVISAN

46

Notícias do Mundo de Arton • Edição 129 • Escrita e editada pelos Goblins de Valkaria
MONSTRO NA MATA DOS CEM OLHOS
R elatos sobre uma criatura vagando pela
região da Mata dos Cem Olhos, na ilha de
Collen, estão assustando as famílias que mo-
ram em pequenos vilarejos nas proximidades.
O monstro de aspecto humanoide, vestido com
andrajos e portando um cajado retorcido, vaga
pela noite sem rumo, como se estivesse procu-
rando por algo. Ou alguém.
O mais terrível em seu semblante é a grande
quantidade de olhos em toda parte. Nos ombros,
atrás da cabeça, no fundo da boca. Todos sem-
pre muito abertos, esquadrinhando o entorno,
inquietos. Quando encontra algo de interesse, a
criatura permanece imóvel, observando em si-
lêncio até ser notada, quando então desaparece
num piscar de olhos.
A Mata dos Cem Olhos é uma selva densa,
repleta de criaturas e plantas deformadas por
mutações inexplicáveis, muitas vezes credita-
48
das à vontade de Nimb. Por algum motivo, os
seres peculiares que ali habitam quase sempre
permanecem restritos à própria floresta. Por
isso, é difícil compreender o que o ser busca
além dos seus domínios.
Alguns dos líderes dos vilarejos cogitaram pedir
auxílio à regência para caçar o monstro. Porém,
desde que a ilha foi anexada ao território de
Ahlen, a distância da nova capital e as adver-
sidades no caminho impedem os mais simples
de se arriscarem em uma viagem tão longa. Por
isso, estão por conta própria.
Heróis que estiverem dispostos a encarar a
mata fechada e caçar a criatura podem procurar
pelo mago aventureiro Karadhor na cidadela de
Var Raan. Apesar de suas teorias sobre a Mata
serem um tanto quanto fantasiosas, é inegável
seu conhecimento da região. E pela natureza
aberrante da área, não é recomendada a busca
sem um guia local.
Pistoleiro Fantasma em Kannilar
O s caminhos que levam até Kannilar, a capital da Supremacia, oferecem enormes riscos para
qualquer não humano que ouse caminhar às claras ali. Porém, a pretensa segurança de que os
puristas usufruem sofreu um revés desde que uma série de misteriosos ataques começaram a ocorrer.
Membros do Exército com uma Nação foram atingidos por um pistoleiro, escondido em algum lugar
longe dos olhos inimigos. Como nem atirador, ou qualquer projétil foi encontrado, alguns dentre os
mais crédulos afirmam se tratar de um adversário sobrenatural. Uma alma amargurada e vingativa.
Para os oficiais, porém, a natureza dos ataques é muito mais mundana.
Kannilar é uma cidade murada, protegida ainda pela geografia única. Um dos bastiões de toda a
Supremacia. Facilmente defensável, capaz de resistir praticamente incólume aos anos de batalha da
Guerra Artoniana. Porém, o mesmo não pode ser dito das cercanias. Mesmo patrulhados, os ermos são
terreno fértil para desertores, traidores e outros adversários.
Buscas pelas cercanias estão em andamento. Algumas contando com certa truculência por parte
dos soldados. Enquanto isso, o Pistoleiro Fantasma — apelido que recebeu das tropas — continua
acumulando vítimas e ganhando notoriedade. Isso despertou a ira dos líderes, cada vez mais
descontentes frente a incapacidade dos comandados em resolver uma questão considerada menor.
E mesmo que nunca comprovada, a história é constantemente sussurrada nos batalhões. Alguns
afirmam que o maior estrago já está feito. Conforme o número de vítimas aumenta, a fama se
espalha. A mera existência da lenda pode encorajar inimigos a fazer o mesmo em outras partes do
território conquistado, atacando furtivamente batalhões em marcha.
Comitiva desaparece em Vectora
V ectora, o Mercado nas Nuvens, é um lugar fantástico, lembrado pela grande variedade de itens
que comercializa, mas também pela diversidade quase incomparável de seus visitantes. Não
apenas membros de todos os povos de Arton caminham pelas ruas movimentadas, como também
não é incomum observar compradores e comerciantes vindos de outros planos de existência. Mas
eventos recentes se mostraram inusitados até para os padrões do lugar.
Uma comitiva de klirens chegou do éter divino, vinda a bordo de um gog’magogue. Ancorando a
criatura nas proximidades, passaram a trafegar pelo lugar, examinando com cuidado tudo o que
viam até solicitarem, com enorme naturalidade, uma audiência com o próprio Vectorius em seu
castelo. Ocupado com assuntos que superam a compreensão de seres mais mundanos, o regente
enviou um representante de confiança, membro do Conselho dos Seis, para recbê-los.
O problema é que, após uma breve cerimônia diplomática, tanto os integrantes da comitiva quanto
o próprio conselheiro desapareceram.
As buscas foram iniciadas imediatamente, mas nenhuma novidade sobre o paradeiro do grupo foi
descoberta até o fechamento desta edição. Como o gog’magogue continua aguardando, a possibili-
dade de terem voltado ao Éter foi descartada. Mas o mistério persiste.
49
 C AV E R N A D O S A B E R C AV E R N A D O S A B E R

Baldurs Gate 3:
Karlach, a Fúria de Avernus

B oas-vindas à Caverna do Saber,

o templo do conhecimento
onde teorizamos sobre o futuro de
Tormenta20. Essa coluna vai apre-
sentar material de jogo em fase de
teste, que está sendo trabalhado
pela equipe de game design e
pode (ou não) ser inserido em
futuros suplementos da franquia.
Todas as regras mostradas aqui
são opcionais e podem apresentar
mudanças caso publicadas oficial-
mente. Nosso principal objetivo é
dividir esse conhecimento prévio
com os ávidos jogadores que têm
grande apreço pelas regras e suas
muitas possibilidades!
Continuando nossa série intermitente,
trazemos mais opções para duas classes
de Tormenta20: o bárbaro e o inventor.
Em ambos os casos ampliamos nichos

FEROCIDADE E
já estabelecidos no livro básico, dando
ao bárbaro novas opções de brados e
expandimos o instinto selvagem, enquanto
o inventor pode lidar com outros tipos de
itens, aprontar com catalisadores e até
brincar de Homem de Ferro. Esses novos

ENGENHOSIDADE
poderes objetivam ampliar o leque de
opções para personagens dessas classes
ao mesmo tempo em que reafirmam quais
são seus nichos de excelência. Há também
opções mais experimentais, como a Fúria
Rodopiante incentivando bárbaros com
duas armas.

Novas opções para bárbaros e inventores

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 C AV E R N A D O S A B E R C AV E R N A D O S A B E R

Barbaridade Poderes de Bárbaro FÚRIA RODOPIANTE

O termo “bárbaro” tem origem pejorativa. Era usado pelos gregos no período clássico Quando está em Fúria, você soma o multiplicador
BRADO AMPLO
para se referir a todos que não falassem a língua grega e não vivessem inseridos nesta de crítico de uma arma corpo a corpo empunhada à
O alcance de seus poderes Brado Assombroso e sua Defesa.
cultura. Mesmo povos com raízes gregas, como os macedônios, podiam ser taxados como
Brado Assustador aumenta para médio. Pré-requisito:
bárbaros. Com origem na onomatopeia “bar bar”, forma como os gregos simulavam INSTINTO FERAL
Brado Assustador.
o modo de falar de outros povos, seu registro mais antigo está no poema épico
Você aplica seu bônus de Instinto Selvagem em tes-
A Ilíada. O termo foi adotado pelos romanos após conquistarem a Grécia, BRADO ASSOMBROSO
tes de Adestramento e Cavalgar. Pré-requisito: Instinto
usado para se referir aos germânicos, celtas, visigodos e vândalos, entre Você pode gastar uma ação de movi- Selvagem.
outros povos. O sentido pejorativo se fortalece nesse período, emprestando mento e uma quantidade de PM limitada
aos bárbaros um aspecto de atraso e estupidez. pela sua Constituição para emitir um INSTINTO FURIOSO
Na idade moderna, o pensamento europeu continuava etnocêntrico. brado assombroso contra um inimigo Enquanto está em fúria, você soma seu bônus de
Paralelamente, o pensamento de Jean-Jacques Rousseau teorizava uma em alcance curto. Para cada PM que fúria ao bônus de Instinto Selvagem. Pré-requisito:
natureza pura, bondosa e ingênua para o homem, corrompido pela gastar, você causa 1d6 pontos de Instinto Selvagem, 15º nível de bárbaro.
sociedade europeia. Dessa forma, especialmente com o contato dos dano psíquico (Fort CD For reduz à
europeus com povos indígenas, aqueles que poderiam ser descritos INSTINTO INDOMÁVEL
metade). Pré-requisito: Brado Assustador.
como bárbaros muitas vezes eram vistos como “bons selvagens”. Medo. Você pode usar Força Indomável com qualquer perí-
Ainda fora da civilização, ainda vistos como “o outro”, mas agora cia contemplada por Instinto Selvagem. Pré-requisitos:
estereotipados com características tidas como virtuosas: sabedoria, BRADO REVIGORANTE Força Indomável, 10º nível de bárbaro.
retidão e harmonia com a natureza. Quando usa Brado
INSTINTO SÁBIO
Quando Robert E. Howard cria seu personagem mais Assombroso ou Brado
Assustador enquanto está Você aplica seu bônus de Instinto Selvagem em testes
famoso, Conan, abraça diversas dessas características do bom
em fúria, recebe uma quan- de Cura e Misticismo. Pré-requisito: Instinto Selvagem.
selvagem. Anos mais tarde, quando sua versão em quadrinhos é
publicada pela Marvel Comics, recebe um subtítulo usado ape- tidade de PV temporários igual à INSTINTO ROBUSTO
nas esporadicamente durante suas aventuras: Conan, o Bárbaro. metade de seu nível + sua Força.
Pré-requisitos: Alma de Bronze, Brado Você aplica seu bônus de Instinto Selvagem em
Quando os RPGs de mesa começaram a se formar na década de testes de Atletismo e Intimidação. Pré-requisito: Instinto
1970, Conan foi uma das principais referências de seus criadores. Suas Assustador.
Selvagem.
andanças, servindo como espada de aluguel ou como monarca, espelham BRADO VITORIOSO
o sistema de níveis usado em tantos jogos de fantasia medieval. E assim SEM PIEDADE
Quando faz um acerto crítico ou
chegamos à classe bárbaro. Você recebe +2 em testes de ataque e rolagens
reduz um inimigo a 0 PV enquanto
Hoje em dia, a noção pejorativa da palavra bárbaro ainda existe. está em fúria, você pode usar Brado de dano contra criaturas vulneráveis, e estas criatu-
Infelizmente ainda acontece, principalmente no ocidente, a configu- Assombroso ou Brado Assustador. ras sofrem –2 em testes de resistência contra suas
ração de outros povos como inferiores por sua cultura diferente. Pré-requisitos: Brado Assustador, habilidades.
Dentro do universo da literatura e dos jogos, porém, o bárbaro não Sangue dos Inimigos.
possui esse significado, representando um membro de uma cultura
diferente, mas não inferior. No mundo de Arton, o termo se aplica
principalmente a povos acostumados à vida fora das cidades, com
fortes vínculos com a natureza e uma noção forte de comunidade.

52 53
 C AV E R N A D O S A B E R C AV E R N A D O S A B E R

Ciência? Poderes de Inventor EXPLORAR FRAQUEZA

A ficção científica e a fantasia são intrinsecamente conectadas. De fato, autores de ficção científica Quando usa Encontrar Fraqueza contra um inimigo,
AUTÔMATO ALQUÍMICO você ignora 10 pontos de sua redução de dano por 1
lutaram anos para conquistar um gênero só deles, antes considerado uma parte da fantasia como
Uma vez por rodada, você pode usar um item turno. Pré-requisito: Encontrar Fraqueza.
um todo! Ainda hoje há histórias situadas no limiar entre os dois, com guerras disputadas através
alquímico ou poção guardada no compartimento de
de teclados para decidir em qual campo se encontram. Pergunte para três LUTHIER
carga do seu autômato como uma ação livre. Pré-
pessoas qual o gênero de Star Wars e você provavelmente terá três respostas
requisito: Compartimento de Carga. Quando usa um instrumento musical feito por você
diferentes!
mesmo, você faz testes de Atuação com Inteligência.
RPGs de mesa de fantasia nasceram de uma mistura de elementos díspares, CATALISADOR COMPOSTO Pré-requisito: treinado em Ofício (artesão).
incluindo aventuras como Expedition to the Barrier Peaks, do lendário Gary Gygax. Você pode usar dois catalisado-
Nesse clássico dos anos 80, os aventureiros exploram uma masmorra incomum. Trata-se res ao mesmo tempo. Pré-requisito: SARAIVADA
de uma nave espacial acidentada, cuja tripulação foi morta por um vírus. Incluindo Catalisador Químico. Quando usa um item alquímico ou uma poção
robôs, rifles laser e trajes de combate, a aventura introduz vários elementos de ficção que cause dano como uma ação padrão, você pode
científica em AD&D, servindo como introdução para outro jogo, Metamorphosis CATALISADOR QUÍMICO gastar 2 PM para usar um segundo item alquímico ou
Alpha, o primeiro RPG de ficção científica. Você pode usar catalisadores com poção que cause dano como parte da mesma ação.
Quando se trata de inventores, porém, a primeira imagem evocada não é de itens alquímicos, poções e engenhocas. Pré-requisito: Granadeiro, 7º nível de inventor.
uma figura fictícia. Leonardo da Vinci, cientista, inventor e pintor, planejou Pré-requisito: treinado em Misticismo.
TRAJE DE BATALHA
toda sorte de engenho ao longo de sua vida. De fato, muitos feitos atribuídos a COMPARTIMENTO DE CARGA
ele ocorreram de forma póstuma para aumentar sua imagem como o “homem Você combina seu autômato com uma armadura
Seu autômato pode armazenar itens, pesada que tenha fabricado. Quando veste essa arma-
da Renascença” quintessencial, ícone da razão e do pensamento científico.
com uma capacidade de espaços igual à sua dura, você recebe 5 pontos de vida temporários para
Perceba que a maioria de seus inventos jamais foi concluída, com análises
Inteligência. Você pode sacar esses itens como cada ponto de Inteligência. Enquanto estes pontos de
de seus planos mostrando sua inviabilidade. O famoso helicóptero, por
uma ação livre. Pré-requisito: Autômato. vida temporários durarem, os bônus de parceiro do
exemplo, não tinha qualquer forma de propulsão, sendo baseado em um
brinquedo chinês cujo método de funcionamento aparentemente não era de autômato são dobrados. Quando os pontos de vida
ESTILISTA
conhecimento do pintor. Independente dos seus feitos reais, temporários acabarem, o autômato enguiça como uma
Quando usa um item de vestuário feito por você engenhoca. Pré-requisitos: Autômato, Couraceiro, 12º
porém, sua figura inspirou vários personagens fictícios mesmo, o bônus dele aumenta em 1 e você recebe +2 nível de inventor.
posteriores.
em testes de Diplomacia e Enganação contra huma-
O inventor é uma figura intrigante em todos os noides. Pré-requisito: treinado em Ofício (alfaiate). THIAGO ROSA
sentidos, tanto pela própria curiosidade quanto pelo
interesse que atrai de outros. Em um mundo com EXPLICAÇÃO CIENTÍFICA
magia, o estudo de ciência pode parecer estranho ou Você pode gastar uma ação de movimento e uma
até contraproducente. As habilidades do inventor se con- quantidade de PMs limitada pela sua Inteligência. Você
centram também em utilizar as próprias invenções, frequentemente recebe resistência a magia igual aos PMs gastos até
de forma superior ao que outros personagens fariam. o final da cena.

54 55
 Bode
Carne queimada.
Não estava acostumado com aquele cheiro, e não acreditava que algum

Expiatório
dia estaria. Não de um animal abatido e preparado para um almoço de
família ou para uma comemoração da vila. Na minha frente, caído no
chão, estava o corpo fumegante de Brul, filho do padeiro, companheiro
de milhares de brincadeiras na infância. Agora, só carne queimada sem
vida após ser atingido por uma bola de fogo.
Senti o meu almoço fazer seu caminho inverso, mas consegui me controlar.

por
— Você está bem, Naivol? Consegue continuar?
— Perdão, sim — respondi sem muito pensar. Era a primeira vez que um conhecido
morria sem que fosse de doença ou velhice. Não estava bem, mas não importava, não

Vinicius Mendes
agora. — Vamos, Florcio.
Estávamos eu e mais quatro, agora três, aldeões na morada de Hastmur, o mago
que morava em nossa pequena vila. Por motivos que nunca consegui entender, magos
pareciam gostar de torres. Talvez elas canalizem melhor a magia? Não sabia, mas era
uma hipótese, apesar de nunca ter lido algo assim em meus estudos. O que eu sabia,
era que precisávamos chegar o quanto antes ao quarto andar. Lá, sobre um altar em
um círculo mágico, o mago sacrificaria a inocente ngela em um ritual macabro.
— Não fique parado aí! Temos que avançar logo, antes que matem outro dos nossos
— Armeos me tirou do meu devaneio, enquanto Bieno e Florcio atacavam aquilo que
matou Brul. O corpo semi apodrecido de um indigente que encontramos falecido na
entrada da vila há umas semanas. Eu não conseguia olhar diretamente para alguém
naquele estado.
Armeos, Bieno e Florcio tinham alguma experiência com armas. O primeiro serviu
na guarda real, e os demais já haviam espantado alguns ladrões itinerantes, caçado
animais selvagens, coisas assim. Eu era só um feiticeiro iniciante, provavelmente seria
morto até por uma raposa se ficasse sozinho na mata, mas precisava estar lá. Era o
único que já entrara na torre, que conhecia o ritual, afinal, eu fui aprendiz de Hastmur.
— Como fede! — Armeos tinha todas as rugas de seu rosto de tons ocres contorcido em
uma careta enquanto limpava as mãos numa toalha de mesa próxima, onde se encontrava
um pão velho e alguns pratos sujos. O guarda aposentado era a única pessoa com algum

