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2023

GUIA DE
DIMENSIONAMENTO DA
FORÇA DE TRABALHO
Diretoria Central de Gestão da
Força de Trabalho- SEPLAG MG
Secretária de Planejamento e Gestão
Luísa Cardoso Barreto

Secretário de Planejamento e Gestão Adjunto


Luis Otávio Milagres de Assis

Chefe de Gabinete
Sílvia Caroline Listgarten Dias

Subsecretária de Gestão de Pessoas


EPLAG

Kênnya Kreppel Dias Duarte

Superintendente Central de Política de Recursos Humanos


Maria Aparecida Muniz Jorge Dias

Diretor Central de Gestão da Força de Trabalho


João Eduardo Chaves de Paula

Elaboração e formatação do guia:


João Eduardo Chaves de Paula
Luísa Lacerda Cançado Schneider
1. Introdução 01

2. Metodologia 03

2.1. Exemplos de Métricas 05

Primeiro Exemplo (DFT UEMG): Apoio


2.1.1. Patrimônio e almoxarifado
05

Segundo Exemplo (DFT SEJUSP): Revista


2.1.2. Pessoal e Guarda de Pertences em Final de 07
UMÁRIO

Semana
Etapas de um Projeto de DFT
2.2. Utilizando a Metodologia de Métricas
08

2.2.1. Planejamento 09
2.2.2. Preparação 09
Identificação das Macroatividades de uma
2.2.3. 11
Unidade
Mapeamento de Quais Atividades São
2.2.4. 11
Desempenhadas em Cada Unidade
2.2.5. Realização de Visitas Técnicas às Unidades 11
2.2.6. Criação das Métricas 12
2.2.7. Validação das Métricas 15
2.2.8. Teste das Métricas 15
2.2.9. Comparação com Força de Trabalho Atual 19
2.2.10. Correção de Distorções 21
2.2.11. Validação das Métricas Corrigida 22
2.2.12. Aplicação das Métricas Corrigidas e Validadas 22
2.2.13. Elaboração do Relatório Final 22

3. Conclusão 24
1. INTRODUÇÃO
Este guia foi desenvolvido pela Diretoria A metodologia de dimensionamento da
Central de Gestão da Força de Trabalho – força de trabalho baseada em
DCGFT – da Secretaria de Estado de indicadores de referência/métricas, que
Planejamento e Gestão do Estado de neste guia será chama de “métricas”, é a
Minas Gerais – SEPLAG – com o intuito de metodologia mais conhecida quando se
possibilitar aos órgãos e entidades do trata de projetos de dimensionamento da
Poder Executivo estadual que força de trabalho e tem como premissa a
identifiquem, de forma objetiva, sua real criação de fórmulas para calcular a
necessidade de pessoal, principalmente necessidade de pessoal em cada
para trabalhos baseados em postos de atividade desenvolvida.
trabalho, que funcionam em regime de
plantão ou que não envolvam uma Para atividades típicas de área meio, com
variedade muito grande de atividades. o desempenho de tarefas diversificadas,
entende-se que a metodologia mais
Pretende-se promover a disseminação do adequada é a de Mapa de Atribuição por
conhecimento técnico relativo a uma das Produtos (MAP), apresentada no “Guia de
metodologias de dimensionamento da Dimensionamento da Força de Trabalho -
força de trabalho – DFT – e da gestão do Utilizando a Metodologia MAP”, também
dimensionamento da força de trabalho – disponível para download no site da
GDFT – utilizadas no Poder Executivo do SEPLAG. Todavia, quando se trata de
Estado de Minas Gerais, de forma que as atribuições mais repetitivas, que são mais
instituições adquiram condições para facilmente mensuráveis, bem como
desenvolver o trabalho com autonomia e atribuições baseadas em postos de
tenham a DCGFT como área para o trabalho ou que funcionam em regime de
assessoramento técnico e referência para plantão, foi identificado, com base na
o desenvolvimento dos trabalhos setoriais experiência prática de utilização de
de dimensionamento da força de trabalho. ambas as metodologias, que as métricas
são mais eficazes.

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Ainda assim, podem haver situações em Além disso, a Fundação Hospitalar do
que não fica claro qual metodologia é a Estado de Minas Gerais (FHEMIG) e a
mais aplicável. Nesses casos, deve ser Secretaria de Estado de Educação
discutido junto à SEPLAG qual é a (SEE/MG) também já utilizaram
ferramenta adequada, tendo como metodologias similares em projetos
possível solução a utilização de projetos desenvolvidos pelas próprias instituições.
piloto para testar a aplicabilidade de cada
metodologia à realidade que se pretende O Guia apresenta, inicialmente, os
dimensionar. conceitos básicos sobre a metodologia,
explicando em quais situações ela pode
Até o primeiro semestre de 2023, data em ser utilizada, inclusive por meio de alguns
que a primeira versão deste Guia foi exemplos. Posteriormente são expostos
elaborada, o dimensionamento de força de detalhes da metodologia, demonstrando o
trabalho utilizando a metodologia de passo a passo para a execução de um
métricas já tinha sido utilizado no Poder projeto de dimensionamento de força de
Executivo Estadual nos seguintes projetos trabalho baseado em métricas. Por fim,
de DFT, em parceria com a SEPLAG: são apresentadas as considerações finais
acerca da metodologia.

Área prisional da Secretaria de


Estado de Justiça e Segurança
Pública (SEJUSP/MG)

Área Socioeducativa da Secretaria


de Estado de Justiça e Segurança
Pública (SEJUSP/MG)

Área administrativa das unidades


acadêmicas da Universidade do
Estado de Minas Gerais (UEMG).

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2. METODOLOGIA
A metodologia do MAP, apresentada no Por exemplo, em um hospital de portas
“Guia de Dimensionamento da Força de abertas referência em urgência e
Trabalho Utilizando a Metodologia MAP”, emergência pode ser necessário que
baseia-se em listar todas as tarefas durante todo o período de funcionamento
necessárias para a conclusão de cada um haja um cirurgião cardiovascular, pois é
dos produtos/entregas de uma unidade impensável chegar um pessoa em
administrativa, o tempo gasto em cada situação de vida ou morte que precise
uma dessas atividades e o volume de desse tipo de profissional e não haja
execução dessas atividades, para, com alguém que possa realizar os
isso, ser definido o total de horas procedimentos necessários. Nesses
necessárias de trabalho em uma unidade casos, por mais que o profissional não
administrativa. Posteriormente, divide-se o esteja fazendo uma cirurgia na hora
total de horas necessárias encontradas, anterior à chegada desse paciente e não
pelas horas produtivas de um profissional seja acionado no restante de seu plantão,
e, assim, é estimado o número de ainda assim, é preciso que ele esteja
colaboradores necessários para aquela disponível para o caso em que um
unidade administrativa. trabalho dessa natureza seja demandado.

