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Ayurveda

Introdução aos Fundamentos de Ayurveda

Responsável pelo Conteúdo:


Prof.ª Esp. Ana Paula Malinauskas

Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin
Introdução aos Fundamentos de Ayurveda

Nesta unidade, trabalharemos os seguintes tópicos:


• Introdução ao Ayurveda;
• Objetivo do Ayurveda ;
• História do Ayurveda ;
• Pancha Mahabhutas – Os Cinco Grandes Elementos;
• Os Doshas (Humores) – Vata/Pitta/Kapha;

Fonte: iStock/Getty Images


• Prakriti e Vikriti;
• Considerações Finais;
• Anexo – Questionário Prakrit.

Objetivos
• Estudar de forma introdutória os conceitos da Medicina ayurvédica e a importância dos
seus principais textos;
• Entender os conceitos, as qualidades e as propriedades de cada um dos 5 elementos;
• Identificar os Doshas e sua composição;
• Entender os conceitos de Prakrit (essência) e Vikrit (alterações);
• Analisar de forma clínica o Prakrit de um indivíduo por meio da análise das característi-
cas de cada Dosha.

Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o úl-
timo momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material
trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas.
Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você
poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns
dias e determinar como o seu “momento do estudo”.
No material de cada Unidade, há videoaulas e leituras indicadas, assim como sugestões
de materiais complementares, elementos didáticos que ampliarão sua interpretação e
auxiliarão o pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de
discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de
propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de
troca de ideias e aprendizagem.
Bons Estudos!
UNIDADE
Introdução aos Fundamentos de Ayurveda

Contextualização
De origem indiana, com mais de 5.000 anos, e imutável na sua essência, o Ayurveda
é o sistema de conhecimento médico mais antigo do mundo, sendo dele emanadas todas
as outras racionalidades médicas mundiais.

Auys, em sânscrito, significa vida, e Veda significa Ciência ou conhecimento, sendo o


termo traduzido, geralmente, como “Ciência da Vida” ou como “Ciência da Longevidade”

Segundo os textos tradicionais, o Ayurveda é considerado um sistema de prevenção


e promoção da saúde com o objetivo de afastar a doença e viver num estado de bem-
-estar maior, permitindo-nos uma vida mais longa e melhor.

No Ayurveda, o ser humano é tratado como um ser único e individual, que deve viver
integrado à natureza, bem como conectado aos seus ritmos naturais.

Devemos ingerir alimentos puros e naturais, próprios da estação do ano, e ter hábitos
de vida saudáveis. Além disso, devemos utilizar ervas Medicinais, óleos vegetais, técnicas
de massagem, de purificação, de yoga e de meditação.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) reconhece e recomenda o Ayurveda como um


método eficiente e eficaz, devendo ser incorporado pela Saúde Pública em todo o mundo.

Recentemente aqui, no Brasil, o Ministério da Saúde, pela Portaria n. 849/2017,


incluiu o Ayurveda na Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares,
fazendo, então, parte do Sistema Único de Saúde (SUS).

Para iniciarmos esta unidade, convido você a assistir um vídeo sobre “O que é Ayurveda?”.
Acesse: https://youtu.be/MaAgF5mjfks

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Introdução ao Ayurveda
Ayurveda é um sistema holístico de Medicina originário da Índia, há aproximada-
mente cinco mil anos. Foi primeiramente descrito nos Vedas, a mais antiga Literatura
existente no mundo.

A palavra Ayurveda é um termo em sânscrito, composto por dois radicais: Ayus sig-
nifica vida, modo de vida ou estilo de vida, e Veda significa Ciência ou conhecimento.

Na Literatura ocidental, são encontradas diversas traduções para Ayurveda, como,


por exemplo, Ciência da Vida, Ciência da Longevidade, Conhecimento da Vida, Co-
nhecimento dos Ciclos da Vida ou, ainda, Dinâmica da Vida.

Na base dessa Ciência reside a compreensão do que significa “ser humano”. Segun-
do o Ayurveda, a vida é uma manifestação da consciência infinita por meio de uma
composição inteligente e equilibrada de quatro componentes:
• Corpo (savira);
• Sentidos/percepção (indryas);
• Intelecto (satva);
• Alma (atma).

O corpo, os sentidos/percepção e o intelecto compõem Prakrit, a matéria, que cor-


responde a tudo que se move e sofre alterações.

A alma corresponde a Purusha, o espírito, imutável e imóvel.

Diferente da Medicina ocidental, que segrega o ser humano em partes, a Medicina


ayurvédica aborda os fatores físicos, emocionais, intelectuais e espirituais, tratando o ser
humano como multidimensional e único.

A integração desses 4 componentes, em equilíbrio, produz o que é chamado de Swastia,


ou aquilo que conhecemos como Saúde.

Para o Ayurveda, uma pessoa sadia é aquela que apresenta equilíbrio dos princípios
vitais (Doshas), força das enzimas metabólicas e digestivas (agni), adequado funciona-
mento e vitalidade dos tecidos (dhatus), permeabilidade dos canais (srotas), qualidade
nas excreções (malas), controle dos sentidos e serenidade da mente (LAD, 2006).

De acordo com os textos ayurvédicos, somente dessa forma é possível afastar a doen-
ça, grande responsável por um dos maiores medos da humanidade, a morte.

Objetivo do Ayurveda
O Ayurveda é um sistema de Medicina tradicional que compreende um conjunto de
métodos naturais aplicados à promoção da saúde e à prevenção das doenças, na busca
de prolongar a vida.

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UNIDADE
Introdução aos Fundamentos de Ayurveda

A OMS recomenda o Ayurveda como método eficiente e eficaz, que deve ser absorvido pela
Saúde Pública em todo mundo. O Ministério da Saúde, por meio da Portaria n. 849/2017,
incluiu o Ayurveda na Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares, incluin-
do-o no SUS.

De forma geral, o Ayuverda:


• Dá ênfase à prevenção: enfatiza a autocura, principalmente, a prevenção das doen-
ças, determinando o que o indivíduo deve ou não fazer. As condutas são determina-
das de acordo com o Dosha e o desequilíbrio de cada indivíduo;
• Propõe a singularidade e a individualização: a Medicina ocidental corrige ou tenta
corrigir a parte do corpo atingida pela doença. No Ayurveda, além de tratar a do-
ença, o indivíduo é tratado como o todo, levando em consideração o corpo físico,
seu estado emocional e seu espírito;
• Oferece poucos efeitos colaterais: os medicamentos ayurvédicos possuem, atrás
de si, séculos de experiências tradicionais, apresentando poucos efeitos tóxicos ao
organismo humano. Mesmo certos materiais tóxicos utilizados na preparação dos
medicamentos são sempre submetidos à desintoxicação, o que os torna mais acei-
táveis pelo organismo, antes de serem administrados na forma de medicamento;
• Utiliza recursos naturais: além da alimentação adequada para cada Dosha, o Ayurveda
utiliza ervas medicinais indianas, óleos vegetais, pedras preciosas etc.;
• Promove o autoconhecimento: o Ayurveda faz o indivíduo tomar consciência se si,
dos elementos que o compõem, dos alimentos e das ervas adequadas para ingestão,
dos horários do dia adequados para atividades físicas, mentais, alimentares, sono
etc. Além disso, de forma muito simples, promove a auto-observação diária, por
meio de simples condutas;
• É um campo aberto para experimentação.

Nas Bases de Dados da US National Library of Medicine e do National Institute of Health


(PubMed / Medline https://goo.gl/Pu8hQJ), se você fizer uma busca somente com a palavra
Ayurveda, retornarão mais de cinco mil artigos publicados.