57
 treinamento militar vivendo na região, e foi dele a iniciativa de chamar três voluntários com
força e coragem para investigar o ocorrido. — Como você vinha aqui todos os dias e nunca
suspeitou de nada? — e apontou com a cabeça para o chão, para o corpo decepado, com
sangue escuro e velho escorrido pela carne podre cortada grosseiramente.
— Ele nunca fez esses experimentos de necromancia quando eu estava por perto
— respondi usando a manga do meu robe em uma tentativa fútil de proteger minhas
narinas. — O meu dia a dia aqui era bem normal. Separava algumas ervas, pesava
ingredientes, treinava feitiços simples… Eu nunca precisei lidar com morte antes. Nem
mesmo de animais.
E não era uma mentira. Passei muitas horas naquele ambiente que, para além dos
cadáveres, era uma cozinha muito normal. Tinha paredes e chão de pedra, uma mesa
velha de madeira escura em um canto com duas cadeiras, uma lareira, agora apagada,
com um grande caldeirão de ferro suspenso. Nas paredes, candelabros com velas,
agora apagadas, para iluminar durante a noite. Minha avó poderia ter cozinhado aqui
não fosse pela recepção letal que recebemos.
— Precisamos seguir. Hastmur sabe que estamos aqui. Essa criatura não tem auto-
nomia, é só um fantoche por onde ele canalizou sua magia.
— Que tipo de monstro instrumentaliza os mortos desse jeito? — Bieno perguntou
enquanto cutucava o cadáver com a ponta da bota.
Não esperava que a primeira morte que eu visse fosse assim, de um jovem sau-
dável, alguém com quem tinha tantas boas memórias da infância. Hastmur precisava
ser impedido. Talvez eu fosse ingênuo, mas não suspeitei quando ele me ordenava a
compilar tomos e pergaminhos sobre magias ligadas à morte. No começo, até achei a
obsessão pelo assunto curiosa, mas um dia, enquanto dividíamos um vinho barato, ele
confessou carregar alguma moléstia que não o deixaria chegar sequer aos cinquenta.
— Acha que encontraremos minha irmã viva? — Era Florcio, seus olhos violetas num
mar de ansiedade.
— Se ele tivesse completado o ritual, nós saberíamos — respondi enquanto os guiava
em direção à escada para o piso superior. — Vamos salvá-la
A mão de Florcio apertou meu ombro e sua expressão deu uma leve relaxada. Vi
seus lábios formarem um fraco sorriso emoldurado por sua pele escura, iluminando o
ambiente. Senti meu rosto corar e desviei o olhar.
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Não era hora de pensar nisso.
Bieno tomou a frente e passou a chutar a porta que dava para as escadas. Era
fisicamente o mais forte de nós, um homem alto, com cabelos azuis e pele clara quei-
mada de sol do trabalho na fazenda. No quarto ou quinto chute, a fechadura cedeu e
a escura escadaria de pedra que contornava o exterior da torre se revelou. Com gestos
econômicos, conjurei uma pequena centelha de luz no meu dedo indicador para iluminar
o caminho. Percebi de relance o olhar de desdém do agricultor.
— No próximo andar fica a sala de estudos — expliquei enquanto os guiava pela
porta e escadas acima.
— Não era melhor um de nós seguir na frente? — Florcio olhava por cima do meu
ombro. — Naivol não é muito forte, sabe…
— Deixe que o feiticeiro nos guie — respondeu Armeos com rispidez. — Pode ter
outra armadilha no caminho e, se for para mais alguém morrer, que seja ele. Não vou
perder outro dos meus amigos hoje.
Ignorei o comentário. As pessoas já eram naturalmente desconfiadas de magia, e o
sequestro de uma criança para um ritual de sacrifício não colaborava com nossa reputação.
Ao fim da escadaria, a sala de estudos se mostrava diante de nós. Era um espaço
amplo, mas abarrotado. Tinha uma escrivaninha cheia de pergaminhos meio escritos,
muitos com a minha letra, algumas estantes com tomos de capas gastas e três prateleiras
com ingredientes arcanos diversos. As janelas amplas, que normalmente permitiam a
entrada de uma grande quantidade de luz, estavam agora fechadas com tábuas, o
ambiente iluminado apenas por algumas velas em pontos estratégicos. No centro, uma
poça do mesmo sangue escuro e fétido do fantoche que nos atacou no andar abaixo,
e o zumbido das moscas que provavelmente haviam alimentado seus filhotes com os
restos do pobre homem antes de ser reanimado.
O cheiro era insuportável.
Ouvi Bieno vomitar no final da escadaria. Concentrei-me para não olhar, já estava
um tanto difícil não fazer o mesmo. Fui até a escrivaninha e revirei uns papéis, assistido
pelos olhares confusos de Florcio.
59
 — Encontrei — disse, mostrando um pergaminho aos demais. Algumas anotações
em caligrafia miúda e cuidadosa e o desenho de um círculo mágico. Então percebi
seus olhares confusos e me lembrei de que só Hastmur e eu sabíamos ler na região.
Ele havia me ensinado. — É uma descrição do ritual. Aqui — apontei um trecho para
eles. — A alma do inocente é a chave para a porta entre o mundo dos homens e o dos
demônios. Seu sacrifício, o selo do contrato com Elvalefar.
— A alma?
alma? Ele quer usar a alma da minha irmã no ritual?! — a voz de Florcio ficava
mais aguda à medida em que ele se desesperava.
— Não cheguei a ler esse trecho antes, mas parece ser um ritual de sangue e
sacrifício — eu respondi sem conseguir olhá-lo nos olhos. — Para concretizar a abertura
entre os mundos, ele precisa matá-la.
Vi os belos olhos de Florcio se arregalarem antes dele se virar, fitando a próxima porta.
— Bruxos malditos, fornicadores de demônios! — Bieno gritou enquanto esmurrava
uma das prateleiras, fazendo com que alguns vidros com líquidos e materiais estranhos
caíssem no chão. — Sua laia vai condenar todos nós!
Antes que eu pudesse reagir, ele cobriu os dois ou três metros que nos afastavam em
um salto e me acertou um soco no rosto. Algumas pessoas poderiam questionar minha
hombridade, mas é fato que não sou um guerreiro. Nunca fui. Nem sequer caço ou me
alimento de animais. Me encolhi assustado, limpando o sangue que escorria de minha
boca, enquanto Florcio segurava Bieno.
— Ele não tem culpa do que está acontecendo! — disse meu amigo, enquanto puxava
o agricultor pela cintura e tentava afastá-lo de mim. — Era só um aprendiz!
— Bobagem! Devemos matá-los antes, ou acabarão com todos nós! — Bieno arfava
enquanto tentava se soltar. — Vamos começar por este que é fraco, e depois fazemos
o mesmo com o mestre dele!
Armeos então puxou o companheiro de missão pelo ombro e lhe deu um soco no
rosto. Eu não gostava da direção que aquilo tomava.
— Controle-se! — ele disse por entre os dentes. — Precisamos do garoto para impedir
o bruxo. Depois vamos matá-lo. Podemos até mesmo resolver isso na praça central e
dar a toda a vila a chance de retribuir esse horror que esses dois estão nos causando.
Mas agora, não. Ainda precisamos dele.
60
Meus olhos se encontraram com os de Florcio, que desviou. Ele sabia que não poderia
impedir que fizessem aquilo comigo. Foi a única pessoa da vila que não deixou de me
tratar como antes após eu começar meu treinamento com Hastmur. Todos os outros, e até
mesmo minha família, se afastaram quando dei os primeiros sinais de talento arcano,
me procurando apenas quando precisam dos meus serviços.
Guiei-os até a porta que dava para mais um conjunto de escadas. Dessa vez, não
estava trancada. Olhei para o resto do grupo e Armeos acenou com a cabeça para
que eu seguisse em frente, o que fiz após conjurar a pequena luz em meu dedo mais
uma vez. Comecei a subir pelos degraus de pedra e, apesar de estarmos no meio da
tarde, parecia que a cada andar, a torre ficava mais escura. Chegamos nos aposentos
de Hastmur.
— Estamos no quarto do bruxo. Imagino que daqui para frente você conheça menos
da torre, não é, feiticeiro? — Bieno disse, se dirigindo diretamente a mim pela primeira
vez desde que nos juntamos na vila. Senti um arrepio correr pela minha espinha. Ele
estava avaliando se ainda valia a pena me manter vivo.
— Não passei tanto tempo aqui quanto na sala de estudos ou na cozinha, mas
também conheço estes aposentos e a passagem secreta que Hastmur usa para adentrar
a câmara de rituais.
— Mas o que você vinha fazer aqui? — Florcio me perguntou, distraído enquanto
olhava ao redor.
Observei o quarto amplo, que Hastmur se permitiu decorar mais do que o resto de sua
casa. Havia mais uma escrivaninha atulhada de livros e manuscritos, além de algumas
imagens de entidades divinas de crenças diversas. Próxima, uma estante com os tomos mais
importantes do acervo do feiticeiro, títulos encadernados em couro gasto, gravados com
alfabetos que nunca cheguei a conhecer. Do lado oposto, uma outra mesa de canto com
um espelho, uma jarra e uma bacia, ambas de prata, onde meu antigo mestre fazia sua
higiene matinal. E ao lado da porta por onde entramos, alguns baús onde guardava suas
roupas e pertences mais íntimos. Hastmur gostava de ter seus aposentos sempre à meia luz,
dizia que ajudava a descansar a vista após horas de leitura. As cortinas grossas de veludo
avermelhado bloqueavam o sol durante todo o dia, mas agora, as velas que usava para
iluminação também estavam apagadas. O quarto ainda tinha o familiar cheiro dos incensos
de cardamomo e alecrim que tantas vezes ajeitei para o meu então mestre nas tardes que
passei ali. Quase pude me esquecer do odor de podridão e morte do andares inferiores.
61
 E então meus olhos passaram de relance pela grande cama de dossel desarrumada,
com suas cortinas também de veludo, mas verde escuro, travesseiros e almofadas macios
de plumas de ganso, e lençóis de seda clara e toque suave. De repente, senti uma onda
de calor.
— Algumas vezes eu… precisei pegar alguns livros da coleção particular de Hastmur
— respondi, fazendo o possível para fingir indiferença. — Tomem cuidado com abso-
lutamente tudo aqui. É onde o mestre guarda seus bens mais preciosos. E também os
mais perigosos.
— Vamos logo então — Armeos disse olhando ao redor. — Não vejo porta para
o próximo andar.
— Como disse antes, é uma passagem secret… NÃO MEXA NISSO!
— O que? Esta adaga? — Bieno respondeu enquanto forçava a vista para observar
os entalhes da lâmina na precária luz que eu conjurava. — Belíssima! É prata? Vou
levar comigo, compensação por… — e então o olhar do agricultor se tornou apenas
medo, enquanto seu corpo foi na direção de Armeos e o apunhalou pelas costas.
— Mas que diab… — o militar aposentado se virou para o companheiro, a tempo
de ter sua garganta rasgada e ser perfurado mais vezes, com golpes em seu peito e
estômago, o sangue escorrendo pelo chão.
— Eu avisei para não mexer em nada! — eu disse puxando Florcio para longe dos
outros dois.
— Não… consigo… controlar…— Bieno disse com esforço visível, a face contorcida
numa máscara de pânico, lágrimas grossas escorrendo pelos seus olhos. — Meu…
corpo… não… obedece — e continuou com os golpes. — Desculpe… capitão…
Mas Armeos não responderia. Jamais pôde reagir, e seu corpo logo caiu ao chão,
pedaços de suas entranhas saindo pelo ferimento da barriga, o sangue da garganta
transformando qualquer tentativa de grito no horrível som de engasgo.
— Bruxos… malditos… — ele se virou para Florcio e eu. — Sabia… que… não…
podia… confiar… — e disparou em nossa direção com a adaga pronta para nos atacar.
Nesse momento, eu já não sabia se os golpes seriam dele ou da maldição que contraiu.
Senti meu corpo se encolher e os olhos se fechando por um instante, cobri meu rosto
com os braços, cada milímetro do meu corpo pronto para a sensação de dor.
62
Ouvi algo caindo pesadamente e abri os olhos. Bieno estava no chão com um enorme
ferimento em seu peito, imóvel. Florcio olhava para ele aterrorizado, e após dar leves
chutes no corpo para ver se voltava a se mover, chutou a adaga maldita para longe.
— E-eu nunca tinha matado alguém — Florcio me disse com expressão chocada.
— Você está bem?
Dessa vez não consegui represar minhas reações e senti o conteúdo do meu estômago
subindo pela minha garganta. Caí de joelhos no chão e vomitei. Quando acordei pela
manhã, nunca tinha visto um homem ser morto e agora eram três.
— Vamos… — Florcio se aproximou de mim, e me ajudou a levantar. Seus olhos não
tinham mais o brilho de antes, talvez o preço pago por ter tirado uma vida. Abracei
meu amigo, que começou a chorar baixo antes de respirar fundo.
— Temos que salvar minha irmã, ou tudo isso, todas essas mortes, serão em vão —
ele disse, enfim. — Fique com isto. — E me entregou uma faca simples de limpar caça.
— E-eu não quero ter que usar algo assim… — disse ouvindo fraqueza em minha
própria voz.
— Três de nós já morreram. Não sabemos o que encontraremos pela frente. Fique
com isso e faça o possível para salvar minha irmã e a vila, mesmo que te custe o pior,
como me custou com Bieno.
Concordei com um aceno, sentindo meu corpo tremer.
Após uns instantes de silêncio, em que meu amigo e eu tentamos processar o
que acabara de acontecer, pedi para Florcio me ajudar a empurrar a estante de
livros, que por um sistema de rodas e trilhos deslizou para o lado, revelando uma
precária porta na parede de pedra. Além dela, uma escadaria estreita de degraus
toscos. Ao contrário dos andares anteriores, conseguíamos ver uma luz alaranjada
no final da passagem.
A subida levou mais tempo do que a distância exigia. Não porque tentássemos ser
discretos, sabíamos que Hastmur estava ciente da nossa chegada, mas pela qualidade
do trajeto. Fui o primeiro a entrar. Era uma grande sala circular, o chão de pedra escura
pintado com um intrincado círculo mágico que ocupava todo o ambiente e emitia uma
leve luminescência azulada. No centro, um altar de pedra entalhado de runas, com
a irmã de Florcio amarrada e aparentemente desacordada. Hastmur lia atento um
63
 tomo que segurava com uma mão, e a outra espalmava em nossa direção, como que,
ironicamente, pedindo que esperássemos.
— Ângela! — Florcio começou a correr na direção da irmã, mas com um ágil gesto
da mão livre, Hastmur paralisou suas pernas com um feitiço e o rapaz caiu no chão,
o impacto fazendo com que sua boca sangrasse. Seu rosto se movia como num grito,
mas não emitia qualquer som.
— São só vocês dois? — Hastmur perguntou calmamente. Vestia um robe preto com
entalhes dourados de símbolos mágicos. A energia arcana do ambiente fazia seus
longos cabelos prateados voarem suavemente de forma sobrenatural. Os penetrantes
olhos amarelos foram de Florcio até mim, e os lábios do feiticeiro se abriram em um
sorriso amistoso. — Achei que tinha pego só um quando entraram na minha torre.
— Bieno encontrou a Adaga de Titella — eu respondi, olhando fixamente para o
rosto jovial do meu antigo mentor. — Solte a menina, Hastmur. Já morreu gente demais
hoje.
— Oh, meu querido Naivol — E começou a alisar os fartos cabelos castanhos da
garota. — Se nós estamos aqui, é porque ainda não morreu gente o suficiente — e
deu uma perturbadora piscadela bem-humorada. — Não posso abrir mão do ritual,
você bem sabe. Se Elvalefar não vier ao plano mortal, do que vai ter valido todo esse
trabalho? Todos esses anos fazendo feitiços para combater ratos e pragas agrícolas,
curar resfriados, encontrar animaizinhos perdidos? E nem assim ganhei a confiança
desses caipiras — deu de ombros. — Eu não passei por tudo isso para desistir agora,
faltando só um sacrifício…
Comecei a me aproximar, receoso de que ele também me prendesse em algum
feitiço, o que não aconteceu. Na verdade, Hastmur parecia contente em me ver.
— Não entendo o porquê de você fazer algo assim. Sabe que está condenando
sua alma a uma eternidade como parte de uma forma demoníaca. É o preço do ritual,
li nos textos ainda a pouco.
— Sim, meu querido. “Eternidade” é a palavra chave. Não acha melhor se tornar
parte de algo definitivo do que se dissolver no ar como se nunca tivesse existido? Um
desenlace definitivo?
Vacilei na minha caminhada em direção a ele.
64
— É disso que se trata? Um medo infantil da morte?
— Você pensa assim porque não é diante de você que essa perspectiva se
revela imediata. Não devo durar mais de meia década. Que garantia tem de que
qualquer um daqueles caipiras que te acompanhavam não só foram relegados à
inexistência? Ou que não vá acontecer o mesmo com você ou esses outros daqui a
quinze minutos? Cinquenta anos? — Hastmur repousou seu livro no altar e começou
a se aproximar de mim. — Naivol, você é um garoto inteligente. — Sorriu e pousou
a mão no meu ombro. — Aquele andarilho que morreu na estrada? Os infelizes que
invadiram minha morada contigo? Eles já se perderam, suas essências se tornaram
menos do que poeira levada pelo vento. Você gosta desse rapaz, não? — Indicou
Florcio com a cabeça, cujo olhar assustado foi do feiticeiro para mim. — Pode
passar a eternidade com ele. Ele com a irmã de quem tanto gosta — e então olhou
no fundo dos meus olhos. — Eu, contigo.
Instintivamente me afastei. Olhei para Florcio, ainda preso no chão, sem voz. Lágrimas
corriam dos seus olhos. Precisava fazer algo.
algo. Olhei de volta para Hastmur, sua expressão
ansiosa por uma resposta.
— Esse demônio vai consumir toda a vila. Todos nós.
nós.
— Sim. E como parte dele vamos viver todos juntos pela eternidade. Sem mais medo
de morrer, sem mais preocupações mundanas com pragas e colheitas. E o preço disso
tudo é só um sacrifício de sangue de uma alma inocente. — Os lábios de Hastmur se
abriram novamente em um sorriso. — E até o pobre animal sacrificado receberá essa
benção. — Olhou rapidamente para a menina presa no altar, e então para mim, o
sorriso se alargou. — Nenhuma morte mais!
Fiquei em silêncio, olhando fixamente para Hastmur. Meus pensamentos indo rapida-
mente a lugares que não haviam ido antes. Pensei no pobre Brul, agora um mero pedaço
de carne carbonizada, e nos dois idiotas teimosos que morreram no andar abaixo.
Pensei no meu antigo mestre, que tanto me ensinou. Na pequena ngela amarrada. Nas
pessoas da vila. Pensei em Florcio.
Algo na minha expressão entregou o que se passava em minha mente. Os olhos de
Hastmur brilhavam em alegria, enquanto eu via Florcio tentando gritar a plenos pulmões,
a voz ausente.
65
 — Vamos — respondi enfim, com a voz baixa, e me aproximei de Hastmur. — Todos O corpo que não mais me pertencia via Florcio tentando correr, olhos cheios de
nós, eternos. — Tirei uma mecha de cabelo de seu rosto — Florcio e sua irmã. Toda a lágrimas de pavor, gritos desesperados. Clamando por piedade, pela irmã. Tentei
vila — coloquei a mão em seu rosto. —Você
—Você e eu.
eu. — E o beijei. impedir o ataque, gritar, mas parecia ter me tornado um mero pensamento no fundo
de uma mente cheia de vozes. Florcio tropeçou e caiu, gritando por socorro enquanto
Doía admitir o quanto aquilo me fazia falta. Ao envolver o corpo de Hastmur com
minha boca se abria e arrancava sua cabeça em uma só mordida. Senti o gosto férreo
meus braços, senti a tensão de seus músculos relaxar. Senti seus braços também me
de seu sangue e seus miolos, o salgado de suas lágrimas, o sabor de carne e entranhas,
envolvendo e se apegando ansiosos. O calor do corpo dele contra o meu. E ouvi um
e logo, todo o corpo dele fora consumido. E assim como o dele, o de sua irmã a seguir.
leve gemido quando finquei nas costas do mago a faca que recebi de Florcio. Agarrei-o
com ainda mais força quando tentou se afastar, emitindo um grito de dor na segunda, Sabia que esse seria o destino da vila. Talvez do reino. Quem sabe de que outros
terceira, quarta estocada. Empurrei-o para longe, ele caiu no chão. lugares depois.
— Não sou um monstro igual a você, Hastmur! — Gritei, e vi o olhar de Florcio indo Minha consciência se dissolveu em um mar de milhões de pensamentos e fome, a
da confusão ao alívio. minha eternidade, um coro dos gritos de sofrimento daqueles que consumi.
— Por um instante, achei que tinha nos traído, Naivol — Florcio disse, se levantando
ofegante, o feitiço que o prendia quebrado com a morte de Hastmur. — Salvamos minha
irmã! Salvamos a vila!
E então ouvi aquele som, aquela gargalhada horrível de escárnio. Aos poucos minha
visão escureceu enquanto senti que perdia o controle sobre meu corpo. Vozes ecoavam
na minha cabeça. Gritos desesperados, prantos desolados, risadas maléficas.
— Atitude heróica, rapaz. Heróica, mas previsível.
Era Hastmur. Mas seu corpo estava estatelado no chão, imóvel, calado. Eu o ouvia
dentro de mim.
— Uma alma inocente foi sacrificada com sangue. Um garoto puro se tornou um
assassino. O ritual está finalizado!
— Eu aceito seu contrato — uma tenebrosa voz apática ecoou em meu coração.
Vi meus membros assumirem formatos estranhos e asquerosos. Tentáculos espinhosos,
garras e cascos de bestas. Feridas pútridas se abriam em minha pele, que assumia tons
verdes e arroxeados. Bolhas, protuberâncias, glóbulos oculares e bocas com dentes
em todas as partes. Vi meu olhar se afastar do chão enquanto ganhava altura, minha
roupa se rasgando enquanto meu corpo ganhava volume.
Eu não era mais eu.

