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Avaliação e Análise de

Projectos de Investimentos

Cap. 2 Estudo de Viabilidade Económico-Financeiro


Sistema Integrado de Informação
Dr. Agostinho Miguel 4º Ano/II semestre/2023
João Dunn
Estudo de Viabilidade
 Objectivo essencial:
􀂅 Análise da viabilidade do projecto.
 Como se desenvolve:
 Baseia-se num processo de previsão assente em
pressupostos com o objectivo de estimar os efeitos
resultantes da implementação do plano de negócios.
 Eventuais problemas:
􀂅 Por ser uma análise previsional, caracterizada pela
incerteza inerente a todas as previsões de médio e
longo prazo, requer uma adequada análise de
sensibilidade.

Victor Chissingui/ Agostinho Miguel 2


Fases de Elaboração
 Pressupostos do Projecto
 Plano de Investimento
 Plano de Exploração Previsional
 Plano Financeiro e de Financiamento
 Demonstração de Resultados Previsional
 Balanço Previsional
 Análise de Viabilidade Económica e Financeira
 Análise de Sensibilidade

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SISTEMA INTEGRADO DE INFORMAÇÃO
Peças do Estudo Económico-Financeiro:
1. Plano de Investimento
- Mapa de Investimentos
- Calendário (Cronograma) de Investimentos
2. Plano de Exploração =>Demonstração de
Resultados Previsional
- Conta de Exploração anual
- CashFlow de Exploração
 3. Plano de Financiamento
- Orçamento de Tesouraria
- Fundo de Maneio
- Programa de Financiamento de Médio e Longo Prazo
 4. Balanços Previsionais

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SISTEMA INTEGRADO DE INFORMAÇÃO

 Pressupostos do projecto

 Este primeiro mapa tem como objectivo a


definição dos pressupostos gerais da
envolvente externa do projecto que, de
modo automático, serão reflectidos em
todo o desenvolvimento do estudo.

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Exemplo: Mapa de Pressupostos Gerais
Parametros a Definir 2010 2011 2012 2013
Parametros Gerais
Tx de Inflação
Tx. Crescimento Salários
Tx de Imposto Industrial
Tx. Segurança Social
Tx de Contr. Seg. Social + Seg. Ac. Trab.
Tx Risk Free ( Ot's 5 anos)

. Tx de Juro Operações Activas Longo Prazo


Tx de Juro Operações Activas Curto Prazo
Tx de Juro Operações Passivas
Rendibilidade Média Histórica Mercado Bolsista
Nível de Risco - Beta
I
II
III
IV
V
Valor parametro β para o Projecto
Valor COC
% Financiamento Capitais Próprios
% Financiamento Capitais Alheios
Valor CMPC
Coef. p/ preços Correntes
Parametros da Empresa
Prazo Médio de Stockagem (em dias)
Prazo Médio de Recebimentos (em dias)
Prazo Médio de Pagamentos (em dias)
Tx Crescimento Vendas com Projecto
Tx Crescimento das Vendas sem Projecto
Tx Crescimento FSE com Projecto
Tx Crescimento FSE sem Projecto
Tx Crescimento Outros Custos
Margem Operacional (1-(CMVMC/ V+P.Serv.))
Rácio(FSE/ V+P.Serv.) Victor Chissingui/ Agostinho Miguel 6
SISTEMA INTEGRADO DE INFORMAÇÃO
 O Sistema Integrado de Informação implica a
construção de toda uma série de documentos que devem
descrever todo o processo de investimento, assinalando-
se como peças fundamentais para o estudo económico-
financeiro, das quais se destacam:
 Plano de Investimentos
 Comporta a descriminação e escalonamento temporal dos
investimentos previstos, por forma a elaborarem-se o
Mapa de Investimentos e o Calendário ou Cronograma de
Investimentos;
 Plano de Financiamento
􀂅 Comporta a descrição e escalonamento temporal dos
financiamentos previstos, com o objectivo de elaboração e
cálculo do Orçamento de Tesouraria, Fundo de Maneio,
Programa de Financiamento a Médio e Longo Prazo e
Balanços Previsionais.
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SISTEMA INTEGRADO DE INFORMAÇÃO

