Você está na página 1de 8

Os artigos1com as 67 Conclusões2de hUlrich Zwingli

Os artigos3

Eu, Hulrich Zwingli,4confesso ter pregado5na nobilíssima cidade de Zurique os artigos e conclusões que
passarei a expor. Encontram-se baseados na Sagrada Escritura, a “theopneustos”, ou seja, a [palavra]
inspirada por Deus. Ofereço-me para defender estes artigos, e estou disposto a ser ensinado, 6caso não

1
Estes artigos justificam a sua tradução por serem eles a primeira confissão de fé protestante [1523]. Segundo o Dr.
Alderi Matos “com esse notável documento, Zuínglio lançou os fundamentos da fé evangélica e reformada.” Para um
breve histórico da sua importância leia em http://www.mackenzie.br/7043.html . Embora houvesse aceitação da sua
pregação, também surgiu discordância por parte daqueles que eram fiéis tradicionalistas da Igreja Romana. O Papa
Adriano VI proibiu-o de pregar e exigiu que o conselho de Zurique o condenasse como herege. O concílio da cidade
decidiu que haveria um debate teológico, no dia 29 de Janeiro de 1523, entre Zwingli e os seus opositores.
Aproximadamente seiscentas pessoas se reuniram no Rathaus, salão principal de reunião do concílio da cidade de
Zurique, para testemunhar a discussão, e decidir pelo futuro da cidade. O debate seria em língua comum, não em
latim, de modo que todos pudessem entender. Para este confronto ele preparou um esboço contendo sessenta e sete
conclusões [Schlussreden]. O concílio havia decidido que “nada pode ser estabelecido, ou ensinado, a não ser que
possa ser provado pelo testemunho da doutrina do evangelho, e a autoridade da própria Escritura”. James Dennison
Jr., Reformed Confissions of the 16th and 17th Centuries in English Translation (Grand Rapids, Reformation Heritage
Books, 2008), vol. 1, pág. 2. O reformador suíço triunfou convincentemente no debate. Os presentes ouviam em
silêncio a sua reivindicação: “mostre-me onde isto está nas Escrituras? Dê-me apenas uma passagem”, contudo,
continuava sem obter uma coerente contestação, pois, Zwingli em sua argumentação reivindicava a supremacia da
Escritura Sagrada sobre a autoridade papal e a tradição romana.
2
Algumas edições alemãs antigas trazem o título Auslegung der Schusseden die Hulrich Zwingli [Exposição das
conclusões de Hulrich Zwingli] e o título completo latino está Articuli sive conclusiones LXVII H. Zwinglii [Os artigos com
as 67 conclusões de Hulrich Zwingli].
3
James Dennison Jr. adiciona estes subtítulos que identificam a estrutura temática do documento. A versão alemã trás
outros subtítulos com diferentes divisões, todavia, não consegui traduzi-los devido ao tipo de fonte arcaica e o texto
escrito em alto alemão. A edição alemã oferecida por Philip Schaff é uma tradução do antigo alemão suíço para o alto
alemão germânico, não sendo o texto original de Zwingli.
4
Escritores registraram o nome do reformador em grafia bem diversificada como Ulrico Zuinglio, Ulrich Zwinglio,
Hulrico Zwinglio, Huldreich Zwingli, Huldrych Zwingli, o registro comum em sua forma latinizada é Huldrico Zwinglio,
todavia, o nome conforme originalmente está registrado no livro batismal da cidade de Zurique é Hulrich Zwingli
(1484 – 1531). Veja M. Gutiérrez Marín, Zuinglio – Antología (Barcelona, Producciones Editoriales del Nordeste, 1973),
pág. 45. A reforma religiosa que iniciava na Alemanha, também frutificava na cidade de Zurique, na Suíça, com Hulrich
Zwingli. O seu programa de reforma aconteceu no cantão leste suíço, região de língua alemã. Ele nasceu em Wildhaus,
Sankt Gallen, em 1 de Janeiro de 1484, e estudou nas universidades de Viena (1502) e Basiléia (1504). Em 1506 é
ordenado como pároco em Glarus, e somente 1516 obteve uma versão latina do Novo Testamento, que Erasmo de
Roterdã havia traduzido do grego. Transfere-se para Einsiedeln, onde se dedicou a estudar e pregar, passando a
manejar as línguas originais da Escritura Sagrada. Atacou as doutrinas romanas, especialmente a veneração dos santos
e a venda de relíquias, as promessas de curas e o abuso originado na venda de indulgências.
5
Em 1 de Janeiro de 1519, a sua popularidade rendeu-lhe o nomeamento como pregador da colegiata de Zurique.
Ocupou o púlpito da conhecida Grössmunster, ou seja, Grande Catedral, onde o reformador suíço deu início ao
programa de reforma na cidade de Zurique pregando expositivamente [lectio continua] iniciando no Evangelho de
Mateus, e com isto, ele fez que a cidade se tornasse o povo do livro, a Escritura somente.
6
O reformador suíço desde o início de sua carreira estudantil manteve correspondência com Erasmo de Roterdã, e
mesmo quando rompeu a amizade com o humanista holandês, preservou o seu método de pesquisa. Para uma leitura
mais detalhada sobre a relação de Zwingli e Erasmo veja Alister McGrath, Origens Intelectuais da Reforma (São Paulo,
Editora Cultura Cristã, 2007), págs. 55-60.
2