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Breves
Jornadas
A coluna Breves Jornadas oferece aventu-
ras simples, rápidas e completas para
Tormenta20, com tudo que será necessário
para jogar. Fichas especiais serão fornecidas
aqui, enquanto àquelas presentes no livro
básico terão indicadas as páginas em que se
encontram.
O objetivo é fornecer ao mestre um ponto de partida
eficiente para que todos se divirtam por uma tarde, ou
comecem uma nova campanha. Se precisar de fichas
de personagens prontas, é possível encontrá-las na
coluna Heróis de Bolso, no Blog da Jambô.
Esta aventura chama-se Um novo dia para
morrer.
Introdução
Triunphus. Cidade da benção-maldição, onde os
mortos renascem, porém sem poder deixar o local. Um
dos lugares mais exóticos do mundo, e isso é bastante
significativo quando este mundo é Arton. De tempos
em tempos a horda Móock, liderada pela própria ave
flamejante de duas cabeças, varre tudo em seu cami-
nho, apenas para a população erguer-se novamente
nos dias seguintes.
O patrono da cidade, Thyatis, é o Deus da Ressurreição
e Profecia, então, por vezes aqueles que retornam são
68
agraciados com uma visão. Muitas são missões divinas,
como uma indicação de algo a ser feito, enviado pela
própria deidade. Poucos se arriscam a não cumprir uma
dessas, temendo o fim da nova chance recebida.
E em uma cidade onde a morte é apenas um incon-
veniente, não faltam chances para tentar novamente.
Resumo da Aventura
Um novo dia para morrer é uma breve jornada,
uma aventura curta pensada para uma sessão única,
mas que pode ser inserida em uma campanha maior.
É ideal para um grupo de quatro personagens de 1º
nível em Tormenta20.
Despertados após terem morrido durante um ata-
que do Moóck, os personagens recebem uma missão
divina: devem investigar estranhos desaparecimentos
na parte velha de Triunphus. Lá precisarão indagar
as pessoas à procura por pistas, até chegar à dona
de uma taverna local. Entretanto, para impressioná-la,
terão que derrotar uma fera terrível (mas, por sorte,
morrer não é um problema aqui).
Direcionados pela proprietária, encontrarão uma
casa com um perigo bem maior: o começo de um
culto à Tormenta, que tenta se infiltrar. Lidar com essas
ameaças, de forma que não as confine à cidade, vai
exigir consideração meticulosa dos personagens.
Cena 1 – O despertar dos mortos
Uma escuridão profunda é tudo que vocês
veem. Subitamente, chamas irrompem à
frente, em uma explosão de luz, mas sem
queimar. Logo é possível ver uma cidade, vista
de cima, com muralhas imponentes. Há um
pio alto, e então algumas pessoas começam
a ser sugadas pelo chão. Uma voz, no fundo
de sua mente diz “Encontre”.
Então seus olhos abrem. Há um lençol sobre cada
um de vocês, aumentando ainda mais a confusão
desse despertar. Um jovem humano, vestindo mantos
vermelhos com uma fênix bordada se aproxima.
“Calma, calma”, ele diz, “Voltar à vida não
é uma das experiências mais tranquilas, ao
menos da primeira vez”.
Ele se apresenta como Melvin, noviço de Thyatis.
Conforme a confusão mental diminui, vocês notam outras
pessoas ao redor. Algumas ainda estão inertes, enquanto
outras se levantam, com a maior normalidade do mundo.
Melvin vai até uma mesa e traz para uma bandeja com
cumbucas de uma sopa grossa, mas muito cheirosa.
“Comam, vocês devem estar famintos.
Conseguem se lembrar do que aconteceu?”
Os personagens lembram de uma devastação de
chamas, assim como uma imensa ave de duas cabeças,
formada completamente de fogo.
“O Móock, sim. É uma pena terem sido
pegos no meio do ataque da horda. Triunphus
é linda nessa época do ano.”
As peças começam a se encaixar. Por motivos
diversos, cada um de vocês chegou à cidade. Porém,
ninguém contava com o repentino avanço dos monstros,
e vocês foram abatidos, estando agora sob efeito da
“benção” local.
“Caso vocês não tenham onde ficar, podem
passar uns dias aqui no templo de Thyatis.
Não é o lugar mais confortável do mundo,
B R E V E S J O R N A D A S
mas é um local de recomeços. Se eu puder
ajudar em qualquer coisa, é só avisar!”
Se ninguém parecer curioso sobre o estranho sonho
descrito, Melvin pode perguntar se tiveram algum viram
algo enquanto estavam mortos. É uma oportunidade
para descobrirem que todos tiveram a mesma visão.
“Interessante. Isso significa que seus des-
tinos estão ligados, de alguma forma. Ouvi
falar de alguns desaparecimentos na parte
velha da cidade, talvez seja um bom lugar
para começar.”
Um personagem que ativamente se recuse a inves-
tigar a visão passa a sofrer, no final de cada dia,
uma penalidade cumulativa de –2 em todos os testes
e rolagens, como sob efeito da magia Missão Divina.
Essa penalidade desaparece imediatamente se parar
de evitar o chamado à aventura.
Cena 2 – Buscando conhecimento
A parte velha é um lugar de contrastes. A
população local é simples, vivendo em cons-
truções de madeira, reminiscentes da primeira
formação da cidade. Porém, também existem
cassinos, casas de aposta e tavernas de má
reputação, mas todos coloridos e chamativos.
Um nobre passeia pela rua em direção a um dos
estabelecimentos, quando é cercado pelo povo,
pedindo sua ajuda. Ele arremessa uma bolsa pesada,
e as pessoas se engalfinham, tentando pegar qualquer
tibar que se espalhe pelo chão. Os poucos guardas
que passam evitam olhar muito ao redor, um ou outro
parando na porta de estabelecimentos para receber
um embrulho suspeito.
Perguntar na parte velha é um teste estendido de
Diplomacia ou Investigação (CD 20) que requer
passar em três testes. O mestre pode fornecer um
bônus de +2 nos testes de acordo com o tipo de abor-
dagem, como oferecer algum dinheiro aos moradores
da região, por exemplo.
69
 B R E V E S J O R N A D A S
Passando nos testes necessários os personagens
descobrem que a proprietária de uma das tavernas
locais, chamada Masmorra da Morte, também vem
coletando informações sobre os desaparecimentos.
Talvez haja uma forma de convencê-la a dividir aquilo
que sabe com o grupo. Porém, se tiverem uma falha
total (três falhas), os heróis são abordados por dez
pessoas mal-encaradas (use a ficha de chefe bandido).
Eles “pedem” que os acompanhem, porém, se os aven-
tureiros tentarem resistir, usarão ataques não-letais para
levá-los até sua líder.
Cena 3 – Prepare-se para morrer
A taverna não é um lugar particularmente
aconchegante ou arrumado. Em seu interior
as cadeiras e mesas são simples e o balcão é
rústico. A seleção de bebidas dispostas na parte
de trás do bar é muito limitada, basicamente
um ou dois barris velhos. Quando o grupo
entra, duas pessoas que estavam repousando
a cabeça nas mesas se levantam subitamente,
em prontidão, porém o taverneiro, um homem
de quase dois metros de altura, para de limpar
uma caneca e levanta a mão, fazendo os vigi-
lantes retornarem a falsa posição de descanso.
O taverneiro levanta uma portinhola do balcão e acena
com a cabeça para uma passagem atrás de si. Caso este-
jam “acompanhados” dos criminosos, eles entram direto,
apenas trocando olhares com as pessoas no interior.
Cruzando a passagem, há uma escada para baixo.
Após descer os lances, chegam a um ambiente dife-
renciado, com poltronas macias e luxuosas, mesas
lustrosas, e quadros escritos com giz nas paredes. No
meio deste ambiente opulento há o que parece um poço
circular, com cinco metros de profundidade, e interior
de terra batida. Alguém que deseje pode fazer um
teste de Percepção (CD 15), para notar uma passagem
gradeada no fundo do poço, mas seu interior está em
um ângulo que atrapalha a visão.
De uma das passagens cobertas por tapeçarias vem
uma voz feminina:
70
“Ora, ora, ora. Se não são os aventureiros
intrometidos que estão perguntando sobre os
desaparecimentos.”
É uma elfa de cabelos negros presos em um coque e
um tapa-olho cobrindo a órbita direita. As roupas dela
são elegantes, mas permitem liberdade de movimento.
Além disso, é possível ver parte de uma pistola e a
empunhadura de uma adaga.
“Não se preocupem, eu e meus superiores
também queremos saber o que está acon-
tecendo com os desaparecidos. Porém, não
é uma tarefa para qualquer um. Será que
vocês são capazes? Veremos. Me chamem de
Sarelyn, sou a proprietária da maravilhosa
taverna acima, assim como deste pequeno
local de entretenimento privado.”
Sarelyn propõe um teste: se os personagens vence-
rem em sua arena, ela irá ajudá-los. Se tentar qualquer
ameaça ou agressão, ela e seus homens atacam sem
qualquer pena, sabendo que voltarão à vida (veja a
ficha de Sarelyn em NPCs & Criaturas). Porém, se acei-
tar a proposta, ela diz para retornar à noite, quando
a casa estiver cheia.
No horário marcado, o lugar está abarrotado.
Aristocratas endinheirados sentam-se nas poltronas,
enquanto garçons passam oferecendo bebidas e
pegando apostas. Os nomes dos personagens estão
escritos nos quadros, com números ao lado, represen-
tando valores em Tibares. O grupo é descido ao poço
e finalmente eles conseguem ver as grades com mais
clareza. Sarelyn começa a anunciar o combate:
“Meus caros amigos triunphianos, essa
noite teremos um verdadeiro espetáculo para
seus olhos! Em nossa arena, um legítimo
grupo de aventureiros! Abençoados pelo pró-
prio Thyatis, aqui para testar sua coragem!
Mas serão páreo para o seu oponente?”
As barras começam a subir, produzindo um barulho
metálico alto. Dois olhos incandescentes perfuram a
escuridão da alcova.
“É o momento de fazer suas apostas, ilus-
tres convidados! Conseguirão eles derrotar
uma besta fera capturada da própria horda
Móock, para vosso entretenimento? Das cha-
mas mais profundas, apresento a vocês: o
cão do inferno!”
Nesse momento a plateia irrompe em berros, logo
silenciados pelo rugido flamejante do monstro, que
avança contra os personagens.
Criaturas. Cão do Inferno (Tormenta20, p. 292).
Este combate deve ser extremamente difícil, possi-
velmente derrotando alguns, ou talvez todos os perso-
nagens. Se este for o caso, os personagens despertam
no templo de Thyatis novamente, sob a supervisão de
Melvin.
“Ei, são vocês de novo. Como vai a missão?”
Ouvindo o que houve, ele oferece duas poções de curar
ferimentos (2d8+2 PV) e três essências de mana. Se ao
menos um dos personagens sobreviver ao combate, é pos-
sível que ele peça para os sacerdotes de Thyatis trazerem
seus companheiros de volta, ainda que seja desnecessário
uma vez que voltarão naturalmente em alguns dias.
De volta à taverna Masmorra da Morte, Sarelyn
está surpresa pela coragem do grupo, mas ainda não
confia em suas capacidades, e permitirá que tentem
novamente, quantas vezes quiserem, até por ser bom
para os negócios. Se derrotados duas vezes, avançam
para o 2º nível, aumentando a chance de vitória.
Caso queiram, os personagens podem apostar em
si mesmos. Sarelyn explica não permitir lutas arma-
das (exceto quando ela tem algo a ganhar com isso).
Ao vencer o combate, recebem vinte vezes a soma
apostada. Além das apostas, Sarelyn “presenteia”
generosamente o grupo com T$ 200.
Finalmente impressionada, a elfa conta a eles sobre
uma casa que vem sendo ignorada pela guarda por
algum motivo, segundo seus informantes. Mas antes
de partirem, olha-os intensamente e diz:
B R E V E S J O R N A D A S
“Lembrem-se: o que morre em Triunphus...
fica em Triunphus.”
Cena 4 – A casa vermelha
No limite da cidade, onde as casas mais
simples estão, uma parece especialmente
afastada. Do lado de fora é mais suja e
abandonada que as outras da região, suas
janelas são cobertas com tábuas e pregos. Se
eles observarem por alguns dias, verão um
guarda de alto posto entrar e sair do local.
Se os personagens aproveitarem esses dias para
investigar, poderão esperar que o guarda saia, para
então entrarem no ambiente. Infelizmente, o que veem
no interior os choca. O chão é coberto de escritos
profanos, e em uma das paredes há uma pintura em
sangue de Aharadak, o Deus da Tormenta. Porém, ao
entrarem, um lefou ensandecido está pronto a atacá-los!
Criaturas. Maníaco Lefou (Tormenta20, p. 314).
O lefou irá lutar até sua morte, pois sabe que se
morrer aqui, renascerá, ficando permanentemente
preso a cidade. Cabe aos personagens acharem uma
maneira de lidarem com ele sem matá-lo.
Caso entrem no local diretamente, encontrarão lá
também um sargento da guarda. Ao ver os aventurei-
ros, ele começa um discurso:
“Vocês não entendem! Esse lugar é um
inferno! De tempos em tempos aquela besta-
-fera invade e todos somos mortos, e a culpa
é de quem? De Thyatis, claro! As pessoas
que estou capturando são meu sacrifício, e
me permitirão chamar Aharadak, e quebrar
este ciclo! Por isso os sequestrei e por isso os
enterrei no quintal! Agora, vocês podem se
juntar a mim, ou a eles!”
Criaturas. Capitão Corrompido (NPCs & Criaturas).
71
 B R E V E S J O R N A D A S
Epílogo – Viver para
morrer outro dia
Ao derrotarem o capitão, poderão finalmente desen-
terrar as pessoas. A terra do lado de fora da casa foi
revolvida, e com tempo, o grupo poderá encontrar
todos os que foram capturados. Apesar do trauma, as
vítimas estarão extremamente agradecidas.
Assim que a guarda descobrir o ocorrido, entrará em
contato com os aventureiros. Primeiramente se desculpa
por não ter notado a ameaça em seu meio, e pede
ajuda em outros casos. Talvez os personagens possam
até eventualmente se tornar membros da guarda da
fênix, e sejam treinados no combate contra a horda.
Ou talvez prefiram se manter afastados. Nesse caso,
Sarelyn talvez tenha alguns serviços para os obstinados
ou teimosos o suficiente.
Todos avançam para o próximo nível!
NPCs & Criaturas
Sarelyn
Após passar a vida sobrevivendo no crime, a elfa
Seralin não esperava que sua morte em Triunphus
fosse uma das melhores coisas a lhe acontecer. Aqui,
trabalhando sob o comando de Gnaeus, conquistou
seu estabelecimento e uma vida melhor do que tinha
no mundo lá fora. Aprecia pessoas de garra, que não
desistem na primeira morte.
Sarelyn ND 5
Humanoide (elfa) Média
Iniciativa +11, Percepção +10, visão na penumbra
Defesa 22, Fort +5, Ref +17, Von +11, evasão
Pontos de Vida 135
Deslocamento 12m (8q)
Corpo a Corpo Espada curta x2 +12 (1d6+10, 19)
À Distância Duas pistolas +15 (2d6+15, 18/x3)
72
Ataque Furtivo +3d6.
Inabalável Sarelyn nunca fica surpreendida. Quando faz
um teste de resistência, rola dois dados e usa o melhor
resultado.
Matar ou Morrer (Movimento) Sarelyn assume uma
postura de tudo ou nada, e seu próximo ataque contra um
alvo em alcance curto feito nessa rodada é considerado
um ataque furtivo. Entretanto, ela fica desprevenida por
uma rodada.
Pistoleira Veloz Sarelyn não sofre a penalidade padrão de
–5 em ataques por disparar contra oponentes envolvidos
em combate corpo a corpo, e pode recarregar sua arma de
fogo com uma ação de movimento.
For –1, Des 5, Con 1, Int 3, Sab 2, Car 2
Perícias Acrobacia +9, Enganação +8, Furtividade +11.
Equipamento Balas x20, couro batido, espada curta, pistola
x2. Tesouro Dobro.
Capitão Corrompido ND 2
Humanoide (humano) Médio
Iniciativa +4, Percepção +3, visão no escuro
Defesa 18, Fort +13, Ref +7, Von +2, resistência a magia
divina +5
Pontos de Vida 80
Deslocamento 6m (4q)
Corpo a Corpo Alabarda grotesca +10 (1d10+5, x3, mais
1d6 de matéria vermelha).
Alabarda Grotesca Criada a partir do corpo do capitão,
esta arma orgânica é feita de matéria vermelha. Além disso,
é capaz de se estender, permitindo ataques corpo a corpo
contra criaturas em alcance curto.
Ataque Reflexo (Reação) Uma vez por rodada, o capitão
pode fazer um ataque corpo a corpo contra um alvo adja-
cente que esteja desprevenido ou que se mova para fora
do seu alcance.
For 5, Des 1, Con 3, Int 0, Sab –2, Car –2
Perícias Atletismo +8, Intimidação +3
Equipamento Apito, cota de malha, maça, símbolo sagrado
de Aharadak. Tesouro Nenhum.
DANIEL DURAN
A VEZ DOS
VILÕES
NPCs desprezíveis para dificultar
a vida dos seus jogadores
de Tormenta20!

