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Equipe PL

Tradução: Luana Elisa

Revisão Inicial: Simara

Revisão Final: Silvia Helena

Leitura Final: Letícia

Formatação: Lola

Verificação: Bel Werneck


Sinopse
Eli Waters voltou da escola militar por apenas um

motivo, reclamar Ária como sua. Ela é uma de suas

melhores amigas, a garota que esteve ao seu lado nos

bons e maus momentos.

Um ano sem Eli foi difícil para Ária. Sentia falta de

seu sorriso, sua graça. No entanto apesar de estar

apaixonada por ele durante muito tempo, não

importava. Ela sabe que não é seu tipo. Não é loira,

magra, nem bonita. Simplesmente é Ária.

Mas agora ele está de volta e diferente.

Com a ajuda de seus amigos, ele está decidido a

finalmente reivindicá-la. Expondo seus sentimentos,

assegurando que ela conheça a verdade. Não iria a

lugar nenhum. A ama, e desde o momento em que se

encontraram pela primeira vez quando tinham três

anos, pertencem um ao outro.

Podem duas almas jovens lutar por seu amor ou

influências exteriores os separarão?


Capítulo
Um
O início do ensino médio sempre foi um grande problema,
mas desta vez era diferente. Eli Waters saiu de seu carro e olhou
para o lago, onde sabia que seus amigos estariam. Todos estavam
proibidos de escrever. Sabia que seu pai se assegurou de que não
enviassem cartas desde que o expulsaram da escola. Como
castigo por ser expulso, seu pai decidiu enviá-lo para escola
militar. Isso não funcionou muito bem.
Assim, doando dinheiro para a escola local, Blythe Ridge
High, Eli estava de volta, e o diretor faria vista grossa ao seu
registro. Acendendo um cigarro, ele sorriu enquanto ouvia seus
amigos gritando. Apenas Chris sabia que se juntaria a eles. Não
queria estragar a surpresa.
Passando pelo gramado parou, olhando o grupo. Rachel,
Mary, Branson e Chris estavam no lago, rindo e brincando,
desfrutando dos últimos dias antes das aulas começarem.
Ao lado da fogueira, viu Ária Dean rindo com seus amigos.
Eram amigos de escola, sempre entrando em problemas. Ouviu
algumas pessoas na escola questionar sua amizade. Era uma
garota grande, bem arredondada e alguns a chamavam de gorda.
Na verdade, o fato de Wayne a chamar de bunda gorda e de
outras várias coisas que gostaria que ela nunca ouvisse, foi o que
o fez ser expulso.
— Vejo que começaram a diversão sem mim. — Disse,
chamando a atenção de todos.
Rachel e Mary gritaram enquanto Branson e Chris
simplesmente riam.
A única pessoa que lhe interessava era Ária. Ela sorriu, mas
não foi em sua direção. Rachel e Mary jogaram seus braços ao
redor de seu pescoço e saltaram para cima e para baixo.
— Está de volta. Não posso acreditar que voltou.
Chris se aproximou para puxar Rachel de volta.
— Disse que tinha uma surpresa para você.
— Pensei que a surpresa fosse algo mais significativo. —
Disse Rachel, movendo-se contra o pau de Chris.
Apertando as mãos de seus amigos e abraçando as garotas,
viu Ária retrocedendo um pouco. Ela mordia o lábio, algo que
sempre achou sexy. Deixava-o louco, pois tinha os lábios mais
grossos que já viu. Passou muito tempo imaginando esses lábios
ao redor do seu pau. Tinha dezoito anos e a maioria de seus
sonhos molhados eram com essa garota de cabelo longo. Era um
encanto e ele a amava.
Certo, disse isso. Amava Ária e era a razão pela qual voltou
para casa.
— Não dará um abraço em seu amigo? — Perguntou,
sorrindo para ela.
Ela revirou os olhos.
— Você parece bem, Eli. Não tinha nem ideia de que
voltaria.
Ela se aproximou dele e o abraçou. Gostava da sensação de
seu corpo suave contra o dele. Seus seios grandes pressionados
contra seu corpo. Porra, senti-la e cheirá-la era melhor do que se
lembrava.
— Espera, você sabia? — Perguntou Branson, apontando
para o Chris.
— Porra, sim, acho que sou o verdadeiro melhor amigo.
Eli a soltou enquanto Ária lutava para se libertar.
— E estou de volta para ficar.
— Voltar, como em estou de volta ao ensino médio?
— Voltar como, estamos juntos, como um grupo. — Ele deu
uma longa tragada em seu cigarro e soltou a fumaça.
Ária franziu o nariz e se afastou. Ele não podia afastar os
olhos. Usava uma longa saia branca que caía até os tornozelos.
Tinha os pés descalços e a parte superior da jaqueta cobria os
lindos seios grandes. Não sabia o que faria para mostrar a ela que
estavam destinados a estar juntos.
— Está pronto para um mergulho? —- Perguntou Rachel.
— Talvez mais tarde. — Tirou a jaqueta, apagou o cigarro e
foi para a manta. Ária tinha os joelhos contra o peito.
Seus amigos se apressaram a retornar ao lago para tomar o
sol da tarde.
— Eles nunca mudarão, verdade? — Ele perguntou.
— É divertido. Passamos muito tempo aqui este verão
tentando nos manter fora dos problemas.
— Bem, isso não soa como meus amigos. Que porra
aconteceu?
— Simples. Você foi embora e Branson decidiu que a melhor
maneira de consertar tudo era roubando o carro do diretor
Redgrave. Eles nos pegaram e se não fosse por meu pai,
estaríamos em algum tipo de prisão juvenil. Foi um pesadelo.
Papai quase me enviou para uma escola de garotas.
— Não. — Ele disse.
Estava muito irritado. Antes de ser forçado a ir embora, fez
Branson e Chris prometerem cuidar de sua garota, Ária.
— Sim. Então, era passar o tempo no lago, ir às compras ou
assistir filmes. Foi um verão sem incidentes e estou feliz por isso.
— Ela riu.
Foram atraídos pelos gritos perto na água. Viu que Branson
estava pegando as garotas e as lançando para cima.
— Irá fazê-lo? — Perguntou Eli
— Fazer o que?
— Nadar.
Ária olhou para o lago e balançou a cabeça.
— Não, já sabe que não faço isso. Além disso, nunca me
verá em um biquíni.
Isso era o que odiava. Ela não tinha absolutamente
nenhuma confiança quando se tratava de seu corpo. Usava o
tamanho 44, mas para ele era uma mulher muito atraente.
Adorava suas curvas e a viu nua algumas uma vez por acaso. Ela
não sabia, mas aconteceu. Estava em sua casa, antes de
entrarem em problemas e foi procurá-la, apenas para vê-la se
trocando. Claro, não podia fazer nada com seu desejo por ela.
Ária era... diferente. Não tinha namorados, nem fazia os jogos que
costumavam jogar. Agora que eram mais velhos e ficou fora por
um ano, esperava que o tempo tivesse abrandado seu coração.
— Poderíamos entrar juntos. — Sugeriu.
Ela franziu o nariz.
— Vá. Estou feliz aqui, observando.
— Então ficarei com você.
— Não é necessário.
— É o que quero fazer.
— Esteve fora um ano. Vá, divirta-se um pouco. — Apontou
para o lago.
Ele estendeu a mão, segurando a dela.
— Estou me divertindo aqui.
— Ei, venham, a água está ótima. — Disse Mary, gritando
enquanto Branson a abraçava.
Amava seus amigos. Sentiu falta deles e foi por isso que
ficou bem, para conseguir voltar para casa.
— Como foi a escola militar?
— Foi cansativo, difícil e com muitos gritos.
— Tenho certeza que sim. Chris disse que seu pai nos
proibiu de escrever. Eu gostaria de tê-lo feito. Teria sido legal.
— Seu pai continua sendo um idiota? — Perguntou.
Encolheu os ombros.
— Enquanto estiver fora de problemas, não vou a nenhum
lugar.
Harvey Dean era um idiota. Um homem de negócios,
possuía uma empresa naval. Pelo que se lembrava, estava
tentando moldá-la na filha perfeita para casá-la. Mesmo quando
tinham dezesseis anos, lembrava de seus colegas de trabalho
irem à casa dela para observá-la.

Isso o assustou um pouco, mas faria qualquer coisa por Ária.


Ela era sua. Embora não soubesse ainda.
— Sua mãe está do seu lado, verdade?
— Sim. Ela quer que eu tenha uma vida normal, longe dos
seus problemas.
— Por que não se separa dele?
— Porque ela o ama. Nem tudo é apenas dinheiro. — Sorriu.
— É bom tê-lo de volta. Entrará em problemas?
— Não. Prometi ser um bom rapaz. Já sabe como sou. Não
tenho tempo para causar problemas.
Ela riu.
— Causará problemas. Posso ver em seus olhos.
Ficando de pé, a segurei pelas mãos e não lhe dei a
oportunidade de se afastar.
— O que está fazendo?
— Vamos nos divertir.
Quando tentou se afastar dele, implorando que parasse,
não o fez. Empurrando seu ombro em seu estômago, a levantou e
a levou para o lago.
Seus amigos começaram a gritar e aplaudir para que a
jogasse.
— Coloque-me no chão, Eli. Vai machucar as costas ou algo
assim.
Quando ele fingiu deixá-la cair, agarrou suas costas e se
segurou firmemente.
— Por favor, não me deixe cair.
Soltou-a e finalmente, os abaixou na água, logo a deixou
cair.
Saindo à superfície, observou como se elevava e xingou. Sua
camiseta era clara suficiente para ver o contorno de seus grandes
mamilos. Ficou com água na boca e quis tocá-la.
— Idiota. — Ela disse a ele.
Pegou-a pela cintura e se aproximou.
— Oh vamos, sou eu. Sabia que iria se molhar. Isto é muito
bom para perder. — Passou o polegar sob a camiseta, acariciando
sua pele.
Ela revirou os olhos.
— Muito bem, Waters. Deixarei essa passar.
Afastou-se colocando um espaço entre eles que não gostava.
Cuidaria disso, em breve. Não haveria mais nenhum espaço entre
eles.
Ária sentiu falta de Eli, realmente sentiu e ao vê-lo depois de
um ano, foi difícil reprimir. Era tão sexy quanto lembrava, apenas
que agora havia algo diferente. Já não parecia um adolescente
imaturo. A escola militar, mesmo sendo somente um ano, o
mudou.
— Ele é gostoso, não é? — Perguntou Rachel, nadando em
sua direção.
Amava seus amigos e os cinco eram próximos. Cuidavam
uns dos outros desde o jardim de infância, onde a maior parte de
seus colegas de sala seguiram seus caminhos, alguns mudaram e
outros se separaram. No ensino médio ele era arrogante. Eles não
eram populares como os atletas e as animadoras. Não sabia como
descrevê-los. Seu pequeno grupo não suportava nenhuma
besteira e todos os evitavam.
— Por favor, esse homem é tão musculoso. Sei que Branson
malha apenas para competir com seus músculos. — Disse Mary.
Seus amigos também estavam juntos. Mary e Branson
tinham algo. Rachel e Chris estavam juntos desde crianças.
Enquanto que Eli e ela, não sabia o que eram. Esteve fora por um
ano. Agora teria que esperar e ver. Nunca a fez se sentir à parte
em seu grupo. E de fato, era seu melhor amigo.
— É bom tê-lo de volta.
— Viu como a olhava? — Perguntou Rachel. — Diria que
sentiu sua falta.
— Nah. Provavelmente apenas se surpreendeu ao me ver.
Rachel revirou os olhos.
— Por favor, a forma como estava olhando-a não era
simplesmente de amigos. Quer transar com você.
Suspirou. Suas amigas falavam constantemente de sexo e
de sujar-se. Ela continuava virgem e sabia que de seu grupo, era
a única.
— Ah, você ficou vermelha. É tão lindo. — Disse Mary. —
Quando cederá?
— Quando eu quiser. Não quero saber o que estou
perdendo.
— Ele precisa tomar cuidado. Minha primeira vez com Chris
foi um pesadelo. Foi doloroso.
Cobriu o rosto e logo colocou os dedos no ouvido.
— Não preciso ouvir isto.
— Sabe, se terminar grávida e com um namorado, seu pai
não poderia ameaçar casá-la com ninguém. — Disse Rachel.
— Não ficarei grávida. Não estou pronta para bebês e ele não
vai me obrigar a casar com ninguém.
— Lembrando que ele já tem um velho pronto para você. —
Disse Mary. — Enrugado, também.
— Sobre o que estão falando? — Perguntou Branson,
nadando até elas.
— O tamanho do seu pau. — Disse Rachel. — Sim, Mary
disse que é minúsculo.
— Cale a boca, Rachel. Sabe que não faria isso. Todos
sabemos que Chris tem pau menor.

— Não! — Disse Chris, jogando água sobre eles.


Mergulhando, Ária afastou o cabelo do rosto e sentiu que
alguém se aproximava por trás dela. Virando-se, encontrou Eli
ali. Sorriu.
— Na verdade estávamos falando do pai de Ária e como
podemos evitar que a case.
— Quando estiver no altar, podemos entrar e gritar eu tenho
uma objeção. Ei, poderia ser um escândalo total. Nós três
poderíamos fazer uma declaração.
Ela estava lutando para se concentrar enquanto Eli passava
um braço ao redor de sua cintura, puxando-a contra seu peito.
Não tinha sentido discutir. Era como se o ano passado não
tivesse existido.
— Ninguém a tirará de nós. — Disse Eli.
— Viva, viva. — Disse Rachel. — Nossa turma está completa
novamente e tenho certeza que Wayne não tem nem ideia que
estará conosco amanhã.
O começo do ano letivo. Hurra.
— Wayne ainda respira? Estou surpreso de que não tenha
morrido. — Disse Eli.
— Você quebrou o nariz dele. Nunca esquecerei. A forma
como se aproximou, fez uma pergunta e bam! Bateu sua cabeça
contra a mesa. — Chris moveu a mão, fingindo que havia uma
cabeça em sua palma. — Pow!
Ária se encolheu, lembrando o som dos ossos quando
quebrou o nariz de Wayne.
— Ele se mantém fora do meu caminho e fico fora do dele. —
Eli encolheu os ombros.
— Nunca nos contou o que ele falou para bater nele. —
Disse Branson.
— Não importa.
Ária se afastou do seu abraço e saiu da água.
— Ei, aonde vai? — Perguntou Mary.
— Preciso que voltar para casa. Meu pai pediu para estar
em casa às dez.
— Tem quase dezoito anos. O idiota deveria deixá-la em paz.
Considerando que na sua idade, ele estava fora fodendo cada
garota que podia. — Disse Branson.
— Bem, de qualquer maneira, ainda não tenho dezoito anos
e ele pode tornar minha vida péssima. — Todos protestaram. —
Posso andar até em casa. Fiquem aqui.
— Eu a levarei. Tenho meu carro e você não terá não
problemas. — Disse Eli.
— Não precisa se incomodar. Posso caminhar.
— Acha que deixarei um psicopata tirá-la de nós. Sem
chance.
Eli a seguiu e se despediram de seus amigos.
— Eu voltarei, pessoal.
—Não faça nada que eu não faria. — Disse Chris.
Ela revirou os olhos, deu-lhes uma saudação e agarrou sua
bolsa. Enquanto seguia atrás de Eli, foram para seu carro. Tirou
uma toalha de sua bolsa e tentou secar sua roupa.
— Vou molhar seu carro.
— Não se preocupe. É apenas um carro. — Disse, abrindo a
porta.
Colocando sua mão contra sua têmpora, franziu o cenho.
— O que você fez com meu amigo?
Ele pegou a sua mão e a beijou.
— Cresceu.
— Aconteceu algum coisa ruim com você?
— Não, nada.
— Então, como cresceu?
— Percebi o que queria e sei o que preciso fazer para
consegui-lo.
— Sim? Então voltou por uma garota?
— Voltei para muitas coisas, baby. Entre no carro.
— Pode ligar o aquecedor? Meu pai vai me matar se voltar
para casa assim. — Ela olhou para seu corpo e suspirou. — Você
não deveria ter me jogado no lago.
— Não me pude resistir e precisa aprender a se divertir.
Relaxe um pouco.
Entrou no carro e fechou a porta. Ainda estava quente e sua
roupa já estava começando a secar. Quando se sentou, ligou o ar
e arrancou.
Ela apontou o calor para sua roupa.
— Está ansioso para amanhã?
— Não muito. Haverá muitas perguntas, mas Redgrave
disse que está tudo bem, contanto que eu fique longe de
problemas.
— Por favor, faça isso. O ano passado não foi o mesmo sem
você.
— Ninguém implicou com você, verdade?
— Não muito. E se alguém tentasse dizer algo, Chris e
Branson estavam sempre por perto.
— Bom, temia que algumas pessoas lhe incomodassem.
Ela riu.
— Sempre foi tão bom comigo. Realmente aprecio isso.
Segurou sua mão, juntando os dedos.
— Estarei aqui agora e ninguém irá incomodá-la.
Gostava da sensação de seu toque e não conseguia parar de
tocá-la.
— Não deixarei que seu pai a obrigue se casar.
Ária riu.
— Sabe que provavelmente não o fará. Ele parece um idiota,
mas na verdade não é tão mau.
Ainda não gostava.
— Seu pai é um idiota. Enviou-o para à escola militar
quando poderia ter feito uma simples doação a Redgrave. —
Disse ela.
— Sim, bom, todos temos problemas com nossos pais. É por
isso que nós protegemos um ao outro.
A viagem foi rápida, Eli parou na frente de sua casa.
— Obrigada pela carona, estou feliz que esteja aqui. — Ária
se inclinou e beijou sua bochecha. — Vejo você amanhã.
— Virei buscá-la pela manhã.
— Sério?
— Sim. Esteja pronta.
Saiu do carro e caminhou para porta, fazendo uma
saudação antes de entrar em casa. Era uma casa grande com dez
dormitórios. Seu pai era rico. Todos os pais de seus amigos eram
ricos e era uma das razões pelas quais não fora enviada para
longe.
— Foi Eli Waters que vi em minha entrada? — Perguntou
Harvey Dean, seu pai.
— Sim. Ele está de volta.
— Isso deve ter custado uma fortuna. Wayne precisou fazer
uma cirurgia plástica depois do que esse rapaz fez. Sabe o que
aconteceu?
— Não sei, papai. Ele não é um rapaz ruim e garantiu eu
chegasse em casa no horário.
Sua mãe saiu da sala de estar.
— Eli está de volta.
— Lisa, eu não gosto que ele esteja com nossa garota.
— Harvey, algumas coisas não podem ser controladas. —
Disse Lisa, olhando para seu marido.
Ária olhou seus pais, e decidiu não se envolver em qualquer
briga deles hoje.
— Vou para cama.
Capítulo
Dois
— Seu pai não quer você andando comigo. — Disse Eli.
Ária jogou sua mochila no banco de trás e colocou o cinto de
segurança.
— Não gosta de ninguém a menos que seja conveniente ou
lucrativo para ele. Tenho certeza de que é o que o incomoda em
mim.
— O que o incomoda em você? — Eli perguntou.
— Primeiro, não sou um garoto. Caso fosse teria um
herdeiro para fazer parte da sua empresa. Isso não me interessa.
Também quer me casar. Acredito que espera que me case com
um de seus amigos.
Apertou o volante. Não gostava do pensamento de sua
garota com ninguém mais. Ela era dele e esperou durante o
último ano. Isso foi o que o manteve de pé, suas lembranças e as
fotos que tinha dela.
— Receberemos muitos olhares. — Comentou ela.
— Não me importo. Todos podem olhar.
— É um rebelde. — Ela riu. Depois de alguns segundos,
suspirou. — O que aconteceu?
— Nada. Estou apenas cansado. Será um terrível e longo
ano, já sabe, preciso ficar bem e não criar problemas.
— Seu pai não pode obrigá-lo.
— Ele pode.
— Sempre poderia se emancipar ou algo assim.
— Sim, tenho certeza que adoraria isso.
— Por que não? Pode fazer.
— Preciso pensar antes de fazer algo assim. E de qualquer
forma, acredito que algo esteja acontecendo com meus pais.
Pareciam assustados ontem à noite. Nunca os vi assim antes.
O telefone de Ária tocou e com o canto do olho observou o
celular.
—É Rachel. Todos estão na escola.
— Ótimo.
— Ela diz que Wayne ficou furioso. Acha que ele sabe que
estará lá?
— Provavelmente. Talvez Redgrave o alertou de que irei. Não
importa. Cuidarei dele.
— Não faça nada estúpido e que possa prejudicá-lo. Já
fiquei sem você durante um ano. Todos sentimos sua falta.
Apertou os dentes. Não se importava com os outros. Mesmo
assim, ao menos ela se incluiu no: nós.
Entrando no estacionamento da escola viu seus amigos e
também Wayne. Percebeu que o bastardo não parecia tão valente
no momento em que viu seu carro.
— Aqui vamos nós. O último ano do ensino médio e nosso
futuro nos aguarda. — Disse Ária.
Queria que tivessem um futuro juntos.
Chris e Branson estavam perto de sua porta quando saiu.
— Wayne disse alguma besteira?
— Não sei. Está fazendo todas estas coisas, coisas ruins.
Esqueça-o, todos estamos juntos, cara. — Disse Branson.
— Ei, Eli, sentimos sua falta.
Eli se virou para ver Tiffany, uma das animadoras que
transou faz um ano. Estava arrumando seu cabelo e quando
olhou para Ária, viu que não estava prestando atenção.
Afastou as mãos de Tiffany de seu peito.
— Não seja assim. — Ela fez uma careta.
— Não senti sua falta.
Quando ele continuou fulminando-a, soltou um grunhido e
se afastou.
— Não terá nada dela. — Disse Chris.
— Pensei que gostasse dela, já que foi muito fácil pegá-la. —
Disse Branson.
Voltando o olhar para Ária, viu que ainda não estava
olhando em sua direção e isso o estava irritando. Precisaria tirar
a roupa para conseguir sua atenção?
— Precisamos lutar por nossas garotas? — Perguntou
Chris.
— Mal chegou ao lago ontem à noite e não pôde afastar os
olhos de Ária. O que está acontecendo? — Perguntou Branson.
— Ela é minha. Ária é minha.
O silêncio caiu entre eles.
— Sua? — Chris perguntou lentamente.
— Sim, ela é minha, não pude pensar em ninguém mais no
último ano. A única razão pela qual prometi me comportar é para
estar ao seu lado. Ninguém se aproxima dela. Ninguém a toca.
Ela é minha e espero que me apoiem nisso.
Chris e Branson olharam para as garotas.
— Já era hora. — Disse Chris. — Rachel esteve me
incomodando com isso.
— Que seja, vamos.
— Ouça. — Disse Branson, agarrando seu braço. — Ela
sabe?
— Não tem nem ideia.
Dando a volta no carro, colocou sua mão ao redor dos
ombros de Ária.
— Pode ir comigo ao escritório? Preciso ver Redgrave antes
de começar o dia.
— Ele quer dar um sermão, sobre como ser um bom garoto?
— Perguntou ela.
— Sim. Darei a ele seus cinco minutos e farei tudo o que
puder para ficar.
— Será um último ano infernal.
— Sim, será.
Atravessaram o estacionamento e encarou Wayne, também
a qualquer um que lembrava de ter falado besteira sobre eles.
Sempre castigou os filhos da puta que pensavam que podiam
escapar.
Ao entrar pelas portas da frente da Blythe Ridge High,
voltou a segurar a mão da Ária. Queria que se acostumasse com
seu toque e com sua presença.
— Consegue acreditar que este será nosso último ano aqui?
— A menos que tenhamos filhos para trazê-los aqui todos os
dias.
Ela riu.
— Está pensando em ter filhos?
— Você não?
— Claro que não. Terei dezoito em algumas semanas. Não
há maneira de que pense em filhos. A não ser que...
— A não ser que?
— Estávamos conversando ontem à noite. Meu pai pode ser
arrogante. Eu poderia considerar ficar grávida para atingi-lo, o
que é a razão totalmente errada para se ter filhos.
— Sim, é. — Ele a ajudaria se quisesse.
Eli a queria e a teria de qualquer maneira que pudesse
consegui-la.
Estava de pé fora do escritório do diretor, observando a
Srta. Fox arrumar alguns documentos.
— É bom tê-lo de volta, Sr. Waters, mas espero que com um
melhor comportamento.
— Onde está Redgrave? Saiu? — Perguntou Eli.
— Na verdade, está aqui. Lidando com um pai muito
furioso.
— Deixe-me adivinhar, o pai de Wayne?
— Sim, de fato.
Bufou e se virou para Ária.
— Covarde.
— Seja bom, estarei aqui esperando.
Não queria deixá-la, mas não via muita escolha, assim
soltou sua mão, entrou no escritório de Redgrave e se sentou.
— Eu não gosto que você tenha voltado, Eli. Vai contra todo
o código uma vez que foi expulso.
— Então, por que Wayne não foi expulso? — Perguntou. —
Também brigou, não foi?
— Você iniciou a briga e não entrarei em detalhes.
— O cheque que meu pai preencheu deve ser mais que
suficiente para fazê-lo se sentir melhor.
— Não use esse tom comigo.
— Pergunto aonde foi o dinheiro, para a escola ou seu bolso.
O silêncio encheu a sala. Nunca gostou do diretor. Ele
nunca tentava ajudar a ninguém mais que a si mesmo.
— Tudo bem. Concordei com as condições de seu pai. Tem
permissão para retornar, contanto que permaneça sendo um
estudante de altas qualificações. Não quero nenhuma briga.
— Se alguém começar algo, terminarei.
Redgrave o olhou furioso.
— Tome cuidado, Waters. Porque se pensar por um segundo
que causará problemas na minha escola, o colocarei para fora.
Estará fora daqui tão rápido que nem sequer terá tempo de se
despedir de seus amigos.
— É uma boa coisa que esteja planejando ser um bom
garoto então, verdade?
Odiava aquele filho da puta. Tudo valeria a pena se
conseguisse ficar com Ária em seu último ano de escola.
— Vá e pegue suas coisas. Não quero saber de você.
Ao ficar de pé saiu do escritório e sorriu no momento em que
viu Ária o esperando.
— Conseguiu alguma coisa?
— Vamos para mesma sala de aula, então teremos as
mesmas aulas de inglês, educação sexual e também ginástica.
Bem, mas não se preocupe, será comigo e todo o grupo.
— Sim, não podem nos separar por muito tempo.
Saindo do escritório do diretor, desceram para seus
armários. O seu estava a trinta centímetros do dela e lembrava de
todas as vezes que a observou sem que percebesse. Sempre
sentiu algo por ela e agora iria terminar com esta coisa de serem
amigos. Não tinha nem ideia de quanto sentiu sua falta até que
foram obrigados a se separarem por um ano.
Não queria ficar sem ela.
Não era nenhum santo. Na verdade, fez sexo pela primeira
vez aos quatorze anos e foi com a faxineira. Não foi um momento
de orgulho. Durou cinco minutos e fez uma bagunça completa.
Durante o restante do ano, ela o ensinou a tocar uma mulher.
Certo, quatorze anos era um pouco jovem, mas lhe ajudou a
passar por um momento difícil de sua vida e a ira que sentia
mudou.
Concentrou-se em aprender a satisfazer uma mulher.
Depois de seis meses, ela seguiu em frente e nunca mais a viu ou
ouviu falar dela novamente, mas não se importou.
Tudo o que aprendeu e a prática que conseguiu, esperava
que fosse suficiente para ajudar com sua primeira vez com Ária.

