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Projeto de Pesquisa – Monografia PECEGE

Projeto de Pesquisa e Planejamento de Atividades

Aluno: Rodrigo Miranda Nascimento Data início curso:


_07/10/2019
Orientador: Lorena Hernández Mastrapa Data depósito:
__/__/____
Curso: MBA Gestão de Projetos Modalidade: Distância Turma: 192

1. Título do projeto:

Gerenciamento de riscos em um projeto de eficiência energética em um hospital oncológico.

2. Introdução

Os projetos são considerados um dos grandes atributos das organizações atuais


(Engwall, 2003). Para Cleland (1997), ele pode ser definido como uma combinação de
recursos organizacionais, alocados juntos para criarem ou desenvolverem algo que não
existia anteriormente, de modo a dispor um aperfeiçoamento da capacidade de desempenho
no planejamento e no desenvolvimento das estratégias organizacionais. Para Kerzner (2011),
o conceito é uma organização com objetivo bem definido, que consome recursos e funciona
com limite de prazos, custos e qualidade. Já para Meredith (1995), trata-se de uma atividade
única e exclusiva com um conjunto de resultados desejáveis em sua finalização e que requer
uma capacidade de coordenação aperfeiçoada e um controle detalhado de prazos, custos,
desempenho e relacionamentos.
Pode-se dizer que as duas principais características dos projetos são: a temporalidade
e a individualidade do produto ou serviço ser desenvolvido no projeto. A temporalidade pode
ser compreendida como o tempo de ocorrência de um evento, nesse caso, tempo transcorrido
entre o início e fim do projeto (“Project Management Body of Knowledge Guide” [PMBOK],
2013). Segundo Vargas (2005), a temporalidade se caracteriza como o ciclo de vida do
projeto, partindo de um processo de trabalho estratégico inicial até alcançar um pico de
trabalho executivo de produção que antecede seu término. Já de acordo com Leandro (2012),
a individualidade pode ser compreendida como a realização de algo que não tenha sido feito
antes. Como o produto de cada projeto é único, suas características precisam ser elaboradas
de maneira gradual, com o propósito de garantir as especificações do produto ou serviço a
ser desenvolvido (Leandro, 2012).
De acordo com o guia PMBOK, o gerenciamento de projetos pode ser entendido como
a aplicação de conhecimentos, ferramentas e técnicas de gestão que colaboram para o
alcance dos objetivos do projeto, de acordo com suas exigências, levando em consideração
a experiência, as habilidades e competências do gestor para identificar qual é o momento
adequado para usá-las. (PMBOK, 2013).
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Segundo o PMBOK, o termo gerenciamento de riscos de um projeto visa a aplicação


de um conjunto de medidas para prever, identificar e minimizar a ocorrência de eventos
inesperados e indesejáveis, que podem causar danos no decorrer da execução do projeto
(PMBOK, 2013).
No mundo corporativo, para se alcançar a competitividade é necessário além de todo
o conjunto de capacitação técnica e recursos para inovação que a organização oferece, incluir
a visão de contingenciamento de ameaças que o portfólio de projetos está exposto. Neste
cenário, a área de conhecimento de gerenciamento de riscos vem ganhando grande
notoriedade por oferecer ferramentas e recursos de controle que podem antecipar eventos
que causam efeitos catastróficos em uma organização. Em projetos, caso um risco se
concretize, os impactos geralmente negativos podem atingir vários âmbitos, dentre custos,
prazos, qualidade ou comunicação, impactando nos resultados esperados (Terribili Filho,
2014).
O objeto de estudo deste trabalho será promovido em um ambiente hospitalar, onde
visa identificar as demandas para o desenvolvimento de um projeto de eficiência energética
em que serão trocadas lâmpadas convencionais para tecnologia “light-emitting diode” (led),
bem como substituindo motores obsoletos por novos motores de alto rendimento em um
sistema de torres de resfriamento e inserindo um sistema de automação via sensoriamento,
utilizando a atual estrutura elétrica do local, não sendo possível intervir nos circuitos elétricos
ou em outros componentes internos das instalações. Além disso, a execução do projeto
deverá ser realizada em paralelo as atividades rotineiras do hospital, que são essenciais, não
permitindo que as demandas e o fluxo dos locais de atuação interfiram no cumprimento do
cronograma do projeto, bem como não permitindo que a realização das atividades do projeto
impeça ou prejudique o atendimento do hospital. Para isto, será necessária uma análise dos
riscos pertinentes ao decorrer do desenvolvimento da execução das tarefas, já possuindo
estratégias para saná-los ou amenizá-los.

3. Objetivo
Identificar, mitigar e/ou prevenir os riscos do projeto de eficiência energética em um
ambiente hospitalar e aplicar as ferramentas do gerenciamento de riscos para cumprir com o
prazo, custo e qualidade planejada.

