Você está na página 1de 14

_____________________________________________________________________________

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DIREITO DA VARA CÍVEL DA


COMARCA DE ROSÁRIO OESTE/MT

Nú mero do processo: 1000611-51.2023.8.11.0032

EUCLIDES PARREIRA DIAS e outro

qualificados nos autos, vem à presença de Vossa Excelência,


por meio do seu Advogado, infra-assinado, apresentar

IMPUGNAÇÃO À MANIFESTAÇÃO

apresentada pelo réu RONALDO GALVÃO DA SILVA e a


pessoa de GEISON GEAN RODRIGUES VASCONCELOS,
ambos qualificados no id. 121290515, o que fazemos nos
seguintes termos:

1. DA MANIFESTAÇÃO DO RÉU - ID. 121290515:

O réu postulou a revogaçã o da liminar de reintegraçã o


afirmando que seria ele o legítimo proprietá rio da á rea.

O que nã o condiz com a realidade, pois como


desnudado na inicial, usam de documentos fraudulentos e nos termos do
pedido de tutela de evidência de id. 121230492 é patente que os réus
compõ em organizaçã o voltada a invasã o de á reas.

Situaçã o que nã o pode ser acolhida pelo Poder


Judiciá rio. Assim, merece ser completamente rechaçado o pedido
apresentado pelo réu, nos seguintes termos:
Av. Historiador Rubens de Mendonça, 1731, Ed. Centro Empresarial Paiaguás, 2º andar,
sala 202, Cuiabá – MT, whatsapp: 65-99910-9017, e-mail: lazarolima@gmail.com
_____________________________________________________________________________
2. DAS PRELIMINARES ARGUIDAS PELO RÉU

2.1. Da inclusão no polo passivo da pessoa de Geison Gean


Rodrigues Vasconcelos.

Na inicial, há pedido expresso para inclusã o no polo


passivo de todas as pessoas que fossem identificadas pelo Oficial de Justiça
no cumprimento da decisã o.

Nã o há registro pelo Oficial (id. 121178348) de que a


pessoa de Geison estivesse na á rea durante a visita do Oficial de Justiça.

Porém, se o pró prio se aponta como responsá vel pela


invasã o e danos causados, a parte autora pede a inclusã o do Sr. Geison
Gean Rodrigues Vasconcelos no polo passivo, com a qualificaçã o já
apresentada e já citado, por meio de inclusã o voluntá ria, nos termos da
preliminar supra.

2.2. Do valor da causa.

Labora em equívoco o réu.

Nas açõ es possessó rias o valor da causa nã o é o valor


do imó vel, mas sim estimado, até porque nã o se sabe a extensã o dos danos
causados pelos réus.

Sobre o tema é pacífica a jurisprudência, vejamos:

VALOR DA CAUSA. Ação possessória. Valor da causa.


Valor venal do imóvel. Inadmissibilidade, vez que
não corresponde ao benefício econômico buscado.
Posse que não se confunde com propriedade.

Av. Historiador Rubens de Mendonça, 1731, Ed. Centro Empresarial Paiaguás, 2º andar,
sala 202, Cuiabá – MT, whatsapp: 65-99910-9017, e-mail: lazarolima@gmail.com
_____________________________________________________________________________
Precedentes. Atribuiçã o por estimativa. Decisã o
reformada. Recurso provido. (TJ-SP - AI:
21657564220148260000 SP 2165756-
42.2014.8.26.0000, Relator: Tasso Duarte de Melo,
Data de Julgamento: 15/07/2015, 12ª Câ mara de
Direito Privado, Data de Publicaçã o: 15/07/2015)

EMENTA: IMPUGNAÇÃ O. AÇÃ O POSSESSÓ RIA. VALOR


DA CAUSA. Tratando-se de demanda possessória, o
valor da causa deve ser estimado e não fundado em
proveito econômico tomado a partir do valor do
imóvel. Hipó tese em que tal entendimento se reafirma
em razã o da ausência de dados concretos sobre a
situaçã o de fato disposta na demanda. (TJ-MG - AC:
10701150108531001 Uberaba, Relator: Tiago Pinto,
Data de Julgamento: 18/10/2018, Câ maras Cíveis / 15ª
CÂ MARA CÍVEL, Data de Publicaçã o: 26/10/2018)

Assim, nã o tem qualquer cabimento a insurgência do


réu para modificaçã o do valor da causa, devendo esta ser mantida.