— Então seu namorado está de volta. - Disse Wayne.


Suspirou e voltou a colocar o livro em seu armário.
Planejava ir para lanchonete. Estava com fome e neste momento
não queria lidar com essas brincadeiras.
— O que? Não vai falar comigo?
Terminou de colocar suas coisas no armário, abaixou a
fechadura e a fechou com chave antes de virar para ele.
— O que você quer?
— O que quero? Quero saber o que está fazendo aqui.
— Pelo que sei sou uma estudante aqui, imbecil. Quer suas
respostas, vá ao escritório do diretor.
Ele bateu a mão contra o armário perto de sua cabeça. Não
estava preocupada. Wayne era tudo sobre ladrar, nada de
morder.
— Não fale assim comigo.
Ela revirou os olhos.
— Olha, eu sei que pensa que é lindo tomar esteroides, para
fazê-lo parecer assim, mas na verdade não é. — Ela agachou sob
seu braço. — Precisa compreender que Eli está de volta e se
começar, ele chutará sua bunda.
Wayne a perseguiu por um tempo. Não sabia por que, mas
sempre escolhia momentos nos quais estava sozinha para
encurralá-la. Não tinha sentido em dizer a Chris ou Branson, já
que podia se cuidar sozinha.
Ao entrar no corredor principal, viu Eli imediatamente,
vindo diretamente até ela.
— Onde esteve? Rachel me disse que precisou deixar uns
livros.
— Sim, não é nada importante. Agora estou aqui e
morrendo de fome.
Caminhou em direção ao fundo do corredor, o sentindo de
pé atrás dela, muito perto.
— Como foram suas aulas da manhã?
— Longas. Não sei o que é pior, eles ou eu.
Ela riu.
— Seja bom. Mantenha suas notas e fique fora de
problemas.
— Estava pensando nisso.
— Deveria ficar preocupada com você pensando?
— Haha muito graciosa. Que tal estudarmos juntos? Você e
eu, com bons livros.
— Claro. Não me importaria. Papai provavelmente lançará
em você toda sua raiva.
— Sou um bom receptor. Não se preocupe, ficarei bem.
— Continue fazendo essas promessas.
Pediu uma salada de frango, uma fruta e uma vitamina. Eli
pegou sua bandeja e a levou para a mesa.
— Sou eu ou a escola militar o fez ficar doce?
— Nada mudou.
— Tem certeza disso? — Perguntou Chris. — Carregou o
almoço dela. Não é algo habitual.
— Talvez deveria começar a observar bem. Adoraria que
fosse um cavalheiro, que me trouxesse coisas. Nunca se sabe,
poderia ter sexo com mais frequência. — Disse Rachel, mordendo
a orelha de Chris.
— É bom que não seja ambicioso então.
Ária riu.
— Sim.
Isto era o que amava em seus amigos. Quando Rachel e
Chris se juntaram, logo depois Mary e Branson, ficou preocupada
que se apaixonassem e rompessem, isso realmente arruinaria
sua dinâmica como amigos. Mas se brigavam, durava apenas
poucas horas e se acertavam até o final do dia. Amava seus
amigos, os cinco e não podia imaginar sua vida na escola sem
eles.
Segurou o garfo e pegou o frango muito cozido. A comida da
escola era horrível.
— Como vai sua manhã? — Perguntou, tentando mastigar a
carne.
— Entediante. — Disse Eli, pegando seu hambúrguer e
dando uma enorme mordida. Então fez uma careta. — A cozinha
não melhorou.
— Pensou que melhoraria? — Perguntou Branson.
— Nunca se sabe. Talvez o inferno congele e tenhamos uma
melhor solução.
— Olá, gatinho.
Viu como Joanne, uma animadora, conhecida por ser fácil,
ficou entre Eli e a mesa.
— Foi um ano solitário.
Estava acostumada com isso. Todas as garotas se moviam
ao redor dos rapazes. Até que Chris e Branson se declararam por
Rachel e Mary, tiveram sua própria seleção de mulheres.
— Que porra está fazendo em meu colo? — Tirou-a de seu
colo. Joanne ofegou e caiu.
— Que porra, Eli? É muito bom para nós agora?
— Chega. Diga a todas suas amigas que não farei nenhuma
visita a elas. Prestem algum serviço para a equipe de futebol,
todos sabemos que tem paus.
Ária sorriu.
— O que foi, gorda? — Perguntou Joanne. Já ouviu coisas
piores.
Eli ficou de pé e olhou para Joanne. A ameaça estava ali em
sua postura e mesmo ela ficou um pouco nervosa.
— Calma, não é a primeira vez que me dizem algo assim.
— Será a última vez que você diz uma porcaria assim.
Entendeu? Ouço algo sobre ela de qualquer um de vocês e me
assegurarei de que nem sequer a olhem. Compreendeu?
Joanne assentiu, gemeu e saiu correndo.
— Uau, claro que fez muito bem estar no lugar que esteve.
— Disse Rachel. — Eu acho que ela ficou com raiva.
— Precisa aprender a deixar de falar besteiras sobre o que
me importa.
Sentou-se passando sua mão pelas costas de Ária.
— Está bem, baby?
— Estou bem. — Ela balançou a cabeça confusa. — O que é
que aconteceu com você?
— Nada. Por quê?
— Já passei por muito pior que isso. Está tudo bem. Sou
grande, sou gorda, não me importa.
— Você não é gorda. — Disse Chris.
Olhou para cima para ver Chris olhando-a de cima abaixo.
— É mais cheia. Nada de errado nisso.
— Ei, mantenha seus olhos para si mesmo. — Disse Eli.
— Tem os melhores peitos que já vi. — Disse Rachel. — Eu
gostaria que os meus fossem maiores.
— Não vou me queixar. — Disse Chris, beijando-a.
— Agora que me fez corar, tentarei comer, ok? — Ária disse.
Suas bochechas ardiam.
— Está dizendo a verdade. Tem peitos bonito.
— Realmente não preciso ouvir isso. Sério, não preciso.
A forma que a olhou a fez se sentir um pouco quente do
pescoço para baixo. Era intenso e se atrevia a dizer, interessado.
— Oh, menino mau às doze. — Disse Mary.
— Acho que são três em ponto. — Disse Branson.
— Que seja. Wayne acaba de entrar e parece um pouco
irritado.
Ela colocou uma mão nas costas de Eli.
— Apenas ignore, tudo bem? Não queremos que arruíne
nosso último ano em seu primeiro dia. Todos estamos bem.
Apenas pense nisso.
— Tem razão. — Ele segurou sua mão, beijando seus
nódulos.
Afastou a mão e apunhalou seu garfo nas folhas verdes
murchas, decidindo não comer.
— Ouça, que tal jantarmos no restaurante? Será divertido.
— Disse Mary.
— Estou dentro. — Disse Ária. — Isto aqui é lamentável.
Depois da aula?
— Sim. Estou dentro. — Disse Chris. — Papai me quer em
casa para conhecer sua nova pequena esposa e não estou
interessado.
— Casou novamente? — Perguntou Eli.
— -Sim, uma mulher alguns anos mais velha que eu. É
nojento.
O pai do Chris nunca ficava sozinho por muito tempo e esta
era a esposa número cinco. Ária teve o prazer de conhecer todas
as outras mulheres e nenhuma delas pôde controlar Chris.
Amava sua mãe e a visitava tão frequentemente quanto possível.
— Quer todos nós juntos? — Perguntou Ária. — Poderíamos
ir para sua casa. Daremos força por estar em maior número ou
algo assim.
— Talvez podemos assustá-la para que não ache que tem
chance de transar com você. — Disse Rachel.
— Sim, isso é simplesmente nojento. Sua madrasta
querendo fazer sexo com ele — Disse Mary estremecendo.
Ária riu. Chris ficou mortificado, mesmo que a mulher
tivesse vinte e poucos anos. Amava Rachel.
— Bom, resolvido, depois da aula, iremos todos para casa
de Chris, levaremos nosso caos conosco. — Disse Ária. Abriu a
garrafa de água, a levantando. — Pelos amigos.
— Seria melhor com uma garrafa de vodca, mas porra,
estou dentro. — Disse Branson.
À medida que chocaram seus copos juntos, sorriu. Era
genial ter a sua pequena família novamente junta. Sentiu muita
falta disso e tinha muitas cartas em sua casa que nunca enviou
por correio, porque não era permitido.
Olhando para cima em direção a Eli, viu que a estava
olhando fixamente. Havia algo em seus olhos, não sabia o que,
mas gostava. Gostava da forma que a olhava. Fazia com que se
sentisse como se fosse a única garota no mundo inteiro.
Capítulo
Tres
— Precisará da nossa ajuda. — Disse Rachel.
— Para que? — Perguntou Eli. Deveria saber que Chris e
Branson não podiam manter a boca fechada.
— Você a viu no almoço? — Perguntou Mary.
— O que há?
— Não tem nem ideia de que está interessado nela.
Conhecemos nossa garota e não acredita nem por um segundo
que você sente algo por ela. — Disse Rachel. – E se quiser
persuadir Ária e convencê-la a ter muito sexo e tudo mais,
precisará da nossa ajuda.
— Você sabe que ela é virgem? — Perguntou Chris.
Estavam fora de seus carros à espera de que ela chegasse
para que pudessem ir jantar na casa de Chris.
— O quê? Olhou para seus amigos. — Estão fodendo
comigo?
— Primeiro, eca, nojento. Não, não estamos. Ela não esteve
com ninguém. — Mary disse.
— Como sabe disso?
— Somos todos amigos. No ano passado não houve um só
homem em sua vida. Ela não estava interessada. — Disse Rachel.
— Acho que é porque seu pai joga todos esses homens para
ela. — Disse Mary.
— O último era mais velho, tinha cerca de trinta anos. —
Rachel e Mary começaram a conversar entre si.
Eli esfregou os olhos, perguntando-se como mantinha
amigos como estes. Fofocavam de quase todo mundo.
— Como acham que me ajudarão?
— Simples, deixaremos vocês constantemente juntos e
sozinhos. — Mary disse aplaudindo.
— Isso. Esse é seu plano?
— Qual é o seu? — Chris se intrometeu. — Carregar a
comida dela ou talvez seus livros?
Olhou para o Chris.
— Deveria estar do meu lado.
— E estou. Apenas digo, esse movimento foi totalmente
pobre.
— Não é o que às garotas gostam? — Perguntou, olhando
para as meninas.
— É bom. — Disse Rachel. — Mas é exagerado nos filmes e
nos livros. Além disso, Ária não é qualquer garota. Ela é, já sabe,
nossa garota e tudo isso. Nossa melhor amiga. Pense nisso, Eli.
Todos fomos melhores amigos, desde sempre e a conhece. Não é
necessário confiar em truques e coisas desse estilo.
— Sim, homem. — Disse Branson. — Já a conhece. Somos
todos amigos.
— O que está acontecendo? — Perguntou Ária, caminhando
na direção deles. Carregava um livro grande, com sua mochila
sobre um ombro. Os jeans que usava caía em seus quadris. Ela
tinha essa silhueta de ampulheta, com grandes seios.
Seu pau ficava duro apenas de olhá-la.
— Seu aniversário. — Disse Rachel. — Estamos falando do
seu aniversário e como vamos celebrar.
Ária parou.
— Acredito que podemos ir ao lago, vocês ficam bêbados e
abandonam Eli e eu no capô do carro enquanto vão transar nos
assentos dianteiros e traseiros.
— Bons tempos. — Disse Branson, ao que Mary bateu nele.
— Não foi tão ruim. — Rachel cruzou os braços.
— Na verdade, acho que foi isso exatamente o que fizemos
nos dois últimos aniversários.
Ária riu.
— Estava aqui para meu último aniversário, lembra? —
Disse, olhando para Eli.
— Lembro.
Ficaram olhando as estrelas e tinha inventado histórias. Ela
riu a noite toda.
— Está bem, com quem eu vou?
— Eli. — Todos disseram juntos.
— Bom. Estão todos bem? Isto foi um pouco... assustador.
Eli avançou e colocou o braço sobre seu ombro, sem
problemas para tirar o grande livro das suas mãos.
— É o primeiro dia de volta à escola. Todo mundo está tenso
e assustado por tudo.
— Sim. Viu Wayne esteroides? Não há como ele conseguir
isso sendo um fã de exercícios. — Disse Mary.
— Ouvi algumas das animadores conversando e me
disseram que é conhecido por ser preguiçoso no quarto.
Ária cobriu os ouvidos.
— Realmente não preciso ouvir isso. Que nojo.
— Ah, jovens ouvidos virgens, o que se pode fazer? —
Perguntou Chris.
— Pare de trazer minha virgindade para conversa. Rachel,
me preocupa que seu namorado esteja obcecado com minha
virgindade.
Enquanto falava, suas bochechas ficaram vermelho
brilhante. Era uma lutadora e a adorava por isso.
— Podemos ir para minha casa, por favor? A última coisa
que preciso é a minha mãe barbie vindo me buscar. Seria muito
embaraçoso. — Chris balançou com a cabeça e fez alguns ruídos.
— Acha que seu pai está apaixonado por esta? — Perguntou
Ária, caminhando para o carro de Eli.
— Não. Gosta dela chupando seu pau. Eu os ouvi transando
e foi o suficiente para me deixar envergonhado. Coisas grosseiras
e tudo.
Ária estremeceu.
— Eca. Nem sequer acredito que meus pais durmam ainda
na mesma cama.
— Desde quando? Pensei que seus pais se amassem.
— Eu não. Porque meu pai foi um idiota e levou a minha
mãe à loucura. Nunca os entenderei. — Ela abriu a porta do carro
e entrou. — Nos vemos novamente em sua casa.
Ficou atrás do volante, girando sobre o banco.
— Portanto, uma virgem, hein?
— Você também?
— Tenho curiosidade de como uma garota tão bonita como
você não foi caçada.
Ela revirou os olhos e deu risada.
— O que você acha? Sou uma garota bonita? Por favor, Eli.
Sou a garota gorda nesta escola. Você sabe, eu sei. Mesmo se
perdesse uma tonelada de peso, nada mudaria. Sempre seria a
mesma garota gorda.
— Eu não gosto quando diz coisas assim. Não é gorda, baby.
— Eli?
Ele segurou sua mão, depois seu rosto, obrigando-a olhá-lo.
— Não é gorda. Não quero que diga esse tipo de coisa na
minha frente.
— A escola militar o deixou mandão.
— Precisa acreditar em mim, linda.
— Está tão diferente. Olhe Joanne por exemplo. Sempre me
disse que gostava dela.
Ele se encolheu.
— Não quero falar disso, ok? Essas garotas, essa vida, tudo
terminou.
Ela inclinou a cabeça para um lado e acariciou sua
bochecha com os dedos. Sua pele era tão suave.
— O que mudou, Eli?
— Eu mudei. Perecebi algo.
A tensão entre eles aumentou. Por que se sentia tão bem?
Não estava seguro, mas o desejo de beijá-la era forte. Inclinou-se
para frente com a intenção de fazer exatamente isso, quando a
buzina de um carro os interrompeu.
— Vamos, pombinhos. — Disse Branson, gritando. Ela riu,
se afastando dele.
Iria bater em Branson.
Ligando o carro, Eli seguiu Branson durante todo o
caminho até casa de Chris. Ao chegar, se assegurou de que Ária
deixasse seus livros no carro.
— Vou matá-lo. — Disse a Branson em voz baixa.
— Estava construindo um suspense. Deveria me agradecer
por isso.
— Por quê? Estava a ponto de beijá-la.
— Sim e então ela se sentiria incomodada. Lembra, todos
conhecemos Ária e está um pouco confusa sobre você neste
momento. Confie em seus amigos para ajudá-lo.
Eli apertou os dentes, mas viu a verdade no que estava
dizendo Branson. Seguindo seus amigos para dentro da casa,
ouviu um gemido feminino no momento em que chegou na porta.
— Chris está em casa, querido. Disse que viria. — Correndo
da cozinha chegou uma mulher pequena, usava grandes saltos
com os quais se esforçava para caminhar. Estava convencido de
que iria quebrar seu pescoço. — Oh querido, trouxe seus amigos.
— Ela levantou as mãos.
Olhando por cima do ombro, viu o pai de Chris, Jonathon.
— Olá, filho, não acreditei que viria.
— E perder isso com Lídia? — Disse Chris.
— Na verdade, é Tara. — Disse ela, levantando a mão. Chris
franziu o cenho.
— Oh certo, Lídia era a número três, acho. Bem, de
qualquer forma, trouxe meus amigos, espero que esteja tudo
bem.
— Grosseiro. — Disse Ária, sussurrando.
Eli sorriu. Esta não era a primeira vez que participava de
um jantar na casa de Chris.
— Ficará em casa esta noite? — Perguntou Jonathon.
— Sim. Mamãe está fora da cidade, por um dia.
Jonathon ficou tenso.
— Sim?
— Sim, foi com um homem para o campo. Posso não ter
certeza, mas acho que é especial, sabe. Ele sabe como cuidar
dela.
Todos sabiam da tensão entre Chris e seu pai. Este seria um
jantar irritante e longo. Eli poderia viver com isso, especialmente
quando Ária se apoiou nele, segurando sua mão. Não era muito,
mas era um começo.
— É bom vê-lo, Eli. — Disse Jonathon.
— É bom retornar. — Ele apertou a mão de Ária.
A vida já estava voltando à normalidade e era como se nem
sequer tivesse saído.