Porém, quando trata-se de um regime de


posto de trabalho ou de plantão é É claro que se for verificado que certa
necessário que o profissional esteja à especialidade médica raramente é
disposição durante um certo período de demandada no hospital, pode significar
tempo independente se será muito que não há a necessidade de se manter
acionado ou pouco acionado durante sua um profissional à disposição e que seja
jornada de trabalho. Para essas situações melhor pensar em uma estratégia de
a metodologia de métricas apresenta-se transferência imediata desse tipo de
como mais eficaz na mensuração da paciente para um hospital que tenha esse
necessidade de força de trabalho. profissional em regime de plantão, ou
kkkkkk

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talvez trabalhar com o conceito de plantão Para atividades com pouca variação de
em regime de sobreaviso. O que buscou- atividades, a metodologia de métricas
se, por meio do exemplo, foi explicar que também pode apresentar-se como sendo
há casos em que a necessidade do a mais adequada. Em uma função de
profissional independe do número de entrevistador, por exemplo, em que um
horas efetivamente gastas na realização profissional precisa seguir um roteiro de
de atividades. Para esses casos a perguntas, com pouca liberdade para
metodologia do MAP não é utilizável e a fazer qualquer tipo de intervenção, é
metodologia de métricas mostra-se mais possível medir o tempo médio que um
adequada. profissional gasta em uma entrevista e a
partir disso buscar identificar quantos
Ideia semelhante pode ser aplicada para entrevistadores são necessários para
casos de postos de trabalho. Toda aplicar um quantitativo X de entrevistas
unidade prisional, por exemplo, precisa de em um período de tempo Y.
profissionais na portaria para fazer a
segurança, abrir e fechar os portões, fazer A metodologia consiste, portanto, em
o registro dos visitantes, inspecionar os criar fórmulas matemáticas com base na
veículos que entram, dentre outras estrutura física, condições de trabalho,
atividades. Portanto, sempre há a legislações e demandas de entrega, que
necessidade de no mínimo um possibilitem aferir a necessidade de
profissional nesse posto, independente de pessoal em determinadas atividades.
ser um dia de menor fluxo de pessoas na mndmdan
unidade prisional. Para esses casos, faz
sentido utilizar a metodologia de métricas.

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2.1. EXEMPLOS DE
MÉTRICAS
A seguir serão apresentados dois De 6.001 a 9.000 itens: 1 profissional
exemplos de métricas, o primeiro mais de nível superior (obrigatório) + 1
simples, extraído do projeto de DFT da profissional de nível superior
área administrativa das unidades (proporcional) + 1 profissional de
acadêmicas da Universidade do Estado nível médio (obrigatório)
de Minas Gerais e o segundo um pouco De 9.001 a 12.000 itens: 2
mais complexo, extraído do projeto de profissionais de nível superior
DFT realizado nas unidades prisionais (obrigatório) + 1 profissional de nível
da Secretaria de Estado de Justiça e médio (obrigatório) + 1 profissional
Segurança Pública de Minas Gerais. de nível médio (proporcional)
Acima de 12.000 itens: 2 profissionais
2.1.1. Primeiro Exemplo (DFT de nível superior (obrigatório) + 2
UEMG): Apoio Patrimônio e
profissionais de nível médio
almoxarifado
(obrigatório)
Para a realização da atividade foi
identificado que a necessidade de mão No caso do projeto de dimensionamento
de obra depende do número de itens de força de trabalho realizado na UEMG,
registrados na carga patrimonial. Desse diversos parâmetros foram definidos
modo, foi estabelecida a seguinte para a criação das métricas, sendo que o
fórmula: mais utilizado foi o número de alunos por
unidade acadêmica, que serviu como
Até 3000 itens: 1 profissional de base para várias métricas. Também
nível superior (proporcional) foram utilizadas em outras métricas o
De 3.001 a 6.000 itens: 1 número de laboratórios, o número de
profissional de nível superior bibliotecas, dentre outros.
(obrigatório) + 1 profissional de
nível médio (proporcional)

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Na métrica “Apoio Patrimônio e Todavia, a atividade foi compreendida
Almoxarifado”, apresentada no exemplo, o como uma atividade generalista, o que
parâmetro utilizado foi o número de itens significa que se um profissional for
na carga patrimonial, pois um número alocado nela e gastar cerca de metade de
maior de itens implica em maior sua carga horária total (43,33% de seu
necessidade de mão de obra para manter tempo) com o “apoio ao patrimônio e
a carga patrimonial atualizada, controlar a almoxarifado”, durante o restante do seu
entrada e saída de bens materiais da tempo ele pode ser alocado em outra
unidade, coordenar a comissão de atividade também generalista, como
inventário e etc. “apoio à gestão documental”.

A partir da criação da métrica, é possível Porém, à medida em que o nível de


calcular quantos profissionais de nível especialidade para realização de uma
superior e quantos profissionais de nível tarefa aumenta, torna-se mais difícil fazer
médio são necessários para cada unidade a redistribuição dessa força de trabalho
acadêmica da UEMG, de acordo com o residual.
quantitativo de itens na carga patrimonial
de cada uma delas. Uma unidade com Note-se que as faixas criadas tem uma
2600 itens precisaria de 1 profissional de lógica. Se na segunda faixa (De 3.001 a
nível superior, uma unidade com 4300 6.000 itens) o máximo de profissionais
itens precisaria de 1 profissional de nível necessário é 1 profissional de nível
superior e 0,4333 profissionais de nível superior e 1 profissional de nível médio
médio e uma unidade com 13800 itens esse será também o mínimo de
precisaria de 2 profissionais de nível profissionais necessário na terceira faixa
superior e 2 profissionais de nível médio. (De 6.001 a 9.000 itens). Já para a quinta
faixa (Acima de 12.000 itens) optou-se por
No caso da unidade para a qual um quantitativo exato de profissionais,
identificou-se a necessidade de 1 pelo fato da UEMG, nas entrevistas
profissional de nível superior e 0,4333 aplicadas, entender que em nenhum caso
profissionais de nível médio para a haveria necessidade de mais do que 2
atividade de “apoio patrimônio e profissionais de nível superior e 2 de nivel
almoxarifado” verifica-se não ser viável médio nessa atividade.
haver um quantitativo fracionado de
profissionais.