História do Ayurveda
É um sistema de Medicina tradicional, originário da Índia e tem, seguramente, mais
de 5.000 anos. Acredita-se que seja o sistema de cura mais antigo ainda vivo, dando
base para a formação de todos os outros sistemas.

Em sua base, o Ayurveda é muito abrangente e holístico, vez que considera o ser
humano em sua totalidade, assim como tudo e todos que o rodeiam, e sua forma de se
relacionarem, sendo esses os fatores que influenciam na saúde individual.

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De acordo com a Mitologia hindu, Brahma (o criador do Universo), num estado de
meditação, intuiu que a Humanidade estava em sofrimento, devido ao acometimento de
diversas doenças físicas e mentais.

Então, com sua infinita compaixão, resolveu doar ao ser humano um conhecimento
que curasse as doenças, prevenisse as patologias e promovesse a saúde.

Assim, essa sabedoria foi transmitida para Daksha Prajapati que, por sua vez, ensi-
nou aos médicos dos deuses, os gêmeos Ahswins, e esses repassaram para Indra (o rei
dos deuses), que recebeu a missão de transmiti-la à Humanidade.

Os sábios (no plano terreno) se reuniram e escolheram Bhraradwaja para que Indra
transmitisse a “Ciência da Vida”. Bharadwaja teve a missão de transmiti-la aos sábios,
dentre eles, Atreya, que tinha seis discípulos, entre eles Agnivesa, que compreendeu
melhor toda a sabedoria e escreveu Agnivesa Tantra, texto que deu origem ao Charaka
Samhita (CARNEIRO, 2009).

Existem quatro grandes livros védicos de espiritualidade, que lidam com assuntos
como Saúde, Ecologia, Astrologia, Espiritualidade, Militarismo, Gerência Governamen-
tal, Poesia e Ética. Tudo isso era parte da espiritualidade e a vida era sagrada, de manei-
ra holística e integrativa. A separação da vida em setores, como fazemos hoje em dia,
não acontecia e não era considerada natural.

Os Vedas, como são chamados esses livros, são: Righ, Sama, Yajur e Atharva. O
Ayurveda tem sua origem no Atharvaveda. Esse texto aborda o aspecto terapêutico de
uma vida espiritual adequada e abrangente, com assuntos como Ecologia (solo, sol, lua,
água etc.); aconselha acerca de Política, Sociologia, Economia, Saúde e outras áreas
da vida.

De maneira geral, ensina como permanecer em paz de espírito e em harmonia com a


Natureza. Além disso, há muitos hinos para a descrição da Anatomia e da Fisiologia hu-
manas, assim como técnicas de cirurgia. No Righveda, há diversos hinos para descrever
as constituições (Doshas) – Vata, Pitta e Kapha – temas que serão abordados adiante.

Historicamente, sabe-se que, no século VIII a.C., os conhecimentos do Ayurveda


estavam deturpados e a tradição perdida, com muitos conceitos compreendidos erro-
neamente. Visando a corrigir esses mal-entendidos, que levaram a práticas incorretas e
até perigosas, Charaka, um renomado médico ayurvédico da época, refinou e editou o
Tratado de Agnivesa Tantra, conhecido como Charaka Samhita.

Mais tarde, por volta do século V a.C., o conhecimento cirúrgico dessa Ciência milenar
também foi agrupado, sendo formado um colegiado de estudiosos, liderado por Sushruta.

A formação dessas duas Escolas do Ayurveda, a Clínica e a Cirúrgica, elevou esse


sistema de Medicina a um patamar de verificabilidade e constatação científicas, podendo
ser, então, chamado de sistema médico.

Por meio das pesquisas e dos testes que realizaram, puderam desconectar o esoteris-
mo das práticas médicas, conquistando maior clareza de conceitos e maior confiabilida-
de social.

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UNIDADE
Introdução aos Fundamentos de Ayurveda

Afirma-se que, por corresponderem à sabedoria eterna, os Vedas se adaptam às dife-


rentes Culturas e eras, de maneira que essa sabedoria espiritual e holística acabou dando
ênfase também à mente e ao corpo. Nos seus ensinamentos fica claro, entretanto, que
a principal causa do adoecimento é a perda da fé na espiritualidade.

Charaka e Sushruta são os dois principais organizadores do Ayurveda dos quais


ainda temos os textos preservados. O terceiro grande Tratado se chama Ashtanga
Hridayam, e é um resumo extensivo desses dois textos anteriores.

Assim, temos os três grandes textos do Ayurveda: Charaka Samhita (compêndio


de Clínica Médica), Sushruta Samhita (Tratado de Medicina cirúrgica) e Ashtanga
Hridayam Samhita. Acredita-se que esses textos tenham mais de 1.200 anos.

De maneira geral, o Charaka Samhita aborda temas como: Fisiologia, Anatomia,


etiologia, patogenia, Semiologia (sinais) e Propedêutica (sintomas), diagnósticos, trata-
mentos, prevenção, promoção da saúde e longevidade, herbologia, dietética, embriolo-
gia e estilo de vida.

Por sua vez, o Sushruta Samhita engloba: equipamentos cirúrgicos, tratamentos de


abscessos, queimaduras, fraturas, feridas, técnicas de amputação, Anatomia humana,
Cirurgia Plástica, técnicas de massagem, descrição dos marmas, Ginecologia e alquimia.

Esse texto também define as 8 especialidades médicas do Ayurveda (Ashtanga Ayurveda),


que são:
1. Kaya Chikitsa – Clínica Médica, relacionada à alma, à mente e ao corpo. A
Teoria Psicossomática reconhece que a mente pode gerar doenças físicas e que
o corpo pode gerar doenças psíquicas. Nessa especialidade, são definidas as sete
constituições das combinações dos humores (Doshas). A saúde é vista como o
equilíbrio entre os Doshas e a doença como o desequilíbrio entre eles. Aqui são
estudadas mais de 2.000 Ervas Medicinais da Índia; desenvolve-se a forma mais
utilizada de terapia, o Pancha Karma (cinco ações purificatórias), que remove as
toxinas do corpo e restabelece o equilíbrio entre os Doshas;
2. Shalakya Tantra – Cirurgia de cabeça e pescoço, abordando aproximada-
mente 72 doenças oculares; procedimentos cirúrgicos corretivos da visão, como
para catarata;
3. Agada Tantra – Toxicologia, abordando poluentes do ar e da água, toxinas
nos minerais, animais e vegetais; Epidemiologia e as formas de reconhecer os
sinais dessas anormalidades e como corrigi-las;
4. Kaumara Bhritya – Pediatria e Ginecologia. Cuidados pré e pós-natais do bebê
e da mãe; métodos de concepção, como escolher o sexo do bebê, inteligência e
constituição, assim como aborda as principais doenças infantis e da adolescência;
5. Shalya Tantra – Clínica Cirúrgica. Descreve métodos sofisticados de cirurgia.
Tais conhecimentos se espalharam pelo mundo e na China antiga foram utiliza-
dos cadáveres para a dissecção e estudos médicos;
6. Bhuta Vidya – Psiquiatria. Lida com doenças da mente e do comportamento;
utiliza como terapias as ervas, dietas, mantras e práticas de Yoga;

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7. Vajkarana – Sexologia. Aborda temas como a infertilidade (para aqueles que
desejam engravidar) e o desenvolvimento espiritual (para aqueles que desejam
transmutar a energia sexual em espiritual);
8. Rasayana – Gerontologia. Ênfase na prevenção do envelhecimento e em como
promover a longevidade. Charaka afirma que para desenvolver a longevidade,
uma vida ética e virtuosa é fundamental.
O Ashtanga Hrdaya Samhita (compilado por Vaghabhata) reúne em si os temas
que o autor julgou serem mais importantes para a divulgação, abrangendo o Charaka
Samhita e o Susruta Samhita.
Além dos três grandes textos de referência, citados anteriormente, outros 3 menores,
chamados de “Os Três Pequenos”, também recebem grande importância no Ayurveda:
• Madhava Nidana (diagnóstico – século VIII d.C.);
• Saranghadhara Samhita (compêndio de receitas e fórmulas Medicinais – século
XIV d.C.);
• Bhavaprakasha (Farmacologia – século XVI).