— Nunca vi nada tão horrível em toda minha vida. — Disse


Ária.
— Você a viu constantemente empurrar o peito?
— Nem sequer acredito que foi para o benefício de Chris
tampouco. — Ária estremeceu. — Ela é interessante. Embora
muito jovem. Jonathon se aborrecerá e a trocará dentro de um
ano.
— Ama Vicki. Não pode negar isso.
Vicki era a mãe de Chris.
— Sim. Viu como ficou tenso quando Chris mencionou que
ela estava saindo com alguém? Pensei que explodiria.
Eli parou diante da casa de seus pais e Ária suspirou. Não
queria entrar ou terminar este dia. Eles não precisam fazer
nenhuma besteira para passar um bom tempo juntos. Ficar
juntos era diversão suficiente.
— O que acontece, baby? — Ele perguntou.
— Papai está lá dentro e não quero falar com ele hoje. —
Esticou seu corpo, seu pescoço estalando enquanto o fazia. —
Pode ser uma chatice às vezes.
Olhou para Eli que estava olhando para seus seios.
— Não, você também?
— Não, eu o que?
— Meus seios, está olhando. — Suas bochechas
esquentaram ao pensar no almoço. — Rachel e Mary estão
constantemente comparando os seus com os meus.
— Não me importo com os delas.
Ela o olhou fixamente, seu corpo esquentando sob seu
olhar. Era virgem e nunca esteve com um homem antes, mas isso
não queria dizer que não soubesse o que estava acontecendo.
Entendia muito.
— O que importa pra você? — Perguntou ela, lambendo os
lábios secos de repente.
Eli se aproximou, tocando sua bochecha. Seu polegar
correu através de seus lábios e foi um toque tão inesperado que a
deixou sem fôlego.
— Preocupo-me em fazê-la feliz. Senti sua falta enquanto
estava fora, Ária.
— Todos sentimos sua falta.
— Não me importa a respeito deles neste momento. Sei que
sentiram. Todos somos amigos. Sentiu minha falta?
Ela o olhou nos olhos. Eram de um azul tão impactante que
fazia com que fosse difícil se concentrar em outra coisa a mais
que nele.
— Sim. Senti muito sua falta. Provavelmente não deveria
dizer esse tipo de coisas.
Balançou a cabeça.
— Você foi a razão pela qual voltei.
— Fui?
— Sim. Fiz todas essas promessas ao meu pai apenas para
poder vê-la novamente.
Ela cobriu sua mão com as suas, de repente não estava
certa do que estava acontecendo.
— Eli...
Alguém chamou à janela, fazendo-a saltar. Seu pai estava
ali, olhando com aquele olhar arrogante.
— Fora do carro.
— Aff, está bem. — Alcançando atrás, agarrou sua mochila
e os livros. — Eu o vejo amanhã.
— Venho buscá-la. O que aconteceu com seu carro de todos
os modos?
— É uma longa história. Nos encontramos aqui.
Ao descer do carro, ficou olhando seu pai. Estava de braços
cruzados, olhando todo intimidante.
Sem olhar para trás, apesar de querer, caminhou até sua
casa.
— Oi mamãe. — Disse ela gritando. Deixou cair a mochila
na parte inferior da escada, a deixando ali para ir procurar sua
mãe.
Lisa estava na cozinha, mexendo uma panela de molho.
— O que está cozinhando?
— Apenas um pouco de molho para massa. Seu pai tem um
convidado.
O sorriso no rosto de Ária desapareceu. Essas eram as
palavras que sua mãe concordou em utilizar como código para
quando seu pai trazia um candidato.
— Bom, estou sem fome.
— Querida?
— Não. Estive na casa de Chris. Conheci sua nova madrasta
e comemos tacos. Foi realmente bom. Não acredito que ela tenha
feito, no entanto.
— Ária, por favor, venha aqui. — Disse Harvey,
chamando-a.
— Tenho certeza de que há uma lei contra isso. Por que está
sendo um idiota?
— A empresa significa muito para ele e quer deixá-la nas
mãos de alguém digno dela quando morrer.
— Mamãe, ele tem quarenta e cinco anos. Tem muitos anos
pela frente ainda, mas está fazendo minha vida impossível. — Ela
afastou-se do balcão e entrou na sala de jantar. Seu pai estava na
cabeceira da mesa, junto a um homem que não conhecia.
— O que aconteceu?
Cada vez que algo como isso acontecia, ela tentava parecer
mal-educada ou uma garota mimada. Aprendeu que os homens
não podiam suportar um certo tipo de garota ou mulher e ela se
assegurava de encontrar essa marca e explorá-la.
— Deve ser Ária. — Disse.
Ficou olhando para o homem. Era próximo da idade de seu
pai e a olhava de cima abaixo.
— Sim. — Olhou para seu pai. — Tenho tarefa para fazer.
— Sente-se e coma.
— Não. Comi com meus amigos. Tacos.
— Ária, não estou pedindo. — Disse Harvey.
Olhando-o, sentou-se.
— Ah, aqui está. - Disse o convidado misterioso.
Virou-se a tempo para quase vomitar. Ali na sala estava
Wayne. Genial, simplesmente genial.
Movendo-se na cadeira, ficou olhando seu prato, desejando
não estar ali.
— Vocês se conhecem? — Perguntou Harvey.
— Vamos à escola juntos, não é, Ária? — Disse Wayne, se
sentando.
— Vou à escola com uma grande quantidade de pessoas.
Apenas é um idiota na multidão.
Sorriu enquanto seu pai disse.
— Ária, basta com a linguagem grosseira.
— Aqui vamos. Fiz algo rápido. — Disse Lisa, entrando na
sala, carregando um grande prato de massa com molho e
almôndegas.
Ária odiava a agitação em seu estômago e a forma como seu
pai parecia ter um ar satisfeito.
Sua mãe serviu a todos, mas Ária cobriu seu prato.
— Não quer nada? — Perguntou Lisa.
— Eu já disse, comi na casa de Chris. Quando acreditará
em mim?
— Chris Fieldbrook? — Perguntou Harvey.
— Sabe quem é Chris. Andamos juntos desde que era
criança. Rachel, Mary, Branson e Eli estavam lá também. Além
de Tara, a nova esposa de Jonathon.
— É uma pena realmente. Jonathon Fieldbrook se
converteu no bobo de suas esposas tolas. Nenhuma delas pode
pensar por si mesma.
— Ouvi que é um traço dos idiotas. — Disse. Isso era a
última coisa sobre a qual queria falar.
— Já tive suficiente dessa linguagem.
— Muito bem, assim não se importará que vá para o meu
quarto, já sabe, para melhorar meu cérebro.
Antes que alguém pudesse impedi-la, se levantou da mesa e
foi para a escada, agarrando sua mochila.
— Sinto muito, Ária. — Disse Lisa.
Girou para ver sua mãe com um guardanapo.
— Não farei o que ele quer. Não tenho nada em mim para ser
uma boa esposa ou para entrar no casamento que acredita que é
apropriado. Não farei isso.
— Ele apenas quer o melhor para você.
— Não, não quer. Ele quer o melhor para si mesmo. É a
forma como sempre funcionou. — Sem outra palavra, Ária correu
para seu quarto, fechando a porta e jogando a mochila em seu
armário. Deitando na cama, pegou seu telefone e ligou para
Raquel.
— O que aconteceu? — Riu Rachel. — Chris, chega.
— Não vai acreditar quem está em casa comigo.
— Eli?
— Não, por que Eli estaria aqui?
— Não sei, me enganei. Quem está aí?
— Wayne!
— Wayne esteroides?
— Sim. Está em um jantar com minha família. Saí, mas sei
que papai virá aqui mais tarde. Praticamente o mandei se ferrar.
Posso tê-lo envergonhado um pouco. — Disse.
— Bom para você. É um imbecil e não precisa dele.
Houve certa comoção no fundo e Ária não pode entender o
que se dizia.
— Liguei em um mau momento? — Perguntou ela.
— Não realmente. — Disse Rachel. — Você me conhece,
Chris e eu sempre estamos juntos.
— Porra, sinto muito. Vou desligar agora.
Desligou o telefone e saindo cama foi para seus livros. Vinte
minutos mais tarde, ficou sem fôlego quando alguém chamou em
sua janela. Olhando para cima, viu Eli ali, a saudando.
Avançando para ele, abriu a janela, o ajudando a entrar.
— O que está fazendo aqui?
— Vim em seu resgate. Nunca se sabe que monstros estão aí
fora.
Ela riu.
— Chris ligou?
— Claro que sim. Onde está o homem esteroides?
— Lá embaixo com o restante.
— Por que acha que ele está aqui? — Ele se sentou na cama
e deu uns apinhas no espaço ao seu lado.
— Não sei. Não quero saber.
— Seu pai está tentando casá-la, verdade?
— Sim.
— Acha que esse jantar é parte disso?
— A que se refere?
— O pai do Wayne é rico, um homem de negócios. Ele tem
todos os requisitos.
— Não há como eu concordar em me casar com Wayne. —
Estremeceu.
Eli a puxou para si.
— Eu tomaria cuidado, no entanto.
— Meu pai é um idiota e sabe disso. É da velha guarda. Ele
acredita em manter o controle de tudo e de todos.
— Ele não pode controlá-la, céu. Ninguém pode. Você é
quem está a cargo de sua vida. Nunca esqueça isso.
Beijou a parte superior de sua cabeça quando ela se
aconchegou em seu abraço. Adorava que estivesse ali sem ela
esperar.
— É tão bom para mim, Eli.
Capítulo
Quatro
— Bem, bem, bem, olhe quem trouxeram arrastado. —
Disse Wayne.
Eli não se alterou. Não disse nem fez nada, sabendo que
isso era o que o bastardo queria. Ele colocou sua roupa
novamente na mochila e a guardou no armário do ginásio antes
de virar.
Eli não vestia uma camiseta e não pode evitar rir ao ver que
Wayne estava mostrando seu peito, parecendo um pouco como
houvesse saído de um filme de ação.
— O que você quer?
— Não muito. Apenas vim vê-lo, Eli. Senti sua falta.
Estavam se aproximando do final de sua primeira semana e
até o momento, evitou esse idiota. Não sabia o que o incomodava
mais. O fato de Wayne ter uma boca suja ou o fato de usá-la para
encobrir seus verdadeiros sentimentos. Eli esteve pensando
muito nisso durante o ano passado. Wayne era sempre um
estranho em seu pequeno grupo. Era um esportista e nenhuma
de suas garotas queria ter nada a ver com ele.
Algo em seu interior dizia que Wayne era uma má semente.
Havia uma crueldade no rapaz à sua frente e houve muitas vezes
que viu Wayne simplesmente batendo em alguém.
— Tenho certeza que não sentiu. Sei que meus amigos sim,
Ária sentiu. Já sabe, a garota sobre a qual pensava que podia
dizer o que quisesse e mostrei que não podia. Como está seu
nariz?
Wayne torceu o nariz. Foi um trabalho muito bom. Eli
apontou seu corpo.
— Certamente está treinando. Está preocupado com
alguma coisa? Tentando demonstrar algo?
— Sim, porque todos sabemos que tudo é devido aos
esteroides. Sabe que podem fazer seu pau diminuir, deixá-lo
muito, muito pequeno. — Disse Chris, parando ao seu lado.
Branson levantou seus dedos, mostrando o pequeno pau
perfeito.
— Realmente não pode fazer muito com um pau assim. —
Disse Branson.
Esperava que Wayne batesse neles ou fizesse algo. Não fez
nada. Em troca, o bastardo sorriu.
— Por que não pergunta a Ária se tivemos um jantar
perfeito?
Desta vez, Eli sorriu.
— Sei que tiveram. — Deu-lhe uma piscada e saiu dos
vestiários.
— Está tramando algo. — Disse Chris.
— Está tentando me fazer de idiota. Deixar-me irritado. Não
acontecerá. Nem agora, nem nunca.
— Não pode permitir isso. — Disse Branson, o seguindo.
— Não permitirei. Acredite, não o farei. Tenho muito a
perder agora e não correrei o risco.
Ao entrar na sala principal do ginásio, encontrou-se com
Ária de pé de bermuda e uma camiseta grande que cobria muito.
Rachel e Mary estavam cada uma de um lado dela.
— Olá. — Disse ele, caminhando até ela.
— Olá, o que pensa que é tudo isso? — Perguntou,
apontando à carreira de obstáculos na frente deles.
— Não sei. Querem que tenhamos uma festa e atuemos
como chimpanzés? —Perguntou Eli.
— Por que nos fazem fazer algo ultimamente no ginásio? —
Perguntou Rachel.
— Tortura. — Isto veio de Mary. — Gostam de nos ver suar e
ter um aspecto horrível ao final.
— Sua nova mãe foi amável. — Disse Ária.
— Obrigado. Papai já está entediado. Será substituída em
pouco tempo. — Disse Chris.
Eli se moveu atrás de Ária, envolvendo seu braço ao redor
de sua cintura, como seus amigos com suas mulheres. Ela não se
separou dele nesse momento e se apoiou contra seu peito.
— Bem, se for em dupla, será a minha?
— Claro.
Wayne e o último de sua turma entraram na sala de
ginástica. As portas no outro extremo estavam abertas e Eli já
percebeu que seriam obrigados a completar uma carreira de
obstáculos juntos.
Colocou a mão no quadril, desejando que estivessem
sozinhos para poder dizer todas as coisas que queria sem que
ninguém os interrompesse.
Seu professor de educação física tocou um apito e disse
para se emparelharem. Ninguém se aproximou deles e apertou
mais Ária. Percebeu que Wayne estava observando e não gostou.
Beijando a cabeça de Ária, ofereceu a ele um sorriso.
Sim, tinha razão sobre Wayne.
— Em casais, trabalhando juntos, queremos colocar a prova
seus pontos fortes e pontos fracos. Completem esta carreira de
obstáculos como uma equipe. Não deixem ninguém para trás.
Agora, façam uma fila atrás da Srta. Phelps. Esperamos que se
comportem.
Segurando mão de Ária, caminhou até ficar atrás de Chris e
Branson. Wayne se moveu atrás deles com seu par.
— Será capaz de atravessar a pista, Ária? — Perguntou
Wayne. Estava a ponto de dar um soco nele quando ela se
adiantou.
— Eu sei que sou gorda, mas ainda posso manter o ritmo,
que é mais do que ouvi falar de você. — Ela deixou sair um
pequeno grunhido. — Ah que ódio.
— O quê? — Perguntou Eli.
— Muita gente pensa que, porque sou gordinha, não posso
manter o ritmo. Eu posso. Sei que tenho bunda e coxas gordas,
mas não sou uma viciada na televisão. Demonstrarei.
— Está me excitando. — Disse, envolvendo seus braços ao
redor dela.
Ela se esticou e percebeu o que disse.
Antes que algum deles pudesse falar algo, entregaram suas
bandeiras e lhes disseram que fossem juntos.
Segurando suas mãos, ficaram de pé no caminho, precisam
passar através dele. Em frente e viu seus amigos trabalhando
juntos como uma equipe. Estavam juntos há tanto tempo que
conheciam o corpo do outro, assim nada parecia perturbá-los.
— Não posso acreditar que disse isso. — Disse Ária,
interrompendo seus pensamentos.
— Apenas estou dizendo a verdade.
— Parece errado.
— Por que? Somos amigos. Diria que parece mais que
apropriado conversarmos desta forma. Não estou saindo com
ninguém e sei que você tampouco.
— Eu de verdade o excitei?
Ele subiu a parede primeiro e a ajudou a subir, segurando
seus quadris enquanto ela saltava para baixo. Nenhum dos dois
estava sem fôlego.
O rosto de Ária estava vermelho porque disse que estava
excitado.
Ficando sobre suas mãos e joelhos, foram através de túneis
opostos, saindo de uma vez. Não gostava que Wayne os estivesse
seguindo de perto, mas ao contrário ficar atrás dele, ficou atrás
de Ária. O idiota estava deixando-o irritado.
Nos seguintes cinco minutos nenhum deles pode falar
enquanto atravessavam um obstáculo atrás do outro. Quando
Ária quase caiu, precisou apertar os dentes enquanto Wayne a
pegava, usando a oportunidade de senti-la, sorrindo para ele.
Estava sendo um idiota.
— Obrigada. — Disse ela, empurrando suas mãos longe de
seu corpo.
Segurou-a, ajudando e foram pela porta principal. Ária se
queixou. Dizendo que toda a pista estava cheia de instrumentos
de tortura.
— Vamos. — Disse, segurando sua mão.
— Então não estava brincando?
— Não. Não estava.
Havia um sinal lhes dizendo que primeiro precisavam correr
pela pista.
— Eu não gosto de correr.
Ele segurou sua mão com mais força à medida que
começavam a correr.
— Voltei por você.
— Sim. Já falou isso duas vezes, mas realmente não sei o
que significa.
— Isso significa que eu te amo, Ária.
— Como?
Acabaram de correr e logo tiveram que agarrar uma parte de
corda e ir sobre a água. Juntos, saíram da corda, moveram-se
através da água, e a passaram sem muitos problemas. Indo sobre
alguns pneus, continuaram.
Às vezes ficava distraído por seus seios balançando, mas
nenhuma vez ela foi mais lenta.
Quando passaram a linha de chegada juntos, ela se deixou
cair no chão e aproveitando a oportunidade, moveu-se sobre ela.
Bem, de alguma forma conseguiu ficar entre suas pernas,
pressionando sua ereção contra ela.
— Quero dizer que a quero, Ária. Quero que seja minha
garota. É sobre o que pensava. Esperei por você muito tempo.
Seus olhos estavam arregalados e quando ele se inclinou
para o beijo que estava esperando, grunhiu quando o professor
limpou a garganta.
— É a aula de ginástica, Sr. Waters, não uma lição sobre
reprodução.
— Sim, senhor. Estava esticando suas pernas. — Ele
agarrou sua coxa e a empurrou contra seu peito.
— O que está fazendo? — Perguntou ela.
— Tentando fazer com que pare de sentir vergonha.
— Muito tarde. — Empurrou seu peito e juntos ficaram de
pé.
— Apesar dos dois terem trabalhado bem, não posso ter este
tipo de comportamento. Wayne, troque de par com Eli.
— Não, está tudo bem. Ele irá se comportar. — Disse Ária,
tocando seu peito.
— Eu sei, é por isso que ajudará Stacey. Agora, vamos.
Olhou para Wayne, que parecia contente, já que foram
obrigados a trocar de par.
— Não se preocupe, cuidarei muito bem dela.
Entregando-lhe a mesmo elástico colorida, se asseguraria
de ficar atrás dele.

