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LIPOPROTEÍNAS

1- CONCEITO: proteínas conjugadas, compostas ou complexas formadas por uma porção


proteica chamada de Apoproteína (ou Apolipoproteína ou APO) e uma porção não proteica
(grupo prostético) composto por lipídios. São eles: triacilglicerídeos, ésteres do colesterol
(ou colesterol esterificado); colesterol livre (não esterificado) e fosfolipídios, variando os teores
as diversas lipoproteínas. A porção proteica de uma lipoproteína, também é variável para cada
uma delas.
Núcleo ou cerne lipídico das lipoproteínas: local mais no interior da lipoproteína onde são
encontrados lipídeos mais hidrofóbicos, como: triglicerídeos e colesterol esterificado.

Porção intermediária do cerne lipídico: encontram-se lipídios “menos hidrofóbicos” do que


no núcleo, estando presentes o colesterol livre e fosfolipídios.

Porção proteica da lipoproteína (Apolipoproteína): uma de suas funções é estabilizar o


complexo lipoproteico, de modo que os receptores celulares reconheçam a lipoproteína. A
porção proteína localiza-se no exterior das lipoproteínas.

https://drasuzanavieira.med.br/2016/10/06/dislipidemia-aterogenica/

FUNÇÃO PRINCIAPL: transportar os lipídeos (são hidrofóbicos) através da corrente sanguínea


e levá-los aos tecidos. Os resíduos de aminoácidos com grupos R mais hidrofóbicos ficam
voltados para o cerne lipídico, enquanto os grupos R mais hidrofílicos se voltam para o
exterior da molécula ficando em contato com o sangue. Dessa forma os lipídeos conseguem
ser carreados pelo sangue.

CLASSIFICAÇÃO: as lipoproteínas são classificadas de acordo com sua densidade em:

1-QUILOMÍCRONS (Q);
2-LIPOPROTEÍNA DENSIDADE MUITO DE BAIXA (VLDL-do inglês Very Low Density
Lipoprotein);
3- LIPOPROTEÍNA DE DENSIDADE INTERMEDIÁRIA (IDL);
4-LIPOPROTEÍNA DE BAIXA DENSIDADE (LDL);
5- LIPOPROTEÍNA DE ALTA DENSIDADE (HDL).
https://slideplayer.com.br/slide/2914825
Quilomícrons ou quilomicras (Q): são grandes partículas de lipoproteínas sintetizadas pelas
células do intestino. Possui alto teor de triglicerídeos de origem alimentar (exógeno); pequeno
teor de colesterol livre; fosfolipídios e 1-2% de proteína. Os quilomícrons são menos densos do
que o plasma sanguíneo.

Very Low Density Lipoprotein (VLDL): lipoproteínas de densidade muito baixa: sua função
é transportar triglicerídeos endógenos (do organismo) para os tecidos (produção de energia) e
colesterol (síntese de substâncias esteroidais). Chamada também de VLDL-C (colesterol)

Intermediate Density Lipoprotein (IDL) lipoproteína de densidade intermediária: formada a


partir da degradação da VLDL. Função: IDL transporta triglicerídeos e colesterol, do fígado para
os tecidos, é à medida que a IDL perde triglicerídeos, ela capta colesterol e transforma-se em
LDL. Portanto, a IDL é precursora da LDL

Low-Density Lipoproteins (LDL) lipoproteínas de densidade baixa: principal forma de


transporte do colesterol do fígado para as células (o colesterol é necessário para síntese de
membranas celulares e compostos derivados do CPPF). A LDL transporta cerca de 50% do
colesterol circulante. A porção proteica equivale a 25% e a principal Apolipoproteína que circunda
a LDL é a Apo B-100 - presente em mais de 90% na LDL. A LDL é pequena e densa o suficiente
para ligar e se depositar no endotélio (revestimento interno dos vasos sanguíneos), sendo uma
das responsáveis pela aterosclerose: deposição de placas lipídicas (ateromas) nas paredes
das artérias, então a elevação de LDL está associada às doenças cardiovasculares. A LDL é
conhecida como “mau colesterol”, porque deposita colesterol nas artérias obstruindo a luz do
vaso e dificultando a passagem do sangue. Níveis elevados de Apo-B100 é mau prognóstico
sendo indicador ou fator de risco para doenças coronarianas chamada também de LDL-c
(colesterol)

High-Density Lipoproteins (HDL) ou lipoproteínas de alta densidade: são as menores


partículas que transportam o excesso de colesterol dos tecidos de volta ao fígado para ser
utilizado na síntese de sais biliares. Este mecanismo conhecido como Transporte Reverso
do Colesterol. Por isso a HDL é chamada de “bom colesterol”. A principal Apolipoproteína da
HDL é a A-I (Apo A-I), representando 65% da fração proteica. Níveis elevados de HDL estão
associados a baixos índices de doenças cardiovasculares. A HDL atua como fator de proteção
às doenças cardiovasculares. Níveis plasmáticos das Apolipoproteínas A-I e B são descritos
como melhores indicadores de doenças ateroscleróticas. A HDL é chamada também de
HDL-c (colesterol)

COLESTEROL NÃO-HDL
O não-HDL-c é calculado pela diferença entre o colesterol total e o HDL-c, (inclui todo o
colesterol das partículas de lipoproteínas que são consideradas aterogênicas: LDL-c, VLDL-c,
IDL, mas exclui o HDL-c, considerado anti-aterogênico. O cálculo para obtenção do não-HDL-
Nos Estados Unidos, a mortalidade de adultos por doenças coronarianas foi melhor estimada
pelos níveis de não-HDL-c do que pelos níveis de LDL-c. Em mulheres, o não-HDL-c
apresentou melhores resultados como fator de predisposição ao risco de doenças
cardiovasculares, quando comparados com métodos sofisticados e de custo elevado, como a
dosagem das Apolipoproteínas (apo) A-I e B-100 (11).

Discordância entre Colesterol LDL e Não-HDL e Gravidade da Doença Arterial Coronária


https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7792727/
2020 Mar; 114(3): 469–475. Published online 2020 Apr 6. Portuguese.
doi: 10.36660/abc.20190091PMCID: PMC7792727PMID: 32049158
Ozge Kurmus, Aycan Fahri Erkan, Berkay Ekici, Turgay Aslan, and Murat ErenAuthor
information Article notes Copyright and License information Bras Cardiol.

Placa de ateroma (amarela)

1-https://www.nanocell.org.br/o-que-e-hipertensao-3o-capitulo-controlando-o-colesterol/
2-https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci arttext&pid=S0066-782

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