por DANIEL DURAN

E THIAGO ROSA
arte por dan ramos
 N uma campanha de Tormenta20, os
jogadores criam seus personagens
heróicos. Não importa quão questioná-
veis ou complexos sejam, Tormenta é,
e sempre será, um mundo de heróis.
Porém, tão importante quanto eles são
os desafios que encontrarão no cami-
nho. E nada é mais desafiador do que
um personagem antagonista, traçando
planos para a derrota e queda dos
heróis com afinco impressionante.
Uma campanha inteira pode ser definida
por seu vilão principal. Darth Vader dá
o tom de Star Wars, o Presidente Snow
na série Jogos Vorazes e a feiticeira Karlla,
nas Crônicas da Guerra de Lodoss. Cada um
destes personagens traz características únicas
às suas histórias. Às vezes um vilão não é um
desafio físico, mas controla todo um sistema
de poder e lacaios. Enquanto em outros casos
são realmente adversários habilidosos, que só
poderão ser vencidos após muita experiência,
ou com a descoberta de um ponto fraco.
Nesta matéria serão apresentados novos
vilões do cenário de Tormenta20. Uma nobre
vampira de Aslothia, um culto maligno e secreto
em Ahlen, uma médica inescrupulosa de
Salistick e sua criação atormentada. E, claro,
uma famosa vilã purista. Além disso, haverá
uma lista de Reforços para cada personagem,
incluindo criaturas de Tormenta20 e Ameaças
de Arton. Também é possível combinar os vilões
com a regra de Chefe Final, apresentada
também em Ameaças de Arton, para gerar
combates ainda mais desafiadores.
76
KARMEN ROTH
É impossível falar de vilões em Arton sem falar
dos Puristas. Motivados por uma ideologia torpe,
avançaram sobre o Reinado causando uma guerra
de proporções titânicas. Além dos danos políticos,
o que marca os Puristas como monstro em pele
de gente é a forma como tratam todos os outros.
Sua pretensa superioridade coloca goblins, elfos e
outros povos não-humanos como inferiores, menos
que humanos. E, se são menos que humanos, não
merecem ser tratados com bondade ou respeito;
São meras ferramentas descartáveis, são os outros.
E entre eles existem os que tratam até mesmo outros
puristas do mesmo jeito.
Karmen Roth é uma criminosa conhecida por
tentativas de insurreição em Khubar e em Svalas.
Em ambas as situações, além de levar consigo
máquinas de guerra e soldados treinados, tentou
envenenar as mentes dos habitantes locais com a
ideologia purista. Não apenas trazia os nativos
para seu lado, os jogava uns contra os outros,
seja instigando a beligerância entre grupos de
imigrantes ou entre famílias nobres.
Seu objetivo era ser aceita de volta na Supremacia
Purista, revertendo uma expulsão causada pelo uso
dos próprios soldados como cobaias em experi-
mentos arcanos. Apesar de seus esforços, teve seus
planos frustrados por um grupo de aventureiros,
iniciando um novo esquema mais elaborado nas
terras mais abandonadas do Império de Tauron.
Mas de onde veio uma mente tão nefasta?
A família Roth é nativa da antiga nação de
Collen, hoje uma província de Ahlen e pode ser
reconhecida por seus olhos vermelhos e pela visão
aguçada. Migraram para Svalas gerações atrás,
quando um casamento político rendeu à família
terras próximas a uma floresta repleta de aranhas
gigantes. Graças a um pacto com um dragão
escondido nas profundezas da floresta, os Roth
conseguiram extrair teias das aranhas e convertê-
-las em uma seda levíssima e agradável ao toque,
graças a processos alquímicos tornados possíveis
pelos olhos especiais da linhagem.
O feudo permaneceu pequeno, mas se tornou
bastante rico. Uma tentativa de expandir suas
relações diplomáticas levou ao casamento da
jovem Karmen com o alto diplomata minotauro
Gaius Porcius. Até então vista como ambiciosa,
ativa e talentosa, Karmen entendeu o casamento
como uma traição. Não teria chance de assumir as
terras da família, perderia seu sobrenome e seria
subserviente a um homem.
Porcius não maltratava a esposa, mas havia
pouco espaço para a ambição dela no Império de
Tauron. Ela fez experimentos clandestinos com cria-
dos e passou da mera alquimia que trouxera de casa
para a necromancia arcana de fato. Quando servos
começaram a desaparecer, boatos se espalharam,
chegando ao ponto de insinuar que a filha do casal,
Maxima, havia nascido minaura devido a experi-
mentos da mãe para não ter um filho minotauro.
Quando a Guerra Artoniana começou e o Império
não se posicionou, Karmen abandonou o marido,
a filha e o nome Porcius. Assumiu um lado e se
tornou rapidamente a coronel Karmen Roth, membro
dos Leopardos Sangrentos, subindo na hierarquia
purista com uma velocidade assustadora graças
ao seu talento, eficiência e crueldade. Voltando-se
novamente para seus experimentos, começou usando
prisioneiros como cobaias e depois passou a usar
os próprios soldados, em uma tentativa de torná-los
mais fortes e mais obedientes. Quando descoberta,
nos momentos derradeiros da guerra, foi expulsa.
Voltou para Tapista sozinha, envergonhada. Mas
a queda de Tauron foi um golpe de sorte para a
ex-coronel.
Diante do corpo do deus, em vez de temer
a Tormenta ou prestar reverência, Karmen fez
o impensável: colheu amostras de seus chifres.
Aprimorou seus experimentos para incluí-los e, com
seu tratamento alquímico, desenvolveu um material
perigosíssimo: a necrotaurite. Alimentado por ener-
gia necromântica, esse material pode transformar
corpos em monstros até mesmo depois da morte,
tornando os comandados de Karmen ainda mais
perigosos. As campanhas militares movidas pela
vilã em Khubar e Svalas fizeram uso desse material
em grandes quantidades.
Hoje, Karmen não é coronel nem parece ter
planos de conquista. Ela ronda as estradas das
províncias mais periféricas do Império de Tauron
cobrando tributos e fazendo roubos, liderando um
bando de pistoleiros e foras-da-lei da pior extirpe.
Não tem pudores de usar não-humanos como parte
de sua mão de obra, tratando-os exclusivamente
como ferramentas. Seus ataques brutais sempre
deixam sobreviventes, testemunhas para passar
adiante os horrores realizados contra companheiros
e parentes. A lenda de seu nome e do Bando do
Leopardo cresce na região, especialmente depois
de receber o equivalente a uma carta de corso do
governador de Petrynia.
Fazendo as vezes de uma lei distorcida, a outrora
coronel mantém os olhos vermelhos sobre as estra-
das empoeiradas, escolhendo vítimas com algum
critério muito particular. Rumores apontam para um
pacto sangrento feito pela ex-coronel purista com
um demônio da pólvora; uma explicação para sua
pistola nunca estar sem munição. Estaria de fato
a vilã resignada a essa vida como bandoleira de
estrada? Ou há algum novo plano se desenrolando
sob essa fachada? Só o tempo pode dizer.
77
Necrotaurite
O material desenvolvido por Kamen Roth a partir de
estilhaços do chifre de Tauron é tão perigoso quanto
raro. Se parece com carvão esculpido, com aspecto
poroso apesar da grande resistência. Com os esforços
da Academia Arcana, muito foi desvendado sobre a
composição e os efeitos da necrotaurite. O material
absorve energia divina, podendo inclusive bloquear o
contato entre deuses menores e seus servos, se utilizado
em quantidades suficientes e em lugares estratégicos.
Além disso, pode gerar armas e esotéricos mortais,
alinhados à necromancia.
O maior perigo da necrotaurite, porém, vem
quando uma criatura morre com o material dentro
do corpo. Isso pode ser feito quando um atacante
deixa uma adaga de necrotaurite no corpo de uma
vítima ou de forma mais controlada, com implantes
deliberados da substância em criaturas vivas em
um processo longo e doloroso. Uma criatura morta
dessa forma retorna como um morto-vivo; o ND da
criatura é igual ao da vítima mais 1d4 (ou 1d8 no
caso do implante deliberado). Todos os mortos-vivos
conhecidos surgidos dessa forma estavam sob
controle de Karmen, talvez por conta de detalhes na
criação da própria necrotaurite.
Sua capacidade de absorver energia divina também
permite que seja usada como fonte de energia. Todas
as peças roubadas dos devotos de Benthos pelo
plano de Karmen em Khubar foram convertidas na
fonte de energia do colosso purista usado durante sua
campanha militar em Svalas.
Devido à raridade da necrotaurite, quaisquer itens
feitos com o material são considerados artefatos.
Arma: Causa um dado extra de dano de trevas do
mesmo tipo da arma.
Esotérico: +2 na CD de magias de necromancia.
78
Karmen é extremamente cautelosa e dissimu-
lada, contando com planos dentro de planos e
nunca revelando a verdade completa mesmo
para seus servos mais próximos. Ela está sem-
pre rodeada de servos, incluindo sua criação
da qual mais se orgulha — os mesmerizadores,
construtos feitos a partir dos corpos de conju-
radores arcanos, capazes de dominar mentes
e defendê-la de ataques mágicos. Por temer
traições, dificilmente Karmen têm subalternos
independentes próximos do seu nível de com-
petência, preferindo autômatos, mortos-vivos
ou seres dominados mentalmente.
Karmen Roth ND 14
Humanoide (humano) Médio
Iniciativa +23, Percepção +29, visão vermelha (ver
abaixo)
Defesa 46, Fort +46, Ref +22, Von +28, imunidade a
medo, resistência a ilusão +5
Pontos de Vida 700
Deslocamento 9m (6q)
Pontos de Mana 116
Corpo a Corpo Espada bastarda x2 +40 (4d6+23, 19,
mais 1d6 trevas).
A Distância Pistola x4 +40 (10d6+4, 19/x4, mais 1d6
trevas).
Benção da Pólvora Qualquer pistola usada por Karmen
se recarrega automaticamente.
Contramágica Superior (Reação) Uma vez por rodada,
quando vê uma magia ser conjurada, Karmen faz uma
contramágica. Se usar Dissipar Magia para isso, ela rola
dois dados e usa o melhor resultado.
Visão Vermelha Karmen está sob efeito permanente
da magia Visão Mística com todos os seus aprimo-
ramentos. Ela enxerga auras mágicas, vê objetos e
criaturas invisíveis como formas translúcidas e tem
visão no escuro, além de poder gastar uma ação de
movimento para descobrir se uma criatura que possa
perceber em alcance médio é capaz de lançar magias
e qual a aura gerada pelas magias de círculo mais alto
que ela pode lançar.
Cavaleiro Místico Karmen foi membro da Ordem do Leopardo
Sangrento. Ela lança magias como uma conjuradora arcana de 15º
nível (CD 38, 42 para necromancia, limite de PM 15). Ela pode lançar
magias arcanas de armadura sem precisar de testes de Misticismo.
Uma vez por rodada, quando usa a ação agredir para fazer ataques
corpo a corpo, pode lançar uma magia como ação livre (pagando
seu custo normal em PM). Além das magias abaixo, Karmen conhece
todas as magias de evocação e necromancia até 40 círculo.
• Concentração de Combate (Padrão, 3 PM) Até o final da cena,
sempre que faz um ataque, Karmen rola dois dados e usa o
melhor resultado.
• Crânio Voador de Vladislav (Padrão, 15 PM) Um crânio de energia
negativa causa 16d8+16 pontos de dano de trevas em uma cria-
tura em alcance médio e deixa o alvo e todas as criaturas a 3m
dele abaladas (Fort reduz à metade e evita a condição).
Capelão De Guerra,
• Dissipar Magia (Padrão, 3 PM) Karmen escolhe uma criatura,
objeto ou esfera de 3m em alcance médio e faz um teste de
Carniçal, Dançarino
de Guerra, Esqueleto,
Misticismo. Todas as magias no alvo escolhido com CD
Recruta Purista,
menor que o teste são dissipadas.
Sargento-Mor,
• Pele de Pedra (Padrão, 6 PM) Karmen recebe RD 5 até
Soldado Purista,
o final da cena.
Zumbi.
• Relâmpago (Padrão, 15 PM) Karmen causa 20d6 pontos
de dano de eletricidade em todas as criaturas em uma
linha de 30m (Ref reduz à metade).
• Toque Chocante (Padrão, 15 PM) Karmen causa 16d8+16 pon-
tos de dano de eletricidade contra uma criatura tocada (Fort
metade). Se o alvo estiver usando armadura de metal (ou car-
regando muito metal), sofre uma penalidade de –5 no teste de
resistência.
• Toque Vampírico (Padrão, 15 PM) Karmen causa 18d6 pontos
de dano de trevas contra um alvo tocado (Fort metade)
e recupera pontos de vida em valor igual à metade
desse dano de trevas.
• Velocidade (Padrão, 3 PM, susten-
tada) Karmen pode executar uma
ação padrão adicional por turno, que
não pode ser usada para lançar magias.
For 5, Des 2, Con 7, Int 7, Sab 2, Car 5
Perícias Enganação +22, Furtividade +8, Intimidação
+22, Intuição +19, Misticismo +24.
Equipamento Balas de necrotaurite x20, armadura completa refor-
çada defensora, espada bastarda formidável de necrotaurite,
luva de necrotaurite (esotérico), pistola maciça de adamante, .
Tesouro Triplo.
79
 Mesmerizador
Esse ser humanoide enfaixado da cabeça aos
pés foi costurado a partir de corpos humanos. Em
seu interior, residem os corações e cérebros de cinco
conjuradores arcanos. É resultado dos experimentos
necromânticos de Karmen Roth, punindo discípulos
imprudentes ou subordinados que tenham fracas-
sado com a inclusão em um mesmerizador.
Essa criatura triste consegue apenas conjurar as
magias com as quais foi programada pela sua mes-
tra. Pode usar suas habilidades de encantamento e
hipnose para assumir o controle de outras criaturas
e usá-las como escudo contra ataques.
É raríssimo que Karmen viaje sem pelo menos
dois mesmerizadores a acompanhando.
Mesmerizador ND 6
Construto médio
Iniciativa +6, Percepção +7
Defesa 25, Fort +6, Ref +12, Von +18
Pontos de Vida 200
Deslocamento 6m (4q)
Pontos de Mana 31
Corpo a corpo Pancada x2 +18 (1d6+3 mais 4d10 trevas)
Contramágica Superior (Reação) Uma vez por rodada,
quando vê uma magia ser conjurada, o mesmerizador faz
uma contramágica.
80
Escudo Humano (Reação) Uma vez por rodada, caso uma
criatura mesmerizada (veja Mesmerizar, abaixo) esteja a
até 1,5 metro do mesmerizador, ele sofre apenas metade
do dano de um ataque que o atingiria e a criatura sofre o
dano restante.
Mesmerizar (Padrão) Depois de passar uma hora ininter-
rupta a até 9m de um alvo, o mesmerizador domina sua
mente como a magia Dominar Monstro (CD 24). Só uma
criatura pode ser mesmerizada por vez.
Movimento Involuntário (movimento) Uma criatura em
alcance curto sob efeito de uma das magias de encanta-
mento do mesmerizador move seu deslocamento na direção
em que o mesmerizador determinar.
Magias O mesmerizador lança magias como um conjurador
arcano de 5º nível (CD 24). Além das magias abaixo, o mesme-
rizador conhece todos os encantamentos de primeiro círculo.
• Adaga Mental (Padrão, 5 PM) Uma criatura em alcance curto
sofre 4d6+7 pontos de dano psíquico e fica atordoada por
1 rodada (Von reduz o dano à metade e evita a condição).
Uma criatura só pode ser atordoada por esta magia uma
vez por cena.
• Dissipar Magia (Padrão, 3 PM) O mesmerizador escolhe uma
criatura, objeto ou esfera de 3m em alcance médio e faz um
teste de Misticismo. Todas as magias no alvo escolhido com
CD menor que o teste são dissipadas.
• Sussurros Insanos (Padrão, 5 PM) Até 2 humanoides em
alcance curto ficam confusos (Von evita).
For 0, Des 1, Con 3, Int 5, Sab 2, Car –1
Perícias Conhecimento +12, Misticismo +12. Tesouro
Padrão.
LADY ISOLDINE
Antes de haver Aslothia, havia Portsmouth, o reino da magia proibida.
E antes de haver uma vampira, já havia um monstro chamado Isoldine.
Uma baronesa isolada, Isoldine teve sempre que lutar por seu espaço
de forma brutal, pois não havia quem protegesse suas terras de ataques
dos selvagens dos ermos. Sua tática, porém, iria lhe render a alcunha de
“Sangrenta”: quando capturava seus inimigos, os torturava, arrancava suas
cabeças e espalhava em montes para intimidar propensos atacantes.
Quando veio a Noite da Ascensão Profana, o ritual que transformou Ferren
Asloth no Arquilich, Isoldine entrou em um frenesi, condenando todos em seu
caminho. Banqueteando-se na morte, descobriu sua nova condição: era agora
uma vampira. Noites depois se apresentou na entrada do Castelo Erynia,
coberta da cabeça aos pés em sangue, pronta para renovar seus votos
de lealdade a seu soberano morto-vivo.
Cavalo
Esqueleto, Apesar de implacável, Isoldine
Esqueleto de hoje raramente suja suas próprias
Elite, Falange, mãos com ameaças menores, usando
Fantasma,
outras criaturas a seu serviço para dar
Gárgula, Lobo,
cabo de seus inimigos. Entretanto, quando
Mercenário
vê potencial em um mercenário, ou mesmo um
de Aslothia,
Vampiro.
cavaleiro da Luz perdido, pode tentar transformá-
-lo em um de seus soldados vampíricos.
A baronesa sangrenta sequestra diversos huma-
noides de regiões próximas para satisfazer sua
vontade de banhar-se em sangue. Seus servos
de elite chegam a vilas isoladas e sequestram
dezenas de aldeões de cada vez, levando-os
para nunca mais retornarem.
81
 Isoldine,
Baronesa Sangrenta ND 17
Morta-viva Média
Iniciativa +22, Percepção +18, visão no escuro
Defesa 55, Fort +17, Ref +30, Von +24, cura acelerada 30,
imunidade a medo, redução de dano 20/luz
Pontos de Vida 950
Deslocamento 18m (12q), escalar 18m (12q)
Corpo a Corpo Lâminas sanguíneas x4 +47 (4d10+25 mais
2d10 trevas) ou garra +49 (6d8+25 mais 2d10 trevas).
Dominação Vampírica (Padrão) Isoldine controla um huma-
noide em alcance curto. A vítima fica confusa, enfeitiçada
ou fascinada até o final da cena ou perde suas memórias
da última hora, a escolha da vampira (Von CD 45 evita).
Uma criatura só pode ser alvo dessa habilidade uma vez
por cena. e
Drenar Sangue (Padrão) Isoldine drena o sangue de uma
criatura viva que esteja agarrando; ela causa 10d6 pontos
de dano de perfuração e recupera a mesma quantidade de
PV. Uma criatura morta por Isoldine dessa forma se erguerá
como um vampiro na próxima noite e deverá vencer um
teste de Vontade oposto contra Isoldine ou ficará sob o
controle dela até que seja liberada ou sua nova mestra
seja destruída.
Forma de Sangue (Padrão) Isoldine se transforma em uma
forma líquida composta de sangue. Neste estado ela se
torna imune a acertos críticos, condição caído, efeitos de
atordoamento, e paralisia, pode atravessar espaços ocupa-
dos por outras criaturas e se mover por frestas e buracos.
Porém, Isoldine perde sua cura acelerada e redução de dano
e se torna vulnerável a fogo, frio e magia. e
Frenesi Voraz Caso não tenha se alimentado e se banhando
em sangue por um mês, Isoldine perde as habilidades
Dominação Vampírica, Presença Esmagadora, Forma de
Sangue e Lâminas Sanguíneas até usar a habilidade Drenar
Sangue. Entretanto, ela pode fazer quatro ataques de garra
com uma ação padrão e realizar uma ação padrão ou de
movimento adicional por turno.
Lâminas Sanguíneas Isoldine manifesta armas compostas
de seu sangue, e quando causa dano atacando com elas,
recupera PV igual a metade do dano do ataque. Ela pode
criar qualquer arma marcial ou simples corpo a corpo,
recebendo características da arma, como alongada de uma
82
alabarda ou versátil de um mangual, e o tipo de dano, mas
não alterando o dano da arma. Mudar a forma da arma é
uma ação livre.
Presença Esmagadora (Reação) Quando uma criatura ataca
Isoldine, deve passar em um teste de Vontade (CD 45) ou
não conseguirá machucá-la, perderá a ação e sofrerá 10d6
pontos de dano psíquico. Uma criatura que passe no teste
de Vontade não é mais afetada por esta habilidade até o
fim da cena.
Sensibilidade ao Sol Quando exposta a luz de Azgher dire-
tamente, Isoldine fica ofuscada e perde 10d6 PV por rodada.
For 8, Des 6, Con 5, Int 4, Sab 2, Car 8
Perícias Diplomacia +22, Enganação +22, Furtividade +19,
Intimidação +24, Nobreza +18.
Equipamento Armadura completa delicada, macabra e
sombria de mitral, traje de corte banhado a ouro. Tesouro
Dobro.
Soldado vampírico
ND 6
Morto-vivo Médio
Iniciativa +9, Percepção +5, visão no escuro
Pontos de Vida 50
Defesa 26, Fort +12, Ref +17, Von +7, cura acelerada 10,
redução de dano 5/ luz
Deslocamento 15m (10q), escalar 15m (10q)
Corpo a Corpo Espada longa x2 +25 (1d10+8, 19 mais 1d10
trevas) e garra +25 (1d8+8 mais 1d10 trevas).
Agarrar Aprimorado (Livre) Garra (teste +27).
Drenar Sangue (Padrão) O soldado vampírico drena san-
gue de uma criatura viva que esteja agarrando; ele causa
6d6 pontos de dano de perfuração e recupera a mesma
quantidade de PV.
Sensibilidade ao Sol Quando exposto à luz solar direta, o
soldado vampírico fica ofuscado e perde 6d6 PV por rodada.
For 5, Des 4, Con 2, Int –3, Sab 0, Car 1
Equipamento Espada longa, meia armadura. Tesouro
Nenhum.
ROVERT NAIDR
Mas o tempo fora havia sido um momento
de revelação interior e despertado a verdadeira
natureza de Rovert. Uma natureza traidora e cruel,
Como suspeitar da pessoa que te serve um
alimentada pelas vozes sibilantes que havia ouvido
caneco de cerveja? Uma comida quente e sucu-
no serpentário. Sua face amigável é apenas uma
lenta? Que recebe a todos com um prato de
fachada. Na verdade, Rovert é um sszzaazita
petiscos quentes? Rovert é um homem assim, tão devoto que é capaz de se transformar numa
corpulento, de cabelos negros e sorriso fácil.
perigosa criatura ofídia.
Taverneiro por profissão, o ahleniense está sem-
Hoje, Rovert é um respeitado taverneiro.
pre cercado de amigos e da família, pronto a
Habilmente, vem usado as bênçãos de Sszzaas
ajudar aqueles que precisam. Mas sua história
para corromper as pessoas ao seu redor, dando
não é ausente de estranheza.
um conselho perigoso aqui, revelando um segredo
Aos 10 anos, desapareceu por dias no bosque terrível ali. Com isso, vem cooptando cada vez
local. Amigos e parentes se mobilizaram para mais almas para sua congregação de mentiras. E
encontrá-lo, mas sem sucesso. Quando final- aqueles que chegam perto demais correm o risco
mente foi avistado, sentado tranquilamente de serem substituídos por um golem-réplica.
em um serpentário abandonado, disse
apenas que havia passado um tempo com
novos amigos, que haviam lhe passado
lições valiosas para a sua vida e para a de
todos que viesse a encontrar. Investigações
no bosque mostraram-se infrutíferas, e como
nada de ruim havia acontecido com Rovert, o
assunto foi morrendo aos poucos. Ninguém
soube a verdade, mas ninguém realmente
se importou.
Bandidos,
Guardas,
Hynne
Dormente,
Iniciado
de Sszzaas,
Nagah, Rival
Espelho, Zumbi
Peçonha.
83