tenha compreendido7 corretamente a Sagrada Escritura; 8mas, qualquer correção que me faça permanecer
fundamentado somente9 na Sagrada Escritura.10
Sobre o Evangelho11
1. Todos os que dizem que nada vale o Evangelho 12 se não é confirmado pela Igreja, erram e ofendem
a Deus.
2. O resumo do Evangelho é que o nosso Senhor Jesus Cristo, verdadeiro Filho de Deus, nos deu a
conhecer a vontade de seu Pai celestial e com a sua inocente morte nos redimiu e reconciliou com
Deus.
3. Por isso, Cristo é o único caminho da salvação para todos os homens que foram, são e serão.
4. Erra qualquer um que busque, ou indique outra porta. De fato, e é um assassino das almas, e
também um ladrão.
5. Conseqüentemente, todos quantos ensinam falsas doutrinas dizendo que são iguais ao Evangelho,
ou que valem mais do que este, também erram. Eles ignoram o que é o Evangelho.

Acerca da autoridade de Cristo13


7
Quanto à formação acadêmica de Zwingli sabe-se que ele estudou nas Universidades de Viena e Basiléia, onde foi
instruído no modo antigo [Via Antiqua] de Tomás de Aquino, enquanto Lutero obteve uma educação na Via Moderna.
Acerca do monergismo coincidente tanto em Lutero, como em Zwingli [o que o levou a romper com Erasmo], notas
nas margens dos livros da sua biblioteca revelaram a influência de Agostinho. Bengt Hägglund, História da Teologia
(Porto Alegre, Concórdia Editora, 1999), págs. 219-220.
8
Os historiadores reconhecem que apesar de Zwingli negar a sua dependência de Lutero, como reformador, houve de
fato, algum tipo de influência que é impossível determinar com precisão. Strohl observa que “Zwinglio gostava de
frisar que encontrara seus princípios reformadores independentemente de Lutero. Na verdade não houve relação de
discípulo e mestre entre os dois. Zwinglio sentia-se credenciado a afirmar idéias próprias, mesmo que contrárias às de
Lutero.” Henry Strohl, O Pensamento da Reforma (São Paulo, ASTE, 1963), pág. 18. No livro Interpretação e
fundamento das Conclusões que em 29 de Janeiro de 1523 apresentou Hulrich Zwingli, ele afirma que “no início do ano
de 1519 (cheguei a Zurique no dia 27 de Dezembro de 1518, o dia de São João Evangelista), nada sabia de Lutero, a
não ser que havia publicado um escrito sobre as indulgências, escrito que a mim, nada poderia dizer de novidade.
Acerca das indulgências, eu havia aprendido que são um engano e uma falsa esperança. Aprendi numa discussão
promovida em Basiléia vários anos antes, pelo Dr Thomas Wyttenbach, de Biel, ainda que não estive presente nos
debates. Por isso, o escrito de Lutero pouco me poderia ajudar em meus sermões sobre o Evangelho de Mateus. [...]
Fique bem claro que quando comecei a pregar, antes mesmo de sequer saber o nome de Lutero. Para poder pregar
me dediquei dez anos estudando a fundo a língua grega, com a finalidade de conhecer a doutrina de Cristo em sua
língua original. Que outros julguem se trabalho como convém, a verdade é que Lutero não me induziu a ele. Repito
que descobri o seu nome, e chegou aos meus ouvidos dois anos depois de ter-me dedicado, por mim mesmo, à
Escritura Sagrada. [...] Todavia, os papistas me aplicam e a outros o nome de Lutero, como disse que o fazem por
maldade, e dizem: ‘sem dúvidas, você é um luterano e pregas tal como Lutero escreve.’ A isto somente cabe
responder: ‘também prego igual a São Paulo, porque não preferes me chamar paulinista? Também prego a palavra de
Cristo. Porque não escolhes me chamar ‘cristão’?” M. Gutiérrez Marín, Zuinglio – Antologia, págs. 59-60.
9
O historiador Henry Strohl observa que Zwingli é “o primeiro a fazer do princípio escriturístico o artigo fundamental.
Suas teses são o resumo das idéias expostas no ano precedente em dois extensos sermões.” Henry Strohl, O
Pensamento da Reforma, pág. 79.
10
Este prefácio está presente somente na versão em alemão, a latina a omite. A minha tradução desta passagem se
baseia na versão hispânica preparada por M. Gutiérrez Marín.
11
Título adicionado pelo tradutor.
12
Zwingli pregou um sermão às freiras no monastério de Zurique, que posteriormente foi publicado com o título de A
clareza e a segurança da Palavra de Deus (1522). Nesta obra o autor testemunha da sua mudança quanto à sua
preferência acadêmica, deixando o humanismo secular, nutrindo-se das Escrituras. Ele diz “quando eu era mais novo,
me entreguei demais ao ensino humano, como os outros dos meus dias, e quando ... me comprometi a devotar-me
inteiramente às Escrituras, eu era sempre impedido pela filosofia e teologia [escolástica]. Mas eventualmente cheguei
ao ponto onde, levado pela palavra e pelo Espírito de Deus, vi a necessidade de colocar de lado todas estas coisas e
aprender a doutrina de Deus direto da sua própria palavra. Então comecei a pedir luz a Deus e as Escrituras se
tornaram muito mais claras para mim – embora eu não tenha lido nada mais – do que se tivesse estudado muitos
comentaristas e expositores.” Tony Lane, Pensamento Cristão – Da Reforma à Modernidade (São Paulo, Abba Press
Editora, 1999), vol. 2, págs. 8-9.
13
Título adicionado pelo tradutor.
3

