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Sábado dia 5, transcorreu num ambiente saudável o aniversário da poetisa Nise Campos.
A partir das 16 até 20 horas estiveram presentes Lauro de Faria matos, Francisquinho e
seu violão, Antônio exímio violinista de Pará de Minas e, como cantora, Dona Maria
Helena.
Variados números foram executados pelos instrumentistas e Maria Helena cantou lindas
canções, numa manifestação espontânea dos presentes à aniversariante. Os olhos da po-
etisa e ilustre professora Nise Campos marejaram de lágrimas da sua indivisível alegria,
emoções e preciosas reminiscências. A pedido, foram apresentados dois números de po-
esias do Lauro, tendo a aniversariante recitado também uma das lindas composições
poéticas.
Cosme Silva
ITAÚNA DÉCADAS
CIDADÃ HONORÁRIA
REGISTRO DE BATISMO
ITAPECERICA/ MG
NISE
“Aos vinte e oito de Janeiro de mil novecentos e oito, na Matriz de Tamanduá, baptisei
solenemente a NISE, nascida a seis de septembro do anno passado, filha de Ignacio Al-
vares da Silva Campos e Luisa Alvares da Silva Contagem, padrinhos José Maria Álvares
da Silva Campos e Maria Carolina Ferreira da Silva. Padre Herculano Francisco da
Silva Paz. Aos trinta de Janeiro de mil novecentos e oito na Matriz.”
ITAÚNA DÉCADAS
AS VELHINHAS DO ASILO DE PITANGUI
1962
A tarde vem descendo sobre a cidade num suave encanta-
mento. Parece nascer de suas serras mistério desta hora. A
alma emotiva e vibrante dos sinos derrama uma saudade triste
no coração dos morros. As velhinhas do asilo rezam a oração
da tarde ...
Rezem as velhinhas do Asilo a sua oração da tarde. Rezem e sonham ... Só agora podem
sentir a emoção dos dias que viveram ... Aqueles longos dias que eram seus ...
Sentem livres o pensamento e o coração, agora que lhes faltam asas para a liberdade.
Quanta doçura naqueles olhos que voltam longe no tempo e no espaço, onde só antigas
visões podem vislumbrar! ...
E as paredes brancas da capela amiga vão se afastando e desaparecem ... Abre-se, lenta-
mente, o largo cenário.
Beijo vos, em espirito, as mãos, doces velhinhas ... dedicadas mães pretas de meus pais e
avôs. Na missão que cumpriste, fizestes mais do que manda a divina lei: Amastes o pró-
ximo mais do que a vós mesmas! ...
ITAÚNA DÉCADAS
SANT’ANNA
1934
Corre o São João, ao longe, preguiçosamente, A alma se levanta com o fragor das má-
quinas.
Talvez as suas tradições cantando ...
E o espírito dorme no fervor da prece!
Como soberano, corta a várzea ao meio
Olho o poente, onde a cor deslumbra,
E segue o seu caminho ...
Irisando o céu onde as nuvens erram...
— Que será que esse rio pensa?
Rogam numa saudade as águas do rio...
— Nem um pescador na praia! ...
E Itaúna dorme como Sant’Anna Velha...
— Nem uma morena a lavar cantando! ...
Deixemos que ele chore a Sant’alma antiga,
Pois que o eco do progresso nos acorda ...
Canta a indústria e o comércio canta...
E a alma vibra longe do rio ...
Itaúna vive à luz de um claro sol,
Que ilumina a escola e a oficina aquece...
ITAÚNA DÉCADAS
Referências:
Acervo: Professor Marco Elísio Chaves Coutinho (In Memoriam), Instituto Cultural Ma-
ria de Castro Nogueira, Charles Aquino, Lindomar Batista Lage, Prefeitura Municipal de
Itaúna, Shorpy e redes sociais.
Jornal Brexó. 1988, p.2 Itaúna, J.R. Bachelaine. Acervo: Instituto Cultural Maria de Cas-
tro Nogueira.