 Plano de Investimentos
􀂅 Consiste na descrição e escalonamento
temporal dos investimentos previstos. Destes
irão fazer parte não apenas as despesas em
capital fixo corpóreo e incorpóreo como
também o fundo de maneio e os JDC.
􀂅 O escalonamento temporal dos investimentos
é muito importante, pois dele depende a
correcta elaboração do plano de
Financiamento.

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Plano de Investimentos
 Listagem dos investimentos em capital fixo (imobilizado
corpóreo) a efectuar e sua descrição pormenorizada;
 Investimento em capital circulante inicial – Fundo de
Maneio
􀂅 Ex: Despesas com constituição de stocks de MP; pagamento de
vencimento; outras despesas.
 Investimentos em activos incorpóreos necessários à
consecução do projecto
􀂅 Ex: Despesas de constituição, formação e treino do pessoal.
 Juros a suportar antes do arranque (JDC).
 Investimento a Amortizar e Cálculo das Amortizações.

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Exemplo: Mapa de Investimentos
Rubricas Ano 1 Ano 2 Ano 3….. Total Invest/to
I. ACTIVO FIXO CORPÓREO
1 - Custo do Terreno 0 0 0 0
1.1 - Terreno
1.1 - Edifício
2 - Infraestruturas Exteriores 0 0 0 0
2.1 - Vedações/Estaleiro
2.2 - Movimento de Terras
2.3 - Redes de águas/esgotos
.
2.4 - Instalações de gás e elecrticidade
2.5 - Arranjos exteriores / Acessos
2.6 - Equipamento desportivo
2.7 - Diversos
3 - Construção Civil 0 0 0 0
3.1 - Movimentos de terras
3.2 - Estrutura
3.3 - Alveranias
3.4 - Cobertura
3.5 - Impermeabilização
3.6 - Revestimantos e Acabamentos
3.7 - Carpintarias
3.8 - Serralharias
3.9 - Cantarias
3.10 - Louças e equipamento sanitário
3.11 - Rede de águas
3.12 - Rede de esgotos
3.13 - Instalações de gás electricidade
3.14 - Diversos
4 - Equipamentos 0 0 0 0
4.1 - Equipamento telefónico e telex
4.2 - Equipamento de som
4.3 - Equipamento de comunicações
4.4 - Equipamento administrativo e informático
……………………………..
4.14 - Viaturas
4.15 - Diversos Victor Chissingui/ Agostinho Miguel 10
Subtotal 0 0 0 0
Exemplo: Mapa de Investimentos ( Cont )

.Rubricas Ano 1 Ano 2 Ano 3…. Total Invest/to


II. ACTIVO FIXO INCORPÓREO
6. Capital Fixo Incorpóreo 0 0 0 0
6.1 - Estudos e projectos
6.1.1 - Projectos de Arquitectura, Engenharia e Decoração
6.1.2 - Estudos de Investimento 0 0 0 0
6.1.3 - Outros Estudos
6.2 - Outros
6.2.1 - Software
6.2.2 - Licenciamento
SUB-TOTAL
III. JUROS DURANTE A FASE DE INVESTIMENTO 0 0 0
IV. FUNDO DE MANEIO ASSOCIADO AO PROJECTO (NFM) 0 0 0
TOTAL DO INVESTIMENTO (1+2+3+4) 0 0 0 0

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Plano de Investimentos

Nota: No caso de fornecimento de


equipamento estrangeiro, deve-se
considerar a taxa de inflação estrangeira,
para além da nacional, bem como a
cotação da moeda estrangeira no
momento do pagamento.