6. Porque Cristo Jesus é o guia e capitão, prometido por Deus, e enviado aos que são da raça humana.
7. Que Ele é a salvação eterna e a cabeça de todos os crentes, que são parte do seu corpo, e que sem
Ele, são incapazes de empreender alguma coisa.
8. Daqui se deduz, antes de tudo, que todos os que vivem em Cristo como cabeça são seus membros
e filhos de Deus. E, esta é a Igreja ou comunhão dos santos, a noiva de Cristo, a Ecclesia Catholica.
9. E em segundo lugar, assim como os membros físicos são incapazes de fazer alguma coisa se não
forem regidos pela cabeça, assim, é impossível que alguém no corpo de Cristo faça algo sem Cristo,
sendo Ele a cabeça.
10. Se as pessoas se comportam insensatamente quando os seus membros agem sem a cabeça, e em
conseqüência ferindo e prejudicando a si mesmas; assim, igualmente operam tolamente os
membros de Cristo, ferindo e sobrecarregando-se com leis imprudentes. Deste modo, intentam
empreender algo sem Cristo, a sua cabeça.
11. Daqui procede-se o que vemos como preceitos promulgados por pessoas a quem chamamos de
“clérigos”, referentes à sua ostentação, as suas riquezas, a sua dignidade, os seus títulos e leis são a
causa de toda a tolice; porque nada fazem que corresponda com a cabeça.
12. Por isso, eles deliram, não por causa da cabeça (pois o último dos dois - mediante a graça de Deus –
avidamente experimenta elevar em nossa época), por isso, nos referimos ao seu agir tolo, e em
nada são forçados, entretanto, devem escutar somente a cabeça.14
13. Deste modo, ouvindo a palavra, aprende-se a conhecer a vontade de Deus de forma clara e precisa,
e graças ao Espírito de Deus, o homem é atraído para Deus e transformado à sua semelhança.
14. Por esta razão todos os cristãos deveriam colocar a sua máxima atenção que em todo o mundo seja
pregado unicamente o Evangelho de Cristo.
15. Porque a nossa salvação consiste em crer no Evangelho e, o contrário consiste na nossa
condenação, pois, nele se contém claramente toda a verdade.
16. No Evangelho e do Evangelho aprendemos que as doutrinas e os preceitos humanos não ajudam
em absolutamente nada para a salvação.15
17. Cristo é o eterno e único Sumo Sacerdote. Disto deduzimos que aqueles que se proclamam sumo
sacerdotes, não somente se opõe à glória e ao poder de Cristo, como de fato, o rejeita.
18. Cristo sacrificou-se uma única vez,16 e seu sacrifício possuí valor perpétuo como pagamento pelos
pecados de todos os crentes. Isto permite reconhecer que a missa não é nenhum sacrifício, 17 senão

14
A tradução da conclusão 12 oferece algumas dificuldades. Ambas as traduções do texto, tanto inglês como
espanhol, são obscuras. A versão oferecida por M. Gutiérrez Marín é “Por eso obran neciamente, aunque no por causa
de la cabeza (ya se realizan esfuerzos, mediante la gracia divina, para restabelecer el valor de la cabeza), sino que
decimos del obrar necio porque ya no estamos dispuestos a soportarlo, sino que deseamos escuchar solamente lo que
La cabeza dice.” in: Zuinglio - Antologia, págs. 46-47. O texto latino diz “adhuc ergo insaniunt non pro capite, quod per
gratiam Dei pii omnes summon studio conantur erigere, sed quod non permittuntur insanire et furere. Volunt enim pii
soli capiti Christo auscultare.” in: Phillip Schaff, Creeds of Christendom (Grand Rapids, Baker Books, 2007), vol. 3, pág.
199.
15
Posteriormente, com vistas a responder ao bispo católico J. Faber, Zwingli escreveu um livro com o título
Interpretação e fundamento das Conclusões que em 29 de Janeiro de 1523 apresentou Hulrich Zwingli. Neste
esclarecedor texto ele define o Evangelho como sendo “tudo quanto Deus nos manifestou mediante o seu único
Filho.” M. Gutiérrez Marín, Zuinglio – Antologia, págs. 55-56.
16
Zwingli confessa que aprendeu inicialmente de Thomas Wyttenbach, professor da Universidade de Basiléia, sobre a
suficiência de Cristo para a salvação, e nos seus estudos continuados nas Escrituras, fundamentou a sua convicção. J.
Rilliet, Zwingli: Third Man of the Reformation (Londres, Lutterworth Press, 1964), págs. 27-28.
17
Deve-se lembrar que Zwingli numa fase de transição da Reforma em Zurique, mantém a nomenclatura “missa”,
todavia, afirmando que o solene ajuntamento do povo de Deus, o culto ao Senhor, de fato, é a celebração do único
sacrifício de Cristo em favor do seu povo realizado historicamente sobre a cruz, e não um contínuo sacrifício em si
mesmo, como é ensinado na teologia litúrgica católica romana.
4