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2.1.2. Segundo Exemplo (DFT
SEJUSP): Revista Pessoal e Revista de Pertences: Considerando que
Guarda de Pertences em Final a entrada de visitantes nas Unidades
de Semana ocorre entre 08:00hs e 12:00hs, a revista
de pertences deve ser finalizada em 04
Número de profissionais = [(nº de horas. Considerando que cada dupla de
visitantes/80) + (nº de Agentes de Segurança Prisional tem um
visitantes/60)] x 2 tempo médio de revista de 04 minutos
* Observação: Há limitação conforme por visitante, em uma hora, a dupla
espaços próprios para a revista consegue revistar 15 visitantes. Ou seja,
corporal em 04 horas, 01 dupla consegue revistar
60 visitantes.
Essa métrica foi elaborada na seguinte
lógica: No caso de uma unidade prisional que
recebe um média de 100 visitas no dia de
Para atender ao maior fluxo de visitação visitação no final de semana a conta da
aos finais de semana, esta métrica é necessidade de pessoal seria:
calculada considerando o número médio
de visitantes da unidade no final de [(100/80) + (100/60)] x 2 = 5,83
semana e o tempo médio gasto pelos
Agentes de Segurança Prisional para Como nesse caso necessariamente o
realização das atividades, que são sempre número de profissionais precisa ser
executadas em duplas. inteiro, haveria a necessidade de
designação de 6 Agentes de Segurança
Revista Corporal: Considerando que a Prisional para essa tarefa, o que significa
entrada de visitantes nas unidades ocorre 3 duplas.
entre 08:00hs e 12:00hs, a revista corporal
deve ser finalizada em 04 horas. Note-se que a jornada de trabalho dos
Considerando que cada dupla de Agentes Agentes de Segurança Prisional é maior
de Segurança Prisional tem um tempo do que as 4 horas diárias gastas com
médio de revista de 03 minutos por essa atividade. Isso significa, portanto,
visitante, em uma hora a dupla consegue que esses mesmos 6 Agentes que irão
revistar 20 visitantes. Dessa forma, em 04 fazer a revista corporal e guarda de
horas, 01 dupla consegue revistar 80 pertences durante a manhã, deverão ser
visitantes. designados em outras atividades da
unidade prisional no período da tarde.

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07
Outra questão que merece atenção é o
fato da métrica ser acompanhada da Etapa 5. Realização de visitas técnicas às
observação de que “há limitação unidades
conforme espaços próprios para a revista
corporal”. Isso significa que se houver, por
Etapa 6. Criação das métricas
exemplo, somente 2 salas para realização
das revistas, não adianta alocar 3 duplas
na atividade, pois não haverá espaço
Etapa 7. Validação das métricas
físico suficiente. Nesse caso, uma
possível solução seria a ampliação do
horário de visitação.
Etapa 8. Teste das métricas
2.2. ETAPAS DE UM
PROJETO DE DFT Etapa 9. Comparação com força de
UTILIZANDO A trabalho atual
METODOLOGIA DE
MÉTRICAS
Etapa 10. Correção de distorções
Todo projeto de dimensionamento de
força de trabalho baseado em métricas
deve seguir as seguintes etapas: Etapa 11. Validação das métricas
corrigidas

Etapa 1. Planejamento
Etapa 12. Aplicação das métricas
corrigidas e validadas
Etapa 2. Preparação

Etapa 13. Elaboração do relatório final


Etapa 3. Identificação de todas as
possíveis macroatividades
desempenhadas em uma unidade Nas seções a seguir cada uma dessas
etapas será detalhada.
Etapa 4. Mapeamento de quais dessas
atividades são desempenhadas em cada
unidade

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2.2.1. PLANEJAMENTO 2.2.2. PREPARAÇÃO
(ETAPA 1) (ETAPA 2)
A primeira fase do projeto consiste na Inicialmente, deve ser realizado um acordo
definição de uma série de informações com a alta gestão para que a mesma
que sustentarão o trabalho: patrocine o projeto, pois o apoio do nível
estratégico da organização é primordial
1. Definição do escopo do projeto: o para o sucesso do trabalho.
dimensionamento será realizado para
a instituição como um todo ou É necessário levar em consideração que
somente para alguma(s) unidade(s) um projeto como este, que entra em
específica(s). detalhes como formas de execução das
2. Estruturação de equipe que ficará atividades de uma área e necessidade de
responsável pelo projeto, pessoal, pode gerar resistência por parte
preferencialmente com formalização de gestores e servidores, por discutir os
da equipe, por meio de publicação no tempos gastos pelos servidores em suas
Diário Oficial. atividades e principalmente pelo fato de
3. Definição da logística do projeto (se envolver possíveis remanejamentos de
haverá visitas técnicas para pessoal.
verificação in loco das atividades, se
as entrevistas que serão realizadas É essencial que o nível estratégico
serão presenciais ou virtuais, se o apresente de forma clara, desde o início,
registro das informações será por os objetivos do projeto e sua importância
meio de ferramenta de para a instituição. Para tanto, recomenda-
compartilhamento em nuvem, como o se que seja realizada uma apresentação
Google Drive, Teams, etc.). inicial da metodologia e das premissas do
4. Elaboração do cronograma de trabalho para todos os gestores das
execução do projeto, com a definição unidades envolvidas, ou, se possível, para
dos responsáveis e datas previstas todos os servidores relacionados ao
para as entregas. projeto, por meio de uma videoconferência
ou reunião em espaço amplo, que permita
a participação de um número significativo
de pessoas.