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CRONOGRAMA INVESTIMENTOS: Exemplo
 • CONDIÇÕES COMERCIAIS:
-Os pagamentos serão efectuados de acordo com o seguinte:
* 40% com a encomenda +imposto sobre consumo
* 20% 30 dias após o início dos trabalhos + imposto sobre consumo
* 20% com prova hidráulica + imposto sobre consumo
* 20% com a recepção definitiva mas nunca mais de 30 dias após a conclusão dos
Trabalhos

 • CONDIÇÕES PARTICULARES:
CONSIDERAÇÕES
Consideramos que o n/ preço cobre os equipamentos e mão-de-obra total.

 •PLANIFICAÇÃO:
- Para a formação das nossas condições consideramos o prazo de execução de acordo
com plano anexo.
- A planificação efectuada constitui um compromisso mútuo fornecedor/cliente, pelo
que qualquer atraso cuja responsabilidade não nos possa ser atribuída, não poderá ser
incluído no prazo que nos propomos para a execução dos trabalhos.
- Consideramos que o trabalho será executado em horário normal de 38 horas semanais.

• CONDIÇÕES ESPECIAIS:
- Manteremos à frente dos trabalhos, um Director Técnico com as qualificações
requeridas para o exercício das funções.

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CRONOGRAMA INVESTIMENTOS: Exemplo
REPARAÇÃO DA CALDEIRA E ECONOMIZADOR
 Empresa X Fevereiro Março Abril
Actividades Semstre I Semestre 2 Semestre 3 Semestre4 Semestre 5 Semestre 6 Semestre7 Semestre 8 Semestre 9 Semestre 10 semestre 11 Semestre 12
APROVISIONAMENTOS
FABRICO
TRANSPORTE DE
MATERIAIS
DESMONTAGEM
MONTAGEM
ARRANQUE
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Plano de Exploração
 No Plano de Exploração temos fundamentalmente a
elaboração de orçamentos de vendas e despesas baseados
no estudo técnico e no estudo de mercado, de modo à
constituição da conta de exploração previsional, onde se
sistematizam os custos e proveitos anuais do projecto, para
o cálculo dos resultados líquidos previsionais e
determinação da respectiva rendibilidade do projecto.

 Como a Conta de Exploração respeita a períodos dilatados


de tempo e de modo a possibilitar a comparabilidade dos
dados, esta é efectuada a preços constantes,
referenciando-se ao mesmo ano base que o mapa de
investimento.

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Plano de Exploração

 Na sua elaboração temos que conjugar


informações de outros mapas, nomeadamente:
􀂅 Plano de financiamento, com vista a se obterem os
valores para os encargos financeiros que incluem
encargos relativos a:
 Financiamentos de médio e longo prazo;
 Financiamentos de curto prazo para suportar eventuais
necessidades de tesouraria devido ao facto do projecto
não começar inicialmente a produzir nas suas
potencialidades reais, ou seja, em regra produz
inicialmente abaixo da sua capacidade de cruzeiro

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Plano de Exploração

 Assim, torna-se necessário conjugar além da informação


do Plano de Investimentos de médio e longo prazo, as
necessidades de financiamento de curto prazo,
identificadas através do orçamento financeiro.

 MUITO IMPORT: Relativamente à conta de exploração


previsional, só devem ser consideradas as despesas e
receitas resultantes do projecto.

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Plano de Exploração

 Portanto, independentemente da conta de exploração


geral da empresa.
􀂅 O Plano de Exploração deve ser apresentado
separadamente, para se analisar qual a influência em
termos de resultados que o projecto introduz na
empresa.
􀂅 Caso o projecto a desenvolver seja integrado numa
empresa já existente e em actividade, tal circunstância,
apesar de não ter qualquer relevância para a
determinação da viabilidade económica do
projecto, contribui de forma muito directa para o
sucesso, na prática, da implementação do projecto.
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Plano de Exploração
 Assim temos,

 􀂅 Se a empresa se encontra numa má condição financeira, pode


conduzir ao uso de receitas geradas pelo projecto, afectando a
rendibilidade inicialmente prevista e até mesmo a sua viabilidade.