um memorial do sacrifício,18ou ainda, a confirmação da redenção que Cristo realizou 19 em nosso


favor.20
19. Cristo é o único Mediador entre nós e Deus.21
20. Deus quer conceder-nos todas as coisas em seu nome. Disto se deduz que não necessitamos de
outro mediador, além dele no presente tempo.22
21. Se aqui, neste mundo, oramos uns pelos outros, o fazemos confiando que tudo nos será concedido
por meio de Cristo somente.
22. Cristo é a nossa justiça. Disto concluímos que as nossas obras, sempre são boas, ou seja, se
realizadas em Cristo; mas, se as realizamos por conta própria elas não serão corretas, nem boas.
23. Cristo rejeita a riqueza e as glórias deste mundo. Disto deduzimos que aqueles que ajuntam
riquezas para si, em nome de Cristo, se prejudicam sobremaneira; porque invocam como pretexto
a sua avareza e libertinagem.

18
Desde os primórdios da reforma realizada por Zwingli o culto dominical tinha a celebração da Ceia do Senhor como
elemento central, ladeado com a pregação da Escritura. A concepção de Zwingli sobre a doutrina da Ceia do Senhor
também recebeu influência de Thomas Wyttenbach que “atacou a venda de indulgências antes de Lutero, a
concepção católica romana da Ceia do Senhor, e o celibato obrigatório.” Albert H. Newman, A Manual of Church
History (Philadelphia, The American Baptist Publication Society, 1953), vol. 2, pág. 126. O humanismo que Zwingli
recebeu foi-lhe útil para questionar a autoridade dos ensinos do clero romano. A idéia de que a Ceia do Senhor
deveria ser interpretada como sendo um sinal, negando a doutrina católica da transubstanciação, encontra
antecedência em John Wyclif. O pré-reformador inglês escreveu De eucharistia [1382-1283], em que defendeu que “o
pão significa o corpo de Cristo; sobre este devemos concentrar espiritualmente a nossa atenção e recordação. ‘Essa
mudança não destrói a natureza do pão, nem muda a natureza do corpo, mas opera a presença do corpo de Cristo, e
destrói a preeminência do pão, de modo que, toda a atenção do que adora se concentra no corpo de Cristo. Não é
que o pão se destrua, senão que significa o corpo de Senhor presente no sacramento.’ Mas esta presença de Cristo é
espiritual, mediada por um símbolo: ‘o corpo de Cristo está ali em virtude e em sinal – não o corpo de Cristo tal como
está no céu, mas o sinal substitutivo do mesmo. Logo, quanto ao comer: ‘não partimos com os dentes o corpo de
Cristo; o recebemos espiritualmente. Não o comemos corporal, senão que espiritualmente, pois a nossa mente se
alimenta da memória do corpo de Cristo’”. Reinhold Seeberg, Manual de História de las Doctrinas (El Paso, Casa
Bautista de Publicaciones, 2ªed., 1967), vol. 2, págs. 208-209. Neste ponto Zwingli nada inovou, senão apenas
coerente ao humanismo predominante da época, e sob a influência de Wyttenbach, e fazendo eco ao ensino de
Wyclif, afirmou a doutrina da Ceia como sendo um memorial, e assim, rompendo com a interpretação papista
dominante.
19
Novamente em sua Interpretação e fundamento das Conclusões que em 29 de Janeiro de 1523 apresentou Hulrich
Zwingli, ele explica que “a missa não é sacrifício, mas um memorial do sacrifício, que uma única vez foi oferecido; ao
mesmo tempo, é para os fracos a segura confirmação de que Cristo os redimiu. Pois, podem crer que Cristo pagou na
cruz por seus pecados e com esta fé comem a sua carne e o beber lhes confirma, que os seus pecados são perdoados
como se Cristo acabasse de morrer na cruz. Cristo está presente e atuando em todo o tempo! Assim que, como disse o
apóstolo Paulo (Hb 9:14), também os seus sofrimentos são eternamente frutíferos.” M. Gutiérrez Marín, Zuinglio –
Antologia, págs. 57.
20
A missa romana somente foi abolida oficialmente pelo conselho da cidade de Zurique, em meados de Abril de 1525.
A celebração da Ceia do Senhor no modelo protestante inclui a distribuição do pão e do cálice para o povo. O missal
em latim foi substituído pela interação do dirigente e o povo, numa espécie de litania com a participação separada do
pastor, os homens das mulheres, e intercalando com os diáconos, recitando em alemão perguntas e respostas,
mesclando com os textos bíblicos de Jo 6:47-63 e 1 Co 11:23-36. Veja este modelo de liturgia em M. Gutiérrez Marín,
Zuinglio – Antologia, págs. 112-117.
21
A função sacerdotal e vicária do clero romano é frontalmente negada por Zwingli. Ainda hoje o Catecismo da Igreja
Católica declara que “com efeito, o Pontífice Romano, em virtude de seu múnus de Vicário de Cristo e de Pastor de
toda a Igreja, possui na Igreja poder pleno, supremo e universal. E ele pode exercer sempre livremente este poder”.
Catecismo da Igreja Católica (São Paulo, Edições Loyola, 1999), pág. 253.
22
Na Interpretação e fundamento das Conclusões que em 29 de Janeiro de 1523 apresentou Hulrich Zwingli
comentando a Conclusão 20, ele esclarece que “a fé está segura de que Jesus Cristo com a sua morte e sacrifício, nos
reconciliou com Deus. Conseqüentemente, a nossa reconciliação não é realizada por nós, mas é por Cristo. Assim, é
depreciar a Jesus Cristo o atribuir à criatura o que pertence somente a Ele. [...] Porque com firme fé nos agradamos de
ser filhos de Deus, e isto é obra unicamente do Filho de Deus. Disto se concluí que não temos mérito próprio, mas
somente o mérito concedido pelo Filho de Deus.” M. Gutiérrez Marín, Zuinglio – Antologia, págs. 61-62.
5