Rovert Naidr,
Taverneiro TraiçoeiroND 12
Humanoide (humano) Médio
Iniciativa +12, Percepção +15, visão no escuro
Defesa 41, Fort +12, Ref +20, Von +26, evasão aprimorada,
imunidade a veneno
Pontos de Vida 420
Deslocamento 9m (6q)
Pontos de Mana 75
Corpo a Corpo Presa inoculadora x3 +34 (1d6+20 mais
veneno).
Agarrar Aprimorado (Livre)* Cauda (teste +39).
Ataque Furtivo +6d6.
Constrição (Livre)* No início de cada um de seus turnos,
Rovert causa 2d6+15 pontos de dano de Impacto na criatura
que estiver agarrando com sua cauda.
Impostor Rovert substitui testes de perícias baseadas em
Car, Int ou Sab por Enganação.
Magia Discreta (Livre, +2 PM) Quando lança uma magia, Rovert
não precisa gesticular ou falar, e pode lançar a magia com as
mãos presas, amordaçado etc. Perceber que ele lançou uma
magia exige passar em um teste de Misticismo (CD 20).
Olhar Hipnótico* No início de seu turno, cada personagem
em alcance curto de Rovert em sua forma de serpente deve
fazer um teste de Vontade (CD 35). Se passar, desvia o olhar.
Se falhar, fica fascinado. Um personagem pode fechar os
olhos como uma reação para ficar imune a esta habilidade,
mas sofrerá os efeitos de estar cego por 1 rodada. Mental.
Trocar de Pele (Livre) Quando é reduzido a 210 PV ou
menos, Rovert remove sua pele, tornando-se um híbrido
de homem e serpente. Seus ataques mudam para duas
garras +36 (2d6+15 mais veneno), uma mordida +36 (2d6+15
mais veneno) e uma cauda +36 (2d6+15), sua defesa muda
para 43 e ele recebe as habilidades Agarrar Aprimorado,
Constrição e Olhar Hipnótico (marcadas com *).
Vida Dupla Sempre que faz um teste de Enganação ou
Vontade para evitar que descubram sua identidade real,
Rovert rola dois dados e usa o maior resultado.
Magias Como um clérigo de Sszzaas de 14º nível (CD 35, limite
de PM 14).
84
• Anular a Luz (Padrão, 14 PM) Rovert emana uma onda de
escuridão com 6m de raio e faz um teste de Religião. Magias
de 4º círculo ou inferior na área com CD menor que o teste
são dissipadas. Além disso, aliados na área recebem +6 na
Defesa até o fim da cena e inimigos ficam enjoados por 1d4
rodadas (apenas uma vez por cena).
• Comando (Padrão, 10 PM) No início do seu próximo turno,
quatro criaturas em alcance curto ficam pasmas por 1
rodada (Von evita). Este efeito só pode ser usado uma vez
por cena contra uma mesma criatura.
• Curar Ferimentos (Padrão, 10 PM) Uma criatura em alcance
curto cura 9d8+9 PV ou criaturas escolhidas em alcance
curto curam 6d8+6.
• Hipnotismo (Padrão, 11 PM, sustentada) Criaturas escolhi-
das em alcance curto que possam perceber Rovert ficam
fascinadas e não sabem que foram vítimas de uma magia
(Vontade anula). Se usar essa magia em combate, os alvos
recebem +5 em seu teste de resistência.
• Infligir Ferimentos (Padrão, 11 PM) Criaturas escolhidas em
alcance curto sofrem 4d8+4 pontos de dano de trevas e
ficam fracas (Fort reduz à metade e evita a condição).
• Ligação Sombria (Padrão, 10 PM) Rovert escolhe um alvo
em alcance longo e cria uma conexão entre seu corpo e o
desse alvo, deixando uma marca idêntica na pele de ambos.
Enquanto a magia durar, sempre que ele sofrer qualquer
dano ou condição, o alvo desta magia deve fazer um teste
de Fortitude; se falhar, sofre o mesmo dano que o híbrido
ou recebe a mesma condição. A magia termina se o alvo
chegar a 0 PV.
• Marca da Obediência (Padrão, 6 PM) Rovert dá uma ordem a
uma criatura adjacente, que deve obedecê-la até o fim da
cena (Von evita). A criatura pode repetir o teste de Vontade
em cada um de seus turnos subsequentes mas, se falhar,
sofre 3d6 pontos de dano psíquico.
Veneno Peçonha potente (perde 2d12 PV por rodada durante
3 rodadas, Fort CD 35 reduz para 1 rodada).
For 2, Des 2, Con 2, Int 0, Sab 5, Car 6
Perícias Acrobacia +12, Enganação +21, Furtividade +12,
Ladinagem +12, Religião +15.
Equipamento Avental, caneco de cerveja, couro batido refor-
çado, presa inoculadora (adaga atroz, injeção alquímica e
venenosa), símbolo sagrado de Sszzaas. Tesouro Padrão.
DRA. STELLA E
Golem-réplica ND 8
Construto Médio
Iniciativa +12, Percepção +11, visão no escuro
Defesa 31 Fort +9, Ref +15, Von +21, imunidade
ELLYN
Stella e Ellyn eram melhores amigas de infân-
a veneno, redução de dano 5
Pontos de Vida 224 cia. Suas famílias, muito próximas, frequentanvam
Deslocamento 9m (6q) sempre as altas rodas na capital de Yuton, em
Corpo a Corpo Duas pancadas +24 (1d8+14 mais Salistick, circulando em bailes e eventos de nobres
veneno). endinheirados. As meninas, inseparáveis, brinca-
vam o tempo todo e, juntas, sonhavam em um
Ataque Furtivo +2d8.
Falsa Inocência Na primeira rodada do combate, dia se formar no Colégio Real de Médicos.
Queriam, além de tudo, construir carreira na
todos inimigos do golem ficam surpreendidos.
Finta Aprimorada (Livre) Uma vez por profissão em conjunto.
rodada, o golem faz uma finta como ação Mas o destino é impiedoso em Arton,
livre. e um infortúnio dos mais cruéis se abateu
Impostor O golem substitui testes de sobre a dupla. Num certo dia, enquanto
perícias baseadas em Car, Int ou Sab por
conversavam, Ellyn sentiu dores e ton-
Enganação. turas. Ao tentar se levantar, tombou de
Veneno Peçonha concentrada (perde 1d12 novo e só conseguiu ser levada ao quarto
pontos de vida por rodada durante 3
com a ajuda da amiga. Em breve o que
rodadas, Fort CD 28 reduz a duração
parecia ser algo curável evoluiu para
para uma rodada).
sintomas graves de uma doença que a
For 3, Des 4, Con 2,
deixou acamada definitivamente.
Int 3, Sab 1, Car 6
Enquanto a amiga definhava, Stella
Perícias Acrobacia +12, Enganação estudava com afinco, almejando
+19, Furtividade +14, Ladinagem +12.
descobrir uma cura, consultando
Tesouro Padrão. estudos amplos e sábios plenamente
reconhecidos, mas foi em vão. Quando
se formou como médica, sua amiga já
havia partido.
Bandidos, Garra- Desesperada, Stella quis de ime-
Zumbi, Glop, diato trazer a amiga de volta à vida.
Sabia que deuses não existiam, e por
Golem de Ferro,
Necromante, isso teria que contar apenas com os pró-
Pistoleiro, Quimera, prios esforços. Passou a buscar métodos
Soldado Mecânico, que no resto de Arton poderiam ser vistos
Yidishan Bugbear. como profanos e resolveu tentar uma
última cartada. Usando seus conheci-
mentos de anatomia e suas capacidades
arcanas, combinou diversos cadáveres e a
85
 cabeça da amiga para criar um receptáculo para até o fim da cena. Ela só pode ter uma criatura avaliada
desta forma por vez.
a consciência de Ellyn.
Saque Rápido Stella pode sacar ou guardar itens como uma
O experimento deu certo, mas o resultado não
ação livre e recarregar sua pistola como ação de movimento.
era Ellyn. Era um ser disforme, de fúria e força. Um
Magias Como uma maga de 12º nível (CD 35, limite de PM 12).
monstro que, em seu primeiro ato em vida, destruiu
• Armadura Arcana (Reação, 10 PM) Quando sofre um ataque,
tudo ao seu redor e fugiu, deixando Stella em cho-
Stella recebe +9 na Defesa contra esse ataque.
que. Anos depois, o golem de carne ressurgiria, com
• Campo de Força (Reação, 7 PM) Quando sofre dano, Stella
desejo de vingança. Stella, por sua vez, agora dedica recebe redução de dano 50 contra este dano.
sua vida a erradicar o que considera um experimento
• Crânio Voador de Vladislav (Padrão, 9 PM) Um crânio de
fracassado, uma mancha difícil de apagar. energia negativa que causa 7d8 pontos de dano de trevas
Ambas se odeiam e querem o fim uma da outra, em duas criaturas em alcance médio e deixa todas as cria-
e pouco se importam com quem for pego no fogo turas a 3m do alvo abaladas (Fortitude reduz à metade e
evita a condição).
cruzado.
• Ferver Sangue (Padrão, 10 PM, sustentada) Stella faz o sangue
de uma criatura em alcance curto aquecer até entrar em
Doutora Stella ND 10 ebulição. Quando a magia é lançada, e no início de cada
Humanoide (humana) Médio um de seus turnos, o alvo sofre 6d8 pontos de dano de fogo
e fica enjoado por uma rodada (Fortitude reduz o dano à
Iniciativa +11, Percepção +13
metade e evita a condição). Se o alvo passar em dois testes
Defesa 25, Fort +12, Ref +20, Von +22, imunidade a cansaço, de Fortitude seguidos, dissipa a magia. Se o alvo for reduzido
doença e veneno a 0 PV pelo dano desta magia, seu corpo explode, matan-
Pontos de Vida 255 do-o e causando 6d6 pontos de dano de fogo em todas as
Deslocamento 9m (6q) criaturas a até 3m (Reflexos reduz à metade). Não afeta
criaturas sem sangue, como construtos ou mortos-vivos.
Pontos de Mana 79
• Toque Chocante (Padrão, 9 PM) Uma criatura adjacente
Corpo a Corpo Adaga +20 (1d4+18, 19). a Stella sofre 10d8+10 pontos de dano de eletricidade
À Distância Pistola +25 (2d6+25, 19/x3). (Fortitude reduz à metade).
Disparo Preciso Stella pode fazer ataques à distância contra
• Transformação de Guerra (Padrão, 12 PM, sustentada) Stella
oponentes envolvidos em combate corpo a corpo sem a
se torna uma máquina de combate, recebendo +8 na Defesa,
penalidade padrão de –5 no teste de ataque. testes de ataque e rolagens de dano corpo a corpo, 50 PV
Conhecimento Anatômico Avançado (Movimento) Stella temporários, RD 10 e imunidade a atordoamento e efeitos
avalia a anatomia de uma criatura em alcance curto, rece- de cansaço, encantamento, metabolismo, trevas e veneno,
bendo +2d12 nas rolagens de dano contra esta criatura e não precisa respirar.
86
• Transmutar Objeto (Padrão, 11 PM) Imunidade a Magia Ellyn é imune a
Transforma matéria-prima em efeitos mágicos, com as seguintes
um objeto de tamanho Grande exceções. Magias de fogo e frio a dei-
ou menor e preço máximo de T$ xam lenta por 1d6 rodadas. Efeitos
2.500. mágicos de eletricidade removem a
condição lento e curam PV em uma
For 0, Des 2, Con 0, Int 7, Sab 4,
quantidade igual a metade do dano
Car –1
que causariam.
Perícias Conhecimento +21, Cura Transmitir Sofrimento (Movimento) Ellyn
+21, Intuição +13, Investigação +21, pode transmitir a dor de sua criação para uma cria-
Ladinagem +11, Misticismo +21, Ofício tura que esteja agarrando; ela causa 8d12 pontos de dano
(alquimista) +21, Pilotagem +11. psíquico na criatura, que fica atordoada por 1 rodada e
Equipamento Adaga, balas x20, bandoleira de poções, barra abalada até o fim da cena (Vontade CD 33 reduz o dano à
de adamante no valor de T$ 100, capa pesada, essência de metade e muda a condição para abalado por 1 rodada).
mana x10, maleta de medicamentos aprimorada, pistola. Uma criatura que passe no teste de resistência fica imune
a esta habilidade pela cena. Mental.
Tesouro Dobro.
For 7, Des 1, Con 4, Int 2, Sab –1, Car –2
Ellyn, a criatura Perícias Conhecimento +12, Cura +9, Furtividade +11, Guerra
ND +12, Investigação +12, Ladinagem +11, Ofício (alquimista)
Construto Grande
+12, Sobrevivência +9.
Iniciativa +11, Percepção +11, visão no escuro
Equipamento Diário, manto pesado. Tesouro Nenhum.
Defesa 43, Fort +20, Ref +12, Von +26, imunidade a meta-
morfose e trevas, redução de dano 10
Pontos de Vida 620
Deslocamento 9m (6q)
Corpo a Corpo Duas pancadas +35 (3d10+30).
Estudar Alvo (Movimento) Ellyn estuda uma criatura em
alcance curto. Até o final da cena, sempre que fizer um teste
de perícia contra aquela criatura, rola dois dados e usa o
maior valor. Ellyn só pode estudar uma criatura por cena.
Fúria Homicida (Reação) Quando reduzida à metade de
seus PV, Ellyn entra em um estado de fúria homicida até o
fim da cena. Ela recebe +6 em testes de ataque e rolagens
de dano, mas sempre deve atacar a criatura mais próxima.
87
 P E Q U E N A S AV E N T U R A S
CORAGEM
E sta mini-aventura foi criada para RPGs
de fantasia medieval como A Lenda de
Ghanor, Tormenta20 e quaisquer outros sis-
temas compatíveis. É uma história flexível,
sem regras, adaptável às necessidades do
seu grupo. Pode ser jogada como aventura
avulsa ou o início de uma campanha.
A última corça
Durante uma noite escura e sem estrelas, os per-
sonagens dos jogadores encontram três druidesas
ao redor de uma fogueira. Eles descobrem que as
sacerdotisas já tinham previsto a chegada do grupo
e estavam à sua espera.
As três mulheres pedem ajuda dos heróis em uma
missão: capturar o último macho de uma raríssima espécie
de cervos, chamada corça-de-fogo. Oferecem poções
milagrosas e suas melhores bênçãos em troca da reali-
zação desta árdua tarefa. Apesar de algumas fêmeas
restarem em um santuário protegido pelo trio, a raça corre
risco de extinção se um reprodutor não for encontrado.
88
As guardiãs não podem abandonar o território que
protegem, por isso, precisam de alguém para fazer a
jornada em seu lugar até o Alto Abismo: planalto gélido
repleto de escarpas e penhascos, onde foi avistado um
destes animais lendários. Mas há uma advertência…
as montanhas não toleram erros. Ali pequenos deslizes
podem significar a diferença entre vida e morte.
Em termos de regras, pela duração da aventura,
o grupo como um todo não pode acumular mais de
20 falhas em testes (número que pode ser maior ou
menor, conforme o desafio pretendido). Todo teste de
ataque, habilidade, perícia, etc, conta para este fim.
Mais do que apenas o desafio da perseguição, este
limite abstrato representa os inclementes “deuses da
montanha” de olho nas ações dos protagonistas.
Viajar para Alto Abismo não representa desafio,
pois envolve passar por rotas conhecidas. Mas após
a chegada os personagens precisam passar em testes
contra o frio, fome e fadiga devido ao ar rarefeito.
Em seguida, eles têm duas opções: descansar e
obter informações em uma aldeia próxima ou partir
imediatamente.
P E Q U E N A S
Caso optem pela primeira escolha, precisarão fazer
os testes sociais para conseguir hospedagem na casa de
um aldeão, arriscando acumular as primeiras falhas da
aventura. Por outro lado, terão chance de se recuperar
de penalidades e descobrir mais informações sobre avis-
tamentos da corça, bem como a respeito de pessoas que
estiveram neste fim de mundo procurando pelo animal.
Para obter informações, é necessário passar em um
teste social adequado à cena.
• A corça-de-fogo vive perto do topo da montanha
mais alta e íngreme. Chegar até lá requer habili-
dades de escalada, acrobacia e um sangue tão
frio quanto os ventos que sopram naquelas alturas.
• Outros dois grupos estão em busca da presa. O
primeiro é uma dupla de caçadoras locais, Vul-
pe e Loba, irmãs que cresceram na região e se
apaixonaram por Nívea, amiga de infância delas
e filha da líder local, mas a mãe da donzela só
concordou em consentir o casamento da filha com
quem trouxer o coração da corça lendária, (na
verdade, a odiosa matriarca fez a “promessa” só
para se livrar das duas pretendentes!)
• O segundo grupo é liderado pelo Príncipe Áquileu,
acompanhado por cavaleiros, falcoeiros e cães de
caça. Sendo um bastardo recentemente instalado
como senhor de seu principado, sua legitimidade
tem sido questionada por rivais. Ele acredita que
trazer os chifres da corça de volta para casa de-
monstrará ao povo que ele é digno de governar.
• Existem ainda lendas sobre os três “Guarda-caças”,
espíritos que protegem os picos mais altos onde
habitam os animais mais nobres e difíceis de caçar,
reservados somente aos deuses da montanha.
No limite
Para subir as montanhas em busca da corça, é
preciso primeiro passar pelo fundo de uma garganta
rochosa. Se o grupo não conseguiu a informação
na aldeia sobre o animal, precisará repetir testes de
sobrevivência até passar, para localizar esta rota. Em
meio a ela, o grupo encontra uma expedição inteira
com cavalos, cães e homens mortos, que despencou
AV E N T U R A S
de um penhasco. Ainda há alguns cães vivos, enormes
mastins que latem de maneira hostil. Será preciso lidar
com eles para seguir caminho.
Rampas sucessivas levam a um caminho de pastores
que continua montanha acima. Tudo segue bem até
que o grupo chega a uma estreita ponta de gelo. Ela é
guardada por um nobre — o Príncipe Aquileu — que
está em um estado quase delirante após ter perdido
seus seguidores. Ele desafiará para um duelo qualquer
um que queira passar, em cima da ponte escorregadia.
Além disso, enquanto o confronto está acontecendo, ou
quando os personagens tentam atravessar o abismo, as
duas caçadoras — Vulpe e Loba — estão posicionadas
em paredões de pedra opostos. Elas discutem em voz
alta entre si, arriscando causar uma avalanche, enquanto
atiram com seus arcos longos no nobre e nos heróis.
Caso o grupo consiga chegar vivo ao outro lado
do abismo, terá que escalar um paredão de pedra
de cerca de 9 metros, com testes de escalada.
Os testes podem ser repetidos, mas sem corda ou
equipamento próprio, falhar significa uma queda.
Cada sucesso permite ao personagem avançar
verticalmente 1,5 metros no paredão.
No topo, o grupo finalmente encontrará a formi-
dável corça, mas se sentindo acuada, a pobre besta
atacará, investindo com seus chifres. Você pode
utilizar a ficha de algum grande herbívoro para o
combate, mas ele ignora restrições de movimento
e causa dano extra de fogo com seus chifres. Lutar
num lugar tão alto requer testes de vontade contra o
medo de altura e tudo se torna ainda mais desafia-
dor pelo fato do animal precisar ser capturado vivo.
Uma vez que o capturem, a contagem de falhas
cessará. No topo da montanha, há uma trilha oculta
por onde os personagens podem descer em segu-
rança, no entanto, quando estão quase alcançando
novamente a ponte de gelo, veem um trio de homens
misteriosos surgirem em escarpas longínquas, tocando
berrantes. O desafio dos heróis agora será atravessar
a tempo a ponte de gelo sobre o abismo… antes que
sejam soterrados por uma avalanche!
DAVIDE DI BENEDETTO
89
 C H E F E D E F A S E
SCOTT PILGRIM
Q uadrinhos, videogame, filme de
Hollywood, desenho animado da
Netflix. Para um fracassado de Toronto,
Scott Pilgrim até que se deu bastante
bem na vida! O quadrinho de Bryan Lee
O’Malley (Repeteco) bateu forte na nostal-
gia de uma geração e ressoou pelo mundo
inteiro como um grande sucesso multimídia.
Publicado originalmente em seis volumes em
preto-e-branco, entre 2004 e 2010, Scott Pilgrim
foi republicado em cores e capa dura entre 2012
e 2015. O último volume, Scott Pilgrim vs the
Universe, ganhou o prêmio Eisner, considerado
o Oscar dos quadrinhos! No Brasil, a obra foi
90
publicada em três volumes, cada um compilando
dois dos volumes originais. A versão colorida ainda
não chegou por aqui.
A origem secreta
de Scott Pilgrim
Bryan Lee O’Malley, um quadrinista nativo de
Toronto, tinha seus vinte e poucos anos no começo
dos anos 2000. Ele estava se estabelecendo na
editora Oni Press, tendo ilustrado Hopeless Savages:
Ground Zero e trabalhando em sua própria graphic
novel Lost at Sea, a história de amadurecimento de
uma jovem chamada Raleigh conforme faz uma
viagem pelos Estados Unidos.
O’Malley era um grande fã do mangá Ranma
½, a obra-prima da mestra Rumiko Takahashi
(Inuyasha, Mao) e queria fazer algo similar, como se
fosse seu próprio mangá shounen de ação e comé-
dia. Seu maior obstáculo era a falta de referências,
já que ainda não havia uma grande quantidade
de mangás do gênero publicados em inglês na
época. Após receber um quadrinho satírico japonês
sobre fazer mangá como presente de seu colega
de quarto, O’Malley se voltou para suas referências
em busca de sua futura obra.
O título e o protagonista vieram da música
homônima da banda Plumtree, lançada em 1998.
A letra de Scott Pilgrim é agridoce, apresentando
a vida como imprevisível e injusta, além de lidar
com sentimentos de rejeição e amores não corres-
pondidos. Embora a banda tenha se separado em
2000, antes do lançamento do quadrinho, a autora
Carla Gillis continua morando em Toronto e se
apresenta com sua banda Overnight, que inclui
alguns dos integrantes do grupo original — uma
série de acontecimentos que estaria perfeitamente
em casa nos quadrinhos de O’Malley.
Quem é esse tal de Scott Pilgrim?
Independente da mídia, a história é mais ou menos
a mesma. Um rapaz de vinte e pouco anos de Toronto,
que divide seu tempo entre bicos e sua banda, onde
toca baixo. Ele ainda está meio pra baixo depois do
fora que levou de Envy Adams. Segue empurrando
a vida com a barriga, inclusive se envolvendo com
Knives Chau, que ainda está no colégio.
A vida de Pilgrim chacoalha de vez com a che-
gada de Ramona Flowers na cidade. Americana,
ela trabalha como entregadora e encanta Scott
à primeira vista. Quando conseguem se aproxi-
mar, após algum esforço e muitas trapalhadas do
protagonista, acabam se conectando apesar das
diferenças. Antes do relacionamento ficar sério,
C H E F E D E F A S E
porém, Ramona apresenta um problema: ela teve
sete relacionamentos ruins no passado e Scott pre-
cisa derrotar seus ex quando eles aparecerem. E
obviamente eles surgem, com batalhas bombásticas
para mangá shounen nenhum colocar defeito!
Usando Scott em jogo
Um mundo onde as pessoas explodem em moedas
quando atingidas, onde brigas casuais podem envol-
ver espadas, onde uma dieta vegana pode conceder
superpoderes… mais parece um videogame — quem
sabe um daqueles beat’em ups tão comuns nos anos
80 e 90. Seria esse o mundo em que Scott vive ou
essa é a forma como ele vê tudo que o cerca?
Em entrevistas após a conclusão do quadrinho, o
autor deixou claro como a estética de videogame e
a ação constante em Scott Pilgrim não são literais. É
uma forma de juntar o útil ao agradável, contando
uma história sobre sentimentos e autoconhecimento
em uma linguagem que funciona para a audiência
e guarda significado para o autor. Também serve
como uma forma de retratar o espaço mental do pró-
prio Scott, uma pessoa com dificuldade de aceitar
os próprios erros ou as consequências de seus atos.
O próprio O’Malley teve desencontros amorosos
quando tinha 20 e poucos anos e gostaria de poder
ter enfrentado esses problemas de forma mais direta,
até mais física. Como vivia pensando como seria
interessante se jogar Street Fighter pudesse torná-lo
um lutador melhor, acabou construindo o universo
de Scott sob esse prisma.
Os combates com os ex-namorados (e a ex-namo-
rada) de Ramona não são, de fato, trocas de soco
explosivas. São conflitos sobre traumas e a busca pela
resolução definitiva, com Scott e Ramona se ajudando
mutuamente nesse sentido, apesar de todos os defeitos
dos dois. E, sem seus piores momentos, como a própria
Ramona afirma categoricamente, Scott é apenas mais
um ex-namorado maligno em seu futuro.
91
 C H E F E D E F A S E
Em termos de jogo, ainda assim é fácil encaixar
Scott. Em Karyu Densetsu, basta considerar que as
questões mais extremas de videogame, como as
excentricidades do protagonista e os poderes de
combate, são yuzas. Não há torneios ou lutadores
canônicos do Canadá no cenário, permitindo que
você ocupe esse espaço com os ex-namorados de
Ramona e o resto do elenco. O próprio Scott é um
oponente adequado para um personagem iniciante.
Em 3DeT Victory, nenhuma concessão é neces-
sária. Mesmo que os combates sejam metafóricos,
representando relacionamentos desgastados e pro-
messas quebradas, as regras a serem usadas são as
mesmas! Isso pode ser a base para uma campanha
inteira, com o gancho adicional de inventar o que
aconteceu de verdade depois de uma luta.
Onde obter sete ex malignos?
A ideia de interesses amorosos como obstáculos
diretos para estabelecer o relacionamento em si tem
um apelo forte. O próprio Scott pode cumprir esse
papel na sua campanha — talvez o relacionamento
com Ramona não tenha dado certo, talvez ele tenha
se mudado de Toronto para o lugar onde a campa-
nha se desenrola. De uma forma ou de outra, você
pode aplicar a premissa de Ramona a Scott sem
precisar de grandes modificações.
O problema, nesse caso, fica na forma dos sete
ex. Precisam ser personagens próximos do nível de
poder dos protagonistas, com um último ex mais
traumático servindo como chefão final.
Para Karyu Densetsu, você vai encontrar esses
candidatos na DB 156. Na adaptação de Streets of
Rage temos exatamente sete personagens: Senhor
Y, Senhora Y, Blaze Fielding, Axel Stone, Adam
Hunter, Max Thunder e Cherry Hunter. Você nem
precisa ajustar muito seus históricos, embora talvez
seja menos esquisito se Adam e Cherry forem primos
nessa versão.
92
C H E F E D E F A S E
Para 3DeT Victory, você vai garimpar ex-namo-
rados na DB 194. Na adaptação de One Piece
temos bem mais que sete personagens, permitindo
que você escolha quem será mais divertido tanto em
termos de combate quanto em termos de história. Em
vez de serem piratas, os personagens serão músicos
— Buggy pode ser o vocalista de uma banda de
glam rock performático, os homens-peixe podem ser
tenazes adeptos do thrash metal, Usopp encarna
aquele guitarrista que sempre diz que tirou as músi-
cas de ouvido, mas nunca toca na prática, Luffy
serve tanto baterista quanto vocalista, Nami toca
violinos em várias bandas diferentes, Sanji encaixa
como um baixista charmoso e Zoro — claro — é
aquele guitarrista estoico e silencioso, venerado
pelas fãs.
3DeT Victory 15N
P3, H3, R4; 3 PA, 15 PM, 30 PVs.
Arte e Luta.
Ataque Especial (Potente), Defesa Especial (Tenaz), +Vida,
Vigoroso.
Tapado.
Karyu Densetsu
Conceito: um cara comum.
Aura: 1 Trunfos: Incansável, Volta Por Cima.
Atributos: Agilidade 4, Força 4, Instinto 4, Presença 2,
Razão 1, Vontade 3.
Ocupações: Artista 2, Atleta 2, Vigilante 2.
Atributos Derivados: Barra de Vigor 10, Limiar de
Canalização 4, Limiar de Defesa 9, Limiar de Proteção 7.
Estilo de Luta: Agarrão 0, Bloqueio 2, Combo 2, Evasão 0,
Golpe 2, Projétil 0.
Técnicas: Bloqueio Agressivo, Dragão Nascente (Poder),
Escudo Espiritual, Golpe Explosivo (ougi), Ranbu.
THIAGO ROSA
93
 L I G A D O S D E F E N S O R E S L I G A D O S D E F E N S O R E S