􀂅 Por outro lado, o facto de o projecto se desenvolver dentro de


uma empresa já existente, permite que numa fase inicial em que o
projecto não funciona a 100%, que a empresa possa suprir com
receitas da sua actividade normal alguma necessidade de
financiamento pontual do projecto.

Cf Exploração =Fluxos de tesouraria (+) – Fluxos de tesouraria(-)


Cf Exploração=RL+Amort.+Encargos Financeiros

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PLANO de EXPLORAÇÃO
 Definição CF Exploração:
Como no computo do Cash Flow não são deduzidas as
amortizações e os encargos financeiros, podemos dizer que ele
representa o montante de resultados que ao longo da vida útil
do projecto se destina à recuperação do investimento efectuado
(através das amortizações), à remuneração do capital alheio
(através dos encargos financeiros) e à remuneração do capital
próprio (através dos resultados líquidos).

Conclusão:
Em termos sintéticos, o Cash Flow bruto de exploração de um
projecto viável é aquele que permite cobrir, na sua vida útil, a
totalidade do capital investido e a respectiva remuneração face ao
nível de risco do projecto.

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Plano de Exploração

Mapas:
􀂅 Vendas de Produtos Acabados
􀂅 Vendas de Mercadorias
􀂅 Custo das Matérias Consumidas
􀂅 Custo das Mercadorias Vendidas
􀂅 Prestação de Serviços
􀂅 Fornecimento de Serviços Externos
􀂅 Custos com o Pessoal
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Exemplo: Demonstração de Resultados Previsionais
Rubricas PGC 2010 2011 2012…
PROVEITOS E GANHOS
1. Vendas
1.1. Produtos
1.2. Mercadorias
2. Prestação de Serviços
3. Variação da Produção
4. Trabalhos para a Própria Empresa
5. Proveitos Suplementares
6. Subsídios à Exploração
7. Outros Proveitos e Ganhos de Exploração
8. Proveitos e Ganhos Financeiros de Exploração
9. TOTAL dos proveitos de Exploração (1+2+3+4+5+6+7+8)
10. Custo de Mercadorias
11. Custo de Mat. Primas e Subsid. Consumidas
12. Fornecimentos e Serviços Externos
12.1 Subcontratos
12.2 Trabalhos Especializados
12.3 Electricidade e Combustíveis
12.4 Comissões e Royalties
12.5 Rendas
12.6 Outros Fornecimentos e Serviços Externos -
13. Custos com o Pessoal
14. Amortizações do Exercício
15. Provisões do Exercício
16. Impostos
16.1 Directos
16.2 Indirectos
17. Outros Custos de Exploração
18. Custos e Perdas Financeiras de Exploração
19. TOTAL dos custos de Exploração (10+11+12+13+14+15+16+17+18)
20. RESULTADOS DE EXPLORAÇÃO (9-19)
21. Proveitos e Ganhos Extraordinários
22. Custos e Perdas Extraordinárias
23. RESULTADOS ANTES DA FUNÇÃO FINANCEIRA (20+21-22)
24. Proveitos e Ganhos Financeiros
25. Custos e Perdas Financeiras
25.1 Juros Suportados
25.2 Outros
26. RESULTADOS ANTES DE IMPOSTOS (23+24-25
27. Imposto sobre o Rendimento do Exercício
28. RESULTADOS LÍQUIDOS (26-27)

MEIOS LIBERTOS
MEIOS LIBERTOS ACUMULADOS

Victor
Resultado Antes de Encargos Financeiros Chissingui/ Agostinho
e Impostos Miguel 22
Plano de Financiamento
 O Plano Financeiro ou de Financiamento
destina-se a dotar o projecto dos meios
necessários à sua completa concretização
􀂅 Inclui:
􀂅 Financiamento de Curto Prazo
􀂅 Orçamento de Tesouraria
􀂅 Fundo de Maneio