Pancha Mahabhutas –
Os Cinco Grandes Elementos
De acordo com o Ayurveda, o Universo é composto por cinco grandes elementos.
Esses elementos formam todo e qualquer tipo de manifestação material existente; todos
os corpos animados ou inanimados. São denominados pancha mahabhutas, sendo que
pancha significa cinco, maha significa grande e bhuta significa elemento ou substância.

Figura1 – Elementos Ayurveda


Fonte: iStock/Getty Images

De acordo com o Ayurveda, os cinco elementos básicos da natureza são: éter, ar,
fogo, água e terra. A seguir, seus nomes em sânscrito:
• Éter / Espaço → Akasha
• Ar → Vayu
• Fogo → Agni ou Tejas
• Água → Jala
• Terra → Prithvi

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Introdução aos Fundamentos de Ayurveda

Os termos, em Português, não têm conotação correta e completa de todas as implica-


ções dos termos originais em sânscrito. Por exemplo, a água comum não representa em
sua totalidade o elemento jala. A água comum é composta pelos cinco elementos básicos.

A água comum fornece um exemplo clássico: o estado sólido da água, o gelo, é uma ma-
nifestação do elemento TERRA (Prithvi). Já o elemento FOGO (Agni) liquefaz o gelo, mani-
festando o princípio da ÁGUA e, então, transforma-o em vapor expressando o principio AR
(Vayu), e assim o vapor desaparece no ÉTER, ou ESPAÇO (Akasha).

Por meio do exemplo, conseguimos perceber que a água comum é formada pelos
cinco elementos básicos: Éter, Ar, Fogo, Água e Terra.

Os cinco elementos são encontrados em todas as esferas de criação, desde as mais


sutis, até os níveis mais densos de estruturas, tais como o corpo humano, animais, plan-
tas, pedras, chuva etc. (CARNEIRO, 2009).

No entanto, sempre irá haver a predominância das propriedades e das qualidades


específicas de um ou mais de um dos cinco elementos em sua composição (LAD, 2007).

Para entendermos o pancha mahabhutas, faz-se necessário aprender as proprieda-


des e as qualidades específicas de cada um deles:
• Akasha (éter ou espaço): macio, leve, frio, sutil, seco, delicado, volátil;
• Vayu (ar): áspero, leve, frio, seco, móvel, instável, insidioso;
• Agni (fogo): leve, sutil, seco, picante, agudo;
• Jala (água): macio, líquido, frio, oleoso, letárgico, escorregadio;
• Prithvi (terra): duro, frio, estável, pesado, denso, grosseiro e letárgico.

Uma vez compreendidas as propriedades e as qualidades dos cinco elementos, você


conseguirá interpretar a maior parte da Medicina Ayurvédica.

A teoria dos cinco elementos está associada à nossa fisiologia e também à composi-
ção das substâncias, como, por exemplo, os remédios e os alimentos.

Nos alimentos e nas substâncias, os cinco elementos estão representados pelos sa-
bores (rasas), qualidades e propriedades (gunas), potência (virya) e efeito pós-digestivos
(vipak), e como eles influenciam nos Doshas e em suas funções orgâncias, suas ações e
seus efeitos (CARNEIRO, 2009).

Os Doshas (Humores) – Vata/Pitta/Kapha


A constituição humana
Éter, Ar, Fogo, Água e Terra, os cinco elementos básicos, manifestam-se no corpo como
três princípios básicos, ou humores, conhecidos como Sistema Tridosha (LAD, 2004).

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Doshas são princípios biorreguladores presentes apenas na matéria viva (animais e
plantas), em cada célula do nosso organismo, e são responsáveis por todas as funções
que o organismo pode desenvolver, sendo responsáveis pela nossa fisiologia.

Os Doshas também são compostos pelos cinco elementos em sua composição; to-
davia, as combinações em proporções diferentes das qualidades desses cinco elementos
variam para cada Dosha, da seguinte forma:
• O Dosha Vata é denominado pela predominância dos elementos Éter e Ar;
• O Dosha Pitta é denominado pelo Fogo, com a participação do elemento Água;
• O Dosha Kapha é constituído predominantemente dos elementos Água e Terra.

Cada um dos três Doshas apresenta qualidades físicas de cada um dos seus elementos:

Tabela 1 – Doshas e qualidades físicas associadas.


Doshas
Doshas Formação elementos Qualidades físicas
Maciez, leveza, frieza, sutileza, secura, delicadeza, volatilidade,
Vata Éter + Ar
aspereza, mobilidade, instabilidade, insidiosidade.
Leveza, calor, sutileza, secura, ardência, untuosidade
Pitta Fogo + Água
moderada, agudeza, penetração profunda.
Maciez, liquidez, frieza, oleosidade, letargia, viscosidade,
Kapha Água + Terra
dureza, estabilidade, peso, grossura, densidade.

Os 3 Doshas – Vata, Pitta, Kapha – governam todas as funções biológicas, psicoló-


gicas e fisiopatológicas do corpo, da mente e da consciência. Eles atuam como compo-
nentes básicos e como barreiras de proteção para o corpo em sua condição fisiológica
normal; quando desequilibrados, contribuem para os processos de doenças.
Os triDoshas são responsáveis pelo surgimento de anseios naturais e preferências
individuais por alimentos: seus odores, sabores, e assim por diante.
Eles governam a criação, a manutenção e a destruição do tecido corporal e a elimi-
nação dos resíduos do corpo. Também são responsáveis pelos fenômenos psicológicos,
incluindo emoções como o medo, a angústia e a ganância; e pela alta escala de emoções
humanas, como a compreensão, a compaixão e o amor. Assim, os triDoshas são o ali-
cerce da existência psicossomática do homem.

Natureza e funções dos doshas


Vata
O termo Vata é derivado do radical va, que significa movimento ou sensação de estí-
mulo. Assim, Vata é o fator que se responsabiliza por todos os movimentos e percepção
de sensações do corpo humano.
As principais funções de Vata consistem em governar todas as formas de movi-
mento e circulação: respiração, pulsação, circulação sanguínea e linfática, movimentos
peristálticos nos intestinos, movimentos articulares, transmissão dos impulsos nervosos

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(CARNEIRO, 2009), o movimento dos pensamentos, a percepção de sensações pelo


Sistema Nervoso etc.
Vata é o mais poderoso entre os 3 Doshas. Ele controla o funcionamento dos outros
dois, Pitta e Kapha.

Pitta
O termo Pitta é derivado do radical tap, que pode significar santapa (produzir calor),
daha (queimar, digerir e metabolizar) ou aisbvarya (dotar com elevadas atividades mentais).
Assim, Pitta é o mediador de todas as funções do nosso corpo, com o auxílio das enzimas.
Muitas vezes, o termo Pitta é confundido com bile. Esse termo corresponde apenas
a uma fração do seu conceito. As principais funções de Pitta consistem em governar
todas as transformações ocorridas no processo vital, todas as fases da digestão e do
metabolismo que ocorrem na Fisiologia (CARNEIRO, 2009).

