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ANTROPOLOGIA DA SAÚDE

Os conceitos de natureza e cultura, baseado no artigo


“Natureza e Cultura” de Claude Lévi-Strauss

Docente: Prof. Dra. Carmen Lucia


Discente: Antonio Carlos Ferreira Gomes Junior

I. Por que o princípio dos precursores da sociologia (ex: Hobbes, Rousseau, Locke) que
diz respeito à distinção entre estado de natureza e estado da sociedade é repudiado? Além
disso, é repudiado por quem?

Para mim, é um conceito que fazia sentido quando estudei no ensino médio.

II. Na obra Sapiens, de Yuval Harari, o autor descreve diversas características dos
hominíneos (antigamente denominados como hominídeos, que nada mais são que os
organismos vivos do gênero Homo e que existiram na história anterior e simultaneamente
à espécie Homo sapiens). Nessa obra, criei uma perspectiva de compreensão sobre a
humanidade: eu compreendo que o estado de sociedade e a cultura são aspectos atrelados
firmemente ao surgimento “módulo de significação” no gênero Homo, que permitiu a
esses primatas terem a capacidade de atribuir valores abstratos a objetos concretos, apesar
de cultura ir muito além disso, é somente em 50 a.C. que se tem registros históricos das
primeiras manifestações culturais como rituais, arte, cerâmicas, etc.

III. Tal Revolução Cognitiva, surgiu como consequência do fato de o desenvolvimento


das técnicas de manipulação de objetos, caça, conhecimento de técnicas, inclusive
domínio do fogo e cozimento dos alimentos pelo Homo sapiens proporcionou a essa
espécie uma digestão mais acelerada de alimentos, proteínas e vitaminas e uma maior
nutrição ao encéfalo, que foi quando do paleolítico médio, quando as sociedades se
organizavam em “comunismo primitivo” o ser humano passou para o paleolítico superior.

IV. Em “Princípios de Neurociências”, o vencedor do prêmio Nobel Eric Kandel compara


os cérebros humanos com os de outros primatas, essa comparação demonstra a
semelhança desse órgão principalmente no córtex pré-frontal (que seria a superfície do
cérebro subjacente à nossa testa). A semelhança dessas estruturas explica o porquê de os
primatas socializarem-se, pois nessa região se encontra os neurônios reconhecedores da
empatia.

V. Considerando esse panorama, para mim faz sentido considerar que o ser humano
possui um estado de natureza, intrínseco, que lhe permite biologicamente de se inserir e
vivenciar uma cultura, e existe um estado de sociedade, extrínseco, no qual o ser humano,
utilizando do seu estado de natureza, se insere e vive determinada cultura com um
conjunto de regras, leis, condutas e normas pré-determinadas, muitas vezes sem se
questionar do porquê de estar seguindo isso.

VI. É interessante ressaltar que, naturalmente, o ser humano não questiona o porquê de
seguir determinada cultura, na verdade, diversas sociedades históricas podem demonstrar
como talvez, acreditar firmemente em uma cultura é algo intrínseco da humanidade,
enquanto a forma que esta cultura irá agir sobre você, é extrínseco uma vez que dependerá
de qual cultura estamos analisando, por exemplo:

i) Na Grécia Antiga, os atenienses não questionavam se a escravidão era justa, se o direito


da democracia somente para homens era aceitável. Aspectos como esse, a partir do
conhecimento que temos e da cultura que estamos inseridos, são repudiados pois são
injustos. Inclusive, o livro “Apologia de Sócrates”, escrito por Platão, é um belíssimo
exemplo de como os gregos não aceitavam que fossem desestruturados os seus
pensamentos sobre o conceito de sociedade.

ii) Na Idade Média, a sociedade não questionava a igreja católica. Exemplos: Galileu
Galilei, Giordano Bruno, Caça às Bruxas,
VII. Acho interessante mencionar que recentemente cientistas descobriram que existe
uma região no córtex pré-frontal que sempre se ativa para a inibir a consolidação de uma
informação neural caso nessa mesma região exista algo, ou seja, uma pessoa sempre irá
optar, involuntariamente, em acreditar no seu próprio pensamento, mesmo que você
explique claramente, utilizando a razão e a pessoa não tenha argumentos contra.

Creio que esse mecanismo neurológico surgiu na humanidade como forma de evitar que
os conhecimentos adquiridos se desorganizassem ou desestruturassem, de certa forma,
este mecanismo torna um pensamento, que é algo abstrato, em algo um pouco mais
concreto. Além disso, esse mecanismo intensifica bastante a crença da humanidade nas
culturas que estão inseridas.

Sócrates notou isso quando disse “só sei que nada sei”, ele notou que todas as pessoas
eram ignorantes e não aceitavam que aquilo que elas sabiam poderia estar errado.

Considerações Finais

De fato, como os colegas falaram, o texto tem uma leitura difícil. Além disso, para mim
foi ainda mais difícil compreender o texto em virtude da pré-existência de um
conhecimento acerca desse assunto anterior à leitura do artigo, e como mencionei
anteriormente, esse conhecimento que eu já tinha e sintetizei neste texto, ocupa no meu
cérebro a região onde o conteúdo desse artigo iria se instalar caso esse mecanismo
neurológico de rejeição não existisse.

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