􀂅 Financiamento de Médio e longo Prazo


􀂅 Mapa de Serviço da Dívida
􀂄 Orçamento Financeiro

􀂅 Balanços Previsionais
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Plano de Financiamento
 Nota: O saldo do orçamento de tesouraria (CashFlow
Total ) permite detectar as carências previsíveis de
liquidez, evidenciando, em consequência, as
necessidades de financiamento de forma a estabelecer-
se um Plano de Financiamento adequado quanto a:
􀂅 montantes
􀂅 prazos
􀂅 modalidades de reembolso de empréstimos

adequados ao nível de:


􀂅 capital social;
􀂅 futuras políticas de distribuição de resultados;
􀂅 constituição de reservas;
􀂅 etc..

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Exemplo: Mapa de Financiamento
Rubricas 2010 2011 Total % Invest.
1. CAPITAIS PRÓPRIOS
1.1. Capital
Aumento de Capital Próprio
1.2. Prestações suplementares de Capital
SUBTOTAL 1
2. AUTOFINANCIAMENTO(1)
3. OUTROS(2)
SUBTOTAL 2
4. CAPITAIS ALHEIOS
4.1. Dívidas a Instituições de Crédito
4.2. Dívidas a Sócios/Accionistas
4.2.1. Suprimentos Consolidados
4.2.2. Outras dívidas a sócios/accionistas
4.3. Fornecedores de imobilizado
4.4. Locação Financeira
4.5. Outros *
SUBTOTAL 3
FINANCIAMENTO TOTAL
Montante de Investimento
Saldo (Financiamento-Investimento)
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Plano de Financiamento
 Quer para financiar o arranque da exploração de uma actividade produtiva,
quer para seu desenvolvimento corrente, já se referiu que são necessários
meios financeiros para além dos que são inicialmente investidos em activos
fixos.

 Estes fundos destinam-se a financiar o activo circulante, ou seja, permitir a


actividade produtiva, apesar do desfasamento temporal entre a realização
das despesas de produção e a realização das receitas da sua venda, e
permitir a manutenção de um nível adequado de stocks de MP.

 Mas, a realização de um projecto de investimento representa uma


aplicação de fundos de que o seu promotor dispõe ou terá de obter de
terceiros:

􀂅 Se os fundos pertencerem ao promotor do projecto, designam-se por


capitais próprios;

􀂅 Se pertencerem a terceiros, designam-se por capitais alheios.

Victor Chissingui/ Agostinho Miguel 26


Plano de Financiamento
 Os fundos podem ainda ser aplicados em investimento
propriamente dito ou em exploração, pelo que é importante
distinguir o capital alheio em capital de financiamento ou de
funcionamento:
􀂅 Capital de funcionamento (circulante) corresponde a um
financiamento à actividade corrente, preferivelmente em activos
realizáveis a curto prazo, sendo consubstanciado em empréstimos
de curto prazo;

􀂅 Capital de financiamento destina-se à aquisição de activos


fixos
(imobilizado), pelo que se consubstancia em empréstimos de médio
e longo prazo.

 Orçamento Financeiro - utiliza a forma como se apresenta na


análise financeira.