— Precisa que eu esfregue melhor? —Perguntou Wayne,


mais tarde.
Ária esfregava sua coxa enquanto estava parada diante de
seu armário. Depois da ginástica não foi capaz de conversar com
Eli e isso a deixou nervosa. Não sabia como enfrentá-lo depois do
que disse e fazia com que tudo ficasse ainda mais confuso.
Uma semana desde que voltou e ela já estava totalmente
louca.
— Vá se ferrar, Wayne. — Disse.
Fazer par com Wayne foi o pior momento de sua vida. Não
podia deixar de tocá-la com suas mãos errantes e quando
estavam na corda, tocou seu peito. E se um professor não tivesse
ali, teria acertado suas bolas. Cada vez que a tocava, Eli o olhava.
Era como se estivessem competindo por algo, mas não sabia o
que.
— Isso é maneira de falar comigo? — Perguntou, ficando
atrás dela.
— Eww, qual é o seu problema? — Fechou seu armário e se
virou para ele. — Não sei que tipo de jogo doente está jogando,
mas me deixe fora.
— Vamos, Ária, não é tão estúpida. Sabe por que estive em
sua casa na outra noite.
Ela revirou os olhos.
— Não sei. O que seja que meu pai planejou, é coisa dele.
Nada a ver comigo, justo como você não tem nada a ver comigo.
— Tentaria novamente se fosse você. — Disse. — Talvez não
a ame, mas poderia fazê-lo funcionar, especialmente se significar
que Eli não irá tê-la.
Fechando seu armário, cruzou seus braços, e o olhou.
— É um idiota. O que quer, Wayne?
— Bom, olhe, meu pai me disse que seu pai está procurando
associar-se nos negócios. Não tem um filho e o rumor é que sua
menina não quer ter nada a ver com seu império. Assim está em
busca de um filho para assumir as empresas. Poderia ser esse
filho.
Seu estômago revirou.
— Eww, acho que acabo de vomitar.
— Poderia me conhecer intimamente.
Ele tentou colocar uma mecha de seu cabelo atrás da
orelha, mas segurou sua mão.
— Acho que não. Passou a maior parte de sua vida me
insultando e fazendo da minha vida um pesadelo. Não
acontecerá. Nem agora, nem nunca. Nem sequer gosto de você.
Agora, preciso ir.
Foi para a aula de saúde, também conhecida como
educação sexual e estava nervosa. Eli não era conhecido por seus
arrebatamentos de afeto. Conhecia-o durante toda sua vida e seu
pai era do tipo durão que não acreditava nas emoções.
Na sala de aula tinha uns poucos estudantes, assim sentou
na parte de trás.
Segundos mais tarde, Eli entrou e não perdeu seu tempo
conversando com qualquer outra pessoa. Foi diretamente para
ela.
Nenhum dos dois falou durante vários segundos e ela
realmente não sabia o que dizer. O elástico em sua mão lhe
recordou que ainda tinha o cabelo solto. Puxando-o rapidamente,
envolveu-o em um coque desordenado para mantê-lo fora do
caminho.
— Adoro seu cabelo.
— Eli?
— Ouça. Eu sei que apenas derramei meus sentimentos e
está um pouco assustada por isso.
— Bom, sim, foi de repente. Nem sequer olhou em minha
direção antes.
— Olhei, Ária. Olhei muito, mas não pensei que iria se
interessar por um homem como eu.
— Por que? — Perguntou, olhando-o.
— Olhe para mim. Não sou precisamente um bom homem.
— Eli, é um dos meus melhores amigos. Gosto muito de
você.
Ele suspirou, pegou seu celular e o entregou. Inclinando-se,
tocou nas imagens.
— É o que me fez seguir. É a razão pela qual me comprometi
a ser uma boa pessoa, para poder ter algum tempo com você.
Voltei por você.
Passou pelas imagens. Muitas delas eram com amigos e
havia alguns vídeos também. Não os olhou, já que eram privados,
compartilhados entre eles.
Quando terminou, devolveu o celular.
— Não sei o que dizer.
— Então não diga nada.
— Os outros sabem? Chris, Branson, Rachel, e Mary?
— Todos sabem e se ofereceram para me ajudar a
conquistá-la.
Olhando fixamente em seus olhos azuis, ela fechou os seus.
Durante anos teve sentimentos por ele. Claro que sim. Era Eli
Waters. Ele era o rapaz sexy de mais de um metro e oitenta, com
seus braços estavam cheios de tatuagens tribais que fez quando
pagou a um tatuador. Ela tinha uma pequena tatuagem também
na base de suas costas que mantinha escondida.
Todos tinham a tatuagem por culpa de uma estúpida aposta
que perderam. Nem sequer podia se lembrar por que, apenas que
quando a via, a fazia sorrir.
Ele estava em sua vida durante tanto tempo que o ano que
foi embora, uma pequena parte dela se sentiu como se estivesse
morrendo. Saiu com seus amigos e fizeram muita coisa juntos,
mas cada vez, apenas servia para se lembrar que Eli não estava
ali.
Sua mão estava com a palma para cima e ela colocou a sua
na dele, entrelaçando seus dedos, como fizeram com tanta
frequência recentemente.
— Que tipo de acordo fez com seu pai? — Ela perguntou.
— Prometi ser uma boa pessoa, tirar boas notas e a oferta
para estudar era para os dois.
— Implorou?
— Sim. Comecei como o rapaz problemático e quando falei
com o sargento no comando, ele me disse como podia sair dali. O
que precisava fazer e o quanto estava disposto a ajudar.
— Fez tudo isso por mim?
— Sim.
Antes que pudesse dizer mais, seu professor entrou e
começou a aula, mostrando um diagrama de ambos os corpos,
masculinos e femininos, com órgãos internos a vista. Houve
várias risadas e algumas piadas.
Tudo desapareceu no fundo enquanto se concentrava no
contato de Eli. Seu polegar acariciava sua mão. Nesse momento,
não sabia se podia acreditar no que aconteceu entre eles.
Estavam namorando?
Não tinha certeza.
Em seu lugar, se sentou e tentou ouvir. Ela precisava de
boas qualificações e se o que Wayne disse era certo, precisava de
um milagre.
Depois da aula, esperaram até que todos saíssem, antes de
se levantarem.
— Falte ao último período comigo. Quero um pouco de
tempo a sós com você sem nossos amigos nos ouvindo.
— Mas...
— Não queria dizer tudo aquilo no ginásio ou no início da
aula. Na verdade, queria demonstrar como me sinto. Por favor.
Olhou pelo corredor. Tantos estudantes indo e vindo.
— Certo, por que não?
— Bom.
Uma vez mais saíram de mãos dadas, indo para seu carro.
Jogando sua bolsa na parte de trás, ela entrou na parte da frente
e em questão de segundos estavam fora da escola. Ela sabia que
iam para o lago. Era o lugar que sempre iam, juntos, sozinhos,
com amigos. Descobriu que era o único lugar que tinha sentido e
era como seu pequeno domínio fora de tudo.
Estacionou o carro e sem esperar se abaixou e se foi para
seu lugar. Eli estava ao seu lado, se aproximou do banco que
estava ali. Ela sentou na mesa principal, apoiando seus pés na
cadeira. Ele fez o mesmo então olharam para o lago.
— Vai tentar me conquistar?
— Sim.
— Por isso que carregou bandeja toda a semana, levou
meus livros, não deixou de me tocar?
— Notou que a toquei muito?
— Não foi difícil, Eli. Cada oportunidade que tinha,
segurava minha mão ou envolvia seus braços ao redor da minha
cintura. Nunca foi assim.
— Sempre a toquei.
— Foi diferente, no entanto.
— Sim. Antes, não sabia o que queria. Sabia que gostava e
adorava estar perto de você. Não podia afastar os olhos às vezes.
Sempre pensei que fosse a coisa mais bela do mundo.
— Coisa?— Perguntou ela com um sorriso. — Sou humana
sabe.
— Sim. Era um moleque. Às vezes, um idiota total.
Ela apoiou a cabeça em seu ombro.
— Não, comigo não foi. Nunca gritava ou me insultava.
Sempre foi carinhoso. Eu sei que chamava Rachel e Mary de
cadelas. Ao menos uma vez por semana.
— Nunca foi uma cadela para mim, Ária. Nunca.
Umedeceu os lábios, olhando a água tranquila. Havia tantas
lembranças felizes ali. Cada vez que iam ali, ela não queria ir
embora.
— Odiei quando foi embora, Eli. Pode me contar o que
Wayne fez para irritá-lo tanto?
Capítulo
Cinco
Eli tinha a esperança de mantê-lo em segredo.
— Por que quer saber?
— Bateu o rosto dele contra uma mesa. Deve ter dito algo
para deixá-lo tão irritado a esse ponto. Vi você lutar e brincar com
Chris e Branson. Não era assim. Estava tão irritado. O que
aconteceu?
Ele suspirou.
— Bem, se quer saber, disse besteira sobre você.
— Sobre mim?
— Sim, a insultando, perguntando como era transar com
uma cadela com a bunda gorda. Digamos que conseguiu o que
merecia.
— Eww.
— Sim. Wayne tem uma maneira de me irritar sem sequer
tentar.
— Isso não é bom. Precisa aprender a controlar essa raiva.
— Nunca faria mal à você.
— Eu sei disso. Nunca colocaria em dúvida. — Ela se
inclinou para frente apoiada sobre os joelhos, esfregando as
mãos.
— Sabe que as pessoas rirão de nós na escola. Irão pensar
que está me usando para uma foda rápida.
— Não me importo nem um pouco com o que os outros
pensem. Nunca me importou.
— Não quero que riam. Olhe as Joannes deste mundo, as
Tiffanys. Sei que já transou com elas. Não sou seu tipo.
— Você é um tipo único, apenas seu.
— Aff, não está ouvindo. — Ela levantou do banco e se virou
para ele.
— Não, você não está ouvindo. Não me importo com
ninguém mais. É a única pessoa que me importa. — Levantou do
banco. — Você é quem me ajudou a me centrar, quem me ajudou
a voltar aqui.
— Não fazemos um bom casal.
— Fazemos um bom casal. Está muito ocupada ouvindo
todo mundo para ver o que está bem na sua frente.
— O que está na minha frente?
Sabia que era agora ou nunca. Passo a passo se aproximou
dela, segurou seu rosto e inclinou sua cabeça para trás.
— Eu. — Ao pressionar seus lábios contra os dela, afundou
uma mão em seu cabelo, a segurando no lugar quando
finalmente lhe deu um beijo. Isto era com o que sonhava, o que
queria mais que qualquer coisa. Acariciando sua bochecha com a
outra mão, fechou os olhos, desfrutando da sensação dela contra
ele. Suas mãos se moveram até seus ombros, o abraçando com
força.
Ela não o empurrou ainda e utilizaria isso para sua
vantagem.
Quando deslizou a língua por seus lábios, ela gemeu,
abrindo-se para seu beijo e saqueando o interior, tocando sua
língua.
Seu pau ficou duro e o prazer era melhor do que podia ter
imaginado.
O suspiro que escapou de seus lábios o excitou e quando se
afastou, apoiou sua cabeça contra a dela.
— Diga-me, foi seu primeiro beijo?
— Sim.
— E como foi?
Ela riu.
— Não tenho nada para comparar.
— Compare com o que viu nos filmes.
— Então foi bem especial e acredito que o fez apenas para
me calar.
— Quero isso, Ária. Quero você, mas se não está preparada,
entendo.
— O que fará?
— Passarei o tempo que for necessário, mostrando que é
minha.
— Meu pai não gostará.
— Não me importa. — Acariciou a bochecha dela e ela não
lutou ou tentou afastá-lo. — Quer voltar para escola?
— O que? E arriscar que eles nos peguem? Não. Podemos
ficar aqui e apenas conversar.
Puxou-a e girou para que suas costas ficassem contra ele.
— Adoro vir aqui.
— Eu também. Tudo é sempre tão tranquilizo e não está
afetado pela loucura que acontece no mundo real. Isso me
permite pensar.
— Sobre o que?
— O futuro. A universidade. O que quero da vida.
— O que quer?
— Não sei. É muito difícil pensar no que realmente quero.
Quer dizer, sei que quero estar perto de vocês e a universidade,
claro, está ali. Não sei o que quero ser quando crescer. Quem
sabe?
— Eu diria que cresceu bastante.
Ela riu.
— Obrigada. Acredito.
— Somente estou dizendo. E se alguém pode descobrir o
que ser, esse alguém é você.
— E você, o que quer? Tem algum plano? — Perguntou ela.
— Assumirei a empresa do meu pai.
— Finalmente fará isso?
— Sempre foi minha intenção fazê-lo, apenas queria que ele
pensasse que não o faria. O homem me enviou para um colégio
militar.
— Eu gosto de seu pai. Cada vez que o via quando você não
estava, o cumprimentava. Ele sorria e me devolvia o
cumprimento. Já sabe, coisas normais.
— Notou que nossos pais sempre tentam manter as
aparências? É como se tivessem medo que alguém descubra a
verdade sobre nós, que se soubessem quebraríamos.
Eram famílias ricas e com a riqueza se requeria um certo
nível de comportamento.
Ela encolheu os ombros.
— Espero ter filhos, com um homem muito melhor do que o
que minha mãe se casou.
— Seu pai.
— Eu sei. Apenas está obcecado com a imagem, acertar em
tudo. É como se fosse uma lei absoluta para ele.
— Provavelmente somos donos da lei. Não tenha medo do
que faz porque todos nós, podemos nos dar ao luxo de
comprá-los.
Ela suspirou.
— Há dias que eu gostaria que apenas me abraçasse ou
mesmo sorrisse. É estressante ir para casa.
— Venha para casa comigo.
Ária se virou.
— Sim, ir para casa de um homem. Tenho certeza que meus
pais ficariam contentes com isso.
— Diga que tem uma festa do pijama com Rachel e Mary.
Eles acreditarão. — Acariciou a bochecha. — Meu pai entenderá.
— Será?
— Sabe que meus pais não são como todos os outros. Eu já
falei para eles o que está acontecendo. Todo o assunto do
casamento. Eles a ajudarão a ter um pouco de espaço.
— Não sei o que pensar sobre o homem no qual se
transformou. Ele é diferente.
— Cresceu?
— E amadureceu. Costumava ser um verdadeiro bobo. Isto
é estranho. — Ela saiu de seus braços, dobrando contra o peito,
empurrando-os para cima.
— Estou acostumada que seja diferente. Não sei o que
esperava. — Disse com um sorriso.
— Pensei que encontraria os dois aqui. — Disse Chris,
chegando no lago com o restante de seus amigos o seguindo.
Ária colocou uma mecha de cabelo atrás de sua orelha e Eli
se virou para ver seus amigos se juntando a eles.
— Como sabiam que estaríamos aqui? — Perguntou Ária.
— Este é nosso lugar. É óbvio que saberíamos. — Disse
Rachel. — Você nos abandonou sem dizer uma palavra.
— Eu disse a ela. — Disse Eli.
— Sério? — Perguntou Chris.
— Sim, disse que me queria. Sabe como fiquei assustada?
— Disse Ária.
— Como é possível? — Perguntou Mary. — Um homem que
conhece toda sua vida, diz que a quer e se assusta?
— Sem falar que é lindo. Tem tatuagens e é provavelmente o
homem mais sexy na escola. — Disse Rachel.
— Ei. — Chris encarou Rachel.
— É claro que não acredito nisso. Você é meu único cara
gostoso.
— Bem.
Eli revirou os olhos.
— Por que continuamos sendo amigos deles?
— Porque nós gostamos, Eli. Eles nos entendem.
— Exatamente. Assim estão juntos ou o que? — Perguntou
Branson.
Eli a olhou, esperando.
Mordeu o lábio e soltou um gemido.
— Precisa parar de fazer isso na minha frente. Vai me tirar
da minha angustia? Estamos juntos?
— Sim, estamos juntos. — Ele envolveu seu braço ao redor
de sua cintura. — Ainda não sei o que realmente significa.
Sempre saímos juntos.
— Sim, mas agora significa que posso fazer isso. — Ele a
aproximou, apertando seus lábios contra os dela.
No fundo, ouviu seus amigos gritar e não deu importância,
concentrou-se mais em sua mulher e seu lindo corpo
pressionado contra o seu. Quando se afastou, seus olhos
estavam ainda fechados. Pouco a pouco, os abriu.
— Poderia me acostumar com isso.
— Sei que poderia.
Não ficaram muito mais tempo no lago. Depois de deixá-la
em casa, já que mudou de ideia sobre ir para sua casa, foi
encontrar com seu pai que já o estava esperando.
— Saiu da escola? — Perguntou seu pai.
— Precisava fazer algo. Não é importante. Tenho o trabalho.
Estudarei muito.
— Paguei uma grande quantidade de dinheiro para que
voltasse para casa. Inclusive seu sargento ficou impressionado
com sua transformação. Não me faça lamentar esta decisão.
— Não o farei.
Seu pai cruzou os braços.
— Onde estava?
— Bem, se quer saber, estava com Ária.
— É a razão pela qual decidiu fazer este trabalho?
— Larry, por favor, deixa o garoto em paz. — Disse sua mãe,
Tânia.
— Precisei de uma grande quantidade favores, Eli. Estou
falando sério. Espero que cumpra sua parte do acordo. Quero
boas notas, bom comportamento e que procure uma
universidade.
— Farei isso. — Faria o que fosse necessário para ficar com
Ária.