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Importante frisar que o patrocínio da alta mas também que haja uma gestão
direção é fundamental para a contínua desse dimensionamento, para
consolidação do projeto no órgão ou que a ferramenta continue gerando
entidade. subsídios para decisões gerenciais a
médio prazo.
Outra medida necessária é a designação
de uma pessoa de confiança do gabinete, É necessário que nesta equipe haja pelo
com visão sistêmica da instituição ou das menos um profissional com habilidade em
áreas que se pretende dimensionar, que Excel, pois será a ferramenta de referência
terá a função de reportar as dificuldades e do trabalho. É recomendável, também, que
questões mais complexas para a alta os profissionais sejam pessoas com perfil
gestão e de participar de todas as etapas crítico e com bom raciocínio lógico, mas
relacionadas ao projeto. que também possuam boa comunicação
verbal, uma vez que a discussão acerca
Recomenda-se que a equipe responsável das métricas exige não somente que a
pelo DFT seja composta, além do servidor equipe seja capaz de pensar e criar
indicado pelo gabinete, por membros da fórmulas, como também conseguir a
unidade de recursos humanos da colaboração dos gestores durante as
instituição, uma vez que a temática do entrevistas, para obter informações
projeto envolve a área. Outra possibilidade importantes.
é a composição da equipe com servidores
da área de Assessoria Estratégica, por Uma estratégia muito importante para dar
serem profissionais que, em geral, início a um projeto de DFT é a formulação
possuem uma visão mais ampla da de um projeto-piloto. Esse projeto piloto
instituição e conhecimento sobre os pode ser a elaboração de uma métrica
processos, projetos e programas do para uma atividade, que será testada não
órgão/entidade. para todas, mas somente para algumas
unidades, a fim de verificar a
Essa equipe também terá a compatibilidade da metodologia com os
responsabilidade pela guarda dos objetivos que a instituição pretende
arquivos relacionados ao projeto e pela alcançar com um projeto dessa natureza.
constante atualização dos mesmos, uma Esse piloto é útil, também, para que a
vez que o que se pretende não é somente equipe responsável pelo projeto se
a conclusão de um projeto de familiarize com a metodologia.
dimensionamento da força de trabalho
xxxx

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A Diretoria Central de Gestão da Força de 2.2.4. MAPEAMENTO DE
Trabalho da SEPLAG poderá auxiliar na QUAIS ATIVIDADES SÃO
implantação desse projeto-piloto, dando o DESEMPENHADAS EM CADA
UNIDADE (ETAPA 4)
suporte técnico necessário para que a
própria equipe da instituição se aproprie Uma das macroatividades listadas em um
da metodologia e execute o projeto dimensionamento dos hospitais da
posteriormente. Fhemig, por exemplo, com certeza será a
maternidade. Porém, podem haver
2.2.3. IDENTIFICAÇÃO DAS
hospitais da rede que não possuem
MACROATIVIDADES DE
UMA UNIDADE (ETAPA 3) maternidade. Portanto, do rol de
atividades elencadas, é necessário que
Essa etapa consiste em listar todas as fique claro no levantamento quais
macroatividades que podem existir no atividades são desempenhadas em cada
universo que está sendo dimensionado. unidade.
Para tanto, o mais recomendável é utilizar
como modelo unidades maiores, que Muitas vezes, a área administrativa central
executam mais tarefas, pois pode ser que já possui essas informações detalhadas,
nelas todas ou quase todas as atividades mas, quando esse não for o caso, basta
já sejam identificadas. aplicar formulários em todas as unidades
para fazer esse mapeamento.
Foi utilizada a expressão “macroatividade”
para deixar claro que não pretende-se 2.2.5. REALIZAÇÃO DE
dimensionar atividades menores como
VISITAS TÉCNICAS ÀS
UNIDADES (ETAPA 5)
“etiquetar os pertences”, “verificar no
aparelho de raio X se há algo suspeito nos Conhecer a realidade do que está sendo
pertences” e etc., mas sim listar a objeto do projeto de dimensionamento da
atividade “guarda de pertences” de uma força de trabalho é muito importante para
forma mais genérica, pois do contrário o seu desenvolvimento. Muitas vezes,
estaríamos entrando em um nível de pode ser pouco viável e até desnecessário
detalhamento típico da metodologia de que todas as unidades da instituição
MAP, citada anteriormente, que não sejam visitadas, mas é importante que
condiz com a metodologia de métricas. pelo menos as principais e/ou as mais
específicas recebam visitas, para que a
equipe responsável pelo projeto conheça
kkk

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in loco como cada uma das atividades anotar/registrar algo necessário. Além
que serão dimensionadas funcionam na disso, possibilitará a troca de percepções
prática. sobre as atividades que estão sendo
executadas, dificuldades identificadas,
Importante destacar que essas visitas nível de colaboração e resistência, dentre
dificilmente vão possibilitar que a equipe outros pontos que possam contribuir para
tenha uma noção real da necessidade de a condução do projeto.
pessoal para execução daquela atividade.
2.2.6. CRIAÇÃO DAS
Para entender realmente como uma
MÉTRICAS (ETAPA 6)
atividade é desempenhada seria
necessário um acompanhamento mais A elaboração das métricas é, sem dúvidas,
duradouro dos profissionais que a a etapa mais complexa e ao mesmo
executam, durante vários dias, de forma tempo mais importante de toda a
estruturada, e utilizando estratégias que metodologia.
pudessem reduzir o impacto de possíveis
intervenções/direcionamentos por parte A elaboração das métricas sempre deve
do gestor da unidade ou dos próprios ser realizada pela equipe responsável pelo
funcionários. projeto de DFT em parceria com as áreas
que detém o conhecimento sobre como
Ainda assim, esse contato da visita in loco cada atividade é realizada na prática.
dará à equipe uma noção das
macroatividades que estão sendo No DFT do Sistema Prisional da Secretaria
dimensionadas, para que as discussões de Estado de Justiça e Segurança Pública
sobre a criação de cada uma das do Estado de Minas Gerais (SEJUSP/MG),
métricas já inicie em um estágio por exemplo, todas as métricas das
avançado, sem que eles tenham que atividades de segurança foram
perguntar sobre o que se trata e depois construídas em parceria com os gestores
tentar imaginar como aquela atividade do Departamento Penitenciário de Minas
acontece no dia a dia. Gerais (DEPEM/MG), que conheciam
profundamente como cada uma das
Essas visitas preferencialmente devem macroatividades eram desempenhadas.
ser realizadas em duplas ou em grupos
pequenos porque uma única pessoa Importante mencionar que os gestores do
realizando a visita pode acabar perdendo DEPEM trabalhavam há anos na área e
informações importantes ou deixando de pertenciam à carreira que executa a
ss atividad

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atividade, o que significa que já haviam Uma das maiores dificuldades
trabalhado por muitos anos na execução enfrentadas durante a criação de métricas
e não somente na gestão. Ainda assim, é quando uma mesma macroatividade é
em vários momentos, eles acionaram realizada de formas muito diferentes em
coordenadores ou equipe técnica realidades distintas. Nesses casos, uma
responsável pelas atividades para sanar mesma métrica pode ter fórmulas
eventuais dúvidas e ter certeza de que as diferentes para cenários diferentes como,
métricas que estavam sendo criadas por exemplo, unidades prisionais de
condiziam com a realidade das unidades segurança mínima e unidades prisionais
prisionais. de segurança máxima. Também pode
acontecer de haver uma unidade
Da mesma forma, cada uma das métricas totalmente específica, como um hospital
de atendimento psicossocial e das judiciário, por exemplo, em que as
métricas da área de saúde do Sistema fórmulas terão diferenciações em relação
Prisional também foram criadas em às métricas das demais unidades
parceria com os setores responsáveis. prisionais.

