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A coleta espermática na medicina veterinária é um procedimento que visa obter o sêmen dos

animais para fins de reprodução assistida, diagnóstico, pesquisa ou conservação genética. A


coleta espermática pode ser feita de diferentes formas, dependendo da espécie, da finalidade
e da disponibilidade de equipamentos. Algumas das formas mais comuns são:

- Coleta por massagem da ampola: consiste em estimular manualmente a ampola do ducto


deferente do animal, que é a parte dilatada onde o sêmen é armazenado antes da ejaculação.
Esse método é usado principalmente em cães e gatos, e requer anestesia geral ou sedação do
animal. O sêmen é coletado em um tubo ou copo estéril¹.
- Coleta por eletroejaculação: consiste em aplicar uma corrente elétrica na região da próstata
do animal, através de uma sonda retal, que provoca a contração dos músculos responsáveis
pela ejaculação. Esse método é usado principalmente em bovinos, ovinos, caprinos e suínos, e
não requer anestesia, mas pode causar desconforto ou dor ao animal. O sêmen é coletado em
um tubo ou copo estéril².
- Coleta por vagina artificial: consiste em induzir o animal a copular com uma fêmea em estro
ou com um manequim, usando uma vagina artificial, que é um dispositivo que simula as
condições térmicas e de pressão da vagina da fêmea. Esse método é usado principalmente em
equinos, suínos e caninos, e requer o treinamento prévio do animal. O sêmen é coletado em
um tubo ou copo estéril³⁴⁵.

Após a coleta, o sêmen deve ser avaliado quanto à sua qualidade, quantidade e viabilidade, e
pode ser usado imediatamente, resfriado ou congelado, dependendo da finalidade e do
método de conservação. O sêmen resfriado ou congelado deve ser armazenado em recipientes
adequados, como palhetas ou botijões de nitrogênio líquido, e transportado com cuidado para
evitar alterações na sua qualidade²³⁴⁵.

Os parâmetros avaliados no sêmen dos animais podem variar de acordo com a espécie, a
finalidade e o método de coleta e conservação. No entanto, alguns dos parâmetros mais
comuns são:

 Motilidade: é a capacidade dos espermatozoides de se movimentarem de forma


progressiva e coordenada. A motilidade pode ser avaliada de forma subjetiva,
observando-se a amostra ao microscópio, ou de forma objetiva, utilizando-se
sistemas computadorizados que analisam o trajeto e a velocidade dos
espermatozoides12.
 Concentração: é o número de espermatozoides presentes em uma determinada
unidade de volume de sêmen. A concentração pode ser estimada por meio de
câmaras de contagem, espectrofotometria ou citometria de fluxo12.
 Morfologia: é a forma e a estrutura dos espermatozoides, que podem apresentar
alterações ou defeitos que comprometem sua função. A morfologia pode ser
avaliada de forma subjetiva, classificando-se os espermatozoides em normais ou
anormais, ou de forma objetiva, utilizando-se sistemas computadorizados que
medem as dimensões e as proporções dos espermatozoides123.
 Viabilidade: é a capacidade dos espermatozoides de manterem sua integridade e
funcionalidade após a coleta e a conservação. A viabilidade pode ser avaliada
por meio de testes de resistência ao estresse térmico, hiposmótico ou criogênico,
ou por meio de sondas fluorescentes que marcam as células vivas ou mortas123.
 Capacitação: é o processo de maturação dos espermatozoides que ocorre no trato
reprodutivo feminino e que os torna aptos a fertilizar o óvulo. A capacitação
pode ser avaliada por meio de testes de reação acrossômica, que é a liberação de
enzimas que permitem a penetração do espermatozoide na zona pelúcida do
óvulo123.
 Fertilidade: é a capacidade dos espermatozoides de fecundarem o óvulo e
gerarem uma gestação viável. A fertilidade pode ser avaliada por meio de testes
biológicos, que envolvem a inseminação artificial ou a fertilização in vitro de
fêmeas com o sêmen em questão

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