— Eu não me acostumarei com isso. Certo? — Disse Ária,


saindo de seu carro.
Aproximou-se dela, envolvendo seu braço ao redor de seu
ombro, puxando-a para beijar sua têmpora. Apesar de estar
excitada por estar com Eli e ser um sonho que tornou realidade,
ainda parecia bastante surreal.
— O que?
— Beijá-lo. Abraçá-lo, sabendo que está desejando que leve
há algo mais.
Abraçou-a e inclinou sua cabeça para trás.
— Não precisa se preocupar comigo pressionando-a.
— Não quero ter esta conversa agora. Ainda estou um pouco
confusa...
— Bom, bom, bom, como estão os pombinhos nesta manhã?
— Perguntou Chris.
— Melhor que você. — Disse Eli, apoiando-se no carro de
Chris e agarrando seus quadris contra ele.
Estava um pouco difícil para ela. Foram amigos por muito
tempo e isso permitia um certo nível de toque. Mas aquilo ia além
de tocar. Estavam explorando e seu toque despertava uma
necessidade dentro dela que era muito forte e esforçou-se para
lutar contra. Rachel e Mary sabiam o que ela estava passando.
Conversou com elas na noite anterior e explicaram que era o
mesmo aconteceu com elas quando se deixavam levar por seus
sentimentos por Chris e Branson.
— O que faremos neste fim de semana? — Perguntou
Branson.
— Preciso estudar. — Disse Eli. — Prometi ao meu pai que
tiraria boas notas e isso, significa horas de estudo. Você vem para
minha casa, ou gostaria que fosse para sua?
— Vou na sua. Qualquer coisa que possa fazer para sair de
casa.
— Seu pai voltou a vigiá-la? — Perguntou Chris.
— Realmente não. Apenas não quero ficar lá nesse
momento.
Seu pai ficou louco na noite anterior por ter saído mais cedo
da escola. Disse que ela levava a sério sua educação ou ele se
asseguraria de lhe encontrar um marido adequado.
Olhando ao redor do estacionamento, viu que estavam
atraindo muita atenção e realmente não gostava.
— Olá, Eli, você parece bem. — Disse Becky. Ela era outra
garota na equipe de animadoras e nem sequer a olhou, olhava
diretamente para Eli.
Não deixou que isso a incomodasse. Suas mãos estavam
sobre ela, sobre ninguém mais.
— Afaste-se. — Disse ele.
— Isso é jeito de falar comigo? Saímos durante um tempo.
Chris e Branson começaram a rir.
— Você chama de namoro?
Ária odiava isso. Podia fingir que não, mas realmente
odiava. Transou com todas que davam bola para ele.
— Mesmo assim, sei o quão especial foi para ele. — Disse
Becky. — Posso fazê-lo se sentir bem.
Eli se inclinou, beijando o pescoço de Ária.
— Repense, Becky. Estou tomado, apenas há uma garota
que pode me fazer sentir bem e está em meus braços neste
momento.
O olhar de assombro no rosto de Becky a teria feito rir em
qualquer outro dia, apenas já não parecia divertido. Esta era sua
vida.
— Vou entrar. Preciso pegar algumas coisas do meu
armário. — Deixou seus amigos, indo para dentro sem esperar
resposta. Um dia sendo oficialmente um casal e já estava se
sentindo mal. Não pensava que seria assim e não entendia o que
estava errado. Eli significava tudo para ela, embora nunca
pensou que sua relação fosse além de amizade, mas aconteceu.
Adorava quando a tocava, colocava seus braços ao redor dela e a
forma como a olhava, estava se tornando viciada nisso.
Indo até o armário, o abriu e jogou sua grande bolsa dentro.
Ali, pegou os livros que iria precisar hoje.
— O que aconteceu, Ária? — Perguntou Eli atrás dela.
As pessoas estavam começando a lotar os corredores e
realmente não queria ter essa conversa onde outros pudessem
ouvir.
— Não é nada. Esqueça.
Ele se aproximou mais e através do espelho que tinha em
seu armário, ficou olhando seus olhos azuis atormentados.
— Fale comigo. Antes sempre falava comigo. Qual é a
diferença agora?
— Antes era meu amigo. Agora é diferente e não somos
amigos.
— Sempre seremos amigos, Ária. Sempre. Não quero que
isso nos mude.
— Como pode não nos mudar? Já ouviu Becky. Transou
com ela e provavelmente, com um milhão de outras garotas. Não
sou seu tipo. Nunca serei seu tipo.
Ela ofegou quando suas mãos se firmaram em seus quadris,
a mantendo parada.
— É mais meu tipo do que acha.
— E se não é a gorda e o louco. — Disse Wayne e ela fechou
os olhos. Isso era a última coisa que precisava nesse momento.
Colocando o último de seus livros em sua bolsa, fechou seu
armário e colocou sua bolsa no ombro.
— Que besteira você falou? — Perguntou Eli.
— Acho lindo. Você fodendo a garota gorda. Isso é porque
não pode conseguir ninguém mais ou as outras cadelas se
aborreceram com você?
A raiva emanava de Eli e sabia que precisava tirá-lo dali
antes que fizesse algo do qual poderia se arrepender.
— Vá se ferrar, pau pequeno. Vamos, não vale a pena.
— Vá, Eli. Quando foder seu rabo gordo, provavelmente
possa nos contar como é transar com esse saco de banha de
porco.
Ela deixou escapar um grito quando ele se aproximou de
Wayne, agarrando sua jaqueta e o batendo contra a parede mais
próxima.
— Eli, pare! — Foi para frente, agarrando seu braço e
tentando afastá-lo de Wayne.
— Você se acha o máximo, certo? — Perguntou Eli. — Acha
que dou a mínima para tudo isso, idiota? Você não significa nada
para mim. Não pode olhá-la ou sequer respirar em sua direção.
Viu Redgrave caminhando pelo longo corredor.
— Eli, estou falando sério, pare.
— O que está acontecendo aqui? — Perguntou Redgrave.
— Nada senhor. Apenas uma brincadeira amistosa entre
amigos...
— Wayne, é isso o que está acontecendo?
— Claro senhor. Você não tolera brigas e Eli não quer ser
expulso novamente.
Pouco a pouco, se separaram, agarrou seu braço, lhe
afastando de Wayne.
— Que porra está errado com você? Wayne o odeia e última
coisa que deve fazer é deixar que o afete.
— Eu não gosto quando insulta você. Isso precisa parar.
Ela suspirou.
— Acha que é a primeira pessoa a me dizer coisas ruins?
Acredite em mim, não é a primeira e duvido que seja a última.
Foram para a sala de aula e como de costume se sentaram
na parte de trás.
— Ninguém fará comentários maldosos sobre você
enquanto eu estiver por perto.
Passando os dedos por seu cabelo, se virou para ele.
— O que acontece quando não estiver comigo? Não pode
ameaçar cada pessoa que não gosta.
Ele levantou uma sobrancelha.
— E se realmente quer ficar como diz, concordará comigo e
não começará brigas que farão com que seja expulso. Wayne
estava fazendo de propósito. Não suporta que tenha voltado,
depois de conseguir que lhe expulsassem da última vez. Por
favor, tente, por mim, ser normal.
Ela colocou a mão em seu braço, com a esperança de tentar
se aproximar.
— Está bem, mas se começar algo, terminarei. — Ela soprou
o cabelo de seu rosto e se virou para frente. Eli limpou a garganta
e lhe devolveu o olhar.
— Essas garotas, antes de você, não significaram nada.
Olhando suas mãos, era um pouco difícil não ficar com
raiva.
— Sempre fomos amigos, então eu sei como você era.
— Já não sou mais aquele cara. Estou mudando. — Disse.
— Você, nós, é o que me manteve firme. Diga-me que não sente
nada.
— Eu sinto. Quer dizer, me preocupo com você. Conheço-o
por toda a minha vida. Sei que gosta de café, odeia licores e
desfruta da cerveja. Fica entediado com tudo na vida e quer que
seu pai se sinta orgulhoso. Tenta evitar lutas, mas gosta. Eu sei
que sim. Sempre parece feliz depois de lutar.
— E eu sei que você gosta mais de pizza caseira do que as
que compramos nos supermercados. É alérgica a gatos e odeia
correr mesmo nos melhores dias. Adora romances e ação, odeia
terror. Eu conheço você, Ária. Por favor, confie em mim com isso.
Ela confiava nele. Apenas era ruim quando qualquer outra
garota que esteve com ele a olhava com um sorriso de escárnio
porque sabiam quão bom era.
— Não vamos falar disso agora.
— Não vou a lugar nenhum e nunca a deixarei.
Capítulo
Seis
— O que fará para seu aniversário? — Perguntou Chris.
Era tarde e enquanto todas as garotas ficariam para dormir
na casa da Mary, Eli estava com os rapazes. A escola, a vida, tudo
estava passando muito rápido. Estava em sua terceira semana de
escola. Namorava Ária há três semanas, embora não passassem
cada momento livre um com o outro, ele estava contente com
como ia sua vida.
— Não sei. Estava pensando em joias ou algo assim. —
Disse Eli, pegando uma pedra e a jogando ao longo da superfície
do lago.
— Estamos falando da mesma garota? — Perguntou
Branson.
— Sim, é Ária.
— Está fazendo progressos, de qualquer forma?
— Bom. — Olhou a pedra e desejou poder dizer o que estava
acontecendo entre eles. — Não sei. Agora é diferente.
— Ainda quer estar com ela? — Perguntou Branson.
— É claro. Não somos diferentes, mas Ária é, sabe? Ela...
não sei. É complicado.
— Ouvi que Joanne e Tiffany a encurralaram ao sair da
escola. Disseram-lhe uma grande besteira a respeito de como
você é na cama.
Eli xingou e jogou a pedra com muita força.
— Entendo que quando pensou em apostar em Ária, não
pensou nos amores passados de sua vida.
— Foram como pó. Isto é diferente. Eram insignificantes.
Ária nunca se preocupou antes.
— Antes não se comparava com elas. Olhe, Rachel me
contou que ela está preocupada. — Disse Chris.
— O que aconteceu? Não faria mal a ela e não a estou
pressionando. — Assegurou de que tivesse seu espaço quando
precisasse.
— Ária nunca esteve com ninguém. É nova em tudo e eu
acredito que a assusta. — Disse Chris.
Eli olhou para seus amigos, jogou a pedra no lago e foi para
o seu carro. Era sábado à tarde e precisava esclarecer algumas
coisas.
— Onde, porra, vamos agora? — Perguntou Branson.
— Mary! — Eli gritou e entrou no carro. Ligou o motor e
estava a ponto de sair quando Chris e Branson entraram.
— Ninguém disse que tem uma estranha maneira de falar
conosco? — Perguntou Chris.
— Preciso ver Ária e ela precisa entender que não vou a
lugar nenhum.
— E o que acontece com a universidade? — Perguntou
Branson.
— Vimos algumas juntos.
— Caralho, realmente quer fazer com que isso funcione com
ela, não é? — Perguntou Chris.
— Sim. Eu a amo e não me envergonho em admitir isso.
Como se sente com Rachel?
— Eu a amo.
— Faria algo por ela?
— Sim, claro.
— Branson, você se sente igual com relação a Mary?
— Sim.
— Assim é como me sinto com Ária. Levou mais tempo
entender, mas entendi. — Não a deixaria escapar, nem deixaria
que achasse que se aborreceria com ela.
Esta era sua vida, a de mais ninguém e a viveriam como
quisessem.
— Como passaremos pelos pais de Mary? — Perguntou
Chris.
— Não estão lá.
— O que? — Eli e Chris disseram juntos.
— Mary sabia que Ária queria ficar sozinha. Esteve sob
muito estresse na escola e em casa. Esta noite era de mulheres e
ela não queria que estivéssemos ali.
Eli empurrou seu pé contra o acelerador.
Ária estava diferente com ele desde que disse que a queria.
Não queria que a amizade deles mudasse, mas ela estava se
contendo.
Não gostava e já era hora de trazerem essas questões às
claras. O que gostava do lago era que não moravam muito longe
dele.
Estacionando em frente à casa de Mary, saiu do carro e
estava na porta em questão de segundos. Pressionando a
campainha, ouviu o sino e continuou pressionando. Não parou
até que a porta se abriu.
— Eli, que porra?
— Sinto muito, Mary, mas preciso falar com Ária, agora. —
Ele passou por ela e entrou na casa. Descendo pelo longo
corredor, pegou a terceira porta à direita e entrou na sala de
estar. Rachel e Ária estavam sentadas ali, pintando as unhas dos
pés.
— O que faz aqui? — Perguntou Rachel.
— Realmente preciso falar com Ária, agora.
Caminhando até sua garota, envolveu seus braços ao redor
dela e a levantou.
— Mary, vou para o seu quarto. — Gritou.
— Eli, me coloca no chão, brutamontes, antes que me
machuque.
— Deveria bater em sua bunda, isso sim.
— Oh, por favor, não se atreveria.
— -Sim, poderia.
— Tem dezoito anos.
— E o que? Nada diz que não posso carregar uma garota.
Uma vez dentro do quarto de Mary, fechou a porta,
trancando.
— É um momento apenas para garotas.
— Sim? Bom, adivinha o que, não posso lidar com isso.
— Com o que?
— Com isso que está acontecendo.
— Oh, agora quer terminar? — Perguntou, casualmente.
Não perdeu a paciência nem começou a gritar.
Ele franziu o cenho.
— Não, não quero.
— Tem certeza que não se aborreceu e quer brincar com
outra pessoa? — Piscou para ele, sorrindo.
— Que porra é isso?
— Sempre segue adiante quando decide que é muito ou não
consegue o que quer. Isso não é diferente.
— Não estou aqui para seguir adiante e não estou aqui
porque estou aborrecido. Quero solucionar este problema entre
nós. Ambos sabemos que esta diferente comigo, Ária. O que
mudou?
Parou e o olhou fixamente.
— Já não somos amigos.
— Por que não?
— Porque isso mudou quando confessou que tinha
sentimentos por mim. Queria que fôssemos mais que amigos.
— Não acha que possamos ser os dois?
— Eu sei como foi com as outras garotas. Eu conheço sua
linha de pensamento e como termina. Dei conselhos a você sobre
elas!
— Não significaram nada para mim. — Disse. — Nunca
significaram. Saí com elas porque não sabia o que realmente
queria.
— O que realmente quer?
— Você!
Ela fez uma pausa e ele a observou enquanto respirava
fundo.
— É isso, Ária. Todo este tempo. É a única pessoa que eu
quis. Mesmo antes de ir embora, acordava de manhã e me
perguntava se teve uma boa noite de sono. Apenas vê-la sorrir,
me fazia feliz. Estava louco por você e isso me assustou, então fui
procurar alguma coisa em outro lugar.
— Por que se assustou?
— É uma das minhas melhores amigas. A única constante,
que sempre esteve ali.
— Chris e Branson...?
— E Mary e Rachel. São todos meus amigos, mas não como
você. Não me fazem querer ser uma pessoa melhor e certamente
não me fazem querer esmagar a cara de uma pessoa que os
insulta. Sempre foi e será assim apenas com você, Ária. — Com
cada palavra que pronunciava, dava um passo para ela. — Não se
trata de aborrecimento. Trata-se de enfrentar seus problemas e
me dizer como se sente. Podemos fazer com que isso funcione.
Faremos funcionar e no final, olhará em meus olhos e me dirá
que tinha razão desde o começo.
Ela riu.
— Está muito seguro de você mesmo.
— Eu a conheço, Ária. Pode admitir a derrota.
Ela o encarou.
— Conhece-me muito bem. — Ficou olhando as mãos. —
Não está errado. As últimas três semanas, fiquei... esperando.
Não pensei que queria esperar tanto tempo e bom, eu sou eu e
você é você. Pode ter quem quiser. Nunca compreendi por que iria
escolher alguém como eu.
— Quando erámos crianças no jardim de infância, vinha e
brincava comigo na caixa de areia, embora usasse suas meias
três-quartos e odiava a sensação da areia esfregando-se entre os
dedos dos pés. Pegava as ervilhas do meu prato e me dava suas
batatas fritas para que não tivesse que comê-las e odeia ervilhas.
Lágrimas encheram seus olhos e secou cada gota que caía.
Eli segurou seu rosto com as duas mãos, olhando-a fixamente,
para a pessoa que significava muito pra ele.
— Não acredito que se lembra de tudo isso.
— Quando esqueci minhas luvas, você compartilhou as
suas. Foi parte da minha vida durante tanto tempo Ária, que não
posso imaginá-la fora dela. Odeio ter ficado longe de você durante
um ano, mas estou agradecido. Fez-me compreender tudo o que
fui muito cego para ver. — Inclinou-se e beijou seus lábios. —
Fez-me ver que a garota de quem estive fugindo é a garota
adequada para mim.
Ela envolveu seus braços ao seu redor, pressionando seu
corpo contra ele. Quando o fez mover para cama, ele a parou.
— O que? Não quer?
— Quero mais que tudo, mas não até que esteja pronta e
não até que saiba que não irei deixá-la. — Pressionou outro beijo
em seus lábios.
— Sinto muito por ser uma ingrata. — Disse. — E por
duvidar de você.
— É uma mulher. Pode errar de vez em quando.
— Não é justo.
Ele a silenciou com um beijo.

— Não quero brincar na caixa de areia do parquinho. Tenho


uma em casa. — Disse Chris. — Eu a peguei, agora você me pega.
— Ouça, não é justo. — Disse Rachel.
Enquanto Rachel, Mary e Branson foram brincar, Ária olhou
para Eli. Ele estava derramando areia no balde e conseguindo
muito dela em seu cabelo.
Olhando para seus amigos, que corriam pelo pátio do recreio,
odiava deixar alguém para trás. Usava seu bonito vestido
vermelho e se sujasse sua mãe iria matá-la. No entanto, Eli
parecia tão sozinho.
Ela acabaria com areia em suas meias três-quartos, isso
seria ruim. Caminhou até a caixa de areia, para Eli.
— Oi Eli, posso brincar com você? — Ele levantou os olhos,
franzindo o cenho.
— Pode ir brincar com os outros.
— E deixá-lo sozinho? Não. — Subiu na caixa, odiando como
a areia entrava em suas meias. Sentada, sorriu para ele,
agarrando uma pá. — Vamos construir um castelo de princesas?
— Não. Vamos construir um castelo para o príncipe e não se
preocupe Ária, a protegerei do dragão mortal.

— Querida, está aí? — Perguntou Lisa.


Ária saiu de sua lembrança, enquanto sua mãe movia seu
braço.
— Sinto muito. O quê?
— Seu pai estava falando de suas inscrições na
universidade.
— Oh sim, me inscrevi em três. — Ela não pensava no
momento do parquinho em um muito tempo. Eli parecia tão triste
e sozinho. Não podia deixá-lo assim. Pegou um copo de água e
tomou um gole.
Era outro jantar com Wayne e seu pai, e estava lutando com
a náusea que a ameaçava devido à presença deles mais uma vez.
Odiava ervilhas. E Eli sabia? Trocou suas batatas fritas por
suas ervilhas para fazê-lo se sentir melhor. Durante uma aula, o
enviaram procurar algo e ela queria vê-lo sorrir novamente.
— Para quais universidades se inscreveu? — Perguntou
Wayne.
Disse-lhes quais e voltou a olhar fixamente para suas
ervilhas horríveis. A batata estava um pouco passada.
— Por que escolheu essas? — Perguntou o pai do Wayne.
— São as que quero ir e meu namorado também se
inscreveu nelas.
Seu pai engasgou com seu vinho e Wayne a olhou
fixamente.
— Namorado? Não nos disse que estava namorando. —
Disse Lisa.
— Nunca perguntou ou se preocupou antes. Estamos
esperando para ver qual universidade nos aceitará e iremos para
ela.
— Ah, entendo. — Disse o pai de Wayne. — Não sabia que
estava com alguém.
— Ária, por que não leva Wayne ao jardim?
— Está frio.
— Agora!
Afastando-se da mesa, deu um tapa na cabeça de Wayne.
— Vamos.
Não falou nada com seu pai, pegou sua jaqueta e saiu.
— Isso é tão idiota.
Com seu telefone na mão, enviou uma mensagem rápida
para Eli.
Contei a papai a respeito das universidades. Está me
fazendo caminhar pelos jardins com o idiota.
Acho que ficou incomodado com essa pequena questão.
Que seja. Ele não me consulta em nada e não é como se isso
importasse.

Guardou seu telefone e finalmente o olhou fixamente.


— Por que estão aqui, outra vez? Não tem alguém para fazer
a sua comida?
— Temos. A comida da mamãe é muito melhor que a da sua
e ela é muito mais agradável.
— Não tenho que ser amável com você, Wayne. Nunca foi
amável comigo e faço todo possível para evitá-lo.
O frio estava no ar e seu aniversário era no dia seguinte.
— Podemos concordar em esquecer o passado? —
Perguntou ele.
Ela balançou a cabeça.
— Realmente não. Por que está aqui novamente com seu
pai?
— Queria vir.
— Queria jantar com a família Dean? —Perguntou, sem
acreditar.
— Por que não? Seu pai é uma lenda em nossa casa.
Ela riu.
— Pode pegar ele para você.
— Não tem ideia do que nossos pais planejam não é? Nem
sequer sabiam que estava com Eli.
Afastando o cabelo do rosto, se obrigou a olhar para ele.
— Então, por que não me conta? Depois de tudo, sabe
claramente qual é o grande segredo.
Wayne olhou para a casa e depois para ela.
— Nossas famílias fizeram negócios juntos por muito tempo.
Nossos pais esperam que nossas respeitadas companhias se
unam.
— Então? O que isso tem a ver com o jantar?
— Não seja estúpida, Ária. Seu pai a jogou pra cima desses
velhos idiotas por uma razão.
— Para que me casasse.
— Nunca pretendeu que estivesse com ninguém mais.
Preparou isso desde os nossos nascimentos.
Seu estômago começou a doer.
— O quê?
— Nosso casamento, Ária.
Incapaz de se controlar começou a rir.
Wayne não fez nada mais que esperar. Mesmo enquanto ria,
viu que não se juntou a ela.
— Não é uma brincadeira?
— Não é brincadeira. Nossas famílias concordaram.
— Quando éramos crianças?
— Bebês. Nossos aniversários têm dias de diferença. O meu
foi ontem e o seu é amanhã. Nossa família tem um acordo.
— Isso não pode estar acontecendo neste momento. —
Afastou-se de Wayne e caminhou para o jardim. — Sabia disso o
tempo todo?
— Apenas desde o ano passado. Meu pai decidiu que
deveria saber já que nós não nos aproximamos.
— Você me odeia.
— Podemos fazer isso funcionar. Não temos saída.
Ela começou a rir e negou com a cabeça.
— Sim, temos uma opção. — Parou e olhou ao redor do
jardim. Este era o último lugar no qual queria estar agora.
— Wayne! Ária!
Seus nomes sendo gritados foi a distração perfeita, tudo que
precisava.
— Vá você. Vou recuperar o fôlego.
— Poderia ficar com você.
— Não quero ficar perto de ninguém neste momento. — Ela
o observou se afastar e quando estava certa de que não a ouviria,
começou a caminhar na direção oposta.
Fora dos jardins e da casa, foi andando pela rua. Não
chegou muito longe antes que o carro de Eli se aproximasse.
Reconheceria em qualquer lugar e levantando seus braços
no ar gesticulou.
— Apenas vim para me assegurar de que você estaria bem.
— Posso ficar com você esta noite, por favor? Não quero ir
para casa.
— Claro.
— Ligarei para Rachel e Mary, as pedirei que me cubram.
— Por mim tudo bem.
— Vamos.
Uma vez dentro de seu carro, o calor foi um alívio.
— Adivinha o que acabo de descobrir?
— Não tenho ideia.
Contou tudo o que Wayne disse. Quando terminou, estavam
chegando a sua casa.
— Onde estão seus pais?
— É a noite de encontro deles, estava esperando sua ligação
ou mensagem. Vamos.
Entraram na casa e nenhum dos dois parou, indo
diretamente para o quarto. Usava um vestido negro como sua
mãe pediu para o jantar. Tirou a jaqueta e estendeu os braços.
— O que está pensando?
— Acho que seus pais e os de Wayne são uns arrogantes.
Não é estranho em nossas famílias.
— Eu sei. É surreal que antes de ter muito mais que alguns
dias de idade, decidiram que iria casar com ele. Não acredito que
isso esteja acontecendo.
— E, de verdade, acha que deixaria que algo assim
acontecesse?
Observou como se dirigia à suas gavetas e tirou uma
camiseta longa e uma calça de moletom.
— Vá e tome um banho. Chamarei nosso reforço e contarei o
que está acontecendo.
— Obrigada. — Antes de sair foi até ele, colocando uma mão
em seu peito e ficando nas pontas dos pés, pressionou um beijo
contra seus lábios. — É muito bom para mim.
— Somos perfeitos um para o outro.
Lambendo os lábios, entrou no seu banheiro e se olhou
rapidamente no espelho. Este era seu último dia como uma
jovem de dezessete anos e neste momento, sentia que o mundo
estava desmoronando ao seu redor. Um casamento arranjado.
Não era ilegal?
Depois de uma ducha rápida e de vestir as roupas dele,
entrou em seu quarto para encontrá-lo mudando os canais.
— Parece tão linda. — Disse ele, apontando o lugar ao seu
lado na cama
— O que os outros disseram?
— Estão irritados, obviamente. Isso explica por que Wayne
parecia tão orgulhoso. Ele sabia o que iria acontecer faz tempo.
— Não entendo. Ele me odeia. Surpreende-me que não
tentou lutar contra isso desde o começo.
— Sim, ele é um completo idiota. Aposto que ficou irritado
quando ficou sabendo de tudo.
— Eu estou. — Lambeu seus lábios e olhou para Eli, seu
coração acelerou. Não havia nenhum outro lugar onde queria
estar do que com ele. — Não há ninguém no mundo para mim, a
não ser você.
Capítulo
Sete
Seria um grande prazer despedaçar aquele pequeno
bastardo. Desde o momento em que começou na escola, soube
que Wayne estava escondendo alguma coisa. Deveria saber que
seria algo como isso. Não havia maneira de deixar que alguém
tivesse Ária. Ela era sua e lutaria com tudo o que tinha para tê-la.
Não importava o que seus pais planejaram para ela ao nascer.
Ninguém e queria dizer ninguém, o afastaria da dela.
— Provavelmente acha que ganhou algo neste momento. É
por isso que esteve me incomodando. Acredita que pode afastá-la
de mim.
Ela começou a rir e aquela risada morreu quando o olhou.
— Isso me aconteceu duas vezes em uma noite.
— O que?
— Eu pensando que estavam brincando. Ri dele quando me
contou a verdade sobre o acordo de nossos pais.
— Acha que está mentindo?
— Não. A forma que contou e tudo o que meu pai tem feito,
faz todo sentido. Por mais que odeie admitir isso, ele está dizendo
a verdade. Estou rindo é dele pensando que ficaria com qualquer
um, menos com você. Eli, eu pertenço a você. — Cruzou os
braços sob os seios e deitou na cama para poder olhar para ele.
Ambos tinham a cabeça sobre suas mãos.
— Quer mesmo dizer isso?
— Sim, quero. Gostaria de fazer com que tudo isso
desaparecesse.
— O que quer fazer?
— Agora neste momento, quero ir e chutar o meu pai nas
bolas e esbofetear minha mãe.
— Uau! E você não é propensa à violência.
— Por que você não está surtando? — Perguntou. Achou
que ele ficaria irritado.
— Acredite em mim, estou irritado. Estou muito irritado e
agora quero bater em Wayne, mas tenho você, no meu quarto, na
minha cama e amanhã, passará o dia todo comigo, sem fazer
perguntas. — A puxou para si e beijou seus lábios. — E me falou
que pertence a mim. Como não posso estar contente com isso?
Adorava como se derreteu contra ele, como se não pudesse
evitar.
— Hum, eu gosto do som disso. Nossos amigos o deixarão
você escapar?
— Eles nos têm todos os dias. Amanhã tenho algo especial
planejado e os proibi de interferir
Ele a beijou mais uma vez e ela se aconchegou. Depois de
vários segundos, se afastou, sabendo que não tinha controle
suficiente e não queria deixá-la incomodada.
— Não quero que pare.
— Precisamos parar. — Disse ele, acariciando sua
bochecha, olhando dentro dos olhos castanhos. Realmente era a
garota mais bonita do mundo. — Vamos ver um filme.
— Não sabia que poderia ser... um cavalheiro.
Havia muito que ela não sabia.

Wayne assobiou.
— Precisa admirar a porca. Ela tem coragem para andar com
um vestido assim.
Eli ficou um pouco afastado da mesa e ouviu o que Wayne
disse.
— Você acha que eles estão transando com ela?
— Chris e Branson? Não. Eles têm olhos somente para suas
amigas. Aposto que Eli que está transando com ela. Não é admirar
que esteja transando com todas que passam na sua frente.
Pergunto-me se sua boceta tem banha de porco dentro. E se ele faz
isso bem feito e a relação for aberta, talvez eu faça também.
Eli o atingiu. Não apenas estava falando uma besteira
terrível sobre sua amiga, mas também não era capaz de assimilar
a ideia de Wayne a tocando. Sempre teve um temperamento difícil
e não foi capaz de controlá-lo.
— Sentirei sua falta. — Disse Ária
— Voltarei para casa antes do que imagina. — Tirou o
pequeno presente que comprou. — Pegue. Feliz Aniversário!
— Vai para a escola militar, e ainda se lembrou de me
comprar um presente. — Ela balançou a cabeça. — Espero que
não seja preservativo.
— Quem te deu isso?
— Chris. Disse que se não usar pegará de volta quando
precisar.
Eli começou a rir e olhou para seu amigo. Não queria ir, mas
depois de ter esmagado a cara de Wayne contra a mesa e
quebrado seu nariz, não havia outra opção.
Ária rasgou o pacote e tirou o longo cachecol vermelho que
comprou para ela. Sempre tinha frio e ele queria que ficasse
quente, sobre tudo agora que não o teria para se aconchegar.
— Eu adorei. — Disse.
— Você vai usar?
— É lógico, idiota. — Colocou o cachecol ao redor do pescoço
e o olhou fixamente. Viu seus olhos brilhar com lágrimas e odiou.
— Não precisa chorar.
—Sentirei sua falta.
Olhou para sua garota, sabia que era especial para ele.
Tinha um presente em mente agora e sabia que isso a atingiria.
Ela o olhou.
— O que está pensando?
— Estava pensando em seu último aniversário. O cachecol
que te dei antes de ir.
— Ainda tenho. Está em casa com minha jaqueta.
— Vi você usá-la ontem.
— Não deixarei nada acontecer com ele. Por que me
comprou um cachecol, se não se importa que eu pergunte?
Acariciou sua bochecha, sorrindo.
— Cada vez que saíamos, era outono ou inverno, você
chegava mais perto, tentando pegar o meu calor corporal. Sempre
estava tremendo devido à temperatura. Sabia que não voltaria
depois do que aconteceu e por isso queria ter certeza que
estivesse protegida do frio.
— Sempre cuidou de mim, não é? Bem, de uma forma ou de
outra.
— Eu diria que estivemos cuidando um do outro. — Ele
beijou seus lábios. — Agora durma. Amanhã acordará mais
velha.
— Não quero ser maior de idade. É supervalorizado.
— Durma. — Segurou-a em seus braços, saboreando a
sensação de tê-la contra ele. Isso era tudo que precisava. Tê-la
em seus braços parecia certo. Isso era o certo. Não havia mais
dúvida.