3. DO MÉRITO DA MANIFESTAÇÃO DO RÉU

3.1. DO USO DE DOCUMENTO IDEOLÓGICAMENTE FALSO.

Desde a inicial advertimos que os invasores eram


useiros e vezeiros de documentos falsos, porém, nã o imaginá vamos que
seriam capazes de anexar vá rios de uma só vez, ainda mais com a clara
intençã o de modificar a decisã o judicial.

O que nã o pode ser tolerado.

Av. Historiador Rubens de Mendonça, 1731, Ed. Centro Empresarial Paiaguás, 2º andar,
sala 202, Cuiabá – MT, whatsapp: 65-99910-9017, e-mail: lazarolima@gmail.com
_____________________________________________________________________________
O grupo invasor liderado pelas pessoas de RONALDO
GALVÃO DA SILVA e FAUSTINO MARQUES, se especializaram em cometer delito
ligados a invasã o de terras usando de grupo armado e engendrando esquemas com
uso de documentos ideologicamente falsos no Poder Judiciá rio para mascarar os
atos delituosos.

Nã o seria diferente na invasã o que comandam neste


momento em face dos aqui requerentes neste município de Rosá rio Oeste, onde,
apó s a invasã o apresentaram documentos falsos buscando a manutençã o da
invasã o, vejamos o suposto contrato em que afirmam ser de compra da á rea, que
contém selo extrajudicial digital claramente falso (id. 121290531 - Pá g. 2):

Ve-se que o selo supostamente teria sido utilizado no


Cartó rio de Varzea Grande/MT, porém, por simples pesquisa no site do TJMT
(https://gif.tjmt.jus.br/selo/consulta/conselodigitalexterno.aspx) descobre-se que
o selo (BUI 75208) pertence a Serventia do Cartório do 1º Ofício da Comarca
Comodoro (Município de Comodoro). Porém o selo não foi utilizado pela
serventia, Vejamos:

Av. Historiador Rubens de Mendonça, 1731, Ed. Centro Empresarial Paiaguás, 2º andar,
sala 202, Cuiabá – MT, whatsapp: 65-99910-9017, e-mail: lazarolima@gmail.com
_____________________________________________________________________________

Revelando a falsidade do documento.

Gerando a necessidade de imposiçã o de ordem e


respeito do juízo com a aplicaçã o de multa má xima pela litigâ ncia de má -fé,
além da inversã o da verdade dos fatos.

Além da necessá ria atuaçã o do MP para coibir o delito,


em tese, de documento pú blico falso.

Sendo necessá rio observar que melhor sorte nã o há


quanto aos demais “documentos” anexados pelo réu.

Vejamos que os antigos posseiros e proprietá rios da


á rea moram em Mato Grosso e a suposta Certidã o de Escritura Pú blica
apresentada é da diminuta Comarca de Amaporã -PR, que nã o consta nem ao
menos com selo digital, que é exigível para a validade do mesmo.

E considerando a falsidade verificada no contrato, é


certo que este papel é igualmente montado.

Av. Historiador Rubens de Mendonça, 1731, Ed. Centro Empresarial Paiaguás, 2º andar,
sala 202, Cuiabá – MT, whatsapp: 65-99910-9017, e-mail: lazarolima@gmail.com
_____________________________________________________________________________
3.2. DA FALSIDADE NO CCIR.