Sobre a liberdade cristã23


24. Cada cristão é livre para fazer qualquer obra que não esteja ordenada por Deus, podendo comer a
qualquer tempo, qualquer alimento que quiser. 24 E, disto deduzimos que as datas estabelecidas
quanto ao comer queijo e a manteiga,25é um engano papista.
25. O cristão não depende de datas ou lugares determinados, pelo contrário. Conseqüentemente,
quem enfatiza as datas e lugares privam o cristão de sua liberdade.
26. Nada desagrada mais a Deus do que a hipocrisia. Portanto, tudo quanto o homem faça para
aparentar ser melhor que os demais, é hipocrisia e engano. Nisto se inclui as vestimentas, os sinais,
a tonsura, etc.
27. Todos os cristãos são irmãos de Cristo e irmãos entre si, ninguém deve considerar-se superior aos
outros diante de Deus. Isto quer dizer que as ordens religiosas, as seitas e ajuntamentos ilegais não
devem existir.26
28. Tudo o que Deus permitiu, ou que não tenha proibido, é legal. Conseqüentemente, podemos
aprender disto que o matrimônio é coisa lícita para qualquer um.27
29. Todos que se denominam “espirituais”, pecam quando descobrem que Deus não garante a
habilidade de manter-se casto, nem podem se proteger casando-se.
30. Quem faz voto de castidade realiza uma ingênua ou insensata promessa. E com isto, aprendemos
que qualquer um que aceita tais votos, comete injustiça com homens piedosos.28