O som de um telefone tocando despertou Ária. Abriu os


olhos e gemeu ante a luz brilhante que se filtrava entre as
cortinas.
— É o seu telefone ou o meu? — Perguntou Eli.
Seus braços ainda estavam ao redor dela e não queria
deixá-lo para se aventurar no quarto frio.
— Não sei.
— É um som feminino. É o seu.
— Não acredito. O meu está no silencioso, apenas vibrando.
— Descarada.
Suas bochechas ficaram vermelhas, mas não por isso.
Gemeu e se levantou da cama, levando todo o calor com ele.
Correu para sua jaqueta, pegou seu celular e viu algumas
chamadas perdidas de sua casa. Viu as mensagens de sua mãe e
o colocou na gaveta ao lado da cama.
Eli atendeu o telefone e logo voltou para cama.
Ali na pequena tela estavam seus amigos, cantando
parabéns pelo seu aniversário.
Ela sorriu e os saudou com a mão.
— Obrigada.
— Sabe que ele não deixou nos juntar a vocês. Não é justo.
Eu adoro a forma como nos juntamos para seu aniversário. —
Disse Chris.
— Talvez Chris e eu pudéssemos ficar no capô do carro e
vocês no banco de trás. — Disse Rachel.
— Não acontecerá. — Disse Eli, envolvendo um braço ao
redor de seus ombros. Ela se aconchegou contra ele, roubando
mais do seu calor. Realmente não sabia como se mantinha tão
quente o tempo todo.
— Não perderei minha virgindade no banco de trás do carro
de ninguém.
— Desmancha prazeres. É uma coisa de amigos.
Poderíamos lhes dar indicações. — Disse Branson.
— Eca, estúpido. Ouvi o suficiente. Deixe-me ter o meu
momento, da minha maneira. — Disse.
— Não é estranho que possamos falar disso como amigos e
não parecer grosseiro? — Perguntou Mary.
— Não sei. Costumávamos tomar banho juntos. — Disse
Eli.
— Sim, isso é grosseiro. — Disse Ária e riu.
— Ouvimos o que Wayne disse ontem à noite. — Disse
Rachel.
— Acho que nossos pais são os maiores cretinos. — Disse
Ária.
— Concordo. Quem organizaria um casamento arranjado
entre bebês? É doente. — Disse Mary.
Ária suspirou.
— Ligaram para os meus pais?
— Sua mãe me ligou. Disse a ela que estava dormindo e não
iria acordá-la. — Disse Rachel.
— Vai voltar para casa? — Perguntou Branson.
— Preciso voltar. Não posso me esconder. Ainda tenho que
terminar a escola e além disso, tenho que dizer para o meu pai
onde pode enfiar seu casamento arranjado. Quer dizer, vamos, é
Wayne, é nojento.
— Mesmo que ele não fosse rude, ainda me tem. — Disse Eli
acariciando seu pescoço.
— Certo, vamos deixar os dois pombinhos.
O telefone ficou preto e Ária suspirou.
— Precisamos encontrá-los.
— Iremos. Estava brincando ontem à noite. Tenho uma
surpresa preparada para você esta tarde. Vamos nos encontrar
com eles.
Ela beijou seus lábios e se recostou, Eli abriu uma das
gavetas.
Ária fez uma pausa enquanto ele estendia uma caixa de
veludo negro.
— Eli?
— Sim. Quero que abra meu presente.
Ela respirou fundo. A caixa era pequena e quadrada, gritava
algo que realmente desconhecia.
Ao abrir a caixa, ficou mais nervosa. Havia um pequeno
anel de diamantes que brilhava.
— Eli?
— Quero que se case comigo, Ária.
— Somos muito jovens.
— Eu sei e também sei o que quero. — Ele pegou o anel da
caixa e segurou sua mão. — Acredita no destino?
— Não sei.
— Eu sim. E se este anel deslizar em seu dedo, significa que
estamos destinados a ficarmos juntos, não importa o quê.
— E se não o fizer? — Perguntou.
— Então cometi um engano e conseguirei o anel correto.
Ganharei de qualquer maneira.
Ela deixou escapar um suspiro.
— Não sei em que acreditar nesse momento. Nunca pensei
na sorte, ou no destino.
Ele segurou o anel.
— Posso?
Ária fechou a mão e logo a abriu. Eli deslizou o anel pelo seu
dedo e encaixou perfeitamente, com facilidade.
— Com um ajuste perfeito. — Disse. — Quero me casar com
você, Ária. Nos conhecemos a vida toda e sei que te amo.
As lágrimas encheram seus olhos ao ouvir sua declaração.
Ela o amou sempre e olhando o anel, logo em seus olhos, soube
que era a verdade.
— Nem sabe se sou boa na cama ainda. Posso ser uma
frígida ou muito ruim.
— O sexo é apenas uma parte disso, baby. Adoro ficar com
você, conversar. Significa tudo para mim e além disso, o sexo só
precisa de prática para ser perfeito.
Ela começou a rir.
Seu coração estava acelerado e não pode conter as lágrimas.
Não eram lágrimas de tristeza, mas sim de felicidade.
Envolvendo seus braços ao redor de seu pescoço, montou
sobre sua cintura. Ele segurou seus quadris, a movendo contra
seu pau, o qual estava muito duro enquanto pressionava contra
seu núcleo.
— Nossos pais não irão aceitar.
— Não me importa o que pensam. — Passou as mãos pelas
suas costas e segurou sua bunda.
— Quando soube que iria me propor casamento?
— Não levou muito tempo para tomar uma decisão.
— Sabia que meu pai demorou três dias para decidir que
minha mãe era seu tesouro?
— Três dias?
— Sim, nós tivemos mais de quinze anos para nos conhecer.
— E se conheceram na creche, em que seus pais os colocou
quando tinham três anos. Aonde deveria promover a estimulação
e a educação precoce.
— Meu pai não permitirá isso.
— Não pode impedir, Ária. E nem a forçar. Arrumou um
casamento sem seu consentimento e isso é o que ele precisa,
casá-la. Quero me casar com você, Ária.
Era tão romântico e ela o queria tanto como ele a queria.
— Sim, me casarei com você.
Inclinou-se e pressionou seus lábios contra os dele.
— Quando quer contar aos nossos pais? — Perguntou.
— Quando quiser. — Ela segurou seu rosto e se inclinou,
pressionando um beijo em seus lábios. — Eu te amo, Eli.
Ele a beijou e para Ária, cada preocupação pareceu
desaparecer sob seu beijo.
Capítulo
Oito
Pela manhã, Eli preparou o café da manhã e aproveitou o
tempo para fazer panquecas.
— Desde quando é capaz de cozinhar? — Perguntou.
— Tenho praticado por muito tempo. — Virou à última e
colocou no prato. Sentado ao lado dela na mesa, a observou
enquanto mordia a panqueca com cobertura.
— Isso está incrível.
— Eu sei. — Ele pegou uma panqueca inteira e a mastigou.
— Você realmente sabe como comer. — Disse ela, rindo.
— Também comprei umas roupas.
— Oh, comprou?
— Sim. Não é nada. Apenas uma calça jeans e uma
camiseta. Vi você olhando-os uns dias atrás. Pensei que poderia
usá-los para ir ao lago.
— E se não servirem?
Eli sorriu.
— Irão servir bem em você.
— Está muito... confiante.
— Eu a conheço. — Inclinou sobre a mesa. — Confie em
mim. Eu sei o que quer.
— Mesmo que eu mesma não saiba?
— Muito, linda. — Retirou o prato vazio.
— Vou me vestir.
— Ok.
Ela deixou a cozinha e foi para o quarto, onde encontrou um
pacote sobre a cama. Tirou a roupa, abriu a caixa e pegou o jeans
e a camiseta. Quando se olhou no espelho, adorou a forma como
se ajustavam a suas curvas. Não se sentia gorda, nem
desalinhada. E de fato, se sentia sexy. Estava prendendo o cabelo
quando Eli entrou.
— O que você acha? — Perguntou.
— Eu gosto. — Caminhou até ele e rodeou seu pescoço com
os braços. — Muito obrigada. — Ficando nas pontas dos pés mais
uma vez, pressionou seus lábios contra os dele.
Eli gemeu, segurou sua bunda e a puxou para aproximá-la.
Seu corpo esquentou sob seu toque e queria que ele lhe desse
outro presente de aniversário.
Tocando-o sob a camisa, começou a abrir os botões. Ele
segurou as suas mãos.
— Hoje não.
— Por que hoje não?
— Porque quero que esteja pronta.
— Estou pronta.
— Não quero pressionar, baby. Não importa o que diga. —
Deu outro beijo nos lábios.
Ela estava pronta, mais que pronta. No começo não
acreditou nele por causa das outras garotas com as quais esteve.
Conversando com Rachel e Mary, a convencerem de que era um
homem diferente e ela também viu.
— Não está me pressionando. — Levantando a mão,
mostrou o anel de compromisso. — Estou pronta.
— E se eu não estiver? — Perguntou ele.
— Essa não é a sua primeira vez. — Disse, completamente
confusa.
— Não, é sua primeira vez e quero estar pronto para isso. —
Afundou os dedos no cabelo dela, a segurando firmemente. —
Quero fazer sua primeira vez tão explosiva e tão extraordinária,
que nem sequer possa pensar corretamente. Dê-me um tempo
para fazer isso perfeito.
— Como pode sempre falar as coisas mais agradáveis?
— Simples, sei o que dizer para fazê-la feliz e também
acredito no que digo. — Acariciou a bochecha dela. — Com as
outras garotas não significou nada e continua sem significar.
Colocar esse anel no seu dedo a faz minha e isso é no que
acredito. Acredito em você, em mim e em nós. — Beijou-a
novamente nos lábios e isso a fez estremecer, sentindo algo que
nunca experimentou antes percorresse todo o seu corpo. — Além
disso, quero enfrentar seus pais. Dizer a eles que Wayne não se
aproximará. É minha. Sempre foi, mesmo que não acreditem.
Pressionando a cabeça contra a dele, assentiu.
— Papai não aceitará. Pensará que sou muito jovem para
tomar este tipo de decisões.
— Você não acha isso?
— Não. Com você me sinto pronta. Perdi muito tempo. Não
quero olhar para trás com arrependimento.
— Ok. No entanto, apenas porque não estou pronto para
fazer amor com você, não significa que não possa lhe dar outra
coisa.
Empurrou-a para cama e desabotoou eu jeans. Deslizou as
mãos por dentro e o desceu pelas coxas.
— O que está fazendo? — Perguntou ela.
Eli se moveu tão rápido que não conseguiu acompanhar o
ritmo dele. Em um momento estava com o jeans e no seguinte,
desapareceu, junto com a calcinha que escolheu para ela.
— Essa é a boceta mais bonita que eu já vi.
Ela o olhou nos olhos, vendo a necessidade dele refletindo a
sua.
— Quero que confie em mim. Pode fazer isso?
— Confio em você.
— Bom. — Abriu as coxas dela e se ajoelhou no chão. Ela se
levantou sobre os cotovelos e observou enquanto ele passava o
polegar por sua boceta. —Tão molhada para mim.
Abaixou a cabeça para sua boceta e ela ofegou quando ele a
lambeu.
Ária gemeu de prazer. Nunca sentiu isso. Sua língua não
parou ali. Passou-a pelo clitóris e logo desceu para sua entrada.
Antes que pudesse protestar, ele a moveu novamente para cima e
chupou seu clitóris novamente.
Fechando os olhos, deitou-se na cama, dominada pelo
prazer mais delicioso. Nunca soube que isto seria assim. Ler nos
livros nunca poderia tê-la preparado para suas carícias.
Desejava-o muito e ansiava por mais.
Eli sempre fez parte de seu mundo, durante toda sua vida.
Ela o viu passar de garota em garota, sabendo que nunca seria
uma delas. Tudo mudou. Ele mudou e ela também.
Ele provocou seu clitóris, ao mesmo tempo, que movia as
mãos pelo corpo dela, acariciando seus seios.
Adorou e queria muito mais. Olhando para baixo entre suas
coxas, viu cabeça dele se movendo e sua língua enquanto lambia
sua boceta. Gritando, disse seu nome enquanto ele trabalhava
em seu corpo como se lhe pertencesse, como se soubesse cada
pequeno segredo que possuía e a verdade era que sabia.
— Eli?
— Goze para mim, Ária. Goze em meu rosto para provar o
quão doce você é.
Ela se agarrou à cama para ajudar a se estabilizar. Ele a
enviou a toda velocidade ao limite, a fazendo perder a cabeça e os
sentidos. Seu primeiro orgasmo a estremeceu até a medula e
antes que terminasse, sabia que queria novamente. Apenas
durou poucos segundos, mas compreendeu por que as suas
amigas adoravam e falavam constantemente deles.
Quando terminou, recostou-se, lambendo os lábios. Ela
levantou para ficar sentada na cama, bem na frente dele.
— Feliz aniversário, baby!
— Obrigada.
— O que está pensando?
— Que quero que faça isso novamente. — Disse ela,
sorrindo.
— Ficarei encantado em lamber sua bonita boceta todo dia.
— Ele se levantou, colocando seu pau ao nível dos seus olhos.
Estava longo, grosso e pressionado contra sua calça.
— Quer que devolva o favor? Ajudá-lo a resolver isso. — Ela
apontou para o seu pau.
— Quer fazer?
— Sim. Já que não quer ir até o final. É o mínimo que posso
fazer.
— Certo. — Ele desabotoou os jeans e o desceu. Seu pau
saltou para frente e nada do que viu na televisão ou nos livros de
biologia poderiam tê-la preparado para ver ao vivo. Ele era real.
— Toque-me, Ária.
Rodeando a ereção com os dedos, sentiu quanto era suave e
duro, completamente diferente de como imaginava.
Ele soltou um suspiro.
— Estou fazendo o certo?
— Está incrível, baby. Não tem nem ideia do que suas
carícias fazem comigo.
Olhou seu pau e logo, cobriu a ponta com a boca e chupou.
— Porra! — Levou os dedos para seus cabelos, afundando
neles e agarrando com força. — Não use os dentes, ainda não.
Eli a guiou, dizendo exatamente o que fazer enquanto se
movia ao longo do seu pau.
Ao levantar o olhar para ele, viu como marcadas estavam as
veias do seu pescoço, enquanto tentava se controlar. Segurando
suas bolas, deu lambeu a ponta, balançando a cabeça. Ele
amaldiçoou, retrocedendo. Saiu de sua boca, segurou sua camisa
e cobriu seu pau.
Ária o observou explodir na camisa.

