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Ambientes de Leitura
O espaço é um lugar, que possui posição geográfica, acessos, área
dimensionável, construções, possui dentro e fora, cheio e vazio e que pode
ser preenchido por assim dizer. O ambiente pode ser definido como o espaço
habitado, acrescido de objetos, pessoas e suas relações, seu uso e suas
possibilidades enfim o ambiente possui vida.
Historicamente, conforme Denis (2000), foi no ambiente da cidade que a
leitura se popularizou, durante o século 19 aconteceu um extraordinário
aumento da população urbana, até então inédito na história da humanidade, a
população do Rio de Janeiro, por exemplo, aumentou cerca de seis vezes
chegando a marca de 300 mil habitantes, capitais mundiais como Londres e
Paris chegaram a marca de um milhão de habitantes entre 1800 e 1850.
O homem rural, ainda segundo Denis (2000), vivia no mundo da fala e
da escuta, houve uma grande modificação quando ele passou a viver no
ambiente das cidades, pois todos os atos urbanos desde nomes de ruas,
transportes, cartazes informativos necessitava da comunicação escrita; este
fator acrescido do barateamento do processo de fabricação do papel, que se
generalizou na década de 1840, promoveu uma ampliação do público leitor,
havendo a expansão de meios tradicionais como livros e jornais e também de
outros como o cartaz, a embalagem, e catálogo e a revista ilustrada.
Todo este ambiente da cidade fomentou a necessidade de hábeis
leitores, para que o processo de comunicação fosse eficiente, foi este processo
que impulsionou o enriquecimento cultural, e firmou a comunicação impressa
como um meio de grande atuação social.
Os relatos anteriores nos levam a considerar que quanto mais contato
pessoas tem com a linguagem escrita em seu ambiente, mais ela é estimulada
e a aperfeiçoa. Segundo pesquisa realizada pelo PISA (2011), a quantidade de
livros no ambiente familiar influencia diretamente no rendimento escolar de
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crianças, criança que tem entre 100 e 200 obras literárias em casa tem notas
15% maiores em português e ciências e 17% maiores em matemática.
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Figura 1 - Livros são colocados junto com brinquedos deforma acessível e lúdica, Mostra
Interior Decor (2009), imagem e ambiente da autora.
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Figura 2 – Livros e brinquedos de forma acessível e lúdica. (Fonte: Ludotheque em Paris
2010, imagem do acervo da autora).
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Criação, execução e avaliação de espaços de ler e brincar
Para que haja uma boa interação entre criança e o objeto lúdico – livro, é
preciso deixá-los acessíveis de forma que a criança possa pegá-lo e,
posteriormente, guardá-lo, realizando assim um exercício de autonomia.
Observar se os mobiliários/estantes estão na altura do olhar da criança, pois
estantes muito altas, grandes armários de aço podem parecer monstros
quando vistos pelo olhar infantil. Se os livros ficarem somente sob o controle
dos adultos dentro de um armário com as portas fechadas, ele fica invisível
para a criança, pois para uma criança pequena quando a coisa não está diante
de seus olhos, devido a sua capacidade de compreensão, ela não existe.
Se quisermos que as crianças gostem de ler, é necessário que elas
tenham contato com “ambiente leitor”, ou seja, que tenham materiais diversos a
sua disposição (deverão se relacionar com livros), vendo-os, pegando-os,
apalpando-os, cabe ao adulto apoiar tais ações. para a ambiente tornar
possível estes atos.
“Uma mala com rodinha, que ao se abrir, se torna uma estante, se presta
a este serviço de levar as histórias de cá para lá” (RIZZOLL, 2005). O uso de
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um carrinho de livros que pode visitar sala a sala, caso a escola não possua
recursos suficientes para prover todas as salas com livros, ou não possua
espaço para uma sala como a mostrada no caso da Bibliobrinquedoteca.
Este sistema permite maior diversidade de livros, pois permite a troca
entre salas, assim as crianças poderão ter acesso a outros livros sem a
necessidade de grandes investimentos por parte da instituição, pode haver
também um carrinho equipado com tecidos, tapetes, fantoches, e assim
provido ser destinado à área externa, e o espaço de leitura ou contação de
estórias num belo dia de sol, pode ser realizado em baixo de uma árvore
promovendo diversidade espacial na escola um dos bons usos espaciais
citados por Forneiro (1998).