Acerca da excomunhão
31. A excomunhão não pode ser ditada por apenas uma pessoa, exceto pela Igreja, isto é, pela
comunhão daqueles com quem convive o possível excomungado juntamente com o seu guardião,
ou seja, o pastor.
32. Somente pode ser castigado com a excomunhão quem cause escândalo público.
23
Título adicionado pelo tradutor.
24
Collison observa que Zwingli “começou de forma modesta, com a ingestão proposital de algumas salsichas na
Quaresma, mas isso simbolizava a liberdade dos cristãos para seguir os ditames da escritura – por si mesmos.” Patrick
Collison, A Reforma (Rio de Janeiro, Editora Objetiva, 2006), pág. 94. Foi um ato simples, mas teve um significado
profundamente subversivo!
25
Existia a permissão de Roma para que em regiões pobres, no lugar de azeite de oliva os cristãos comessem laticínios,
ou seja, leite, manteiga, queijos e ovos, no período da quaresma. Nota de M. Gutiérrez Marín.
26
Mais energicamente em 28 de Outubro de 1523, com a aprovação do conselho de Zurique transformaram os
monastérios em hospitais, eliminou a missa e o uso de imagens nos templos. Mas, somente em 1525, celebra o culto
caracteristicamente protestante, com a celebração da Ceia do Senhor. Durante o seu esforço de implantação dos
princípios da Reforma, Zwingli não conseguiu banir definitivamente o catolicismo em Zurique, embora a sua obra
tenha aberto uma larga porta para a Reforma na Suíça. Ele intencionava implantar a sua doutrina em outros cantões,
assim seis deles tornaram-se seus seguidores, todavia, outros cinco cantões montanheses da região de Uri, Schwyz,
Unterwalten, Lucerna e Zug mantiveram-se católicos. A hostilidade entre os cantões desembocou, em 1529, num
conflito armado, em que os católicos venceram. Dois anos depois, num outro conflito, os reformistas perdem
novamente, e Zwingli morre em 1531 nos campos de Kappel, pondo fim a continuidade de sua obra na Suíça. Ele não
obteve tanto êxito em sua tarefa de reforma como Lutero, e ficou quase que esquecido após a sua morte prematura.
27
O conselho da cidade de Zurique tornou o casamento um ato civil desvinculado do religioso. Em reação a decisões
como esta o Concílio de Trento, em 11 de Novembro de 1563, decidiu em De Sacramento Matrimonii – Canone IX, que
“se alguém disser que as causas matrimoniais não pertencem aos juízes eclesiásticos, seja excomungado.” Philip
Schaff, The Canons and Decrees of the Council of Trent in: The Creeds of Christendom, vol. 2, pág. 198.
28
Ele mesmo havia contraído casamento, em 1522, com Anna Reinhardt, uma viúva com quem vivia publicamente
como sua esposa. Acerca de seu convívio familiar veja James I. Good, Grandes mulheres da Reforma (Ananindeua,
Knox Publicações, 2009), págs. 11-22. Em 11 de Novembro de 1563, o Concílio de Trento decidiu, em De Sacramento
Matrimonii – Canone IX, que “se alguém disser que os clérigos ordenados de ordens maiores ou os regulares que
fizeram promessa solene de castidade, podem contrair Matrimônio, e que é válido aquele que tenham contraído sem
que lhes proíba a lei eclesiástica nem o voto, e que ao contrário não é mais que condenar o Matrimônio, e que podem
contraí-lo todos os que sabem que não tem o dom da castidade, ainda que a tenham prometido por voto, seja
excomungado, pois é constante que Deus não recusa aos que devidamente Lhe pedem este Dom, nem tampouco
permite que sejamos tentados mais que podemos.” Philip Schaff, The Canons and Decrees of the Council of Trent in:
The Creeds of Christendom, vol. 2, pág. 194.
6

33. Se alguém acumulou bens de fortuna por meios injustos, tais bens não devem servir para benefício
dos templos, dos conventos, dos frades ou monjas, senão que devem ser destinados a pessoas
indigentes, ou seja, necessitadas.

Acerca da autoridade temporal


34. Os poderes do Papado e do episcopado, junto à exigência, prepotência e orgulho espiritual que
ostentam, não tem nenhum fundamento na sagrada letra, nem na doutrina de Cristo.29
35. As autoridades públicas fundamentam-se na doutrina e nos atos de Cristo.
36. Esse poder que a autoridade eclesiástica pretende exercer, pertence na realidade às autoridades
seculares, sempre que estas sejam cristãs.
37. Todos os cristãos, sem exceção, devem obediência à autoridade secular.30
38. Enquanto ela não ordene coisa que seja contrária a Deus.
39. Por isso, as leis da autoridade secular em sua totalidade devem estar em conformidade com a
vontade de Deus, de modo que, protejam o oprimido, ainda que não levante a voz.
40. Somente a autoridade civil tem o direito de condenar à morte, sem provocar a ira de Deus. Mas
devem sentenciar a morte unicamente àqueles que, pública e notoriamente, praticam escândalos
contra o que Deus ordenou.
41. Se de forma justa a autoridade civil aconselha e ajuda àqueles, que prestará contas diante de Deus,
também está obrigada a proporcionar o sustento corporal, para aqueles que têm por ela sido
julgados.
42. Mas se, pelo contrário, as autoridades civis atuam à margem da lei de Cristo, é a vontade de Deus
que sejam destituídas.
43. Resumindo: o melhor e mais firme governo legislativo é o que rege conforme a vontade de Deus, e
com Deus regendo. Enquanto que o pior e mais débil governo, é o que atua conforme o seu próprio
arbítrio.

Sobre a oração
44. Os verdadeiros adoradores invocam a Deus em espírito e em verdade, sem orgulhar-se diante dos
homens.
45. Os hipócritas realizam as suas obras para que os homens as vejam; mas, já receberam a sua
recompensa.
46. Assim, pois, os cânticos no templo e a extensa pregação, sem devoção, feitos somente para ganhar
dinheiro, são atos que têm finalidade de receber o louvor dos homens ou, são feitos por mero
desejo de lucro.