4. Material e Métodos planejados

Para a realização do projeto, diferentes grupos estarão envolvidos, entre eles: a


administração do hospital que contratou o serviço através de um processo de licitação, os
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funcionários da empresa contratada para realizar o serviço, os funcionários da empresa


terceirizada que executarão o serviço, além também dos pacientes e funcionários do hospital.
A intervenção será realizada em um hospital da rede pública de saúde que é referência
em Oncologia na cidade do Rio de Janeiro. A escolha de uma instituição pública é uma
determinação da empresa contratada para o serviço. A justificativa para a escolha do local de
realização da intervenção se deve ao fato de que por ser um hospital de grande porte, as
chances de ocorrência de riscos são maiores. Portanto, evidencia-se a necessidade da
identificação desses possíveis riscos e para que através de ferramentas adequadas seja
possível minimizá-los ou até mesmo resolvê-los de forma efetiva.
Para a realização da intervenção as seguintes ferramentas de gerenciamento de riscos
serão utilizadas:
• Plano de Ação 5W2H
• Planilha de Matriz de Riscos
Segundo Candeloro (2008), o Plano de Ação 5W2H pode ser definido como um
checklist administrativo de atividades, prazos e responsabilidades que devem ser
desenvolvidas com clareza e eficiência por todos os envolvidos no projeto. Através desta
ferramenta é possível identificar todos os elementos para execução de um plano, seja ele
estratégico, tático ou operacional. Os 5W correspondem às seguintes palavras do inglês:
“What” (O que); “Who” (Quem); “Where” (Onde); “When” (Quando) e “Why” (Por que). Os 2H
são: “How” (Como) e “How much” (Quanto custa). Após a definição da ação que será tomada,
desenvolve-se uma simples tabela aplicando o método 5W2H, conforme o Quadro 1, onde
estão dispostas perguntas e o que se espera de cada uma delas.

Quadro 1: Etapas para aplicação da ferramenta 5W2H


MÉTODO DOS 5W2H

What? O que? Que ação será executada?

Quem irá executar/participar


Who? Quem?
da ação?

5W Where? Onde? Onde será executada a ação?

Quando a ação será


When? Quando?
executada?

Por que a ação será


Why? Por quê?
executada?

Como será executada a


2H How? Como?
ação?
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How Quanto Quanto custa para executar a


much? custa? ação?
Fonte: Adaptado de Meira (2003)

De acordo com Silva et al. (2013), todas as respostas das questões estão interligadas
e, ao final do preenchimento da planilha, observa-se um plano de ação detalhado e de fácil
compreensão e visualização, em que são definidas as ações tomadas, de que maneira será
realizada e quais os responsáveis pela execução. Com a utilização desta ferramenta, a
quantidade de dúvidas ou incertezas serão eliminadas no planejamento, pois a ferramenta
possibilita uma resposta bem clara de quem, onde, quando, por quê, como e quanto custa
para resolver o problema, pois um erro de informação pode acarretar em muitos prejuízos
para a empresa.
A Matriz de Risco ou Matriz de Probabilidade e Impacto é outra ferramenta de
gerenciamento de riscos que será utilizado na intervenção. O referido instrumento tem por
objetivo identificar visualmente quais são os riscos que devem receber atenção prioritária,
podendo ser aplicada na etapa de avalição. Dessa maneira, a identificação dos riscos é uma
etapa que deve ser feita antes da aplicação da ferramenta.
Para Napoleão (2019), uma das grandes vantagens da Matriz de Riscos é que por se
tratar de uma ferramenta gráfica ela apresenta uma facilidade de visualização de informações
sobre um determinado conjunto de riscos, possibilitando assim a tomada de decisões e a
realização de medidas preventivas para tratar esses riscos. Além disso, por ser uma
ferramenta de fácil entendimento e por dispor informações de forma clara e precisa, colabora
com engajamento da equipe no processo de gestão de riscos.
A ferramenta consiste em uma tabela orientada por duas dimensões: probabilidade e
impacto. Por meio dessas duas dimensões, é possível calcular e visualizar a classificação do
risco, que consiste na avaliação do impacto versus a probabilidade. O resultado da
classificação do risco, indica em qual célula da matriz o risco se encaixa. Como pode ser visto
na Figura 1, há cores diferenciadas entre as células e essas cores indicam a quão alta é a
classificação do risco, ou seja, o quão crítico um determinado risco é.