OBS.: Os RL retirados da conta de exploração encontram-se a preços


constantes, enquanto que os elementos de financiamento são
efectuados a preços correntes, o que implica o seu cálculo a valores
a preços correntes. 27
Victor Chissingui/ Agostinho Miguel
Exemplo: Orçamento de Tesouraria
Anos / Montantes
RUBRICAS 2010 2011 2012 2014 2015
A - ACTIVIDADES OPERACIONAIS
1 - RECEBIMENTOS DE EXPLORAÇÃO
2 - PAGAMENTOS DE EXPLORAÇÃO
3 - FLUXOS TESOURARIA DAS ACTIVIDADES OPERACIONAIS (1-2)
B - ACTIVIDADES DE INVESTIMENTO
4 - RECEBIMENTOS PROVENIENTES DE:
- Investimentos financeiros
- Imobilizações
- Subsídios:
. A fundo perdido
. Reembolsáveis
Outros
5. Pagamentos Respeitantes A:
.Investimentos Financeiros
.Imobilizaçoes
.Outros
6 - FLUXOS DE TESOURARIA DAS ACTIVIDADES DE INVESTIMENTO (4-5)
C - ACTIVIDADES DE FINANCIAMENTO
7 - RECEBIMENTOS PROVENIENTES DE:
-Empréstimos obtidos
- Aumentos de capital, prest.suplem.,prémios de emissão
- Venda de acções (quotas) próprias
- Juros e proveitos similares
8 - PAGAMENTOS RESPEITANTES A:
- Empréstimos obtidos
- Amortizações de contratos de locação financeira
- Encargos financeiros
- Outros
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Plano de Financiamento
 Balanços Previsionais - servem para a obtenção de informação
interessante para avaliar a qualidade do projecto, bem como para
avaliar o rigor da informação nele contida.

􀂅 Assim, podem tirar-se conclusões importantes pela comparação


com
balanços de empresas do sector em termos de estrutura,
nomeadamente através de rácios.

􀂅 Para além disso a construção de Balanços Previsionais garante a


exactidão dos dados calculados, pois caso contrário não se
conseguiria resolver a equação fundamental da contabilidade
(A=CP+P).

􀂅 Deve-se também apresentar a Demonstração da Conta Estado e


Outros Entes Públicos.

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Exemplo: Balanço Previsional
Rubricas PGC ANO1 ANO2 ANO3 ANO CRUZEIRO
ACTIVO
Imobilizado Bruto
1.1 Imobilizações Incorpóreas
1.2 Imobilizações Corpóreas
1.3 Imobilizações Financeiras
1.4 Imobilizações em Curso
2. Amortizações Acumuladas
3. Existências
3.1 Matérias Primas
3.2 Produtos Acabados e em Curso
3.3 Mercadorias
3.4 Outros
4. Provisões p/Depreciação de Existências
5. Dívidas de Terceiros - M/L Prazo
6. Dívidas de Terceiros - C. Prazo
6.1 Clientes
6.2 Outros
7. Provisões p/Cobranças Duvidosas
8. Depósitos Bancários/Caixa/Títulos Negociáveis
9. Acréscimos e Diferimentos
10. TOTAL DO ACTIVO (1-2+3-4+5+6-7+8+9)
CAPITAL PRÓPRIO
11. Capital/Acções Próprias
12. Prestações Suplementares
13. Ajustamento de partes de capital
14. Reservas
15. Resultados Transitados
16. Resultado Líquido do Exercício
17. Dividendos Antecipados
18. TOTAL DO CAP. PRÓPRIO (10+11+12+13+14+15+16+17)
PASSIVO
19. Provisões para Riscos e Encargos
20. Dívidas a Terceiros - M/L Prazo
20.1 Dívidas a Instituições de Crédito
20.2 Dívidas a Fornecedores de Imobilizado
20.3 Dívidas a Sócios (Suprimentos)
20.4 Outras Dívidas
21. Dívidas a Terceiros C. Prazo
21.1 Dívidas a Instituições de Crédito
21.2 Fornecedores
21.3 Sector Público Estatal
21.4 Outras Dívidas
22. Acréscimos e Diferimentos
23. TOTAL DO PASSIVO (19+20+21+22)
24. TOTAL DO PASSIVO+CAP. PRÓP. (18+23)
RESERVAS DE REAVALIAÇÃO Victor Chissingui/ Agostinho Miguel 30
PREÇOS CORRENTES/PREÇOS CONSTANTES