Acerca das ofensas


47. Todo homem deveria preferir deixar-se matar que escandalizar, ou fazer decair em desgraça um
cristão.

29
Fiz a tradução deste artigo direto do latim, por perceber que há falta de clareza, entre a tradução inglesa e
espanhola, quanto ao motivo da reprovação de Zwingli. O texto latino [Potestas quam sibi Papa et Episcopi,
coeterique quos spiritales vocant, arrogant, et fastus, quo turgent, ex sacris literis et doctrina Christi firmamentum non
habet]. O texto inglês [So-calling spiritual authority cannot justify its pomp on the basis of the teaching of Christ.
Tradução: A assim chamada autoridade espiritual, não pode justificar a sua pompa com base no ensino de Cristo] e o
texto espanhol [El boato que ostentam las “autoridades eclesiásticas”, como suele decirse, no tiene ningún
fundamento en la doctrina de Cristo. – tradução: O luxo que ostentam as “autoridades eclesiásticas”, como
geralmente se diz, não tem nenhum fundamento na doutrina de Cristo].
30
Para Zwingli o Estado e a Igreja, naquele momento histórico, eram uma só instituição. Strohl observa que no seu
pensamento “o fim visado pela pregação da palavra e o visado pelo Estado acabam por confundir-se de tal maneira
que o magistrado foi reconhecido como chefe incontestável da Igreja. A Igreja Reformada em Zurique tornou-se,
assim, uma atribuição do governo cristão ao qual Zwínglio confiou, em 1525, toda a aplicação da disciplina.” Henry
Strohl, O Pensamento da Reforma, pág. 239.
7

48. Se alguém por debilidade, ou ignorância se sente escandalizado, não se lhe deve deixar em sua
debilidade ou ignorância, senão que é preciso fortalecê-lo, a fim de que não considere pecado o
que não é pecado.
49. Não conheço maior ofensa do que proibir que os clérigos se casem, todavia, permitem que tenham
envolvimento com prostitutas.31
50. Somente Deus perdoa os pecados por meio de Cristo Jesus, o nosso Senhor.
51. Quem permite a criatura humana perdoar pecados despoja de Deus a sua glória, para dá-la ao que
não é Deus. Isto é na realidade pura idolatria.
52. Assim, a confissão dos pecados diante de um sacerdote ou simplesmente diante do próximo, não
se deve considerar como perdão dos pecados, mas, apenas como solicitar um prudente e bom
conselho.
53. A imposição dos atos de penitência é conseqüência da opinião meramente humana – com exceção
da excomunhão.32Tampouco, tais atos apagam os pecados, mas, somente que devem ser impostos
para que os demais se atemorizem.
54. Cristo suportou todas as nossas dores e sofrimentos. Quem atribui aos atos de penitência o que
somente pertence a Cristo, erra e blasfema contra Deus.
55. Quem diz ao homem arrependido que não lhe é perdoado este ou aquele pecado; quem tal coisa
diz não age no lugar de Deus, nem de Pedro, senão de Satanás.
56. Quem somente por dinheiro perdoa certos pecados, faz causa comum com Simão e Balaão e é um
verdadeiro apóstolo do diabo.33

Acerca do purgatório
57. A verdadeira Sagrada Escritura nada sabe de um Purgatório,34após esta vida.
58. A sentença dos mortos é conhecida somente por Deus.

31
Patrick Collison revela que “Zwinglio se casou e informou seu bispo de que não era a concubina ou ‘ama de casa’
que a maior parte do clero suíço mantinha num quarto dos fundos.” Patrick Collison, A Reforma, pág.94.
32
Posteriormente, com vistas a responder o bispo católico J. Faber, Zwingli escreveu um livro com o título
Interpretação e fundamento das Conclusões que em 29 de Janeiro de 1523 apresentou Hulrich Zwingli, acerca da
Conclusão 53, explica que “a excomunhão tem o objetivo a salvação da alma. Se alguém suporta pacientemente a
excomunhão, reingressará ao seio da igreja, ou seja, que Deus não considerará tal excomunhão.” M. Gutiérrez Marín,
Zuinglio - Antología, pág. 64.
33
Referência a Simão, o mago (At 8:9-24) e a Balaão, o adivinho (Nm 22:24). Peter Toon explica que a teologia católica
ensina que “existe uma tesouraria de méritos (os de Cristo, dos santos e dos mártires) disponível aos santos em e
através da comunhão dos santos. O papa pode fazer uso deste mérito e aplicá-lo ao povo cristão, através das
indulgências, a fim de remir os seus castigos temporais.” Indulgências in: Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja
Cristã (São Paulo, Edições Vida Nova, 1992), vol. 2, pág. 329. Após o escândalo das vendas de indulgências, a Igreja
Romana tentou amenizar os abusos sem condenar os culpados por eles. O Concílio de Trento, em 4 de Dezembro de
1563, no Decretum de indulgentiis decidiu que “tendo Jesus Cristo concedido à Sua Igreja o poder de conceder
indulgências e usando a Igreja esta faculdade que Deus lhe concedeu desde os tempos mais remotos, ensina e ordena
o Sacrossanto Concílio que o uso das indulgências, sumamente proveitoso ao povo cristão, e aprovado pela
autoridade dos sagrados concílios, deve conservar-se na Igreja, e considera anátema os que afirmam ser inúteis ou
neguem que a Igreja tenha o poder de concedê-las. […] E cuidando para que se emendem e se corrijam os abusos que
foram introduzidos nessas indulgências, por cujo motivo blasfemam os hereges deste glorioso nome de indulgências,
estabelece em geral, pelo presente decreto, que absolutamente se exterminem todos os lucros ilícitos que se auferem
para que os fiéis as consigam, pois destes lucros se originaram muitos abusos dentre o povo cristão.” Philip Schaff, The
Canons and Decrees of the Council of Trent in: The Creeds of Christendom, vol. 2, pág. 194.
34
Embora aceita dentro do catolicismo medieval a doutrina do Purgatório foi oficialmente aceita em 4 de Dezembro
de 1563, quando o Concílio de Trento decretou que “tendo a Igreja Católica, instruída pelo Espírito Santo, segundo a
doutrina da Sagrada Escritura e da antiga tradição dos Padres, ensinado nos sagrados concílios e atualmente neste
Concílio Geral de Trento, que existe Purgatório, e que as almas detidas nele recebem alívio com os sufrágios dos fiéis,
e em especial com o aceitável sacrifício da missa, ordena o Santo Concílio aos Bispos, que cuidem com máximo
esmero que a santa doutrina do Purgatório, recebida dos santos Padres e sagrados concílios, seja ensinada e pregada
em todas as partes, e que seja acreditada e conservada pelos fiéis de Cristo.” Philip Schaff, The Canons and Decrees of
the Council of Trent in: The Creeds of Christendom, vol. 2, pág. 198.
8