Kapha
Os textos védicos dizem: “O Dosha que se expande através dos elementos aquosos é cha-
mado Kapha”. O Dosha Kapha auxilia na coesão e adesão dos diferentes órgãos do corpo.
As principais funções de Kapha consistem em governar toda a estruturação física do
organismo humano, fazendo a coesão, definindo a forma material, construindo a base
substancial e promovendo a adesão e a estabilidade de todas as estruturas materiais do
corpo (CARNEIRO, 2009).

Características da constituição Vata


O Dosha Vata é o regulador de todo o movimento do nosso organismo; dentre eles,
os movimentos musculares e articulares, os movimentos da circulação sanguínea e linfá-
tica, bem como os movimentos da transmissão do impulso nervoso.
Em sua composição, Vata apresenta os elementos éter e ar, que têm como caracte-
rísticas: leveza, sutileza, frieza, secura, aspereza, mobilidade (LAD, 2006).
Constituem tendências físicas de Vata:
• Magro, com dificuldades para engordar e ganhar massa muscular;
• Seus ossos, tendões e vasos sanguíneos superficiais são pro-
tuberantes. Sua estrutura corporal é desalinhada, irregular,
quando comparada às partes de seu próprio corpo;
• É magro e alto (longilíneo), de estrutura leve;
• Cabelos secos e quebradiços e sem brilho;
• Pele seca com rachaduras ou fissuras;
• Articulações produzem estalos (tornozelos, joelhos, dedos etc.);
• Seus olhos tendem a ser pequenos, secos e inquietos;
• Sua digestão é instável, às vezes boa, às vezes não;
• Sente fome irregularmente, a qualquer hora;
• Tendência à constipação intestinal, com fezes duras, Figura 2
ressecadas e gases; Fonte: LAD, 2006

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• Os sabores favoritos são: doce, salgado e azedo;
• Não tolera o clima frio ou o vento devido às características do Dosha;
• Cansa-se com facilidade;
• Em desequilíbrio, sua expectativa de vida é pequena.

A mobilidade de Vata também é visível na parte psíquica. Em equilíbrio, é agradável,


contagiante, energético, entusiasmado, criativo, com iniciativa e adaptável (LAD, 2007).
No entanto, em desequilíbrio, é ansioso, inconstante, inseguro, mente inquieta, medroso
e depressivo.

Vata é o grande líder do sistema triDosha, por comandar o processo de equilíbrio


e de desequilíbrio dos outros Doshas. Por isso, é fundamental manter o equilíbrio de
Vata para todas as pessoas. O ponto mais importante para o equilíbrio é a regularidade:
manter a regularidade no repouso, nas atividades profissionais, físicas e emocionais,
evitando os excessos.

Características da constituição Pitta


As pessoas com predominância de Pitta têm em sua constituição os elementos fogo
e água; na realidade, muito mais do elemento fogo do que do elemento água.

Essas pessoas trazem consigo a intensidade, a impulsividade, e a ardência do elemen-


to fogo, cujas principais qualidades são: leve, sutil, seco, picante, agudo (LAD, 2006).

De forma geral, as pessoas Pitta se caracterizam:


• Constituição física mediana, com aspecto atlético;
• Seu corpo geralmente tem pele suave, com coloração avermelhada ou rosada na
pele das palmas das mãos, da sola dos pés e da face;
• Tem facilidade para engordar; porém, emagrece rapidamente;
• Tem rugas, sardas ou manchas avermelhadas na face;
• Caminha com passos firmes e determinados;
• Possui olhos amendoados, castanhos e brilhantes;
• Seus cabelos são lisos, finos, ruivos ou castanhos, podendo
tornar-se precocemente grisalhos ou escassos, com tendên-
cia à calvície e à testa descoberta, com entradas frontais;
• Transpira facilmente;
• Boa digestão; no entanto, o intestino tende a ser mais solto,
levando-o a evacuar mais vezes ao dia;
• Dorme profundamente, por curtos períodos;
• Possui forte apelo sexual;
• Tem aversão ao clima quente e ao calor do Sol;
Figura 3
• A expectativa de vida é mediana.
Fonte: LAD, 2006

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Em fase de equilíbrio, esses tipos apresentam inteligência brilhante, determinação,


boa capacidade de concentração, boa oratória, com boa articulação, grande poder de
persuasão e refinado senso de organização. Comunicam-se com clareza, precisão e efi-
cácia para defender suas opiniões.
Em desequilíbrio, ficam excessivamente críticos, agressivos, intolerantes, irritados
e autoritários.
A manutenção do equilíbrio de pessoas Pitta depende de suas condições ambientais,
emocionais e da moderação na alimentação, evitando as toxinas alimentares. Quanto
mais balanceados forem seus hábitos de vida e seu meio ambiente, mais chances terão
de se manter em equilíbrio.

Características da constituição Kapha


Kapha apresenta um predomínio dos elementos água e terra, o que lhe confere cons-
tituição mais densa, sólida e consistente. Suas características principais são: estabilidade,
constância e tranquilidade (LAD, 2006).
Os Kaphas apresentam, ainda, os seguintes traços físicos:
• Constituição forte, corpo bem definido e com aparência robusta;
• Possui tórax, quadris e ombros largos;
• Cabelos negros azulados, grossos macios;
• Olhos grandes, azuis; olhar amoroso com cílios e
sobrancelhas abundantes;
• Pele lisa, oleosa e macia;
• Articulações e músculos untuosos e bem unidos,
coesos (estáveis);
• Dificilmente se cansa;
• Digestão mais lenta: pode omitir refeições sem se
afetar emocional ou fisicamente;
• Capacidade de se manter forte, mesmo comendo
menor quantidade;
• Tendência à obesidade: facilidade para ganhar
peso e dificuldade para perdê-lo;
• Boa energia, gestos vagarosos e graciosos;
Figura 4
• Sono profundo. Fonte: LAD, 2006

Psicologicamente, os tipos Kapha tendem a uma personalidade mais serena e calma.


Graças à sua estabilidade, dificilmente liberam emoções de ira ou cólera, como Pitta;
tampouco se mostram agitados e ansiosos como Vata.

Quando em equilíbrio, são afetuosos e carismáticos, conciliadores, transmitem con-


fiança, são justos e respeitosos, generosos e protetores. Já em situações de desequilí-
brio, podem tornar-se carentes e excessivamente letárgicos, inativos e possessivos.

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O ponto estratégico para o equilíbrio e a manutenção da saúde de um Kapha é o
movimento, a dinâmica e a evolução.

Prakriti e Vikriti
A constituição básica do individuo é determinada pelo momento da sua concepção.
Na concepção, a unidade individual masculina – o espermatozoide (suktra) – une-se com
o elemento individual feminino – o óvulo (artava).

A união dessas duas sementes (fertilização) forma o embrião, que é o começo da vida.
Os três Doshas contidos no espermatozoide e no óvulo, no momento da união, sofrem
modificações nas suas proporções individuais. Podem prevalecer todos com iguais pro-
porções ou, possivelmente, dois deles se tornem predominantes ou, ainda, que qualquer
um deles, isoladamente, predomine em relação aos outros.

Esta constituição é chamada de Prakriti, em sânscrito, que significa natureza, criati-


vidade ou primeira criação.