A criação de métricas envolve discussões Outra dificuldade comum está relacionada


complexas sobre o volume de trabalho, o à definição do número de faixas. No
tempo gasto na execução de atividades e exemplo presente na Seção 2.1.1 deste
as especificidades que existem, portanto, Guia foram definidas 5 faixas, conforme
é comum que a criação de uma métrica pode ser observado a seguir:
demande horas de discussão. Por isso, é
essencial que haja um alinhamento entre Até 3000 itens: 1 profissional de
todas as áreas envolvidas, para que a nível superior (proporcional)
criação das métricas, que por si só já é De 3.001 a 6.000 itens: 1
uma tarefa desafiadora, não entre no profissional de nível superior
campo dos interesses setoriais, em que (obrigatório) + 1 profissional de
área responsável pela atividade tenta nível médio (proporcional)
superestimar os números, em uma De 6.001 a 9.000 itens: 1
tentativa de receber mais profissionais, profissional de nível superior
por exemplo, enquanto a equipe (obrigatório) + 1 profissional de
responsável pelo projeto busca encontrar nível superior (proporcional) + 1
um ponto de equilíbrio. profissional de nível médio
(obrigatório)

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Conforme já destacado Seção 2.1.1 é
De 9.001 a 12.000 itens: 2 necessário ressaltar, mais uma vez, que
profissionais de nível superior foi definida uma proporcionalidade de
(obrigatório) + 1 profissional de profissionais de acordo com a demanda.
nível médio (obrigatório) + 1 Ou seja, em uma unidade em que há 4.000
profissional de nível médio itens patrimoniais não há motivo para
(proporcional) alocar 2 servidores nessa atividade, já que
Acima de 12.000 itens: 2 o volume de trabalho seria proporcional à
profissionais de nível superior carga horária de 1 profissional e mais 0,33
(obrigatório) + 2 profissionais de da carga horária de outro, possibilitando
nível médio (obrigatório) que esse profissional de nível médio
exerça o restante de sua jornada de
Essas faixas foram definidas a partir da trabalho no exercício de outras atividades.
constatação, por parte da equipe da
UEMG, por meio de entrevistas com Destaca-se que apesar do mais comum
técnicos da área de almoxarifado, de que serem faixas construídas em progressão
1 profissional de nível superior consegue aritmética, em alguns casos o ganho
ser responsável por até 3.000 itens. Uma marginal com um profissional não é linear.
vez que 3.000 foi estipulado como o Um profissional da FUNED pode conseguir
quantitativo máximo que pode ficar sob produzir 100 vacinas em um dia, mas isso
os cuidados de um profissional, as outras não significa que 2 consigam
faixas também foram calculadas necessariamente fazer 200, uma vez que
seguindo essa progressão aritmética (de eles podem ter que usar o mesmo
3000 em 3000), com a ressalva de que a maquinário. As faixas para esse caso
última faixa abarca qualquer situação em poderiam ser as seguintes:
que há mais do que 12.000 itens de
patrimônio, uma vez que a instituição
Até 100 vacinas 1 Nível Superior
considerou que em nenhum almoxarifado
(proporcional)
da UEMG seria necessário mais do que 4
De 101 a 160 vacinas: 1 Nível
profissionais e que nessa última faixa, por
Superior (obrigatório) + 1 Nível
estar relacionadas a unidades
Superior (proporcional)
necessariamente com mais de 12.000
Acima de 160 vacinas: não há
itens, não haveria possibilidade de menos
capacidade física para esse
profissionais.
quantitativo.

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Nesse exemplo, o máximo definido seria uma vez que pode haver uma certa
de 160 vacinas, pelo fato de não haver tendência nas áreas técnicas em
capacidade física para quantitativos superestimar as métricas.
superiores a esse. Essa informação deve
constar no relatório, para que a alta 2.2.8. TESTE DAS MÉTRICAS
(ETAPA 8)
gestão saiba que um acréscimo de
maquinário poderia aumentar a produção. Com as métricas criadas e validadas, a
próxima tarefa é verificar quais
É primordial que o raciocínio para a informações são necessárias para
criação de cada métrica fique explícito no aplicação dessas métricas. Essas
Relatório Final de DFT, citando legislações informações podem ser desde o número
que foram utilizadas como base, se for o de portarias em uma unidade prisional ou
caso, e os parâmetros que foram número de alunos em uma unidade
adotados, apontando, inclusive, para esse acadêmica, até os turnos de
tipo de limitação que às vezes decorre de funcionamento de uma biblioteca.
questões relacionadas ao espaço físico ou
maquinário. Após o levantamento de todas as
informações que são necessárias, deve-se
2.2.7. VALIDAÇÃO DAS
MÉTRICAS (ETAPA 7) verificar quais delas já foram levantadas
anteriormente pela área responsável ou
Após a construção das métricas em que podem ser facilmente levantadas por
parceria com as áreas técnicas meio de algum sistema, por exemplo.
responsáveis pelas atividades, é Aquelas informações que não estão
necessário que essas métricas sejam atualizadas e que não são possíveis de se
validadas pelos gestores dessas áreas e obter via sistema ou algum relatório
pela alta gestão da instituição, de modo devem ser colhidas de alguma outra
que haja um alinhamento entre o nível forma, sendo que o mais recomendável
estratégico, o nível tático e o nível para tanto é a utilização de formulários.
operacional em relação aos parâmetros
que estão sendo utilizados. Apesar de ser No formulário que a Secretaria de Estado
o nível operacional e às vezes tático que de Justiça e Segurança Pública enviou
conhecem o dia a dia da execução das para as unidades prisionais, por exemplo,
atividades, configura-se como foi perguntado para cada unidade
responsabilidade do nível estratégico prisional: “em quantos dias da semana
exercer um papel crítico nessa validação, ocorre visitação dos familiares das
dd pessoas privadas de liberdade?”, “quantos