Spy x Family:
Anya dorme em
qualquer lugar
V ocê enfim reuniu seus amigos para uma
partida de 3DeT. Várias ideias interes-
santes de personagens coloridos e variados
surgiram. O grupo, preparado para tudo,
entrou na Arca de cabeça erguida. Mas,
após cinco rodadas da primeira cena, já não
tinham nenhum PM para contar a história…
Uma das primeiras observações que chegaram
até nós, ainda durante o período de playtest em
setembro, foi como Pontos de Mana se tornaram
muito mais necessários no Victory do que em edições
passadas. Também os custos de certas técnicas, e
como vantagens outrora de uso livre agora impu-
nham gasto em PM.
Porém, pouca coisa causou tanta comoção entre
os comb… jogadores quanto a regra de recuperação
de recursos. A ideia de que um personagem precisa
de intervalos longos para se recuperar plenamente
era, de acordo com a turma, incondizente com a
proposta do jogo.
Ainda que revisões de custos não estejam des-
cartadas (pode ser inclusive que já tenham ocorrido
quando você estiver com esta Dragão Brasil em

QUE SONECA BOA!

mãos) e desconsiderando que esta regra já existia
em 3D&T Alpha, é interessante conversar um pouco
sobre o caminho que nos levou até estas decisões.

Que horas são?

O tempo é relativo em RPG, ainda mais do que
na vida real. O intervalo entre uma cena e outra
pode equivaler a uma transição de segundos ou
a passagem de milhões de anos. Tudo depende
da história que o mestre quer contar junto com os

Conversando sobre recursos

jogadores e da importância que os acontecimentos
contidos naquele período terá. Se não houver nada
de importante para a história, basta suprimi-lo. Pular

em 3DeT Victory
para a próxima cena.
Por isso, mesmo numa aventura de duração mais
ou menos normal, qualquer regra pautada em medi-