A constituição básica do individuo permanece inalterada durante sua vida, pois está
geneticamente determinada. A combinação dos elementos presentes na ocasião per-
manece constante; no entanto, muitos fatores internos e externos podem introduzir
variáveis imprevistas, acarretando mudanças físicas e psíquicas, que alteram momenta-
neamente a constituição individual. Essa constituição alterada chama-se vikriti.

O grande objetivo do estudo das constituições psicofísicas do Ayurveda é o autoco-


nhecimento, a descoberta das tendências físicas e psicológicas, das tendências a adoecer
e das reações pessoais aos fatores internos e externos, aspectos esses que dependem do
modo natural de funcionamento do organismo.

O conhecimento e a compreensão da natureza das outras pessoa são outros im-


portantes objetivos, reconhecendo que todos têm potenciais e qualidades e, ao mesmo
tempo, defeitos e deficiências que devem ser compreendidos como aspectos a serem
trabalhados e aprimorados.

Segundo o Ayurveda, a combinação dos Doshas no momento da concepção pode


definir os seguintes tipos de constituições:
• Com a predominância de um só Dosha – constituição Vata, Pitta e Kapha;
• Mista, com predominância de dois Doshas, mesmo que um deles se destaque
um pouco mais: constituições Vata-Pitta, Vata-Kapha, Pitta-Vata, Pitta-Kapha,
Kapha-Vata, Kapha-Pitta;
• Com equivalência dos três Doshas – constituição Vata-Pitta-Kapha (triDosha).
• É importante ressaltar que não existe um Dosha melhor que os outros, pois todos
necessitam equilibrar os 3 Doshas. É igualmente válido assinalar que os 3 Doshas
estão sempre se manifestando no organismo, promovendo seus efeitos, funções
e características.

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UNIDADE
Introdução aos Fundamentos de Ayurveda

Figura 5
Fonte: LAD, 2006

Avaliação clínica do Prakrit


O Ayurveda usa o conceito de prakrit como um barômetro clínico. Você pode deter-
minar o prakrit de uma pessoa por meio da combinação das técnicas de avaliação clínica.

As três principais técnicas de avaliação são: observação (darshanan), questionário


(prashna) e exame (sparshana), que são usadas em conjunto para obter uma visão geral
do prakrit do individuo.

Existe uma lista com 32 itens para a avaliação da constituição do prakrit. O objetivo do
questionário é identificar cada um desses itens, determinando se é uma constituição Vata,
Pitta ou Kapha. Serve como um guia para a descoberta da constituição psicofísica individual.

Estrututa coporal
A estrutura corporal de uma pessoa de constituição Vata, geralmente, é alta, magra,
fina ou miúda, aparentando fragilidade. Além disso, há desproporcionalidade corporal;
geralmente, é notada pelos braços muito longos.

As pessoas de constituição Pitta apresentam estrutura mediana, uniforme, com ten-


dência atlética; geralmente, notadas pela musculatura desenvolvida.

As pessoas de constituição Kapha apresentam estrutura grande, forte, larga e


bem desenvolvida.

Peso
Geralmente, as pessoas de constituição Vata são magras e estão abaixo do peso;
para os Vatas, é muito dificil ganhar massa; no entanto, é muito fácil perdê-la.

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As pessoas de constituição Pitta, geralmente, estão no peso ideal, e as de constitui-
ção Kapha estão acima do peso, sendo extremamente difícil a perda de peso corporal.

Queixo
O queixo é aparentemente fino, eminente e angular nas pessoas de constituição
Vata. Nas de constituição Pitta, o queixo tem forma quadrada, e o queixo das pessoas
de constituição Kapha é pequeno, tem forma arredondada e covinhas.

Bochechas
As pessoas de constituição Vata têm as bochechas secas e afundadas, e quando
sorriem, surgem marcas de rugas. Já as pessoas de constituição Pitta têm bochechas
vermelhas, rosadas e lisas, levemente brilhantes. Geralmente, não têm rugas devido à
olesiodade da pele, e as pessoas de constituição Kapha têm bochechas gordinhas, re-
dondas e lisas. Elas se fundem no ângulo do queixo.

Olhos
Os olhos das pessoas de constituição Vata são pequenos, delicados, estreitos, apro-
fundados e secos. Geralmente, são escuros, castanhos ou marrons. Muito ativos e, apa-
rentemente, inquietos; os cílios são escassos.

Os olhos das pessoas de constituição Pitta são medianos, delicados e amendoados


(são parecidos com os olhos de gato). Geralmente, são verdes ou castanho claro; são
brilhantes, resplandescentes, com olhar penetrante e alegre; os cílios são médios.

Os olhos das pessoas de constituição Kapha são grandes e muito úmidos (muito
brilhantes); de cor negra ou azul. O olhar é atraente, calmo e amoroso; os cílios são
grossos e em grande quantidade.

Nariz
O nariz das pessoas de constituição Vata é fino, torto, pois, de forma geral, essas
pessoas tem desvio de septo, o que cria barulho ao respirar.

As pessoas de constituição Pitta têm nariz medio, pontudo e reto, geralmente, com
a ponta avermelhada ou rosada.

O nariz das pessoas Kapha é pequeno, arredondado, achatado (nariz de “batatinha”),


com a abertura das narinas alargadas.

Lábios
Os lábios de Vata são finos e secos. No caso das pessoas de constituição Pitta, o lábio
superior é fino e o inferior é grosso; são brilhantes e rosados.

Já os lábios de Kapha são carnudos e bastante úmidos.

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Dentes e gengivas
As pessoas de constituição Vata têm espaços entre os dentes; geralmente são salta-
dos (para frente) ou tortos. Isso se dá devido ao hábito de a criança Vata sugar o dedo;
as gengivas são finas, secas e retraidas.

As pessoas de constituição Pitta têm dentes afiados e amarelados, tamanho médio,


e as gengivas são macias e rosadas.

As pessoas Kapha possuem dentes fortes, largos e gengiva grossa.

Pele
As pessoas de constituição Vata têm a pele fina, seca, áspera e rachada. A pele é
mais escura e se bronzeia facilmente.

As pessoas de constituição Pitta têm a pele macia, suave, úmida, rosada e oleosa,
muito sensivel à luz solar; têm endência a espinhas e à acne.

A pele das pessoas de constituição Kapha é firme, oleosa, úmida, fria e macia e,
devido à firmeza, não tem rugas.

Cabelos
O cabelo de Vata é seco, áspero e escasso, com pontas duplas; geralmente, são castanhos.

O cabelo Pitta é liso, macio, brilhante e oleoso. Os homens Pitta têm tendência à
calvície e, mesmos jovens, as pessoas Pitta têm tendência a cabelos branco. De forma
geral, o cabelo Pitta é loiro, ruivo ou grisalho.

O cabelo Kapha é grosso, abundante, enrolado, ondulado, oleoso e macio ao toque.


Mesmo na velhice, uma pessoa Kapha, geralmente, tem muito cabelo e saudável, nor-
malmente, escuros ou pretos.

Unhas
As unhas secas, ásperas e quebradiças com cutículas rasgadas são Vata. Elas geral-
mente têm rachaduras longitudinais ou transversais e quebram facilmente. As unhas
Pitta são rosadas, macias, oleosas, flexíveis e afiadas e as unhas Kapha são espessas,
lisas, oleosas e muito brilhantes. São o tipo de unhas mais saudáveis.

Pescoço
O pescoço de uma pessoa de constituição Vata é fino e longo. Os homens Vata,
geralmente, têm um pomo de Adão proeminente.

Já o pescoço Pitta é de tamanho médio, com pele avermelhada e veias são facilmen-
te visíveis e os pescoços Kapha são fortes, robustos, curtos e largos.