— Sabe que seus pais impedirão, não sabe? E se não os


seus Eli, os dela o farão. — Disse Rachel apontando para Ária.
— Agora tenho dezoito anos. Posso fazer o que quiser.
— E se eles a colocarem expulsarem de casa? — Perguntou
Chris.
Estavam no lago em um piquenique de aniversário. Ele
garantiu que seus amigos soubessem o que trazer e como
torná-lo especial.
— Então irá morar comigo. — Disse Eli. — É simples assim.
Meu pai entenderá e sei que gosta de Ária. — Ele a segurou pela
nuca.
—Mesmo assim, casar-se tão jovem. Não acha que é um
pouco... demais? — Perguntou Branson.
— Não vamos nos casar logo. — Disse Ária, olhando por
cima do ombro. Tiveram tempo para conversar sobre isso no
caminho. Apenas se casariam quando terminassem a
universidade. Nenhum dos dois queria formar uma família ainda,
assim esperariam até que ambos estivessem preparados.
— Então, por que o compromisso? — Perguntou Mary.
— Porque sei que é a única garota para mim. — Disse Eli. —
Eu a amo, sempre amei. Apenas ficar longe dela me fez perceber o
quanto senti sua falta e o quanto significava para mim.
— Precisa ligar para seu pai para que o apoie. — Disse
Chris. — Pensa em ir para sua casa depois de nossa pequena
festa e contar ao seu pai?
— Esse é o plano. Esperamos que isso pare qualquer
intenção de procurar um casamento para ela.
— E apague o sorriso presunçoso no rosto do Wayne
quando formos à escola na próxima semana. Não o suporto.
— Eu, muito menos.
Eli a puxou para ele, oferecendo-lhe seu calor.
Chris ficou de pé, levantou a garrafa de cerveja e a bateu
com uma colher.
— Proponho um brinde.
— Não é um casamento, não precisa fazer papel de bobo
ainda. — Disse Rachel, rindo.
— É um aniversário e quero dizer algo.
Todos levantaram as garrafas de cerveja no ar e Eli beijou
sua bochecha.
— Ária, primeiro quero desejar um feliz aniversário.
Estamos muito felizes que tenha idade suficiente para ser
pervertida.
— Não que isso tenha nos impedido. — Disse Branson,
rindo.
Ela assentiu rindo com eles.
— Considero você uma pessoa incrível, um encanto e me
alegra que todos sobrevivemos ao sistema escolar e continuamos
amigos. Vocês dois sempre estiveram destinados a ficar juntos.
Todos sabemos disso. Sempre foi assim e da minha parte, fico
feliz e um pouco triste por Eli ser o primeiro a propor. E para não
ficar para trás... — Chris se virou e ficou sobre um joelho. —
Rachel, quer se casar comigo?
— É uma brincadeira? — Perguntou Rachel.
— Responda ao homem. — Disse Eli.
— Vamos, podemos nos casar quando quisermos. Nossos
pais estão felizes por estarmos juntos. Minha madrasta a adora.
— Disse Chris.
— Como as duas últimas. Troca de madrasta realmente
rápido. — Rachel estava sorrindo e Eli viu lágrimas em seus
olhos.
— Bom, aceita? — Perguntou Chris.
— Sim, aceito. — Rachel estendeu a mão enquanto ele
deslizava o anel em seu dedo.
— E você? Vai propor? — Perguntou Eli, olhando para
Branson.
Branson se aproximou de Mary, rodeou-a com os braços e
sorriu.
— Bem, podemos dizer a eles.
— Tem certeza?
— Sim. Somos amigos. — Branson se virou para eles. —
Estamos esperando um bebê.
Todos se viraram para o casal. O rosto de Mary estava
vermelho brilhante.
— Serão pais? — Perguntou Ária.
— Nossos pais sabem. — Disse Mary. — Contamos nessa
manhã. Não queríamos esperar e também concordaram que
deveríamos nos casar.
— Tenho certeza que seus pais ficaram loucos.
— Não estão emocionados. Claro que não, mas aconteceu e
agora precisamos lidar com isso. — Branson esfregou a barriga
de Mary. — Fomos cuidadosos, ou ao menos pensei que sim.
Eli percebeu que estavam assustados.
— Sempre estaremos aqui, juntos.
— Papai vai me contratar em sua empresa. Depois da
graduação começarei de baixo e irei ganhando experiência. —
Disse Branson. — Isso está bom para mim. Sempre fui um
homem prático. Já sabe.
Eli assentiu. E de todos eles, Branson nunca sonhou em ir
para a universidade.
— Estamos fazendo desse o ano mais memorável. — Disse
Ária com um sorriso. — Seremos notícia.
— Lidaremos com isso. Como sempre fizemos.
Mais tarde naquela noite, depois que terminaram de comer
e apagaram as velas do bolo, Eli e Ária foram à casa dela. Ele
percebeu quão nervosa estava e segurou sua mão na esperança
de tranquilizá-la.
— Estou preocupada.
— Não podem fazer nada, baby. Não deixarei. Agora tem
dezoito anos. Não há nada que possam fazer.
Estacionando fora da casa de seus pais, beijou sua mão e
saiu do carro. Antes que chegasse ao seu lado do carro, ela já
estava fora e segurou pela mão, mantendo perto.
No momento em que entraram em sua casa, Harvey Dean
apareceu, gritando.
— Onde porra você estava? Tenho as melhores ofertas que
requerem sua cooperação e se comporta como uma menina
mimada.
— Harvey, já chega. — Disse Lisa.
— Não. Nem sequer comecei com você. Acha que pode fazer
o que quiser, bem, isso acaba agora. Tem trabalho...
-— Eli me pediu em casamento.
A sala ficou em silêncio.
— E eu aceitei.
Harvey inclinou a cabeça para trás e começou a rir.
— Não, você se casará com Wayne. Não cheguei tão longe
para falhar agora.
— Não acontecerá, Harvey. — Ele disse e Ária apertou a mão
de Eli.
— Posso impedi-la de fazer isso.
— Bom. Não há nada que me impeça de sair daqui. Não
controla minha vida.
Seu pai parou.
— Tenho dezoito anos. Qualquer poder que tinha sobre
mim, desapareceu. Legalmente, nem sequer preciso ficar aqui. —
Ela olhou para Eli. — Posso ficar com você?
— É claro.
Virou-se para seu pai.
— Já chega de me controlar. Já chega de tomar decisões na
minha vida e tomar o controle, quando não tem direito de fazer
isso. Essa é a minha vida e a viverei da minha maneira, não será
com você me olhando constantemente por cima do ombro ou me
dizendo com quem me casar. Os casamentos arranjados são
arcaicos. Eu era um bebê.
— Perderei tudo.
— Apenas deveria se preocupar em me perder. — Ela soltou
a mão de Eli. — Vou pegar algumas das minhas coisas.
— Eu a espero aqui.
Colocou as mãos nos bolsos do jeans e olhou para Harvey
Dean.
— Sempre soube que causaria problemas.
— Amo sua filha, o qual é mais do que posso dizer sobre
você. Quer vendê-la, usá-la como garantia em um negócio antes
mesmo que tivesse idade suficiente para decidir por si mesma.
Ária precisa de um pai que possa cuidar dela. Não um idiota que
apenas vê o próximo negócio. O filho dela será o próximo na linha
de fogo? — Perguntou.
— Pedaço de lixo!
— Eu falei chega! — Disse Lisa, a mãe de Ária. — Estou
farta. Basta Nossa filha viveu o suficiente com você e suas regras
autoritárias. Chega de suas armadilhas e sua cobiça. Não é um
bom homem, Harvey. — Lisa se virou para Eli. — E se precisar de
alguma coisa, me ligue.
— Sim.
Ária voltou com algumas mochilas. Não disse nada aos pais,
saíram e foram para sua casa.
— Isso não é bom. — Disse. — Acabo de sair da casa dos
meus pais.
— Ficará tudo bem, baby. Você tem a mim e temos um ao
outro.
Já em sua casa, Eli a segurou pela mão uma vez mais
enquanto se dirigiam para seus pais para confrontá-los.
— Filho, o que aconteceu? Harvey Dean ameaçou me
processar e me arruinar. — Disse Larry Waters, vindo pelo
corredor com sua esposa.
— É um pouco complicado. — Disse. — Ária e eu vamos nos
casar. Nos comprometemos.
Ária levantou a mão, mostrando o anel.
— Oh! — Exclamou Tania.
— Eu a amo, mamãe e ela me ama. Não quero ninguém
mais.
— Tem certeza disso? — Perguntou Tania. — Casamento é
uma grande decisão e têm dezoito anos.
— Tinham essa idade quando me tiveram e papai, soube em
três dias que a queria. Conheço Ária faz quinze anos. Crescemos
juntos. É o que quero.
— Harvey não é um bom homem.
— Tentou me casar com o filho de um empresário. — Disse
Ária. — Não tive nenhuma decisão nisso. Não quero causar
nenhum problema para vocês. Amo Eli. Realmente o amo, apenas
quero o melhor para ele. E se quiserem que eu vá embora, irei
para casa, mas não deixarei de amá-lo.
— Continuaremos juntos.
— Deveria saber Larry, que isso iria acontecer. — Disse
Tania. — Sempre soube que vocês dois terminariam juntos.
— Como? — Perguntou Eli.
— Por causa de como você é. Como amigos, os seis, a forma
como gravitavam para a pessoa que mais gostavam. Sempre
esteve perto de Ária. Era tão fofo. — Tania beijou sua bochecha.
— Pode ficar aqui, podemos lidar com os Dean. Lisa já ligou. É só
questão de tempo até resolvermos isso.
— Pode ficar aqui? — Perguntou Eli.
— Em quartos separados. Sem quebrar as regras.
— Bem-vinda à família, Ária. — Disse Larry depois de vários
segundos de hesitação.
Capítulo
Nove
Eram o assunto de fofoca na escola e havia muitas besteiras
publicadas sobre eles. E se Eli, Chris ou Branson viam alguém
realmente mexericando, lidavam com eles rapidamente, sem que
os deixassem nervosos. Finalmente estava livre de seus pais e
com o homem que amava mais que tudo. Conseguiu um trabalho
para se manter. Trabalhava todos os dias depois da escola,
embora Eli odiasse isso.
Conseguiu um trabalho na biblioteca, o que não era tão
ruim. Entre atender aos clientes e classificar os livros, era capaz
de estudar. Chris e Rachel se casaram no Natal. Nenhum dos
dois queria esperar e foi um casamento duplo com Branson e
Mary.
E se mantiveram juntos contra o vento e a maré. Foi sua
dama de honra, claro e Eli o padrinho.
No ano novo, a barriga de grávida de Mary começou a
aparecer. Não era a única. Uma das animadoras estava grávida
também. Logo Ária e Eli se tornaram notícias velhas.
Sentada na biblioteca da escola, estava fazendo suas tarefas
de inglês quando Eli se sentou ao seu lado.
— Ei baby. — Disse.
Ela levantou um dedo e terminou de escrever a última frase,
guardou e virou para ele.
— Acabou?
— Sim. Sabe quão difícil é perder a concentração. Pensei
que estivesse doente em casa hoje.
— Estou.
Estendeu a mão e tocou sua cabeça.
— Está realmente doente. Precisa aprender a descansar.
— Minha garota não ficou em casa comigo.
— É porque não quero ficar doente e ainda tenho que
trabalhar. Bem, de qualquer forma, você deveria estar
estudando, então por que está aqui?
Estendeu dois envelopes brancos. Ambos tinham se
inscritos na mesma universidade e já fizeram suas entrevistas.
Desde que suas qualificações fossem boas, se mudariam para
apenas uma hora de distância. Nenhum dos dois queria deixar
seus amigos. Com Mary e Branson ficando perto de Blythe Ridge
para criar seu filho com a família, ali era onde queriam ficar.
— Abriu a sua?
— Concordamos em abrir juntos. — Levantou a sua. —
Olhe, não a abri.
— Certo. — Deixou escapar um suspiro. — Vamos. —
Abriram suas cartas e juntos leram o que diziam. — Fomos
aceitos na mesma universidade.
— Isso precisa ser comemorado.
Quando foi beijá-la, ela virou a cabeça.
— Eu te amo, Eli, realmente amo, mas não gosto de vomitar.
A única celebração que terá é a que implica descansar, ver
televisão e um xarope. — Desligou o computador e começou a se
levantar. — Vamos. Vou levá-lo para casa.
Guardou os papéis na mochila e o ajudou ir para o carro.
Colocou-o no banco do passageiro, se sentou atrás do volante e
colocou em marcha o seu bebê.
— Nunca deixei que uma garota dirigisse meu carro.
— Então, sou a exceção. — Saiu do estacionamento e dirigiu
pela longa estrada.
— O que aconteceu com seu carro?
— Oh, eu, eeh, o bati em uma árvore.
— Uma árvore?
— Não me sentia muito bem. Você estava fora por alguns
meses. Sentia sua falta e sentia falta do nosso lugar perto do lago,
então explodi. Carro, árvore, carro morto. Não me permitiram ter
outro porque não me concentrava. Assustado?
— Não. Estou no banco da frente bem ao seu lado.
— Sim e estamos namorando há seis meses? E ainda sou
virgem.
— Uma muito excitada virgem. Eu não a deixo se tocar.
Sempre cuido de suas necessidades. — Disse. — E se quer ser
precisa, passaram cinco meses. Não teria tocado em você antes
dos dezoito anos.
Ele cuidava de suas necessidades. Bem, de todas elas. E se
estava quente ou mesmo quando não estava, ele estava ali.
Ensinou os muitos talentos que possuía com suas mãos, sua
boca e mesmo com seu pau, o que significava que ainda era
virgem. Seu momento favorito era quando ambos estavam nus e
colocava seu pau entre os lábios de sua boceta e o deslizava entre
as dobras. A fricção, o toque de seu pau contra seu clitóris a
levavam ao limite, assim como ele.
Mesmo assim, isso não era sexo. Tampouco podia reclamar.
Houve algumas vezes que ele parou qualquer coisa relacionada à
sexo. Apesar de Eli dizer que ela era seu mundo, simplesmente
não estava pronto. Nem sequer podia explicar isso. Queria, mas
era quase impossível dar o seguinte passo.
Rachel e Mary falaram que não era culpa dela nem dele.
Quando estivessem prontos, isso aconteceria. Mas não tinha
certeza. E se realmente a desejava, não iria querer chegar até o
fim?
— Esqueça o que falei. Não é como se pudesse fazer algo
hoje.
— Eu te amo, Ária. — Assegurou. — Quero que seja perfeito
para você.
— Alguma vez pensou que não há um momento certo? Nem
a lua cheia, nem um estranho ciclo farão a experiência menos
dolorosa e não vou a lugar nenhum. Será uma ruim a primeira
vez. Talvez a segunda e a terceira também, mas depois disso,
espero que compense. Sem pressão. — Parou na garagem e
desligou o carro antes de olhar para ele.
— Não preciso da perfeição. Apenas preciso de você e nem
sequer posso acreditar que esteja grunhindo por isso.
— Acha que estou grunhindo? — As bochechas estavam
esquentando.
— Você fica sexy quando está envergonhada.
— Nunca pensei que pediria sexo a um homem. — Abriu a
porta do carro, deu a volta até seu lado e o ajudou a sair.
Desde que seus pais, ou melhor, seu pai, saiu de sua vida,
foi capaz de florescer, amar a vida e acreditar no amor que
compartilhava com Eli. Ele a fazia acreditar que tudo era possível
se simplesmente permitisse a si mesma imaginá-lo.
Ao entrar na sala de estar, se apressou em fechar a porta e
foi à cozinha para preparar o xarope.
Encontrou-o fora de combate no sofá. Passando os dedos
pela testa dele, soltou um suspiro e colocou a bebida na mesa de
centro. Colocou uma manta ao redor de seus braços, certificou-se
que estivesse bem e deixou um bilhete para quando acordasse,
dizendo para beber o que deixou. Adorava cuidar dele e se
assegurar que tivesse tudo que precisasse.
Quando saiu, parou ao ver seu pai de pé na calçada.
Parecia... velho.
Harvey levantou as mãos em sinal de rendição. Não parecia
que alguma vez gritou, dizendo o quão horrível a vida dela seria.
— O que está fazendo aqui?
— Apenas queria conversar. Não a machucarei. Prometo.
Olhando para a casa, mordeu o lábio, mas decidiu que
estava bem ir com ele. Era seu pai e precisava confiar nele.
Aproximou-se e cruzou os braços.
— Trabalho na biblioteca. Pode caminhar comigo.
— Está bem.
Caminhar junto a ele era um pouco estranho já que,
durante muito tempo, o considerou um completo imbecil.
— Sua mãe me deixou.
— Eu sei. Ela me contou há alguns meses.
— Perdi tudo. — Disse. — Pensei que soubesse o que estava
fazendo e ao invés de parar e pensar, apenas caí de cabeça no
primeiro acordo que apareceu. Estraguei tudo. — Ela não disse
nada. Não tinha sentido. — O acordo de casamento entre você e
Wayne aconteceu faz anos. Não pensei muito nisso, exceto em
assegurar o dinheiro da família.
— Mamãe disse que você está na falência.
— Afundei a empresa.
— Foi uma pessoa horrível.
— Eu sei. Estou fazendo terapia, lutando com o estresse.
— Há muitas coisas entre você e mamãe que desconheço.
Não sei se podemos ter uma relação normal. Fez muito mal a ela
e a mim. Amo Eli e vou me casar com ele.
Harvey assentiu.
— Apenas quero um pouco de tempo. Talvez tomar um café
de vez em quando, nos ver e poder voltar a ser meu velho eu
novamente.
— Espero que não.
— Meu velho eu de quando você nasceu. Nem sempre fui
assim, Ária. A empresa, a rivalidade, me mudou.
Fora da biblioteca, o olhou fixamente.
— Não sei. Vamos um dia de cada vez. Concorda?
— Sim, concordo. É o que meu terapeuta diz que devo fazer.
Ela forçou um sorriso. — Preciso ir.
— Cuide-se.
Ela o observou ir e se perguntou por um segundo se era
possível que ele fosse como o homem que uma vez adorou. Foi há
muito tempo atrás.

Acendeu a última vela e olhou ao redor da sala. Seus pais


estariam fora da cidade durante as três próximas noites e tinha
todo o fim de semana planejado para eles. Esperava chegar até o
final com ela. Cada vez que estavam perto, parava por medo de
arruinar tudo.
Nunca esteve tão nervoso, nem se importou tanto.
Você pode fazer isso.
Chris levaria Ária para casa e pediu a todos seus amigos
que se divertissem sem eles, enquanto tinha o fim de semana
para amar sua mulher.
— Tchau, Chris. — Disse Ária, fechando a porta. — Eli, está
fazendo uma linda noite.
Ficou junto à mesa e esperou. As pétalas de rosa estavam
no chão, criando um caminho para que fosse até ele.
Passaram alguns segundos, talvez minutos antes que ela
atravessasse a porta, sorrindo.
— Olá.
— Boa tarde, querida.
Ela começou a rir baixinho.
— O que é tudo isso?
— Isso porque estamos sozinhos e podemos celebrar nossa
entrada na mesma universidade. Além disso, acredito que é o
momento certo, não acha? — Ajudou-a tirar jaqueta e a colocou
na parte de trás de uma das cadeiras.
— Fez tudo isso para mim?
— Claro. Não há ninguém mais no mundo por quem teria
feito isso. — Segurou suas mãos e deu um beijo no canto da boca.
— Eu te amo, Ária. Não posso garantir que esta noite seja
perfeita, mas farei tudo o que puder para se seja a mais perfeita
possível para você. — Passou as mãos por seu corpo, acariciando
sua bunda e puxando-a para mais perto.
— Está de bom humor.
— Por que não? — Segurando sua mão, a fez se sentar e a
serviu um copo de suco.
— Não tem cerveja?
— Não queria que nada interferisse nesta noite. Quero que
seus sentidos estejam claros. Agora, posso fazer uma boa
panqueca ou um sanduíche, mas isso é tudo o que posso fazer. —
Deixou a mesa e foi para a cozinha, pegou a bandeja que manteve
a comida quente. — Fui ao nosso restaurante favorito de comida
rápida.
— Hambúrgueres e batatas fritas, que romântico.
— Poderia tê-la levado a um restaurante elegante, mas
então ficaríamos sentados, falando, esperando e antes que
soubéssemos o que aconteceu...
— Nossa noite teria terminado.
— Sim e quero que esta noite seja especial para os dois. O
início de um novo começo.
— Está lendo demais.
— Sim. Nunca gostei muito de livros.
Ela riu. Sempre gostou de ler e sabia disso.
— Pare de me distrair, coma seu hambúrguer.
— Sim, senhor. — Deu uma mordida em seu hambúrguer e
fez uma careta. — Quanto tempo você os manteve aquecidos?
— Uma hora, talvez.
— Está muito duro.
Ambos estavam tentando segurar a risada enquanto
mastigavam a metade de seu hambúrguer e algumas batatas
fritas secas.
Eli não admitiu a derrota e pegou uma vasilha de sorvete de
chocolate e duas colheres.
— Sobremesa.
— O tipo de homem que eu gosto. — Pegou uma das
colheres que ele oferecia e colocaram a vasilha na mesa entre
eles. — Poderia imaginar estarmos aqui aos dezoito anos
comendo sorvete, nos preparando para ter um futuro juntos,
quando éramos crianças?
— Quando éramos crianças também tomávamos sorvete e
nos preparávamos para ter um futuro.
— Eu sei, é apenas que se tornar um palhaço de aniversário
assustador não era exatamente um bom sonho.
Ele franziu o cenho.
— Lembra disso.
— Tinha uma grande fascinação pelos palhaços. Não sei por
que. São realmente assustadores. — Franziu o nariz e soltou um
grunhido. — Grrr.
— Preciso fazer uma confissão. Também me assustavam.
Nunca entendi por que os meninos gostavam tanto. Tinham um
rosto estranho e eram feios.
Ela riu.
— Quais são seus sonhos agora?
— Quero ter um diploma em economia empresarial. Papai
me levou para dar uma volta pela empresa faz alguns dias e sei as
áreas nas quais temos debilidades. Quero trabalhar para meu
pai, fazer com que se sinta orgulhoso, para que um dia, possa
ocupar seu lugar. Talvez ter um filho ou filha.
— Nenhum casamento arranjado? — Perguntou ela.
— Não. Nossos filhos serão livres para tomar suas próprias
decisões.
— Boa resposta.
— E o que você quer? Para seu futuro?
— Quero ajudar às pessoas, os adolescentes que tem
problemas. Ser alguém com quem possam conversar.
— Como uma assistente social?
— Não. Estava pensando mais em uma terapeuta. O que
acha?
— Converso com você sobre tudo. Seria uma ótima
terapeuta.
— Acha isso de verdade?
— Sim. Você é boa demais para não ser.
Ele terminou o sorvete. Colocando a colher na vasilha, se
aproximou dela, segurando seu rosto.
— O que aconteceu?
— Tem uma sujeirinha aqui. Dê-me um segundo. — Passou
a língua no canto de sua boca, a movendo e afundando dentro
dela. Seu gosto era de sorvete de chocolate, apenas mais quente e
muito mais viciante. — Você parece bem agora.
Ela gemeu.
Levantou, a pegou pela mão e a puxou para ele. Passou as
mãos por todo seu corpo, segurou sua bunda e esfregou o pau
contra seu estômago.
— Sente o que faz comigo? O quão louco me deixa?
Ela deixou escapar um gemido e se agarrou com força em
seus ombros.
— Tem certeza?
— Sim. Sei que quero estar com você, Ária. Sem mais
contenção, sem mais espera. Não quero ter nada para lamentar.
— Você realmente quer dizer isso?
— Sim.
Nos últimos meses, não conseguiram dar o próximo passo
para dormirem juntos. Era trabalho, estudos, ajudar seus
amigos, estar juntos não pareceu tão fácil. Ele não queria
apressar isso e Ária não estava preparada.
— Sempre a desejei, Ária. Não esconderei isso mais. Está
pronta?
Havia um sorriso nos lábios dela.
— Sim, estou. Sou sua, Eli.
Eli levantou a mão e gemeu.
— Quando quer se casar?
— Estamos a ponto de chegar até o final e quer perguntar
isso agora?
— Não nos casamos com nossos amigos, Ária. Quero me
casar com você.
— É um pedaço de papel, Eli. Não preciso dele para saber
que te amo mais que tudo nesse mundo. Esteve ocupado e ambos
queremos entrar juntos na universidade. Esta é a primeira vez
que podemos parar e nos divertir. Nos casaremos quando
estivermos preparados, os dois, quando pudermos desfrutá-lo.
— Não se importa de esperar?
— Não percebeu que esperarei por você para sempre, Eli
Waters? Você é minha outra metade.
Beijando-a, a ouviu ofegar, dando-lhe a entrada perfeita.
Deslizando sua língua contra a dela, aprofundou o beijo e juntos
gemeram.
— Perfeito, é tão perfeito.
Segurou-a pela mão e sem dizer mais nada, a levou para
cima, indo diretamente para seu quarto. Os lençóis foram
trocados e certificou-se de limpar tudo para criar o ambiente
perfeito.
— Pensou em tudo.
— Queria que esta noite fosse especial e sabia que podia
fazê-lo.
Tirou a camisa fora da calça, a passando pela cabeça até
que caiu no chão. Olhando fixamente em seus olhos castanhos,
tirou os jeans e a boxer até que ficou completamente nu.
Ela abriu e fechou a boca.
— Já me viu nú muitas vezes.
— É diferente.
— Por que é diferente, baby? – Perguntou, tirando a
camiseta dela.
— Todas as outras vezes, sabia que não faríamos sexo.
— E agora?
— Agora, sei que vai acontecer.
Sua camiseta desapareceu e tirou seus jeans, se ajoelhando
diante dela para deixá-lo no chão. Estava de pé com um dedo na
calcinha dela, suas curvas à vista, nada escondido dele.
Passando os dedos pelas coxas dela, levantou, olhando-a
fixamente. Ela não afastou o olhar, nem tentou se cobrir, estava
encantado com isso. Não queria que se cobrisse, nem que
ocultasse sua beleza.
Para ele, era a mulher mais bela do mundo. O primeiro dia
que a viu na creche, pensou que era bonita. Cada dia, depois
desse, continuou com o mesmo pensamento.
— Eu te amo, Ária, muitíssimo.
— Também te amo.
Segurou os quadris dela, a puxando contra ele. Seu pau se
apertou contra seu estômago e não lutou contra ele, nem o
empurrou para afastá-lo. Suas mãos permaneceram sobre seus
ombros, suas unhas cravando em sua carne.
Tocando o fecho do sutiã, o abriu e seus seios balançaram
para fora. Eram incríveis, perfeitos para ele. Levantando um,
passou a língua pelo bico pontudo e ela inclinou a cabeça para
trás enquanto gemia.
— Assim, baby. — Disse. — Ofereça-os para mim.
Ela segurou seus seios, oferecendo-os para que os chupasse
e os provocasse. Parecia tão doce e sabia que nunca se cansaria
de saboreá-la, de amá-la.
Passando os dedos por suas costas, se aproximou do
elástico da calcinha. Não tinha tempo para esperar e com um
puxão, a calcinha foi arrancada do seu corpo.
— Eu gostava dessa. — Disse ela, sem fôlego.
— Está bem. Eu também. — Pressionou a mão contra sua
boceta, ambos gemeram. — Eu gosto muito mais de você sem ela.
Deslizou um dedo por sua fenda, e a encontrou molhada.
Seu clitóris estava inchado e o acariciou, desejando que ficasse
tão excitada como ele.
Ele a moveu para que se deitasse na cama.
— Abra as pernas. — Disse.
Seu pau estava duro como uma rocha e a ponta pulsava
com pré- sêmen.
Ela mordeu o lábio e viu que estava nervosa. Uma parte dele
queria colocar fim a isso, mas sabia que era apenas devido a sua
primeira vez. Ária abriu as coxas e ele olhou para sua boceta.
Aproximou-se ao lado da cama e pegou um preservativo.
— Quero estar preparado. — Disse, rasgando o pacote de
papel de alumínio e deslizando o látex sobre seu pau.
Ficando entre suas coxas, se ajoelhou e abriu os lábios de
sua boceta.
— Eli?
— Sim, baby.
— Por favor, não pare.
— Precisa me dar a oportunidade de começar.
— Oh, está bem. — Assentiu e acariciou a ponta de seu pau.
— Fica linda quando está nervosa. — Passou a língua entre
sua fenda, provocando seu clitóris e abaixou até sua entrada
antes de retroceder. Tomando o clitóris em sua boca, chupou o
inchado nó e utilizou sua língua para golpeá-lo.
— Oh, sim, isso é tão gostoso, tão bom.
Arqueou-se contra ele, empurrando sua boceta contra seu
rosto. Agarrou sua bunda, observando e sentindo seu corpo
enquanto ela se desfazia em seus braços. Ele estendeu o orgasmo
dela durante tanto tempo quanto pode, usando os dedos para
manter o prazer. Em questão de segundos, parou, segurou seu
pau e pressionou contra sua entrada. Olhando-a fixamente nos
olhos, afundou cada centímetro de seu pau, rompendo a barreira
de sua virgindade e deslizando profundamente até o punho.
Ária gritou.
Pressionando os lábios contra os dela, ficou parado,
beijando e tentando afastar qualquer dor que ela estivesse
sentindo.
Segurando suas mãos, entrelaçou os dedos com os dela,
odiando ter causado dor. Odiava tomar algo tão precioso e que
isso doesse tanto.
— Sinto muito. — Disse, beijando os lábios dela. — Sinto
muito. Sinto muito.
Depois de uns minutos, aproveitou o momento para olhá-la.
As lágrimas caíam dos cantos seus olhos e ele as enxugou.
— Sinto muito.
— Não precisa continuar dizendo isso. Eu sabia que iria
doer.
— Tentei fazer o melhor que pude. Realmente tentei.
—Estou com você. É perfeito.
— Não é. Isso não é perfeito, mas prometo que a próxima vez
será.
— Já está prometendo uma próxima vez? — Perguntou,
sorrindo.
Ele a amava. Porra, a amava tanto que chegava a doer.
Queria lhe dar o mundo e o que quer que seu coração desejasse.
— Haverá muitas próximas vezes. Isso, eu posso prometer.
— Disse, beijando seus lábios, levou seu tempo para se mover
entre suas coxas, observando se estava pronta para que se
movesse.
Ela ofegou e ele parou.
— É muito doloroso?
— Não. Parece incrível. Por favor, não pare. Por favor.
Movendo as mãos para cada lado de sua cabeça, se levantou
sobre ela e começou a se mover dentro de suas paredes.
— Você gosta disso, baby?
— Sim!
Depois de alguns minutos, Ária começou a empurrar para
cima para se encontrar com ele.
Fazia muito tempo para ele e ela era tão incrível. Sabia que
não iria durar e com um empurrão final, explodiu, enchendo o
preservativo. O prazer golpeava seu corpo, enchendo cada parte
dele, o fazendo ver estrelas.
Quando terminou, deitou-se junto dela e acariciou seu
rosto.
— Sinto muito.
— Por que está se desculpando? Foi perfeito.
— Eu a machuquei.
— O quê? Segurou-se enquanto estava doendo. Amou-me e
isso é o que eu queria. Para mim, foi perfeito. — Ela segurou seu
rosto.
— Tenho muita sorte.
— Fico feliz que tenha voltado.
— Não podia ficar longe, não de você, não disso tudo. —
Puxando-a para seus braços, apertou os lábios contra os dela,
sabendo que este era o melhor dia de sua vida.
Capítulo
Dez
— Tudo bem? — Perguntou Mary.
As bochechas de Ária aqueceram e não pode evitar o sorriso
que chegou aos lábios. Estavam na cantina da escola, esperando
seus homens chegarem. Já pegaram seu almoço, o que deixou
Mary miserável. Ela não podia comer queijo ou nozes, estava em
uma restrita dieta de verduras e frango. Sua barriga estava
realmente inchada agora e apenas podia usar calça e camisetas
grandes.
— Foi perfeito. Doloroso, mas prometeu que seria melhor na
segunda vez.
— Já sabem o que é? — Perguntou Rachel.
Cobriu o rosto e começou a rir.
Mary começou a rir e ficou tensa, coçando o rosto.
— O quê? — Perguntou Ária, preocupada.
— Este pequeno homem está me causando dores. Não gosta
de ficar quieto. Não gosta de fazer nada mais que me chutar
quando me sinto em paz.
— Tem certeza que é ele? — Perguntou Rachel.
— Nego-me a aceitar que minha menina chutaria sua mãe
assim.
— Ainda se recusa a descobrir o sexo de seu bebê? —
Perguntou Ária.
— Claro, quero que seja uma surpresa.
— Como estão as coisas entre você e Branson? Um bebê
deve ser um grande negócio?
— É. Não mentirei, é estressante. Ambos somos jovens e o
bebê na verdade, não estava planejado até daqui há dez anos.
— Planejou sua vida? — Perguntou Rachel.
— Cada pequeno dia. Gosto disso. Gostei que tivéssemos
um plano e é óbvio, esse plano mudou, tivemos que nos adaptar.
Odeio que me chamem de puta na escola. — Mary encolheu os
ombros.
— Mas você se casou. — Falou Ária.
— Sim. Acho que é porque sentem ciúmes. — Apontou para
Tiffany, que era a outra garota grávida. Também estava exposta,
mas Brad, o garoto que a engravidou, se negou a casar com ela.
— Odeia que seu homem esteja ao seu lado assumindo a
responsabilidade e amando-a, quando o homem dela é um
babaca irresponsável. — Disse Ária. Não havia outra razão para
isso.
— Como estão minhas garotas favoritas no mundo? —
Perguntou Eli, beijando Ária enquanto se sentava.
— Genial. — Disse Ária.
— Magnífica. — Disse Rachel.
— Torta e com dor. — Disse Mary, mordendo a bochecha. —
Ai.
Branson se sentou junto à Mary, colocando a mão sobre sua
barriga.
— Está bem?
— Não sei. Talvez nosso bebê esteja me dizendo que estou a
prestes a ser uma mãe terrível? — Perguntou. — Ele... ou ela
continua me chutando.
Branson mantinha a mão sobre sua barriga e Ária
observava seus amigos. Parecia preocupado.
— Quero levá-la ao hospital para ver se isso é normal.
— Ainda faltam cinco semanas para que o bebê nasça.
Posso esperar para ir ao hospital.
— Mary, querida, está grávida e está lutando aqui.
Deixa-me levá-la ao hospital, para saber se está bem. — Branson
lhe beijou a mão. — Por favor!
— E se não estiver nada errado?
— Esfregarei seus pés e poderemos ver seu filme romântico
favorito essa noite, ok?
Mary levou um segundo para pensar nisso.
— Está certo.
— Podem me cobrir? — Perguntou Branson.
— Cobrir? — Perguntou Ária, ficando de pé. — Somos uma
família, não é? Vamos com você. Mostrar apoio no caso de Mary
mudar de opinião.
— Como posso mudar de opinião? Sou uma baleia aqui.
Nem sequer posso tocar meus dedos dos pés. Branson precisa me
ajudar a me vestir pela manhã. Sabe quão horrível é isso? —
Perguntou Mary.
Ajudando Mary a ficar de pé, Ária balançou a cabeça.
— Não e espero não saber tão cedo.
Levaram os carros de Chris e Eli para o hospital. Ária estava
tão nervosa, especialmente quando a enfermeira da sala de
emergências levou Mary rapidamente.
Chris e Rachel estavam abraçados em um conjunto de
cadeiras. Ária se apoiou em Eli.
— É um pouco surreal, não acha?
— O quê?
— Todos nós no hospital. Quatro já estão casados, dois
comprometidos e um bebê a caminho.
— Parece como uma dessas novelas horrorosas que passam
de manhã.
— Ainda somos jovens. — Disse Rachel. — Não posso
acreditar que Branson e Mary terão um bebê. Ele será tão
pequeno, nossos amigos serão pais.
— Seremos tios e tias incríveis. — Ária sorriu.
— Tenho a intenção de estragá-lo, o que quer que seja. —
Disse Rachel.
— Quero saber o sexo do nosso bebê. — Disse Eli.
— Por que?
— Então posso arrumar o quarto. Branson deixou-me louco
escolhendo cores neutras. — Esfregou os olhos.
— Vi o quarto no outro dia. Parecia incrível. Fez um bom
trabalho.
— Obrigado, querida. Branson precisava de ajuda. Está
terminando a escola durante a semana, trabalhando nas tardes e
nos fins de semana, está fazendo tudo o que pode para ficar em
casa. — Disse. — Era o mínimo que podíamos fazer para ajudar.
— São tantas coisas. Eu sei que está assustado. — Disse
Chris. — Todos estamos, mas estaremos ali para eles. Sempre.
Ária segurou a mão de Eli e respirou fundo. Poderiam
fazê-lo juntos, como uma equipe, como uma família.
Passou uma hora antes que Branson saísse, parecia um
pouco cansado.
— O que aconteceu? — Perguntou Eli.
— O bebê está mostrando sinais de perigo. Estão a
monitorando e terá que passar a noite.
— O que significa isso? — Perguntou Ária.
— Pode ser que tenham que induzir o parto.
— Cinco semanas antes? — Perguntou Rachel.
— É melhor que perder os dois. Mary está cansada,
esgotada. Não tinha nem ideia que estava tão estressada. —
Parou. – Preciso ligar para os seus pais. É a única coisa que posso
fazer.
Sentada na sala de espera, Ária soltou um suspiro,
esperando e rezando para que sua amiga ficasse bem.
— Como você está? — Perguntou Eli, sussurrando as
palavras contra seu ouvido.
— Estou bem, por que? — Franziu o cenho.
— Não há dor? Sem arrependimentos?
Olhou para Rachel e Chris para ver se podiam ouvir.
Balançou a cabeça.
— Não para as duas perguntas. Estou bem. Não precisa se
preocupar. Adorei esse fim de semana.
— Bom, eu também.
Com as mãos juntas, se sentaram na sala de espera do
hospital à medida que passava o tempo. Branson voltou a entrar
e acenou para eles enquanto ia até Mary.
Ária não parou de orar em pensamento. Sabia que algumas
mulheres podiam morrer devido ao choque do parto ou outras
complicações.
— E se acontecer alguma coisa com ela? — Perguntou
Rachel.
— Não pense nisso. — Disse Ária. — Não podemos. Está no
hospital e esse é o melhor lugar para ela.
Três horas depois, por cesárea, nasceu a menina de Mary,
Elizabeth. E se Branson não a tivesse levado a um hospital
naquele momento, não teria conseguido.