 Na construção do Sistema Integrado de Informação obtém


-se valores e mapas a preços constantes e valores e mapas a preços
correntes

 A razão da existência destas duas situações prende-se com o facto de que


é necessário na análise do projecto atender sempre a duas circunstâncias, por um lado
a análise de rendibilidade e, por outro lado, a análise do financiamento do projecto.
􀂅 Análise de rendibilidade - aplicam-se vários métodos, como o VAL ou a TIR, para
os quais os valores de cash flow têm de ser comparáveis para os vários anos, daí a
necessidade de uma análise a preços constantes.
􀂅 Análise do financiamento do projecto - importa conhecer todos os montantes a
serem despendidos e em que datas, daí a análise a preços correntes.

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Avaliação a Preços Correntes Versus Avaliação a Preços
Constantes

• Avaliação a Preços Constantes


Definição: Consiste numa avaliação em que os preços relativos dos diferentes
bens e serviços se mantêm constantes ao longo do período, variando
apenas as quantidades.

Exemplo: T0 T1
Receitas PV0*q0 Pv 0*q1
Despesas Pc0*q0 pc0*q1
Resultados (pv 0-pc0)*q0 (pv 0-Pc0)*q1
Trata-se de uma avaliação em que a designação dos valores em preços e
quantidades é menos exigente do que na avaliação a preços correntes

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Avaliação Preços Correntes
 Definição: Consiste numa avaliação em que as quantidades e os
preços dos bens e serviços variam.
Em contextos inflacionistas pode ser desejável efectuar-se a avaliação
a preços correntes.
Exemplo:

T0 T1

Receitas PV0*q0 Pv1*q1

Despesas Pc0*q0 pc1*q1

Resultados (pv0-pc0)*q0 (pv1-Pc1)*q1

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Avaliação Preços Correntes
 Trata-se de uma avaliação em que a designação dos valores em
preços e quantidades é mais exigente do que na avaliação a preços
constantes.
 Neste tipo de avaliação torna-se necessário prever a evolução quer
das quantidades quer dos preços das diferentes rubricas.

 OBS:
 Para contabilizar os encargos financeiros a preços correntes é
necessário prever a evolução da taxa de juro activa que se
verificará ao longo do período de vida do projecto.

 Para contabilizar as despesas com o pessoal é necessário


prever a evolução futura dos salários.

 Para contabilizar as Amortizações, torna-se necessário prever


a evolução dos preços dos equipamentos de substituição.

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Avaliação Preços Correntes
 Como em geral é difícil prever a evolução dos diferentes preços
relativos aos diferentes bens, alguns autores defendem a aplicação
de uma taxa de inflação uniforme a todas as rubricas.

 Tal procedimento é incorrecto porque o resultado vem idêntico ao


encontrado com preços constantes, capitalizados à taxa de inflação
esperada.

T0 T1
Resultado (pv 0-pc0)*q0 (pv 0-pc0)*(1+inf)*q1

Victor Chissingui/ Agostinho Miguel 35


Avaliação Preços Correntes
Do exemplo se retira que uma avaliação a preços
correntes só dá resultados diferentes da avaliação a
preços constantes quando a taxa de inflação é diferente
de rubrica para rubrica.
Conclusão:
 A Avaliação a preços correntes deve fazer-se com os
preços das diferentes rubricas a crescerem de forma
diferenciada.
􀂅 As restrições fiscais limitam o tratamento a preços
correntes das Amortizações e das Existências,
devido ao princípio contabilístico do custo histórico

Victor Chissingui/ Agostinho Miguel 36


Avaliação Preços Correntes
NOTA:
 A avaliação a preços correntes é aconselhável quando o
projecto recorre a incentivos ao investimento a fundo
perdido.

 Nesta situação, a avaliação a preços constantes tende a


subavaliar a despesa do investimento e a
diminuir o financiamento a fundo perdido que é possível
obter, penalizando desta forma o projecto.