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Tórax
As pessoas de constituição Vata têm o tórax pequeno, plano, afundado e estreito,
com amplos espaços intercostais, sendo fácil a observação das costelas. Pode haver
sulcos transversais e depressão em forma de funil no peito; têm pouco pelo no peito e
pequenas aréolas com mamilos castanhos escuros.

O tórax Pitta é de tamanho médio proporcional ao resto do corpo, pele avermelha-


da, pelos escassos e aréolas de tamanho médio, com mamilos vermelhos.

Pessoas de constituição Kapha têm o peito tipicamente largo, amplo e bem desen-
volvido, com mamilos pálidos, grandes aréolas e muitos pelos, tanto nos homens, como
nas mulheres.

Abdômen
Na pessoa de constituição Vata, o abdômen é magro e afundado, com umbigo peque-
no e a pessoa de constituição Pitta tem abdômen de tamanho médio.

Um abdômen Vata é frio ao toque, e o Pitta, geralmente, é quente. As pessoas de


constituição Kapha têm abdômen grande e globuloso, com a pele fria e úmida.

Baixo ventre
No Vata, o baixo ventre é pequeno, irregular e projetado para fora. No Pitta, é oval
e superficial, e no Kapha, é grande e redondo, com a pele esticada.

Quadril
O quadril de Vata é pequeno e elegante, com as cristas ilíacas proeminentes; o de
Pitta é de tamanho moderado, com algumas veias e verrugas visíveis e glúteos averme-
lhadas e o quadril de Kapha é grande e pesado. As cristas ilíacas, os ossos púbicos e o
sacro estão todos enterrados sob os músculos e o tecido adiposo (gordura).

Pernas, pés e dedos


A pessoa de constituição Vata tem pernas magras, pequenas e as panturilhas são duras;
têm pés finos, pequenos, com tendões proeminentes e arco alto. Os calcanhares são finos,
magros, ásperos e, muitas vezes, estão rachados ou com fissuras. De forma geral, são pés
com muita instabilidade; geralmente, têm dedos tortos e espaçados.
As pernas de Pitta são de tamanho mediano, com tornozelos finos, sendo as panturrilhas
frouxas e flácidas. Os pés são de tamanho médio, macio e de coloração rosa, com arco
moderado e o tendão de Aquiles pontiagudo. os dedos são retos, delgados e de compri-
mento moderado.
As pernas de pessoas de constituição Kapha são firmes, com panturrilhas bem-formadas e
tornozelos grossos; os pés são grandes, grossos, com arco mais plano; são pés muito está-
veis. Os dedos são carnudos e redondos, aparentando flácidos; muitas vezes, são em garra,
com pouco espacamento entre si.

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Introdução aos Fundamentos de Ayurveda

Articulações
Numa pessoa de constituição Vata, as articulações são relativamente pequenas, finas,
secas, frias, instáveis e protusas (devido a pouca massa muscular e gordurosa); produzem
sons de estalados.
As articulações Pitta são médias, macias, flexíveis e soltas e, geralmente, com pe-
le avermelhada.
Uma pessoa Kapha tem articulações fortes e saudáveis, bem lubrificadas e com liga-
mentos bem desenvolvidos.

Apetite
Numa pessoa Vata, o fogo gástrico (agni) é estimulado pelo Dosha Vata; pelo Dosha
Pitta, numa pessoa Pitta, e pelo Dosha Kapha numa pessoa Kapha.
Dessa forma, o apetite de uma pessoa de constituição Vata será variável. Às vezes, a pes-
soa está com fome, outras vezes não, ou até mesmo se esquece de comer. A pessoa Vata,
frequentemente come tarde, porque o tempo de seu apetite muitas vezes não é apropriado.
O Dosha Pitta tem qualidades agudas e penetrantes e, por conta disso, as pessoas
de constituição Pitta têm apetite forte e aguçado. Quando estão com fome, eles têm
de comer, ou ficarão irritados; se não comem, podem desenvolver hipoglicemia, dor de
cabeça, náusea e tontura.

O apetite de uma pessoa Kapha é lento e constante; a pessoa Kapha pode trabalhar
com plena concentração durante horas, sem comer.

Digestão
A digestão de Vata é irregular e instável, associada a inchaço, gases, desconforto e
arrotos; muitas vezes, há distensão abdominal durante o processo digestivo.

A digestão Pitta é rápida, forte e pode estar associada à azia, a arrotos ácidos e à leve
sensibilidade ao redor do umbigo.

A digestão Kapha é lenta, pesada e prolongada; a pessoa pode se tornar letárgica


e sonolenta.

Paladar
Os três primeiros sabores: doce, azedo e salgado acalmam Vata; então, naturalmen-
te, as pessoas Vata têm inclinação para esses três gostos. No entanto, quando o agni de
uma pessoa Vata está baixo, ela irá preferir consumir os sabores picantes e com virya
quente; porém, não é sua inclinação natural; é uma inclinaçao anormal, demonstrado,
assim, desequilibrio do Dosha.

Biologicamente, quando Pitta está normal, as pessoas dessa consituição anseiam


por sabores doces, amargos e adstingentes (anseio natural). Por exemplo, a ingestão de

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alimentos adstringentes resulta em uma sensação de secura na garganta. Essa sensação
absorverá o excesso de líquido de Pitta. Se uma pessoa Pitta está desejando coisas pi-
cantes ou azedas, isso significa que o agni está baixo, sendo um anseio anormal.

As pessoas Kapha têm inclinação natural para os gostos adstringentes, amargos e


picantes. No entanto, se Kapha está com o agni alterado, irá almejar comidas doces e
salgadas, o que não é bom para Kapha, porque é um desejo anormal.

Quando há acúmulo de toxinas (ama) nas pessoas Vata, Pitta ou Kapha, o corpo,
naturalmente, levará a desejos por sabores pervertidos ao Dosha.

Sede
O desejo por água depende do poder do agni (fogo digestivo), da nossa ingestão hí-
drica, das condições climáticas, das nossas atividades físicas e do quanto suamos.

As pessoas de constituição Vata não suam muito, e sua pele é seca; então, sua sede
será variável.

As pessoas de constituição Pitta suam muito, pois têm forte apetite e digestão; dessa
forma, têm mais sede.

O Dosha Kapha é composto de elementos de água e terra; dessa forma, as pessoas


de Kapha tem muita água no corpo e devido a isso a sede é limitada.

Eliminação
As fezes Vata são secas, geralmente, com bolinhas duras e escassas. As pessoas
Vata têm cólon seco e desidratado e tendem à constipação. Elas, muitas vezes, tomam
laxantes, a fim de ter movimento intestinal mais eficiente.

As fezes de Pitta são em quantidade média, oleosas e soltas, com tendência à diarreia.

As pessoas de constituição Kapha têm fezes volumosas e pastosas, geralmente, bem


formadas em formato de banana.

Atividade física
Uma das qualidades do Dosha Vata é a mobilidade; então, as pessoas Vata, geral-
mente, são muito ativas. Elas andam rápido, falam rápido e se movem rapidamente.
Suas atividades normalmente são instáveis e inconstantes.

A pessoa de constituição Pitta faz movimentos moderados; também muito ativa, suas
atividades serão sempre planejadas e irá praticá-las com objetivo e muita determinação.

O movimento das pessoas de constituição Kapha são lentos, bastante monótonos,


mas estáveis. Kapha prefere ficar sentado na frente da televisão a fazer qualquer ativi-
dade física.