Eli estava pegando o seu equipamento no vestuário


masculino quando alguém limpou a garganta. Virou-se para
encontrar Wayne, esperando.
— E se veio começar uma briga, pode esquecer. Não tenho
nenhum interesse nisso ou em lidar com qualquer besteira que
queira falar.
A escola terminou, a graduação terminou e Ária o esperava
junto a seus amigos.
— Não quero brigar. — Disse Wayne. — Ambos sabemos que
não poderia ganhar de qualquer forma. Além disso, qual seria o
ponto na luta? A escola está quase terminada e o contrato
acabou. Não é que Harvey Dean tivesse muito trabalho.
Fechando o armário, colocou a mochila em seu ombro e
olhou para o atleta.
— Então, isso tudo foi por ser forçado a se casar com
alguma garota que você não gostava?
Wayne olhou ao redor do vestuário.
— É popular sem sequer tentar. Homem, apenas queria o
que me prometeram. Não me importava se seria Ária.
— Por causa desse fodido contrato?
— Negócios são negócios. Ganhar dinheiro é tudo para
minha família. — Bufou. — Quanto mais dinheiro, mais poder,
eu teria feito o que fosse necessário, mesmo casar com uma
garota que não acho bonita. Além disso, deveria saber que nunca
funcionaria. Nem sequer me olhou duas vezes. Sempre foi você e
seus amigos. — Wayne lhe estendeu a mão. — Não quero deixar o
ensino médio com coisas ruins para trás. Gosto dessa cidade e
tenho a intenção de ficar aqui. Amigos ou ao menos, não
inimigos.
Eli ficou olhando a mão oferecida, perguntando-se qual era
o problema, por isso perguntou.
— Não há armadilha. Acho que todos precisamos crescer em
algum momento. Meu pai quase precisou ir à falência para que
eu percebesse.
Segurou a mão de Wayne, lhe dando uma sacudida.
— Nunca terá Ária.
Saindo juntos do ginásio, Eli caminhou para sua garota e
seus amigos.
— Vi bem? — Perguntou Ária. — Wayne e você saíram do
edifício sem gritos, brigas ou sangue.
— Já sou grande. Nós os homens, apenas falamos de
negócios e entendimentos. — Disse Eli, batendo em sua bunda.
— Vamos para o lago. — Disse Chris.
Beijou Ária, que gemeu enquanto se derretia contra ele.
— O que você faz comigo? — Perguntou ela.
— O mesmo que você faz comigo.
— Pode acreditar que o ensino médio terminou?
— Não posso acreditar.
— Houve momentos em que pensei que nunca terminaria.
— Jogou sua bolsa no porta malas do carro e abriu a porta.
— Tudo será diferente agora.
— Será diferente, mas seremos nós para sempre. Não
deveria se preocupar tanto. Passei meu último ano de escola.
Embora incomode Redgrave.
Ária riu.
— Ele queria que o decepcionasse para que pudesse chutar
sua bunda para fora.
— Uma vez que me tem, não há maneira de se livrar de mim.
Pela última vez no ensino médio, ele entrou em seu carro e
saiu da propriedade da escola. Dirigiu até o lago onde seus
amigos já estavam esperando. Mary e Branson foram capazes de
se formar junto com eles. Suas qualificações não foram
prejudicadas e seus pais se revezavam para cuidar da pequena
Elizabeth.
— Chris disse que você ficaria para sempre, mesmo antes de
beijar e ter s.e.x.o. — Disse Mary. Segurando Elizabeth contra
seu peito, sorrindo para eles.
— Não, guardamos as coisas sujas para quando estamos
sozinhos. — Disse Eli.
Chris sentou na grande manta.
— Bom, tenho curiosidade, quando querem fazer o sujo,
explicam o que querem fazer detalhadamente? Isso pode ser
desconfortável já que Branson não pode soletrar.
— Vá se foder, Chris. — Disse Branson, cobrindo a boca e
olhando Elizabeth.
— Duvido que ela lembre-se do que você disse. — Comentou
Rachel.
— E o quê? Não quero que se acostume a elas. — Disse
Mary. — Meus pais fizeram o mesmo comigo e resultou bem.
— Uma adolescente grávida, que agora está casada. —
Disse Eli. — Resultado perfeito.
Mary o fulminou com o olhar.
— Eu me formei, não?
— Isso é porque somos geniais. Mary se saiu bem. Ela nos
tem como amigos e somos como sua família estendida. — Disse
Ária.
Eli colocou Ária entre suas coxas e pressionou seu rosto
contra seu pescoço.
— Somos família.
— Ouça, o que queria o idiota? — Perguntou Chris.
— Chris! — Brigou Mary.
— Sinto muito, sinto muito.
— Wayne queria sair em termos amigáveis. Parece que a
quase falência da empresa de seu pai mostrou o erro de suas
atitudes. — Disse Eli.
Nos últimos meses, a empresa de Harvey Dean foi declarada
falida, fazendo com que milhares de pessoas perdessem seus
empregos. A má gestão, os contratos fracos e os acordos que
nunca se concretizaram foram a causa. Conectado a esse negócio
também estava o pai de Wayne. Como observou, era o Karma.
— Isso é bom. — Disse Ária. — Ainda que eu não goste do
que meu pai fez.
— Algum dia irá perdoá-lo? — Perguntou Eli. Sabia que Ária
e seu pai foram tomar café um tempo atrás. Quando saíam, se
mantinha a uma distância segura para ter certeza que sua garota
estivesse a salvo.
— Não sei. Mamãe seguiu adiante. Está saindo com algum
gênio dos computadores. Não sei quem é papai. É complicado,
não vou me preocupar com isso.
— Ambos estavam na formatura. — Disse Eli.
— Eu sei. Há tantas coisas ruins entre nós. Não sei se
poderia confiar nele novamente. Além disso, estamos seguindo
com nossas vidas. A universidade é o seguinte.
— Isso é o suficiente para mim. — Disse Branson.
— Não quero focar no passado. Quero focar no futuro. —
Disse Ária.
— Essa é uma maneira positiva de ver isso. — Disse Rachel.
— Obrigada. É meu novo lema na vida, sempre pensar
positivamente e olhar para frente, não para trás.
— Eu gosto.
Todos levantaram suas garrafas no ar. Branson e Mary
tinham uma garrafa de refrigerante enquanto os outros tinham
cerveja light. Eli beijou seu pescoço, respirando seu aroma.
— Encontramos esse lugar quando tínhamos dez anos.
Lembra disso? — Perguntou Chris.
— Foi a uma vida. — Disse Rachel.
— Neste mesmo terreno fizemos um pacto para sermos os
melhores amigos e nunca desistir. — Mary riu. — Foi uma tolice
que significou tanto para todos?
— Não foi tolo. — Disse Eli. — Todos cuidamos um dos
outros. Apenas porque a escola terminou, não terminaremos.
Somos amigos e não apenas porque somos geniais ou rebeldes,
qualquer outra coisa. Somos amigos desde crianças. Isso deve
significar algo.
Ária inclinou-se contra ele.
— Eu te amo.
— Também te amo. Além disso, não abandonarei a pequena
Elizabeth. Nem agora, nem nunca. Ela é parte de todos nós.
Nosso futuro, nossa extensão.
— Alguma vez pensou em ser político? — Perguntou
Branson. — Votaria em você.
Todos começaram a rir. Bebendo sua cerveja com sua
garota em seus braços, soube que cada dia valia a pena estar com
eles. Lutaria o resto de sua vida para ter isso.

— O futuro não o assusta? — Perguntou Ária, mais tarde


naquela noite na cama.
— Não, me excita um pouco. A você não?
— Não sei. Preocupa-me o que trará o futuro.
Colocando seu corpo nu sob o dele, utilizou a ação em lugar
das palavras para lhe demonstrar exatamente quão bom poderia
ser, não apenas o presente, mas também o futuro.
Epílogo
Quinze anos depois

— Onde devemos nos encontrar com eles? — Perguntou


Ária enquanto cortava o último dos brownies do Halloween que
fez.
— Mamãe, quero ficar em casa. É chato sair. — Disse Robin.
Olhando para sua filha mais velha de dez anos, levantou a
sobrancelha.
— Você acha que o Doces ou Travessuras é chato?
— Sim. Como no ano passado. Agora sou uma adulta.
— Nem sequer é uma adolescente.
— Então o que? Quantos anos tinham papai e você quando
deixaram de fazer Doces ou Travessuras? — Robin explodiu seu
chiclete.
— Eli!
— Sim, baby. — Disse seu marido, saindo do porão. Trazia
um grande refrigerador portátil que pediu a ele para procurar.
— Quantos anos tínhamos quando deixamos de fazer Doce
ou Travessura?
— Deixar? Baby, ainda fazemos. — Foi para atrás dela,
envolvendo seus braços ao redor de sua cintura e beijando seu
pescoço.
— São tão nojentos. Nunca vou me casar. — Robin saiu da
cozinha, fazendo explodir seu chiclete novamente.
— Acha que isso tem algo haver com Boyd? — Perguntou
Eli.
Boyd era o segundo filho de Mary e Branson. Tinha treze
anos, mas parecia ter quarenta e achava tudo chato.
— Sim, mas não me importa. Todos vamos ao lago. É
tradição. — Ele beijou seu pescoço mais uma vez. — Não posso
esperar para chegar em casa esta noite.
Relaxou contra ele, sabendo que esta noite seria realmente
lento. Passaram-se quinze anos e continuavam tão unidos como
eram quando eram jovens, se não mais.
Diferente de seus amigos, esperaram para se casar até que
se formaram na universidade. Eli tinha um diploma em economia
empresarial e ela era uma terapeuta especializada em jovens. A
verdade era que a vida ficou tão louca que se casar nunca parecia
uma prioridade. Tinham um ao outro e para eles era suficiente. O
casamento era uma extensão de como se sentiam e para que o
mundo soubesse que pertenciam um ao outro.
Dar à luz a Robin mudou a vida da Ária, já que adorava ser
mãe. Quatro filhos mais tarde, ela estava feliz por poder parar e
dar às suas partes femininas um descanso, ao menos de dar à
luz. Queria mais tempo com Eli e muito sexo. Ainda era viciada
na sensação dele dentro dela e isso nunca diminuiu. Ainda
tinham a paixão, o fogo, a necessidade que os impulsionava.
Quando conheceu Eli, soube que o amaria pelo resto da vida.
Colocando todos no carro, junto com a comida, foram para o
lago.
Chris e Rachel não terminaram a universidade antes que
nascesse seu primeiro filho. Missy era muito doce e durante os
últimos quinze anos, todos somaram doze filhos. Era realmente
surrealista pensar quão rápido cresceu suas famílias.
Estacionando junto aos outros dois carros familiares, todos
saíram e se dirigiram para o lago. Havia música.
— A festa claramente começou sem nós. — Disse Eli,
pegando no colo seu filho mais novo, Jason.
Todos estavam no lago. Rachel e Mary correram para Ária e
os homens pegaram as bandejas de brownies que fez e
começaram a passar ao redor.
— Está decorando? — Perguntou Ária, apontando para os
tecidos e as decorações de Halloween.
— Sim, como não estamos em casa, pensei em fazer
diferente. — Disse Mary.
Todos estavam juntos, olhando seus filhos jogar. Boyd
estava jogando muito bem com Robin e Ária tocou Eli.
— Olhe, disse que era ele.
— Sim, melhor que guarde seus olhos para ele.
— Ela tem dez anos.
— Ele está cheio de hormônios, ela não terá dez anos para
sempre.
Virou-se para seu marido e sorriu.
— Sempre me olhou com esses olhos?
Agarrou sua bunda, a levando para trás de uma das
árvores. Eram em momentos como este em que percebia que seu
homem das cavernas não foi a lugar nenhum. Sempre estava no
controle, comandando seu corpo, a fazendo desejar mais de seu
toque.
— O que está pensando? — Perguntou ela.
— Que nem sempre olhei nos seus olhos. Adorava olhar seu
corpo e saber que algum dia me pertenceria.
— Tinha tanta certeza disso?
— Não. Sabia que não deixaria que ninguém tomasse o que
me pertencia e você me pertence. Não pode negar isso.
Prendendo o fôlego, agarrou as lapelas de sua jaqueta e a
beijou. Ele colocou a língua dentro de sua boca, ao mesmo tempo
que agarrava sua coxa a acomodando sobre seu quadril.
— Parece tão boa. Não posso esperar para levá-la para casa
para que possa fodê-la.
— Não quero que este sentimento morra nunca.
Eli afastou seu cabelo e a obrigou a olhar nos olhos dele.
— Isso nunca acontecerá. Eu a desejo, Ária. Você me
pertence. Como pertenço a você.
Fim

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