Alta Média Alta Alta


Probabilidade

Média Baixa Média Alta

Baixa Baixa Baixa Média

Insignificante Moderado Catastrófico


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Impacto
Figura 1. Exemplo de Matriz de Risco
Fonte: Adaptado de Napoleão (2019)

De acordo com a Figura 1 acima apresentada, é possível fazer a seguinte


interpretação: os riscos que resultaram em uma classificação alta, representada pela cor
vermelha na tabela, devem receber maior atenção do que os riscos classificados como
moderados ou médios, representada pela cor amarela e, consequentemente, os riscos
classificados como baixo, representada pela verde, podem ter menor atenção que os
moderados e altos.
As ferramentas mencionadas a priori serão utilizadas para que a realização da
intervenção possa ser feita de modo efetivo.
A proposta é que o projeto tenha inicialmente uma duração de 12 meses, sendo
contado a partir data de concessão da licitação. A seguir, será apresentado os momentos de
cada etapa do projeto.
• Abertura de licitação e candidatura da empresa cujo executor da intervenção trabalha
para concorrer a vaga;
• Licitação concedida;
• Vistoria do ambiente por parte do executor;
• Planejamento da execução envolvendo a comunicação e aceite por parte da
administração do hospital;
• Cotação e contratação da equipe terceirizada que ficará responsável por executar a
obra;
• Mobilização da equipe terceirizada, se for necessário;
• Comunicação aos diversos setores do hospital sobre a execução da obra;
• Início das atividades;
• Identificação dos riscos;
• Elaboração da Matriz de Risco;
• Aplicação do Plano de Ação;
• Vistoria da efetividade do serviço;
• Treinamento do cliente para manutenção e uso adequado do produto;
• Finalização do projeto.
Ao final da intervenção, espera-se que haja uma compreensão sobre os possíveis
riscos encontrados na obra e também que seja possível eliminá-los ou controlá-los. Além
disso, espera-se que o manejo na execução da obra seja uma referência para outras
empresas do ramo.
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Para que se obtenha êxito na aplicação da intervenção, é necessário que haja esforço
e empenho coletivo, tanto por parte da empresa de eficiência energética e equipe terceirizada
que ficarão responsável pela execução do projeto, quanto por parte da administração do
hospital, bem como os funcionários e pacientes.

5. Resultados esperados

Espera-se que ao final do projeto o objetivo proposto seja cumprido, promovendo


assim, um gerenciamento de riscos efetivo, em que os possíveis riscos encontrados sejam
resolvidos de maneira eficiente, evitando assim prejuízos na execução da obra.

6. Atividades programadas e Cronograma

Meses
Atividades planejadas
Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun
Definição do tema X
Busca bibliográfica relacionada
X X
ao tema de pesquisa
Construção do Projeto de
X
pesquisa
Finalização e entrega do
X
Projeto de pesquisa
Construção da seção de
x X X
Materiais e método
Coleta de dados X x
Obtenção dos primeiros
X
resultados de pesquisa
Finalização e entrega dos
X
Resultados preliminares
Obtenção de todos os
x X
resultados da pesquisa
Discussão dos resultados x X
Finalização e entrega da versão
X
Final da Monografia
Construção da apresentação da
X
Monografia
Finalização e entrega da
x X
apresentação da Monografia
Projeto de pesquisa; Resultados preliminares; Entrega da monografia; Entrega da
apresentação da defesa
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7. Referências Bibliográficas

Candeloro, R. 2008. Não Tenha Dúvidas: Método 5W2H. Disponível em


<http://www.administradores.com.br/artigos/negocios/nao-tenha-duvidas-metodo-
5w2h/26583/>. Acesso em: 27 out 2020.

Cleland, D. 1997. Project Management Casebox. Project Management Institute,


Philadelphia.

Kerzner, H. 2011. Gerenciamento de Projetos: uma abordagem sistêmica para planejamento


e controle. 10º ed. Blucher, São Paulo, SP.

Leandro, G. C. 2012. Um estudo sobre o gerenciamento de projetos. Trabalho de Conclusão


de Curso. Especialização da Gestão da Organização Pública. Universidade Estadual da
Paraíba, Campina Grande, Paraíba, Brasil.

Meira, R. C. 2003. As ferramentas para a melhoria da qualidade. 2ª. ed. SEBRAE, Porto
Alegre, RS.

Meredith, J. R.; Mantel Jr, S. J. 1995. Project Management: A managerial. A managerial


approach. John Wiley and Sons, New York, E.U.A.

Napoleão, B. M. 2019. Matriz de Riscos (Matriz de Probabilidade e Impacto). Disponível em:


<https://ferramentasdaqualidade.org/matriz-de-riscos-matriz-de-probabilidade-e-impacto/> .
Acesso em 27 out 2020.

Project Management Institute (PMBOK). 2013. Um guia do conhecimento de projetos (Guia


PMBOK). 5ª. ed. Global Standard, Pensilvânia, EUA. < https://www.pmi.org/pmbok-guide-
standards> Acesso em: 27 out 2020.

Silva, A. O. da; Roratto, L.; Servat, M. E.; Dornelle, L.; Polascinski, E. 2013. Gestão da
Qualidade: Aplicação da Ferramenta 5W2H como Plano de Ação para Projeto de Abertura
de uma Empresa. Faculdade Horizontina, Horizontina, RS.

Terribili Filho, A. 2014. Gerenciamento de riscos em projetos nas organizações no Brasil.


FAE, Curitiba, PR.

Vargas, R. V. 2005. Gerenciamento de projetos: estabelecendo diferenciais competitivos. 6.


ed. Brasport, Rio de Janeiro, RJ.

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