Em consulta ao Ó rgã o Expedidor do CCIR


(CERTIFICADO DE CADASTRO DE IMÓ VEL RURAL) o INSTITUTO
NACIONAL DE COLONIZAÇÃ O E REFORMA AGRÁ RIA – INCRA informou que
o CCIR que foi anexado aos autos pelo réu é falso.

Sendo o original este que estamos anexado neste


momento.

Observemos que a data e a classificaçã o fundiá ria nã o


batem, nem os mó dulos fiscais, vejamos:

Falso (anexado pelo réu):

Verdadeiro:

Ainda, nã o consta técnico assinando e muito menos a


Av. Historiador Rubens de Mendonça, 1731, Ed. Centro Empresarial Paiaguás, 2º andar,
sala 202, Cuiabá – MT, whatsapp: 65-99910-9017, e-mail: lazarolima@gmail.com
_____________________________________________________________________________
mençã o do ART, o que fulmina qualquer sobro de validade do CCIR anexado
pelo réu.

Também está anexo ao CCIR verdadeiro (anexado


nesta manifestaçã o) o Croqui do imó vel rural objeto do CCIR e é
extremamente fá cil verificar que se trata de á rea completamente distinta da
que o réu está expropriando e que é de posse dos autores. Vejamos:

O réu apontou em sua fá bula que a sua á rea seria


distinta mostrando um mapa de formato irregular, na foto em azul (id.
121290515, p. 5), vejamos:

Façamos um destaque na á rea em azul:


Av. Historiador Rubens de Mendonça, 1731, Ed. Centro Empresarial Paiaguás, 2º andar,
sala 202, Cuiabá – MT, whatsapp: 65-99910-9017, e-mail: lazarolima@gmail.com
_____________________________________________________________________________

Agora vejamos qual é a á rea que está no CCIR:

É obvio que se trata de áreas distintas.

Av. Historiador Rubens de Mendonça, 1731, Ed. Centro Empresarial Paiaguás, 2º andar,
sala 202, Cuiabá – MT, whatsapp: 65-99910-9017, e-mail: lazarolima@gmail.com
_____________________________________________________________________________
Comprovando, mais uma vez o uso de documentos
fraudulentos e ideologicamente falsos.

3.3. DO CAR - CADASTRO AMBIENTAL RURAL - IGUALMENTE


FRAUDULENTO:

O CAR apresentado pelo réu é também fraudulento,


vejamos que o pró prio ó rgã o emissor já o suspendeu, vejamos:

Nada, nem um dos documentos apresentados se


garante e revelam o real intento e despreocupaçã o com a justiça, pois
anexam documentos nitidamente fraudulentos e facilmente revelá veis, pois
simples consultas aos ó rgã os oficiais os desqualificam.

Av. Historiador Rubens de Mendonça, 1731, Ed. Centro Empresarial Paiaguás, 2º andar,
sala 202, Cuiabá – MT, whatsapp: 65-99910-9017, e-mail: lazarolima@gmail.com
_____________________________________________________________________________
3.4. A APF – AUTORIZAÇÃO PROVISÓRIA DE FUNCIONAMENTO
RURAL - PERTENCE AO MUNICÍPIO DE BRASNORTE:

Documento também falso, utilizando de uma APF


originá ria do TCA nº 2559/2023 a APF tem nú mero idêntico (2559/2023),
porém falsificaram para parecer que pertenceria ao réu e que estaria no
município de Rosá rio Oeste.

Porém a verdade é que consultado o Ó rgã o Oficial – há


expediçã o do documento original e verdadeiro, que consta ser do município
de Brasnorte, com proprietá rio/possuidor distinto, vejamos o FALSO:

E vejam que a montagem é tã o grosseira que nem ao


menos a á rea é coincidente ao que está no CAR falsificado que o réu juntou.