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Introdução aos Fundamentos de Ayurveda

Atividade mental
A mente da pessoa de Vata é móvel e irregular; o tráfego de seus pensamentos é
como o tráfego da hora do rush, e não consegue descansar a mente com facilidade; está
constantemente pensando e cheio de criatividade e imaginação.

A mente de uma pessoa de constituição Pitta é concentrada, determinada e focada;


no entanto, se Pitta está em desequílibrio, a mente Pitta é agressiva e competitiva,
tornando-se uma mente controladora.

A mente de uma pessoa de constituição Kapha é calma e devagar. Esse padrão men-
tal Kapha pode se tornar tão tedioso que a pessoa tende a ficar deprimida.

Emoções
Uma pessoa de constituição Vata tende a ter emoções como medo, insegurança e
ansiedade. As emoções de uma pessoa Vata são imprevisíveis; em um momento, a pes-
soa vai chorar, em outro, vai rir.

As emoções de uma pessoa de constituição Pitta tendem à agressão, à irritabilidade,


ao julgamento, à raiva e ao ciúme.

Uma pessoa de constituição Kapha, geralmente, é calma, mas sente ganância, pos-
sessividade e apego. É muito difícil para um Kapha dizer adeus, porque sente tristeza
devido a seu apego.

As pessoas de constituição Vata também têm dificuldade com o “deixar ir”, mas,
nesse caso, devido ao medo.

Já uma pessoa Pittac ostuma não ter apego algum.


A fé da pessoa de constituição Vata é variável. Hoje ela acredita em uma coisa,
amanhã em algo diferente.

Já a fé de uma pessoa de constituição Pitta é muito forte e extremista, mas se torna


tão intensa que a pessoa pode se tornar fanática, e a fé da pessoa de constituição Kapha
é consistente como uma rocha.

Intelecto
Uma pessoa de constituição Vata é muito rápida para entender alguma coisa, mas,
se alguém fizer uma pergunta, dará uma resposta errada com grande confiança, porque
a primeira resposta dela é simplesmente falar.

Uma pessoa de constituição Pitta tem intelecto claro e dá respostas precisas e exatas
e as pessoas de constituição Kapha têm resposta morosa, mas com muita exatidão.

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Memória
A memória recente da pessoa de constituição Vata é boa, mas sua memória remota
é pobre. Aprende fácil; porém, esquece rápido.

A memória de uma pessoa de constituição Pitta é precisa e, muitas vezes, possui


memória fotográfica.

Já a memória Kapha aprende lentamente, mas nunca mais esquece, sendo compa-
rada à memória de um elefante.

Sonhos
As pessoas de constituição Vata têm muitos sonhos, mas os esquecem facilmente.
Geralmente, os sonhos antes do sono profundo são esquecidos, e os sonhos após o
sono profundo e antes de acordar ao amanhecer são lembrados.

Se os sonhos Vata são lembrados, eles, geralmente, são sonhos muito ativos, com
sensação de medo e voando. Como as pessoas de constituição Vata são constipadas e
possuem muitos gases no cólon, os gases criam essa sensação de movimento ao dormir.

Assim, sonham que estão voando alto no céu. Alguns sonhos voadores são espiri-
tuais, mas antes de decidir que eles são uma experiência espiritualmente profunda, a
pessoa deve fazer um basti (fazer a limpeza do cólon). Se você ainda tiver sonhos voa-
dores na noite seguinte, eles podem ser espirituais. Em geral, sonhos voando, correndo
ou pulando são devidos ao desequilíbrio de Vata.

Os sonhos de Pitta podem envolver resolver problemas, dar uma palestra no sonho
ou estudar para uma prova. Os sonhos de Pitta são muito intelectuais. Quando Pitta
está em desquílibrio, pode ter sonhos ardentes, como a casa em chamas. As pessoas
Pitta são extremamente conscientes do tempo e até em sonhos estão cientes disso. Eles
podem ter sonhos de chegar atrasado para um compromisso e sonhar em ir a um en-
contro indevidamente vestido, porque são muito respeitosos com sua aparência.

Os sonhos de uma pessoa de constituição Kapha são românticos, com talvez um lago,
uma flor de lótus e lindos cisnes e patos. As pessoas de constituição Kapha, geralmente,
têm sonhos envolvendo água: um rio, o oceano ou um lago e, possivelmente, nadando.

Dormir
A pessoa de constituição Vata tem sono leve, interrompido e escasso pela vigília fre-
quente, muitas vezes, com insônia pela mente tão agitada.

As pessoas de constituição Pitta têm sono moderado; podem acordar, mas dormem
facilmente. Não pode e não consegue dormir com a luz acesa, pois seus olhos possuem
o intenso brilho de Pitta.

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UNIDADE
Introdução aos Fundamentos de Ayurveda

Por outro lado, é difícil para uma pessoa de constituição Vata dormir na escuridão,
porque a escuridão é vasta e grandiosa e as pessoas Vata, às vezes, imaginam figuras es-
tranhas e ficam assustadas devido a seu medo. Muitas vezes, preferem dormir com uma
luz fraca ligada. O sono de uma pessoa de constituição Kapha é pesado e prolongado;
ela pode dormir num tapete, num beco, ou sentada numa cadeira, porque adora dormir.
Se uma pessoa de constituição Vata muda seu travesseiro, ela não consegue dormir, mas
isso não é um problema para uma pessoa de constituição Kapha.

Discurso
A pessoa de constituição Vata tem fala rápida e forte desejo de falar. Não necessa-
riamente se comunica bem; apenas fala porque é a sua primeira ação reflexa. Sua fala
tende a ser rápida, desorganizada, interrompida e suas ideias podem não ser claras.

A fala de uma pessoa de constituição Pitta é precisa, argumentativa, penetrante,


bem pensada e determinada. Ela pensará três vezes antes de dar uma resposta. São os
melhores professores ou oradores, porque a fala deles é pontual e enérgica.

O discurso de uma pessoa de constituição Kapha é lento e monótono, mas com


muita compaixão. Eles podem ser muito favoráveis quando falam, mas não são tão bons
oradores públicos; podem ser monótonos e entediantes.

Status financeiro
Uma pessoa de constituição Vata gasta dinheiro em ninharias, por isso, tem tendên-
cia a ser pobre. Geralmente, é impulsiva e costuma gostar de comprar coisas antigas,
mas a Ayurveda diz que as antiguidades não são boas, porque os sentimentos de outra
pessoa estão ligados aos itens; então, isso significa que você está se transformando na
energia dessa pessoa.

Pessoas ricas são frequentemente Pitta. São pessoas que gastam muito dinheiro e
gastam com itens luxuosos.

Uma pessoa de constituição Kapha também pode ser rica, porque a pessoa Kapha
é muito boa em economizar dinheiro. Ela pode ser ligada à riqueza e não gasta dinheiro
facilmente em itens de luxo. No entanto, vai gastar algum dinheiro em doces, biscoitos
e chocolate, porque gosta de comida.

Questionário Prakrit – Instruções


Para determinar o seu prakrit, baseie suas escolhas no que foi mais consistente du-
rante um longo período de sua vida.

Entenda que nem sempre você vai se identificar com todas as palavras que estão
na mesma coluna. Muitas vezes você irá perceber caracteristicas em duas colunas, por
exemplo; no entanto, tenha discernimento para saber quais realmente são as caracterís-
ticas que mais parecem com você.

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Às vezes, é bom que um amigo faça as perguntas e preencha o quadro para você, pois
ele tem discernimento e imparcialidade. Faça a soma do número de marcas sob Vata,
Pitta e Kapha. Isso ajudará a descobrir sua própria proporção de Doshas no seu prakrit.