95
 L I G A D O S D E F E N S O R E S
das de tempo será complicada de gerenciar. Se a
duração ou ativação de um poder é determinada
por um certo número de horas (como era Bateria, em
3D&T Alpha, por exemplo), o jogador se torna depen-
dente deste intervalo existir, ou não será afetado.
Algo parecido ocorria com as regras para a cria-
ção de pergaminhos, que consumiam certo número
de dias para cada PM contido na magia. Caso o
mestre precise avançar vários meses da campanha
por um motivo qualquer, o grupo inteiro poderia
considerar que passou todo este tempo escrevendo,
forrando a mochila de textos mágicos grátis.
Mas aí fica o pulo do gato: se controlar a pas-
sagem de tempo é tão ruim, por que pitombas a
recuperação ainda é restrita a esse fator?
O Básico!
O motivo mais simples é que todos os recursos
secundários (Pontos de Ação, Mana e Vida) têm
um teto. São limitados aos valores garantidos pelo
Atributo principal que lhes dá origem. Da mesma
forma que dormir não dá XP, também nunca irá subir
a energia para além daquela de que dispõe, não
importa quanto tempo o personagem descanse.
One Punch Man:
Descansinho merecido
96
O segundo: recursos servem como ferramenta
narrativa. O mestre sabe quando a história permite
ou não um tempo para os Defensores relaxarem e se
reorganizarem. Não há problemas em dar tempo para
se recuperar completamente enquanto nada estiver
de fato acontecendo. Mas sequências de ação são
sempre contra o relógio, sem intervalos ou pausas.
Outro, muito mais ligado à dinâmica da partida:
não se vive só de role playing. Gerenciar recursos
faz parte do que torna o RPG um jogo. Não ter
recursos infinitos incentiva os jogadores a planejar
seus atos, escolher mais quando usar ou não os
melhores dons. Se tudo fosse recuperado comple-
tamente logo após cada cena, não haveria conse-
quência alguma após um desafio particularmente
difícil ou uma decisão ruim.
Qual é o meu Poder?
Comparando os elementos de uma ficha em ordem
de importância, atributos estariam no topo. São segui-
dos de muito perto pelas perícias. E, só então, temos
os demais elementos que dão cor aos personagens:
vantagens, técnicas, artefatos ou quaisquer outros
poderes que você conseguir acumular.
L I G A
Isso não significa apenas que eles garantem os
maiores benefícios. Também são eles que aparece-
rão mais durante as partidas. Você usa os atributos
em praticamente todo turno. E vai procurar encaixar
alguma perícia nas jogadas sempre que possível.
Os demais dons precisam ser bem usados jus-
tamente por terem um custo em energia. E isso os
torna especiais. Vale lembrar: em 3DeT Victory a
melhor jogada possível é feita com três dados. Por
isso é rara. Na maior parte do jogo, você não
contará com toda essa força. A média de 2D é bem
mais comum e já gera resultados muito bons, quase
sempre sem custo algum.
Yusuke distribui muita porrada em Yuyu Hakusho,
mas só pode disparar o Leigan três vezes. Goku
troca socos por pelo menos cinco minutos antes de
soltar o primeiro Kamehameha. Até Naruto (que
cria um clone só para ajudar a girar o Rasengan)
tenta resolver a situação só com as kunai se puder.
É racional agir assim. Com recursos finitos, você
tende a se virar com o que pode antes de apelar.
Dias de luta, dias de glória folga
Um argumento que recebi algumas vezes é que
intervalos não combinam com animes, em que os
heróis estão o tempo inteiro em movimento. Pausas
fazem com que as aventuras se tornem arrastadas,
ou os personagens passem mais tempo dormindo
do que fazendo a história avançar.
Outra vez, isto depende muito do tipo de aven-
tura que estamos jogando. Em one-shots, será raro.
Em campanhas, comum. Seja como for, a pausa
para recuperação sempre ocorre entre cenas.
Justamente para que o Mestre verifique se ela é
possível naquele momento.
Os Cavaleiros do Zodíaco não tinham tempo para
descanso na Saga das Doze Casas. Mas Edward e
Alphonse Elric aproveitavam para relaxar enquanto
D O S D E F E N S O R E S
cruzavam o país de trem. É completamente plausível
considerar que em Spy x Family, Loid e Yor Forger
têm tempo de descansar entre uma missão e outra,
mesmo com Anya aprontando no apartamento.
Em One Punch Man, quando a Associação de
Heróis precisa de alguém de Classe S, o herói por
diversão Saitama está convenientemente perto
para resolver tudo com um único soco. Porém, no
transcorrer da história, ele passa quase tanto de
pijamas quanto no uniforme.
3DeT não é só sobre luta. Personagens crescem
ao fazer coisas mundanas. Nem lembro quantas
situações divertidas acontecem em One Piece
enquanto a tripulação está apenas vivendo, con-
sertando o navio, jantando ou mesmo dormindo…
Administrando recursos
Deixando os animes e de volta ao nosso jogo. Os
Pontos de Ação são poucos, pois são extremamente
fortes. Eles possibilitam ao jogador manipular a
cena, comprando certos benefícios em negociação
com o Mestre. Acredito que seja ponto pacífico que
sua recuperação precisa ser difícil.
Do lado oposto, Pontos de Vida são os mais
fáceis de recuperar. Cura e Medicina são formas
ativas de se fazer isso até durante o jogo. Isso
ocorre, dentre outros motivos, porque morrer pre-
judica a interpretação do personagem (mesmo que
esteja jogando de osteon). São eles que permitem
ao personagem seguir em frente, apesar das difi-
culdades da aventura.
Os Pontos de Mana são o recurso que fica no
meio do caminho entre as duas. São a energia para
enfrentar o que não pode ser enfrentado, usando
poderes únicos e formidáveis. Há maneiras de
melhorar o quanto você gasta, demonstrando certo
refino ou capacidade inata, mas a recuperação do
que foi gasto é outra história.
97
 L I G A D O S D E F E N S O R E S
Por isso, o ideal é utilizá-lo com um pouco mais
de cuidado. Economizando para momentos em que
sejam de fato importantes. Uma comparação que
achei divertida foi a de que PM são iguais ao seu
salário. Você pode gastá-lo todo assim que receber,
mas vai precisar inventar algum jeito de sobreviver
até o final do mês se fizer isso.
Caso um personagem iniciante, feito com apenas
10 pontos, utilize PM sem economia para qualquer
dificuldade, é bastante possível que fique esgotado
em pouco tempo. Alguns efeitos são caros justamente
para que seu uso seja importante. É isso que faz com
que sejam legais. Se quer um personagem que use
muito este recurso, pense com carinho em aumentar
a quantidade total de PM que dispõe. É o que natu-
ralmente ocorre em patamares mais altos, inclusive.
E se as coisas realmente saírem do controle e
os personagens gastarem mais recursos do que o
previsto (talvez o Mestre tenha pesado um pouco a
mão nos primeiros desafios, talvez apenas por azar
nos dados) vale a pena pensar em momentos para
descansos curtos.
Não precisa ser literalmente uma soneca. Apenas
um tempo para os heróis conversarem, comerem
alguma coisa e beberem água já pode ser con-
siderado. Para cada duas horas de pausa, um
personagem recobra um número de PV e PM igual
às suas características correspondentes.
Muito menos do que uma boa noite de sono.
Mas para quem não tem nada, metade é o dobro.
MARLON TESKE
Precisando dormir.
98
L I G A D O S D E F E N S O R E S
Porém...
3DeT Victory está sendo desenvolvido junto
da comunidade. Durante o playtest, recebe-
mos sugestões e pedidos para que, além
das formas tradicionais, outras maneiras de
recuperação de recursos estejam disponíveis
para os jogadores. Em especial para aventu-
ras baseadas em RPGs eletrônicos como Final
Fantasy, ou histórias de ação ininterrupta,
onde não há tempo para pausas.
Estas opções foram incluídas no capítulo
+Regras, permitindo ao mestre escolher
quando e qual delas irá usar nas histórias.
Vão desde surtos de adrenalina e prêmios
para boa interpretação de desvantagens para
recuperação inesperada de Pontos de Ação
até formas de recuperação mais rápida de
PM e PV entre cenas.
Elas são divertidas por deixar os jogadores
mais livres para gastar tudo o que puderem
a cada cena, mas isso pode ter impacto no
planejamento do mestre que precisará repen-
sar a aventura levando em consideração que
raramente os heróis ficarão esgotados.
99
SEJA UM APOIADOR DA DRAGÃO BRASIL EM NÍVEL CONSELHEIRO OU AVENTUREIRO PARA TER O SEU NOME AQUI!
CONSELHEIROS
Abelardo Dantas Álvares
Adalberto Neto
Adelmo Felipe Bento
Adolfo Toshiro Cotarelli Sasaki
Adriano Silva
Álan Duvale Gomes
Alan Santana
Alcyr Neto
Aleksander Sanandres
Alex Farias De Lima
Alex Frey
Alex Pereira
Alex Pongitori
Alex Rodrigo R. Oliveira
Alexandre Ferreira Soares
Alexandre Murayama De Lima
Alexandre Uhren Mazia
Alexandro De Sousa Rodrigues
Alice Olivan
Álisson Morais
Alkemarra De Paula Leite
Altair Jorge Fernandes
Alysson Carneiro
Ana Rosa Leme Camargo
Anael Narciso Nagib Murr
Anderson Brambilla Chaves
Anderson Costa Soares
Anderson Rodrigues
Anderson Rosa Cecilio De
Oliveira
Anderson Thelles
André Bessa
André Centeno De Oliveira
André Dorte Dos Santos
André Duarte De Ávila Ribeiro
Andre Moshiba
Andre Peixoto
Andre Tosta
Andrews Da Cunha Silva Dos
Passos
Angelo Castelan
Angelo Daniel Dagnoni
Fernandes
Antonio Mombrini
Antonio Mourão Da Silva
Oliveira
Antonio Pedro Costa Oliveira
Pretti Espindula
Antonio Victor Melo Trindade
Ariel Alves Dutra
Ariel Leonardo Alencar Leitão
Arival Curi Da Cruz
Augusto César Duarte
Rodrigues
Augusto Da Silveira
Augusto De Moraes Nobre
Augusto Netto Felix
Bárbara Iara Hugo
Bernardo Rocha Batista De
Paiva
Breno Portella
Brunno Madruga Fidalgo
Brígido
Bruno Brinca De Jesus Limeira
Bruno Cesar Aff Mendes
Bruno Doyle
Bruno Emerson Furtado
Bruno Filipe De Oliveira Ribeiro
Bruno Henrique Da Cunha De
Lucca
Bruno Leão Pereira
Bruno Vieira
Bruno Wesley Lino
Bryan Luiz Silveira Sipião
Caio Alvares
Caleo Pires Bittencourt
Camila Gamino Da Costa
Camilo Rodrigues
Carlos Eduardo Pereira
Santana
Carlos F. Dos Santos
Carlos Frederico Veiga
Carlos G C Cruz
Carlos Giovane Haefliger
Cassio Pereira
Cassio Segantin
Cavaleiro Morto
Celso Giordano Tonetti
Chrysthowam A. Santos
Cj Saguini
Claudio Quessada Cabello
Cleison Ferreira
Cristian Drovas
Cristiano "Leishmaniose"
Cavalcante
Dan Cruz
Daniel Braga Coimbra
Daniel Carlos
Daniel Duran Galembeck Da
Silva
Daniel Folador Rossi
Daniel Luis Portela Da Silva
Daniel Macedo
Daniel Maprelian
Daniel Orsini
Daniel Paes Cuter
Daniel Regis Alló Weiss
Daniel Ribeiro Molinari Mello
Daniel Romero Da Escóssia
Pinheiro
Daniel Saraiva De Souza
Daniel Ximenes
Danielle Fredini Amaral
Danilo Machado
Danilo Martins
Dannilo Silva
Darlan Fabricio Silva Santos
Davi Freitas
Davi Mascote Domingues
David De Andrade Nunes
David De Andrade Nunes
David Torres Offrede
Deivide Argolo Brito
Deivis Pereira
Denis Carvalho
Denis Kenji Nakano
Denis Oliveira
Diego Barba
Diego Bernardo Chumah
Diego Cavalcante Carlos De
Carvalho
Diego Matos Moura
Diego Moreira
Diego Tavares Da Silva
Trindade
Diego Toniolo Do Prado
Diego Torralbo
Diogo De Almeida Camelo
Diosh Smith
Djalma Frehse Neto
Dmitri Gadelha
Douglas De Farias Ichitani
Douglas Ramos Da Silva
Douglas Santos De Abreu
Douglas Vieira Dias
Douglas Zanotta
Duda Vila Nova
Eddie Junior
Éder "Dzr13" Fialho
Eder Lage
Edgar Cutar Junior
Edilson Da Silva Medeiros
Junior
Edson Carlos Da Silva Ghiotto
Junior
Eduardo Batista Dos Santos
Saigh
Eduardo Diniz Dallacort
Eduardo Jacinto Moreira
Eduardo Maciel Ribeiro
Eduardo Milani
Eduardo Nunes
Eduardo Wohlers
Edvalter Thayrone Da Silva
Neves
Elimar Andrade Moraes
Elliot Macedo Haddad
Elvys Da Silva Benayon
Emmanuel Antunes
Enio Mielly Morais Maximo
Enzo Kapps De Oliveira
Enzo Venturieri
Eric "Yuki Hiro"
Estevão Costa
Everton Vieira Martins
Fabiano Raiser Dias Bexiga
Fábio Abrão Luca
Fabio Bompet Machado
Fabio Carvalho
Fabio Casanova
Fabio Grile
Fabio Luiz Pinto Lemos
Fabricio Silva De Amorim
Fagner Ferreira Rodrigues Da
Silva
Felipe Alves
Felipe Amalfi
Felipe De Souza Ramos
Felipe Gante
Felipe Granado
Felipe Intasqui
Felipe Leal Campos De Freitas
Felipe Massao T. Masutani
Felipe Queiroz
Felipe Rizardi Tomas
Felipe Schimidt Tomazini
Felipe Tenorio
Felipe Vilarinho
Felipe Wellington
Fernando Abdala Tavares
Fernando Augusto Iwata
Yamamoto
Fernando Brauner
Fernando Camilo Moura
Ribeiro
Fernando Douglas Tavares
Fernando Guarino Soutelino
Fernando Modesto Dutra
Fernando Schwenson
Filipe W Santos
Flaviana Cristina Malagodi
Takei
Flavio Emanoel Do Espirito
Santo Terceiro
Flavio Hiasa
Flávio Martins De Araújo
Flávio Rodrigues
Francisco Duque
Francisco José Marques
Francisco Ribeiro
Francisco Santana De Azeredo
Franz Pietz
Gabriel Almeida Braga
Fernandes
Gabriel Alves Brandão
Machado
Gabriel Alves Rêgo
Gabriel Amaral Abreu
Gabriel Bomfim
Gabriel Cassa
Gabriel Cholodovskis Machado
Gabriel Custodio Da Silva
Avelino
Gabriel Da Silva Cavalcante
Gabriel Dos Santos Barbosa
Gabriel Elias
Gabriel Felipe
Gabriel Hirata
Gabriel Madeira Pessoa
Gabriel Mascarenhas De Souza
Gabriel Moreira
Gabriel Novaes
Gabriel Nunes Da Silva Sobral
Gabriel Paiva Rega
Gabriel Rodrigues De Moraes
Gabriel Soares Machado
Gilmar Burato
Gilmar Farias Freitas
Gilvan Gouvêa
Gio Mota
Giovanni Ernesto
Giuliano Tamarozi
Gleison Alves Santos Neves
Gounford Thiago
Gregório De Almeida Fonseca
Guilherme Aurélio Da Silva
Arantes
Guilherme Britz Fontoura
Guilherme Correa Virtuoso
Guilherme Feitosa
Guilherme Inojosa Cavalcanti
Guilherme Lacombe Oliva Da
Fonseca
Guilherme Luiz De Oliveira
Aleixo
Guilherme Martins Alves
Guilherme Massimo Fernandes
Cortez
Guilherme Tolotti
Guilherme Trintinalha Corrêa
Guilherme Tsuguio Tanaka
Gustavo Almeida Agibert
Gustavo Amâncio Costa
Gustavo Freire Schafhauser
Gustavo Gaiato Monte
Gustavo Martins Ferreira
Gustavo Samuel
Heitor Alencar Moraes
Helton Garcia Cordeiro
Henrique Carvalho Gomes
Henrique Castro
Henrique Oliveira
Henrique Santos
Herbert Aragão
Hugo Genuino
Hugo Pitanga
Humberto Gs Junior
Humberto Meale
Ian Diniz Carreiro
Icaro Dos Santos Da Silva
Icaro Issa
Igor Silva
Ismael Marinho
Israel Silva Da Silva
Iuri Luis Da Silva Paes
Iury Goncalves Nunes
Ivan Ivanoff De Oliveira
Ivan Zanutto Bastos
Ivens Bruno Sampaio Dos
Santos
Ivo Iso
Jackson Callado
Jamerson Da Silva
Jayme Calixto
Jean Carlo
Jean Michel Macêdo Dos
Santos
Jef Ferraz
Jeferson Dantas
Jefferson Anderson Ferreira
Jessé Adriano Dias
Jessica Niohanne Parente
Cipriano
Jessy Michaelis
João Carlos De Lucena Lira
João Felipe
João Marcos Vasconcelos
Joao Paulo Melatto Fogo
Joao Paulo Naldi
João Pedro Dos Santos
Joao Pereira
Joao Ricardo Ramos
João Roberto Borges De
Azevedo
Joaquim Gonçalves Guimarães
Junior
Joaquim Silva
Jonas De Moraes Custódio
Jonatas Monteiro Fernandes
Jonathan Da Silva Bandeira
Jonathan Pinheiro Dos Santos
Jonathan Silva Araujo
Jordan Antunes De Sa Assis
Jorge Alberto Carvalho Sena
Jorge Botelho
Jorgino Fabiano Pereira Filho
José Alexandre Buso Weiller
José Alipio Taveira Junior
José Felipe Ayres Pereira Filho
José Ricardo Gonçalves
Barretto
José Roberto Froes Da Costa
José Roberto Matos De Oliveira
José Rodrigues Villa Real Neto
Judson Jeferson Pereira
Moraes
Juliano Azzi Dellamea
Julio Cesar Berbeth
Julio Cezar Silva Carvalho De
Toledo
Julio Porto
Kalleu Vinicius Natividade
Pereira
Kayser Martins Feitosa
Kevin Santos
Keyler Queiroz Cardoso
Kyan Derick
Leandro De Souza Cordeiro
Leandro Ferraro
Leandro Franco Miranda
Leandro Lima Dos Santos
Leandro Ramos Antonio
Leandro Santiago Lima
Leonam Gabriel
Leonardo Afonso
Leonardo Batagin
Leonardo Buratto De Assis
Leonardo Cibulski
Leonardo Costa
Leonardo Fiamoncini De Souza
Leonardo Garcia Da Silva
Domingues
Leonardo Munhoz Felippi
Leonardo Rafael De Bairos
Rezende
Leonardo Renner Koppe
Leonardo Thoms Neves
Liano Batista
Lorenzzo Areias
Luan Manavello
Lucas Batista Da Silva
Lucas Bernardo Monteiro
Lucas Correa
Lucas Custodio Albino
Lucas De Souza Figueiredo
Lucas Henrique Muniz
Lucas Martinelli Tabajara
Lucas Sá Teles Dos Anjos
Lucas Toscano
Lucas Waterkemper Alberton
Luciano Dias
Luciano Viana
Luis Augusto Patrick Cordeiro
Tavares
Luiz Calmon Neto
Luiz Frederico Jr.
Luiz Guilherme Da Fonseca
Dias
Luiz Junior Nakahara
Luiz Otávio Gouvêa
Luiz Otavio Silva Santos
Luiz Ramiro
Luiz Roberto Dias
Lukas Wyllis Louza De Oliveira
Makihara Akio
Manoel Campelo De Figueiredo
Junior
Marcel Ribeiro Dantas
Marcella Rossetti
Marcello Bicalho
Marcelo Antonio Pereira
Marcolino
Marcelo Augusto Reis Silva
Marcelo Ferreira
Marcelo Henrique Da Silva
Marcelo Junior
Marcelo Roger Dos Santos Reis
Marcelo Victor Holanda Moura
Marcelo Werner
Marcio Fernandes Alves Leite
Márcio Kubiach
Marco Antônio Sobolwsky
Marco Menezes
Marco Túlio Braga
Marcos Barbalho Moreira
Marcos Junqueira Braga
Marcos Mineiro
Marcos Neiva
Marcos Pincelli
Marcus Andrade
Marcus Lins
Marcus Rocher
Marcus Vinicius De Oliveira
Marcus Vinicius Genico Prendes
Marcus Vinicius Rodrigues De
Oliveira
Mário Ferrari Neto
Mário Tatsuo Makita
Marlon Marques
Maryana F Gomes
Mateus Fernandes Geremias
Matheus Araujo De Carvalho
Matheus Augusto Simão Cezar
Matheus Back Almeida
Matheus Barbosa Santiago
Matheus Borges Ziderich
Matheus C. Medvedeff
Matheus Henrique
Matheus Machado
Matheus Modro
Matheus Pivatto
Matheus Rodrigues
Matheus Smoking Do Eirado
Maurício De Moura Almada
Mauricio Foster Rodrigues
Mauricio Pacces Vicente
Mauro Juliani Junior
Mauro Rodrigues Borges
Michael Boni
Michel Medeiros De Souza
Miguel Peters
Mikael Santana Mota
Miquéias Barros Rosa Da Silva
Mirian Marinho De Santana
Murilo Catelani Ferraz
Murilo D. Andrade
Natalia Rousu
Neimar Alves
Nicole Mezzasalma
Nicollas Baltar
Nikolas Carneiro
Nycolas Cardoso Beck
Odilon Duarte
Odilon Vieira De Queiroz Neto
Otávio Teixeira Pinto
Pablo Pochmann
Pablo Raphael
Pablo Urpia
Patricia De Fatima Lopes
Patrício Correa
Paulo Crestani
Paulo Eduardo De Lima
Pacheco
Paulo Emilio
Paulo Rafael Guariglia
Escanhoela
Paulo Silles
Paulo Vinicius
Paulo Vitor
Paulo Vitor Aires Ozela
Pedro Augusto Pereira De
Freitas
Pedro Denner Santos Silva
Pedro Fortini
Pedro Frare Zem
Pedro Grandchamp Neto
Pedro Henrique Dos Santos
Gonçalves
Pedro Henrique Kaidraivos
Pedro Henrique Martins
Pedro Henrique Matos
Pedro Henrique Seligmann
Soares
Pedro Luiz De Nazaré De Souza
Martins
Pedro Machado
Pedro Morhy Borges Leal
Pedro Nieves
Pedro Victor Duarte
Pedro Vieira Junior
Péricles Vianna Migliorini
Peter Bidel Schwambach
Pietro Vicari
Rafael Baquini Bueno
Rafael Duarte Collaço
Rafael Ferreira Lobo
Rafael Freitas De Souza
Rafael Galdino Marinho
Rafael Garcia Morais
Rafael Gonçalves
Rafael Ishikawa Dos Santos
Rafael Machado Saldanha
Rafael Mudesto
Rafael Oliveira De Faria
Rafael Pelluso
Rafael Ribeiro
Rafael Santiago Luiz Peleteiro
Rafael Sirotheau
Ramon Rebelo
Raphael Coelho Silveira
Raphael Espesse
Raphael Estevao Borges De
Oliveira
Raphael Levy Lima
Raphael Montero
Raphael Ribeiro Cardoso
Renan Billi
Renan Costa Viana
Renan Rodrigues Cação
Renato Farias
Renato Potz
Rhand Leal
Ricardo César Ribeiro Dos
Santos
Ricardo Dantas De Oliveira
Ricardo Ferreira Gerlin
Ricardo Filinto
Ricardo Mauricio Dutra Ribeiro
Ricardo Okabe
Ricardo T. Mendes
Richard Cardoso
Rinaig Yanniz Mendes De
Carvalho
Roberto De Medeiros Farias
Roberto Freires Batista
Roberto Rodriques
Robson F. Vilela
Rodolfo Benedicto
Rodolfo Xavier
Rodolpho Contini
Rodrigo André Da Costa Graça
Rodrigo Da Silva Santos
Rodrigo Darouche Gimenez
Rodrigo Denicol
Rodrigo Fernando Comin
Rodrigo Fogagnolo Mauricio
Rodrigo Keiji
Rodrigo Mendonça
Rodrigo Nunes Dos Santos
Rodrigo Quaresma De Andrade
Rodrigo Shibuya
Rodrigo Tadeu Delboni
Barbosa
Romullo Assis Dos Santos
Romulo Bartalini
Ronaldo Filho
Ronaldo Mendes
Ronnie Von Carvalho De Souza
Junior
Ruan Carlos De Lima Santana
Rubens Dos Santos
Ruy Vasconcelos
Sammy Junior
Samuel Caled Blaas Wachholz
Samuel Hamilton Belem Cruz
Sascha Borges Lucas
Sebastião Proença De Oliveira Victor Pinheiro
Neto Victor T Melo
Sergio Chagas Vinicius Cipolotti
Sérgio Dalbon Vinicius De Aquino Calheiros
Sergio Lúcio Lopes Duarte Vinicius De Paiva Costa
Shane Morgan Baraboskin Vinícius G. O. Miiller
Standen Vinicius Guedes Da Silva
Silvino Pereira De Amorim Neto Vinicius Kremer Santos
Tácio Barreto Nascimento Vinícius Lemos
Tácio Schaeppi Vinicius Mattos
Tárik Raydan Vinícius Nery Cordeiro
Tawan Ferraz Trindade Vinícius Savi Silva
Thadeu Silva Vinicius Soares Lima
Thalles Rezende Vinicius Tadeu Dias Pereira De
Thauan Therock Faria
Thaynah Silva Vitor Alves Patriarcha
Thiago Barbosa Ferreira Vitor Faccio
Thiago Bernardi Ribeiro Vitor Francisco Da Silveira
Thiago Carvalho Dias Ribeiro
Thiago De Sousa Costa Vitor Gabriel Etcheverry
Thiago Freitas Vitor Giavarina Delgallo
Thiago Lorena Vítor Lucena
Thiago Morani Vitor Mendes Demarchi
Thiago Trot Vitor S. Dieter
Thomaz Oliveira Vitor Santos Ferreira
Washington Alencar
Tiago Martins De Souza
Welington Haas Hein
Tiago Monnerat De F. Lopes
Welington Simoes Junior
Tiago Santa Maria Rodrigues
Marto Wellington Barros Moraes
Tiago Soares Wellington Morais
Wellington Silva
Tião Luna
Wellington Wanderley Barros
Tomás Gomes Cardoso
Junior
Tubaranguejo
Welton Beck Guadagnin
Ubiratan Augusto Lima
Welton Sousa
Uziel Parada
Wesley Albuquerque Maranhão
Valdemar De Carvalho Cunha
Wesley Matheus Lino
Valdir Camargo Junior
Willian Diego Alves Dos Santos
Vauderag Junior
Willian Jeferson Nunes
Vegetal Triste
Wither Favalessa Dos Santos
Victor Bine Meira
Wolf Fivousix
Victor Castro De Sa
Yan Adriano Dos Santos
Victor Hermano
Yan Constantino
Victor Hugo Antunes
Yuri Jardilino
Victor Hugo De Paiva
Zeca Machado
Victor Otani