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visitantes, em média, são revistados por Depois que todas as áreas/unidades
dia de visitação dos familiares na unidade tiverem preenchido o formulário, é
prisional?” e “quantas salas/espaços necessário tabelar essas informações em
individuais para revista a unidade uma planilha, para que elas fiquem
possui?”. Essas informações foram dispostas de maneira organizada e sejam
necessárias para subsidiar parte da facilmente acessadas, inclusive para caso
métrica “Revista Pessoal e Guarda de de necessidade de correções futuras.
Pertences” que foi apresentada neste Guia Nessa tabela podem constar tanto
na Seção 2.1.2. informações extraídas do formulário
aplicado quanto informações extraídas de
Recomenda-se que para encaminhar o outros meios, como sistemas ou registros,
formulário para as unidades que estão mas é importante que todas essas
sendo dimensionadas e também para informações estejam elencadas em um só
compilar essas informações sejam local, como será exemplificado abaixo.
utilizadas ferramentas específicas para
esse tipo de pesquisa, como o Google Em geral, uma tabela dessa natureza vai
Forms. Além disso, o formulário utilizado conter muito mais informações do que as
deve compor a documentação do relatório apresentadas na Tabela 1, sendo comum
final do projeto de dimensionamento de que sejam dezenas de colunas. Ainda
força de trabalho, estando integralmente assim, a tabela acima dá uma noção de
disposto nos anexos, de forma a explicitar como essas informações necessárias
quais perguntas foram utilizadas para o para a aplicação das métricas podem ficar
levantamento das informações. dispostas.

Tabela 1 - Exemplo de tabela com informações levantadas

No exemplo da Tabela 1, é possível utilizar Da mesma forma, o número de bibliotecas


o número de alunos para as métricas que e os turnos de funcionamento serão
dependem dessa variável como, por utilizados na métrica relativa a gestão da
exemplo, uma métrica sobre número de biblioteca para calcular o número de
profissionais necessários na secretaria bibliotecários e de técnicos necessários
acadêmica das unidades acadêmicas da em cada unidade acadêmica, e assim por
Universidade do Estado de Minas Gerais. diante.
ss

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Supondo que a métrica relativa à gestão É necessário, portanto, que essa fórmula
de biblioteca seja a seguinte: da métrica de gestão de biblioteca conste
em uma planilha de Excel, que extraia os
Pequeno e médio porte: quantitativos da tabela que tem as
Analista Universitário = 1 (obrigatório) informações dos formulários/ sistemas/
Técnico e médio
Pequeno Universitário
porte: = nº de registros, já fazendo os cálculos e
bibliotecas
Analista x turnos/2
Universitário = 1(arredondar
(obrigatório)para indicando o quantitativo necessário de
cima) Universitário = nº de bibliotecas x
Técnico Analistas Universitários e Técnicos
Grande porte:
turnos/2 (arredondar para cima) Universitários para cada unidade
Analista Universitário = 1 (obrigatório)
Grande porte: acadêmica.
TécnicoUniversitário
Analista Universitário = nº de
= 1 (obrigatório)
bibliotecas
Técnico x turnos= (arredondar
Universitário para x
nº de bibliotecas Dessa forma, se houver uma alteração no
cima)(arredondar para cima)
turnos número de turnos de funcionamento da
biblioteca de uma unidade acadêmica,
E a distribuição entre portes seja a basta alterar na tabela em que as
seguinte: informações necessárias para as métricas
estão compiladas que o resultado na
Até 600 alunos – pequeno porte
planilha com as fórmulas será atualizado
De 601 a 2.000 alunos – Médio Porte
automaticamente.
Acima de 2.000 alunos – Grande Porte

Nesse caso, o número de alunos, o Aqui entra uma discussão importante em


número de bibliotecas e o número de relação a esses quantitativos. Ao contrário
turnos de funcionamento das bibliotecas da metodologia de Mapa de Atribuição por
afeta o quantitativo de profissionais Produtos (MAP) apresentada no “Guia de
necessários para a atividade: Dimensionamento da Força de Trabalho -
Utilizando a Metodologia MAP”, em que é
Na Unidade X serão necessários: obrigatório o desconto de tarefas não
Analista Universitário = 1 dimensionadas, fator geral de segurança,
Técnico Universitário = 1 x 2/2 = 1 férias, feriados e taxa de licenças e
Na Unidade Y serão necessários: absenteísmo para o cálculo do
Analista Universitário = 1 quantitativo necessário de profissionais,
Técnico Universitário = 1 x 3/2 = 1,5 na metodologia de métricas a utilização
(arredondar para cima) = 2 de algumas dessas variáveis é possível,
Na Unidade Z serão necessários: mas não obrigatória.
Analista Universitário = 1
Técnico Universitário = 2 x 2 = 4

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No caso do MAP, como busca-se listar as férias sejam bem organizadas. Esse
centenas de atividades de cada setor e mesmo raciocínio também pode ser
muitas vezes não é possível mapear utilizado para feriados/recessos e para
todas, entra o conceito de “tarefas não taxa de licenças/absenteísmo.
dimensionadas” que são aquelas muito
difíceis de serem inseridas na ferramenta É recomendável, portanto, que os cálculos
por diversas razões. Já o “fator geral de do DFT sejam realizados nos dois
segurança” tem relação com a cenários, considerando e não
rotatividade ou perfil dos colaboradores considerando esses descontos, de forma
do setor. Entende-se que esses conceitos que fique a cargo da equipe de recursos
não são aplicáveis para a metodologia de humanos e da alta gestão da instituição
métricas, uma vez que a metodologia em avaliar como os resultados do projeto de
questão não entra em pormenores de DFT baseado em métricas serão
como cada microatividade é executada, interpretados.
como no caso do MAP.
2.2.9. COMPARAÇÃO COM
FORÇA DE TRABALHO ATUAL
Em relação às férias, feriados e índices de (ETAPA 9)
licenças/absenteísmo nada impede que
um percentual relativo a esses períodos Esta etapa envolve fazer uma comparação
seja considerado no cálculo. Se chegou-se da força de trabalho dimensionada para
à conclusão de que são necessários 8 cada unidade administrativa com a força
atendentes em uma Unidade de de trabalho atual. Para tanto, é necessário
Atendimento, mas é sabido que, dos 264 que já tenha sido realizado um
dias úteis em média de um ano (22x12), levantamento prévio da composição atual
cada um desses funcionários tem direito a das equipes de cada unidade,
25 dias úteis de férias, é possível calcular discriminando, no mínimo, a carreira, mas
que esses profissionais não estarão contendo também informações como
disponíveis em cerca de 10% dos dias. carga horária, área de atuação, dentre
Sendo assim, basta multiplicar o resultado outras avaliadas como importantes para
que tinha sido encontrado na métrica, que uma análise comparativa.
era de 8 profissionais, por 110% e
encontrar que, para que em todos os dias A seguir está apresentado um exemplo de
úteis do ano hajam pelo menos 8 uma tabela comparativa da força de
atendentes é necessário que a força de trabalho atual com a força de trabalho
trabalho na verdade, seja de 8,8 dimensionada, com a discriminação
colaboradores, desde que as escalas de somente por carreiras, da Fundação
cc Hospitalar do Estado de Minas Gerais:

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Tabela 2 - Exemplo de tabela comparativa total

Na Tabela 2, é possível constatar que para Agora será apresentado um exemplo de


que o Hospital A funcionasse plenamente uma tabela comparativa da força de
haveria a necessidade de ampliação de 19 trabalho atual com a força de trabalho
profissionais, sendo a maior parte deles dimensionada desse mesmo hospital,
na carreira de Profissional de porém detalhando também a área de
Enfermagem. Ainda assim, em termos atuação dos Médicos, Analistas e
percentuais, é a carreira de Analista de Técnicos:
Gestão e Assistência à Saúde que precisa
ser olhada com mais atenção, pois
apresenta o maior déficit.

Tabela 3- Exemplo de tabela comparativa detalhada

Na Tabela 3, fica explícito que não basta mesma forma, é possível verificar que
fazer o provimento de mais Médicos para mesmo se não houver possibilidade de
resolver a situação do Hospital A, eles aumentar a equipe do Hospital A, por
precisam ser especificamente da área de questões legais ou orçamentárias, por
Radiologia, que é onde encontra-se o exemplo, seria possível melhorar a
déficit dentro da carreira em questão. Da distribuição da força de trabalho da carreira
XX

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de Técnico Operacional da Saúde, ao
desligar 2 contratos de Técnico em
Radiologia, que apresenta superávit de
profissionais, e contratar 2 Técnicos de
Informática.

Para finalizar esta seção, será


apresentado um exemplo de tabela com
uma possível distorção quando
comparada a força de trabalho atual com
a força de trabalho dimensionado no
projeto de DFT:

Tabela 3- Exemplo de tabela comparativa detalhada

Na Tabela 4, duas situações chamam equívoco na criação da métrica que mediu


atenção: a necessidade desse tipo de profissional,
pois é pouco provável que dois hospitais
1- A primeira é a do Médico Radiologista, estejam funcionando com a metade da
em que foi verificado que seria necessário força de trabalho de uma área tão delicada.
uma força de trabalho duas vezes maior É claro que isso pode ter acontecido por
para realmente dar conta da demanda do uma falta de Médicos dessa área de
Hospital B. Uma vez que no Hospital A a formação no mercado, por exemplo, mas,
situação foi a mesma, essa situação, ainda assim, é importante que nessas
provavelmente, significa que houve algum situações haja uma revisão da métrica
s criada.

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2- A segunda situação que merece com o gestor da área para explicar como
destaque é a do Fisioterapeuta deveria ter sido feito o preenchimento e
Respiratório, uma vez que o encaminhar para nova coleta de
dimensionamento apontou para uma informações. Porém, caso vários setores
necessidade de cinco vezes mais tiverem encontrado a mesma dificuldade,
profissionais do que hoje o hospital possui será necessário retificar a pergunta do
em seus quadros. Esse também poderia formulário que gerou essa dificuldade e
ser um caso de equívoco na criação da aplicar novamente para todas as áreas,
métrica, uma vez que o déficit no Hospital mesmo naquelas que, em tese, não
A também é bastante considerável e, apresentaram dificuldades, uma vez que a
portanto, a métrica merece ser revisitada. nova redação da pergunta pode alterar o
Ainda assim, pelo déficit percentual no entendimento sobre o que se deseja e,
Hospital B ter ficado tão acima do com isso, alterar as respostas de maneira
Hospital A é quase certo que ocorreu geral. Todavia, não é necessário reaplicar
algum engano na aplicação das métricas. o questionário como um todo, somente a
A principal possibilidade é que a equipe do pergunta ou perguntas que tiverem gerado
Hospital B que preencheu o formulário algum tipo de dificuldade.
com o quantitativo de demandas por
serviços do Fisioterapeuta Respiratório Já se for identificado que as distorções
tenha superestimado esse número ou, estavam relacionadas à alguma métrica, é
então, cometido algum erro no necessário que a mesma seja
preenchimento. reestruturada, por meio de reuniões com a
área técnica responsável, a fim de se criar
2.2.10. CORREÇÃO DE
DISTORÇÕES (ETAPA 10) uma nova métrica que traduza melhor a
realidade da execução daquela atividade.
Após a identificação de possíveis Se as informações necessárias para
distorções no levantamento das utilização na nova métrica elaborada já
informações por meio de formulário, é tiverem sido colhidas por meio de
necessário mapear se as informações formulário, não é necessário aplicar
equivocadas foram encaminhadas novamente. Porém, caso sejam
somente por uma área ou se aconteceu necessárias novas informações deve-se
com outras também. reaplicar o formulário, somente com as
perguntas necessárias para utilização
Se o problema tiver sido somente com nessa nova métrica.
uma área, basta agendar uma conversa
mmm

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2.2.11. VALIDAÇÃO DAS áreas/ atividades que foram
MÉTRICAS CORRIGIDAS dimensionadas e as que porventura não
(ETAPA 11) foram (explicando os motivos), as
Caso tenham sido realizadas decisões que tiveram que ser tomadas ao
modificações em alguma métrica, ela longo do projeto e os critérios que foram
deve ser revalidada pelos gestores das adotados para tomada dessas decisões.
áreas técnicas relacionadas e pela alta
gestão da instituição, para que não se crie 2- Métricas: devem constar cada uma das
uma expectativa sobre a métrica e métricas que foram elaboradas, sendo
somente no relatório final haja ciência de que, antes de cada uma delas, é
que ocorreram alterações. necessário que haja uma breve explicação
sobre o que é a atividade e como ela é
2.2.12. APLICAÇÃO DAS executada e, principalmente, uma
MÉTRICAS JÁ CORRIGIDAS E
explicação detalhada do raciocínio
VALIDADAS (ETAPA 12)
utilizado para a criação daquela métrica.
Quando tudo estiver correto, a planilha Se houver alguma observação importante
com as métricas (fórmulas) deve estar em relação a alguma métrica, essa
interligada com a planilha em que informação precisa estar junto da métrica
constam as informações compiladas do em questão.
que foi levantado via formulário/
sistemas/ registros, de forma a apresentar 3- Resultados quantitativos do DFT: é
os resultados quantitativos finais do DFT. importante apresentar os resultados
quantitativos com tabelas que
2.2.13. ELABORAÇÃO DO apresentem: a) a força de trabalho
RELATÓRIO FINAL
(ETAPA 13) necessária na instituição como um todo;
b) a força de trabalho necessária para
Todas as informações sobre o projeto de cada métrica criada, na instituição como
dimensionamento de força de trabalho um todo; c) a força de trabalho necessária
baseado em métricas devem ser para cada área/ setor. É importante
apresentadas em um relatório final que sempre comparar os resultados do
deve ter, no mínimo, a seguinte estrutura: dimensionamento com a força de trabalho
atual para identificar onde estão os
1- Introdução: deve constar o objetivo do déficits e superávits de pessoal. É possível
projeto, a equipe responsável pelo projeto que além das tabelas também sejam
e os setores que auxiliaram na construção utilizados gráficos, para ilustrar os
das métricas. Também devem constar as resultados, como no exemplo a seguir:
ss

