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PROCESSO DE SELEÇÃO 2022 – PPG PRISMAL

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SEU NÚMERO DE PROVA ESCRITA – 10 DE AGOSTO DE 2022
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IDENTIFICAÇÃO
LINHA DE PESQUISA: INTERVENÇÃO

ORIENTAÇÕES GERAIS

● O horário limite para devolução da prova está marcado para as 12:30h de hoje
(10/08/2022). Para referência única de horário utilizaremos o seguinte site:
www.horariodebrasilia.org, recomendamos que estejam atentos, evitando desclassificação
pelo não cumprimento do horário;

● Antes de iniciar a prova insira seu número de identificação no campo específico


acima indicado. Não é necessário remover a marca d'água, apenas inserir o número com
a formatação que já consta no quadro (Arial, 38, centralizado);

● Lembre-se: Nenhuma referência que leve a sua identificação deve ser utilizada e
qualquer página desta prova à exceção do número de identificação, como descrito na
orientação anterior;

● O arquivo deve ser enviado exclusivamente no formato PDF, tamanho A4,


margens 2cm, letra Arial, tamanho 12, espaçamento 1,5. Sugerimos que reservem alguns
minutos para conferência do arquivo e envio dentro do prazo;

● Ao nomear o arquivo PDF você deverá inserir: Prova Escrita – Nº de Identificação;

● As respostas devem ser digitadas sem a utilização do recurso negrito, visando


facilitar a distinção com o texto das questões.

● A prova está composta por 1 questão geral e questões específicas.

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DA PROVA ESCRITA

● Consistência Teórica: conhecimento profundo das obras indicadas e a construção


das ideias no diálogo com autores, citações textuais e questionamentos construídos.
Ampliação da elaboração com outros autores na mesma linha de pensamento das obras
indicadas serão bem recebidas (04 pontos);
● Construção da Escrita: lógica da argumentação do texto, o recorte de hipóteses
e construção autoral aplicada às questões solicitadas (04 pontos);

● Uso Gramatical da Língua Portuguesa: construção das frases e a observação


do emprego de regras gramaticais (02 pontos).

Nota: _____________
MÉDIA aritmética das notas das questões 1 + 2 +3 = _________
QUESTÃO GERAL

1.
“Meu coração de meio século
já não suporta tantas guerras
tem dias que dá vontade de viver
de dizer
de abrir a boca para Deus
nosso dentista
e perguntar:
- por que esse mundo tá tão banguelo?”
(Miró)

Considerando a trajetória histórica da luta antimanicomial, onde o binômio saúde-


doença se situa como processo efetuado no plano de forças coletivamente
constituído, como produzir saúde em liberdade ante o recrudescimento das capturas
neoliberais nos mais diversos âmbitos da sociedade e dos contextos institucionais?
A partir dessa questão, problematize sua prática profissional, situando sua proposta
de pesquisa no tempo presente e defendendo o caráter de inovação criadora que ela
é capaz de operar nas práticas de cuidado em saúde mental.
Uma questão a ser pensada no que tange a produção de saúde quando se pensa em
individual e coletivo é a conscientização das práticas e pensamentos arcaicos,
internalizados pelo social. Trazer a luz novas formas de saber de produção de
conhecimentos para que novos processos de subjetivação sejam construídos, respeitando
a individualidade de cada um, compreendendo esse individual como parte de um social.
A produção de saúde em liberdade estaria atrelada a novos sentidos com o proposito
de afastar do sujeito a utilização cada vez mais do controle moral, que por eles passam
despercebidos e que é visto na clínica.
Dessa forma, pretende-se inovar com novas práticas em saúde mental, principalmente
diante do atual cenário político que cada vez mais restringe os grupos vulneráveis e
principalmente as pessoas LGBTI+, que são marginalizadas.
Por ter que lidar com uma sociedade enrijecida, a constituição moderna do indivíduo
é potencialmente autoritária, pois ela é narcísica, com tendencia a projetar para fora
o que parece impedir a constituição de uma identidade autárquica e unitária, além
de continuamente aberta à identificação com fantasias arcaicas de amparo e
segurança. (Safatle, 2021. P.78)
QUESTÕES - INTERVENÇÃO