Victor Chissingui/ Agostinho Miguel 37


AVALIAÇÃO NA ÓPTICA DO PROJECTO E NA
ÓPTICA DO INVESTIDOR
 Na perspectiva do investidor a despesa de
investimento é constituída apenas pelo capital próprio
com que ele entra no projecto.

 As receitas de investimento são definidas pelo Cash


Flow após encargos financeiros e Amortizações de
dívida (Cash Flow = RL + A)
 Na perspectiva do projecto, a despesa de
investimento é constituída pelo capital próprio e
capital alheio.

 As receitas de investimento são definidas pelo Cash


Flow incluindo os encargos financeiros e a
amortização da dívida (Cash Flow = RL + A + EF)
Victor Chissingui/ Agostinho Miguel 38
AVALIAÇÃO NA ÓPTICA DO PROJECTO E NA
ÓPTICA DO INVESTIDOR
 A taxa de actualização também é
diferente:
 Projecto: COC =Ka =>custos do Activo,
pelo facto da empresa se apropriar de
todo o risco e de todo o rendimento.
 Investidor: COC = Kcp ⇒ custo capital
próprio, pois o investidor suporta quase
todo o risco mas não se apropria de todo
o rendimento, já que parte dele remunera
o capital alheio.
Victor Chissingui/ Agostinho Miguel 39
AVALIAÇÃO NA ÓPTICA DO PROJECTO E NA
ÓPTICA DO INVESTIDOR

 A taxa de actualização também é diferente:


 Projecto: COC =Ka =>custos do Activo, pelo facto da empresa se
apropriar de todo o risco e de todo o rendimento.
 Investidor: COC = Kcp => custo capital próprio, pois o investidor
suporta quase todo o risco mas não se apropria de todo o
rendimento, já que parte dele remunera o capital alheio.
CP CA
K a  K cp   K ca (1  T ) 
CP  CA CP  CA

 Nota: A Teoria e Prática AP consiste em considerar a óptica do


projecto.

Victor Chissingui/ Agostinho Miguel 40


Análise de Viabilidade Económico-Financeira

 Critérios de Decisão na Abordagem Tradicional


 VAL
 TIR
 Payback
 Índice de Rendibilidade

Victor Chissingui/ Agostinho Miguel 41


Análise de Sensibilidade
 Principais dificuldades da análise de projectos
de investimento:
􀂅 Carácter previsional (contexto de incerteza):
􀂅 Incerteza do meio envolvente (económico, social,
tecnológico, etc.);
􀂅 Riscos inerentes à empresa.

 Tudo o que possa ser feito no sentido de reduzir os


perigos associados à incerteza referida contribuirá
decisivamente para o sucesso do projecto.

Victor Chissingui/ Agostinho Miguel 42


Análise de Sensibilidade
 Análise de sensibilidade de um projecto às suas
variáveis pretende avaliar em que medida um
projecto de investimento (particularmente no que
concerne aos seus indicadores de
rendibilidade/viabilidade, v.g., VAL e TIR) reage a
alterações dessas variáveis.

􀂅 A determinação das variáveis críticas de um


projecto de investimento assume um papel
essencial em dois momentos cruciais da vida de
um projecto de investimento.
 No momento da previsão; e
 No período de realização do projecto.
Victor Chissingui/ Agostinho Miguel 43
Análise de Sensibilidade
 Para as variáveis críticas, e no sentido de tornar mais
eficaz o controlo da evolução e viabilidade do projecto, é
desejável que sejam determinados os chamados “limiares
de rendibilidade”.
 Valores mínimos (para proveitos) ou máximos (para
custos) que as variáveis podem tomar sem que seja
posta em causa a viabilidade do projecto.

 Determina-se, efectuando simulações sucessivas para


essas variáveis (descidas para variáveis proveitos e
subidas para variáveis custos) até que o VAL seja nulo
ou que a TIR = COC.

Victor Chissingui/ Agostinho Miguel 44

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