AVENTUREIROS
Adam Shin Koga
Adriano De Oliveira Santos Ayub
Adriano Figueiroa Santos
Affonso Miguel Heinen Neto
Agamenon Nogueira Lapa
Alan De França Santana
Alan Felipe Ferreira
Alan Machado De Almeida
Albano Francisco Schmidt
Alberto Calil Elias Junior
Alcebiades Alves Da Silva Junior
Aldrin Cristhiam Manzano
Alessandro Serpa Costa
Alex Aguilar Dos Santos
Alex H. Santos
Alex Sandro Serafim
Alexandre Akira Yamamoto
Alexandre Leite
Alexandre Machado
Alexandre Mainenti Leal Lopes
Alexandre Mantovani Negro
Alexandre Marcelino
Alexandre Straube
Alexsandro Alves
Alisson Henrique Tavares
Alisson Luiz Lima De Menezes
Allan Adann Caires Marcelino Da
Silva
Allan Collier
Allan Cristhian
Allan Vitor Rodrigues Da Silva
Allec Ribeiro
Allisson Oliveira
Álvaro Ferreira
Alysson Martins
Amanda Rodrigues Velloso
Santana
Ana Lucia Lieuthier
Anderson De Mello Ogliari
Andre Augusto Nogueira Alves
André Fernando Peres
André Macedo Matos
André P. Bogéa
Anthony Eduardo Maciel Mendes
Antônio Henrique Botticelli
Antonio Pereira
Antônio Ricart
Antonio Vicente Maia Neto
Arlin Vinicius Borges Monteiro
Aroni Da Luz
Arthur Almeida
Arthur Carvalho Laurindo
Arthur Emílio Do Nascimento
Gonçalves
Arthur Endlein Correia
Arthur Galdino
Arthur Navarro
Arthur Santos Miguel
Arthur Takao Correia Takehara
Artino Filho
Artur Augusto Bracher Capute
Artur De Oliveira Da Rocha
Franco
At Matos
Átilla Oliveira Barros
Augusto Ruckert
Benaduce Guilherme
Bernardo Cortizo De Aguiar
Bernardo Nassau De Souza
Braian Thomaz Takahira
Brenno Ottoni
Breno Melo
Breno Muinhos
Breno Nunes De Sena Keller
Brnvsantos
Bruna Emi Okyama
Brunão Crash
Bruno Baère Pederassi Lomba
De Araujo
Bruno Bitencourt Oliveira
Bruno Cugola Coelho
Bruno Da Silva Assis
Bruno Dahlem Pereira
Bruno De Jesus Farias Silva
Bruno Eduardo Augusto De
Oliveira E Silva Daniel Diego Lacerda Cirilo Douglas Nascimento Felipe Maia Ribeiro Da Silva Gabriel Vandarte Casadei Hess Grigorowitschs
Bruno Eron Daniel Doria Douglas Toseto Marçal De Felipe Manhoni De Paula Alves Gabrielly Almeida Hewerton Joao Barrichello
Bruno Felipe Teixeira Daniel Felipe Meireles De Souza Oliveira Felipe Melo George Carlos Gonçalves Da Higor Pinheiro
Bruno Fernandes Alves Junior Daniel Gomes Dylan Torres Felipe Venezian Dos Santos Silva Hiromi Honda
Bruno Godoi Daniel Gomes Lacerda Edgard Amaral Félix Gomes Da Silva Junior Geraldo Abílio Homero Olivetto
Bruno H M Silva Daniel Nogueira Ednardo Oliveira Pena Araújo Fellipe De Paula Campos Gibran Meira Lustosa Junior Hudson Moreira Dos Santos
Bruno Liedtke Daniel Poleti Eduardo Assis Das Chagas Fernanda Pederiva Gilmar Oliveira Hugo Gonçalves
Bruno Meneghetti Daniel Ramos Eduardo Gabriel Sebastiany Fernanda Sereno Giovane Santos Araújo Pinto Hugo Oredes Agapito
Bruno Veck Milão Daniel Sacramento Eduardo Lucas Fernando Barros Monteiro Giovanni Fadiga Nogueira De Hugo Ribeiro Da Silva
Bruno Vinicius Sanchez De Daniel Silveira De Lemos Eduardo Mendes Marcucci Fernando Da Silva Trevisan Souza Ian Garcia Ribeiro
Souza Daniel Sugui Eduardo Neves Junior Fernando De Souza Alves Giuliano Bortolassi Ian Ruviaro
Bryan Barros Pires Daniel Toledo Menezes De Eduardo Tavares Machado Fernando Do Nascimento Glauber Rocha Ignaltus Necro
Bryan Sousa De Oliveira Oliveira Elias S. Silva Fernando Henrique Gláucio José Magalhães Igor Tancredo Dutra Jacinto
Caio Alexandre Consorti Paixão Danilo Carlos Martins Elias Junior Fernando Henrique Filgueira Guilherme Amato Marinho Iman Griebeler
Caio Assis Souza Santos Danilo Da Silva Bueno Elias Simões De Souza Van Do Martins Guilherme Azevedo Couto Iran Eduardo
Caio Castro Vaz Bezerra Danilo De Souza Oliveira Rosário Ferreira Fernando Lins Fagundes Guilherme Cavalheiro Íris Firmino Cardoso
Danilo Franco Penteado Elis Rodrigues Oliveira Guilherme Cossu
Caio César Fernando Mateus Ferreira Vale Isaac Batista
Caio Cosme Danilo Martins Elivaldo Sapucaia Dos Santos Guilherme Da Silva Alves Isaac Ziroldo
Caio Cruz Danúbio Viana Nogueira Elton Rigotto Genari Fernando Mendonça De Almeida Guilherme Ferreira De Siqueira Isabelle Gonçalves Arcanjo Dos
Caio Palhares Danyel Pablo Batista Muniz Elton Rodriguez Fernando Wecker Guilherme Morais Santos
Caio Santiago Dartagnan Quadros Elvis Sãngelis Dias Marinheiro Filipe Barbosa Guilherme Morato De Moura E Israel Borges
Camila Mariscal Davi Andrade Morais Guedes Emanuel Mineda Carneiro Filipe Itagiba Silva Italo Machado Piva
Camille Nunes Davi Francisco Santos Emanuel Senna Rocha Barbalho Fillipe Cesar Oliveira Da Silva Guilherme Muniz Bernardino Jacqson Reis Santos
Camillo Ferreira Franco Davi Roberto Limeira Endi Ganem Flavio Zimermann Silva Guilherme Pinto Reis Jadson W N Soares
Carlos "Grande Castor" David Córdova Loures Enzo Scarpatti Francisco Eduardo Rocha Júnior Guilherme Pizzatto Jardel Rocha Florencio
Gonçalves David Lessa Eric Ellison Francisco Jose Felisbino De Guilherme Tamamoto Jean Alexsandro Silva
Carlos Alberto De Carvalho David Tabosa Eric Machado Oliveira Gustavo Araújo Biângulo Dos Jean De Oliveira Santos
Netto Davidson Guilherme Goncalves Erik Andrade Oliveira Francisco Kefferson Vieira Santos Jean Lima
Pereira
Carlos Augusto Bezerra Gomes Dos Santos Borba Estêvão Rendeiro Gustavo Araujo Fonseca Jeferson Cardoso
Francisco Márcio Barbosa Gustavo Campos
Carlos Eduardo Areia Dayane Aparecida Baraldi Eugênio Luiz Jeferson Da Rosa
Ferreira Teixeira Gustavo De Oliveira Ceragioli
Carlos Henrique Araújo Bezerra Evandir De Souza Jefferson Frias
Dean Rusk Andrade Sobrinho Francisco Silva Gustavo De Oliveira Pereira
Carlos Henrique Mesquita Do Everton Assis Correia Jefferson Luís Bernardo
Prado Débora De Oliveira Borges Frederico Carneiro Gustavo Felix Cardoso
Everton Lauton Jeovany Nascimento
Carlos Ogawa Colontonio Débora Mazetto Fabiano Fernandes Dos Santos Frederico Detofano Gustavo Maiorini
Jhonatan Batista De Almeida
Caroline Voss Deiverson Lucas Fabiano Martins Caetano Frederico Thum Gustavo Martinez
Jhonatan Cassante
Cássio Augusto Delaserna - Resistência De Ionia Fabiano Silveira Gabriel Áquila Gustavo Massami Nishimura Jhonny Campos De Britto
Cassius Nunes Diego Adão Fanti Silva Fabio Caetano De Souza Gabriel Berwanger Silveira Gustavo Nobre Wotikoski João Alberto Boconcello Junior
Cauã Oliveira Silva Diego Barboza Fabio Cristiano Faria Melo Gabriel Bittencourt Gustavo Reis João Breder
Cayo Albuquerque Prohaska Diego De Niro Fábio Cunha Braga Gabriel Da Silva Pessine Gustavo Vicente Justino João Brito De Oliveira Neto
Moscatelli Diego Henrique Marinho Fábio Luiz Cortez Ribeiro Gabriel De Assis Fernandes Gustavo Wellington Araújo Da Joao Carlos Freitas Lucena
Celso Guedes De Jesus Diego Henrique Negretto Fábio Marques Gabriel De Oliveira Cosmos Silva João Érick Silva Ramos
Cesar Monteiro Junior Diego José Busarello Fábio Paixão Gabriel Do Prado Perpetua Guto Jardim João Gabriel Gomes
Chris Azeredo Diego Mello Fabio Queiroz Gabriel Eccher Haniel Ferreira João Jordan Costa Reis
Christian Meinecke Gross Diego Noura Fabio Ramalho Almeida Gabriel Engelmann Maltez Harley Lucas Gonçalves Joao Lobo
Clarissa Sant´Anna Da Rosa Diego Rodrigues Sala Fábio Reginaldo Batista Gabriel Giani Reis Heber Agnelo Antonel Fabbri Joao Maximiliano Seixas Da
Cláudio Andrade Neto Diego Silveira Martins Marques Guidinele Junior Gabriel Góes Ferreira Hebert J Costa
Claudio Vinicius Diego Vitoriano Da Silva Fábio Rodrigues Dos Santos Gabriel Kolbe Teixeira Helder Aparecido Pereira João Paulo Mallet
Clayton Dos Santos Kirchleitner Diogo Campos Fabio Vaz Gabriel Luiz Da Silva Helder Poubel João Pedro Areco Jorge
Clécio Júnior Diogo Fontes Fátima Alves Mendes Gabriel Maia Helio Câmara Abreu João Pedro De Oliveira
Cléo Fernando Martins Machado Diogo Schmitz Langwinski Fausto Reis Gabriel Melo Santos Henrique Costa João Pedro Moreira Veloso Dos
Colemar F. Cunha Dion Roger Crisanto Felipe Augusto Gomes De Morais Gabriel Menino Henrique Da Costa Gallo Neto Santos
Cristian Dos Santos Djoplin Obelar Felipe Barros Dantas Gabriel Oliveira Henrique Emanoel Nigre Coelho João Victor Nizer
Cristiane Weber Douglas Drumond Felipe De Almeida Penteado Gabriel Portugal G. Santos De Souza João Vitor Da Silva Lima
Daniel Alvarenga Douglas Figueiredo Felipe Eleuterio Hoffman Gabriel Santos Henrique Gavioli Joel Piccoli Da Rosa
Daniel Benoni De Sales Duarte Douglas Henrique Silva Felipe Horas Gabriel Scantamburlo Ribeiro Henrique Lopes Nicoletti Joel Spinelli
Daniel Bonaldo Romualdo Felipe Lira Fernandes Gabriel Torrens Henrique Martins Johnny Carlos De Almeida
 Júnior
Jonathan Aparecido De Souza
Jonathan Fried
Jonathan Henrique Do Espírito
Santo
Jonathan Luis Da Silva
Jonathan Nicolas Correa
Jonathan R S Santos
Jones Dos Santos Vieira
Jorge Henrique Thimóteo
Ramos
Jorge Janaite Neto
Jorge Theodoro Eduardo Brock
José Antônio Teodoro Borsato
José Carlos Madureira Pinheiro
Junior
José Gabriel Ribeiro Luz
José Luiz Lopes
Jose Maria Cardoso Da Silva
Neto
José Moacir De Carvalho Araújo
Júnior
José Romildo Vicentini Junior
José Vagner Ferreira Dos Santos
Júnior
Josevan Silva
Jp
Juan Campos Barezzi
Juan Carlo Santos Maia
Jucenir Da Silva Serafim
Juliano Cataldo
Juliano Domingues
Juliano Meira Santos
Juliano Zachias Soares Da Silva
Julio Cesar Da Silva Barcellos
Julio Cesar Nascimento
Rodrigues
Julio César Sagás
Júlio N. S. Filho
Julio Vedovatto
Kaede Kisaragi
Karina Burini Correia
Kássio José Lara De Rezende
Kellisson Felipe Silva Freire
Kelly Cristina Trindade
Kevin De França Calixto
Kevin Rafael Da Silva Martins
Kevin William Guimaraes
Kpistrano
Lara Jennifer
Larissa Guilger
Leandro Andrade
Leandro Murano Sartori
Leandro Ygor
Leldias
Lenon Rodrigues Martins
Leonardo Cardoso Fazan Dos
Santos
Leonardo Coutinho
Leonardo Dias Pesqueira
Leonardo Duarte Santos
Leonardo Marengoni
Leonardo Souza De Moura
Leonardo Vieira
Leonardo Yan Corrêa Cordeiro
Lex Bastos
Lorenzo Dombrovski Dos Santos
Luan Diego Alano
Luan Leal Oliveira
Luan Rodrigues Pereira Leal
Luan Sousa Silva
Luanac
Lucas Amaral Santana
Lucas Anderson
Lucas Antonio Barboza De Sales
Paulino
Lucas C. Alves Bittencourt
Lucas Conrado Savieto
Lucas Coquenão
Lucas Evangelista
Lucas Francisco Da Costa Helt
Lucas Gomes
Lucas Magno
Lucas Melo
Lucas Porto Lopes
Lucas Prudencio Eiterer
Lucas Silva Borne
Luciano Portella Rodovalho
Lucio Pedro Limonta
Luis Augusto Monteiro Coelho
Luis Felipe Antonio Machado
Morcillo
Luís Felipe Hussin Bento
Luis Guilherme B G Ruas
Luis Paulo Koppe
Luiz Augusto Monteiro Santiago
Luiz Carlos Tomaz
Luiz Felipe Lemes Barbosa
Luiz Felipe Martins Silva
Luiz Fernando Reis
Luiz Paulo De Lima
Luiz Paulo Lindroth
Luiz Paulo Vieira
Luiz Ramon Magalhães
Luiz Santos
Luiz Tiago Balbi Finkel
Luiz Wanderley Santos Gomes
Lungas Neto
Lutero Cardoso Strege
Luykarlo Ramos De Sena
Manoel Firmino Da Silva Neto
Marcel Pinheiro
Marcelo Jose Dos Anjos
Marcelo Lima Souza
Marcelo Massahiko Miyoshi
Marcelo Monteiro De Aquino
Bertazzo
Marcelo Oho
Marcelo Pereira Leite Da Silva
Marcelo Siqueira De Souza
Marcio Dias
Marcio Hiroyuki Miyamoto
Marcos Alberto Prietsch Loureiro
Marcos Barreto
Marcos Cordeiro
Marcos José Mariano Teixeira
Marcos Lima
Marcos Santos
Marcos Vinicius Troll
Marcus Antônio Santana Santos
Marcus Vinicius Lima Sousa
Marielle Zum Bach
Mário Brandes Silva
Marlon Ricardo
Marlon Vinícius Machado
Marluce Da Costa
Mateus Carmona Maciel
Mateus Cypriano
Mateus De Souza Rocha
Mateus Do Nascimento Rocha
Mateus Freitas Dantas
Mateus Porto Calson
Mateus Sales
Matheus Arthur Massieu
Matheus Augusto Matias Santos
Matheus Canova Faria
Matheus Da Silva Oliveira
Bonfim
Matheus De Alcântara Mota
Matheus De Souza De Lucena
Matheus Dias
Matheus Dias De Oliveira
Matheus Eccel
Matheus Farencena Righi
Matheus Felipe Pires Mendes
Matheus Hobit
Matheus Kilp
Matheus Marcelo De Castro
Matheus Nascimento
Matheus Paes Maciel
Matheus Rocha Vasconcellos
Matheus Santos
Matheus Vrechi
Mauricio Bomfim
Mauro Araújo Gontijo
Mauro Vinícius Dutra Tercino
Max Pattacini
Mayck Szezech
Messyo Sousa Brito
Miguel Costa Rodrigues
Miguel Vieira Dos Santos
Mikael Queiroz
Mitae Do Mato
Moises Roberto De Araújo Mota
Murillo Campos
Murilo Koiti Martinez Shoji
Murilo Reimann Ardenghi
Murilo Vieira Guidoni
Mushi-Chan
Nataly Kuplich
Natan Edmundo Canassa
Natan Siqueira Dos Santos
Nataniel Lopes
Nathan Bisoto Varago
Nathan Borges Gonçalves
Neilton Carlos De Oliveira
Guedes Neto
Neves D. Hiago
Nicolas De Almeida Martins
Nicolas Pereira
Nikolas Martins Brandão
Oliveira
Nill Chesther Nunes De Azevedo
Ogro900
Orlando Luiz
Osvanildo Domingos De Souza
Filho
Othon Gilson
Otto Menegasso Pires
Pablo Henrique De Souza Nilo
Paula Sousa Ribeiro
Paulo Cesar Nunes Mindicello
Paulo Cunha
Paulo Fernando Gomes Velloso
Paulo Henrique
Paulo Henrique Martins De
Souza
Paulo Junior
Paulo Ramon Nogueira De
Freitas
Pedro Aurélio Pinheiro Da Silva
Pedro Baldansa
Pedro Cesar Bento Mendes
Pedro Curcio
Pedro Daniel Corrêa Ferreira
Pedro De Almeida Lima
Pedro Henrique De Mattos
Draeger
Pedro Henrique Estumano
Gomes
Pedro Henrique Lima Carvalho
Pedro Henrique Mendes
Barbosa
Pedro Henrique Palma Ramos
Pedro Henrique Thuler
Pedro Lamkowski Dos Santos
Pedro Lucas Gomes Rodrigues
Pedro Luperini Piza
Pedro Marques Telles De Souza
Pedro Monreal Rosado
Cadamuro
Pedro Oliveira Torres De
Andrade
Pedro Otávio Brum
Péricles Da Cunha Lopes
Peter Pantoja
Philipe Salvador Loredo
Philippe Pittigliani Magnus
Pietro Atore
Piterson Nunes Martins
Rafael Almeida
Rafael Alves De Oliveira
Rafael Augusto Albuquerque
Miquelini
Rafael Augusto Rocha Maia
Rafael Balbi
Rafael Cmb
Rafael Da Silveira Melo Devera
Rafael Guarnieri
Rafael Lange
Rafael Lichy
Rafael Noleto
Rafael Oliveira Bezerra
Rafael Prandi Guedes Moreira
Rafael Rodrigues Michetti
Rafael Sangoi
Raissa Wanderley
Ramiro Alba Alba Filho
Ramom De Almeida De Barros
Rangerfantasma
Raphael Ribeiro
Raul 'Seuraul' Lucena E Silva
Raul Flavio D'Elia Barbosa
Raul Galli Alves
Raul Guimarães Sampaio
Raul Morôni Calheira Almeida
Peixoto
Raul Natale Júnior
Régis Fernando Bender Puppo
Renan Antonio De Lima
Renan Cordeiro Costa
Renan Espíndola Arrais Ribeiro
Renan Irabi
Renata Gilaberte Campos Dos
Santos
Renato Junior
Renato Lima Alves
Renner Castro
Rhenan Pereira Santos
Rian Rosendo Martins
Ricardo A Ritter M Barroso Tayguara Ferreira Vinicius Segantine
Ricardo Albuquerque Pereira Teophanes Barbosa Moraes Vitor Carvalho
Ricardo Barbosa Da Silva Neto
Thales Barreto Vitor Davis
Ricardo Batista
Ricardo Dos Santos Domingues Thales Campelo Vitor Godoi Mendes
Ricardo Silva Rodrigues De Thaynara Americano Vitor Hugo Soares Alves
Sousa Thello Caetano
Vítor Nascimento Da Silva
Richard Aguiar Bueno Theodoro Padua
Richard Sassoon Andrades
Theógenes Rocha
Robert Silva Thiago "T8" Silva Vitor Nishimura
Roberto Levita Thiago Allison Lima Silva Vitoria Cidade
Roberto Tadashi Wakita Soares Thiago Almeida
Vittor Gabriel Rodrigues De
Robertson Schitcoski Thiago Alves Da Silva Costa
Oliveira
Robson C Oliveira Thiago Assaf Reis Halabi
Robson De Braga Castelo Thiago Augusto Zanellato Dos Wagner Armani
Branco Junior Santos Wagner Azambuja
Rodolfo Caravana Thiago Bussola
Wagner Larsen
Rodrigo Aparecido De Toledo Thiago Curvelo
Rodrigo Araujo Ribeiro Vieira Thiago Destri Cabral Wagner Rodero Junior
Rodrigo Augusto Spiess Thiago Donadel Wallace Dias
Rodrigo Correa Marques Thiago Ferreira
Wallace F Lopes
Rodrigo Freitas Thiago Lima
Wallison Viana De Carvalho
Rodrigo Montecchio Thiago Loriggio
Rodrigo Moreira Clares De Souza Thiago Monteiro Walter Andrade Neto
Rodrigo Palomo Monteiro Thiago Ozório Walter Soprani Júnior
Rodrigo Santiago De Arruda Thiago Pinheiro
Wanderson De Oliveira Barros
Loiola Thiago Rodrigues De Souza
Wandson Ferreira Da Silva
Rodrigo Zeymer Auad Thiago Sos
Rogério Fabiano Dos Passos Thiago Tavares Corrêa Wefferson David De Souza Silva
Rogers Jhonatan Mendonça Thiago Thomaz Rolim Wellington Botelho
Costa
Thomas Bueno Schmitt Wellington Souza Branco
Romulo Antonio Pinto Do Vale
Thomaz Jedson Lima
Ronald Monteiro Lobato De Melo Wesley Francisco Da Silva
Thyago Oliveira Pereira
Ronaldo Hasselman Nascimento Wilkson Belem Monteiro
Tiago Alexandrino
Roque Luiz Gobbo
Tiago Alves Araujo William Alves
Rubens Mateus Padoveze
Tiago César Oliveira William Ferreira
Samuel Alencar
Tiago Misael De Jesus Martins
Samuel Batista De Carvalho William Marques
Tiago Moura
Samuel Cardoso Santiago William Moraes
Junior Tiago Tachard
Samuel Marcelino Uelerson Canto Willian Marques Da Silva
Sander Yan Maciel Dias Vanilo Alexandre Willian Ramos
Sandro Azevedo Victor Augusto Martins Ribeiro
Victor Da Silva Costa Cortizo Yago Ribeiro De Sousa Pereira
Sasukerdg Mendes
Victor Florêncio Yalace De Souza
Saymon Dos Santos Madruga Da
Silva Victor Guimo Yan Oliveira Prado
Sidnei Gomes De Oliveira Filho Victor Hugo Simões Santos
Yan Thiago Dos Santos Pereira
Silvio Rodrigues Victor Milani
Simonarde Lima Victor Sapateiro Yasser Arafat Belem De
Solano Pereira Doliveira Vinicius Bervian Figueiredo
Soren Francis Vinicius Bogossian Ygor Vieira
Suelson Alves Dos Santos Junior Vinícius Cesar Yuri Araujo
Suely M Marchesi Vinícius Corrêa Ramos
Yuri Bitencourt
Tafarel Camargo Vinícius De Jesus Gonçalves
Tales Zuliani Vinícius Lima Silva Yuri Nóbrega
Tarso Halk Vinicius Rodrigues De Sales Yuri Travalim