2. Ao ressaltar o sofrimento psíquico como condição do humano, os discursos que


operam a Saúde Mental buscam produzir a contracultura do paradigma biomédico.
Todavia, correm o risco de colocar o diagnóstico na lógica da competência que exclui
aqueles que performam o sofrimento fora da norma. Como assegurar que o cuidado
não se aparte do sofrimento como produção desejante comum a todos e singular a
cada um? Discuta, tomando como referência os autores sugeridos e sua experiência
profissional.
Sabe-se que o processo de construção da identidade do sujeito segundo Queiroz e
Pinheiro (1982 apud Foucalt 2017, p.92) estaria o sujeito envolto em um aprisionamento da
subjetividade e consequentemente de sua identidade, sobre os domínios do biopoder
atribuindo condutas morais sobre ele, controlando assim não somente seus corpos, mas
sobretudo patologisando sua identidade.
o modelo biomédico que hoje se apresenta na clínica, caracteriza o sujeito em um corpo
patológico, aparece também de certa forma através da moral em forma de ciclos,
principalmente institucional. Queiroz e Pinheiro (1982 apud Foucalt 2017, p. 92) trazem o
caso de Barbin uma hermafrodita, que após exames médicos constatou-se a predominância
de características masculinas, não respeitando assim sua forma já constituída de ser como
mulher.
Dessa forma, para assegurar que o cuidado não se aparte do sofrimento, é necessário
sobretudo que o acolhimento seja feito de maneira ética com responsabilidade técnica e
cientifica, porém, aliado a isso, acrescento a humildade como sendo característica
marcante da prática. Lacan (1974, p. 187) afirma que: ‘o ser não se autoriza senão por ele
mesmo’ e eu acrecentaria: ‘ e por alguns outros”.

3. Defenda o problema de pesquisa proposto em seu plano de trabalho em


articulação com as noções de sofrimento psíquico, produção desejante e novos
modos de cuidado em saúde mental em interlocução com os autores indicados na
bibliografia específica da linha "intervenção ".
O processo de luta das pessoas LGBTI+ no Brasil está ligado a violação de identidades
e sobretudo da violência. Isso é praticamente desenhado por Quinalha (2021, p. 103) que
nos dá uma dimensão real da luta por direitos e garantias da época.
Nessa fase, a construção de identidades pessoais de grupos era a tarefa central, e
mais difícil, para dar o pontapé inicial da organização. A busca por pontos em
comum, a partir de concepção e práticas de homossexualidades tão distintas e em
um momento no qual não era possível falar abertamente sobre essas experiencias,
constituiu um desafio desde a primeira hora. (Quinalha, 2021, p. 103).

Ainda hoje nota-se que o desejo de falar idealizado pelo grupo, sobretudo de falar sobre
como se sentem e são ainda precisa ganhar voz, pois percebe-se que na própria instituição
família o sujeito não se enquadra e “vive a falar para as paredes” tal qual os muros. Dunker
(2016, p.7) afirma que: falar com as paredes é reconhecer que ali há um mal estar, um
sofrimento ou um vazio que busca reconhecimento.
Dessa forma os conflitos familiares se apresentam como obstáculo dificultando o
processo de reconhecimento de si mesmo, ou seja, a autoidentidade, gerando cada vez
mais sentimentos de culpa e consequentemente transtornos. Assim proponho intervenções
que favoreçam a aceitação dos familiares e Intervir nas famílias, com o intuito de oferecer
subsídios para facilitar o acolhimento na construção do desejo de ganhar voz e ser como
de fato o sujeito é, facilitando o aprendizado das famílias na compreensão do lugar do
psicólogo nesse processo.

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