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Francini de Araujo Daniel

Psicóloga Clínica – CRP 06/120348

O transtorno de ansiedade generalizada (TAG) é um transtorno crônico de ansiedade no


qual preocupação e ansiedade excessivas estão presentes na maioria dos dias e em
diversos eventos ou atividades, considerando-se os últimos seis meses. Estas estão
associadas a pelo menos três dos seguintes sintomas: inquietação ou sensação de estar
com os nervos à flor da pele, fadiga ou cansaço excessivo, dificuldade em se concentrar
ou sensações de “branco” na mente, irritabilidade, tensão muscular e alterações do sono.
Embora seu conteúdo possa variar, as preocupações associadas ao TAG tendem a ser
excessivas, crônicas, amplas e penetrantes, podendo incluir diversos campos, tais como:
relações interpessoais, saúde física, escola, trabalho, finanças, questões mundiais e/ou
questões menores (p. ex.: compromissos diários com a casa ou com os filhos) e até
mesmo a preocupação por estar preocupado. A ansiedade exagerada pode levar a
tremores, contrações, dores musculares, nervosismo ou irritabilidade.
A preocupação excessiva prejudica a capacidade do indivíduo de fazer as coisas de
forma eficiente, seja em casa, no trabalho ou em qualquer outra área da vida. Ela toma
tempo e energia, e os sintomas associados contribuem para o prejuízo funcional.
De fato, a ansiedade é intrínseca à condição humana e até certo ponto pode ser
considerada saudável, pois, assim como qualquer outro sentimento, faz parte do
repertório de reações dos seres humanos por meio de um processo evolutivo, de
natureza adaptativa. No caso da ansiedade, o problema não está em se sentir ansioso,
como pode parecer à primeira vista. O problema é quando há dificuldade de reconhecer
a ansiedade, aceita-la, tirar proveito dela quando possível e, também, continuar a
funcionar apesar dela. Por exemplo, sentir ansiedade quando a data de uma importante
prova se aproxima pode ajudar o indivíduo a se organizar e estudar para o exame.
Assim como se tornar ansioso por estar sozinho numa rua deserta durante a madrugada
pode fazê-lo ficar mais atento e andar mais rápido. A ansiedade começa a se tornar
disfuncional quando o indivíduo passa a subestimar a sua capacidade de enfrentamento
e segurança, e a supervalorizar a probabilidade e gravidade da possível ameaça ocorrer,
levando-o, frequentemente, à evitação de certas situações.
Os indivíduos com TAG costumam ter dificuldade em tolerar incertezas e, com isso,
pensam que devem controlar ao máximo as situações, o que os fazem buscar por
segurança grande parte do tempo. Muitas vezes, por não se sentirem totalmente seguros,
esses indivíduos deixam de agir em situações importantes da vida
Também tendem colocar o foco de sua atenção em situações ou imagens
emocionalmente negativas, o que pode deixá-lo aflito mesmo sem que haja um motivo
real para tal. Além disso, subestima a sua capacidade de lidar com situações
problemáticas, sem conseguir dormir nem expulsar os pensamentos negativos da sua
cabeça. De qualquer forma, todas essas possibilidades geram sofrimento e declínio na
qualidade de vida. A boa notícia é que esses problemas têm tratamento e o índice de
eficácia terapêutica é promissor.
É comum pessoas com TAG acreditarem que nunca conseguirão relaxar e ter a mente
livre de preocupações, pois desde que conseguem se lembrar estão com pensamentos
Referência: CARVALHO; Marcele Regine; MALAGRIS, Lucia Emmanoel Novaes; RANGE,
Bernard P. Psicoeducação em terapia cognitivo-comportamental. Novo Hamburgo: Sinopsys,
2019.
Francini de Araujo Daniel
Psicóloga Clínica – CRP 06/120348

negativos direcionados à saúde, segurança física e/ou financeira, problemas nos


relacionamentos, ou mesmo no fato de não conseguirem parar de pensar em diversos
problemas ao mesmo tempo. Porém, sabemos que as pessoas com TAG podem se livrar
da ansiedade e preocupação disfuncionais, afinal elas são mantidas pelo hábito, pois sua
mente aprendeu a pensar dessa forma, e para superá-lo, você precisa ensinar a sua mente
outras maneiras de pensar.
O tratamento do TAG ajudará você a relaxar a sua mente, examinando as vantagens e
desvantagens de se manter preocupado, e entendendo que pensamentos não são
verdades absolutas e questioná-los é fundamental.

Referência: CARVALHO; Marcele Regine; MALAGRIS, Lucia Emmanoel Novaes; RANGE,


Bernard P. Psicoeducação em terapia cognitivo-comportamental. Novo Hamburgo: Sinopsys,
2019.

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