A maioria das pessoas tem um Dosha predominante; alguns têm dois aproximadamen-
te iguais; e uma pequena minoria, ainda, tem todos os três Doshas em igual proporção.

Considerações Finais
Lembre-se que o Prakrit sempre será o mesmo, desde o momento de seu nasci-
mento até a sua morte, permanecendo inalterado. No entanto, existem alguns itens do
Questionário nos quais você pode se confundir com a resposta, como, por exemplo,
ao analisar o cabelo de uma pessoa: você deverá perguntar se é tingindo e qual a cor
original, se tem cabelos brancos, se é realmente liso ou crespo. Hoje em dia, existem
muitas opções de cores e tratamentos para cabelos; dessa forma, o melhor é questionar.

Outras questões que podem aparecer são as com relação à estrutura corporal. De-
pendendo da fase da vida da pessoa, você deve levar em consideração as alterações
por conta de envelhecimento ou tempo. Um exemplo clássico são os lábios que, muitas
vezes, perdem massa no envelhecimento. Novamente, o ideal é questionar.

O importante é lembrar que independente da fase da vida que o individuo está viven-
do, seu Prakrit sempre será o mesmo.

Lembre-se também de que existem outras técnicas (observação e exames) de avalia-


ção. O questionário prakrit é apenas uma delas. Todas as técnicas devem ser usadas em
conjunto para uma avaliação com precisão no Ayurveda .

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UNIDADE
Introdução aos Fundamentos de Ayurveda

Anexo – Questionário Prakrit


Observação V P K Vata Pitta Kapha
Alto, magro, miúdo ou estrutura Forte, estatura grande, larga,
1 Estatura Média, atlética
frágil e estreita bem desenvolvida, compacta
2 Peso Baixo Médio Acima do peso
3 Queixo Fino, angular Quadrado Arredondado, com covinhas
Gordinhas, arredondadas,
4 Bochechas Secas, afundadas, rugas, marcas Lisas, rosadas, levemente brilhantes
sem rugas
Pequenos, secos, delicados;
Médios, amendoados, olhos de Grandes, bonitos; escuros, azuis;
5 Olhos escuros, castanhos, marrons;
gato; verdes, castanhos claros calmos, amorosos
ativos, inquietos
Formato assimétrico, Pequeno, arredondado,
6 Nariz Pontudo, reto, ponta vermelha
desvio de septo achatado, largo
Lábio superior fino, inferior
7 Lábios Finos e secos Carnudos, úmidos
grosso, brilhantes, rosados
Espaço entre dentes, dentes
Dentes e Dentes médios, gengivas Dentes fortes, brancos,
8 saltados, gengivas finas,
gengivas macias, rosadas gengivas grossas
secas, retraídas
Firme, oleosa, branca, úmida,
9 Pele Fina, seca, fria, áspera, rachada Quente, úmida, rosada
fria, macia
Secos, castanhos, pretos, Lisos, oleosos, loiros, grisalhos, Grossos, enrolados, oleosos,
10 Cabelos
embaraçados, quebradiços, escassos ruivos, carecas ondulados e abundantes
Afiadas, flexíveis, rosadas, Espessas, oleosas, lisas e muito
11 Unhas Secas, ásperas, quebradiças, frágeis
brilhantes brilhantes
12 Pescoço Fino, comprido Médio Largo, curto
Magro, pequeno, estreito, pouco Médio, proporcional ao resto Largo, amplo e
13 Tórax
desenvolvido, plano do corpo bem desenvolvido
14 Abdômen Magro, liso Moderado Grande, globoso
Pequeno, irregular e projetado Grande, redondo, profundo,
15 Baixo ventre Oval, superficial
para fora pele esticada
16 Quadris Magro e elegante Moderado Pesado e grande
Pequenas, secas, instáveis, Grandes, fortes, bem
17 Articulações Média, macias, flexíveis e soltas
estalam muito, protusas estruturadas, lubrificadas
Não muito intenso,
18 Apetite Irregular, baixo Forte, insuportável
mas constante
19 Digestão Irregular, com desconforto e gases Rápida, arrotos, azia Prolongada, sonolência
Paladar
Amargo, apimentado,
20 (sabores que Doce, azedo, salgado Doce, amargo, adstringente
adstringente
mais gosta)
21 Sede Variável Excessiva Leve
Fezes secas e duras, tendem Fezes médias, oleosas, pastosas,
22 Eliminação Fezes bem formadas e uniformes
à constipação tendem à diarreia
Atividade Hiperativo – Anda e se move Moderado – Ativo, com Letárgico – Movimentos
23
física rapidamente atividades planejadas monótonos e estáveis
Atividade Hiperativo – Constantemente Moderado – Concentrado,
24 Letárgico – Calmo, devagar, tranquilo
mental pensando, imaginativo, criativo determinado e focado
Calma, ganância,
25 Emoções Medo, insegurança e ansiedade Raiva, ódio, ciúmes, julgamento
apego, possessividade

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Observação V P K Vata Pitta Kapha
26 Fé Variável Extremista Consistente
Rápido, com respostas erradas
27 Intelecto Respostas precisas e exatas Moroso, exato
com muito certeza
Aprende lentamente, mas nunca
28 Memória Aprende fácil e esquece rápido Memória precisa e fotográfica
mais esquece
Sonhos intelectuais, estudando,
Sonhos ativos, movimentados, palestrando, resolvendo Romântico, tranquilos, com água,
29 Sonhos
numerosos, cheios de medo problemas, fazendo uma prova, oceanos, rios, lagos, nadando
e com noção de tempo
Moderado, pode acordar mas
Leve, dorme pouco, tende Pesado, excessivo, difícil de
30 Sono volta a dormir, dorme pouco
a insônia acordar, costuma ressonar
mas profundamente
31 Discurso Rápido, confuso, desorganizado Preciso e argumentativo Lento e monótono
Gasta metodicamente, mas
32 Finanças Gasta rápido, impulsivo Gasta lentamente, economiza
compra coisas caras

Total

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UNIDADE
Introdução aos Fundamentos de Ayurveda

Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Livros
Uma Visão Ayurvédica da Mente
FRAWLEY, David. Uma visão ayurvédica da mente. São Paulo: Pensamento, 2007.

Yoga e Ayurvédica
FRAWLEY, David. Yoga e Ayurveda: Self-healing and Self-realization. United States:
Lotus Press, 2009

Ayurveda: o caminho da saúde


MARINO, Maria Inês. DAMBRY, Walkyria A. Giusti. Ayurveda: o caminho da saúde.
São Paulo: Gaia, 2004

Saúde Integral para Medicina Ayurvédica


NINIVAGGI, Frank John. Saúde Integral para Medicina Ayurvédica. São Paulo: Pen-
samento, 2015;

Vídeos
Vivendo a Ayurveda
Palestra Vivendo a Ayurveda, com Dr. Ruguê, 2017.
https://youtu.be/j-FhHbA0ekA

30
Referências
Ayurveda. A Ciência da Autocura: um Guia Prático. São Paulo: Ground, 2007.

CARNEIRO, Danilo Maciel. Ayurveda: Saúde e Longevidade na Tradição Milenar da


Índia. São Paulo: Pensamento, 2009.

LAD, Vasant. Ayurveda – The Science of Self-Healing: a practical guide. United


States: Lotus Press, 2004.

Textbook of Ayurveda – Fundamental Principles. United States: The Ayurvedic


Press, 2006. v. 1.

Textbook of Ayurveda – Fundamental Principles. United States: The Ayurvedic


Press, 2006. v. 2.

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