Crianças de 7 a 12 estão num patamar de evolução e engajamento com
os livros, devido a alfabetização, e neste momento pode haver uma relação
mágica, pois letras transformam-se em palavras que por sua vez transformam-
se em imagens mentais, este processo acontecerá melhor se a criança já vier
com experiências positivas, vistas anteriormente, na primeira infância.
É nesta idade também que há uma maior e mais intensa relação das
crianças com as mídias, entre elas a televisão, o computador, jogos eletrônicos
que estão disponíveis no mundo contemporâneo, mas que podem tornar-se
grandes “ladrões de atenção” num ambiente onde existem leitores em
formação, que precisam desenvolver atenção e concentração. Tais elementos
devem estar fora do ambiente destinados para leitores nesta faixa etária. O ato
de ler em mídias, celulares, Kindle e tais equipamentos,deve ser
cuidadosamente avaliado pois pode representar um risco, já que facilmente a
criança pode ser levada a distração, caso o equipamento tenha acesso a
internet. Ao usar estes aparelhos deve-se avaliar o tamanho da letra, e a
adaptação visual da criança, entre outros, já que nos encontramos num
momento de transição tecnológica e não se sabe exatamente como ela se
dará, a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil (2011), mostra que menos de
2% dos leitores usam tais equipamentos atualmente.
Por outro lado quanto mais os livros estiverem próximos a pequenos
leitores, mais lhes parecerá normal. Ter um canto de leitura muito bem cuidado
dentro da sala de aula e acessível as crianças, torna-se bom, assim como nas
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horas de lazer visitar ambientes como livrarias e bibliotecas deixando que as
crianças vivenciem a escolha de temas apropriados a sua idade que lhe
agradem que lhe dêem prazer, tirando a visão que leitura não é uma obrigação
escolar e que é necessário ir a uma biblioteca silenciosa e cheia de prateleiras
para ler.
Descobrindo, também, lugares diversos de ler, comprando ou
emprestando um livro e acompanhado dos pais que também levam o seu, a
um parque, sempre fazendo que possível relacionando a leitura, a lugares
bons e prazerosos. A pesquisa Retratos da Leitura no Brasil ( 2011) aponta que
75% da população brasileira jamais pisou em uma biblioteca, visitar uma
biblioteca pode ser um passeio muito interessante para alunos nesta faixa
etária.
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agradável lhe trará sempre lembranças positivas e prazerosas relacionadas
aos livros.
Os shoppings Centers, são locais atrativos e cheios de sinestesia, e são
pontos de atração de pessoas, os locais de leitura não podem ser velhos
espaços cheios de prateleiras, recheadas de mofo. Ele deve evoluir ser
agradável se quisermos que as pessoas os freqüentem. No caso específico
das crianças e, principalmente, para as crianças pequenas, há uma relação de
sentimentos com os espaços freqüentados por elas na infância, e esta relação
espacial se prolonga por toda a vida, como um bom ou mal sentimento, por
que para a criança existe uma ligação emocional com o espaço podendo
existir o espaço medo, o espaço alegria, o espaço tristeza. Freyberger (2005).
Considerações finais
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Referencias
IIDA, Itiro. Ergonomia: projeto e produção. Ed. Blucher: São Paulo, 2005.
614p. 2ª edição.
OLIVEIRA, Zilma de Moraes. [et al.]. Creches: crianças, faz de conta & Cia.
Petrópolis, RJ: Vozes, 1992.
PISA: Do students today read for pleasure? Disponível em:
<http://www.pisa.oecd.org/dataoecd/34/50/48624701.pdf>. Acesso em: 4 jul.
2012. Retratos da leitura no Brasil, disponível em:
<http://www.prolivro.org.br/ipl/publier4.0/dados/anexos/2834_10.pdf>. Acesso 4
jul.2012.
RIZZOLI, Maria Cristina. Leitura com letras e sem letras na educação infantil no
norte da Itália. In: FARIA, Ana Lucia Goulart de; MELLO, Suely
Amaral. Linguagens Infantis: Outras Formas de Leitura. Campinas: Autores
Associados, 2005. 5-22 p.
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