Av. Historiador Rubens de Mendonça, 1731, Ed. Centro Empresarial Paiaguás, 2º andar,
sala 202, Cuiabá – MT, whatsapp: 65-99910-9017, e-mail: lazarolima@gmail.com
_____________________________________________________________________________

Vejamos o VERDADEIRO (anexado nesta


manifestação):

E, a exemplo do CCIR, há também, no original o mapa


da á rea – Croqui, igualmente completamente distinto do anexado pelo réu,
inclusive diferente do croqui do CCIR, por ó bvio, vejamos:

Av. Historiador Rubens de Mendonça, 1731, Ed. Centro Empresarial Paiaguás, 2º andar,
sala 202, Cuiabá – MT, whatsapp: 65-99910-9017, e-mail: lazarolima@gmail.com
_____________________________________________________________________________

O réu demonstra o completo desrespeito pela


dignidade da justiça e ao Poder Judiciá rio, anexando tantos documentos
falsos.

É necessário que este juízo atue energicamente e


remeta os atos ao Ministério Público para apuração dos delitos.

3.5. MANDADO DE PRISÃO EM FACE DO INVASOR LUCIANO DE ASSIS


FIQUEIREDO QUE NA VERDADE É EVANDERSON ASSIS PEREIRA
DOS SANTOS.

Em pesquisa dos processos que os invasores


respondem nos deparamos com o caso do invasor Luciano de Assis
Figueiredo que na verdade é a pessoa de EVANDERSON ASSIS PEREIRA DOS
SANTOS, identificado pelo Oficial na Certidã o de id. 121178348.

A falsificaçã o da identidade se dá em razã o de que além


de responder por diversos processos criminais tem mandado de prisã o
expedido pela 2ª Vara Criminal de Cuiabá , por descumprimento das regras
do regime que estava cumprindo.

Vejamos os fatos:

Nos autos da açã o criminal nº 0008088-


43.2020.8.11.0002, em curso na 3ª Vara Criminal de Vá rzea Grande/MT,
desnudou-se a farsa:

Av. Historiador Rubens de Mendonça, 1731, Ed. Centro Empresarial Paiaguás, 2º andar,
sala 202, Cuiabá – MT, whatsapp: 65-99910-9017, e-mail: lazarolima@gmail.com
_____________________________________________________________________________

Concluindo que:

Av. Historiador Rubens de Mendonça, 1731, Ed. Centro Empresarial Paiaguás, 2º andar,
sala 202, Cuiabá – MT, whatsapp: 65-99910-9017, e-mail: lazarolima@gmail.com
_____________________________________________________________________________
Revelando que o réu é, de fato, líder de organizaçã o
criminosa voltada a invasã o de terras, usando de pessoas condenadas e com
mandado de prisã o em aberto, além de vá rios documentos
comprovadamente falsos.

Necessitando que o juízo impeça que siga a


consumaçã o do delito.

4. PEDIDO

Assim, por ser situaçã o que demanda energia e proatividade, diante do


conjunto probató rio apresentado na inicial, no pedido de tutela de evidência
neste pedido, certos do preenchimento dos requisitos dos artigos 300; 311;
561, I a IV; c.c. art. 9º, § ú n., II, todos do CPC, postulamos que:

i. Pelo deferimento da tutela de evidência, com a imediata


reintegração da área.

ii. Rejeiçã o total e completa da manifestaçã o do réu, exceto quanto a


inclusã o do réu Geison Gean Rodrigues Vasconcelos, para que
responda pelos atos ilegais revelados.

iii. Remessa dos autos ao Ministério Pú blico para providências

Nestes termos, ciente do vosso elevado sensu de justiça e observaçã o da


legislaçã o e Constituiçã o, pedimos e esperamos deferimento.

De Cuiabá /MT para Rosá rio Oeste/MT, aos 26 de junho de 2023

Lá zaro Roberto Moreira Lima, OAB/MT 10.006

Irênio Lima Fernandes, OAB/MT 3705-B

Av. Historiador Rubens de Mendonça, 1731, Ed. Centro Empresarial Paiaguás, 2º andar,
sala 202, Cuiabá – MT, whatsapp: 65-99910-9017, e-mail: lazarolima@gmail.com

Você também pode gostar