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Imagem 1 - Exemplo de Gráfico que apresenta o resultado quantitativo de um projeto de DFT

Fonte: Protocolo de Dimensionamento de força de trabalho das Unidades Prisionais do Estado de Minas Gerais – versão 2.1

4- Informações qualitativas do DFT: ao podem ser identificadas necessidades de


longo de um projeto de dimensionamento intervenção, como em unidades prisionais
de força de trabalho muitas informações que apontaram que não possuem circuito
importantes são levantadas, mesmo que fechado de televisão. Por fim, o próprio
indiretamente. Essas informações devem resultado do DFT traz muitas informações
constar no relatório final. É comum, por relevantes para a alta gestão, como quais
exemplo, que na etapa de criação das são as atividades que mais demandam
métricas a área responsável pelas força de trabalho, para as quais pode haver
atividades relate que é necessário haver um esforço de redesenho de processos, e
uma modernização da forma como a quais setores apresentam um maior déficit
atividade é feita. Nas informações de pessoal, pois são aqueles para os quais
colhidas por meio do formulário também a gestão terá que olhar com mais atenção.
oo

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5- Considerações finais: na última seção
do relatório final é necessário que fique
claro se a metodologia utilizada foi
suficiente para fazer o dimensionamento
de todas as áreas que foram definidas
inicialmente como escopo do projeto,
além de pontos de atenção que ainda
precisam se revistos, propostas sobre
possibilidades de modernização de
processos e correções de distorções,
recomendações sobre gestão do
dimensionamento de força de trabalho e
outras informações que forem
consideradas relevantes.

3. CONCLUSÃO
Os resultados de um dimensionamento da Outro exemplo é que a adoção de
força de trabalho podem ser utilizados audiências virtuais poderia reduzir
pela instituição para diversos fins, quais drasticamente a mão de obra de Agentes
sejam: Penitenciários que precisavam fazer
escolta dos indivíduos privados de
1) Identificar possibilidades de liberdade para as audiências.
modernização/ utilização de tecnologia
para ganho de eficiência: Ao identificar 2) Identificar atividades que estão sendo
quais são as atividades que, realizadas por profissionais com
proporcionalmente, mais demandam força formação não condizente com a
de trabalho, a instituição pode focar seus atribuição, para que possa haver uma
esforços em mapear possibilidades de correção: Nas métricas, deve ser
utilização de tecnologia e/ou explicitado qual tipo de profissional deve
modernização de processos a fim de executar cada atividade, de forma que seja
reduzir a necessidade de mão de obra na possível detectar possíveis desvios de
atividade de revista pessoal e guarda de função que precisam ser revistos. Como
pertences. exemplos pode-se citar professores
atuando

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atuando como responsáveis pela de alocação de profissionais de carreiras
manutenção de laboratórios ou servidores transversais, por exemplo, havendo a
de nível médio realizando atividades clareza sobre quais carreiras e área de
típicas de nível superior. formação são mais necessárias e quais
áreas devem ser contempladas.
3) Subsidiar reorganização interna da
força de trabalho: o resultado do DFT O dimensionamento da força de trabalho
aponta para a real necessidade de mão de deve ser entendido como uma
obra em uma instituição ou em áreas necessidade contínua e, portanto, é
dessa instituição, de forma que é possível essencial que haja uma gestão constante
identificar se há déficit de força de desse dimensionamento, observando os
trabalho ou se a força de trabalho atual é seguintes pontos:
suficiente para o desenvolvimento
adequado de todas as atividades. Se a execução de alguma atividade
mudar, seja por alteração em
Caso seja identificado que a força de competências de áreas ou por
trabalho é suficiente, mas ainda assim redesenho de processo/incorporação
haja uma percepção por parte de muitos de novas tecnologias, a métrica deve
gestores de que há sobrecarga de ser modificada para retratar a nova
trabalho ou impossibilidade de realizar realidade.
certas tarefas por falta de pessoal, esse é
o momento em que o DFT deve ser Se a estrutura física de alguma
utilizado para verificar possibilidades de unidade mudar ou houver planos para
reorganização interna da mão de obra, de que haja essa mudança, e a questão
forma que áreas mais deficitárias da estrutura física for parâmetro para
recebam profissionais de outros setores alguma métrica, é necessário que essa
com superávit de pessoal. métrica seja aplicada novamente
nessa unidade, com o objetivo de
4) Subsidiar pedidos de incremento de verificar o que essa mudança de
força de trabalho: se o resultado do DFT estrutura vai implicar em termos de
demonstrar que há um déficit de pessoal necessidade de pessoal.
na instituição isso pode ser utilizado para
subsidiar um pedido de concurso público,
de contratação temporária ou até mesmo
a

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Se houver mudança de diretrizes de Enfim, conduzir um projeto de DFT
Governo em relação a alguma questão demanda patrocínio da alta gestão da
que afete as métricas, elas podem ser instituição, planejamento, equipe dedicada
reestruturadas de forma a se adequar e envolvimento de todos os atores
a essa nova realidade. Por exemplo, se necessários à sua execução. Assim, é
a SEJUSP decidir que a segurança nas importante haver uma análise prévia do
unidades socioeducativas deve ser contexto e do momento adequado para a
menos rígida, porque isso de alguma implementação desse tipo de projeto, para
forma poderia facilitar a que os resultados pretendidos sejam
ressocialização dos menores alcançados e contribuam efetivamente
acautelados, pode ser necessário para a gestão da instituição.
fazer uma revisão nas métricas de
segurança para seguir essa nova Que este Guia sirva de base para o início
lógica. dos trabalhos em cada órgão/entidade
interessado em aplicar a metodologia de
métricas!

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