59. Quanto menos Deus nos deu a conhecer destas coisas, tanto mais devemos nos guardar de intentar
saber algo acerca delas.
60. Eu não desaprovo que uma pessoa atribulada rogue a graça de Deus pelos mortos. Mas estipular
que se rogue em determinada data e sob a intenção de lucro, não é humano, senão diabólico. 35

Sobre o sacerdócio
61. A Sagrada Escritura nada sabe desse caráter especial que se apropriaram os sacerdotes em tempos
recentes.
62. A Escritura Sagrada tampouco reconhece outros sacerdotes fora daqueles que pregam a palavra de
Deus.
63. Acerca destes últimos ordena que sejam honrados, lhes proporcionando o necessário para o seu
sustento físico.

Da correção dos abusos


64. A todos quanto reconhecem os seus erros, não há do que corrigi-los, senão que deixem que
morram em paz, e sua virtude seja considerada num espírito cristão.
65. Aos que pertencem àqueles que não reconhecem os seus erros, Deus os julgará conforme a sua
justiça divina. Em conseqüência, não devem aplicar-lhes castigos corporais, a não ser que se
comportem tão desconsideradamente que não tenha modo de tratar-los de outra forma.
66. Agora que se humilhem todos os hierarcas eclesiásticos e levantem a cruz de Cristo no lugar de
elevar a caixa do dinheiro.36 Se assim não o fazem, se afundarão; porque o machado está posto
junto às raízes da árvore.37
67. Se alguém deseja discutir comigo, acerca dos interesses sobre o empréstimo, do dízimo, das
crianças sem o batismo ou da confirmação, ofereço-me prontamente a dar respostas.

Mas que ninguém intente discutir comigo enfiando argumentos sofísticos ou aduzindo discursos
humanos, senão que de antemão reconheça a Sagrada Escritura, como único juiz, a fim de que se
encontre a verdade ou se mantenha em pé, como espero, e nela seja achado. Amém. Deus seja
conosco!38

Extraído de James T. Dennison, Jr., ed., Reformed Confessions of the 16 th and 17th Centuries in English
Translation – 1523-1552 (Grand Rapids, Reformation Heritage Books, 2008), vol. 1, págs. 1-8; ainda,
recorrendo ao texto original e notas de Phillip Schaff, “Articuli sive conclusiones LXVII. H. Zwinglii” in: The
Creeds of Christendom (Grand Rapids, Baker Books, 2007), vol. 3, pág. 197, e também da tradução hispânica
com notas preparadas por M. Gutiérrez Marín, Zuinglio – Antología (Barcelona, Producciones Editoriales del
Nordeste, 1973).

Tradução e notas de Rev. Ewerton B. Tokashiki

35
Nesta conclusão ainda há resquícios da teologia romana no pensamento de Zwingli. Quanto à doutrina da
intercessão pelos mortos a sua discordância não é teológica, mas ética.
36
Parece que questionamentos acerca das vendas das indulgências eram algo generalizado, especialmente nas
universidades.
37
Referência à declaração de João Batista (Mt 3:10).
38
Esta conclusão somente ocorre na versão alemã, a inglesa e a latina omitem. A minha tradução se baseia na versão
hispânica preparada por M. Gutiérrez Marín.

Você também pode gostar